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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DORIVAL SESSO JUNIOR O MÉTODO SITUACIONAL E O MINIVOLEIBOL COMO ALTERNATIVA PARA O ENSINO DO VOLEIBOL CASCAVEL - PR 2012 DORIVAL SESSO JUNIOR O MÉTODO SITUACIONAL E O MINIVOLEIBOL COMO ALTERNATIVA PARA O ENSINO DO VOLEIBOL Artigo apresentado do Programa de Desenvolvimento Educacional, como resultado final. CASCAVEL - PR 2012 O Método Situacional e o Minivoleibol como alternativa para o ensino do Voleibol Dorival Sesso Junior 1 José Carlos Mendes 2 RESUMO: objetivando aplicar uma proposta pedagógica alicerçada na ótica do Método Situacional como alternativa no ensino do Voleibol nas aulas que Educação Física, onde tem como característica marcante no conteúdo estruturante esporte, a rejeição dos alunos que apresentam pouca aptidão para a prática formal das modalidades esportivas e consequentemente nestas aulas, onde tornam-se restritas para poucos privilegiados. A implantação de uma metodologia pedagógica no ensino do esporte Voleibol, utilizando-se do Método Situacional e o Minivoleibol, ocorreu no Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis, com alunos do 6º ano das séries finais do ensino fundamental. A Unidade Didática foi iniciada através da análise dos alunos sobre o conhecimento em relação à modalidade de Voleibol, na sequência foram estruturadas 6 aulas, onde o primeiro momento da aula foi executado com atividade desenvolvido a análise antecipada (ambiental) e análise situacional (tomada de decisão), o segundo momento o trabalho da técnica e tática no Minivoleibol e o terceiro o jogo de Minivoleibol. A atividade proposta revelou-se muito boa, tendo em vista que promoveu a participação, principalmente como atividade mista. Ainda ressalta que as dificuldades encontradas foi o tempo de execução, o número de alunos e a falta de material, fazendo com que o professor pudesse agir com criatividade e improviso, mesmo assim aperfeiçoando as atividades propostas e atendendo aos objetivos traçados. Palavras chave: voleibol, minivoleibol, análise antecipada, Método Situacional. 1 INTRODUÇÃO Na expectativa de uma estruturação mais adequada para o ensino do esporte no âmbito escolar, especificamente o Voleibol nas aulas de Educação Física, a partir das discussões sobre a prática do esporte escolar se é válido ou não, procurou-se implementar uma metodologia de ensino que possa substituir a visão exacerbada, pautada na mera execução de gestos técnicos estereotipados, que dificulta a compreensão do esporte como meio educacional e sua prática isonômica no âmbito escolar. 1 Professor PDE, formado em Educação Física, atua no Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis – Ensino Fundamental e Médio no Município de Cascavel – PR, NRE de Cascavel, 2012. 2 Professor do curso de Educação Física, Unioeste - Campus de Marechal Candido Rondon. 2012. Neste sentido, a utilização do esporte como ferramenta da educação, deveria ser capaz de fomentar o ensino do não só da modalidade de Voleibol, mas sim as demais modalidades esportivas por meio de atividades que auxiliem os alunos a assimilar os conteúdos propostos de forma significativa e agradável. A procura pela diversidade de métodos de ensino do Voleibol, assim como no processo de ensino das outras modalidades esportivas, deveria ser uma preocupação constante dos professores, tendo em vista que o ensino do esporte nos estabelecimentos educacionais, muitas vezes, surge como tentativa de transmitir conhecimento baseado nas perspectivas do esporte de alto rendimento (GRECO, 1998). Para Campos (2006), este processo, muitas vezes, não respeita fatores relacionados com a idade, estrutura muscular, maturidade corporal e até a evolução psicológica, ficando num plano secundário nas situações de ensino. Além disso, o autor ressaltou que a prática tornou-se excludente e refém das execuções perfeitas dos movimentos básicos, consagrando a aptidão física técnica dos mais aptos momentaneamente, alicerçados no aprendizado e no aperfeiçoamento do