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Estudo Dirigido - Patologia geral (inflamação, reparo tecidual, neoplasias)

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ESTUDO DIRIGIDO – PATOLOGIA GERAL 
1. Em relação à inflamação:
a) Defina.
Inflamação é uma resposta orgânica dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. 
b) Dê suas características gerais.
A inflamação pode ser local, complexa, inespecífica, benéfica ou maléfica.
Os mecanismos de aparecimento das inflamações são comuns. O agente inflamatório ou flogógeno (causa da inflamação) age sobre os tecidos e induz a liberação de mediadores que ao agirem nos receptores existentes nas células da microcirculação e nos leucócitos produzem aumento da permeabilidade vascular e exsudação de plasma e de células sanguíneas para o interstício. Os estímulos que levam a liberação dos mediadores dessa reação levam também, de forma mais lenta, a liberação de mediadores com efeitos anti-inflamatório, que são responsáveis pela redução da exsudação dos leucócitos e pela proteção contra os possíveis efeitos lesivos dessas células. Cessada a ação do agente inflamatório, reduz-se a liberação de mediadores pro-inflamatórios passando a predominar mediadores anti-inflamatórios. A microcirculação recupera o estado hemodinâmico original e o líquido e as células exsudadas voltam a circulação sanguínea, sobretudo pelos vasos linfáticos.
c) O que são os mediadores químicos da inflamação? Cite-os, com suas respectivas fontes ou local de produção.
Os mediadores químicos da inflamação são substâncias liberadas pelas células injuriadas ou ativadas, responsáveis por modular os eventos vasculares e celulares ocorridos na resposta inflamatória. Estas substâncias podem ser sintetizadas localmente pelas células no local da inflamação, ou ainda, podem ser produzidas pelo fígado e encontrar-se circulando no plasma sanguíneo na forma de precursores inativos que são ativados no local da inflamação.
· Podem ser gerados à partir do plasma: o fígado sintetiza proteínas plasmáticas que caem na circulação de forma inativada. Quando ocorre injúria, estas são ativadas e tornam-se mediadores inflatórios. Como exemplo tem-se os sistemas de coagulação e fibrinólise, gerador de cininas e complemento, que promovem aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia e opsonização.
· Terminações nervosas: quando o sistema nervoso tem a percepção do local da inflamação, tem-se consequentemente a dor, responsável por ativar as terminações nervosas que promovem a liberação de mediadores químicos como por exemplo a substância P, que causa vasodilatação dos vasos e quimiotaxia de polimorfonucleares e macrófagos.
· Produzidos e armazenados em células: podem ser produzidos por células como mastócitos e basófilos residentes no local e ficam armazenados até que ocorra a estimulação destas células. Isto ocorre com a histamina, esta ao ser liberada liga-se aos vasos e pode produzir diferentes respostas dependendo do subtipo e do local em que se encontra, sendo a mais comum a vasodilatação dos vasos.
· Liberados por células lesadas: após uma célula sofrer injúria, esta entra em sofrimento e libera substâncias como os catabólitos (ADP e AMP). Caso a célula sofra autólise esta pode liberar ainda peptídeos.
· Originados a partir de lipídeos de membrana: são produzidos por células leucocitárias ou locais a partir de fragmentos da membrana da célula, como por exemplo, as prostaglandinas e leucotrienos, responsáveis pela vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e quimiotaxia.
d) Dê os fenômenos, momentos ou eventos da inflamação, com suas respectivas características.
I – Fenômeno Irritativo: fatores endógenos e/ou exógenos chegam ao organismo e irritam o local. Ocorre então resposta do corpo devido a estes sinalizadores “estranhos”, promovendo assim a produção e/ou liberação de mediadores inflamatórios (estimulam ou inibem a inflamação) e também de liberadores pró-inflamatórios. Esses mediadores químicos são liberados no órgão lesado e dependendo da ligação com o receptor, podem responder ou não. 
