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LEOPOLD VON RANKE - o pai da História Positivista

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1. LEOPOLD VON RANKE - o pai da História Positivista
por André Wagner Rodrigues
Esse historiador alemão, “pode ser considerado um dos fundadores da história científica na Alemanha e um dos fundadores do cientificismo” (BURGUIÉRE, 1993, p. 645). Ranke exerceu um papel importante na configuração dos aportes teóricos que possibilitaram fornecer um caráter científico à História. O historicismo[1] ou História Narrativa é o nome dado à Teoria que pretende apresentar “os fatos históricos tal qual realmente se passaram” (wie es eigentlich gewesen) (RANKE apudLÖWY, 2007, p. 68), sua metodologia (o positivismo) tem como princípio a objetividade e neutralidade por parte dos historiadores ao “reviver” a História. Os fundamentos teóricos de Ranke estruturavam-se:
[...] nos pressupostos da singularidade dos acontecimentos históricos. Cada fato histórico é único e sem possibilidade de repetição, devendo a reconstrução de um passado ter como base a objetividade, para ser “história verdadeira”. (BITTENCOURT, 2004, p. 140)
           
            A objetividade e neutralidade diante do fato histórico exigiam dos historiadores, um compromisso metódico diante dos documentos, comportavam-se como verdadeiros “arquivistas”, isto é, obedientes ao rigor teórico e metodológico do historicismo, praticamente eram obrigados a narrarem o passado histórico sem acréscimo de juízo ou interpretação do acontecimento. Porém, essa tendência historiográfica representou um salto qualitativo diante do passado enciclopédico e racionalista dos filósofos iluministas que mais se aproximavam dos historiadores românticos. O historicismo:
[...] apesar de suas ilusões passadistas e de sua visão idílica do Antigo Regime, constitui um passo importante, essencial até, para a compreensão da historicidade dos fatos sociais e para o desenvolvimento da ciência histórica moderna. (LÖWY, 2007, p. 67)
            O historicismo de Ranke promovia a reprodução única e “verdadeira” de resgatar o passado histórico. O historiador, para Ranke, deveria ser objeto no momento da produção, isto é, para recuperar os dados únicos e irreproduzíveis dos atos humanos, deveria deixar suas “paixões” e “interpretações” longe de suas análises, se apoiando somente na “narração” dos documentos oficiais, na medida em que:
[...] dando preferência aos documentos que abrem um acesso imediato à compreensão das intenções e dos motivos dos atores da história (memórias, diários, relatórios, relatos, testemunhos, etc.), ele define a história como uma disciplina heurística e lhe atribui como finalidade primeira a busca da objetividade: o historiador não deve ter outra ambição senão “retraçar a maneira pela qual o passado se desenrolou” (RANKE apud BURGUIÉRE, 1993, p. 645)
            A “objetividade e imparcialidade” do historiador na reprodução do passado histórico e o valor do “documento oficial” para a produção da “história verdadeira” representam, de fato, as maiores contribuições de Ranke para a ciência positivista. Entretanto, a importância dos acontecimentos históricos eram realizados pelos grandes líderes nacionais: chefes de Estado, Reis, Príncipes, etc. Estes configuram o “motor” das transformações e do progresso da História. Esse método de “fazer História”[2] cabe lembrar, representou para a História escolar o modelo de ensino para gerações de estudantes e, pode-se afirmar, ainda é fundamento para a elaboração de livros didáticos; para a preparação de aulas pela quantidade de dados (precedentes, acontecimento, cronologia, etc.) e facilidade de exposição; nos currículos escolares, etc.
A narrativa ou historicismo, apesar de duramente criticado na academia, por “esquecer” ou não priorizar as contradições e lutas sociais (fundamento dos historiadores marxistas) ou a análise das mentalidades coletivas (dos annales), ainda assim, representa uma evolução de técnicas e aportes teóricos que oficializaram a História científica no século XIX. Ranke, com certeza, foi o grande “arquiteto” dessa ciência.
[1] As idéias essenciais do historicismo podem ser resumidas nas seguintes proposições: 1. Todo fenômeno cultural, social ou político é histórico e não pode ser compreendido senão através de e na sua historicidade. 2. Existem diferenças fundamentais entre os fatos naturais e os fatos históricos e, conseqüentemente, entre as ciências que os estudam. 3. Não somente o objeto da pesquisa está imerso no fluxo da história, mas também o sujeito o próprio pesquisador, sua perspectiva, seu método, seu ponto de vista. (LÖWY, 2007, p. 65-66)
[2] Segundo a historiadora Circe Bittencourt: A reconstituição do passado da nação por intermédio de grandes personagens serviu como fundamento para a História escolar, privilegiando-se estudos das ações políticas, militares e das guerras, e a forma natural de apresentar a história da nação era por intermédio de uma narrativa. (Vide estudos no livro: “Ensino de História: fundamentos e métodos” p. 140-144)

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