tributo nato, com uma exigência além do necessário para uma assimilação dos conteúdos da prática esportiva. Em contrapartida, Kunz (2004) afirmou que a prática esportiva não deveria ser mudada em relação a sua cobrança rigorosa ou mais ou menos rigorosa da realização dos gestos esportivos, mas sim quanto à elaboração de sentidos e significados da prática do esporte, priorizando o aluno, sendo este o centro do ensino e não a modalidade. A prática do esporte voltada para o aluno deveria oportunizar a aquisição do conhecimento sobre a modalidade esportiva praticada, como também estimular uma prática cotidiana capaz de manter hábitos saudáveis voltados para a realização de atividade física, e alcançando um dos objetivos principal da educação que é educar para viver em sociedade. Na expectativa de obtenção de êxito na prática de ensino do esporte escolar buscaram-se alternativas metodológicas que possam auxiliar e enriquecer o processo de ensino de Voleibol na escola. As investigações sobre métodos adequados para o ensino de esporte na escola passou por vários momentos desde a escola tradicional, buscando atualmente mudanças que possam superar os aspectos tradicionais de ensino deste conteúdo. A escola é um espaço privilegiado para desenvolver na criança a prática esportiva, podendo ser iniciada em idades mais tenras, como por exemplo, por volta dos 10 anos de idade, no entanto, não é suficientemente eficaz iniciar cedo este processo, mas sim, sistematizar uma sequência lógica de conteúdos pertinentes às modalidades esportivas. Neste ambiente, o processo de ensino da modalidade Voleibol deveria propor formas adequadas à faixa etária e a aptidão motora momentânea dos alunos, facilitando o aprendizado. Além disso, as atividades propostas deveriam criar situações-problemas e promover o ensino aprendizagem adequadas à capacidade do aluno, com atividade esportiva prazerosa e alegre (GRECO, 1998). Uma característica marcante nas aulas de Educação Física em relação ao conteúdo estruturante esporte seria a rejeição dos alunos que tem pouca aptidão para a prática formal das modalidades esportivas, consequentemente, as aulas educação física tornam-se restritas para poucos privilegiados. O esporte Voleibol tem como regra a permanência da bola no ar para o jogo ocorrer, e isto naturalmente se torna uma dificuldade para o aluno que apresenta habilidade insuficiente nas aulas de educação física. Assim, a implementação de formas metodológicas alternativas para o processo de ensino desta modalidade tornou-se uma necessidade crucial para proporcionar uma prática que possa estimular uma maior à participação sem exclusão. Nesta perspectiva, aplicou-se uma proposta pedagógica alicerçada na ótica do Método Situacional como alternativa no ensino do Voleibol nas aulas de Educação Física para os alunos das séries finais do ensino fundamental do Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis no município de Cascavel. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 O Ensino do Voleibol na Escola Para Ganfield e Reis (1998), a explosão do Voleibol Brasileiro no cenário mundial em diversas categorias, culminou no interesse maciço pela prática por todas as crianças e adultos atletas ou não. No entanto, Greco (1998) alertou que o aprendizado deve ser analisado criticamente na escola, tendo em vista que este “fenômeno” esportivo pode ocasionar um interesse generalizado no ambiente escolar.O esporte sofreu várias transformações ao longo do tempo, e assim tornou- se uma identidade muito forte na sociedade, mas com vínculo no esporte competitivo, consequentemente, no âmbito escolar esta prática, muitas vezes, sofreu fortes críticas tornando-se uma atividade negligenciada em alguns parâmetros neste ambiente. (LIBÂNEO, 2001) Greco (1998) afirmou que na busca por um espaço para a prática do esporte dentro da escola não deve ser esquecida pelos profissionais da área, a medida que o esporte é elemento de transformação social e que proporciona a melhor qualidade de vida a quem pratica. Neste sentido, Kunz (2004) alertou