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REVISÃO CRIMINAL

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REVISÃO CRIMINAL – artigo 621 ss
A revisão criminal pressupõe o trânsito julgado da sentença condenatória
Obs.: não cabe revisão criminal para mudar o fundamento da absolvição. 
Obs.: não cabe revisão criminal absolutória, salvo na hipótese de sentença absolutória imprópria, que é aquela que impõe medida de segurança. 
· Quem pode propor revisão criminal? 
Artigo 623 do CPP – legitimidade 
- O próprio réu, por procurador legalmente habilitado ou nos casos de morte do réu o CADI – (cônjuge- ascendente – descendente - irmão)
Cabimento da revisão criminal 
Obs.: cuidado com a súmula 611 do STF (simples petição para o juiz das execuções penais)
Artigo 621, I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos. 
· Direito material 
· Direito processual
Artigo 621, II sentença condenatória se fundar em prova falsa 
1. Testemunha que mente 
2. Perito que realiza falsa perícia 
Artigo 621, III – novas provas de inocência ou diminuição da pena:
obs.: aqui não há prova falsa, surge um vídeo que comprova o álibi do condenado 
obs.: não se produz prova durante a revisão criminal. 
Justificação criminal – é uma cautelar de produção antecipada de provas, é ajuizada no primeiro grau
- Conforme apurado em justificação criminal, a testemunha comprova o álibi.
	TESES E PEDIDO – artigo 621, ss
· Nulidade – que seja anulado o processo com fundamento no artigo 564 do CPP
· Extinção da punibilidade – que seja declarada extinta a punibilidade com fundamento no artigo 107 do CP
· Mérito – que seja absolvido o réu com fundamento no artigo 386... do CPP
· Subsidiaria de mérito – que seja diminuída pena ou desclassificada
· Que seja reconhecida o direito a indenização por erro do judiciário 
Competência
A revisão criminal deve ser proposta no Tribunal de Justiça; Tribunal Regional Federal ou em Turma Recursal nos casos do Jecrim
· Acórdão do tribunal de justiça com trânsito em julgado no TJ – revisão deve ser proposta no TJ
· Acórdão do TRF com trânsito em julgado no TRF, deve ser proposto no TRF
· Decisão com trânsito em julgado no JECRIM a proposta de revisão criminal deverá ser proposta na turma recursal 
Obs.: exceção revisão criminal no STJ e STF 
· A competência originaria do STF – revisão criminal no STF
· A competência originaria do STJ – revisão criminal no STJ
- A competência será do Supremo ou do STJ, desde que tenha sido conhecido o recurso e o fundamento da Revisão Criminal, seja o mesmo do Recurso Extraordinário e do Recurso Especial.
- Houve Recurso Extraordinário para o STF – não reconhecido, quem julgara a Revisão será o STJ
- Houve Recurso Extraordinário com pedido de presunção de inocência, o STF nega provimento – revisão criminal – STF
- Recurso Extraordinário discutindo constitucionalidade do artigo X, STF nega provimento – Revisão Criminal STF
Forma da Revisão Criminal 
- é a mesma da petição inicial – peça única 
 Endereçamento – ao Presidente Do Tribunal
Ex.: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Ex.: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO TRF DA ... REGIÃO 
 Ex.: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO DO STF
Ex.: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO DO STJ
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ... 
Paulo, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na Rua ________, por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa – doc. 01), não se conformando com o venerando acórdão já transitado em julgado (doc. 02) que o condenou como incurso no delito do artigo 126 do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor REVISÃO CRIMINAL nos termos do art. 621, inciso I, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
Paulo, ora Revisionando, foi processado e condenado pela prática de aborto em Maria, tendo sido a sentença confirmada em 2ª instância e já transitada em julgado.
Ocorre, porém, que examinados os autos, verifica-se a inexistência de exame de corpo de delito direto ou indireto, tendo as decisões judiciais se valido da confissão de Maria para justificar a sanção penal.
II – DO DIREITO
No delito em tela, por tratar-se de crime que deixa vestígios, é obrigatório o exame de corpo de delito direto ou, sendo este impossível, o indireto, desde que inequívoco, o que efetivamente não ocorreu. Portanto, faltou nos autos uma prova essencial para demonstrar a existência do crime, sem a qual não poderia o réu ter sido condenado por mera suposição ou pela simples confissão de “B”.
Ainda nesse sentido, é a jurisprudência contida na RT 569/330, que passamos a transcrever: “O aborto consiste na interrupção da gestação e, se esta não resultar rigorosamente demonstrada, não há falar no delito do aborto, mesmo que o tenha confessado a gestante, pois que a experiência tem demonstrado que à confissão não se pode, nem se deve, em princípio, atribuir absoluto valor probatório”. 
Assim como não há nos autos o meio de prova eleito pela lei processual como único hábil a demonstrar a materialidade do crime, evidente a insuficiência probatória.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja julgada procedente a presente ação revisional, absolvendo-se o Revisionando nos termos do art. 386, inciso VII e art. 626, ambos do CPP, bem como expedindo-se alvará de soltura em seu favor. 
Requer, ainda, seja reconhecido o direito do Revisionando à devida indenização, como medida de inteira justiça.
Nesses termos,
pede deferimento.
(local e data).
Advogado...
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