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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - ICET ENGENHARIA ELÉTRICA / 5°SEMESTRE ARTHUR LINALDI PEREIRA ERMESON ARAUJO DUARTE DA SILVA GABRIEL DA SILVA SOUZA IGOR ARAÚJO DE SOUZA HUGO PEREIRA ROSSI LUCAS VINICIUS PADOVAN SANTOS OLIVEIRA AMPERÍMETRO ANALÓGICO São Paulo 2018 UNIVERSIDADE PAULISTA ARTHUR LINALDI PEREIRA ERMESON ARAUJO DUARTE DA SILVA GABRIEL DA SILVA SOUZA IGOR ARAÚJO DE SOUZA HUGO PEREIRA ROSSI LUCAS VINICIUS PADOVAN SANTOS OLIVEIRA AMPERÍMETRO ANALÓGICO Pesquisa Científica do Quinto Semestre de Engenharia Eletrotécnica apresentado ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Paulista – UNIP, como requisito integral para a aprovação na Disciplina Atividades Práticas Supervisionadas. Orientador: Msc. Marcel Stefan Wagner Aprovado em: ___/___/____ Prof. Msc. Marcel Stefan Wagner Orientador Prof. Oswaldo Egydio Gonçalves Junior Coordenador São Paulo 2018 DEDICATÓRIA Aos nossos professores, que mesmo diante de diversas dificuldades, se esforçaram para nos passar seus conhecimentos; Aos nossos colegas, por terem compartilhado seus momentos conosco; A nossas famílias, por terem nos servido de apoio emocional em todos os momentos. AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos os nossos professores que nos passaram uma parte de seu conhecimento durante o quinto semestre, a todos nossos familiares que nos apoiaram durante o andamento do curso e a instituição de ensino na qual estudamos por todo o suporte fornecido. “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis. ” José de Alencar http://pensador.uol.com.br/autor/jose_de_alencar/ 11 RESUMO Este trabalho contém o resultado de um estudo detalhado e o passo a passo da construção do protótipo de um Amperímetro Analógico, criado a partir da utilização de um Galvanômetro, possuindo especificações individuais tanto do protótipo, quanto do projeto final. Neste trabalho foi utilizado um modelo teórico com imagens práticas para explicar tanto os resultados finais obtidos pelo grupo quanto à precisão das medidas aferidas pelo Instrumento de Medição. O conteúdo deste trabalho possui a finalidade de apresentar aos leitores como a fundamentação teórica (planejamento, gerenciamento, passo a passo da montagem e testes) é aplicada na prática, visando à obtenção dos resultados esperados de acordo com os dados coletados na fase de testes. O resultado obtido mostrou-se satisfatório e provou o modelo ideal (dentre os apresentados) para atender às necessidades do projeto. Palavras Chave: Amperímetro Analógico; Galvanômetro; Protótipo. 12 ABSTRACT This Activity contains the result of a detailed and step-by-step study of the construction of the prototype of an Analog Ammeter, created from the use of a Galvanometer, having individual specifications of both the prototype and the final design. In this work a theoretical model with practical images was used to explain both the final results obtained by the group and the accuracy of the measurements measured by the Measurement Instrument. The content of this work is intended to present to the readers how the theoretical basis (planning, management, step by step of the assembly and tests) is applied in practice, aiming at obtaining the expected results according to the data collected in the test phase. The result was satisfactory and proved ideal model (among those presented) to meet the needs of the Project. Keywords: Analog Ammeter; Galvanometer; Prototype. 13 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 AMPERÍMETRO ANALÓGICO ................................................................... 21 Figura 2 ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO ............................................................ 22 Figura 3 TIPOS DE CORRENTES ............................................................................ 23 Figura 4 GALVANÔMETRO ...................................................................................... 25 Figura 5 TRIMPOT .................................................................................................... 27 Figura 6 FUNCIONAMEMTO DO TRIMPOT ............................................................. 28 Figura 7 RESISTORES ............................................................................................. 28 Figura 8 PLACA DE FENOLÍTE ................................................................................ 