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01/11/2015 1 ORGANOFOSFORADOS Toxicologia Aula 01/11/2015 2 Avaliação Auto-Diagnóstica TEMA: Inseticidas Organofosforados 1. Descreva a Toxicocinética dos Inseticidas Organofosforados? 2. Descreva o mecanismo toxicodinâmico dos Inseticidas Organofosforados? 3. Descreva a fase clínica da intoxicação dos Inseticidas Organofosforados? 01/11/2015 3 2ºP Apresentação do caso I - Dados do paciente Idade: 45 anos Sexo: Masculino Operador de maquina do agronegócio, em correção de defeito no equipamento de pulverização (Gafanhoto), acabou exposto ao agente tóxico por via dérmica e inalatória, sendo este agrotóxico lipossolúvel. II - Diagnóstico clínico - Intoxicação por inseticidas III - Sinais e sintomas apresentados. • Sistema Respiratório hipersecreção brônquica, rinorréia, broncoespasmo, dispnéia, cianose • Trato Gastrintestinal náuseas, vômitos, diarréia, tenesmo, dor e cólicas abdominais, incontinência fecal • Glândulas exócrinas sialorréia, sudorese, lacrimejamento • Sistema cardio-vascular bradicardia, hipotensão • Olhos miose, visão turva, hiperemia conjuntival JNM - Músculo esquelético Fasciculações Cambrias Mialgias Debilidade Generalizada tensão de tremor Fraqueza muscular paralisia flácida parada respiratória VI - Métodos Analíticos – Toxicológico 1.Cromatografia IV - Observações adicionais -Agrotóxico lipossolúvel V – Tratamento • Manutenção das funções vitais Aspirar secreções, oxigenação, IOT, controle das convulsões, ventilação mecânica • Correção dos distúrbios colinérgicos Atropina/ Reativa a AChE (Pralidoxima ) • Medidas de descontaminação Lavagem ocular, dérmica, gastrintestinal 01/11/2015 4 ( A ) Carbamatos ( B ) Organofosforados ( C ) Organoclorados ( D ) Piretróides ( E ) Fenciclidina Assinale a alternativa que melhor corresponde ao agente tóxico do quadro clínico? 2ºP Apresentação do caso 01/11/2015 5 3ºP Apresentação do caso – PB Caso o paciente intoxicado por inseticida apresenta-se os seguintes sinais e sintomas : Náuseas; Vomito; Diarréia; Cefaléia que não melhora com administração de AINES; Vertigem; Severa convulsão Assinale abaixo o provável inseticida: ( A ) Carbamatos ( B ) Organofosforados ( C ) Organoclorados - Clorobenzeno ( D ) Organoclorados – Ciclohexanos; Ciclodienicos ( E ) Anfetaminas 01/11/2015 6 ( A ) Seu mecanismo de toxicodinamica é prolongar o tempo de abertura dos canis de sódio (↑excitabilidade neuronal→Tremor→Convulsão). ( B ) Bloqueio da recaptação e promoção da liberação de NT (NA, 5-HT, DA), no SNC. ( C ) Bloqueiam a ação da Enzima Acetilcolinesterase, de forma reversível, nos receptores colinérgicos, impedindo a metabolização do neurotransmissor. A Acetilcolina se acumula, prolongando seu efeito.Resultando em efeitos nas sinapses colinérgicas autônomas; Na junção neuromuscular; No sistema nervoso Central (SNC). ( D ) Bloqueiam a ação da Enzima Acetilcolinesterase, de forma irreversível, nos receptores colinérgicos, impedindo a metabolização do neurotransmissor. A Acetilcolina se acumula, prolongando seu efeito.Resultando em efeitos nas sinapses colinérgicas autônomas; Na junção neuromuscular; No sistema nervoso Central (SNC). ( E ) Ligam-se e inibem os receptores GABA , bloqueando os canais de cloro (↑excitabilidade neuronal→Convulsão) Assinale a alternativa que melhor a descreve a toxicodinâmica do agente tóxico do quadro clínico acima: Avaliação Formativa ORGANOFOSFORADOS Toxicologia - Conceitos 01/11/2015 7 • São definidos como, qualquer substância ou mistura da mesmas introduzidas deliberadamente no ambiente com intenção de prevenir, destruir, repelir ou mitigar (...) pragas. Praguicidas Inseticidas Organofosforados • O melhor termo para identificar esses compostos, talvez seja “ Biocidas”. • O termo mais popular usado atualmente no meio cientifico e na sociedade é “ Agrotóxico” em sentido amplo, incluindo produtos utilizados