II – Fenômeno Vascular: devido a estímulos químicos ocorre vasoconstrição momentânea, seguida de vasodilatação e hiperemia ativa. Além disso, modificações hemodinâmicas decorrentes da vasodilatação, alteram a velocidade da passagem do sangue no vaso. As células inflamatórias então encostam nos vasos e entram nestes. Células endoteliais contraem e pericitos (localizados no interstício) ao redor relaxam, provocando o surgimento de poros nos vasos. Devido à vasodilatação e aos poros, o sangue tende a extravasar.
III – Fenômeno Exsudativo: com as células saindo do vaso, o líquido (plasma) extravasa e conduz os mediadores para longe do local, sensibilizando os vasos vizinhos. Inicialmente o plasma tende a sair sem proteínas, contudo posteriormente algumas proteínas acabam saindo, levando a uma diminuição na pressão oncótica dentro do vaso. As células sanguíneas dentro do vaso sofrem mudança no fluxo, indo do centro para a parede do vaso. Essas células ao encostarem no endotélio se aderem ao mesmo e em decorrência do fluxo sanguíneo aumentado são empurradas até caírem em um espaço entre as células endoteliais, promovendo assim a saída de leucócitos do vaso por diapedese. Devido à pressão sanguínea aumentada ocorre hemorragia com saída de hemácias que tendem a se romper, liberando mais mediadores inflamatórios. Por quimiotaxia, os leucócitos tendem a se mover para o local onde há maior quantidade de mediadores químicos (ao redor da lesão), e quando chegarem no local, param e começam a atuar.
IV – Fenômeno Degenerativo/Necrótico: leucócitos ao serem liberados, caminham pela matriz e ligam-se e desligam-se a uma malha de fibrina (proteína), posteriormente seguindo seu trajeto. Durante o caminho percorrido, os leucócitos captam oxigênio das células do local, provocando uma explosão respiratória, com consequente produção de radicais livres que são prejudiciais a membrana. As células que perderam oxigênio entram em hipóxia e posteriormente sofrem degeneração hidrópica. Ao chegarem ao local da inflamação, os leucócitos liberam todo o arsenal químico no local além dos radicais livres produzidos, provocando a necrose não somente naquela região (agente causal) como de todas as células ao redor. Dependo do local pode ocorrer morte da região e até mesmo do indivíduo.
V – Fenômeno Produtivo/Reparativo: o reparo da lesão pode ou não ocorrer dependendo do local e do órgão afetado. Ocorre a limpeza das células mortas com consequente regeneração ou cicatrização (formação de tecido conjuntivo – fibrose) do tecido em substituição as células mortas.
e) Dê os sinais cardinais da inflamação. Relacione-os com as alterações locais da circulação.
Os sinais e sintomas típicos, considerados sinais cardinais são calor, rubor, tumor, dor e as alterações funcionais. O calor e o rubor ocorrem em decorrência da vasodilatação provocada por mediadores químicos que induzem também a hiperemia e ao aumento do metabolismo. O edema provém do aumento da permeabilidade do vaso, também por ação dos mediadores químicos, que promovem a saída de plasma e de moléculas do vaso formando o edema. Com relação à dor, esta pode ocorrer tanto por estimulo das terminações nervosas provocando compressão, como por aumento da pressão tissular ou por irritação química. Por fim a alteração de função decorre em consequência de todos os outros sinais, culminando frequentemente em diminuição desta.
f) Quais e como ocorre os sinais gerais da resposta inflamatória? 
· Febre: ocorre devido a estímulos de pirógenos, podendo disseminar para o corpo todo ou cair na circulação linfática. As células inflamatórias liberam estas substâncias para responder a inflamação. A vasodilatação com aumento da permeabilidade vascular provoca aumento da temperatura.
· Alterações hematológicas em decorrência de da presença de agentes irritativos, como, por exemplo, a leucocitose (aumento no número de leucócitos no sangue circulante). Estas alterações ocorrem para que se possa eliminar o agente causal.