29 Figura 9 VOLTÍMETRO ............................................................................................. 31 Figura 10 REMOÇÃO DO GALVANOMETRO PARA REALIZAÇÃO DE MEDIDAS . 32 Figura 11 MEDIÇÕES DA CORRENTE DE FUNDO DE ESCALA DO GALVANÔMETRO .................................................................................................... 33 Figura 12 SIMULAÇÃO REALIZADA NO MULTISIM 14.0 ........................................ 34 Figura 13 MEDIÇÃO REALIZADA PELO GALVANÔMETRO ................................... 35 Figura 14 ESCALA DO AMPERÍMETRO .................................................................. 36 Figura 15 ESCALAS DO AMPERIMETRO ................................................................ 36 Figura 16 ESBOÇO AMPERÍMETRO ....................................................................... 37 Figura 17 DESENHO TÉCNICO ............................................................................... 37 Figura 18 CORTE DAS PLACAS .............................................................................. 38 Figura 19 FIXAÇÃO DAS CANTONEIRAS ............................................................... 38 Figura 20 ESTRUTURA FINALIZADA ....................................................................... 38 Figura 21 RESISTORES ........................................................................................... 39 Figura 22 SOLDA DOS TERMINAIS ......................................................................... 40 Figura 23 CISTA PARTE INFERIOR DA PLACA ...................................................... 40 Figura 24 CISTA PARTE SUPERIOR DA PLACA .................................................... 40 Figura 25 TESTE FINAL............................................................................................ 41 14 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - CRONOGRAMA ....................................................................................... 24 Tabela 2 – LISTA DE MATERIAIS E CUSTO ........................................................... 43 15 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APS Atividades Práticas Supervisionadas A Ampères V Volts R Resistência I Corrente U Tensão Rg Resistência interna do galvanômetro Igfe Corrente de fundo de escala do galvanômetro µ Micro m mili Ω ohms G Galvanômetro Ufe Tensão do fundo de escala do galvanômetro Req Resistência equivalente Imfe Corrente máxima do fundo de escala do galvanômetro Rs Resistor Shunt 16 SUMÁRIO 1 Introdução .............................................................................................................. 18 2 Objetivo .................................................................................................................. 20 3 Amperímetro ...........................................................................................................21 4 Planejamento do Trabalho ..................................................................................... 24 4.1 Cronograma ............................................................................................................... 24 5 Materiais ................................................................................................................. 25 5.1 Galvanômetro ............................................................................................................ 25 5.2 Resistência ................................................................................................................. 26 5.2.1 Potenciômetro Trimpot ............................................................................................ 27 5.2.2 Resistor .................................................................................................................. 28 5.3 Placa Fenolite............................................................................................................. 29 6. Construção do Protótipo ........................................................................................ 31 6.1 Cálculos e medições .................................................................................................. 32 6.2 Monstagem do Protótipo ............................................................................................ 37 6.3 Circuito Elétrico .......................................................................................................... 39 7 Memórial de Cálculos ............................................................................................. 