que para questionar e interpretar o esporte nas suas relações com o social verifica-se uma ligação direta com o desenvolvimento do jovem Em contrapartida, Campos (2006) afirmou que o ensino do voleibol, muitas vezes, está relacionado à vivência do profissional com a modalidade, ex-atleta ou treinador, consequentemente, o processo se transforma em uma solicitação constante de uma reprodução de movimento específicos da modalidade e não um estudo e planejamento de estratégias mais adequadas de ensino para as diversas faixas etárias. Bracht (2000) ressaltou idéia de que a prática da modalidade voleibol, assim como as outras, para ser educativa deveria esclarecer que a prática do esporte não consiste exclusivamente para uma prática competitiva, mas sim uma prática capaz de estimular a construção dos valores sociais-esportivos. Nesta perspectiva, o voleibol, segundo Ganfield e Reis (1998), é um jogo capaz de atrair uma quantidade significativa de indivíduos, independente da faixa etária, capaz de tornar-se uma prática permanente, rica de prazer para aqueles que tenham sensibilidade para entender que jogar é da natureza do homem, que todos são capazes de se movimentar. No âmbito escolar sua prática deve estar alicerçada na transmissão de um corpo de conhecimentos teórico-prático da modalidade capaz de instruir que a cultura corporal é uma linguagem da sociedade e que a transmissão deste conhecimento fará com que o aluno descubra como gostar do esporte sem excluir- se das atividades. (PARANÁ, 2009) 2.2 O Ensino do Voleibol a partir do Método Situacional e Minivoleibol Pimentel (1999) relatou que os primeiros contatos e experiências com a prática do Minivoleibol ocorreram em um simpósio em 1975 na cidade de Ronneby Suécia, como uma alternativa adequada para as aulas de educação física, segundo o autor, o professor Jorgen Hylander na expectativa de simplificar todo aparato dispensado para a prática nas aulas de Educação Física e tornar, mas eficaz a sua prática. Nesta perspectiva, a prática do minivoleibol seria uma meio eficaz para condicionar o corpo para o dia a dia em um ambiente, em que os alunos vivenciariam diversas tarefas que superassem a mera repetição, como acotenciam nas aulas de ginástica. No Brasil, Pimentel (1999) afirmou que a prática do Minivoleibol, inicialmente, foi pouco difundida e que o atual treinador da seleção brasileira adulta masculina, Bernardo Rezende (Bernardinho), quando implantou o projeto Rexona no ano de 1997, atual projeto Esporte Cidadão Unilever, no estado do Paraná começou a valorizar esta metodologia no processo de iniciação da modalidade. A aplicação da metodologia alcançou tal sucesso que o projeto Unilever, atualmente é desenvolvido nas escolas estaduais de 19 cidades do Paraná, 24 em São Paulo e 2 no Rio de Janeiro, espalhou-se rapidamente pelo o Brasil, referência de vários estudos, tornou-se um programa de referência em iniciação esportiva no Voleibol. A dinâmica da prática do Minivoleibol consiste na adequação de regras, como por exemplo, a redução do tamanho da quadra, número de jogadores, entre outras. No entanto, a característica marcante desta prática seriam os ajustes na dinâmica do jogo propriamente dito, em que a redução da quadra permite a criança jogar com uma sua estruturação de jogo mais simples, consequentemente a execução dos fundamentos, em virtude da utilização de bola apropriada a sua idade, torna-se facilitada em função das dimensões. Neste sentido, percebe-se que na prática do Minivoleibol tornar-se-ia possível o desenvolvimento dos elementos técnicos da modalidade de voleibol em conjunto com a capacidade tática dos iniciantes, ou seja, a prática em jogos reduzidos permite as crianças exercitar as respostas, elementos técnicos em situações análogas ao jogo formal, além de estimular a autonomia e criatividade em suas ações e decisões. A prática por meio exclusivo do jogo, mesmo que reduzido, muitas vezes pode se tornar uma prática excludente, tendo em vista que no universo da escola as crianças possuem uma cultura corporal de