· Reação dos órgãos linfoides: durante a reação inflamatóriaocorre movimento constante de líquidos e moléculas devido ao auxílio da água para saída de catabólitos e do plasma podendo estes cair em locais distantes. Caso substâncias estranhas caiam na circulação e desemboquem na circulação linfática, os linfonodos reagem a este estímulo.
· Degenerações: células agredidas pelo agente causal sofrem processos degenerativos.
g) Classifique e caracterize a resposta inflamatória de fase crônica.
Inflamação crônica é aquela na qual, devido à persistência do agente inflamatório, exposição prolongada a agentes tóxicos ou aparecimento de fenômenos autoimunitários, o processo se mantém por tempo maior. Não é raro que em uma inflamação crônica os fenômenos de reparo sejam exacerbados, induzindo proliferação da matriz extracelular em regiões do órgão não afetadas diretamente pela inflamação. Outras vezes, há produção excessiva de fatores de crescimento que induzem hiperplasia de células do parênquima ou formação excessiva de tecido conjuntivo vascular, originando inflamações hipertróficas e pseudotumorais.
· Inflamação crônica inespecífica: inflamação com exsudato celular difuso, composto por macrófagos (que não se organizam nem se tornam células epitelioides), linfócitos T, plasmócitos e eosinófilos, com proliferação de vasos de forma irregular e não ocorre formação de um granuloma organizado. Presença de fibrose (tecido conjuntivo).
· Inflamação crônica específica: predomínio de macrófagos, células epitelioides, com incapacidade de eliminar o agente causal provocando acumulo de células do exsudato e formação do granuloma. Inflamações granulomatosas caracterizam-se por modificações nas células do exsudato, que se organizam e formam agregados circunscritos, denominados granulomas.
J) Dê duas formas de reparo tecidual, apontando as diferenças básicas entre elas.
Regeneração: cura com restituição da integridade anatômica e funcional. É a forma mais favorável de cura. Ocorre quando a destruição é discreta, a absorção do exsudato e do tecido necrosado é completa e a regeneração não ultrapassa os limites esperados. Inflamações purulentas de pouca extensão e em tecidos com alto poder regenerativo podem curar-se com restituição da integridade. Restituição da integridade pode ocorrer também na medula óssea se a destruição for discreta. Em órgãos parenquimatosos, essa modalidade de cura é mais difícil. 
Cicatrização: é uma forma comum de cura de muitas inflamações, especialmente aquelas em que os fenômenos alterativos são mais intensos. As consequências da cicatrização são várias. Uma cicatriz pode determinar alterações secundárias graves e causar, por sua vez, uma outra doença. Pode ocorrer por cicatrização em serosas com formação de tecido de granulação, que depois é transformado em tecido conjuntivo; por encistamento, calcificação.
2. Defina e dê um exemplo patológico de:
a) Hipertrofia.
Quando uma célula sofre estímulo excessivo, aumentando a síntese de seus constituintes básicos e o seu volume, tem-se aumento do volume celular. Este aumento é acompanhado de aumento das funções celulares. Hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica. A hipertrofia patológica não é programada e aparece em consequência de estímulos variados; as mais frequentes são: hipertrofia do miocárdio. Quando há sobrecarga do coração por obstáculo ao fluxo sanguíneo ou do volume de sangue, a parede cardíaca sofre hipertrofia, às vezes pronunciada; hipertrofia da musculatura lisa da parede de órgãos ocos, na região a montante de um obstáculo. É o que acontece com a musculatura da bexiga quando há obstrução urinária ou com a parede intestinal em obstruções do tubo digestivo. 
b) Hipotrofia
Caso a célula sofra uma agressão que resulte em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para renovação de suas estruturas, a célula fica com volume menor. Tem-se redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares, resultando em diminuição do volume das células e dos órgãos atingidos; muitas vezes, há também diminuição do número de células. Pode ser fisiológica ou patológica. A hipotrofia patológica decorre de fatores diversos, sendo os mais importantes: inanição, deficiência nutricional, por qualquer causa, resulta em hipotrofia mais ou menos generalizada; desuso, ocorre em órgãos ou tecidos que ficam sem uso por algum tempo, como ocorrem músculos esqueléticos imobilizados. 
c) Hiperplasia.