42 8 Custos do Projeto ................................................................................................... 43 9 Conclusão .............................................................................................................. 44 10 Referências Bibliográfica ...................................................................................... 46 17 1. INTRODUÇÃO O Amperímetro é um instrumento de medição que mensura a corrente de um circuito elétrico. Tal projeto é realizado, há anos, como Atividade Prática Supervisionada do quinto semestre dos cursos de Engenharia Eletrotécnica e Eletrônica da Universidade Paulista – UNIP. Consiste na construção de um Amperímetro Analógico, com design à escolha, que deve ser capaz de aferir a corrente que percorre em determinado circuito, obedecendo, sempre, as regras pré-estabelecidas pela faculdade em questão. Neste trabalho foram utilizados um galvanômetro, um resistor shunt e um trimpot para construir um amperímetro capaz de medir uma corrente de até 100mA em determinado circuito. Numa primeira etapa foi realizada uma análise das regras para a construção do projeto juntamente com uma minuciosa pesquisa e um BrainStorming para a definição dos métodos utilizados para a construção do mesmo. Em uma segunda etapa foram realizados os cálculos necessários para a definição tanto da escala de medição quanto dos materiais a serem utilizados, para a posterior construção do projeto. Na terceira etapa houve a construção do protótipo. Por fim houve a criação da monografia e definição do Banner para a avaliação do trabalho. Neste capítulo introduzimos o estudo realizado. O Capítulo 2 concerne ao Objetivo desta APS. Uma breve Conceituação sobre o que é um Amperímetro está contida no capítulo 3 deste documento. No capítulo 4 apresentaremos a fase do planejamento para a posterior execução do trabalho proposto. Detalhes dos materiais utilizados para a construção estarão descritos no capítulo 5. 18 A fase de construção do amperímetro está contida no capítulo 6 desta monografia. A Planilha contendo a relação dos Custos do Projeto encontra-se no capítulo 7 desta APS. O capítulo 8 é destinado ao memorial de cálculos do projeto. O 9º Capítulo traz as conclusões finais e, por fim, após a Bibliografia, segue o apêndice que contém as regras gerais para a realização do trabalho. 19 2. OBJETIVO Segundo o manual de orientações para a construção do projeto concernente a APS dos 4º e 5º Semestres de Engenharia Elétrica do ano letivo de 2018, da Universidade Paulista – UNIP, o conteúdo deste trabalho possui a finalidade de apresentar aos leitores o desenvolvimento do “protótipo de um Amperímetro Analógico utilizando e aprimorando os conceitos obtidos no curso de Engenharia”. Com foco nas disciplinas de “Eletricidade Básica”, “Complementos de Física”, O protótipo que apresentamos tem como objetivo principal fazer medições da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da seção transversal de um condutor, porém a intensidade da corrente aplicada não deverá ultrapassar o valor de 100mA (Cem MiliAmpères) pois este é o valor de fundo de escala do galvanômetro escolhido. Todos os cálculos, materiais, componentes e preocupações foram minunciosamente adotados e analisados baseados no valor de fundo de escala do Amperímetro Analógico. 20 3. AMPERÍMETRO Figura 01 – Amperímetro FONTE: USINAINFO, 2016. No século VI A.C. o Filósofo Thales de Mileto ao esfregar uma resina vegetal fóssil petrificada, chamada de âmbar, na lã de um animal, observou que a resina passou a adquirir a capacidade de atrair objetos leves como palha e fragmentos de madeira em sua direção. O relato acima nos mostra o registro da descoberta da eletricidade, fenômeno físico caracterizado pelo fluxo de elétrons, que se destaca pela capacidade de ser convertido de forma a se obter calor, luz, energia mecânica, etc. Nos anos subsequentes à descoberta da energia, houve a necessidade de controlá-la e, por fim, mensurá-la. Em meados do século XIX Jacques-Arsène d’Arsonval, com base no princípio do eletromagnetismo descoberto por Oersted e Faraday, criou um dispositivo que consistia numa bobina com um fio isolado de cobre enrolado em torno de um magneto colado a uma agulha. Constatou-se que tal dispositivo era capaz de medir a Diferença de Potencial e verificou-se também a criação de uma corrente elétrica. Inspirado no nome do físico e médico Luigi Galvani deu a tal dispositivo o nome de Galvanômetro (consulte o item 5.1 para mais informações). Os amperímetros