movimentos que as acompanham ao longo da vida, assim algumas podem, momentaneamente, estar mais aptas para a prática, consequentemente, ocorreria a exclusão ou participação incipiente dos menos aptos. Neste sentido, Greco (1998) na concepção do Método Situacional, propôs que o jogo possa ser simplificado por meio de atividades em que a exercitação ocorra em estruturas funcionais, ou seja, em unidades mais reduzidas do jogo formal, mas que mantenha dinâmica similar, possibilitando aos alunos de modo geral uma prática adequada ás suas características momentâneas de desenvolvimento. Além disso, o autor ao citar Graça e Oliveira (1998) e Greco e Benda (1998) afirmou que estas propostas de ensino e aprendizagem são fundamentais e também defendem a importância do aprendizado dos jogos esportivos coletivos serem oportunizados através de situações de jogo, o que se denomina de método situacional. O método situacional, segundo Greco (1998), se compõe de jogadas básicas extraídas de situações padrões de jogo, estas situações podem, às vezes, não envolve a ideia total do jogo, porém elas têm o elemento central do mesmo, incorporando o desenvolvimento paralelo de processos cognitivos essenciais à compreensão das regras (táticas) do jogo. Segundo Garganta (1998), as estratégias mais adequadas para o ensino destes jogos, seria estimular o interesse do praticante, recorrendo-se então a formas jogadas motivantes, o que implica em situações problema contendo as características fundamentais do jogo e de forma mais acessível, isto é, regras menos complexas, menor número de jogadores e espaço reduzido, permitindo a continuidade das ações e elevadas chances de concretização. Neste sentido, Greco (1998, p.25) afirmou que: “a sistematização do voleibol tem suas divisões, para tanto, os mesmos foram divididos por fundamento nos quais são analisados quanto a “o que percebe” (estímulos e sinais relevantes que o atleta deve identificar) e à “tomada de decisão” (baseada nos sinais relevantes percebidos, caracteriza-se pela escolha mais adequada à situação que o atleta deve fazer)”. Os sinais de análise antecipada (chamada de Ambiental), que é caracterizada pelos sinais que o jogador deve perceber antes da execução do fundamento; os sinais de análise (chamada de situacional), que são percebidos após a execução do fundamento que antecede a ação a ser realizada”. A transmissão do conhecimento que a utilização das atividades pertinentes ao Método Situacional permitiria um aumento gradual de complexidade nas diversas idades contemplando e realidade em sala de aula e idade cronológica do aluno, tendo em vista que o Método Situacional se difere dos outros métodos devidoàs características, diferenciação no modo de estruturação de sua prática, normas, regras e objetivos. As atividades estruturadas na ótica do Método Situacional sugerem sequências que respeitam a idade e outros fatores para que haja aprendizado no esporte, oportunizando aos alunos a reflexão sobre a tarefa realizada com sua utilização no jogo formal, permitindo ao professor adequar e apresentar as regras do regulamento do jogo e as regras táticas desde o início do processo, favorecendo o entendimento contextualizado do jogo final durante todo o processo. 2.1 A intervenção e seus resultados O projeto de intervenção pedagógica ocorreu a partir da elaboração de uma Unidade Didática de ensino do voleibol por meio de atividades pertinentes ao Método Situacional e da prática do Minivoleibol aplicada no Colégio Estadual Horácio Ribeiro dos Reis - Ensino Fundamental e Médio na cidade de Cascavel. A intervenção pedagógica ocorreu no segundo semestre do ano de 2011, envolvendo num primeiro momento a direção, equipe pedagógica e professores na apresentação do projeto durante a Semana Pedagógica, devidamente programada no calendário escolar. Neste momento foi feito uma breve exposição do projeto comentando sobre a importância de uma metodologia alternativa, dinâmica, motivadora e contextualizada no ensino e aprendizagem do Voleibol, deixando claro que a atividade