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Economia

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ECONOMIA 
Me. Viviam Ester de Souza 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2020 
 
 
1 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
 
Objetivo: 
O capítulo 1 da disciplina tem como objetivo apresentar os principais fundamentos 
que caracterizam a área de estudo da Economia, destacando o pensamento da escola 
clássica e discutindo aspectos da economia contemporânea. 
 
A Economia é uma área de conhecimento básica que faz parte do cotidiano das 
pessoas, além também dos profissionais de diversas áreas, das próprias empresas e dos 
governos. Vamos então conhecer um pouco mais sobre essa ciência tão ampla e que 
sempre fará parte da vida das pessoas e das sociedades. 
 
Introdução: 
Quando perguntamos sobre a Economia é comum que as pessoas a associem com 
números e com assuntos como: salários dos trabalhadores, aumento do preço da gasolina 
e dos alimentos no comércio, os juros do cheque especial e das prestações nas compras 
de eletrodomésticos, automóveis, etc. Além disso, nos jornais e televisão sempre são 
veiculadas notícias sobre as políticas que os governos adotaram (como corte de gastos ou 
aumento de impostos), como também o resultado no período da produção da indústria, das 
vendas no varejo ou do resultado da balança comercial (que é o valor da diferença entre 
exportações e importações do país). 
 
Pois é, tudo isso faz parte da Economia; mas não somente, pois mais do que dados 
sobre o que acontece no mercado e nas relações com governos e os outros países, a 
Economia também é uma Ciência, que se preocupa com outras questões importantes. 
Vamos entender melhor. 
 
1.1. A Evolução da Economia 
A Economia sempre existiu desde os primórdios da humanidade, quando ela era 
reconhecida como “economia de subsistência”, pois nessa época o homem precisava 
buscar seus alimentos e tudo aquilo que era necessário para sua sobrevivência.1 
 
 
1 A palavra “Economia” tem origem no grego “oikonomo” (oiko = casa; nomo = lei). Ou seja, etimologicamente significa: “lei da casa”, ou 
então “administração do lar” (MOCHÓN, 2009). 
 
 
2 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Com a evolução da humanidade, a partir do desenvolvimento das práticas de cultivo, 
criação de animais, fabricação de ferramentas e de outros produtos, a Economia começou 
também a se desenvolver para outros estágios, passando então da Era do Feudalismo para 
o Mercantilismo, quando a troca do excedente da produção impulsionou o comércio 
(passagem dos séculos XV ao XVII). 
 
Somente após o Século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, é que a 
Economia passou a ser reconhecida como uma Ciência, surgindo as Escolas do 
Pensamento Econômico.2 
 
Assim, a Economia é classificada como uma Ciência Social que tem como objeto de 
estudo o “homem”, e se caracteriza por sua multidisciplinaridade, ou seja, a Economia tem 
a capacidade de se relacionar com várias outras áreas de conhecimento, como a Geografia, 
a História, a Política, o Direito, a Administração, a Matemática, a Estatística, entre outras. 
 
Estudar Economia não é somente entender como são formados os preços das ações 
no mercado de capitais, nem apenas conhecer as taxas de inflação e os resultados do PIB 
(produto Interno Bruto). 
 
Estudar Economia é entender como a sociedade está organizada, de que forma ela 
pode melhorar o uso dos seus recursos e principalmente, como gerar o desenvolvimento 
econômico de forma mais eficiente e bem distribuída. Sendo assim, podemos entender 
como conceito geral da Economia o seguinte: “A Economia é uma ciência social que 
estuda como os recursos disponíveis de produção são utilizados e distribuídos para 
atender as necessidades da sociedade”. 
 
 
 
2 Des tacamos aqu i que o ob je t i vo da d isc ip l ina não é o Es tudo da Evo luç ão do Pensamento Econômico, mas 
ressa l tamos a impor tânc ia de ao menos 03 es co las : a Esco la Cláss ica (que su rg iu no sécu lo XVI I I ) , a Esco la 
Marx is ta (séc u lo XIX) e a Esco la Keynes iana (sécu lo XX) . Es tas , ent re out ras , i n f luenc iaram fo r temente o 
pensamento econômico das soc i edades cap i ta l i s tas e soc ia l i s tas , a lém do mundo pós Guerr as Mundia is e 
mais recentemente, o mundo g loba l i zado (a té ho je boa pa r te das teo r ias desenv o lv idas nessas esco las são 
impor t antes pa ra os es tudos dos p rob lemas econômicos , espec ia lmente sobre o f unc ionamento dos 
mercados , o desemprego e o t raba lho, sobre o quanto o Es tado deve par t i c ipar da ec onomia, o 
desenvo lv imento econômic o e as des igua ldades ent re países r i cos e pobres ) . Para saber mais , ver na 
B ib l io teca V i r tua l o L iv ro Fundamentos de Economia (MICHELS; OLIVEIRA; WOLLENHAUPT, 2013) , tóp ico 
1 .2 , pág ina 17, sobre “Uma Sín tese do Pensamento Econômico” . 
 
 
3 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Observe que no conceito descrito está implícito a ideia de que necessitamos 
encontrar a melhor forma de usar os recursos para que a sociedade alcance o bem-estar 
social, ou seja, tendo as necessidades e desejos humanos alcançados, a qualidade de vida 
das pessoas alcança melhor padrão de desenvolvimento. Esse padrão implica em ter saúde 
e educação de boa qualidade, segurança e justiça garantidas, emprego e renda para 
adquirir alimentos, moradia, transporte, lazer etc. Este é, portanto, o grande desafio das 
sociedades modernas. 
 
1.2. O Problema Central da Economia e as Escolhas Econômicas 
É possível observar inúmeros problemas de ordem econômica nas sociedades, no 
qual as famílias, as empresas e os governos precisam lidar e tentar resolver. Esses três 
grupos são chamados de “agentes econômicos”. 
 
No caso das famílias, podemos notar problemas econômicos quando analisamos, 
por exemplo, a relação entre salários e o total do consumo de bens e serviços das famílias, 
pois estes são afetados pelo “custo de vida” e assim, refletem sobre os níveis de preços 
praticados nos mercados. 
 
Outro exemplo, mas no caso das empresas, é a necessidade das organizações de 
identificarem a viabilidade econômica de seus investimentos, já que isto afetará o retorno 
do capital e dos projetos futuros dos seus empreendimentos, inclusive, nos custos de 
produção. 
 
E no caso dos governos, podemos citar um exemplo comum referente às políticas 
econômicas aplicadas nos países, visto que todas as nações buscam o crescimento e o 
desenvolvimento econômico (definidos nos planos de governo). Tudo isso se refere aos 
aspectos de ordem econômica que interferem nas escolhas e nos rumos de uma sociedade. 
 
Dentro desse conceito, independente de qual agente econômico seja, podemos 
observar que existe um grande desafio para as sociedades que é: “produzir bens e 
serviços para atender todas as necessidades das pessoas”. Ou seja, as necessidades 
humanas são consideradas “ilimitadas”. 
 
 
 
4 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Com o crescimento populacional e as constantes mudanças na estrutura etária das 
sociedades, as necessidades de produção de bens e serviços são sempre crescentes para 
atender tantas demandas, enquanto que os recursos (ou fatores) disponíveis para gerar os 
produtos (bens e serviços), que atendam às necessidades, são sempre “limitados” (existe 
o risco constante de esgotamento dos recursos de produção). 
 
Portanto, diante desse dilema, a “escassez” é considerada o “problema central da 
Economia”. É desta escassez de recursos que surgem os problemas fundamentais da 
Economia, pois as sociedades precisam encontrar, constantemente, respostas para as 
seguintes questões-chaves: 
 
a) O que é quanto produzir? 
b) Como produzir? 
c) Para quem produzir? 
 
Para responder a essas questões as sociedades terão quefazer “escolhas”. 
 
As escolhas é parte integrante das atividades econômicas, pois os agentes 
econômicos terão que decidir sobre que produtos produzirem e em que quantidades, de 
modo que possam atender as necessidades da sociedade. Essas necessidades são 
basicamente: alimentação, saúde, educação, segurança, transporte, energia, pesquisa e 
desenvolvimento (P&D), lazer etc. 
 
Da mesma maneira, os agentes precisam escolher como produzir os bens e serviços 
com base nas tecnologias disponíveis. Se essa produção será responsabilidade do setor 
público, do setor privado, ou até mesmo de ambos. Ou até se será necessário importar os 
produtos, visto que muitas vezes a produção do mercado interno não atende as 
necessidades do país e por isso, é necessário trazer os produtos do mercado externo. 
 
Por fim, a sociedade também deverá escolher para quem os resultados da produção 
serão repartidos, como serão distribuídas as rendas geradas do processo produtivo e quem 
terá a propriedade dos recursos de produção. Ou seja, são escolhas difíceis que envolvem 
aspectos diversos como problemas de ordem política, financeira, histórica, geográfica, 
legal, cultural entre outros. 
 
 
 
5 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Para decidir sobre essas questões fundamentais da Economia, os agentes 
econômicos necessitam considerar a disponibilidade dos recursos, os custos, os impactos 
e as prioridades da sociedade e dos vários segmentos que a compõe. 
 
1.3. Os Recursos e Setores de Produção 
Como vimos, o problema central da Economia é a escassez e ela se dá em função 
da relação entre necessidades humanas ilimitadas e recursos (ou fatores) de produção 
limitados. Pois bem, vamos agora conhecer quais são esses recursos e como eles se 
relacionam com os diferentes setores de produção na economia. 
 
Os recursos de produção são os fatores necessários para a produção de bens e 
serviços para atender as necessidades da sociedade. Os bens são os produtos materiais 
(bens tangíveis) e os serviços são os produtos imateriais (bens intangíveis). 
 