são Instrumentos de Medição utilizados na mensuração da corrente elétrica que circula por um determinado circuito em questão. Tal instrumento, assim como o Voltímetro, utiliza o Galvanômetro descrito acima como uma espécie de sensor orientador para o mesmo, tendo como base o 21 efeito Hall. O Amperímetro possui a sua corrente de fundo de escala e, para aferir medidas de correntes acima de seu próprio fundo de escala, torna-se necessário à utilização de um divisor de corrente. A Lei de Ohm nos diz que a Tensão “U” é obtida pelo produto da Corrente “I” (que circula pelo circuito), pela Resistência “R” do próprio circuito em questão. Logo, a Corrente “I” pode ser determinada pela Razão da Tensão “T” pela Resistência “R” do circuito, ou seja, a corrente é Inversamente Proporcional à Resistência utilizada. Portanto, para se dividir a corrente do circuito, visando uma medição acima do fundo de escala do Galvanômetro, devemos utilizar uma Resistência “R” conectada em Paralelo ao circuito, denominada Resistência Shunt (detalhes sobre o material encontram-se no item 5.2.2). Figura 02 – Esquema de Funcionamento FONTE: LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE E MAGNETISMO DA USP, 2013. Tendo como base a figura acima, o Laboratório de Eletricidade e Magnetismo da Universidade de São Paulo nos relata que “a corrente I que entra é dividida entre a resistência R e o galvanômetro, por isso o nome ‘divisor de corrente’. Se uma corrente I circular entre os terminais, teremos: I= Ig + I’ e R’ * I’ = Ig * Rg. Podemos então achar Igfe em função de I. Obtêm-se: Ig = (R’ / (R’ + Rg)) * I” Apesar de o circuito ser criado com suas resistências em paralelo, o Amperímetro deve ser ligado em série para a aferição da corrente. Desta forma quando fluxo de elétrons percorrer o circuito a Diferença de Potencial criada permitirá a medição da corrente. Visa ressaltar que existem, basicamente, dois tipos de Amperímetro, os que 22 medem o fluxo de elétrons que percorre o circuito de forma contínua, cujo circuito permanece constante ao longo do tempo; e os que medem os elétrons que circulam o circuito de forma alternada, cujo sentido varia ao longo do tempo. Figura 03 – Tipos de corrente FONTE: AUTORES, 2018. 23 4. PLANEJAMENTO DO TRABALHO Com base nas pesquisas realizadas pelo grupo no decorrer dos meses de Fevereiro, Março e Abril fora realizado um Brainstorming (tempestade cerebral ou tempestade de ideias, é uma expressão inglesa formada pela junção das palavras "brain", que significa cérebro, intelecto e "storm", que significa tempestade) que é uma técnica que propõe que um grupo de indivíduos se reúna e utilize seus pensamentos e ideias para que possam chegar a um consenso, que gere inovações para que um projeto possa caminhar. Nosso grupo definiu como o trabalho seria realizado sem descartar nenhuma opinião. Após algumas discussões fora determinado como o Amperímetro seria construído, qual seria seu design e como os testes transcorreriam, de acordo com as regras pré-estabelecidas pela Universidade Paulista – UNIP. 4.1 CRONOGRAMA Tabela 1: Cronograma Pesquisas BrainStorming Definição da Escala Cálculo da Corrente Seleção dos Materiais Obtenção dos Materiais Construção do Protótipo Ajustes Monografia Criação do Banner Entrega do Projeto Entrega da Monografia CRONOGRAMA DA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA V Março Abril Maio Junho 24 5. MATERIAIS Neste capítulo serão apresentados os materiais imprescindíveis utilizados para a construção do Amperímetro Analógico, seguidos por uma breve explanação da respectiva relevância de cada material para os resultados finais. 5.1 GALVANÔMETRO Criado por Jacques Arsène d’Arsonval no Século XIX, o Galvanômetro é um instrumento de medição utilizado para a mensuração da Diferença de Potencial e Corrente Elétrica de um Circuito. O Galvanômetro é composto, basicamente, por uma agulha fixada em um pivô acoplado num núcleo de ferro central envolto por um imã permanente. Como pode ser observado na figura abaixo. Figura 04 – Galvanômetro FONTE: CUNHA MÁRCIO, 2013. Quando um fluxo de elétrons percorre a Bobina Central, é gerado um campo magnético que, devido ao Imã Permanente a sua volta repele o pivô, girando a agulha fixada no mesmo em um ângulo proporcional á intensidade do campo magnético gerado. A partir da escala (definida através de cálculos) pode-se realizar 25 a medição da intensidade de corrente que percorreu a bobina. Deve-se levar em conta que o ângulo de deflexão da