viria favorecer o aprendizado dos alunos da 6º Ano das séries finais do ensino fundamental. Para a apresentação do projeto aos alunos, foi utilizada uma sala de aula e a apresentação por meio da TV pen drive, em que foram visualizados vídeos sobre o uso da técnica minivoleibol, tendo como objetivo principal apresentar de forma prática o uso desta destas ações no jogo. Neste momento observou-se que os alunos não demonstraram um bom entendimento para o que estava sendo programado, mas deixaram claro que iriam participar, tendo em vista que afirmaram gostar muito de atividades de esporte, prestando atenção no que seria apresentado a eles. Após apresentação do projeto a toda comunidade escolar, os alunos puderam perceber as mudanças ocorridas na quadra de esportes do Colégio Estadual Ribeiro dos Reis, em que foram adaptados redes e espaço da quadra e ainda confeccionado alguns materiais com a ajuda da equipe pedagógica, provocando desta forma curiosidade de como seria o desenvolvimento do projeto, principalmente por ser uma atividade prática, neste momento já começou a sentir que algumas estratégias não seriam totalmente atendidas. Na sequência houve a seleção da turma do 6º Ano, a convocação dos alunos para participarem em horário contra turno, iniciando desta forma as aulas propriamente ditas da intervenção. Ao todo foram ministradas 10 aulas com a participação de 21 alunos, sendo que eram 08 do sexo masculino e 13 do sexo feminino. As aulas foram desenvolvidas com uma carga horária de 50 minutos cada, sendo utilizados 20 minutos para as atividades do método situacional e exercitação dos elementos técnicos do voleibol e 30 minutos para atividades de exercícios combinados, ou seja, aqueles voltados ao minivoleibol. Além disso, em 2 das 10 aulas ministradas foram oportunizados momentos para a prática de jogos de minivoleibol em quadras com as devidas adaptações para esta prática. Durante a prática das atividades pertinentes ao Método situacional foram oportunizados momentos para a prática dos Jogos para Desenvolvimento da Inteligência e Criatividade Tática (JDIC), estes são caracterizados por Greco (2008) como “jogos com situações de oposição e colaboração, mas que não apresentam uma relação direta com uma modalidade específica, e se apoiam nos elementos comuns das modalidades”. Nestes momentos foi possível perceber que no final de cada aula os alunos conseguiam desenvolver as atividades programadas para o desenvolvimento da inteligência e criatividade tática. Ainda sobre a prática, os alunos conseguiram realizar a antecipação da bola, a recepção do adversário, não deixando a mesma cair, dando ênfase ao jogo com segurança. Assim, tornou-se evidente que nos momentos em que eram aplicados estes jogos, os alunos tiveram possibilidades de vivenciar atividades que segundo Greco (2008) que exigem complexidade dos processos cognitivos de atenção/percepção nas tomadas de decisões, exigindo do aluno a necessidade de adaptação do repertório motor a situação de jogo. Neste sentido, vale ressaltar que a prática dos JDIC pode ser utilizada nas aulas como atividade prévia as atividades pertinentes às estruturas funcionais, tendo em vista que na prática dos alunos exigia-se elevada exigência nos processos cognitivos necessários às tomadas de decisões. Nos momentos de utilização de atividades pertinentes ao método situacional e de exercitação dos elementos técnicos da modalidade foram ministradas em todas as 10 aulas no começo de cada aula com aproximadamente 20 minutos de atividade voltada totalmente para o desenvolvimento do método citado. Na seqüência as atividades de exercícios combinados, ou seja, aqueles voltados ao Minivoleibol, com atividades aonde o alunos pratica as ações do jogo sempre com dois fundamentos em questão na atividade, fazendo com que o aluno nunca execute um movimento sem pensar no que acontece depois do fundamento executado. A prática destas atividades seguiu uma evolução de aumento de complexidade gradativa a partir da estrutura 1x1, 2x2, 3x3, 4x4, até chegar ao voleibol. Assim, foi