Tradicionalmente, os recursos são classificados em recursos básicos como os 
recursos naturais, o trabalho e o capital. Mas existem também os recursos complementares. 
Veja no quadro 1 como cada um deles é representado: 
 
Quadro 1 – Os Recursos ou Fatores de produção 
Recursos 
Básicos 
Recursos 
Naturais (terra) 
Tudo aquilo que se origina da natureza, assim 
como o próprio solo (cultivável ou não), os 
minerais, os vegetais, animais, os rios, lagos etc. 
Mão de obra 
(trabalho) 
Representa a força de trabalho humano. 
Capital 
Conjunto de bens materiais utilizados no 
processo da produção de outros bens e 
serviços. É a própria infraestrutura produtiva 
(edifícios, máquinas, ferramentas etc.) . Pode-se 
incluir também o “capital financeiro” e “capital 
humano”. 
Recursos 
Complementares 
Tecnologia 
Conhecimento humano aplicado à produção. 
Pode ser as tecnologias e inovações dos 
processos ou dos produtos. 
 
 
6 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Empresariedade 
(capacidade 
empresarial) 
Compreende a classe de empresários que com 
sua ação empreendedora atua no setor 
produtivo. 
 Fonte: Baseado em Sullivan; Sheffrin; Nishijima (2007) e Rossetti (2003). 
 
Pois bem, a mobilização desses recursos básicos e complementares gera então um 
fluxo produtivo que está dividido entre os seguintes setores (ou atividades) de produção 
(quadro 2): 
 
Quadro 2 – Os Setores ou Atividades de Produção 
Atividades Primárias 
(setor primário) 
Atividades agropecuárias como: lavouras, agricultura, 
horticultura, floricultura; pecuária, pesca, caça e seus 
derivados; e silvicultura (plantio de árvores). 
Atividades Secundárias 
(setor secundário) 
Atividades industriais e semi-industriais como a indústria 
extrativa mineral, siderurgia e metalurgia, produção, 
transmissão e distribuição de energia elétrica, gás 
encanado, água, material eletroeletrônico, beneficiamento 
de madeira, farmacêutica, borracha, automóveis, têxtil, 
alimentos, bebidas, fumo, gráfica etc.; e a indústria de 
construção civil. 
Atividades terciárias 
(setor terciário) 
Atividades prestadoras de serviços como: comércio, 
intermediação financeira (bancos), transporte e 
comunicação, administração pública (federal, estadual, 
municipal), saúde, educação, cultura, religião, hotelaria, 
turismo, manutenção de máquinas e equipamentos, 
engenharia e profissionais liberais. 
Fonte: Baseado em Sullivan; Sheffrin; Nishijima (2007) e Rossetti (2003). 
 
Podemos agora identificar a seguinte relação entre os recursos e os setores de 
produção: 
a) Em todas as atividades de produção são empregados os recursos para a geração 
de bens e serviços, porém, em cada uma das atividades um recurso pode ser 
considerado mais importante; 
 
 
7 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
b) No setor primário o recurso de produção mais evidente são os recursos naturais, 
pois dali são geradas as matérias primas que seguirão para o setor secundário 
(setor industrial/transformação); 
c) No setor secundário o recurso mais evidente é o capital (pois para as atividades 
industriais são necessárias as máquinas e equipamentos que formam sua 
infraestrutura produtiva); 
d) E no setor terciário o recurso de produção mais evidente é a mão de obra, pois 
para a prestação de serviços é necessário que pessoas disponham seu trabalho, 
seja no comércio, na educação, na saúde etc.; ainda que para esse setor seja 
importante a infraestrutura também (instalações, carros, computadores, máquinas 
etc.). 
 
1.4. Os Sistemas Econômicos 
Neste tópico vamos entender como as economias se organizam de forma a 
determinar um sistema econômico, pois cada país opera em diferentes condições de 
interação entre os agentes econômicos e suas atividades de produção. 
 
Assim, podemos definir o sistema econômico como um “conjunto de relações 
básicas, técnicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma 
sociedade e condicionam suas decisões fundamentais, assim como suas 
atividades”. 
 
Então agora observe a figura 1. Note que todo sistema econômico tem uma estrutura 
básica constituída pela relação entre famílias, empresas e governos (agentes econômicos), 
e dessa relação surgem o chamado fluxo real e fluxo monetário. 
 
 
 
8 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Figura 1 – Estrutura de um Sistema Econômico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Rossetti (2003). 
 
Vamos detalhar melhor: 
 
a) Da relação entre famílias e empresas são gerados os fluxos real e monetário. O 
fluxo real é representado pela troca de trabalho (ofertada pelas pessoas) e produtos 
(ofertada pelas empresas). Para intermediar essas trocas gera-se o fluxo monetário, 
representado pela troca de salários e de pagamentos pelos produtos comprados. Portanto: 
• As famílias ofertam sua mão de obra (trabalho) e em troca recebem os salários 
(remuneração do trabalho); 
• As empresas ofertam produtos e em troca recebem os pagamentos das famílias 
(pessoas que com os salários pagam pelos produtos adquiridos); 
• As empresas com os pagamentos recebidos da venda de produto, pagam 
novamente, os salários das famílias que trabalham; e como resultado final 
objetivam os lucros, que são as remunerações das empresas. 
 
EMPRESAS FAMÍLIAS
GOVERNO
Fluxo Real
Fatores de Produção
Produtos
Fluxo Monetário
Remuneração dos Fatores
Pagamentos pelos produtos 
adquiridos
Fatores de 
produção e 
Tributos
Produtos e 
Tributos
Remuneração dos 
Fatores e Fornecimento 
de bens e serviços 
públicos
Pagamento pelos 
produtos adquiridos e 
Fornecimento de bens e 
serviços públicos
Investimentos na formação de 
capital fixo
 
 
9 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distânciab) Da relação entre famílias e governos também são gerados um fluxo real e um 
fluxo monetário: 
• Sobre os salários das famílias e os lucros das empresas os governos cobram 
tributos, que constituem a renda que deve garantir as receitas públicas; 
• As famílias também podem ofertar seu trabalho para as empresas estatais (e a 
administração pública) e recebem dos governos os salários (pagamentos aos 
funcionários públicos); 
• As empresas também ofertam seus produtos aos governos e recebem os 
pagamentos correspondentes; 
• Por fim, os governos com suas receitas (remuneração gerada pelos tributos) 
também devem oferecer produtos e serviços públicos às empresas e famílias. 
 
Sendo assim, conforme essas relações entre os agentes econômicos são 
determinadas pela legislação de cada país, um modelo de sistema econômico é 
determinado. 
 
Vamos agora conhecer os principais sistemas econômicos que ao longo da história 
definiram as relações na sociedade, são eles: o sistema capitalista, o sistema socialista e 
o sistema misto. 
1.4.1. Economias Capitalistas 
Os países de sistema econômico capitalista, também conhecido como “economias 
de mercado”, têm como base os princípios do Liberalismo. 
Influenciado pelo Iluminismo, os Liberalismo é uma doutrina que se difundiu a partir 
do século XVII e que influenciou a política e a economia do mundo moderno, defendendo 
os direitos individuais e sociais contra o absolutismo religioso e estatal. Na economia, 
tornou-se o princípio básico da Escola de Pensamento Fisiocrata e Clássico, representada 
por Adam Smith e que se caracterizou pela não intervenção do Estado na Economia. 
 
Assim, identificamos como principais características das economias capitalistas o 
seguinte: 
a) Os mercados livres, sem intervenção do Estado; 
b) A livre concorrência, para que os preços sejam formados pelo próprio mercado 
(relação entre demanda e oferta); 
 
 
10 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
c) Iniciativas privadas (os agentes particulares e seus direitos de propriedade); 
d) A desregulamentação dos mercados (baixas barreiras ao funcionamento das 
iniciativas dos mercados); 
e) Divisão internacional da produção (uso e distribuição dos recursos no mercado 
externo). 
 
Numa economia capitalista ao Estado cabe a função de realizar as atividades de 
defesa nacional e a justiça, somente atuando nos mercados quando a iniciativa privada é 
insuficiente para atender a demanda. 
 
Aspectos considerados positivos das economias de mercado: 
• O uso mais eficiente dos recursos, devido à concorrência que incentiva a inovação 
(especialização da divisão internacional da produção – divisão do trabalho); 
• As economias de escala (redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos 
produzidos em grande escala – aumento da produtividade e melhores preços). 
 
Aspectos considerados negativos das economias de mercado: 
• Os benefícios e ganhos da liberdade econômica não se distribuem de modo 
equitativo (concentração de riqueza); 
• Conflitos de interesses entre a iniciativa privada e o Estado (disputas e poder de 
grupos privilegiados na sociedade); 
• Imposição das nações mais desenvolvidas sobre as nações mais pobres 
(dependência econômica – falta de autonomia econômica dos países menos 
desenvolvidos). 
 
Tradicionalmente, os países que são exemplos de economias de mercado são: 
Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Japão. Isto porque, os princípios do liberalismo 
prevalecem nos seus mercados (isto não significa que o Estado não faça nenhuma 
intervenção na economia. Na prática, observa-se que em situações de crise, o Estado tende 
a adotar ações de ajustes, realizando intervenções nos mercados; porém, procuram 
preservar o funcionamento das leis de mercado). 
 
 
11 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1.4.2. Economias Socialistas 
Os países que adotam o sistema econômico socialista, também podem ser 
chamados de “economias planificadas”. Os princípios do “protecionismo” são os que 
norteiam esse sistema. 
 
As principais características das economias planificadas são: 
a) Maior intervenção do Estado na economia (controle estatal dos meios de 
produção); 
b) Proteção dos mercados internos (barreiras que impedem a entrada de produtos 
originados nos mercados externos, como tarifas alfandegárias, quotas de 
importação e controle cambial); 
c) Preços definidos pelo Estado e baixa participação econômica da iniciativa privada. 
 