em agroecossistema para o combate de pragas nas diversas culturas e para prevenção de doenças endêmicas transmitidas ao homem por diversos vetores de doença. Passagli, Marcos. Toxicologia Forense 01/11/2015 8 Praguicidas Inseticidas (Insetos) Herbicidas (Ervas daninhas) Fungicidas (Fungos) Rodenticidas (Roedores) Acaricidas (Ácaros) Moluscúcidas (Caracóis – Moluscos) Larvicidas (Larvas) Pediculicidas (Piolho) Sarnicidas Escabicidas (Sarna) Além desses termos existem para fins regulatórios, outros como: Reguladores de crescimento de plantas e atractantes (ferormônios) 01/11/2015 9 Inseticidas Organofosforados • O primeiro éster fosforados foi sintetizado pelo químico Lanaigne da França, em 1820. Octameilpirofosfaramida (OMPA - Ghadran) • Posteriormente na Alemanha outro químico Michaelis, trabalhou na síntese de vários ésteres fosforados. Outros OFs Paration Metilparation Sarin (F) Maltion Clorpirifos Tabun (Ciano ) Paraoxon Metamidofos TEPP (Tetratilpirofosfato) 1º OFs Comercializado Fention Diazinon Clortion Diclorvas 01/11/2015 10 Inseticidas Organofosforados • Embora no inicio do século XX já fosse descrito grande numero de produtos organofosforados, os conhecimentos dos seus efeitos deletérios só foram estudados em 1932. • Quando Lang e Kreuger relataram suas experiências sobre os efeitos tóxicos em ratos. 1820 - Descoberta 1932 - Toxicidade 112 anos Inseticidas Organofosforados • A descoberta resultou em novos usos potenciais para os compostos organofosforados. • Incluindo o seu uso como GASES NEUROTOXICOS empregados como ARMA QUÍMICA na 2º Guerra Mundial. 01/11/2015 11 Histórico – Inseticidas Organoclorados 1820 1874 1932 1940 1940 1945 1950 Sintetizado por químico Zeidler na Alemanha O químico suíço Paul Muller Geisey descobriu que o DDT tinha uma potente ação inseticida Brasil Controlar :Febre Amarela (BHC); Barbeiro – Doença de Chagas (BHC); Dengue Durante a 2°Guerra Mundial foi utilizado na forma de pó na Itália. Na prevenção e controle de epidemia de Tifo (piolho). Sintetizado por químico Lanaigne da França OC OC OC OC OF Lang e Kreuger Alemanha efeitos tóxicos em ratos OF ARMA QUÍMICA GASES NEUROTOXICOS OF Outros OFs por químico Michaelis Alemanha Histórico – Inseticidas Organoclorados 1960 1970 1999 EUA (1970) Proibiu a comercialização Utilização Brasil Lei 7.802/99 Proibiu comercialização Utilização Risco a saúde Humana 1. Alta toxicidade e lipossolubidade 2. Bioacumulação cadeia alimentar 3. Enorme persistência ambiental 29 anos EUA (1960) Proibiu a comercialização Utilização OC OF OCOF < Potencial de persistência ambiental - Bioacumulação /Neurotoxicidade/ Piretróides 01/11/2015 12 Inseticidas Organofosforados Não -Acumulação em sistemas biológicos: Lipossolubilidade Lenta degradação Acumulação na cadeia alimentar e gordura corporal OCs OFs Carbamatos Piretróides Inseticidas Organofosforados • Os pesticidas OFs contêm sem exceção, um átomo, central de fósforo pentavalente ao qual esta ligada um átomo de oxigênio ou enxofre mediante dupla ligação. 01/11/2015 13 Inseticidas Organofosforados • Os pesticidas OFs contêm sem exceção, um átomo, central de fósforo pentavalente ao qual esta ligada um átomo de oxigênio ou enxofre mediante dupla ligação. Ex: O ou S Inseticidas Organofosforados • Líquido amarelados • Cheiro desagradável / Odor pungente característico de alho • Praticamente insolúveis em água • Solúveis na maioria dos solventes orgânicos • > são apolares • Lipossolubilidade muito alta • Uso inseticida e agentes de guerra • Comercialização: formulações em concentrações variáveis, maioria líquida em solventes (HC) • Inibição “irreversível”: complexo estável • Quimicamente instáveis: meia vida mais curta em meio ambiente que clorados 01/11/2015 14 Inseticidas Organofosforados • Apresentam-se em 4 classes Inseticidas Organofosforados 1) Ác. Fosforico ou pirofosfórico Paraoxon etilico; TEPP (tetraetilpirofosfato)2) Tiofosforados Parathion; Malation; Diazinon; Fosforotiorato; Fention 3)Clorfosforados Dipterex; DDVP (Dimetil 2-2 diclorovinilfosfato) 4) Ofs Ligados ao Flúor u Cianeto Sarin (F); Tabun (Ciano) 1) Ác. Fosfórico ou pirofosfórico 2) Tiofosforados 3)Clorfosforados 4) Ofs Ligados ao Flúor u Cianeto 01/11/2015 15 4) Ofs Ligados ao Flúor u Cianeto Inseticidas Organofosforados 2) Tiofosforados • Todos os Ofs que contem P=S necessitam de ativação metabólica (Biotransformação)// Metabólito ativo. • A dessulfuração oxidativa→A formação de “oxon” ou oxigênio análogo ao inseticida de origem. • Dessulfuração oxidativa. • Bioatransformação –Catalizada – P450 • Ex: Paration→Paraoxon 01/11/2015 16 Dessulforação oxidativa Hidroxilação Oxidação Desalquilação Desaminação Desmetilação OFs Conjugação UDPGA Fase I Fase II Metabolismo > Sulfato ou ácido glicurônico P450 2) Tiofosforados dessulfuração Dessulfuração oxidativa. P=S → P=O (“Oxon”) - Metabólito ativo P=O Liga-se mais forte (afinidade) a AchE Inseticidas Organofosforados 4) OFs Ligados ao Flúor u Cianeto • Elevada neurotoxicidade • Gases de uso restrito 01/11/2015 17 Inseticidas Organofosforados • Clorofosforados; Fluorfosforados; Cianofosforados • Inibem AchE de forma refrataria à ativação • Mais tóxicos ↑[Ach] Pré e Pós Ganglionar M N 01/11/2015 18 Inseticidas Organofosforados • Bloqueiam a ação da Enzima Acetilcolinesterase nos receptores colinérgicos, impedindo a metabolização do neurotransmissor. A Acetilcolina se acumula, prolongando seu efeito • (Ação colinérgica indireta → - AchE→↑[Ach] OFs P ré -G a n g li o n a r P ó s -G a n g li o n a r 01/11/2015 19 Inseticidas Organofosforados Síntese Acetilcolina (Ach) Inseticidas Organofosforados Síntese Acetilcolina (Ach) 01/11/2015 20 Inseticidas Organofosforados • Mecanismo de hidrolise pela AchE • Existe 2 colinesterase • AchE • Presente na membrana basal na fenda sináptica colinérgica • Tecido nervoso • Junção neuromuscular • Hemácias (eritrócitos) • Renovada a cada 90 – 120 dias Eritropoiese • Forma solúvel plasma Inseticidas Organofosforados • Butirilcolinesterase ( ou Pseudocolinesterase ) • Ampla distribuição no organismo • Pâncreas, fígado, pele, músculo liso TGI, SNC (substância branca). • Não está associada a sinapse colinérgica, apresenta especificidade de substrato mais amplo (Procaína, suxametônio, propanitina –anestésico) • Forma solúvel no plasma • Hidrolisa butilcolina mais rapidamente Ach. 01/11/2015 21 Inseticidas Organofosforados • Acetilcolinesteras - AchE • Butirilcolinesterase ( ou Pseudocolinesterase ) - BchE Níveis plasmáticos – Ach Baixos – Quase Indetectáveis AchE BchE Classe das serinas hidrolases (inclui proteases;tripsina){ Inseticidas Organofosforados - Sitio de ação da AchE 1- Esteárico A-Possui anel histidina B-Grupo imidazólico C-Grupo OH da serina 2- Aniônico Possui resíduo glutamato 1A 1B 1C 2 01/11/2015 22 1° Degradação da Ach Hidrolise catalítica/e outras serinas hidrolases Grupo acetila – transferido – Grupo OH-serina 2° Deixando (transitoriamente) Uma molécula de enzima acetilada Uma molécula Livre 3°Hidrolise espontânea do grupo acetila da serina (Ocorre rapidamente) 4°Renovação AchE Acetil / Colina 1° Ocorre transferência do gripo Carbamil para –OH da Serina do sítio Esteárico. A enzima carbamilada é muito mais lenta na sua hidrolise ( Ligação Reversível competitiva). 2° Droga Anti-AchE é hidrolisada mais lentamente que AchE fisiológica. 3°Ocorre carbamilação recuperação da AchE recuperando a enzima e inativando o carbamato 1° 2° 3° 01/11/2015 23 1° OFs→Fosforilam o grupo –OH no sítio Estearico ativo da Serina na AchE.