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Oceanografia - Resumão

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APOSTILA OCEANOGRAFIA 
 
Interior da terra (estrutura) 
 
 A grande massa continental formada principalmente por rochas 
graníticas, contém alta quantidade de silicatos de alumínio e magnésio; 
quartzo e feldspato são seus principais componentes minerais. A crosta 
continental tem densidade de 2,8 gramas por centímetro cúbico, sendo sua 
espessura média de 55 km; já a crosta oceânica é muito mais fina, com 10 
km em média de espessura, porém é mais pesada, com densidade de 3 
g/cm³. 
Imediatamente abaixo da crista continental e oceânica, encontra-se a 
camada superior do manto. No limite entre a crosta e o manto encontra-se 
uma região na qual ocorre rápida mudança na composição química e na 
velocidade de propagação de ondas sísmicas, chamada de 
descontinuidade de Mohorovicic. Considera-se que o manto abaixo da 
crosta seja rígido, solidificado, basáltico e fundido com a crosta, mas, ao 
mesmo tempo, separado dela pelo Moho. Essa camada da crosta e do 
manto superior que contém o Moho é conhecida como litosfera e possui, 
em média, 100 km de espessura. 
 A região do manto abaixo da litosfera é a astenosfera. Acredita-se 
que esta camada esteja parcialmente em estado de fusão. A litosfera é 
menos densa, e ambas as litosferas, continental e oceânica, flutuam na 
astenosfera. 
 
 
O manto, com 2800 km de profundidade e densidade média de 4,5 
g/cm³, pode ser subdividido em três regiões principais: manto superior 
(onde estão a litosfera e a astenosfera), manto intermediário e o manto 
inferior. Abaixo, tem-se a camaca denominada de núcleo externo, com 
2300 km de profundidade, constituída por uma mistura de ferro e enxofre, 
com densidade média de 11,8 g/cm³, nessa região encontra-se a origem do 
campo magnético terrestre. Por ultimo, no centro do planeta, tem-se o 
núcleo interno, com 1140 km de espessura, densidade de 17 g/cm³, 
constituído por uma mistura de ferro e níquel. 
 
 
Oceanos - Oceanografia 
A Oceanografia é a mais antiga e tradicional entre as áreas que se inserem na concepção 
de Ciências do Mar, compreendendo quatro ramos temáticos, que tratam de forma inter-
relacionada estudos da Geologia, da Química, da Física e da Biologia do ambiente marinho e 
das zonas de transição (FIG. 1.1). 
 
 
 
 
A Oceanografia Geológica estuda a geologia, a origem e a evolução das bacias 
oceânicas, a tectônica de placas, o transporte dos sedimentos e a formação e evolução das 
costas. 
A Oceanografia Química, também conhecida como Química Marinha, compreende o 
estudo das propriedades químicas da água de mar e zonas de transição e suas interações com a 
atmosfera, o assoalho marinho e os seres vivos. 
A Oceanografia Física, por sua vez, estuda os atributos físicos dos oceanos e das zonas 
de transição, incluindo a estrutura termo-halina dos mares, os processos de mistura, a geração 
e propagação das ondas, as marés e correntes e a penetração e transmissão da luz e do som. 
Por fim, a Oceanografia Biológica, também chamada de Biologia Marinha, ocupa-se 
do estudo dos micróbios, das plantas e dos animais que habitam os oceanos e as zonas de 
transição, assim como da diversidade, da estrutura e da dinâmica das comunidades e suas 
interações ecológicas com esses ambientes. 
 
 
1. ESTUDO DO AMBIENTE OCEANOGRÁFICO DO 
PONTO DE VISTA GEOLÓGICO 
 
 Os oceanos e mares cobrem quase ¾ da superfície terrestre, mais 
especificamente 70,8% da superfície. Mas a água não se distribui de modo 
homogêneo: no hemisfério sul a relação entre água e terra é de 4:1, 
enquanto no hemisfério norte esta relação é de 1,5:1. 
 
 
 
Didaticamente, pode-se dividir os oceanos em três: o Pacífico, 
Atlântico e o Índico, embora o Ártico e o Antártico possam também ser 
considerados como oceanos à parte. 
 
Com relação aos Atlântico é um pouco mais raso que o pacífico cerca 
de 3575 m, enquanto o pacífico apresenta uma profundidade média de 
3940m e também possui grandes áreas de plataforma continental e poucas 
ilohas vulcânicas. 
Outra característica distinta do Atlântico é que ele recebe grande 
descarga de água doce proveniente de grandes rios. A soma de todos os 
rios que desembocam no Atlântico atinge 600 mil metros cúbicos por 
segundo, sendo o rio Amazonas responsável por 1/3 dessa quantidade. Há 
outros rios também importantes e que desaguam no Atlântico como o 
Congo (África), Mississipi (EUA), Rio Orinoco (Venezuela) e Rio da Prata 
(formado pelo desague do rio Paraná e do Uruguai-seu limite exterior está 
nos limites da Argentina e Uruguai). Uma das maiores consequências 
desse fato refere-se à quantidade de sedimento de origem continental ser 
muito superior à do Pacífico. 
Os oceanos podem ser divididos em três províncias batimétricas 
maiores: as margens continentais, as bacias oceânicas e os sistemas de 
cordilheiras mesoceânicas. 
 
 
 
1.1 Margem continental 
 
A margem continental é aquela região mais próxima às terras emersas 
e é formada por um acúmulo de sedimentos de origem continental levados 
principalmente por rios e em menor escala pela erosão causada pelo 
próprio mar no ambiente costeiro. 
Os geólogos marinhos e oceanógrafos reconhecem dois tipos básicos 
de margens continentais (pacífica e Atlântica). A do tipo pacífica 
reconhecem dois tipos básicos de margens continentais: pacífica e 
atlântica. A do tipo pacifica como o próprio nome diz, ocorre 
principalmente no oceano Pacífico e é caracterizada por ser estreita e 
possuir fossas submarinas em sua base com a bacia oceânica; é 
característica de regiões de subducção, nas quais há o encontro 
convergente de placas litosféricas. 
Já a do tipo atlântica, característica do oceano Atlântico, é mais larga, 
típica de regiões sismicamente menos ativas, desenvolvidas quando os 
continentes foram separados para formar novo assoalho oceânico. Dessa 
forma, o continente e a bacia oceânica adjacente fazem parte da mesma 
placa tectônica. 
Outros fatores podem influenciar na largura da margem continental. A 
proximidade com fontes geradoras de sedimentos (como desembocaduras 
de rios) ocasionam margens largas, ou se houver fortes correntes podem 
tornar a margem estreita, já que impedem o estabelecimento dos 
sedimentos. 
Ela foi subdividida em três províncias: a plataforma continental, o 
talude continental e o sopé continental, este último também conhecido 
como elevação continental. A característica principal que diferencia esses 
três setores é o ângulo médio no qual eles se inclinam em direção ao fundo 
abissal. A característica principal que os diferencia é o ângulo o ângulo 
médio no qual eles se inclinam em direção ao fundo abissal. 
 
 
 
 
 
Resumindo, a morfologia da crosta terrestre no fundo dos oceanos 
compreende cinco formas principais: Plataforma continental; Talude 
continental; Planície abissal; Fossas submarinas e Cordilheiras oceânicas. 
 
 
 
1.1.1 Plataforma Continental 
 
Saindo da região costeira em direção ao oceano aberto, a primeira 
região submersa é chamada de plataforma continental. Estende-se da costa 
em direção à bacia oceânica. Sua largura média é de cerca de 40 milhas 
náuticas (75 km). A plataforma compreende cerca de 7,5% do total da área 
oceânica. 
No Brasil, em sua maior largura, na foz do rio Amazonas (AM), a 
plataforma atinge cerca de 330 km e apenas 8km na altura de Salvador. No 
litoral de SP, atinge sua maior largura ao sul da cidade de Santos, com 230 
km de extensão. 
 
 
Seu limite mais externo, denominado borda da plataforma, encontra-
se em média a cerca de 130 metros de profundidade. Na margem 
continental brasileira, a borda da plataforma varia sua profundidade entre 
40 metros na altura da cidade de Natal (RN), Rio São Francisco (AL/SE) e 
Rio Paraíba do Sul (RJ), atingindo a profundidade máxima de 180 metros 
ao sul da cidade de Santos (SP) e próximo à cidade de Tramandaí (RS). 
Por ser relativamente pouco profunda, há grande penetraçãode luz 
solar, de modo que a produção primária (acumulação de matéria orgânica 
por organismos fotossintetizantes) pode ser alta em praticamente toda a 
coluna d’água. Além deste fator, sua proximidade com as regiões 
continentais, que fornecem nutrientes em abundância, assegura biomassa 
de animais e vegetais muitas vezes superior à de outras regiões oceânicas. 
Para ilustrar tal fato, basta dizer que cerca de 90% da produção 
pesqueira mundial é de organismos capturados nas plataformas 
continentais. 
As águas oceânicas acima da plataforma e fora da influência das marés constituem, do ponto 
de vista biológico, a zona nerítica, a mais importante para a pesca. Compreende formas de vida 
sésseis, ou seja, que vivem fixas ao fundo do mar (como os corais) e nectônicas (como os peixes). 
 
Ao mesmo tempo que esta região é uma das mais ricas do ambiente 
marinho, pode sofrer com a influência do homem, pois 4/10 da população 
do planeta vive dentro de um raio de 60 km da área costeira e 2/3 das 
cidades de mais de 2,5 milhões de pessoas estão nesta área. 
 