Aspectos considerados positivos das economias planificadas: 
• Proteção do país em períodos de crises econômicas externas; 
• Defesa do mercado interno em relação às ações oportunistas de grandes 
empresas estrangeiras; 
• Maior igualdade social. 
 
Aspectos considerados negativos das economias planificadas: 
• Acomodação da indústria nacional devido a reserva de mercado (falta de 
concorrência na economia); 
• A formação dos monopólios estatais que impedem maiores inovações e redução 
dos custos (o custo do protecionismo de mercado é repassado à sociedade). 
 
No século XX, após as revoluções socialistas e durante o período da Guerra Fria, 
muitos países adotaram o sistema econômico socialista, como o caso de Cuba, China, 
Coréia do Norte, Alemanha Oriental e os países do Bloco da União Soviética (URSS – 
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Depois da Globalização, muitas coisas 
mudaram e vários países deixaram de ser socialistas, pois abriram seus mercados e se 
reorganizam como economias mistas. Na atualidade ainda são classificados como 
economias planificadas: Cuba, Coréia do Norte e Vietnã. 
 
 
12 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1.4.3. As Economias Mistas 
Após o processo de globalização e abertura econômica que aconteceu a partir de 
meados da década de 80, muitos países se reorganizaram e seus sistemas econômicos 
acabaram tornando-se não mais um sistema puro, mas um sistema misto, que combinaram 
aspectos do capitalismo e do socialismo. Ou seja, os princípios que conduzem esses 
sistemas mistos são conhecidos como Liberalismo Moderno (ou Neoliberalismo). 
 
A lógica do liberalismo moderno pode ser entendida por meio dos pilares defendidos 
no Consenso de Washington de 1989. Nesta época, especialistas de vários países, o Fundo 
Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BIRD) e o governo americano se reuniram 
para discutir e analisar os rumos da economia mundial e as tendências que direcionariam 
os países ao processo de globalização, incluindo os países da América Latina (processo 
defendido pelos países desenvolvidos). Como resultado, foram recomendados dez pilares 
para as nações que se inserissem no mundo globalizado. Dentre os pilares, os mais 
importantes foram: 
a) Liberalização comercial (redução das barreiras de importação); 
b) Desregulamentação financeira (aumento da movimentação dos capitais); 
c) Privatizações (desestatização – venda e concessão das empresas estatais ao 
mercado privado); 
d) Flexibilização do trabalho (diversificação dos contratos de trabalho); 
e) Propriedade intelectual (garantias e proteção aos direitos de propriedade 
intelectual). 
 
Portanto, a principal característica das economias mistas é a combinação de 
aspectos do liberalismo e do protecionismo. Ou seja, o uso de mecanismos de mercado 
com abertura econômica e integração comercial, mas com maior participação do Estado na 
economia por meio de gastos públicos (que atendam as demandas da sociedade) e ao 
mesmo tempo, maior fiscalização dos mercados (para controlar os abusos e distorções dos 
agentes privados). 
 
A história mostrou que mercados totalmente livres são propensos a crises e 
desequilíbrios que afetam as economias dos países (como o caso das várias crises 
financeiras dos mercados de capitais, quebra das bolsas de valores, falência de empresas 
e bancos que geraram o aumento do desemprego em diversospaíses). Como exemplos de 
países que adotaram os sistemas mistos temos o caso da Rússia e dos antigos países da 
 
 
13 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
União Soviética, depois da dissolução do bloco da URSS no final da década de 80. Estes 
deixaram de serem economias socialistas e abriram seus mercados e ampliaram sua 
integração comercial e financeira. 
 
O mesmo aconteceu com a China no início da década de 90. O país abriu uma parte 
de sua economia aos investidores estrangeiros e com isso muitas empresas se instalaram 
na China, buscando menores custos com a mão de obra. Contudo, o governo chinês 
manteve controle de suas estatais e hoje investe em várias partes do mundo. Essas 
condições contribuíram para o aumento das exportações mundiais chinesas e o 
crescimento econômico do país. 
 
Desde 2009, a China tornou-se o país com a maior participação nas exportações 
mundiais e desde 2011 a segunda maior economia do mundo no ranking do PIB. 
 
No caso do Brasil, podemos reconhecer que o país também se globalizou e adotou 
parte dos princípios do Consenso de Washington, principalmente as privatizações e a 
abertura comercial. Ainda assim, como o Brasil não era um país socialista, então não 
podemos compará-lo à China de forma simplificada. 
 
A partir da década de 90, com o fim da Guerra Fria, o mundo tornou-se multipolar e 
os sistemas econômicos menos puros e mais híbridos (heterogêneos). Portanto, podemos 
entender que cada país tem seu próprio modelo econômico, porém, cada um com mais ou 
menos participação do Estado (com mais ou menos atuação dos agentes privados e das 
leis de mercado). Contudo, é inegável que os princípios do liberalismo e das economias 
mistas se tornaram mais difundidas na economia mundial, enquanto as economias 
planificadas hoje representam poucos casos. 
 
Para finalizar, vamos observar o quadro 3 com a comparação entre os sistemas 
econômicos capitalistas (economia de mercado), socialistas (economias planificadas) e 
mistos (economias mistas). Observe os critérios e como eles funcionam em cada um dos 
modelos. 
 
 
 
14 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Quadro 3 – Comparativo dos sistemas econômicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Baseado em Sullivan; Sheffrin; Nishijima (2007) e Rossetti (2003). 
 
1.5. O Custo Oportunidade 
Após entender que cada país se organiza de uma forma para gerar a produção 
necessária para atender as necessidades e desejos de sua sociedade, vamos conhecer um 
conceito muito importante da Economia que é o chamado “Custo Oportunidade” (ou custo 
alternativo). 
 
Entender a visão econômica sobre esse custo é fundamental para compreender 
como os agentes econômicos fazem escolhas na economia, pois toda “escolha tem um 
custo oportunidade”. 
 
Como os recursos são limitados e as necessidades das sociedades são sempre 
inúmeras, é necessário se fazer “Escolhas” (como mencionado no tópico sobre o 
problema central da economia). Sendo assim, podemos conceituar custo oportunidade 
como: o valor do que foi renunciado em troca de outro valor resultante de uma 
escolha econômica; ou seja, quando decidimos empregar os recursos disponíveis 
numa determinada escolha na economia, temos que abrir mão de outra, visto que 
não podemos realizar tudo que desejamos no curto prazo. 
 
Liberdade 
Econômica
ausência de restrições à
libedade econômica
amplas restrições às variadas formas
de liberdade (ocupação,
empreendimento, dispêndio e
acumulação)
restrições seletivas à lierdade
dos agentes (libedades sociais)
Propriedade dos 
Meios de 
Produção
privada, individual ou
societária
coletiva e socializada (pública) coexistência de formas
Sistemas de 
Incentivos
busca do benefício privado
máximo pelos agentes
individuais
busca do bem comum (cooperação
em substituição à competição)
submissão do interesse
individual-privado ao interesse
social
Coordenação e 
Alocação dos 
Recursos
atribuída a livre
manisfetação das forças
dos mercados
atribuída as ordens minuciosas do
planejamento central
atribuída à atuação conjunta das
forças dos mercados com o
planejamento público (não
impositivo)
Processo 
Decisório
os mercados planejamento central 
os mercados, sob o poder
regulatório da autoridade pública
Formas de Ordenamento Institucional
ECONOMIA DE MERCADO ECONOMIA PLANIFICADA ECONOMIA MISTA
Critérios
 
 
15 Economia 
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Por exemplo, se uma pessoa escolhe poupar parte de seu salário, estará deixando 
de consumir algo no presente. Se o produtor agrícola deseja investir na produção de arroz, 
estará deixando de produzir outro produto, pois existe uma limitação de terras cultiváveis, 
além do limite da capacidade de comprar mais sementes, fertilizantes, entre outros 
recursos. 
 
O mesmo acontece com as empresas que produzem bens manufaturados. Por 
exemplo: se empresas produzem televisão para o mercado, estão deixando a 
“oportunidade” de produzir celulares, pois é preciso decidir de que forma empregará seu 
capital, que também tem uma limitação. Já outras empresas decidirão produzir celulares e 
não televisão e assim por diante. Pense na produção de energia: o país deve investir mais 
em energia hidroelétrica ou em energia termoelétrica? Ou ainda, em energia eólica ou 
solar? 
 
Mais um exemplo bem ilustrativo: se um país decide investir mais seus recursos na 
construção de estradas, estará fazendo a escolha de investir menos em ferrovias (no curto 
prazo não haverá condições de investir em todos os tipos de matrizes de transporte). 
 
Quando o Brasil decidiu investiu nos eventos da Copa do Mundo (2014) e nas 
Olimpíadas (2016), deixou de empregar esses recursos em outra “oportunidade”? Pois 
bem, é por isso que afirmamos que toda escolha na economia tem um custo oportunidade. 
 
Para completarmos essa análise, diante dos custos oportunidades na economia 
(decorrentes da limitação de recursos), então precisamos fazer “Escolhas Eficientes”. Ou 
seja, ser eficiente na economia é usar da melhor forma os recursos disponíveis (as 
empresas buscam produzir mais utilizando o menos recursos possíveis). 
 
Uma forma que a Economia entende essa eficiência produtiva é por meio do 
chamado “Pleno Emprego”. 
 
Pleno emprego ocorre quando utilizamos todos os recursos de produção 
disponíveis na geração dos bens e serviços, isto é, quando não existe capacidade 
ociosa (recursos disponíveis que estão sem utilização). Ou seja, quando todos os 
fatores de produção estão empregados, isto significa que a economia está em pleno 
emprego (eficiência produtiva). Então, para continuar a obter maior eficiência econômica é 
 
 
16 Economia 
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necessário incrementar o pleno emprego dos fatores de produção (nesse caso é necessário 
expandir a capacidade produtiva). 
 