(Ligação irreverssível – IR) 2° A AchE fosforilada é lentamente hidrolisada. Taxa de reativação depende da natureza química dos OFs. 3° A reativação da AchE-P não acontece ate que o complexo AchE-P “envelheça” Por hidrolise não enzimática (Espontânea) Perca um dos dois grupos alquilas (R) 4° Quando AchE-P “Envelhece” Inibição Irreversível – IR Necessário sintetizar nova enzima ( 90 – 120 dias ) OFs Enzima Não-Reativada Complexo Estável AchE-P Regeneração AchE - Pralidoxima 1° hidrolise AchE- P→reativação AchE OFs = Perigo vida (Ligação irreversível – IR) 2° Oximas (obidoxima e pralidoxima) Grupo Oxima em estreita proximidade com o sítio esteárico fosforilado da – OH da enzima. 3° Esse grupo é nucleófilo forte e atrai o grupo fosfato da –OH da serina da enzima. 4° Regeneração •Deve ser ADM precocemente (24hs) •Eficaz AchE plasmática •Não penetra SNC 1° 2° 3° 4° 01/11/2015 24 Inseticidas Organofosforados Efeitos Anticolinesterásicos afetam: • Sinapses colinérgicas autônomas • A junção neuromuscular • O sistema nervoso Central (SNC) • OFs – Neurotoxicidade não associada á inibição da colinesterase. P ré -G a n g li o n a r P ó s -G a n g li o n a r Inseticidas Organofosforados Efeitos Anticolinesterásicos afetam: 01/11/2015 25 Praguicidas A exposição inclui: 1-Introdução acidental ou em tentativa de suicídio Praguicidas A exposição inclui: 2- Exposição ocupacional: Produção, mistura, carregamento, aplicação, colheita e manuseio de culturas 01/11/2015 26 Praguicidas A exposição inclui: 3- Exposição de indivíduos em áreas não alvo: Devido do em operação de pulverizações com praguicida Praguicidas A exposição inclui: 4-População que consome alimentos contendo resíduos de praguicidas 01/11/2015 27 Toxicologia de alimentos Toxicologia ambiental Toxicologia de medicamentos Toxicologia ocupacional Toxicologia social Clínico Analítico Legislação Investigação ASPECTOS Áreas de Atuação Toxicologia Forense Praguicidas FASES DA INTOXICAÇÃO Fonte: Moraes et al., 1991 01/11/2015 28 Intravenosa Respiratória Dérmica Intraperitonial Sub-cutânea Intramuscular Intradérmica Oral Intensidade do Efeito Tóxico X Rapidez de Resposta = superior a Via de introdução ... Via Respiratória ... Via Oral ... Via Dérmica FASE I – EXPOSIÇÃO 1. T. Ambiental/ocupacional 2. T. Medicamentos/Alimentos 3. T. Forense 4. T. Social 1 2 1 1 1 3 34 4 Praguicidas ToxicidadeExposição • Dermal • Sensibilização • Irritação • Inalatória • Oral • Aguda • Sub-aguda • Crônica • Mutagenicidade • Reprodução •Teratogenicidade •Carcinogenicidade •Neurotoxicidade • Metabolismo • Métodos de análises de resíduos • IAs e seus metabólitos • Resíduos em alimentos Resíduos Exposição Ocupacional Exposição população em geral Composição quali-quantitativa; Propriedades físico-quimicas Classificação toxicológica 01/11/2015 29 DURAÇÃO E FREQÜÊNCIA DA EXPOSIÇÃO Aguda Sobreaguda Subcrônica Crônica Administração única (repetida < 24 h) Exposição repetida < 1 mês Exposição repetida > 1 mês e < 3 meses Exposição repetida > 3 meses Critérios de classificação toxicológica 2 - Os produtos agrotóxicos que, formulados, provocarem corrosão, ulceração ou opacidade na córnea, irreversível dentro de 07 dias após a aplicação nas conjuntivas dos animais testados, serão submetidos a estudo especial pelo Ministério da Saúde para concessão ou não de classificação toxicológica. Anexo III da Portaria nº 03/92 01/11/2015 30 CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA CLASSE GRAU COR DA FAIXA Classe I Extremamente tóxicos Vermelha Classe II Altamente tóxicos Amarela Classe III Medianamente tóxicos Azul Classe IV Pouco tóxicos Verde CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA 01/11/2015 31 Inseticidas Organofosforados Organofosforados DL50 mg/Kg Azametiofós 1010 Bromofós 1600 Diazinon 300 Diclorvos (DDVP) 56 Dimetoato 150 Disulfoton 2,6 Fenitrotion 503 Fention 330 Fentoato 400 Malation 100 Metamidofós 30 Mevinfós 4 Monocrotofós (Azodrin) 14 Naled 430 Paration 13 Temefós 4202 Triclorfon (Dipterex) 560 Apresentação de alguns OF de acordo com o tipode uso e a toxicidade - DL50 VO (mg/kg) DOENÇAS CAUSADAS PELOS PRAGUICIDAS Intoxicação Efeitos: Reprodutivos