1.1.2 Talude Continental 
 
É a região externa da plataforma continental e é marcado por uma 
mudança abrupta na inclinação. Nesta região, a declividade passa 1:1000 
(plataforma- a cada 1000 metros horizontais, a profundidade aumenta em 1 
metro) para 1:40. 
Os sedimentos do talude são mais finos que os da plataforma, 
compostos principalmente por materiais finos (lamas). Longe de possuir 
superfícies plana e regular, quando considerados em detalhe, os taludes 
continentais são frequentemente cobertos por depressões e promontórios. 
A descontinuidade mais pronunciada do talude são os cânions 
submarinos, vales profundos e relativamente estreitos em forma de U ou 
Y, cujas paredes são muito inclinadas. Os maiores cânions submarinos 
podem atingir mais de 370 km de comprimento (Mar de Bering), e a 
inclinação média das paredes pode atingir 1:17 para pequenos cânions (os 
maiores possuem uma inclinação média menor). Estas depressões 
profundas na margem continental tem um importante papel no transporte 
de sedimentos de regiões costeiras para o oceano profundo. Estes 
sedimentos acumulam-se na base dos cânions, originando um leque 
aluvial. 
A explicação para a existência da maioria dos cânions é a seguinte: as 
porções superiores devem ter sido erodidas por rios durante uma época de 
baixo nível do mar, em uma das diversas glaciações que ocorreram no 
passado. Quando submersos, os cânions submarinos mantem-se abertos, ou 
seja, continuam ativamente servindo de transporte de sedimentos, 
provavelmente devido a uma combinação de processos submarinos, tais 
como: correntes de turbidez ou de densidade, corridas de lama e 
desmoronamentos. 
 As correntes de turbidez são correntes de alta turbulência e ocorrem 
quando sedimentos se movem através de uma região com uma certa 
inclinação, como a parede do cânion. Se a velocidade e turbulência da 
corrente são tais ou a inclinação da parede é suficiente para impedir o 
estabelecimento das partículas de sedimento, esta ou a inclinação da parede 
é suficiente para impedir o estabelecimento das partículas de sedimento, 
esta corrente pode percorrer longas distâncias, alcançando mais de 1500 
km. A corrida de lama é um fenômeno espasmódico que se constitui na 
movimentação de um fluxo de material detrítico homogêneo como areia, 
argila e até seixos. Estes detritos, lubrificados por um grande volume de 
água que os saturam, movimentando-se abaixo, como as paredes inclinadas 
do cânion, indo depositar-se no leque aluvial. Na região nordeste encontra-
se uma dúzia de cânions principais no talude continental entre os quais o 
de Natal, o Oceânico de Alagoas, os de São Francisco, Japaratuba, 
Salvador e Belmonte. 
Já no litoral sudeste e sul, o número de cânions é bastante reduzido e 
também menores em dimensão. Os maiores encontram-se ao norte, 
valendo mencionar o de Cabo Frio e o de Macaé. No Litoral de São Paulo 
os mais importantes são os de São Sebastião e São Paulo. 
 
 
1.1.3 Sopé Continental 
 
Os sedimentos depositados na base do talude formam o sopé ou 
elevação continental. Parte desta feição é formada por sedimentos em 
suspensão, que fluem contínua e lentamente pela plataforma, caindo pelo 
talude em direção ao sopé. 
A declividade do sopé é muito menor que a do talude e sua largura 
pode variar significativamente, entre 100 e 1000 km; o sopé ocorre em 
geral a partir da profundidade de 1500 m alcançando até cerca de 6000 
metros, dependendo da sua localização. 
No Brasil, o sopé continental atinge 850 km em sua maior largura na 
altura do banco de Abrolhos, no estado do Espírito Santo. 
 
1.2 Bacia oceânica 
 A porção do assoalho marinho, que se estende do sopé continental 
até a cordilheira mesoceânica ou até outra margem continental, é chamada 
de bacia oceânica. Embora em geral não sejam características apenas da 
bacia oceânica, ocorrem aí diversas feições batimétricas tais como: 
planícies abissais, platôs submarinos, ilhas vulcânicas, guyots, atóis, 
montes marinhos e fossas submarinas, descritas a seguir. 
 
1.2.1 Planícies abissais 
 
Normalmente, nas bacias oceânicas predominam as planícies abissais, 
mas o fundo é exageradamente plano, mais do que em qualquer planície 
continental. Em algumas regiões de planície abissal do Atlântico ocidental, 
por exemplo, encontram-se extensões de mais de 100 km onde o fundo não 
varia mais que 2 metros. 
É a região extensa e profunda, mais ou menos plana e horizontal, que, 
nas margens continentais do tipo Atlântico, começa na base do sopé 
continental e estende-se até as cordilheiras oceânicas. Está geralmente a 
4.000 m de profundidade. 
Constituem os compartimentos com as maiores extensões territoriais 
dos oceanos e são localmente interrompidos pelos montes ou montanhas 
submarinas, elevações isoladas que podem atingir 1.000 m de altura e cujas 
porções emersas constituem as ilhas oceânicas. 
Em termos biológicos, compreende a zona pelágica, onde vivem 
normalmente seres vivos que não dependem dos fundos marinhos, sendo 
habitada principalmente por seres planctônicos (que são levados pelas 
águas) e nectônicos (animais que nadam). 
O domínio pelágico é muitas vezes dividido em cinco zonas, 
conforme a profundidade: 
 
Zona epipelágica ou superficial – vai até 200 m de profundidade e 
inclui a porção do mar onde pelo menos 1% da luz solar consegue penetrar, 
permitindo a fotossíntese. Essa penetração da luz do sol depende não 
apenas da profundidade, mas também da turbidez da água, podendo ser de 
apenas alguns centímetros. 
Zona mesopelágica – de 200 m até cerca de 1.000 m de 
profundidade. Embora ainda penetre alguma luz solar, ela não é suficiente 
para promover a fotossíntese. Sua temperatura varia entre 4ºC (na base) e 
20ºC (nas partes mais rasas). Os animais mesopelágicos caracterizam-se 
por fazer grandes deslocamentos verticais diários, aproximando-se da 
superfície da água à noite, mas mergulhando para águas profundas durante 
o dia. 
Zona batipelágica – de 1.000 até cerca de 4.000 m de profundidade, 
dependendo da profundidade da margem continental. Tem uma 
temperatura média de 4ºC. Não recebe a luz solar e, por isso, nela não há 
produção primária de alimentos. Também pela falta de luz, nela vivem 
alguns animais que não possuem olhos. Os animais batipelágicos nunca se 
aproximam da superfície do mar. 
Zona abissopelágica – sobre as planícies abissais. É uma região onde 
a pressão da água é enorme e onde a falta de nutrientes e a baixa 
temperatura só permitem poucas formas de vida. Representa 42% dos 
fundos oceânicos. Os seres abissais são dotados de adaptações especiais, 
pela total falta de luz e elevada pressão, sendo exemplos os peixes cegos e 
polvos gigantes. 
Zona hadopelágica ou zona hadal – inclui as águas associadas ao 
fundo das fossas oceânicas com mais de 6.000 m de profundidade,como a 
Fossa das Marianas, que atinge 11.000 m de profundidade e pressão de 
1.100 atmosferas. 
 
 
Na bacia oceânica brasileira encontra-se uma planície abissal na altura 
da região nordeste, denominada planície abissal de Pernambuco, com a 
profundidade média de mais de 5600 metros. No extremo sul do país 
encontra-se o limite norte de uma grande planície abissal, denominada da 
Argentina. 
 
1.2.2 Platôs Submarinos 
 
Há numerosas regiões na bacia oceânica ou mesmo na margem 
continental que se elevam por 1 ou 2 km, mas não alcançam a superfície 
oceânica e nem fazem parte das cordilheiras mesoceânicas. Estas feições 
peculiares de platôs submarinos, são constituídas de material mais leve que 
o do assoalho oceânico, provavelmente originárias de fragmentos 
continentais ou como resultado de vulcanismo. 
Na margem continental brasileira encontram-se dois submarinos 
principais: o de Pernambuco e o de São Paulo. O primeiro possui área de 
quase 3000 km² e é composto por dois patamares, o Norte, de maior 
tamanho e profundidade que variam entre 1000 e 1200 metros; e o patamar 
sul, com profundidades entre 2400 e 2500 metros. O platô de SP é uma 
província fisiográfica de grande envergadura, com área de mais de 200000 
km². 
 
1.2.3 Ilhas Vulcânicas 
 
Feições resultantes de atividade vulcânica são bastante comuns no 
fundo oceânico. Vulcanismos podem ser encontrados em zonas de 
subducção (encontro convergente de placas tectônicas) ou associados com 
cordilheiras mesoceânicas. Mas há também regiões isoladas nas bacias 
oceânicas, nas quais ocorre atividade vulcânica causada pelos chamados 
pontos quentes, presentes no manto, que ocasionalmente expelo material 
magmático em direção à crosta. 
 
 
 
Não se conhece a causa da existência desses pontos quentes, mas com 
a liberação de magma, forma-se uma ilha vulcânica. Com frequência tais 
ilhas formam longas cadeias, devido à expansão do assoalho oceânico, pois 
ao se mover sobre o ponto quente que deu origem a uma ilha, a placa 
tectônica origina outra e assim por diante. 
No Brasil há exemplos de cadeias vulcânicas submarinas que se 
formaram no sentido da movimentação da Placa tectônica Sul-americana. 
É o caso da Cadeia Norte Brasileira, Fernando de Noronha e a de 
Vitória-Trindade; nestas duas últimas encontram-se picos emersos 
formando ilhas vulcânicas. 
 
1.2.4 Guyots 
 
 A tendência das ilhas vulcânicas originadas por um ponto quente, é 
afundar até que encontre novo equilíbrio isostático, já que a crosta terrestre 
é muito fina, deformando-se devido ao peso da grande massa magmática 
formadora da ilha. Ao afundarem, as ilhas podem dar origem aos guyots, 
elevações submarinas de origem vulcânica que possuem o seu topo plano, 
causado pela erosão das ondas na superfície quando do processo de 
imersão da ilha. 
 
1.2.5 Atóis 
 
A ilha vulcânica pode também dar origem a um atol, fato descoberto 
por Charles Darwin, em sua viagem com o Beagle pelo oceânico Pacífico, 
realizada entre 1831 e 1836. Darwin ficou muito intrigado com a presença 
de formações circulares coralinas em pleno oceano, muitas vezes em 
profundidades vizinhas maiores que 4000 metros. 
Em águas quentes e limpas os corais crescem rapidamente. Assim, 
enquanto a ilha afunda lentamente, o recife de coral, que se encontra em 
águas rasas à sua volta, cresce verticalmente até a ilha afundar totalmente, 
restando um recife coralino circular, em cujo centro encontra-se uma lagoa 
de águas rasas. 
 