Consiste no aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciação normal. Só acontece em órgãos que contêm células com capacidade replicativa. Como na hipertrofia, o órgão afetado fica aumentado de volume e de peso (por causa do maior número de células). Pode ser dividida também em fisiológica ou patológica. Os exemplos mais conhecidos de hiperplasia patológica são de hiperplasia secundária a hiperestimulação hormonal. Quando existe hiperfunção da hipófise, por exemplo, todas as glândulas-alvo dos hormônios produzidos em excesso entram em hiperplasia. Do mesmo modo, produção excessiva de TSH provoca hiperplasia da tireoide, e assim por diante. 
d) Hipoplasia.
É a diminuição da taxa de proliferação celular de um tecido, de um órgão ou de parte do corpo. Com isso, a região afetada é menor e menos pesada que o normal, mas conserva o padrão arquitetural básico. Várias são as causas de hipoplasia. Hipoplasia pode ser fisiológica ou patológica. Entre as hipoplasias patológicas, as de maior interesse são da medula óssea provocadas por agentes tóxicos ou por infecções. Outra hipoplasia importante é de órgãos linfoides na AIDS ou em consequência de destruição de linfócitos por corticoides.
e) Metaplasia
Quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal. É a mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem, por inativação de alguns genes e desrepressão de outros. Os exemplos de metaplasia mais comuns são: agressões mecânicas repetidas, como as provocadas por próteses dentárias mal ajustadas no epitélio da gengiva ou da bochecha; irritação por calor prolongado; irritação química persistente.
3. a) Conceitue neoplasia.
Proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral acompanhada de perda ou redução da diferenciação, em consequência de alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. A célula neoplásica sofre alteração nos seus mecanismos regulatórios de multiplicação, adquire autonomia de crescimento e torna-se independente de estímulos fisiológicos. As atividades celulares que se manifestam continuamente, sem regulação, são chamadas constitutivas; para a célula tumoral, proliferação é atividade constitutiva.
b) Diferencie o tumor benigno do maligno
Neoplasia Benigna
Células filhas semelhantes às normais, morfológica e funcionalmente; não são letais e não causam sérios danos ao hospedeiro. Possuem menor autonomia em relação aos mecanismos reguladores do crescimento e diferenciação celular. 
Com relação a diferenciação, são bem diferenciadas. O pleomorfismo (variação de forma e tamanho das células e seus núcleos) é ausente ou pouco expressivo. A taxa de crescimento é lenta, crescendo de modo coesivo, delimitado, encapsulado, não-infiltrativo, compressivo, plano de clivagem bem definido. Não apresenta degeneração, necrose, ulceração ou metástase.
Neoplasia Maligna
Células filhas atípicas; aquisição de novas funções e/ou perda de funções originais, com perturbações homeostáticas que levam à morte. Possuem maior autonomia em relação aos mecanismos reguladores do crescimento e diferenciação celular. 
Com relação a diferenciação, possuem grau variado ou ausente. Quanto ao pleomorfismo (variação de forma e tamanho das células e seus núcleos) varia entre células muito grandes ou muito pequenas; núcleos hipercromáticos; desproporção nuclear; forma nuclear variável, com aglomeração da cromatina; nucléolos grandes; figuras bizarras de mitose. A taxa de crescimento é rápida, crescendo demodo invasivo, infiltrativo e destrutivo, sem plano de clivagem definido. Degeneração, necrose e ulceração são frequentes. A metástase é frequente, mais prováveis em tumores maiores e mais indiferenciados.
c) Conceitue metástase e proponha as principais vias.
Metástase é a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas. A formação de metástases é um processo complexo que depende de inúmeras interações entre células malignas e componentes dos tecidos normais, especialmente do estroma. As metástases podem se disseminar por duas diferentes vias: via linfática, principal via de disseminação inicial de carcinomas; via sanguínea, células cancerosas que penetram na corrente sanguínea podem ser levadas a qualquer parte do corpo.

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