Imunológicos Teratogênicos Neurológicos Genotóxicos Carcinogênicos 01/11/2015 32 FASES DA INTOXICAÇÃO Fonte: Moraes et al., 1991 Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Intravenosa Respiratória Dérmica Intraperitonial Sub-cutânea Intramuscular Intradérmica Oral Intensidade do Efeito Tóxico X Rapidez de Resposta = superior a Via de introdução ... Via Respiratória ... Via Oral ... Via Dérmica FASE I – EXPOSIÇÃO 1. T. Ambiental/ocupacional 2. T. Medicamentos/Alimentos 3. T. Forense 4. T. Social 1 2 1 1 1 3 34 4 01/11/2015 33 Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Absorção pelo TGI Crianças Suicídio Homicídios •Eficaz •Rápida Importância Ocupacional Ex: Trabalhadores pulverização s/ EPI Intoxicação ocupacionais Ex: Trabalhadores pulverização Campanhas Saúde publica Ex: Trabalhadores pulverização Aumentada - Pela presença de solventes Orgânicos • Respiratória Digestiva Cutânea Inalação de vapores: sintomas mais precoces VO e dermal: minutos a horas Não intencional (acidental): respiratória e cutânea Intencional (suicídio): digestiva Exposição localizada: restrição à área exposta Dermatite / lesão cutânea: aumentada Sudorese e miofasciculações localizadas: exposição local Visão borrada e miose: olho exposto Sibilância e tosse: exposição pulmonar pequena quantidade Absorção x Aparecimento dos sintomas Toxicocinética Inseticidas Organofosforados 01/11/2015 34 DISTRIBUIÇÃO FATORES LIGADOS AO AGENTE TÓXICO • Lipossolubilidade - quanto maior a lipossolubilidade mais rápida a chegada aos órgãos-alvo AFs →Alta solubilidade lipídios FASE II – TOXICOCINÉTICA Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Toxicocinética Inseticidas Organofosforados DISTRIBUIÇÃO (SANGUE) Tóxico livre Tóxico combinado Produto de biotransformação Interação Efeitos Eliminação Biotransformação Não ACUMULAÇÃO Combinado Livre DINÂMICA SÍTIO DE AÇÃO (receptores) Fonte: Azevedo; Lima, 2003 Lipossolubilidade aumentada Pela presença de solventes Orgânicos. SNC Vias de introdução Absorção SNP SNA 01/11/2015 35 Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Dessulforação oxidativa Hidroxilação Oxidação Desalquilação Desaminação Desmetilação OFs Conjugação UDPGA Fase I Fase II Metabolismo > Sulfato ou ácido glicurônico P450 Tiofosforados dessulfuração Dessulfuração oxidativa. P=S → P=O (“Oxon”) (sulfoxido) O=S=S (Sulfona) P=O Liga-se mais forte (afinidade) a AchE Pouca importância < > 01/11/2015 36 FASES DA INTOXICAÇÃO Fonte: Moraes et al., 1991 Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Toxicodinâmica Inseticidas Organofosforados 01/11/2015 37 1° OFs→Fosforilam o grupo –OH no sítio Estearico ativo da Serina na AchE.(Ligação irreverssível – IR) 2° A AchE fosforilada é lentamente hidrolisada. Taxa de reativação depende da natureza química dos OFs. 3° A reativação da AchE-P não acontece ate que o complexo AchE-P “envelheça” Por hidrolise não enzimática (Espontânea) Perca um dos dois grupos alquilas (R) 4° Quando AchE-P “Envelhece” Inibição Irreversível – IR Necessário sintetizar nova enzima ( 90 – 120 dias ) OFs Enzima Não-Reativada Complexo Estável AchE-P 1° 2° 3° 4° 01/11/2015 38 P ré -G a n g li o n a r P ó s -G a n g li o n a r Inseticidas Organofosforados Efeitos Anticolinesterásicos afetam: Inseticidas Organofosforados FIBRAS RECEPTORES LOCAIS Fibras parassimpáticas Muscarínicos Gl. exócrinas, olhos, TGI, SR, SCV Fibras simpáticas e placas motoras Nicotínicos SCV, músculo- esquelético Sinapses no SNC Muscarínicos e Nicotínicos SNC 01/11/2015 39 Inseticidas Organofosforados Efeitos Anticolinesterásicos afetam: • Sinapses colinérgicas autônomas • A junção neuromuscular • O sistema nervoso Central (SNC) • OFs – Neurotoxicidade não associada á inibição da colinesterase. Destino da Acetilcolina exocitose ACh ↑[Ach] ACh ACh Rec. Musc. Coração TGI Glânds Colina + acetato AChE Rec. Nicot. Rec. Musc. Inseticidas Organofosforados 