 
 
Na bacia oceânica brasileira acha-se o atol das Rocas, o único do 
oceano Atlântico sul. Este atol foi a primeira unidade de conservação 
marinha do Brasil (1979) estando localizado a 144 milhas náuticas (cerca 
de 260 km) da costa. Ele faz parte da formação da cadeia de Fernando de 
Noronha, e é constituído por um anel de recifes de algas calcárias e corais, 
de cerca de 1600 metros de diâmetro, ocupando uma área de apenas 7,2 
km². Há apenas 2 pontos permanentemente emersos, cuja altura não 
ultrapassa 3 metros. 
 
 
 
1.2.6 Montes Marinhos 
 
Esta feição é geralmente de origem vulcânica, elevando-se do 
assoalho oceânica mas não atingindo a superfície. No Brasil existem 
diversos montes marinhos, geralmente associados às cadeias vulcânicas 
submarinas como a de Fernando de Noronha ou a de Vitória-Trindade. 
 
1.2.7. Fossas Submarinas 
 
As fossas submarinas são encontradas em sua maioria no oceano 
Pacifico, como as fossas das Marianas, Aleutas e Kurilas. Geralmente 
possuem formas em arco de círculo e, via de regra, encontra-se associado a 
elas um colar de ilhas também em arco (arco insulares). 
 
1.2.8. Cordilheiras oceânicas 
Ao contrário das fossas oceânicas, as cordilheiras são zonas 
alongadas, contínuas, fraturadas e escarpadas que se elevam a partir da 
planície abissal. São formadas predominantemente por processos 
vulcânicos e tectônicos relacionados à movimentação das placas tectônicas, 
com superposição de depósitos sedimentares de oceanos profundos. 
Correspondem às zonas de separação de placas tectôncias (zonas de 
acresção), como a Dorsal Mesoatlântica, que existem ao longo de todo o 
Oceano Atlântico. Estão presentes em todos os oceanos e contêm, nas suas 
porções centrais, as zonas de maior atividade tectônica dos fundos 
oceânicos. 
Picos mais elevados dessas cordilheiras podem alcançar a superfície 
do mar, formando ilhas oceânicas, como o arquipélago de Fernando de 
Noronha, por exemplo. Totalizam 84.000 km e têm uma largura média de 
1.000 km. 
 
 
1.3 Sedimentos Marinhos 
 
O fundo oceânico é coberto por uma camada de sedimentos que varia 
quanto à espessura desde poucos a até 4 km, dependendo da área ou das 
condições locais. A espessura média dos sedimentos no assoalho marinho é 
de cerca de 300 metros. 
A grande maioria dos sedimentos chega ao ambiente marinho pela 
decomposição química e pela desintegração mecânica dos constituintes 
minerais provenientes de rochas terrestres, transportados em solução, em 
suspensão ou por tração junto ao fundo. As duas últimas formas de 
transportes depositam rapidamente os sedimentos no assoalho marinho, 
enquanto que as substâncias dissolvidas entram em um complexo sistema 
bioquímico marinho, enquanto que as substâncias dissolvidas entram em 
um complexo sistema bioquímico marinho, podendo manter-se dissolvidas 
(potencialmente utilizáveis por organismos vivos que por sua vez, podem 
também formar sedimentos) ou precipitar-se, sendo então depositadas no 
assoalho marinho. 
Dependendo de sua origem, os sedimentos podem ser divididos em 
derivados de partículas de origem continental, chamados litogênicos ou 
terrígenos; em derivados de processos biológicos ou biogênicos; em 
derivados de soluções por meio de processos químicos – autigênicos ou 
hidrogênicos. Há ainda um quarto tipo, bem raro, formado por sedimentos 
originários do espaço, chamados cosmogênicos. 
 
1.3.1 Sedimentos litogênicos 
 
Os sedimentos litogênicos de origem continental são levados até o 
ambiente marinho através de rios – sua principal fonte – ventos ou, ainda, 
através de geleiras, que erodem o continente em seu ovimento para o mar. 
Os principais constituintes desses sedimentos são em geral o quartzo e o 
feldspato, minerais mais comuns nas rochas terrestres. 
Este tipo de sedimento é depositado principalmente na margem 
continental, mas também forma boa parte dos sedimentos dos assoalhos 
marinhos profundos. Chegam até a região pelágica na forma de sedimentos 
finos, responsáveis por quase 40% dos sedimentos da região como um 
todo. Tais sedimentos pertencem a um grupo mineral de silicatos 
hidratados de alumínio; são compostos de grãos extremamente finos e 
possuem cores que variam, em geral, do marrom ao vermelho. 
A granulometria (tamanho dos grãos) do sedimento litogênico varia 
conforme a distância da fonte que o originou: próximo às regiões costeiras 
são maisgrossos tais como areais e quanto mais distantes, mais finos como 
siltes e argilas, uma vez que as correntes marinhas não têm força suficiente 
para transportar sedimentos de maiores dimensões a grandes distâncias. 
Os litogênicos, depositados nas margens continentais, possuem a 
maior taxa de deposição entre os sedimentos marinhos. Quando próximos a 
fontes, como grandes rios, podem aumentar a espessura do assoalho 
marinho em mais de 1 metro a cada 1000 anos; no leque aluvial do cânion 
do Amazonas, região da foz do Rio, por exemplo, a deposição pode atingir 
a 50 cm a 1000 anos. 
Com relação aos sedimentos biogênicos é derivado de restos de 
animais e vegetais. Embora os organismos marinhos possuam uma enorme 
diversidade, somente um pequeno grupo deles apresenta partes duras 
capazes de contribuir para a formação desse tipo de sedimento e poucos 
são numerosos o suficiente para a formação dos tipos maiores de 
sedimentos biogênicos, que serão descritos adiante. 
Os sedimentos derivados de processos biológicos são predominantes 
nas bacias oceânicas, mascarando o componente sedimentar originário dos 
organismos marinhos, mesmo que ocorra em quantidade. A taxa média de 
deposição pode chegar até 20 cm a cada 1000 anos. 
As chamadas vasas de carbonato de cálcio (calcárias) ou de sílica 
(silicosas) são os principais constituintes dos sedimentos biogênicos; 
vasas são definidas como sedimentos de origem pelágica, que contém 
menos de 30% de material de origem orgânica. A produtividade primária 
marinha é importante para a formação e definição das características das 
vasas. 
 
Vasas calcárias 
 
As vasas de carbonato de cálcio, ou calcárias, originam-se de conchas 
de moluscos, algumas algas, corais, esqueletos de esponjas-do-mar e 
equinodermos; os maiores contribuintes para a formação desse tipo de 
vasa, porém, são foraminíferos (protozoários herbívoros ou omnívoros de 
águas quentes). Dentre os organismos planctônicos que formam vasas de 
carbonato de cálcio encontra-se ainda os cocolitoforídeos (protozoários 
flagelados) e os pterópodos (moluscos). 
 
A taxa de deposição é mais elevada que a de qualquer outro tipo de 
sedimento na bacia oceânica, de tal forma que alguns geólogos se referem 
às vasas calcárias como “Neve que cobre as montanhas do fundo do 
oceano”; pode atingir 6cm a cada 1000 anos. Em algumas margens 
continentais, onde o sedimento litogênico não mascara o biogênico, este 
pode se acumular em taxas que variam de 10 a 20 cm a cada 1000 anos. 
Dependendo de sua localização, estas vasas muitas vezes são 
exploradas para a utilização do calcário na fabricação de cimento e cal. Na 
plataforma continental brasileira existem grandes reservas de depósitos 
calcários, constituídas geralmente por fragmentos de algas calcárias, corais, 
moluscos, foraminíferos, cracas entre outros. 
 
Vasas Silicosas 
 
O silício é um dos elementos mais abundantes do planeta. Ocorre 
geralmente combinado com o oxigênio, recebendo nesta forma de óxido de 
silício ou simplesmente sílica. O intemperismo e a erosão terrestres são as 
maiores fontes de sílica para o ambiente marinho. Parte da sílica dissolvida 
é utilizada por organismos para a fabricação de suas carapaças e parte é 
depositada principalmente nas margens continentais. 
As diatomáceas e os radiolários (algas e protozoários planctônicos, 
respectivamente) são os principais organismos formadores das vasas 
silicosas, apesar de haver também as esponjas-do-mar silicosas e os 
protozoários silicoflagelados. 
 
 
 
Os depósitos silicosos, quando contém mais de 30% de restos de 
carapaças de diatomáceas, são conhecidos por terra-de-Diatomito, e 
possuem grande importância comercial. Esta sílica por ser usada como 
filtro para sistemas de águas, tijolos refratários e abrasivos (produtos de 
limpeza e pasta dental, por exemplo). As vasas de diatomáceas são típicas 
de áreas localizadas nas altas latitudes, mas também são encontradas em 
algumas margens continentais. 
 
1.3.2 Sedimentos autigênicos 
 
São sedimentos formados no mesmo ambiente onde são encontrados, 
geralmente precipitados da água do mar. Podem ser formados por grande 
variedade de elementos. Os nódulos de manganês e as fosforitas são dois 
bons exemplos de sedimentos autigênicos. 
Os nódulos de manganês são formados por, além do mineral que lhes 
dá o nome, níquel, cobre, cobalto, ferro e traços de mais de duas dezenas 
de outros metais. Devido o seu grande valor econômico, tornaram-se foco 
de grande interesse por parte de diversas nações, estes depósitos 
estimularam ações políticas com relação às leis internacionais sobre o uso 
dos oceanos. 
De forma geral são pequenos nódulos, formados por camadas 
concêntricas como uma cebola, em torno de um núcleo central de 
composição variável, como por exemplo, dentes de tubarão, conchas ou 
otólitos. 
As fosforitas são pequenos nódulos de forma irregular, formados em 
águas rasas com menos de 500 metros de profundidade onde ocorra alta 
demanda de oxigênio na decomposição de matéria orgânica; grande 
suprimento de fosfatos orgânicos são liberados nesta decomposição. 
Assim, as fosforitas são encontradas principalmente em regiões ricas em 
áreas de ressurgência. 
 