agulha proporcional à intensidade da corrente que atravessa o galvanômetro. Portanto, a Corrente de Fundo de Escala do Instrumento de Medição é equivalente ao valor de corrente necessário para que a agulha atinja sua deflexão máxima. Com base em tais dados, a Tensão de Fundo de Escala pode ser obtida, segundo a Lei de Ohm, pelo produto da Corrente de Fundo de Escala, pela Resistência própria do Galvanômetro à passagem de elétrons. Para exemplificar, se obtivermos uma corrente de fundo de escala de 25 µA e uma resistência interna do galvanômetro equivalente à 1 kΩ, a aferição da Tesão de Fundo de Escala de nosso dispositivo será igual á 25 mV. Por fim, vale ressaltar que, se a corrente que percorrer o equipamento for superior á sua corrente de fundo de escala, o mesmo sofrerá o superaquecimento de sua bobina, vindo a parar de funcionar. 5.2 RESISTÊNCIA Georg Simon Ohm, criador das leis de Ohm, quantificou o conceito de resistência que possuímos atualmente. Resistência é o nome dado à propriedade de um material de se “opor” à passagem do fluxo de elétrons. Quanto mais difícil for a passagem da corrente de elétrons em um determinado circuito, maior será a capacidade resistiva do circuito em questão. A estrutura atômica destes materiais possui a capacidade de “resistir” ao movimento dos elétrons de forma similar ao atrito mecânico. O Atrito dos elétrons com a estrutura do material gera calor, este fenômeno de transformação é chamado fisicamente de Efeito Joule. Esta conversão de energia elétrica para térmica faz com que o resistor tenha como principal função a divisão da corrente elétrica. Segundo a 1ª Lei de Ohm, a resistência e diretamente proporcional à tensão e inversamente proporcional à corrente elétrica que percorre o circuito. Com base nesta lei, obtemos a seguinte fórmula: 26 𝑈 = 𝑅 × 𝐼 Onde: R = Resistência U = Tensão I = Corrente Elétrica Com base no princípio da resistência, há diversos materiais criados para a divisão da corrente em um circuito elétrico. Neste trabalho explanaremos sobre dois destes materiais, o Resistor e o Potenciômetro Trimpot. 5.2.1 POTÊNCIOMETRO TRIMPOT Figura 05 – Trimpot FONTE: HUINFINITO, 2018. O Trimpot pode ser definido como um Resistor de resistência ajustável, porém, diferente de um Potenciômetro comum, o Trimpot possui uma maior precisão, pois não possui muitas aberturas para o acúmulo de pó e dificilmente sua resistência é alterada com a vibração externa. Segundo o Instituto Newton C Braga, os Trimpots são “formados por um anel 27 incompleto de um material resistivo (carbono) sobre o qual desliza um cursor”, conforme pode ser observado na figura abaixo retirada do site da própria instituição citada. Figura 06 – Funcionamento do Trimpot FONTE: INSTITUTO NEWTON C. BRAGA Devido a sua resistência ajustável, este material é muito utilizado quando se faz necessária a utilização de uma resistência de valor não comercial e devido a sua precisão é muito utilizado para a calibração de aparelhos ou na confecção de instrumentos de medição. Por tais motivos, fez-se necessário a utilização de um Trimpot na confecção do Amperímetro Analógico, devido à precisão de sua resistência. 5.2.2 RESISTOR Figura 07 – Resistores FONTE: MUNDOEDUCAÇÃO, 2017. Para impedir que um fluxo muito intenso de elétrons passe pelo 28 Galvanômetro, torna-se necessário a redução de tal corrente. Para tal utiliza-se um resistor que têm a função de Shunt (“derivador” de corrente) para que apenas uma fração da corrente circule pelo Galvanômetro sem sobrecarregá-lo, fazendo com que o restante da corrente fracionada percorra uma resistência ligada entre os terminais do galvanômetro, formando, desta forma, um tipo de ponte que derivará a corrente. O site de ensino Aprender Eletricidade exemplifica o conceito de funcionamento do Resistor Shunt: “Se a resistência de G (Galvanômetro) for de 2 ohms e a do shunt 1 ohm, pela bobina do galvanômetro passará duas vezes menos corrente quando em confronto com a que passa pela derivação. Isto quer dizer que a corrente registrada pelo aparelho deve ser multiplicada por 3 a fim de se obter o valor da corrente total fornecida pela bateria”. Podemos concluir, portanto, que por meio dos Resistores Shunt podemos aumentar a escala do próprio Galvanômetro a fim de criar a escala a ser utilizada no protótipo do Amperímetro. 