possível afirmar que os alunos gradativamente melhoraram o entendimento sobre a prática do Minivoleibol, tendo em vista que ao final das atividades, os mesmos quando questionados sobre tinham percebido de diferente da pratica do jogo do voleibol formal, muitos afirmavam que conseguiram tocar mais vezes na bola do que na quadra maior, sem a preocupação de jogar com força para passar a bola para o outro lado. Neste sentido, tornou-se fundamental para a prática efetiva dos alunos nas atividades a realização das atividades pertinentes ao Método Situacional, em que o aluno é estimulado a resolver uma tarefa ou problema presentes nas diferentes estruturas funcionais, ou seja, deverá decidir corretamente, com a técnica apropriada e no momento certo. Além disso, vale ressaltar que surgiram dificuldades nas realizações das tarefas sendo necessário realizar intervenções para fornecer informações que pudessem auxiliar os alunos durante a prática, como por exemplo, nas situações de recepção da bola, a execução da técnica de toque, o passe de bola, na expectativa de obtenção de êxito pelos alunos. Outra forma de orientação foi em relação a percepção dos alunos nas tarefas, exaltando a necessidade de atenção dirigida e concentração quando a bola estava em jogo, adequando o melhor posicionamento para a recepção da bola e a realização das jogadas. Mesmo que os alunos não assimilaram as orientações de forma imediata, percebeu-se que a repetição das atividades propiciou uma melhor assimilação e aprimoramento nas decisões cognitivas adotadas pelos alunos, diminuindo o número de erros e elevando o nível das jogadas, o que permitiu o aumento da complexidade das atividades. Por isso, observou-se que o método de ensino para as práticas esportivas, segundo Greco (1998) foi uma escolha do professor, demonstrando sucesso no processo de ensino aprendizagem e facilitando o aprendizadoquando bem preparado, superando os aspectos maçantes e desmotivantes inerentes a prática da metodologia tradicional. Autores como Cassignol (1978), Singer e Dick (1980) afirmaram que os alunos nesta fase de idade por meio da prática do Minivoleibol e o Método Situacional poderiam desfrutar de benefícios no desenvolvimento dos aspectos motor, intelectual/cognitivo e moral/afetivo. Quanto os aspectos relacionados ao plano motor, o minivoleibol poderia desenvolver habilidades no manejo da bola, capacidades coordenativas, capacidade de reação, a velocidade, além do domínio sobre seu corpo. Enquanto, no plano intelectual/cognitivo proporciona vivências de habilidades intelectuais, assim como, aquisição e aplicação de conhecimentos para o desenvolvimento do jogo e por fim no plano moral/afetivo, as atividades desenvolvidas proporcionaram o desenvolvimento de aspectos coletivos, o espírito de equipe, e a facilidade de desenvolver a interação social progressiva segundo Cassignol (1978 apud JUNIOR e QUADROS, 2007, p. 01). Robazza et al (2000 apud JUNIOR e QUADROS, 2007) afirmou sobre os aspectos afetivos que deve-se estar atento há basicamente 12 características, tais como: agressividade, tensão, medo, determinação, desatenção, atenção, nervosismo, tranquilidade, falta de confiança, segurança, alegria, e motivação, as quais podem ser separadas em itens facilitadores positivos ou negativos e itens inibidores positivos e negativos. Após a intervenção do professor, a proposta de realizar a atividade de forma mista, obteve bom resultado no que se refere a interação e o respeito a individualidade, uma vez que os meninos, sempre criticavam as meninas. Um dos aspectos de maior relevante na atividade programadas esteve na facilidade de assimilação por parte dos estudantes, sendo que a procura por respostas para as situações problemas aplicadas surgiram de forma imediata e natural, oportunizando diversas tomadas de decisões para a mesma situação apresentada. Neste sentido, percebeu-se uma significativa melhoria em relação à percepção, antecipação e ocupação do espaço em quadra, tornando as atividades muito similares às situações vivenciadas no