1.3.3 Sedimentos cosmogênicos 
 
Os sedimentos cosmogênicos constituem pequena parcela dos 
sedimentos marinhos, representado material de importância científica. 
Estes sedimentos originam-se de meteoros que alcançam a superfície 
terrestre. Quando tal fato ocorre, passam a se chamar meteoritos e podem 
ser classificados em sideritos, formados principalmente de ferro e níquel, e 
meteoritos rochosos, compostos de silicatos. 
 
1.3.4 Sedimentos da margem continental brasileira 
 
A plataforma continental brasileira pode ser dividida em três 
províncias sedimentares: 
 Na região próxima ao complexo da foz do rio Amazonas-PA. A 
sedimentação é basicamente de origem litogênica; 
 
 Nas regiões norte, nordeste e leste de Fortaleza (CE) até Cabo 
Frio (RJ), os sedimentos são predominantemente biogênicos (calcários). 
Estes sedimentos são caracterizados por possuírem grande quantidade de 
algas coralinas, sendo que os litogênios ocorrem nas regiões adjacentes aos 
grandes rios como o São Francisco (AL/SE) e o Doce (ES); 
 Ao sul de Cabo Frio, são predominantemente litogênicos, 
aparentemente derivados da drenagem continental, principalmente de 
montanhas costeiras próximas, como a Serra do Mar. 
 
1.3.5 Fundo - Transporte de sedimentos pelágicos 
 
Na adição de partículas que acumulam de grão em grão sobre o 
fundo do mar profundo, existe mais componentes com texturas grosseiras 
transportadas para o fundo que chegam a profundidades abissais. Esses 
materiais são transportados por densidade, carreado por correntes túrbidas 
que descem das escarpas continentais ou canyons submarinos e viajam ao 
longo do fundo para o fundo do oceano mais profundo. Tais correntes tem 
sido observada e chegam a atingir velocidades maior que 20 km/h. 
Transporte por correntes túrbidas explicam o acúmulo de areia e silte, 
alguns contendo plantas terrestres e conchas de águas rasas são 
encontradas no plano abissal e nas escarpas. Cada carregamento de 
sedimentos advindo correntes distantes, o depósito é distinto, chamado de 
túrbidos, na qual a granulometria dos grãos da parte superior é composta 
de grossa a fina. Essas correntes sugerem um mecanismo de transporte de 
grossa cobertura de sedimento encontrada sobre o plano abissal do oceano 
Atlântico e para a grande quantidade de material terrígeno amostrado nas 
escarpas profundas ao redor do oceano Pacífico. 
 
 
2. ESTUDO DO AMBIENTE OCEANOGRÁFICO DO PONTO DE 
VISTA FÍSICO-QUÍMICO 
 
A oceanografia física é o ramo da oceanografia que estuda os 
processos físicos nos oceanos e suas relações, não só com a atmosfera, mas 
também com a litosfera. A oceanografia física ocupa-se das 
característicasdas massas de água e pesquisa fenômenos como: 
correntes marinhas, marés, ondas, vórtices e outros. 
Transferir para El NiNo: A oceanografia física, juntamente com a 
meteorologia, fornece muitas informações sobre o funcionamento da 
dinâmica climática mundial, buscando compreender fenômenos como a 
Oscilação Sul do El Niño (OSEN, ou ENSO, em inglês - El Niño Southern 
Oscillation) e o Efeito Estufa. 
A oceanografia química por sua vez, estuda os sólidos e os gases 
dissolvidos no oceano e a sua relação com a geologia e a biologia do 
oceano como um todo. Como eu disse anteriormente, a oceanografia 
contempla de forma integrada a geologia, a física, a química e a biologia. 
 
 
2.1 Correntes marinhas 
As correntes marítimas correspondem às massas de água que migram em 
distintos rumos ao longo dos oceanos e mares, as quais influenciam 
diretamente no clima das regiões em que atuam uma vez que transportam 
umidade e calor, influenciando assim, a vida e a biodiversidade marinha. 
As massas de água que se locomovem não interagem com as águas dos 
lugares que percorrem, desse modo detêm suas características particulares 
como cor, temperatura e salinidade. 
A formação das correntes marítimas, de acordo com diversas pesquisas, é 
resultado, das variações de pressão e temperatura atmosféricas, salinidade 
da água, ventos e movimento de rotação da terra. O movimento de rotação 
da terra, que faz com que as correntes migrem para direções contrárias, ou 
seja, no hemisfério norte movem-se no sentido horário e no hemisfério sul 
no sentido anti-horário, essa dinâmica das correntes é denominada de 
efeito de Coriolis. 
 
2.1.2 Tipos de correntes marítimas 
 
As correntes não são homogêneas quanto à suas características e origem, 
elas podem ser: correntes quentes e correntes frias. 
Correntes quentes: No geral, estas correntes são mais superficiais, de 
forma que suas águas apresentam temperatura mais elevada. Ocorrem a 
partir da linha do Equador em direção aos polos, por exemplo as correntes 
do Brasil, Golfo, Guianas, Centro e Sul Equatorial, dentre outras. 
Correntes frias: São correntes marítimas com origem nas zonas polares e 
migram em sentido às regiões equatoriais, por exemplo as correntes do 
Humboldt, Labrador, Canárias, Groelândia, Malvinas, dentre outras. São 
correntes marítimas amis profundas e suas águas apresentam temperaturas 
baixas. 
 
 
 
2.1.3 Importância das correntes marítimas 
Uma vez que interferem no clima dos locais onde atuam, as correntes 
marítimas são fenômenos importantes da natureza, responsáveis pelo 
equilíbrio das temperaturas e umidades dos locais do planeta. Além disso, 
elas proporcionam o equilíbrio do ecossistema marinho e ainda, favorecem 
a economia, ou seja, a atividade pesqueira de determinadas regiões. 
Um exemplo importante é a corrente do golfo, uma das mais 
importantes das correntes oceânicas, que surgem próximo ao golfo México 
e seguem em direção ao continente Europeu, incluindo diretamente nas 
temperaturas do local. 
Dessa forma, a corrente do Golfo, ameniza as temperaturas gélidas do 
noroeste europeu, favorecendo a vida naquela região. Embora seja uma das 
mais importantes, nos últimos anos, a corrente do golfo tem sido 
imensamente afetada pelo aquecimento global (derretimento das geleiras 
polares), o que preocupa a maior parte dos especialistas no assunto, os 
quais alertam para o despontar de uma nova era glacial. 
2.1.4 Ressurgência 
Têm interferência no equilíbrio climático e unidade dos locais do 
planeta, favorecendo a vida humana e animal. No mar, além de 
proporcionar o equilíbrio do ecossistema marinho está diretamente ligada 
com a atividade pesqueira de determinadas regiões através do fenômeno de 
ressurgência. 
Quando falamos de correntes marítimas quentes temos o exemplo 
clássico da corrente do Golfo. 
Esta corrente de água quente diminui os rigores do inverno. Esta 
corrente tem origem próximo ao México, região da América central, EUA. 
Ela cruza o oceano Atlântico e chega a porção mais setentrional da Europa 
envolvendo aqueles países escandinavos: Suécia, Noruega, Dinamarca, 
Islândia, Finlândia, entre outros. Por este exemplo, as correntes marítimas 
têm uma grande influência no equilíbrio climático da terra, favorecendo 
assim a vida. 
No que diz respeito a correntes marítimas frias, são correntes 
oriundas de grandes profundidades e está ligada ao fenômeno que 
chamamos de ressurgência. A ressurgência é um importante fenômeno de 
subida das águas frias em direção à superfície oceânica. Quando falamos 
de ressurgência, também temos que falar de vento. Pois é um importante 
fator que contribuem para a ressurgência dessas águas mais frias na região 
superficial do mar. 
A Ressurgência das águas frias, provoca o carreamento de matéria 
orgânica. A riqueza nutricional somada a maior oxigenação (as águas frias 
têm maior taxa de oxigênio) contribui com a produtividade primária: 
fitoplâncton e zooplâncton. No entanto, estas áreas são ideais para a 
reprodução de espécies o que explica a maior produção pesqueira nestas 
áreas. 
Quando falamos de ressurgência, temos que mencionar os ventos que 
somado ao efeito de Coriolis (força resultado da rotação da terra que é 
responsável pela deflexão de um objeto: movendo-o a direita no hemisfério 
Norte e à esquerda no hemisfério sul). A interação desses fatores vai 
contribuir para a retirada da água superficial do mar. Uma vez deslocada 
esta água superficial, outra entrará para substituí-la, que são as águas frias. 
 
 
 
2.1.5 Correntes superficiais 
Como a atmosfera e o oceano estão em contato, os três sistemas de ventos 
que serão descritos a seguir, geram, por atrito na superfície do mar, as 
principais correntes superficiais marinhas. Esses movimentos de larga 
escala no ambiente marinho estão entre os primeiros fenômenos 
oceanográficos estudados, devido à sua importância para a navegação 
comercial, sendo utilizadas como rotas marítimas, pois utilizando suas 
velocidades eles conseguem chegar mais rápido ao seu destino. Hoje em 
dia, praticamente todas as maiores correntes superficiais são bem 
conhecidas. 
 
2.1.6 Circulação termoalina 
Além das correntes superficiais, existem correntes marinhas profundas 
causadas por diferenças de densidade da água do mar. Estas correntes, 
chamadas de termoalinas, referem-se aos movimentos de água produzidos 
quando a densidade se altera por variações de temperatura ou salinidade 
em alguma região oceânica superficial. O aumento de densidade pode 
ocorrer devido ao resfriamento da água, ao excesso de evaporação sobre 
precipitação pluvial ou ainda à formação de gelo e consequente aumento de 
salinidade das águas circunvizinhas. 
O aumento da densidade na superfície faz com que estas águas afundem e 
desloquem águas profundas; assim, a origem da circulação termoalina é um 
fluxo vertical de água superficial, mergulhando a uma profundidade 
intermediária ou próxima ao fundo, dependendo da densidade dessa água. 
O prosseguimento é um fluxo horizontal, com as águas recém-afundadas 
deslocando as antigas residentes no loca. Como o processo de formação de 
águas densas está principalmente ligado à redução de temperatura ou 
aumento da salinidade devido à formação de gelo, geralmente as correntes 
termoalinas originam-se em altas latitudes. Estas águas frias e densas 
afundam e lentamente fluem em direção ao equador. 
2.1.7 Correntes brasileiras 
A corrente Sul Equatorial do oceano Atlântico, que se movimenta no 
sentido L-O na altura do Equador, bifurca-se ao alcançar a costa nordestina 
brasileira. A corrente que se desvia para o norte, é denominada de corrente 
das Guianas (ou também corrente Norte do Brasil), e que se volta para 
o sul, corrente do Brasil. 
A do Brasil, a principal corrente superficial brasileira, que caminha sobre a 
plataforma ou próxima à região da borda, é também conhecida comoÁgua 
Tropical (AT). Esta corrente flui para o sul onde encontra a corrente das 
Malvinas. Esse encontro da corrente do Brasil que traz água tropical, pouco 
densa, com a corrente das Malvinas (águas mais frias e densas) origina a 
região chamada de Convergência Subtropical do Atlântico Sul. 
 