5.3 PLACA DE FENOLÍTE Figura 08 – Placa de fenolite FONTE: ELETRÔNICACASTRO, 2018. Confeccionado a partir da aplicação de pressão e do aquecimento de camadas de celulose (tratadas com resinas fenólicas), o Fenolíte é um tipo duro e denso de laminado industrial termofixo utilizado na eletrônicapara a criação de circuitos, para “descrever” o caminho pelo qual o fluxo de elétrons deve fluir. Tal material pode ser distinguido entre Fenolíte de Baixa Tensão e Fenolíte de Alta Tensão. 29 Neste trabalho a Placa de Fenolíte foi utilizada para a confecção do circuito pelo qual a corrente circulará, integrando todos os componentes citados no capítulo 4 desta monografia. 30 6. CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO Este capítulo apresentará a construção do Amperímetro Analógico em passos simples e específicos para demonstrar a desenvoltura do grupo no decorrer do projeto, de forma didática, para auxiliar futuros trabalhos semelhantes. Cada passo será acompanhado por uma breve explicação, visando uma compreensão da forma mais sucinta e bem sucedida possível. 6.1 INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO No início do semestre, fora noticiado que o tema da Atividade Prática Supervisionada (APS) seria o desenvolvimento de um protótipo dentre os seguintes temas: voltímetro, amperímetro ou ohmímetro analógico. Para um melhor entendimento do funcionamento destes equipamentos, foram iniciadas pesquisas a respeito dos mesmos. Após a definição dos grupos, foi estipulado que teríamos que projetar um amperímetro com fundo de escala de 100mA. O principal componente utilizado para a confecção de um amperímetro é o galvanômetro, então se tornou necessário a compra deste, porém este produto não costuma ser comercializado individualmente, logo foi mandatória a compra de um dispositivo de medição para que fosse utilizado seu galvanômetro. Foi obtido um voltímetro analógico com fundo de escala de 30 Volts (V). Figura 09 – Voltímetro FONTE: AUTORES, 2018. 31 Para a construção do amperímetro, o primeiro passo foi abrir o voltímetro e remover o resistor que o deixava em sua configuração inicial. Vale ressaltar que para configurar um galvanômetro como um amperímetro é necessário associa-lo à um divisor de corrente (resistor shunt), conforme citado no item 3. Sendo assim, foi dado início aos cálculos e medições. Figura 10 – Remoção do galvanômetro para realização de medidas FONTE: AUTORES, 2018. 6.1 CÁLCULOS E MEDIÇÕES Para calcular o valor do resistor shunt necessário para atuar precisamente com o fundo de escala estipulado, foi preciso descobrir alguns valores específicos do galvanômetro, sendo eles: Tensão (Ufe) e Corrente de Fundo de Escala (Igfe) e a sua Resistencia Interna (Rg). 32 Figura 11 – Medição da corrente de fundo de escala do galvanômetro FONTE: AUTORES, 2018. Com auxílio do multímetro foi possível encontrar a Rg e com uma fonte de tensão e um potenciômetro em série ao galvanômetro, a tensão de fundo de escala (Ufe). Valores obtidos: 𝑈𝑓𝑒 = 0,207 𝑉 𝑅𝑔 = 156 Ω Para calcular a Igfe foi utilizada a lei de Ohm. 𝑈 = 𝑅 × 𝐼 𝑈𝑓𝑒 = 𝑅𝑔 × 𝐼𝑔𝑓𝑒 𝐼𝑔𝑓𝑒 = 𝑈𝑓𝑒 𝑅𝑔 𝐼𝑔𝑓𝑒 = 0,207 156 𝐼𝑔𝑓𝑒 = 1,327 𝑚𝐴 Finalizando os cálculos, foi medido Igfe para verificar os resultados, utilizando- se da mesma configuração para medir Ufe e com o auxílio de outro potenciômetro, agora em paralelo ao galvanômetro, averiguou-se um valor muito próximo ao calculado. Para calcular o valor do resistor que fora associado ao galvanômetro com a 33 função Shunt, utilizamos as seguintes fórmulas: O primeiro passo foi encontrar a resistência equivalente (Req) da associação Shunt + Galvanômetro: 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅𝑔 × 𝐼𝑔𝑓𝑒 𝐼𝑚𝑓𝑒 𝑅𝑒𝑞 = 156 × 1,327 100 𝑅𝑒𝑞 = 2,07012 Ω E com o valor de Req podemos calcular o valor do Resistor Shunt: 𝑅𝑠 = 𝑅𝑒𝑞 × 𝑅𝑔 𝑅𝑒𝑞 − 𝑅𝑔 𝑅𝑠 = 2,07012 × 156 156 − 2,07012 𝑅𝑠 = 2,09796 Ω A seguir, com a coleta de todas as informações necessárias, tornou-se preciso a utilização de um software de simulações para conferir os cálculos e o funcionamento do circuito. Por sugestão do Professor e Orientador Marcel, foi adotado o software Multisim. Figura 12 – Simulação realizada no software NI MultiSim 14.0 Fonte: AUTORES, 2018. 34 O esquema do galvanômetro das simulações foi cedido pelo professor orientador e modificado de acordo com os padrões calculados, a figura abaixo contempla os valores medidos pelo galvanômetro, observa-se que a leitura está dentro dos padrões. Figura 13 – Medição realizada pelo galvanômetro Fonte: AUTORES, 2018. Após a conclusão dos cálculos e simulações, realizou-se a confecção de um protótipo, através de equipamentos disponíveis no laboratório de eletrônica da faculdade e um potenciômetro para atingir os valores de resistência desejados, deu- se início a realização dos testes para garantir o funcionamento adequado do amperímetro, que seguiram o esperado. 