É claro que no mundo real não é possível alcançar o pleno emprego “literalmente”, 
pois existem inúmeras contingências nos mercados que afetam a capacidade de produção 
(imprevistos e problemas externos e desequilíbrios no mercado). Porém, é possível operar 
com a menor capacidade ociosa possível (mais próximo do pleno emprego), especialmente 
quando a economia do país estiver em fase de crescimento econômico; do contrário, 
teremos uma situação de capacidade de produção ociosa (recursos, máquinas, 
equipamento e mão de obra disponível, mas que não estão sendo utilizados). 
 
Podemos relacionar esse conceito com o que está acontecendo no cenário 
econômico atual brasileiro. Com a retração da atividade econômica, muitas empresas 
reduziram seus investimentos e a produção diminuiu, gerando o corte das vagas de 
emprego (é por isso que observamos um aumento das taxas de desemprego no país). 
 
No tópico seguinte, vamos aplicar esses conceitos à chamada “Teoria da Curva de 
Possibilidadesde Produção (CPP) ”, que é uma teoria econômica clássica que objetiva 
explicar o problema da escassez. 
 
1.5.1. A Curva de Possibilidades de Produção 
Como os recursos de produção na economia são limitados (matérias-primas, mão 
de obra e capital), os agentes precisam escolher que decisões tomar em relação ao uso 
desses recursos e conhecer os custos oportunidades. Para tanto, a teoria econômica utiliza 
a Curva de Possibilidades de Produção (CPP). 
 
Para entendermos como ela é construída, vamos fazer uma simulação, trazendo um 
exemplo hipotético de uma “fábrica de parafusos”. Essa é uma simplificação da realidade, 
muito utilizada para ajudar a entendermos como as coisas funcionam no mundo real (como 
os fenômenos econômicos são muito complexos, precisamos utilizar um método que nos 
ajude a entender a relação entre as principais variáveis que interessam ao problema 
analisado, por isso é que fazemos uma simplificação). Vamos então supor o seguinte: 
 
 
 
17 Economia 
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Num determinado período, uma empresa “Alfa” produz parafusos do tipo “A” e do 
tipo “B” (utilizando matérias-primas). A mesma empresa possui também 10 máquinas (uso 
de capital e tecnologia), e tem contratado 40 funcionários (uso de mão de obra). 
 
Observação importante: estamos considerando uma empresa que produz 
utilizando recursos de produção “fixos”, ou seja, a empresa não pode rapidamente 
aumentar o número de máquinas, nem adquirir inovação tecnológica e nem matérias-
primas, pois, estamos fazendo uma análise de curto prazo (na economia, os agentes 
precisam de tempo para decidir o que e como adquirir mais recursos de produção). 
 
Com base nesses dados, apresentamos as seguintes possibilidades de produção de 
parafusos da empresa “Alfa” (tabela 1): 
 
Tabela 1 – Quantidades de parafusos produzidos pela empresa “Alfa” (unidades) 
Produto A Produto B 
0 20 
1 18 
2 15 
3 11 
4 6 
5 0 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Observe que cada linha representa uma possibilidade de produção dos parafusos, 
com os recursos que a empresa dispõe. Nesse caso temos que, na primeira linha a empresa 
“Alfa” é capaz de produzir a combinação de 20 parafusos do tipo “B” e nenhum parafuso do 
tipo “A” (utilizando todos os seus recursos que ela tem disponíveis). 
 
Conforme a empresa decide produzir mais o parafuso do tipo “A”, passando de 1 
unidade para 5 unidades, ela precisa reduzir a produção do parafuso “B” (de 20 unidades 
para nenhuma unidade), conforme a combinação descrita na última linha da tabela. Ou 
seja, quando a empresa escolhe aumentar a produção de “A”, emprega mais recursos para 
isso, logo, desloca seus recursos de “B” para “A”. Como estudamos, os recursos têm 
limitação e por isso, a empresa precisa escolher como empregar seus recursos. 
 
 
 
18 Economia 
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Observação importante: note que não temos todas as informações sobre a 
empresa e suas condições de custos, preços e demanda no mercado. Isso impede que 
saibamos qual seria a melhor escolha na prática, mas essa teoria não está preocupada com 
isso. Sua preocupação é demostrar que temos recursos limitados e que, permanentemente, 
lidamos na economia com a escolha de como utilizar esses recursos para produzir os bens 
e serviços. 
 
Assim, vamos agora transportar esses dados para o diagrama da CPP. Observe no 
gráfico 1 que a produção do parafuso “A” está distribuída no eixo “x” do plano cartesiano 
(eixo horizontal, abscissa), e que a produção do parafuso “B” está no eixo “y” (eixo vertical, 
coordenada): 
 
Gráfico 1 – A CPP da empresa “Alfa” 
0
5
10
15
20
25
0 1 2 3 4 5 6
Produto B
Produto A
 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Esta é a CPP da empresa “Alfa”. Cada ponto no plano cartesiano representa uma 
combinação de produção de parafusos “A” e “B”, e depois que ligamos os pontos 
encontrados, podemos desenhar a CPP (que tem uma forma de curva, pois os custos 
oportunidades são decrescentes). Vamos entender melhor. Observe a próxima tabela: 
 
 
 
19 Economia 
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Tabela 2 – Os custos oportunidades da empresa “Alfa” 
Combinações Produto A Produto B Custo Oportunidade
1ª 0 20 _
2ª 1 18 20 - 18 = 2
3ª 2 15 18 - 15 = 3 
4ª 3 11 15 - 11 = 4
5ª 4 6 11 - 6 = 5
6ª 5 0 6 - 0 = 6 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Veja que na tabela 2 temos as possibilidades de produção descritas anteriormente, 
mas que também apresentam o custo oportunidade de cada combinação (fazendo uma 
leitura de cima para baixo). Note que o custo oportunidade vai aumentando conforme 
passamos da combinação (0 e 20), para a combinação (5 e 0). Ou seja, quando a empresa 
passa a produzir 1 unidade do parafuso “A”, ela tem um custo oportunidade de 02 unidades 
do parafuso “B” (pois passa a produzir 18 unidades de “B”, deixando então de produzir 02 
unidades, pois antes produzia 20). 
 
Quando então a empresa passa a produzir 02 unidades do parafuso “A”, deixa agora 
de produzir 03 unidades do parafuso “B” (que é o seu custo oportunidade). E assim por 
diante, até chegar à combinação final de (5 e 0) com um custo oportunidade de 06 unidades 
de “B”. 
 
Observação importante: você notou que se o custo oportunidade vai aumentando, teremos 
uma curva no gráfico, mas poderíamos ter uma reta, caso o custo oportunidade fosse constante (a 
cada nova combinação o custo oportunidade seria o mesmo). Mas estamos aqui considerando que 
o parafuso do tipo “A”, exige mais recursos de produção, pois deve ser um tipo mais “sofisticado” 
do produto. Por isso é que notamos que a empresa, mesmo utilizando os mesmos recursos, 
consegue produzir no máximo até 05 parafusos tipo “A” ou 20 parafusos tipo “B”. De qualquer forma, 
em todos os pontos na curva da CPP, a empresa está empregando todos os seus recursos 
disponíveis. 
 
Vamos continuar nossa análise a partir do próximo gráfico. Observe que agora temos 
mais dois pontos no plano cartesiano (gráfico 2): 
 
 
20 Economia 
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Gráfico 2 – Os pontos fora da CPP
0
5
10
15
20
25
0 1 2 3 4 5 6
Produto B
Produto A
(2, 20)
(1, 11)
 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Note que temos uma combinação de produção representada por um ponto abaixo 
da CPP (A=1 e B=11), e uma combinação de produção representada por um ponto acima 
da CPP (A=2 e B=20). Conforme demonstrado anteriormente, a empresa “Alfa”, utilizando 
todos os seus recursos, consegue produzir A=1 e B=18, ou seja, nesse ponto B=11, a 
empresa estará produzindo abaixo de sua capacidade máxima de produção. Por outro lado, 
se ela produz A=2, somente conseguirá produzir B=15, e não B=20, como indicado no ponto 
acima da CPP. Sendo assim, podemos chegar as seguintes conclusões sobre essa teoria: 
a) Qualquer ponto que esteja na curva da CPP representa a máxima capacidade de 
produção, utilizando todos os recursos disponíveis (de uma empresa analisada, 
ou do conjunto das empresas, ou até mesmo a capacidade de produção de um 
país); 
b) Qualquer ponto acima da CPP representa um grau de “escassez” de recursos, 
pois a combinação dos produtos não é atingível pela empresa naquele momento 
analisado (faltam recursos de produção); 
c) Qualquer ponto abaixo da CPP representa um grau de “ociosidade”, pois a 
empresa analisada está numa combinação de produção que fica aquém de sua 
capacidade de produção (tem recursos de produção que não estão sendo 
utilizados); 
d) No exemplo analisado, a produção do parafuso “A” é mais elaborada do que a 
produção do parafuso “B”; 
 
 
21 Economia 
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e) Para aumentar a produção “A”, foi incorrida uma perda na produção de “B” (tem 
um custo oportunidade); 
f) Para que ocorra um deslocamento positivo da CPP (aumento da produção) será 
necessário aumentaros recursos produtivos ao longo do tempo (a empresa 
deverá fazer investimentos). 
 
Veja como isto está demonstrado no gráfico 3: 
Gráfico 3 – Deslocamento positivo da CPP 
0
5
10
15
20
25
0 1 2 3 4 5 6
Produto B
Produto A
(2, 20)
(1, 11)
 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Observe que a curva da CPP se deslocou a direita no plano cartesiano, o que 
representa um aumento das combinações máximas de produção, ou seja, a empresa fez 
investimentos que permitiram adquirir mais recursos produtivos, aumentaram a capacidade 
de produção (de parafusos). 
 