01/11/2015 40 Inseticidas Organofosforados RECEPTORES COLINÉRGICOS Inseticidas Organofosforados SUBTIPOS DE RECEPTORES MUSCARÍNICOS 01/11/2015 41 Inseticidas Organofosforados SNC Estômago Receptores Muscarínicos M 1 M1 Excitação Secreção HCl ACh ACh ACh ACh PLC IP3 DAG Ca 2+ Ações da Acetilcolina Gq Inseticidas Organofosforados Coração Pré- sinapse ACh ACh ACh ACh Receptores Muscarínicos M 2 Hiperpolarização Inibição neural Inibição cardíaca Ca2+ cond.K+ (-) M2M2 AC AMPcGi Ações da Acetilcolina 01/11/2015 42 Inseticidas Organofosforados Glândulas Músc. Liso Cél. endotelial Receptores Muscarínicos M 3 M3 PLC IP3 DAG Ca2+ Secreção Contração Síntese NO ACh ACh ACh ACh Gq Ações da Acetilcolina Inseticidas Organofosforados M1 M2 MECANISMOS MOLECULARES M3 M4 M5 RECEPTOR TECIDO RESPOSTAS GÂNGLIOS AUTÔNOMOS SNC DESPOLARIZAÇÃO CORAÇÃO DESPOLARIZAÇÃO DURAÇÃO DE AÇÃO VELOCIDADE DE CONDUÇÃO FORÇA CONTRÀTIL MÚSCULO LISO GLÂNDULAS SECRETORAS CONTRAÇÂO SECREÇÂO IP3/DAG Ca 2+ AMPc K+ IP3/DAG Ca 2+ IP3/DAG Ca 2+ AMPc K+ 01/11/2015 43 Inseticidas Organofosforados Receptor Nicotínico Inseticidas Organofosforados Receptor Nicotínico 01/11/2015 44 FASES DA INTOXICAÇÃO Fonte: Moraes et al., 1991 Toxicocinética Inseticidas Organofosforados Inseticidas Organofosforados QUADRO CLÍNICO DE INTOXICACICAÇÃO AGUDA (ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS) SÍNDROME MUSCARÍNICA SÍNDROME NICOTÍNICA SÍNDROME NEUROLÓGICA CENTRAL TRIPLICE QUADRO CLÍNICO DE BASE COLINÉRGICA 01/11/2015 45 Inseticidas Organofosforados QUADRO CLÍNICO DA INTOXICACÃO AGUDA (ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS) TRIPLICE QUADRO CLÍNICO DE BASE COLINÉRGICA Síndrome muscarínica, por estimulacão parasimpática pós - ganglionar Síndrome nicotínica, por estimulação da junção neuromuscular Síndrome neurológica central, com fase inicial de estimulação e fase secundaria de depressão. Inseticidas Organofosforados Manifestações muscarínicas • Sistema Respiratório hipersecreção brônquica, rinorréia, broncoespasmo, dispnéia, cianose • Trato Gastrintestinal náuseas, vômitos, diarréia, tenesmo, dor e cólicas abdominais, incontinência fecal • Glândulas exócrinas sialorréia, sudorese, lacrimejamento • Sistema cardio-vascular bradicardia, hipotensão • Olhos miose, visão turva, hiperemia conjuntival 01/11/2015 46 Inseticidas Organofosforados Manifestações nicotínicas JNM - Músculo esquelético Fasciculações Cambrias Mialgias Debilidade Generalizada tensão de tremor Fraqueza muscular paralisia flácida parada respiratória Inseticidas Organofosforados Manifestações do SNC • Sonolência • Letargia • Dispnéia • Coma • Cefaléia • Tremores • Ataxia • Fadiga Confusão mental Respiração Cheyne-Stokes Labilidade emocional Convulsões Depressão respiratória Depressão cardiovascular 01/11/2015 47 Inseticidas Organofosforados Resumo - Intoxicação por Organofosforados - Causa: Exposição à inseticidas Gases bélicos - Efeitos: bradicardia intensa hipotensão dificuldades respiratórias sudorese salivação miose micção e diarréia incont. Cólicas excitação, convulsão, fasciculações e parada respiratória Inseticidas Organofosforados DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS ANTECEDENTES DE EXPOSICÃO EXAMES DE LABORATORIO QUADRO CLÍNICO 01/11/2015 48 Inseticidas Organofosforados Dosagem da atividade Acetilcolinesterase eritrocitaria Dosagem da atividade Pseudocolinesterase plasmática EXAMES DE LABORATORIAIS DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS Inseticidas Organofosforados EXAMES DE LABORATORIAISDIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS Eletrolitos Gasometría Glicose Electrocardiograma Creatinina Rx de tórax ASAT e ALAT Hemograma (transaminasas) Metabolitos urina por cromatografía gasosa Outros: 01/11/2015 49 Inseticidas Organofosforados Tratamento da crise aguda • Manutenção das funções vitais Aspirar secreções, oxigenação, IOT, controle das