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4 Resumo expandido Ressignificando a ferramenta Classroom

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Ressignificando a ferramenta Classroom
Carolyne Borges dos Santos
João Vitor Fuji Sonchini
Larissa Reis Fonseca
Marina Lopes Fonseca
Tathiane Maria dos Santos Batista
Resumo: O presente resumo objetiva propor uma reflexão acerca das mudanças que ocorreram nas plataformas pedagógicas, em decorrência da pandemia ocasionada pelo Coronavírus (covid-19) que em 2020 atingiu todo o mundo. Desse modo, podemos traçar um percurso da funcionalidade original, empreendida por determinados aplicativos, como o Google Classroom, e de que maneira ele se insere nas circunstâncias atuais. A partir dessa demanda, realizamos um levantamento bibliográfico a respeito do mundo digital, lançamos mão, principalmente, dos postulados de David Barton e Carmen Lee (2015) sobre a linguagem empregada nos contextos digitais, além do texto como maneira de socialização e Luiz Fernando Gomes (2016). Por isso, em um primeiro momento partimos da análise do espaço digital das plataformas como suporte de ensino levando em consideração que o uso das Tecnologias das Informações e das Comunicações (TICs) era uma ação já rotineira no processo de ensino de linguagem em vários campos da educação, entretanto no contexto pandêmico os meios clássicos de ensino tiveram que se adaptar criando uma nova estrutura de sala de aula, que consequentemente transformaram a relação “aluno e professor”. 
O espaço digital “Google Classroom” já era utilizado por algumas instituições e professores de forma isolada para facilitar a postagem de textos e comunicados fora do período em sala de aula, porém com o novo cenário atual, e a necessidade do distanciamento social, tratado como uma política de saúde, tal plataforma foi ressignificada pelos seus antigos usuários e inserida na rotina de novos membros,  tornando-se um importante suporte para base de processo pedagógico. Antes do contexto pandêmico Moje et al. (2004, apud BARTON; LEE, 2015, p. 211) chamavam esses espaços de ensino como o Google Classroom de ‘terceiro espaço’ para o ensino e aprendizagem, Barton e Lee (2015) ao discutirem esse espaço que “eles definem o terceiro espaço como um espaço que ‘traz os textos enquadrados por discursos e saberes cotidianos para as salas de aula de uma maneira que desafia, desestabiliza e, em última instância, expande as práticas de letramento que normalmente são valorizadas na escola e no mundo cotidiano’”, no entanto as plataformas digitais tornaram-se o único espaço possível de ensino e aprendizagem e interação entre o professor e o aluno.
Assim, a plataforma do Google que possibilita a interação de alunos e professores por meio de um Mural é chamada de Google Classroom, como o nome sugere, a plataforma transfere o espaço da sala de aula para o ambiente virtual. As salas são criadas por uma conta do Google selecionando a opção de “professor” e permite que alunos sejam convidados (por um link enviado ao e-mail) ou que utilizem um código para unirem-se à sala criada. Dessa forma, o professor interage na página pelo papel de administrador, onde é capaz de criar diversos posts que são adicionados no Mural e classificados de acordo com o tipo de proposta: Atividade, Atividade com Teste, Questão, Material e Reutilização de Post.  Todas as opções incluem seleções de materiais como anexos de qualquer natureza (pdf, vídeo, imagem), links que possibilitam acesso direto a qualquer outro site (como Google Meet, Youtube), anexos diretamente do Drive, e vídeos do Youtube. Além disso, atividades com teste criam automaticamente um Google Forms em branco passível de alteração para criar uma atividade avaliativa. As Atividades e Atividades com Teste podem incluir uma data de entrega que notifica o professor quando alguma atividade é entregue com atraso. Assim como as configurações de perguntas do Google Forms a opção de Questão permite ao professor a seleção do tipo de resposta podendo ser resposta curta ou múltipla escolha. 
A partir de todas essas ferramentas os alunos têm completo direcionamento das explicações contidas no Título e no espaço de Orientações que constituem o post, além dos anexos colocados pelo professor. O Google Classroom permite a criação de uma sala de videoconferência especialmente para aquela sala de aula, que fica disponível no cabeçalho do mural, que também contém o nome da Sala e podendo serem incluídas algumas especificações; As chamadas de videoconferência podem ser agendadas pelo professor diretamente pelo Classroom, seja para retirada de dúvidas onde o professor se coloca como disponível em certo horário, seja para aulas síncronas também em estabelecido horário. 
A plataforma em si, atende tanto as atividades síncronas quanto as assíncronas, possibilitando ao aluno e professor a oportunidade de estarem conectados simultaneamente e no mesmo ambiente, bem como estarem conectados em horários diferentes, efetivando para ambos o uso da plataforma. Por ser um espaço que permite receber diversos recursos, pode ser indicada para atividades como: Listening, por meio do envio de documentos em formato de vídeo ou mesmo link de acesso para outra plataforma como “youtube”; Speaking por meio de reuniões mediadas pelo professor, onde o professor envia o link de acesso para uma aula online; Reading por meio de leituras selecionadas pelo professor e, enviada aos alunos na plataforma, assim, ele exerce um papel mais amplo e avançado, proposto pelas metodologias ativas; Writing por meio de fóruns e/ou debates propostos dentro da plataforma. Todos os quatro campos podem ser preparados visando maior aprofundamento do aluno na disciplina e na aula. Se, usado efetivamente e de forma equilibrada, variando os recursos, o Classroom, sem dúvidas, pode suprir a maior parte das necessidades de uma educação que está buscando, aos poucos, inverter a forma tradicional de ensino.   
Mesmo inserido em uma plataforma digital consideramos ser a avaliação da aprendizagem um elemento indispensável no processo educativo. O Google Classroom que tem como objetivo colaborar com o exercício dos professores e melhorar a qualidade do ensino-aprendizagem, permite que o professor faça a avaliação por meio de atualizações dos posts, trabalhos avaliativos ou feedbacks de atividades. Esse feedback ocorre de forma individual e a cada post que o professor faz, o aluno recebe a notificação em seu email pessoal. Na sala virtual, as possibilidades de interações podem ser realizadas através de tarefas, perguntas ou avisos. E esses podem ser atribuídos de forma individual ou em grupo, de acordo com a escolha do professor. 
Por fim, não se pode negar o grande impacto das tecnologias na sociedade atual em todas as áreas, incluindo a educacional. A sala de aula é composta por uma geração de alunos que já nasceram em tempos de cibercultura e por esse motivo é imprescindível adicionar as novas tecnologias e plataformas ao processo de ensino-aprendizagem. A análise da plataforma Google Classroom foi dada por suas características multifacetadas, além de sua interface semelhante aos das mídias sociais, já muito utilizada pela maioria dos alunos o que garante um interesse prévio tornando a aprendizagem mais significativa e eficiente. 
Referências
BARTON, D. LEE, C. Linguagem online: textos e práticas digitais. São Paulo. Parábola Editorial. 2015.
GOMES, F. Redes sociais e escola: o que temos de aprender?. In. _____ ARAÚJO, J. LEFFA, V. Redes sociais e ensino de línguas: o que temos de aprender?. São Paulo. Parábola Editorial. 2016. p. 81- 92.
Google Classroom. Disponível em <https://classroom.google.com/>. Acesso em 30 de agosto de 2020.

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