Esses investimentos devem ter sido efetuados por que a empresa espera que ocorra 
um aumento da demanda do produto no médio e longo prazo (quando os agentes 
econômicos acreditam que a economia está em expansão, os planos de investimentos 
tendem a aumentar, mas se a expectativa é de retração econômica, os investimentos 
tendem a serem suspensos, ou até mesmo reduzidos, fazendo com que a CPP se desloque 
negativamente ao longo do tempo).3 
 
3 A pa lav ra “ inves t imento” es tá sendo u t i l i zada nesse contex to com o sent ido de “ inves t imento p rodut ivo” , 
ou se ja , que o cap i ta l f i nance i ro , como r ecu rso de produção, es tá sendo empregado para aumentar a 
 
 
22 Economia 
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Encerrado esse tópico, vamos agora conhecer a classificação dos produtos na 
Economia. 
1.6. Tipos de produtos 
Existem inúmeras formas de classificar os produtos, dependendo de como eles estão 
sendo analisados. Lembrando que os produtos são constituídos pelos bens e serviços 
gerados na economia (bens são os produtos materiais, ou tangíveis; e os serviços são os 
produtos imateriais, ou intangíveis). 
 
Nesse tópico vamos conhecer a classificação usual dos produtos na Economia, 
segundo os seguintes critérios: 
a) Quanto ao caráter os produtos podem ser: livres ou econômicos; 
b) Quanto à natureza: de consumo ou de capital; 
c) Quanto à função: intermediários ou finais. 
 
Os produtos livres são aqueles que estão em abundância na economia e por isso, 
não possuem valor econômico e nem podem ser apropriados pelas pessoas. São exemplos 
de produto livres: o ar, a praia, o vento, o sol, ou seja, tudo o que utilizamos da natureza, 
mas que não pagamos por eles e nem nos apropriamos deles.4 
 
Já os produtos econômicos são todos aqueles que possuem valor e quem paga por 
ele, se apropria do bem ou serviço. São exemplos de produtos econômicos a maioria de 
tudo que os agentes utilizam, como: alimentos, roupas, transporte, energia, lazer, serviços, 
etc. 
Os produtos de consumo (ou bens de consumo) são aqueles que utilizamos na forma 
de consumidor final, basicamente os produtos comercializados no setor de varejo, como: 
celulares, eletrodomésticos, remédios, alimentos, automóveis, etc. (atendem diretamente 
 
produção de bens e se rv iços no mercado ( inves t imentos em mais matér i as -p r imas , maqu iná r ios , t ecno log ias 
que ge ram empregos e aumentam a capac idade produt iva do país ) . E não no s ent ido de cap i ta l i nve s t ido 
nos mercados f inance i ros para ge ra r rend imentos ( ju r os ) . No capí tu lo 6 i remos conhecer melhor a d i nâmic a 
dos mercados f inance i ros . 
 
4 No caso da água, que também é um bem da natureza , podemos entendê - l a como um produto l i v re , ass im 
como o a r , porém, na forma como a água é u t i l i zada nas zonas urbanas , quando uma empresa faz o 
t ra tamento e d is t r i bu iç ão da água, então e la será um produto e conômico, po is se o consumido r , ou a 
empresa não pagar pe lo s erv iço , o fornec imento de água será i n ter rompido (ou se j a , a água torna -se um 
produto ap ropr i áve l , po r tanto , econômico ) . Mas se a água f or u t i l i zada d i re tamente na natu reza, nesse 
caso, então se rá um bem l i v re . 
 
 
23 Economia 
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as necessidades do consumidor). Note que todos esses produtos também são econômicos 
(pois paga-se para obtê-los). O mesmo ocorre com os produtos de capital (ou bens de 
capital), estes são aqueles bens que geram outros bens, como: máquinas, equipamentos, 
tratores, caminhões, ferramentas, etc. (atendem indiretamente as necessidades dos 
consumidores). E, como mencionado, também são bens econômicos. 
 
Por último, a diferença entre produtos intermediários e finais é que, os intermediários 
são aqueles utilizados ao longo do processo produtivo, e por isso, ainda não estão prontos 
para uso final, como as matérias-primas, as embalagens, os componentes, as peças, etc. 
Já os produtos finais são aqueles que estão prontos para uso, como todos os bens de 
consumo e os bens de capital mencionados. Observe que neste caso, os produtos 
intermediários e finais também são produtos econômicos. Portanto, temos que: 
a) Alimentos, remédios, eletrodomésticos, automóveis (para uso pessoal) são 
exemplos de produtos: econômicos, de consumo e finais ao mesmo tempo; 
b) Máquinas, tratores, ferramentas e automóveis (de propriedade das empresas) são 
produtos, ao mesmo tempo: econômicos, de capital e finais; 
c) Matérias-primas, embalagens e componentes são exemplos de produtos: 
econômicos e intermediários ao mesmo tempo (e dependendo da forma que serão 
utilizados, poderão ser de consumo, ou de capital).5 
 
Para finalizamos esse capítulo, destacamos que o estudo da Economia também 
pode ser dividido em dois grandes compartimentos: a Microeconomia e a Macroeconomia. 
 
A Microeconomia representa os estudos sobre temas que envolvem especialmente 
os agentes econômicos, como as escolhas sobre o consumo (comportamento dos 
consumidores – Teoria do Consumidor), os custos e os lucros das empresas (Teoria da 
Firma), o funcionamento dos mercados e a formação dos preços (Teoria da Demanda e da 
Oferta), entre outros temas que estudam os fenômenos econômicos de modo mais 
individualizado. 
 
 
5 Por exemplo , no caso do aço que se rá u t i l i zado pa ra produz i r um caminhão, então esse bem in te rmed iá r io 
será ag regado a um bem de cap i ta l . Se o mesmo aço for para p roduz i r um automóvel consumido por uma 
pessoa f í s ica , então es te aço será a gregado a um bem de consumo. 
 
 
24 Economia 
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Já a Macroeconomia representa os estudos dos fenômenos econômicos em sua 
forma agregada, ou seja, a economia nacional e suas relações com o exterior. Nesse caso, 
os principais temas de análise são: a inflação, o crescimento econômico, as políticas 
econômicas, o desemprego, os investimentos, o comércio internacional, entre outros. 
 
Em nosso curso não estamos estudando as disciplinas de micro e macro, mas alguns 
de seus temas mais importantes. Por isso, passaremos a estudar em seguida os mercados, 
que é um tema da microeconomia, para então depois analisarmos outros assuntos incluídos 
no estudo macroeconômico, a partir do capítulo 3. 
 
 
 
25 Economia 
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2. OS MERCADOS 
 
Objetivo: 
Neste capítulo vamos entender os fundamentos básicos do estudo dos mercados, 
sob o ponto de vista da teoria clássica, que é comumente utilizada como referência na 
literatura introdutória de Economia. Trata-se de um tema da microeconomia. 
 
Introdução: 
Um dos temas mais tradicionais da Economia é o estudo dos mercados. Podemos 
observar que existem inúmeros mercados e que todo mercado é caracterizado pela relação 
entre “demanda” e “oferta”. Nesta aula vamos estudar o que é demanda e oferta, como são 
representados graficamente, como os preços são formados e quais os principais tipos de 
mercados. 
 
Podemos citar como exemplos de mercados: o mercado de trabalho, os mercados 
de produtos e de serviços, mercado acionário, mercado automobilístico,mercado 
energético, mercado petrolífero, mercado agrícola, mercado virtual, mercado informal, entre 
outros. Veja que existem inúmeros mercados e que eles caracterizam o funcionamento de 
uma economia. Vamos entender melhor. 
 
2.1. Mercado 
Em muitas economias o mercado funciona baseado na relação entre a demanda e a 
oferta existente (mercados com concorrência). Desse encontro, trocas são realizadas e 
estas trocas são intermediadas por moedas, com base nos preços definidos neste mercado. 
Fazendo esta análise sob o ponto do “livre mercado” (no qual os preços são formados pela 
relação demanda e oferta), temos os seguintes conceitos a serem considerados: 
 
2.2. Demanda 
A demanda do mercado, também chamada de “procura”, é representada pela 
quantidade de bens ou serviços que os consumidores estão dispostos a comprar em um 
determinado período de tempo (consumidores ou compradores/demandantes). E os 
principais fatores que influenciam a decisão de compra do consumidor são: o preço do 
produto; o preço dos outros produtos; a renda do consumidor; e os gostos e costumes do 
consumidor. 
 
 
26 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Porém, para entendermos a Teoria do Mercado vamos estudar, isoladamente, a 
variável “preço” que é considerada a mais importante para o estudo dos mercados (esta é 
uma forma de análise considerando a hipótese chamada coeteris paribus, que significa 
isolar a variável analisada, supondo que as demais variáveis na economia se mantenham 
constantes). 
 
Com base nessas condições, a relação entre quantidade demandada e preço se faz 
da seguinte forma: 
 
Principais variáveis: QD = quantidade demandada do produto 
 p = preço do produto 
 
Então: QD = f (p), ou seja, quantidade demandada é uma função do preço (o preço 
é que determina a quantidade do produto demandado). 
 
Desta forma, do lado da demanda, definimos que a relação dessas variáveis é 
“inversa” (ou decrescente), pois quando aumenta o preço do produto, o consumidor tende 
a comprar menos. E quando o preço do produto diminui, o consumidor tende a comprar 
mais: 
 
p => QD 
 Relação entre as variáveis p e Q é inversa (decrescente). 
p => QD 
 
Este é o que entendemos como o comportamento típico dos consumidores no 
mercado (produtos com preços mais competitivos conseguem vender mais). 
 
A seguir apresentaremos uma representação gráfica da relação dessas variáveis. 
Note que no eixo x estão os valores das quantidades (QD); e no eixo y estão os valores do 
preço (p). Esta é a forma convencional de representar graficamente um mercado. Nesse 
modelo, os pontos que ligam as variações de preços e quantidades descrevem uma reta 
(mas também poderia ser representado por uma curva). 
 