 
2.1.8 Ventos 
Diferenças de temperatura causam diferenças de pressão atmosféricas. A 
taxa de variação da pressão atmosférica entre duas áreas é denominada de 
gradiente de pressão atmosférica e causa o movimento horizontal do ar, ou 
seja, o vento. 
A direção dos ventos sempre se dá de regiões de alta pressão (também 
chamados de anticiclones) para as de baixa pressão (ciclones) e sua 
velocidade está relacionada com a magnitude do gradiente de pressão. 
Centro de baixa pressão ocorrem quando o ar se aquece, torna-se mais leve 
e sobe. Enquanto os de alta pressão, ao contrário, ocorrem quando o ar se 
resfria, torna-se mais denso e desce. 
Este fenômeno explica a alteração diária das brisas em regiões litorâneas. 
Durante o dia o solo se aquece mais e mais rapidamente que a água do mar, 
ocasionando uma área de baixa pressão sobre o continente; a brisa sopra 
então do mar para ele. À noite, o solo se resfria rapidamente, enquanto as 
águas oceânicas o faz de forma mais lenta. A temperatura, na água, fica 
maior que a do solo, ocasionando um centro de baixa pressão sobre o mar, 
que origina uma brisa do continente em sua direção. 
 
Na atmosfera, os centros de alta pressão ocorrem sobre os polos e em 
latitudes tropicais; já em regiões equatoriais e temperadas ocorrem centros 
de baixa pressão. Esses gradientes de pressão geram três sistemas gerais de 
ventos na atmosfera: Ventos alísios, que ocorrem entre 0° e 30° de 
latitude, soprando de Leste para Oeste; Ventos do Oeste, entre 30° e 60° 
de latitude e que sopram do Oeste para Leste, e, por último, ventos do 
Leste nas regiões polares, do Leste para o oeste (na meteorologia, os 
pontos cardeais definem a localização da origem do vento, e não o destino, 
como geralmente se costuma usar). Tais sistemas de ventos são os 
principais responsáveis pelo equilíbrio de calor no planeta. 
 
 
2.1.6 Efeito de Coriolis 
É importante lembrar que os ventos não caminham em linha reta ao longo 
de um gradiente de pressão, mas são defletidos ou desviados em forma de 
curva. O Efeito Coriolis é resultado da rotação da terra. 
 
2.2 Massas de água 
Em oceanografia, massa de água é uma grande quantidade de água do 
mar com uma origem determinada e que se mantém estável durante longos 
períodos de tempo (décadas ou séculos) com características 
de temperatura e salinidade quase constantes.[1] Essas duas variáveis servem de 
traçadores principais para definir as massas de água e os seus movimentos 
verticais e horizontais. A ferramenta mais comumente usada para 
identificar massas de água é o diagrama T-S, que relaciona temperatura (T), 
salinidade (S) e densidade da água. 
Em oceanografia, diagrama T-S é uma representação gráfica que 
combina perfis verticais de salinidade e temperatura na coluna de água do 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceanografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_do_mar
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_do_mar
https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salinidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_de_%C3%A1gua#cite_note-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_T-S
https://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceanografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Representa%C3%A7%C3%A3o_gr%C3%A1fica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salinidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura
oceano, facilitando a identificação de diferentes massas de água. Assim, 
uma determinada parte da curva do diagrama T-S representa uma 
determinada massa de água. Em diferentes regiões oceânicas são obtidos 
diferentes tipos de diagrama T-S, pois a salinidade e a temperatura variam 
de região para região. 
 
 
Diagrama T-S de diversos perfis verticais obtidos ao longo da coluna de água com um CTD. Os perfis plotados no diagrama 
foram realizados no Atlântico Norte ao longo do meridiano de 38° W e entre as latitudes de 6 e 15° N. As curvas pretas 
pontilhadas representam isolinhas de densidade potencial. 
 
De maneira geral, as águas de grandes profundidades são formadas em 
altas latitudes e, as mais próximas da superfície, originárias de latitudes 
menores. As águas de superfície são se enquadram na categoria de 
verdadeiras massas de água devido às grandes variações nos parâmetros 
temperatura e salinidade. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_de_%C3%A1gua
https://pt.wikipedia.org/wiki/CTD_(oceanografia)
A identificação de grandes massas de água nos oceanos torna-se possível 
através de uma coleção de dados oceanográficos, principalmente 
temperatura e salinidade (o oxigênio, em alguns casos, também pode ser 
usado). A densidade, considerada sozinha, não é suficiente, pois várias 
combinações de temperatura e salinidade podem produzir um mesmo valor 
deste parâmetro. 
 
2.3 MARÉS 
 
2.3.1 Conceitos básicos 
Maré é a oscilação vertical da superfície do mar ou outra grande massa de 
água sobre a terra, causada primariamente pelas diferenças de atração 
gravitacional da Lua e, em menor extensão, do sol sobre diversos pontos da 
terra. 
A oscilação da maré é consequência, basicamente, da Lei da gravitação 
Universal de Newton, segundo a qual as matérias se atraem na razão direta 
de sua massa e na razão inversa do quadrado da distância que as separa. 
A superfície dos mares não permanece estacionária. Devido, 
principalmente, à atração gravitacional da lua e do sol, a massa líquida se 
movimenta no sentido vertical, dando origem às marés e, também, 
horizontalmente, provocando as correntes de maré. Ademais, o 
aquecimento dos diferentes pontos da terra pelo sol e os grandes sistemas 
de vento resultantes dão origem às correntes oceânicas. A influência da 
lua é bastante superior, pois embora a sua massa seja muito menor que a do 
sol, esse facto é compensado 
A importância de conhecer as variações das marés para a área 
pesqueira, consiste principalmente para a navegação. Quando os barcos se 
encontra em locais profundos, o conhecimento preciso da altura da água 
em relação ao fundo do mar não tem importância. Mas em águas rasas, este 
conhecimento é importante pois permite definir as áreas ou canais onde o 
navio pode navegar com segurança. As correntes de marés também 
deverão ser levadas em consideração em navegações em áreas restritas, não 
podendo permitir que o navio se afaste da derrota prevista. O 
conhecimento antecipado da direção e velocidade facilitará o 
planejamento, não só da derrota, mas também da atracação/desatracação e 
dos horários mais convenientes às manobras. 
 
 
 
 
Pode conferir: quando vemos a Lua em fases cheia ou nova, a maré 
está alta; quando as fases são crescentes ou minguantes, a maré baixa. 
 
2.3.2. Como a lua influencia as marés? 
Sabemos, no entanto, que a posição do Sol e, principalmente, da Lua 
são determinantes para o movimento das águas. Muito pesado e com muita 
energia, o Sol tem uma imensa força gravitacional - é por isso que todos os 
planetas giram ao redor dele. 
Como em nosso sistema os astros orbitam em rotas equatoriais (ou seja, em 
plano horizontal), o ponto onde se concentra a maior tensão gravitacional é 
bem na Linha do Equador. 
Da mesma forma, a Terra tem força gravitacional suficiente para 
manter um satélite do tamanho da Lua em sua órbita. Ao girar em torno do 
nosso planeta, a Lua também atrai a Terra, mas com muito menos 
intensidade. A força gravitacional lunar é baixa para mover o corpo sólido 
da Terra, mas sua composição líquida - a saber, os oceanos - é impactada. 
Funcionamento: As marés são determinadas de acordo coma posição da 
Lua em relação ao Sol e destes em relação à Terra, e ainda por sua 
movimentação. Existem duas forças agindo neste evento: a força de 
atração entre os astros (Lei da Atração Gravitacional, de Isaac Newton, 
1686), que diz que "a força de atração entre dois corpos é diretamente 
proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da 
distância entre eles". Isto prova que a Lua é o principal astro que mais 
influencia as marés, pois, apesar de sua massa ser pequena, está muito 
próxima da Terra; e o Sol, que possui massa muito maior, está a uma 
distância muito grande, o que diminui muito a sua forca de atração (Lua = 
2 vezes mais que o Sol). A outra força é a força centrífuga, gerada pelo 
movimento da Terra e da Lua em torno de um centro comum. 
Explicando melhor: o lado da Terra, que estiver voltado para o astro 
atrator, irá apresentar maré cheia gerada pela força gravitacional e o lado 
oposto da Terra irá também apresentar maré cheia, porém originada pela 
força centrífuga, eventos todos resultantes de um complexo sistema de 
vetores de força. 
 
2.3.3 Maré alta, maré baixa 
As marés são resultadas de três forças principais: a influência da lua, do sol 
e a rotação da terra. A terra e a lua se atraem mutuamente pela força da 
gravidade. Mas o ponto da terra mais afastado da lua sofre menos atração 
do que o ponto mais próximo. A gravidade tem o efeito de atrair a terra 
provocando uma saliência, ou seja, levando a água a produzir um bojo em 
direção à lua. Do lado oposto também acontece esta saliência. O efeito do 
sol é idêntico, mas como a distância entre a terra e o sol é maior sua 
influência gravitacional é duas vezes menor. Quando a terra a lua e o sol se 
alinham, os efeitos se multiplicam e a maré alta acontece. Há uma 
determinada época do ano em que a maré fica mais alta. Isto deve-se a 
orbita da lua. Esta orbita é uma elipse, tem pontos em que a lua está mais 
distante e outros em que ela está mais perto. Por causa desses alinhamentos 
as forças de atração da lua e do sol agem na mesma direção, adicionam-se 
e provocam as marés mais alta de cada mês, como na lua nova. Quando a 
terra, a lua e o sol formam um ângulo reto os efeitos se neutralizam, 
acontecendo então a maré baixa. Toda esta mecânica também é 
influenciada pela rotação da terra. Seu principal efeito é na hora e local em 
que os efeitos acontecem. As ondas formadas nos oceanos são de vários 
tamanhos que dependem das correntes, da profundidade e do formato dos 
litorais. Isto explica porque em alguns lugares há duas mares altas e duas 
marés baixas por dia enquanto em outros locais existem apenas uma maré. 
 