convulsões, ventilação mecânica • Correção dos distúrbios colinérgicos Atropina/ Reativa a AChE (Pralidoxima ) • Medidas de descontaminação Lavagem ocular, dérmica, gastrintestinal Inseticidas Organofosforados • Ocular • Dérmica • Gastrintestinal Emése: poucos minutos após ingestão/sem solventes/pequena quantidade Lavagem gástrica: 1 h 4-6 h Carvão ativado e catártico: múltiplas doses Solventes, coma, convulsões: IOT Não usar substâncias oleosas Descontaminação 01/11/2015 50 Inseticidas Organofosforados Em intoxicações por organofosforados: Atropina + Reativa a AChE Em intoxicações por carbamatos Somente Atropina TRATAMENTO DAS INTOXICACÕES POR ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS Antidototerapia Inseticidas Organofosforados • Ação: bloqueio efeitos muscarínicos • Repetir até atropinização leve • Retirar gradualmente e restituir se efeitos retornam • Parâmetros: secreções e FC • OF: doses mais elevadas/maior tempo Antagonista: atropina 01/11/2015 51 Inseticidas Organofosforados Antídoto: Contrathion® • Ação: Reativa a AChE inibida Protege a AChE não inibida Potencializa efeitos da atropina • CARB: pouco indicada reativação rápida e espontânea • OF+CARB: usar Pralidoxima Inseticidas Organofosforados Antídoto: Contrathion® • Início: precoce (primeiras 24h) • Não substitui a atropina • Repetida após 1h ou 4-6h (casos graves) • Proteção da Síndrome Intermediária • Derivados Obidoxima 01/11/2015 52 Inseticidas Organofosforados Oximas (obidoxima e pralidoxima) • Doses: • Obidoxima: • 250 mg EV por 5-10 minutos; • Repetir 1 ou 2 vezes, se necessário, a intervalos de 2 horas, ou 2-10 mg/kg/dia • Metilsulfato de Pralidoxima: • 400 mg EV lento; • Se necessário, 200 mg cerca de 30 min depois; • Se após 6-12 h depois persistirem sintomas de intoxicação: administrar 200 mg. • Dose máxima: 2g/dia Inseticidas Organofosforados • Insuficiência respiratória: IOT e VM • Convulsões: Diazepam® EV, lento • Fluidos: reposição hídrica e eletrolítica (repor perdas) • Medidas extra-renais: diálise não efetivas • Monitorização cardíaca, Rx tórax • Contra-indicações: teofilina, fenotiazinas, depressores do SNC Tratamento sintomático 01/11/2015 53 Inseticidas Organofosforados •Intoxicacão Aguda •Síndrome Intermediária •Neuropatía retardada (Polineuropatia Retardada induzida por Ofs) Inseticidas Organofosforados QUADROS Intoxicacão aguda Síndrome intermediária Neuropatía retardada Tipo de produto Inicio Prognóstico Organofosforados Carbamatos Organofosforados neurotóxicos Organofosforados neurotóxicos Rápido 24 a 96 horas após crise colinérgica 1 a 3 semanas depois da exposição Depende da gravidade da intoxicação e do manejo paciente (tratamento) 5-20 días Generalmente não tem sequelas 6-18 meses Pode persistir parestesia 01/11/2015 54 Inseticidas Organofosforados • Agentes relatados: Dimetoato, Fention, Paration, Paration metil, Metamidofós, Monocrotofós Hipóteses: Existência da síndrome Pralidoxima Agentes lipossolúveis e pouco hidrolisáveis Diagnóstico: Clínico Síndrome intermediária Inseticidas Organofosforados Provável causa: uma deterioração pre e pos sináptica da transmissão neuro-muscular, motivado por prolongada inibição da acetilcolinesterasa na placa motora. Síndrome intermediária 01/11/2015 55 Inseticidas Organofosforados •Fraqueza respiratoria •Músculos respiratorios •Fraqueza da musculatura proximal dos membros do pescoço CUADRO CLÍNICO Debilidade e parálisia dos nervos cranianos Debilidade dos músculos Síndrome intermediária Inseticidas Organofosforados Tratamento – Evolução - Alta Parada respiratória súbita Controle da insuficiência respiratória Pralidoxima: manter tratamento Medidas de suporte: hidreletrolítico Agentes possíveis: 3-5 dias de internação Síndrome Intermediária 01/11/2015 56 Inseticidas Organofosforados Diagnóstico diferencial Sind. Intermediária Neuropatia Tardia Início agudo, 24-96 h tardio, 2-4 sem Característica