 
27 Economia 
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2.2.1. Reta ou Curva da Demanda (do produto x) 
A partir da combinação de preços e quantidades descritas na tabela 3, os pontos A, 
B e C formam a demanda deste mercado (hipotético e simplificado, pois estamos 
considerando apenas as variáveis p e Q). 
 
Tabela 3 – Combinação de preços e quantidades do produto “x” 
Ponto p 
(preço) 
QD (quantidade 
demandada) 
A $ 12,00 55 
B $ 16,00 40 
C $ 18,00 30 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Observe na tabela a distribuição das combinações entre o preço e as quantidades 
do produto “x”. Note que a quantidade demandada diminui (passando de 55 para 30) 
quando o preço aumenta (de 12,00 para 18,00), refletindo o comportamento típico dos 
consumidores que tendem a consumir menos quando o produto fica mais caro (função 
indireta). 
 
Essas combinações são apresentadas no gráfico 4, no qual a reta da demanda 
assume uma forma decrescente (tanto do ponto A para C, quanto de C para A). Ou seja, 
estamos traduzindo o comportamento da demanda no mercado, na forma de um diagrama 
(considerando que exista um mínimo de concorrência no mercado). 
 
Gráfico 4 – Demanda do produto “x” 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
 
28 Economia 
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2.3. Oferta 
A oferta do mercado é representada pela quantidade de bens ou serviços que os 
produtores estão dispostos a oferecer em um determinado período de tempo (produtores, 
fabricantes, vendedores/ofertantes). E os principais fatores que influenciam a decisão dos 
ofertantes (produção e venda) são: o preço do produto (assim como para o demandante); 
o preço dos recursos de produção (custos); e as tecnologias disponíveis. 
 
Assim como no caso da demanda, para continuarmos o entendimento sobre a Teoria 
do Mercado vamos estudar, isoladamente, a variável “preço” que é considerada a mais 
importante para este estudo (mantendo a hipóteses coeteris paribus). Com base nessas 
condições, a relação entre quantidade ofertada e preço é feita da seguinte forma: 
 
Principais variáveis: QO = quantidade ofertada do produto 
 p = preço do produto 
 
Então: QO = f (p), ou seja, quantidade ofertada é uma função do preço (o preço é 
que determina a quantidade). 
 
Desta forma, do lado da oferta, definimos que a relação dessas variáveis é “direta” 
(ou crescente), pois quando aumenta o preço do produto, o ofertante tende a produzir e 
oferecer mais o produto valorizado no mercado (esperando aproveitar os preços maiores 
para obter mais lucros). E quando o preço do produto diminui, o ofertante tende a oferecer 
menos o produto no mercado (pois perde o interesse em operar com um produto que 
desvalorizou no mercado): 
 
p => QO 
 Relação entre as variáveis p e QO é direta (crescente). 
p => QO 
 
Ou seja, para quem oferta um produto no mercado, se o preço do produto aumentar, 
sua quantidade ofertada tenderá a aumentar. Por outro lado, se o preço do produto ofertado 
diminuir no mercado, a oferta tenderá a diminuir também (por isso é que chamamos de 
relação direta entre preço e quantidade). Esse é o comportamento típico do ofertante no 
mercado. 
 
 
29 Economia 
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A seguir apresentamos uma representação gráfica da relação dessas variáveis na 
oferta. Note que, assim como na demanda, no eixo x (abscissa) estão os valores das 
quantidades (QO); e no eixo y (coordenada) estão os valores do preço (p). 
2.3.1. Reta ou Curva da Oferta (do mesmo produto x) 
A partir da combinação de preços (a mesma descrita na demanda) e as quantidades 
descritas na tabela 4, os pontos A, B e C formam a oferta deste mesmo mercado (hipotético 
que estamos analisando). 
 
Tabela 4 – Combinação de preços e quantidades do produto x 
Ponto p 
(preço) 
QO (quantidade 
ofertada) 
A $ 12,00 30 
B $ 16,00 43 
C $ 18,00 56 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Observe na tabela 4 e no gráfico 5 que a quantidade ofertada aumentou (passando 
de 30 para 56) quando o preço aumentou (de 12,00 para 18,00), refletindo o comportamento 
típico dos ofertantes na forma de uma reta crescente (função direta). 
 
Gráfico 5 – Oferta do produto X 
 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
 
30 Economia 
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Lembre-se, os ofertantes tendem a produzir mais aquele produto que está 
valorizando no mercado, e deixam de produzir os produtos que perdem valor no mercado, 
o que é considerado o comportamento típico do ofertante. 
 
2.4. A Formação dos Preços 
Nos tópicos anteriores, fizemos uma introdução aos principais conceitos que definem 
a Teoria da Demanda e da Oferta, sob o ponto de vista da Economia Clássica, que 
reconhece os preços de mercado como um resultado das “forças” entre demanda e oferta 
que operam em condições de mercados concorrenciais (ou seja, quando os preços são 
formados pela relação entre de demanda e oferta). 
 
Do lado da demanda estão osconsumidores (compradores) que buscam comprar 
mais pagando menos (conforme sua renda, seus gostos e os preços dos outros produtos 
correlacionados), enquanto do lado da oferta estão as empresas (produtores e vendedores) 
que desejam vender mais a um preço maior, para maximizar seus lucros. 
 
Agora vamos analisar o gráfico do mercado que apresenta o preço e a quantidade 
de equilíbrio do mercado, a partir da interação entre demanda e oferta, no conjunto das 
retas decrescentes e crescentes da demanda e oferta. Conforme o exemplo dos gráficos 
da demanda e da oferta do produto “x” apresentados anteriormente, vamos agora sobrepor 
as duas retas no mesmo gráfico, mantendo as mesmas variações de preços e quantidades 
demandadas e ofertadas (acrescidas de mais algumas variações). Assim, na tabela 5 temos 
a descrição das seguintes condições: 
 
Tabela 5 – Equilíbrio de Mercado do produto “x” 
p 
(preço) 
QD 
(quantidade demandada) 
QO 
(quantidade ofertada) 
Condição do 
Mercado 
$ 19,00 20 70 Excedente (QD < QO) 
$ 18,00 30 56 Excedente (QD < QO) 
$ 16,00 40 43 Excedente (QD < QO) 
$ 15,00 42 42 Equilíbrio (QD = QO) 
$ 12,00 55 30 Escassez (QD > QO) 
$ 10,00 69 20 
Escassez (QD > 
QO) 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
 
31 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Note que a tabela 5 apresenta as variações do preço do produto “x” e as respectivas 
variações na quantidade da demanda e da oferta deste produto no mercado. Quando o 
preço do produto é $15,00 a QD=42 e a QO=42. Ou seja, a demanda e a oferta se igualam 
e por isso este ponto representa o chamado “equilíbrio do mercado”. 
 
Quando o preço do produto ficar abaixo $15,00 ocorre uma situação de desequilíbrio, 
no qual há “escassez no mercado”, pois a demanda acabará sendo maior que a oferta. 
 
Quando o preço ficar acima de $15,00 ocorre outra situação de desequilíbrio, porém 
contrária, pois haverá “excedente no mercado”, visto que a oferta acabará sendo maior 
que a demanda. 
 
Analisando o gráfico 6 (que nada mais é do que a transposição dos dados 
apresentados na tabela 5), é possível verificar que neste gráfico foram colocadas as retas 
apresentadas anteriormente, representando “a demanda e a oferta do produto x”, conforme 
as variações de preços e quantidades descritas. 
 
Gráfico 6 – Mercado do produto X 
 
Fonte: Adaptado de Rossetti (2003). 
 
Ao cruzar a demanda e a oferta no gráfico, identificamos um ponto em que ao preço 
$15,00 a quantidade da demanda e a quantidade da oferta se igualam em 42. Portanto, 
neste ponto encontramos o “ponto de equilíbrio” (QD = QO). 
 
 
32 Economia 
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Isto significa que ao preço $15,00 o mercado não tem escassez e nem excedente. É 
como se o mercado encontrasse seu equilíbrio, de modo que os interesses dos 
demandantes e ofertantes fossem atendidos. Entretanto, é importante ressaltar que este 
ponto de equilíbrio é hipotético e somente possível graficamente, pois no mundo real este 
equilíbrio pleno não existe. 
 
O que podemos encontrar é o mercado em condições de concorrência tendendo ao 
equilíbrio, afinal se os preços do produto aumentam muito com o aumento da demanda, a 
oferta será atraída e o produto será mais ofertado no mercado. Porém, no momento 
seguinte, a demanda tenderá a retrair em razão do aumento dos preços e com isso a oferta 
se tornará maior que a demanda, ocorrendo um excedente do produto no mercado. Isto 
acabará forçando os ofertantes a reduzir o preço do produto para escoar o excedente. 
 
Caindo os preços, aos poucos a demanda volta a aumentar gerando, num segundo 
momento, uma condição oposta, pois com mais demanda do que oferta será gerada 
escassez no mercado, e com isso, espontaneamente, os preços voltarão a aumentar. 
 
Pois bem, essas condições apresentadas refletem a formação dos preços em 
economias que incentivem a concorrência do mercado. Porém, como veremos 
posteriormente, a concorrência nem sempre é a condição mais presente nos mercados. 
Portanto, os preços na economia podem muitas vezes, serem formados pelas “leis de 
mercado”, mas também podem ser formados por outras condições, como: por meio das 
políticas de controle de preços por parte dos governos; ou então serem definidos por 
setores que detêm poder sobre o preço final do produto; ou até mesmo por outros fatores 
que também influenciam os preços, como os custos de produção (quando insumos 
importados se tornam mais caros, ou os salários dos funcionários aumentam, etc.). 
 