É o que ocorre nas marés vivas ou sizígia (fases nova e cheia), o oposto das 
marés mortas ou de quadratura (fases minguante e crescente). 
 
 
2.3.4 Tipos de marés 
 
 Maré de sizígia 
A amplitude da maré (ou seja, a diferença entre a maré alta e a maré baixa) 
será diferente dependendo da fase da lua. Quando estamos em Lua Cheia 
ou Lua Nova, a força gravitacional da Lua combinada com a do Sol, cria 
amplitudes maiores da maré (ou seja, marés altas maiores que a média e 
marés baixas menores do que a média - o mar avança/recua mais em 
relação à faixa de areia). Neste caso, ocorre a maré de sizígia. 
 
 
Maré de quadratura 
Quando a Lua está no quarto minguante ou crescente, as forças 
gravitacionais da Lua e do Sol se opõe, desta forma a amplitude entre a 
maré alta e a maré baixa será menor (maré alta e maré baixa mais próximas 
da média - o avanço/recuo do mar não é tão notável quanto na maré de 
sizígia). Neste caso ocorre a maré de quadratura. 
2.3.5 Níveis de marés 
O coeficiente de marés tem gradação até 120 níveis. Quanto maior este 
coeficiente, maior a amplitude da maré, ou seja, a diferença entre o ponto 
mais alto da água e o mais baixo - em termos técnicos, a praias-mar e a 
baixas-mar. 
No Brasil, a maior amplitude de maré registrada foi de 8 metros, em São 
Luís, no Maranhão. No mundo, a primeira no ranking é a Baía de Fundy, 
no Canadá, que atingiu 17 metros. 
 
 
As marés são classificadas em três tipos pela frequência com que 
ocorrem e simetria de sua curva: (a) maré semi-diurna: ocorrem duas 
preamares e duas baixa-mares em um dia lunar (24h 50 min.), é o tipo de 
maré mais comum; (b) maré diurna: ocorrem apenas uma preamar e uma 
baixa-mar aproximadamente iguais a cada dia lunar; (c) maré mista: 
normalmente ocorrem duas preamares e duas baixa-mares com grande 
diferença de altura entre as mesmas (DYER, 1997). 
As dinâmicas das marés constroem ricos ecossistemas devido aos 
seus desníveis. Isto é bastante visível nos rochedos das praias e costas, 
onde, em cada nível atingido pela altura da maré, é desenvolvido um 
sistema ecológico distinto. Estas áreas são chamadas de 'ecossistemas 
intertidais' e abrigam diversas espécies muito bem adaptadas, já que 
precisam conviver com as cheias e baixas do mar, fato este que deixa o 
ambiente ali presente bastante volúvel e desafiador. Em segundo, e 
interessante, lugar, as marés são a base de referência para os ciclos 
reprodutivos dos organismos marinhos e até mesmo de seres terrestres. 
Com isso, seus ritmos biológicos tendem a ocorrer em, aproximadamente, 
múltiplos dos períodos de movimentação das marés. 
 
2.4. ONDAS 
 
As ondas oceânicas geralmente provocadas pelos ventos, representam 
o principal fator no movimento de navios atracados, causando também 
maiores esforços nas amarras, defensas e estruturas do cais (que é uma 
estrutura, geralmente uma plataforma que incluí atracadouros (locais para 
as amarras) e pode também incluir outros equipamentos necessários para 
manipular barcos. 
O vento transfere parte da sua energia para as ondas ao exercer na 
superfície da água uma força resultante de diferenças de pressão, 
provocadas por flutuações na velocidade do vento próximo à interface ar-
mar. A superfície perturbada é restabelecida por ação da gravidade. A 
interação cíclica entre a força de pressão exercida pelo vento e a força da 
gravidade, faz com que ondas se propaguem, se distanciando 
progressivamente de sua zona de geração. Ondas desse tipo também podem 
ocorrer em lagos e lagoas. 
 
 
 
A previsão de ondas auxilia atividades econômicas no mar e aumenta 
a segurança de atividades marítimas comerciais como a navegação 
pesqueira ou não, exploração petrolífera, e atividades recreacionais. 
As ondas variam desde pequenas tremulações na superfície do mar 
até grandes massas de água e propagam-se numa sucessão de cristas 
(elevações) e cavas (depressões). 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Previs%C3%A3o_de_ondas&action=edit&redlink=1
 
 
As ondas variam desde pequenas tremulações na superfície do mar 
até grandes massas de água e propagam-se numa sucessão de cristas 
(elevações) e cavas (depressões), conforme a figura que se segue. 
 
2.3.1 Dimensão das ondas 
A dimensão das ondas depende de três fatores: 
1. Da intensidade do vento (velocidade). 
2. Do intervalo de tempo durante o qual o vento sopra. 
3. Do comprimento da massa de água afetada pela ação do vento sem 
obstruções (distância de coleta ou na terminologia inglesa fetch). 
Quando o fundo do mar se encontra a grande profundidade, a 
propagação da onda à superfície é praticamente constante, mas à medida 
que a profundidade diminui (junto à orla costeira), a velocidade de 
propagação diminui, o comprimento de onda diminui e a altura da onda 
aumenta. Quando a velocidade na crista da onda é maior do que na cava, a 
onda colapsa. Veja a ilustração deste processo na imagem seguinte. 
2.3.2 Velocidade da onda e rompimento das mesmas 
A velocidade da onda é função de seu comprimento: quanto maior este 
parâmetro, maior a sua velocidade. Além disso, um grupo ou trem de 
ondas viaja na metade da velocidade dasondas individuais. 
A razão para isto é que às ondas que estão à frente do trem de ondas 
perdem energia quando elevam a superfície da água, desaparecendo e 
sendo repostas por ondas que vêm atrás. Por outro lado, pela interrupção 
do movimento circular no final do grupo de ondas, há fornecimento de 
energia extra, que aparece na forma de uma nova onda que se forma na 
retaguarda. 
 
Quando as ondas formadas em oceano aberto aproximam de águas rasas, 
progressivamente se reorientam para permanecerem paralelas à linha da 
costa. Tal fenômeno é chamado de refração e é função da diminuição da 
profundidade. Com a redução na profundidade, começa a ocorrer atrito das 
partículas da água com o fundo, reduzindo a velocidade das ondas nas 
porções que primeiro se aproximam da costa e deixando mais livres as 
regiões das ondas que ainda se deslocam em águas mais profundas. Esta 
refração, que precede a quebra das ondas, é acompanhada de além da 
diminuição da velocidade, também da redução no comprimento de onda. 
Segundo o princípio de conservação do fluxo de energia, a redução na 
velocidade da onda, provoca um aumento da energia da onda, que ocasiona 
o seu crescimento em altura. 
 
 
 
2.3.3 Desenvolvimento das ondas do mar 
O desenvolvimento de ondas em águas profundas é complexo, sendo 
causado principalmente por três fatores: velocidade e a duração do vento e 
a área na qual este sopra, denominada área de geração ou pista. 
 
 
 
2.4 Composição físico-química da água do mar e implicações para a 
biota dos oceanos 
 
Conforme já vimos, considera-se que a maior parte da água da superfície 
terrestre escapou da crosta e do manto por meio do processo de 
desgaiseficação. Este processo juntamente com a grande capacidade da 
água em dissolver materiais da crosta foram adicionando diversas 
substâncias (sais e outros sólidos e gases) ao oceano desde os seus 
primórdios. Hoje, a água do mar é uma mistura de 96,5% de moléculas 
de água pura e cerca de 3,5% de outros materiais, tais como sais, 
gases dissolvidos, substâncias orgânicas e partículas não solúveis. 
A água do mar é considerada como uma substância na qual estão presentes 
diversos tipos de sólidos e gases, nas formas dissolvidas ou particuladas, 
constituída por solvente (água) e por soluto (sais). 
 
Os elementos dissolvidos na água do mar, podem ser divididos 
em quatro classes: 
 Elementos conservativos: estes elementos determinam a salinidade 
da água do mar; são denominados conservativos, pois não sofrem 
alterações por processos biogeoquímicos: 
 
Sais dissolvidos: 
Cl- (cloreto) 56% 
Na + (sódio) 28% 
SO4- (sulfato) 8% 
Mg 2+ (magnésio) 4% 
Ca2+ (cálcio) 1,5% 
K+ (potássio) 1% 
HCO3- (bicarbonato) 0,5% 
Todos os outros íons 1% 
 
 Nutrientes: São elementos menores, mas essenciais para o 
incremento da produtividade primária no meio marinho; 
 Elementos-traço: que ocorrem em [ ]s muito pequenas. A maioria 
dos traços no oceano são metais como: Mn-Manganês, Fe-Ferro, Co-
Cobalto, Ni-Níquel, Cu-Cobre e Zn-Zinco. Estes elementos 
participam das reações biológicas (como por exemplo decomposição 
da matéria orgânica) e portanto, compõem a parte estrutural das 
proteínas; 
 Gases dissolvidos: Ocorrem em concentrações entre 0,001 e 1 mg/L. 
Entre Eles: Carbono (C), Nitrogênio (N), Fósforo (P), Carbonato 
(CO3), Dióxido de carbono (CO2) e Oxigênio (O2). Estes elementos 
podem ser divididos em construtores de matéria viva (C, O, N, H) e 
macronutrientes que são elementos necessários em quantidades 
moderadas (Na, Mg, P, S, Cl, K, Ca). Os nutrientes são incorporados 
em tecidos orgânicos durante a fotossíntese e retornam ao meio 
durante a excreção ou morte dos organismos. 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DAS PRINCIPAIS VARIÁVEIS ABIÓTICAS DOS 
OCEANOS E IMPLICAÇÕES NA COMUINIDADE BIOLÓGICA 
 
 
Os organismos marinhos dependem da composição química e das 
características físicas e químicas dos oceanos para a manutenção da vida. 
Os fatores físico-químicos mais importantes para os organismos marinhos 
são luz, temperatura, nutrientes dissolvidos, salinidade, gases dissolvidos, 
equilíbrio ácido-base e pressão hidrostática. 
 