35 Figura 14 – Escala do amperímetro Fonte: AUTORES, 2018. Com a definição do percurso e o ângulo que o ponteiro do galvanômetro terá que percorrer, fora confeccionado a escala definitiva do amperímetro. Figura 15 – Escala do amperímetro Fonte: AUTORES, 2018. 36 6.2 MONTAGEM DO PROTÓTIPO Sendo determinado o circuito, instaurou-se a montagem do protótipo final, definiu-se que seria utilizada madeira do tipo MDF, pela disponibilidade e facilidade de manuseio. Fora realizado um esboço do visual final do amperímetro para fins ilustrativos. Figura 16 – Esboço Amperímetro Fonte: AUTORES, 2018. Em seguida, foi elaborado o desenho técnico correspondente à caixa que armazenara o amperímetro no AutoCAD. Para a confecção da caixa, utilizou-se a maqueteria da faculdade. Figura 17 – Desenho Técnico Fonte: AUTORES, 2018. 37 Figura 18 – Corte das placas Fonte: AUTORES, 2018. Figura 19 – Fixação das cantoneiras Fonte: AUTORES, 2018. Com o corte das placas, fixação das cantoneiras e fixação do acrílico, obteve- se a estrutura que armazenaria o amperímetro, como pode ser observado na figura 20. Figura 20 – Estrutura finalizada Fonte: AUTORES, 2018. 38 6.3 CIRCUITO ELÉTRICO A realização do circuito pôde ser iniciada desde a finalização dos cálculos e simulações, a princípio preocupou-se com a escolha dos componentes eletrônicos que constituiriam o circuito definitivo, a contar da aquisição do galvanômetro que foi rigidamente selecionado para que tivesse uma resistência interna baixa, subsequente priorizou-se a obtenção de um resistor que suportasse potências maiores do que o potenciômetro Trimpot (inicialmente idealizado para compor o circuito final) e empregou-se um fusível com a finalidade de proteger o circuito. Subsequente, foi projetado o esquema elétrico em um software de simulações, conforme pode ser visualizado na imagem 12 Figura 21 – Resistores Fonte: AUTORES, 2018. Posterior ao término da confecção da estrutura que armazenaria o circuito, iniciou-se a solda dos componentes na placa que contemplaria o circuito final. 39 Figura 22 – Solda dos terminais Fonte: AUTORES, 2018. Figura 23 – Vista parte inferior da placa Fonte: AUTORES, 2018. Figura 24 – Vista parte superior da placa Fonte: AUTORES, 2018. Também foram confeccionadas pontas de prova com garras do tipo jacaré em suas extremidades para facilidade na realização de medições com o amperímetro. Finalizando, foi acomodado o circuito à estrutura final e realizou-se testes finais com a finalidade de controle de qualidade. 40 Figura 25 – Teste final Fonte: AUTORES, 2018. 41 7. MEMORIAL DE CÁLCULOS Cálculo para a corrente de fundo de escala 𝑈 = 𝑅 × 𝐼 𝑈𝑓𝑒 = 𝑅𝑔 × 𝐼𝑔𝑓𝑒 𝐼𝑔𝑓𝑒 = 𝑈𝑓𝑒 𝑅𝑔 𝐼𝑔𝑓𝑒 = 0,207 156 𝐼𝑔𝑓𝑒 = 1,327 𝑚𝐴 Cálculo para a resistência equivalente 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅𝑔 × 𝐼𝑔𝑓𝑒 𝐼𝑚𝑓𝑒 𝑅𝑒𝑞 = 156 × 1,327 100 𝑅𝑒𝑞 = 2,07012 Ω Cálculo para a resistência shunt 𝑅𝑠 = 𝑅𝑒𝑞 × 𝑅𝑔𝑅𝑒𝑞 − 𝑅𝑔 𝑅𝑠 = 2,07012 × 156 156 − 2,07012 𝑅𝑠 = 2,09796 Ω 42 8. CUSTOS DO PROJETO Conforme pode ser visualizado na tabela a baixo, o projeto não apresentou alto custo e demonstra ser viável. Material Unidade Quantidade Custo Borne (banana) CONJ 1 R$13,80 Cantoneira CONJ 1 R$6,80 Pino (banana) CONJ 1 R$3,60 Resistores CONJ 1 R$3,00 Parafusos CONJ 1 R$2,50 Cabos CONJ 1 R$2,00 Garra (jacaré) CONJ 1 R$1,60 Fusível CONJ 1 R$0,50 Voltímetro Analógico UND 1 R$30,00 Placa ilhada UND 1 R$3,70 Potenciômetro (trimpot) UND 1 R$1,30 Porta fusível UND 1 R$0,50 Banner UND 1 R$0,00 Placa de Acrílico UND 1 R$0,00 MDF UND 1 R$0,00 Total R$69,30 Lista de materiais e custos Tabela 2: Gastos de projeto 43 9. CONCLUSÃO Após os testes finais do protótipo, realizados na presença de todos os integrantes do grupo, fora concluído que a precisão do Resistor Shunt e a escala do Instrumento de precisão destacaram-se em meio a todas as variáveis consideradas. No decorrer das pesquisas realizadas, verificou-se que a precisão (menor variabilidade) dos componentes utilizados neste projeto era de exímia importância para que o protótipo atingisse as expectativas formuladas, comprovando, desta forma, a exatidão dos cálculos contidos nesta pesquisa científica. Tal fato foi comprovado por meio das aferições realizadas nos circuitos de testes criados pelo grupo, onde, inicialmente, fora constatado que o protótipo