2.5. Elasticidade 
Após estudarmos como os preços são formados nos mercados concorrenciais 
(utilizados como referência para entendermos o comportamento das economias de 
mercado), vamos agora conhecer outro conceito importante que é a “Elasticidade”. 
 
Elasticidade pode ser entendida como uma medida que identifica a “sensibilidade” 
do consumidor em relação às variações de preços dos produtos no mercado. Ou seja, 
 
 
33 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
quando o consumidor aumenta seu consumo, ou o diminui, devido à variação do preço, 
qual será a proporção dessa variação do consumo? De que forma o consumidor reage 
quando o preço aumenta, ou diminui no mercado? 
 
Para respondermos a essas questões, devemos entender como é medida a 
“elasticidade da demanda”. Com ela podemos entender se o produto é essencial ou não 
para o consumidor.6 
2.5.1. Tipos de Elasticidade da Demanda 
Considerando o comportamento típico do consumidor, que tende a comprar mais 
quando os preços diminuem no mercado, e vice-versa, podemos medir a sensibilidade do 
consumidor em relação a essas variações de preços, utilizando o cálculo da elasticidade. 
 
Sendo assim, suponha, por exemplo, um consumidor “A” que compra 10 unidades 
do produto “x”, quando o preço desse produto é $5,00. Se o preço aumentar para $6,00 o 
que deverá acontecer com a demanda desse produto? Já sabemos que a demanda deverá 
diminuir, mas em que proporção? 
 
Vamos supor os seguintes dados: 
a) O consumidor “A” que compra 10 unidades do produto “x”, quando o preço é 
$5,00; 
b) Se o preço aumentar para $6,00 (ou seja, aumento de 20%), o consumidor passa 
a comprar 06 unidades (redução de 40% no consumo); 
c) A sensibilidade do consumidor “A” em relação ao aumento do preço do produto 
“x” pode ser considerada alta, pois a demanda reduziu numa proporção maior que 
a variação do preço (a demanda caiu 40% para uma variação do preço de 20%). 
 
Agora vamos pensar em outro exemplo, do consumidor “B” que compra 20 unidades 
do produto “y” ao preço de $10,00. Mas que o preço do produto aumentou para $15,00. 
Observe esses dados: 
 
6 Ressal tamos que ex is tem outros t ipos de e last ic idade, como a “Elast ic idade da Ofer ta” , a 
“Elast ic idade Renda” e a “Elast ic idade Cruzada”. Contudo, para os obje t i vos da d isc ip l ina, vamos 
somente estudar a “Elast ic idade da Dema nda”. Para quem deseja conhecer mais sobre o assunto, 
consul te a nossa Bib l io teca Vi r tua l , l iv ro “ In t rodução ao Estud o da Economia” de Monte i ro e Si lva 
(2014), Capí tu lo 3 , páginas 80 a 85. 
 
 
34 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a) O consumidor “B” que compra 20 unidades do produto “y”, quando o preço é 
$10,00; 
b) Quando o preço passou para $15,00 o consumidor reduziu o consumo para 18 
unidades; 
c) A sensibilidade do consumidor “b” em relação ao aumento do produto “y” pode ser 
considerada baixa, pois a demanda reduziu numa proporção menor que a 
variação do preço (a demanda caiu 10% para uma variação do preço de 50%). 
 
Notou como o comportamento do consumidor foi diferente para cada caso? Assim, 
a partir desses dados, vamos então conhecer o cálculo do coeficiente de elasticidade da 
demanda nesses mercados, a partir das seguintes fórmulas: 
 
Epd = 
𝚫%𝐐
𝚫%𝐩(Elasticidade-preço da demanda é igual à variação percentual da Quantidade 
Demandada do produto, sobre a variação percentual do Preço do produto). 
 
Ou também podemos utilizar a seguinte fórmula (quando as variações não estão na 
forma percentual): 
 
Epd = 
𝐐−𝐐𝐨
𝐐𝐨
𝐩−𝐩𝐨
𝐩𝐨
 
 
(Elasticidade-preço da demanda é igual à Quantidade final, menos a Quantidade 
inicial, sobre a Quantidade inicial. O resultado dessa fração sobre o resultado do preço final, 
menos o preço inicial, sobre o preço inicial - o “zero” sempre representa o valor inicial de 
uma variação). 
 
A partir desses cálculos, podemos classificar a elasticidade da seguinte forma: 
 
Se a Epd = 1, a elasticidade da demanda é classificada como “unitária”; 
Se a Epd > 1, a elasticidade da demanda é classificada como “elástica”; 
Se a Epd < 1, a elasticidade da demanda é classificada como “inelástica”. 
 
 
35 Economia 
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Vamos aplicar os dados dos exemplos apresentados, ao cálculo da elasticidade 
(utilizando a fórmula dos valores iniciais e valores finais). Assim teremos: 
 
Consumidor A => Epd(x) = 
𝟔−𝟏𝟎
𝟏𝟎
𝟔−𝟓
𝟓
 = 
−𝟒
𝟏𝟎
𝟏
𝟓
 = 
−𝟎,𝟒
 𝟎,𝟐
 = -2 = |-2| = 2 (elástica) 
 
Consumidor B => Epd(y) = 
𝟏𝟖−𝟐𝟎
𝟐𝟎
𝟏𝟓−𝟏𝟎
𝟏𝟎
 = 
−𝟐
𝟐𝟎
𝟓
𝟏𝟎
 = 
−𝟎,𝟏
 𝟎,𝟓
 = -0,2 = |-0,2| = 0,2 (inelástica) 
 
Observe que sempre a elasticidade da demanda chega a um resultado negativo 
(devido à relação inversa entre preço e quantidade), por isso, vamos utilizar o valor final em 
módulo (entre as barras), e consideraremos somente o valor absoluto, sem o sinal negativo. 
 
Chegamos então aos seguintes resultados: 
a) A demanda do produto “x” é elástica, pois com o aumento de 20% no preço do 
produto, a demanda reduziu 40%, demonstrando que a sensibilidade do 
consumidor é alta, pois deve-se tratar de um produto “menos essencial”, que tem 
outros substitutos (quando a demanda é elástica, um aumento no preço do 
produto gera uma retração expressiva do consumo, por exemplo: se aumentar 
muito o preço da carne de primeira (carnes nobres), o consumidor poderá 
substituir esse produto por outros mais baratos, como o frango, a linguiça, entre 
outros);7 
b) A demanda do produto “y” é inelástica, pois mesmo com um aumento de 50% no 
preço do produto, a demanda somente caiu 10%, demonstrando que a 
sensibilidade desse consumidor é baixa, pois deve-se trará de um produto 
essencial, com baixos substitutos. Como por exemplo: combustíveis, remédios, 
energia, transporte, arroz, feijão, café, etc. Ou seja, produtos inelásticos são 
aqueles que mesmo com aumento de preços, o consumidor não consegue deixar 
de consumir (poderá consumir menos, mas como é um produto essencial, não 
deixa de consumi-lo); 
 
7 P rodutos e lás t i cos são produtos que tem out ros subs t i tu tos , ou s ão produtos mais supér f l uos . Pode ser 
dado como exemplos de p rodutos e lás t i cos : f i l é mignon, beb idas impor tadas , p rod utos de deco ração, ent re 
out ros produtos menos essenc ia is (os consumidores são mais sens íve is às var iações de preços desses 
t ipos de p rodut os ) . 
 
 
36 Economia 
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c) Se a elasticidade da demanda for unitária, significa que a variação do preço do 
produto gerou a mesma proporção de variação no consumo (por exemplo, o preço 
do produto teve um aumento de 10% e a demanda reduziu em 10% também). 
Nesse caso, ao se dividir essas variações, chegaremos ao coeficiente 1.8 
 
Ao conhecer bem o comportamento do consumidor, o lojista (produto, fabricante ou 
vendedor), poderá estabelecer estratégias quanto aos preços dos seus produtos. Veja outro 
exemplo interessante: 
• Dependendo da época do ano, produtos se tornam mais ou menos essenciais; o 
que afetará a sensibilidade do consumidor em relação à variação do preço; 
• Datas comemorativas como Natal, Páscoa, Finados, Dia das Crianças, entre 
outras datas especiais, tornam o consumidor menos sensível ao aumento do 
preço (note que os preços de certos produtos tendem a aumentar nessas épocas, 
pois o lojista sabe que o consumidor fica mais propenso a consumir o produto que 
está relacionado à data, como panetone, ovo de chocolate, brinquedos, presentes, 
flores, bacalhau, etc.); 
• Quando o turista viaja de férias para certas regiões, ele estará menos sensível a 
preços mais caros, pois para esse tipo de consumidor, certos produtos serão 
essenciais, como alimentos, bebidas, transporte, etc. 
 
Esses são alguns exemplos para ilustrar o conceito de Elasticidade da Demanda. Ao 
longo do curso faremos exercícios de fixação para melhorar o entendimento desses 
conceitos. 
 
Vamos agora, no próximo tópico, estudar as principais formas de estruturas 
mercadológicas. 
 
2.6. Estruturas mercadológicas 
Nos tópicos anteriores, vimos que os mecanismos de mercados funcionam com base 
nas variações de preços dos produtos e na relação entre demanda e oferta. Agora, vamos 
 
8 Exemplos de produtos de demanda uni tár ia são bem menos comuns que os ine lást icos e 
e lást icos. Podemos entender que a demanda uni tár ia re f le te um consumidor que responde sua 
demanda na mesma proporção à var iação do preço do produto, se ja para mais ou para menos. 
Nesse caso, não temos como c i tar um exemplo especí f ico, somente em casos de estudos 
acadêmicos especí f icos sobre determinados produtos. 
 
 
37 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
conhecer os principais tipos de mercados com base na sua estrutura e funcionamento. A 
partir dessa análise podemos reconhecer os mercados do tipo concorrencial, monopolista 
e intermediário. 
 