Luz 
 A principal forma de energia para os seres vivos na Terra é o sol. A 
energia luminosa é transformada em energia química e finalmente em calor 
com o qual os organismos crescem, reproduzem e envelhecem. Mas como 
isto funciona? Vamos recapitular: 
A energia luminosa vinda do sol é retida pela clorofila presente em 
organismos chamados produtores primários (certas bactérias, algas e 
vegetais verdes) sendo transformada em carboidratos e outras moléculas 
orgânicas – alimento – as quais são usadas pelos próprios produtores 
primários ou servem de alimento para outros animais (ou outros 
organismos) chamados consumidores. A energia armazenada é liberada 
quando o alimento é usado para crescimento, movimento, reprodução e 
outras funções de organismos. A quebra do alimento, eventualmente, 
produz perdas de calor, o qual flui para o espaço. O caminho unidirecional 
do fluxo de energia é resumidamente ilustrado na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
A fotossíntese não é o único método de conversão de energia em 
carboidratos (embora seja o principal). A quimiossíntese também exerce 
seu importante papel na conversão biológica de moléculas simples de 
carbono (normalmente dióxido de carbono ou metano) em carboidrato 
utilizando a oxidação de moléculas inorgânicas (como o gás hidrogênio, o 
sulfeto de hidrogênio ou o metano) como uma fonte de energia. Os 
organismos que participam desse processo são algumas bactérias e 
Archacae, outro grupo organismos vivos, semelhantes às bactérias, mas 
geneticamente distintas. Neste processo não é necessária a disponibilidade 
de luz solar. Há descobertas recentes de extensas comunidades 
quimiossintetizantes em fontes hidrotermais, no fundo de sedimentos 
marinhos e no próprio leito marinho. 
A síntese dos materiais orgânicos a partir de substâncias inorgânicas 
por fotossíntese ou quimiossíntese é chamada de produtividade primária. 
O material orgânico produzido imediatamente é o carboidrato glicose. 
90% da produção de carboidratos da superfície dos oceanos deve-se 
ao fitoplânctom. 
Vale lembrar que em baixos níveis de luz a fotossíntese se processa 
lentamente. A maior parte da produtividade primária dos oceanos ocorre na 
região superficial da zona fótica, chamada de zona eufótica. 
 
 
 
Fig. A camada superior do oceano iluminada pelo sol é conhecida como 
zona fótica. Na zona eufótica, há luz suficiente para a realização da 
fotossíntese. Abaixo dessa profundidade, na zona disfótica, pode haver luz, 
mas não na quantidade adequada para a produção fotossintética de glicose 
de modo a exceder seu consumo. A zona afótica encontra-se em escuridão 
permanente. A maior parte do oceano fica sem a luz do sol o tempo todo, e 
todo ele fica escuro em alguma parte do tempo. 
 
Em baixos níveis de luz, a fotossíntese se processa lentamente, como na 
zona disfótica. A maior parte da produtividade primária dos oceanos 
ocorre na região superficial da zona fótica, chamada de zona eufótica. Esta 
é a zona em que os autotróficos marinhos podem capturar energia 
suficiente de luz solar para a produção primária de plantas por fotossíntese 
para exceder a perda de carboidratos por respiração. 
 
Temperatura 
 
Com relação a temperatura, a mesma varia com a profundidade e a latitude. 
As águas mais quentes são encontradas somente nas iluminadas zonas de 
superfície dos oceanos temperado e tropical. Quais são as implicações da 
temperatura para os seres vivos nos oceanos? Está relacionado com sua 
taxa metabólica, ou seja, a taxa com que ocorrem as reações que liberamenergia em um organismo, aumenta com a temperatura. A temperatura 
interior de um organismo está diretamente relacionada à taxa em que ele se 
move, reage e vive. 
A maioria dos organismos marinhos tem “sangue frio”, ou seja, são 
ectotérmicos, apresentando uma temperatura interna que permanece muito 
próxima da temperatura do ambiente que o rodeia. Toleram faixas de 
variações não muito acima de sua condição ótima de temperatura. Poucos 
tem uma tolerância maior de variação de temperatura, como aves. 
 
Nutrientes dissolvidos 
 
Um nutriente é um composto necessário à produção de matéria orgânica. 
Alguns nutrientes contribuem para a formação de partes estruturais dos 
orgaismos, outros fazem parte dos compostos químicos que manipulam 
diretamente a energia, e alguns ainda têm outras funções. Alguns poucos 
desses nutrientes estão prontamente disponíveis na água do mar, mas a 
maioria ainda não estão. 
Os principais nutrientes necessários à produtividade primária são o 
nitrogênio (como o nitrato, NO3) e o fósforo (como o fosfato, PO³4). O N 
e P são frequentemente esgotados pelos autotróficos durante períodos de 
alta produtividade e rápida reprodução. Elementos traço (como o ferro e 
cobre-utilizados em enzimas, vitaminas e outras moléculas grandes) e 
silicatos dissolvidos (utilizados em carapaças) também são rapidamente 
esgotados pelos organismos. 
 
Salinidade 
 
As membranas celulares são profundamente afetadas pela salinidade da 
água ao seu redor. A salinidade da água do mar pode variar por causa da 
precipitação, evaporação, descarga de águas e sais por meio de rios entre 
outros fatores. A salinidade é menos variável com o aumento da 
profundidade. Ela fica levemente mais salgado com o aumento da 
profundidade. A alteração na salinidade pode danificar fisicamente as 
membranas celulares, e os sais concentrados podem alterar a estrutura das 
proteínas. A salinidade pode afetar a gravidade específica, a densidade da 
água do mar e, portanto, a flutuabilidade de um organismo. A salinidade é 
ainda importante porque pode causar a entrada ou saída de água pela 
membrana celular, alterando o balanço hídrico da célula. 
 
Concentrações de gases dissolvidos 
 
Praticamente todos os organismos marinhos necessitam de gases 
dissolvidos – em particular o dióxido de carbono e o oxigênio para que 
possam se manter vivos. 
Águas profundas tendem a conter mais dióxido de carbono do que 
águas superficiais. Porque isso ocorre? Você deve recordar que as massas 
de água mais profundas e mais densas são formadas na superfície nas 
regiões polares, e, como vimos, mais CO2 pode dissolver-se em um 
ambiente de baixas temperaturas. A água densa afunda, levando sua 
elevada carga de CO2 para o fundo, e a pressão nas profundezas contribui 
para mantê-lo em solução. O CO2 ainda aumenta em águas profundas 
porque somente os heterotróficos (animais) vivem e realizam seu 
metabolismo nessas regiões, e o CO2 é produzido quando os 
decompositores consomem a matéria orgânica que afunda. Nenhum 
produtor primário fotossintetizante está presente nas profundezas escuras 
para utilizar esse excesso de CO2, uma vez que não há luz solar suficiente 
que permita a ocorrência de fotossíntese. 
 
Equilíbrio Ácido-base 
 
Outra condição físico-químico que afeta a vida no oceano é o equilíbrio 
ácido-base. A complexa química das formas de vida terrestre depende de 
enzimas precisamente moldadas, grandes moléculas proteicas que aceleram 
a taxa de reações químicas. Quando o calor, ácidos ou bases fortes alteram 
o formato dessas proteínas vitais, elas perdem suas habilidades normais de 
funcionamento. A acidez ou a alcalinidade de uma solução é expressa em 
termos de PH. Uma medida logarítmica da concentração de íons de 
hidrogênio em uma solução. A água do mar é levemente alcalina e seu pH 
médio é aproximadamente 8. Valores acima de 7 são alcalinas e abaixo, 
ácidos. 
Elevadas taxas de fotossíntese que ocorrem na superfície diminuem a 
concentração de CO2 e aumentam a quantidade de oxigênio dissolvido. 
Baixos níveis de oxigênio podem, às vezes, ser um problema na 
superfície oceânica. Os vegetais produzem mais oxigênio do que 
consomem, mas produzem-no apenas durante as horas com luz do dia. A 
respiração continuada dos vegetais à noite vai remover boa parte do 
oxigênio que os cerca. Em casos extremos, essa diminuição do oxigênio 
pode levar à morte animais e vegetais dessa área, um fenômeno mais 
observado em águas costeiras restritas, durante as florações planctônicas de 
primavera e outono. As maiores variações nos níveis de gases dissolvidos 
são encontradas em águas costeiras superficiais. Mudanças menos drásticas 
ocorrem em mar aberto. 
Embora a água do mar seja levemente alcalina, ela está sujeita a 
alguma variação. Quando dissolvido na água, parte do CO2 transforma-se 
em ácido carbônico. Em áreas de rápido crescimento vegetal, o pH se eleva 
porque o CO2 é utilizado pelos vegetais para a fotossíntese. E como as 
temperaturas são geralmente mais elevadas na superfície, menos CO2 pode 
dissolver-se. Águas em médias e grandes profundidades podem conter 
mais CO2. Sua fonte é a respiração dos animais e das bactérias. Em baixas 
temperaturas, em altas pressões e sem nenhum vegetal fotossintetizante 
para removê-lo, o CO2 reduzirá o pH da água, tornando-a mais ácida com 
o aumento da profundidade. Alguns pesquisadores acreditam que o rápido 
aumento de CO2 liberado na atmosfera através de quimas de combustíveis 
fósseis podem acarretar numa redução do PH na superfície das águas 
oceânicas, superando o tamponamento. E assim, prejudicando a vida no 
mar, contemplando toda forma de vida, desde o plâncton, recursos 
pesqueiros dentre outros organismos que dependem desse equilíbrio ácido-
base. 
 