jogo propriamente dito. Com os alunos melhor distribuídos, e provocando entre aos mesmos questionamentos relevantes no processo ensino e aprendizagem. Apesar de que algumas dificuldades foram encontradas: o tempo diminuto das aulas, aliados ao número inadequado de material esportivo exigiram adequações no desenvolvimento da aula, deve-se destacar de forma positiva a intencionalidade proposta nas atividades, a medida que a assimilação da técnica em conjunto da tática e um melhor entendimento do jogo de Voleibol, com pouca dificuldade e sem colocar o aluno em evidencia principalmente os alunos com menos habilidades motoras, dividido em quadras pequenas e redes e bolas apropriados à idade faz com que seja mais agradável. CONSIDERAÇÕES FINAIS Inicialmente, vale ressaltar que para ministrar as atividades pertinentes ao projeto de intervenção ocorreram algumas dificuldades de espaço e material. No entanto, com o desenvolvimento da intervenção os alunos foram se adaptando as atividades e atingindo os objetivos propostos, confirmando que o Método Situacional pode promover bons resultados na sua aplicabilidade. Neste sentido, nos momentos em que foram oportunizados aos alunos a vivência dos elementos técnicos da modalidade em situações análogas ao jogo formal, percebeu-se que a participação dos alunos ocorria sem receio e preocupações de realização correta do movimento (técnica específica) priorizando a manutenção da bola em jogo, independente de qual gesto era realizado. As atividades propiciaram aos alunos a tomada de decisões em situações especificas da modalidade de voleibol, similares ao jogo, pois sem a preocupação com a execução correta dos fundamentos, os alunos passaram a concentrar-se nas melhores escolhas a serem efetuadas, ou seja, as respostas ás situações-problemas foram se aprimorando e o maior tempo de bola em jogo ficou evidenciado nos rallys da partida. Além disso, nas atividades foi necessário adequação das regras da modalidade junto às situações-problemas criadas na expectativa de auxiliar a participação e no desenvolvimento dos alunos nas atividades, sendo claro que o contato imediato com a bola no campo menor e com uma rede e bola apropriada a idade do aluno, proporcionou um número maior de contatos com a bola em situações diversificadas, promovendo uma vivência mais significativa de situações para o aprimoramento do acervo motor. Em relação às atividades pertinentes ao Método Situacional, vale ressaltar que as meninas, inicialmente, tiveram dificuldades e rejeição em relação a participação nas atividades propostas. No entanto, no decorrer da intervenção percebeu-se o desaparecimento das dificuldades e rejeição, sendo que em alguns casos, observou-se evolução na execução dos elementos técnicos da modalidade. De modo geral, deve salientar-se que a ação do professor no processo de ensino e aprendizagem está no domínio do conhecimento produzido e na motivação que esse produz perante aos alunos, para que estes possam desenvolver a metodologia proposta. Apesar do professor das escolas públicas estar a mercê de diversas dificuldades como por exemplo, número elevado de alunos, a falta de material esportivo em quantidade necessária com relação à demanda e, algumas vezes, a falta de espaço para a realização das aulas práticas, não se exume a necessidade de sua a responsabilidade e a organização de um processo adequado de ensino e aprendizagem do esporte Enfim, deve ressaltar a importância do método de aplicação do conteúdo Esporte, que não necessariamente dirija-se a prática exclusiva de uma única modalidade, porém o mesmo deve ser respaldado pelo Projeto Político Pedagógico da Escola, para que ocorra a plenitude do processo de ensino e aprendizagem, buscando desta forma, a evolução do ensino de Educação Física, dando subsídios para o desenvolvimento integral do cidadão, possibilitando assim a busca de uma melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRACHT, V. A contribuição das teorias pedagógicas da Educação Física. 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