Para identificarmos qual é o tipo do mercado analisado é necessário considerar os 
seguintes elementos: número de empresas (agentes) que compõem esse mercado; 
características do produto; e se existem ou não barreiras à entrada de concorrentes. 
 
Em relação ao número de empresas que atuam no mercado, podemos 
classificar os mercados como: 
a) Atomizados: representados por situações em que muitos agentes operam no 
mercado (muitos ofertantes e muitos demandantes), de modo que as decisões de 
cada um dos agentes não são percebidas pelos outros (despersonalizadas). Isso 
acontece em mercados com concorrências, ou seja, quanto maior a concorrência, 
mais atomizado é este mercado; 
b) Não atomizados: representado por situações em que poucos agentes operam no 
mercado (concentração de mercado), e neste caso, alterações comportamentais 
de qualquer um dos agentes são captadas pelos demais. Isso é percebido em 
mercado com baixo nível de concorrência. 
 
Quanto ao tipo de produto (ou serviço), podemos classificar os mercados 
como: 
a) Puros: quando no mercado o produto negociado é homogêneo. Ou seja, os 
produtos finais (bens e serviços) e os recursos de produção presentes nas 
transações são idênticos, por isso observa-se uma padronização no mercado, o 
que permite que estes produtos sejam substitutos entre si; 
b) Imperfeitos: neste caso os produtos e recursos negociados não são homogêneos, 
pois existe diferenciação entre eles (na origem dos bens e serviços, na 
comercialização, nos processos, na qualidade), o que diminui a substituição entre 
eles. 
 
Em relação às barreiras no mercado: 
No mercado as informações sobre sua estrutura e funcionamento (preços, 
fornecedores, tecnologias de produção, legislação, pessoal etc.) são valiosas para quem 
as detêm e controla, por isso, quanto menor for o número de agentes envolvidos neste 
 
 
38 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
mercado mais a informação será concentrada e controlada. Por outro lado, quanto mais 
agentes participam do mercado, mais essas informações serão distribuídas 
(“pulverizadas”), o que permitirá reduzir o “controle sobre asinformações” facilitando a 
entrada de outros agentes neste mercado. Por isso quanto maior a concorrência, menor 
serão as barreiras à entrada de novos concorrentes. 
 
Bom, depois de conhecer quais os elementos que determinam uma estrutura 
mercadológica, vamos para os tipos de mercado: 
2.6.1. Concorrência “pura” e “perfeita” 
Suas principais características são: 
a) Livre mobilidade dos agentes; 
b) Os produtos são homogêneos; 
c) Transparência de informação (informação perfeita e completa); 
d) Preços determinados pelo próprio mercado. 
 
Teoricamente, no mercado de concorrência “pura e perfeita”, existem muitos 
ofertantes e muitos demandantes, facilitando a mobilidade dos agentes, ou seja, os 
concorrentes entram e saem deste mercado sem encontrar barreiras às novas entradas. 
Por isso também as informações sobre o mercado são de fácil acesso. O produto negociado 
é homogêneo (todos os ofertantes produzem e vendem o mesmo produto). E os preços dos 
produtos são formados pela “relação demanda e oferta”, ou seja, o ofertante tem baixo 
poder de definir e impor o preço ao demandante (consumidores/compradores). 
 
A rigor, a concorrência pura e perfeita é uma estrutura de mercado utópica, pois na 
prática os mercados são mais imperfeitos do que perfeitos (mais situações de mercado com 
poucos agentes, produtos não homogêneos e barreiras à entrada de concorrentes). Por 
essa razão é mais comum tratarmos os mercados como concorrenciais (com mais 
concorrência ou menos concorrência). 
 
De qualquer modo é importante ressaltar que a concorrência é vista como algo 
positivo para o mercado, pois permite que os ofertantes busquem melhorias para 
manterem-se no mercado competitivo, promovendo avanços e inovações que geram 
ganhos de produtividade e melhores preços, com isso os demandantes também podem 
 
 
39 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
buscar alternativas de compra e seu “poder de barganhar” fica mais equilibrado com o 
“poder do ofertante”. 
 
Os exemplos que mais se aproximam da concorrência são os mercados agrícolas. 
Neles é mais comum observarmos um grande número de produtores de um produto 
homogêneo como, por exemplo, o arroz, feijão, legumes, café etc. Neste caso, o produtor 
não é capaz de conhecer com quem concorre diretamente e sua oferta dependerá do 
resultado da colheita do período, com isso o preço que será praticado dependerá do próprio 
mercado, logo, serão comuns as variações de preços. 
 
Se tiver mais oferta em relação à demanda do produto no mercado, o preço tenderá 
a cair; e se a oferta do produto diminuir em relação à demanda o preço tenderá a subir no 
mercado. 
2.6.2. Monopólio 
O monopólio é uma estrutura de mercado oposta à concorrência. Suas principais 
características são: 
a) Um único ofertante para muitos demandantes; 
b) Os produtos não têm substitutos; 
c) Baixa transparência de informação (informação concentrada e alta barreira à 
entrada de concorrentes); 
d) Preços determinados pelo próprio ofertante (alto “pode econômico”). 
 
Trata-se de um mercado que é mais percebido em termos locais ou regionais, pois 
dificilmente existirá um único produtor, fornecedor ou vendedor de um produto em todo o 
mercado. Porém, em uma cidade, região ou país é possível identificar situações em que, 
somente uma empresa (loja ou vendedor), oferta certo bem ou serviço naquela área. 
 
Observações importantes: 
Diferentemente da concorrência, o monopólio é considerado negativo para o 
mercado como um todo, pois o alto poder econômico do monopolista acaba gerando uma 
“acomodação” no mercado, pois sem concorrência o ofertante pode impor preços maiores 
ou então, repassar aumento de custos ao preço final sem considerar melhorias na 
produtividade. O que não é visto como algo benéfico aos consumidores. 
 
 
 
40 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Entretanto, existem mercados que não permitem a existência de muitos ofertantes, 
em razão de sua complexidade e dos níveis de investimentos. Por exemplo, no Brasil, os 
monopólios estatais acabaram surgindo em condições que somente o Estado é que poderia 
assumir os investimentos daquele setor, pois não existia empresariado nacional capaz 
disso. Em setores energéticos, de indústrias pesadas e de infraestrutura isso é mais 
comum. 
 
Diante dos mercados monopolistas difundiu-se o conceito de que o Estado deve 
defender a concorrência, estabelecendo condições que limitem o poder econômico do 
monopólio (por exemplo, por meio de tributação) e controle dos mercados que tendem à 
concentração, como o caso das fusões e aquisições entre empresas. Este assunto será 
apresentado no tópico seguinte. 
 
Como exemplo, podemos citar os monopólios locais de empresas de transporte, 
energia, água. E o caso dos monopólios estatais na época em que o Estado controlava 
setores como siderurgia, telefonia, petróleo etc. Nos dias atuais, diminuíram muito os casos 
de monopólios (depois da queda dos monopólios legais e o processo de privatizações) e 
tornou-se mais comum as estruturas de mercado do tipo “oligopólio”, como veremos a 
seguir. 
2.6.3. Oligopólio 
O oligopólio é uma estrutura de mercado intermediária, no qual existem poucos 
ofertantes para muitos demandantes (extensão do monopólio). 
 
Por terem poucos concorrentes, no oligopólio, as empresas sabem com quem 
concorrem e por isso a “rivalidade” entre elas é maior. Com essa proximidade surge a 
chamada “interdependência mútua” e a “incerteza” no mercado, pois o que cada um faz 
pode afetar diretamente o outro, criando um clima de competição. 
 
Por isso, nos oligopólios existe a vantagem dos preços serem mais competitivos e 
os avanços tecnológicos promoverem melhores produtos no mercado. Por outro lado, a 
desvantagem do oligopólio é que também é comum as empresas praticarem conluios 
(acordos) com o objetivo de diminuir a concorrência e aumentar seu poder de definir preços 
e tirar vantagens dessa concentração de mercado. Tal prática é conhecida como “cartel” e 
é proibida no mercado, sendo penalizada quando caracterizada. 
 
 
41 Economia 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Outra prática comum nos oligopólios é a compra entre as empresas por meio de 
fusões e aquisições. Estas não são proibidas, porém, são controladas por meio de órgãos 
de defesa da concorrência. No Brasil é o Conselho de Defesa Econômica (CADE) que 
desempenha essa função. Trata-se de uma autarquia federal vinculada ao Ministério da 
Justiça que por meio dos seus conselheiros e presidente fiscalizam os processos de fusões, 
aquisições, as denúncias de cartel entre outros. 
 
Os exemplos mais comuns de oligopólios são: os mercados de automóveis, telefonia, 
tecnologia, siderurgia, televisão, bancos, hipermercados, bebidas entre outros. 
2.6.4. Concorrência Monopolística 
Combinando aspectos da concorrência e do monopólio trata-se de uma estrutura de 
mercado atomizada (muitos concorrentes), com produtos não homogêneos (diferenciação), 
mas substitutos próximos. Nesta estrutura também existe a fácil mobilidade dos agentes e 
baixas barreiras à entrada de concorrentes. 
 
Os exemplos mais comuns de concorrência monopolística estão nos setores de 
confecção, alimentação e também nos modelos de franquias. São eles: pizzarias, 
lanchonetes, restaurantes, roupas em que marcas fortes garantem preços maiores mesmo 
em um mercado que existem vários concorrentes. Em razão da diferenciação do produto, 
o consumidor torna-se disposto a pagar mais, mesmo tendo outras opções de compra do 
produto. 
 
Veja o caso das lanchonetes e pizzarias, existem várias no mercado, porém algumas 
redes conseguem com sua marca cobrar mais caro por seu produto. Por isso que este tipo 
de mercado é chamado de “concorrência monopolística” (muitos ofertantes, mas alguns 
com o poder de definir preços). 
 
 
 
42 Economia 
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