consciência mantida, sem fasciculações Não obrigatório crise colinérgica Fraqueza ou paralisia proximais distais Musc. cervicais + - Nervos cranianos III, VII, X - Extrapiramidais - + Inseticidas Organofosforados Agentes relatados: Clorpirifós, Fention, Fenofosfon, Isofenfós, Leptofós, Metamidofós, Merfós, Malation Hipótese: Esterase neurotóxica (Neuropathy Target Esterase) Diagnóstico: Clínico Medida da NTE Eletromiografia Polineuropatia tardia 01/11/2015 57 Inseticidas Organofosforados Polineuropatia tardia •OFs→ Metabólitos→ Esterase neuropática ou esterase neurotóxica (NTE). Inseticidas Organofosforados Polineuropatia tardia 1. E uma neuropatía (axonopatía) simétrica distal sensitivo-motora. 2. Se instaura días depois da exposição a alguns organofosforados. 3. Tempo de latencia varía entre 8 a 21 días. 01/11/2015 58 Inseticidas Organofosforados •Câimbras •Sensação de queimação e dor pulsante simetrico nas panturrilhas •Parestesias no membros inferiores. •Diminuição nas extremidades inferiores a sensibilidade ao tato, temperatura e dor. •Atrofia muscular •Perda do reflexo aquiliano •Sinal de Romberg Polineuropatia tardia Inseticidas Organofosforados • Droga específica: nenhuma • Atropina e Pralidoxima: não previne • Fisioterapia e exercícios • Alta: acompanhamento neurológico Casos leves: recuperação variável Casos graves: sintomas persistentes principalmente espasticidade Polineuropatia Tardia Tratamento – Evolução - Alta 01/11/2015 59 Inseticidas Organofosforados - Crônicos Anomalias neurocomportamentais (aspectos cognitivos) Miopatías, com rabdomiolise Alterações de neutrófilos Posibilidades de efeitos sobre o sistema inmunitario São mais recentes Derivados sintéticos do ácido carbâmico Quimicamente menos tóxicos que os OF Inibição reversível: complexo menos estável Grupo básico combinado com diferentes químicos: aumento solubilidade e ação A presença de grânulos escuros de Temik (Aldicarb), vulgarmente conhecido como "chumbinho“. Carbamatos 01/11/2015 60 Carbamatos Carbamatos 01/11/2015 61 Carbamatos Carbamatos DL50 mg/Kg Aldicarb 0,93 Bendiocarb 55 Carbaril 300 Carbofuran 8 Carbosulfan 90 Dioxacarb 90 Furatiocarb 137 Isoprocarb 403 Metomil 17 Oxamil 6 Pirimicarb 147 Propoxur 95 Tiodicarb 39 Apresentação de alguns CARB de acordo com o tipo de uso e a toxicidade - DL50 VO (mg/kg) Carbamatos • A fisiopatologia da intoxicação por carbamatos difere dos organofosforados em importantes aspectos: • 1. Os carbamatos inativam a acetilcolinesterase temporariamente. A enzima carbamilada é instável e a regeneração da acetilcolinesterase é relativamente rápida quando comparada com a enzima fosforilada. Assim, os praguicidas carbamatos são menos perigosos com relação à exposição humana do que os organofosforados. • 2. A dose necessária para provocar a morte e a dose necessária para determinar poucos sintomas de intoxicação é substancialmente ampla para compostos carbamatos do que com os compostos organofosforados. • 3. Os carbamatos penetram pobremente o SNC 01/11/2015 62 Carbamatos • Os compostos CARB carbamilam a enzima e formam complexos menos estáveis, permitindo a recuperação da enzima mais rapidamente. • A taxa de reativação da enzima carbamilada é relativamente rápida quando comparada à da enzima fosforilada nos OF. • Então a inibição da AChE pelo CARB é tão frágil que nenhuma reação de envelhecimento é possível, como ocorrecom a enzima. CARB Carbamatos 01/11/2015 63 Carbamatos Farmacocinética • Todas as vias • Lipossolubilidade e solventes Absorção Hepática: hidrólise, oxidação e conjugação Metabolização Carbamatos Todos os tecidos CARB: atravessam pouco barreira Altas concentrações: rim e fígado Distribuição Farmacocinética Varia conforme compostos (maioria: curta; lipossolúveis: longa) Eliminação: urina e fezes (70 - 80% em 48 h) Meia-vida e Eliminação 01/11/2015 64
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