possuía uma imprecisão de 3mA com relação à corrente real que circulava pelo circuito. Para superar tal deficiência, fez-se necessário a utilização de um Trimpot de 10 Ohms, para fornecer maior precisão ao projeto. Após as novas aferições realizadas, constatou-se a mensuração exata do Amperímetro Analógico construído, com base nas medições obtidas em um Multímetro Digital, comprovando, desta forma, os cálculos realizados e descritos no Memorial de Cálculos deste Projeto. Porém, durante os testes com o protótipo, verificou-se que a baixa potência suportada pelo Trimpot poderia ocasionar problemas futuros no projeto. Tornou-se necessário, portanto, a realização da troca do Trimpot que possuíamos por um resistor que suportasse uma potência maior gerada pelo circuito em que seria realizada a medição. Para maior segurança do aparelho, fora colocado no circuito um fusível para evitar a falência do equipamento. O Protótipo apresentado neste trabalho atendeu as normas pré- estabelecidas para critério de avaliação pelo design e aferição da corrente que circula por determinado circuito “x”, com um fundo de escala de até 100mA, podendo ser utilizado posteriormente como Instrumento de Medição na construção de outros projetos e prototipagem de futuras Atividades Práticas Supervisionadas organizadas pela Universidade Paulista. Persistência é o caminho do êxito, portanto podemos concluir que, apesar de 44 contratempos e imprevistos, comuns em qualquer trabalho acadêmico realizado, a APS do quinto semestre de Engenharia Elétrica foi concluída com sucesso e entregue atendendo a todos os conceitos estabelecidos para avaliação. 45 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Honda, B. S. L. “Azopolímeros e Aplicações em Efeitos de Orientação de Cristais Líquidos”. Tese de Doutorado. São Paulo, (2009). Cavalheri, T. S. “Dosimetria de Elétrons em Processos de Irradiação com Diodos Resistentes a Danos de Irradiação”. Tese de Doutorado. São Paulo (2012), Cantarelli, C. E. “Normas para elaboração de trabalhos acadêmicos”. Paraná, (2008). Fonte:“http://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material2010- 2%20FFI0106%20LabFisicaIII/08-InstrumentosdeMedidasEletricas-I.pdf” Acesso em Março de 2018. Fonte:“https://www.industriahoje.com.br/amperimetro-o-que-e-e-para-que-serve” Acesso em Março de 2018. Fonte:“http://www.marciocunha.eti.br/2015/12/como-funciona-um- galvanometro.html” Acesso em Março de 2018. Fonte:“https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/resistores.htm” Acesso em Março de 2018. Fonte:“https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/resi stores.php” Acesso em Março de 2018. Fonte:“http://nerdeletrico.blogspot.com.br/2012/04/potenciometros-e-trimpots.html” Acesso em Abril de 2018. Fonte:“http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3379-art472” Acesso em Abril de 2018. Fonte:“https://eletronicaparainiciantes.wordpress.com/tag/trimpot/” Acesso em Abril de 2018. Fonte:“http://aprendereletricidade.com/resistencias-shunts/” Acesso em Abril de 2018. http://www.marciocunha.eti.br/2015/12/como-funciona-um-galvanometro.html http://www.marciocunha.eti.br/2015/12/como-funciona-um-galvanometro.html 46 Fonte:“http://www.vick.com.br/vick/novo_site_vick_2015/datasheets/datasheet- fenolite.pdf” Acesso em Abril de 2018. Dias, G. “Aprenda a usar as normas de trabalhos acadêmicos”. Fonte: Tecmundo: tecmundo.com.br/tutorial/59480-aprenda-usar-normas-abnt-trabalhos- academicos.htm. Acesso em Maio de 2018. Livro: “Instrumentos e Medidas elétricas”. Autor: Senra, Renato. Editora: Baraúna São Paulo 2011. 47 APÊNDICE MANUAL DA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA AGRADECIMENTOS 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVO O protótipo que apresentamos tem como objetivo principal fazer medições da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da seção transversal de um condutor, porém a intensidade da corrente aplicada não deverá ultrapassar o valor de 100m... 3. AMPERÍMETRO FONTE: AUTORES, 2018. 4. PLANEJAMENTO DO TRABALHO 4.1 CRONOGRAMA 5. MATERIAIS 5.1 GALVANÔMETRO 5.2 RESISTÊNCIA 5.2.1 POTÊNCIOMETRO TRIMPOT 5.2.2 RESISTOR 5.3 PLACA DE FENOLÍTE Figura 08 – Placa de fenolite 6. CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO 6.1 INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 7. MEMORIAL DE CÁLCULOS Cálculo para a corrente de fundo de escala 8. CUSTOS DO PROJETO 9. CONCLUSÃO APÊNDICE
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