 Organismos marinhos: Plâncton, Bentos e Néctons 
 
Os organismos marinhos distribuem-se no ambiente marinho em 
grupos específicos de produtores, consumidores e decompositores que 
compartilham um mesmo espaço. Esses grupos são denominados 
comunidades. Grupos de uma mesma espécie denominados de populações. 
Nos oceanos nós temos populações de determinadas espécies de algas, de 
zooplâncton e de peixes, de crustáceos, de moluscos e etc. A maior parte 
da comunidade marinha compõem a comunidade pelágica, ou seja, que 
vivem nas colunas de água, como o fito, o zoo e os peixes, principalmente 
na zona fótica. As menores comunidades evidentemente devem ser as 
bentônicas, ou seja, aquelas que vivem no fundo. 
Os organismos pelágicos podem ser divididos em dois grupos amplos 
com base em seu estilo de vida: os organismos do plâncton derivam ou 
nadam muito pouco, indo para onde as correntes oceânicas vão. Os 
organismos do nécton que são pelágicos e nadam ativamente. 
Vale lembrar que a maior parte das espécies de peixes são pelágicos 
e que em suas formas iniciais de vidas (ovos e larvas) são planctônicos. Ou 
seja, além de locomoção passiva (carreados pelas correntezas ou fluxos de 
água) dependem alimentam-se inicialmente, após a sua fase endógena de 
alimentação, do plâncton, ou seja, alimentam-se de algas e zooplâncton. E 
a quantidade, a disponibilidade desses alimentos nesta fase inicial está 
relacionada com o sucesso do recrutamento das espécies (que nada mais é 
quantidade de organismos jovens) e que por sua vez, refletirá na 
abundância dos estoques adultos de peixes. No entanto, o entendimento de 
questões relacionadas às variáveis abióticas e suas relações com a 
comunidade biótica, nos ajuda a entender a dinâmica dos estoques 
pesqueiros. 
 
O AMBIENTE MARINHO É CLASSIFICADO EM ZONAS 
DISTINTAS 
 
Os cientistas consideram útil dividir o ambiente marinho em zonas, áreas 
de características físicas homogêneas. As divisões podem ser feitas com 
base em luz, temperatura, salinidade, profundidade, latitude, densidade da 
água. 
A classificação em níveis de luz já foi descritaanteriormente, e é 
particularmente valioso no estudo da vida marinha, porque a luz aumenta a 
produtividade primária e consequentemente, está relacionada com os 
estoques pesqueiros. 
Na classificação pela localização, a divisão básica é entre a água e o fundo 
oceânico. A coluna d’água é chamada de zona pelágica e está dividida em 
duas subseções: a zona nerítica, sobre a plataforma continental, e a zona 
oceânica, de águas profundas além da plataforma continental. 
A zona oceânica é ainda dividida em zonas por profundidade. A zona 
epipelágica corresponde a zona fótica iluminada. Nas profundidades 
afóticas, estõ dispostas em camadas as zonas mesopelágicas, batipelágicas 
e abissopelágicas. Águas abissopelágicas são as águas das fossas 
profundas. 
As divisões do fundo são denominadas bentônicas e começam com a zona 
litoral entremarés, a faixa da costa alternadamente coberta e descoberta 
pela ação das marés. A zona supralitoral, a zona dos respingos acima da 
região entremarés superior, não faz, tecnicamente, parte dos fundos 
oceânicos. 
 
 
 
 
 
 
 
ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA (ZEE)- BRASILEIRAS 
 
 
 
A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) é uma faixa situada para além 
das águas territoriais, sobre a qual cada país costeiro tem prioridade para a 
utilização dos recursos naturais do mar, tanto vivos como não-vivos, e 
responsabilidade na sua gestão ambiental. Estabelecida pela Convenção 
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), também conhecida 
como Convenção de Montego Bay, a Zona Econômica Exclusiva se 
estende por até 200 milhas marinhas (ou náuticas) - o equivalente à 370 
km. 
A ZEE brasileira tem uma área oceânica aproximada de 3,6 milhões 
de km². Trata-se de uma área oceânica com tamanho equivalente a cerca de 
40% do território brasileiro. Devido à sua importância estratégica e 
riquezas naturais, a Marinha do Brasil, responsável pela sua defesa, a 
chama de "Amazônia Azul". 
O valor da "Amazônia Azul" é comparável à "Amazônia Verde". A 
região possui riquezas e potenciais econômicos como a pesca, a mineração, 
uma enorme biodiversidade de espécies marítimas, petróleo, e o 
aproveitamento de energia maremotriz e energia eólica em alto-mar 
ou offshore. 
Além da exploração e gestão dos recursos naturais, o país costeiro 
exercerá nesta zona a jurisdição no que concerne ao estabelecimento e 
utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas; à investigação 
científica marinha; e à proteção e preservação do meio marinho. Apesar da 
exclusividade dada ao país costeiro na área, todos os outros Estados gozam 
da liberdade de navegação e sobrevoo, da colocação de cabos e dutos 
submarinos, e outros usos lícitos do mar. 
 
 
Mar Territorial e Plataforma Continental 
 
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) 
de 10 de dezembro de 1982 introduziu o conceito de Zona Econômica 
Exclusiva, mas também consagrou os conceitos de Mar Territorial e 
Plataforma Continental que são distintos, mas, com frequência, 
confundidos. 
 
Mar Territorial: é a faixa de mar que se estende até 12 milhas náuticas 
(22 km), contadas a partir do litoral, que é considerada como parte do 
território do país costeiro. A soberania é exercida também sobre o espaço 
aéreo sobrejacente, bem como seu leito e subsolo, como é feito em terra. É 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_maremotriz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica
a partir do limite do mar territorial (ou águas territoriais) que são contadas 
as 200 milhas de extensão da Zona Econômica Exclusiva. 
 
Plataforma Continental: compreende a porção do leito e subsolo 
marinhos, uma margem continental que começa na linha de costa e desce 
com um declive suave até o talude continental (onde o declive é muito 
mais pronunciado) ou até atingir a distância limite de 200 milhas náuticas - 
para os casos em que a margem continental não atinge esta distância. Caso 
a margem continental se estenda além das 200 milhas náuticas, o Estado 
costeiro poderá pleitear junto à ONU o prolongamento da plataforma 
continental, até um limite de 350 milhas náuticas. 
 
 
CENÁRIO DA ATIVIDADE PESQUEIRA MARINHA NO BRASIL 
(Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2011). 
 
O Brasil possui cerca de 8.500 km de linha de litoral e um número 
razoável de ilhas, totalizando uma área de aproximadamente 3,5 milhões 
de km² de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Apesar de sua grande 
extensão costeira no Atlântico Sul, o Brasil possui uma produção pesqueira 
um pouco tímida, comparado a outros países como a Espanha, Chile, 
ocupando a 27a posição entre os países produtores. Em grande parte, esta 
desvantagem na participação brasileira nos desembarques mundiais de 
pescado deve-se às condições oceanográficas prevalecentes nos mares 
brasileiros, as quais não favorecem uma elevada produtividade. Diversos 
entraves políticos e estruturais também contribuem historicamente para 
esta situação. 
A despeito do tamanho do nosso litoral, as condições ambientais das 
águas marinhas sob jurisdição nacional são típicas de regiões tropicais e 
subtropicais, ou seja, dominadas por águas de temperatura e salinidade 
elevadas, além de baixas concentrações de nutrientes. 
Apesar de não estar na lista dos maiores produtores de pescado do 
mundo, sua contribuição pesqueira também é importante e de certa forma 
significativa economicamente. A produção nacional de pescado para o ano 
de 2011 foi de 1.431.974,4 t, registrando um incremento de 13,2% em 
relação a 2010. Entretanto, desse total, a pesca extrativa marinha representa 
38% (544, 670 t), 17,4% (249. 600, 2 t) representada pela pesca extrativa 
continental, 37% (544.490 t) pela aquicultura continental e 6% aquicultura 
marinha (84.214, 3 t). 
A pesca extrativa marinha esteve em ascensão entre os anos de 1973 
a 1985. Em 1985 teve seu máximo de 970.000 t. Após este máximo 
declinou drasticamente. A razão para esta forte queda na produção foi à 
exaustão dos estoques, resultante da falta de planejamento e do 
consequente crescimento desordenado vivenciado pelo setor, o qual 
resultou em um grande esforço de captura concentrado na pesca extrativa. 
Não respeitaram a capacidade de suporte dos estoques. Que é a capacidade 
do estoque em se recuperar. Então, uma boa gestão e controle dos nossos 
estoques são necessárias para garantir um nível ótimo de sua produção ao 
longo da costa brasileira. Certo? 
Vejam a tabela a seguir a produção de pescado nacional da pesca 
extrativa marinha entre 2010 e 2011: 
 
 
 
A região Nordeste continuou sendo responsável pela maior parcela 
da produção nacional, com 186.012,0 t, porém apresentou uma queda de 
aproximadamente 5,0% em relação a 2010. A Região Sul ficou em 
segundo lugar, com 158.515,4 t. Para a Região Norte foi registrado 
94.265,3 t em 2011 (33,6% do total capturado), caracterizando um 
aumento de 5,0% em relação a 2010 (9.830,0 t). A produção pesqueira da 
Região Sudeste aumentou aproximadamente 26,8% de 2010 para 2011, 
passando de 90.588,7 t para 114.877,3 t de pescado. 
 
 
PRODUÇÃO DA PESCA MARINHA POR ESPÉCIE 
 
 
Entre as espécies de peixes mais capturadas, a sardinha-verdadeira foi a 
que apresentou o maior volume de desembarque, com 75.122,5 t em 2011, 
resultando em um acréscimo de cerca 21% em relação a 2010, quando 
foram produzidas 62.133,9 t (Tabela 7). A segunda espécie mais capturada 
em 2011 foi a corvina, com 43.369,7 t, seguida pelo grupo de outros 
peixes, com 40.168,2 t. O bonito listrado foi a quarta espécie mais 
capturada, com 30.563,3 t, representando um aumento de cerca de 48% em 
relação ao ano anterior. 
 
Em relação à produção de crustáceos, o camarão-sete-barbas e o 
camarão-rosa continuaram sendo as espécies mais capturadas no país em 
2011, com 15.417,8 t e 10.331,2 t, respectivamente, representando, juntas, 
45% do total da produção de crustáceos marinhos no Brasil. A lagosta, 
uma das principais

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