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46 Unidade II Unidade II Abordados temas relevantes da estética corporal, tais como a elaboração de protocolos e a prescrição cosmética para tratamento de estrias, a hidratação cutânea, a esfoliação e o banho de lua. Vamos entender como se desenvolvem e quais os principais procedimentos estéticos que podem ser aplicados, bem como as suas contraindicações. As estrias são formadas a partir de uma desorganização no tecido conjuntivo que afeta diretamente as fibras elásticas e as fibras de colágeno. O procedimento estético adequado depende das características da estria e das particularidades do cliente, que devem ser consideradas antes da elaboração do protocolo. A avaliação clínica e a ficha de anamnese são importantes para a elaboração de qualquer protocolo estético. Essa ficha deve conter dados de identificação e eventuais contraindicações do cliente. O protocolo só pode ser iniciado após essa etapa, pois as características individuais devem ser consideradas. Não existe protocolo único; o profissional de Estética deve sempre levar em conta as informações contidas na ficha de anamne para verificar o melhor procedimento. As medidas antropométricas, bem como o controle das sessões, também são pontos importantes da ficha. Além dela, o cliente pode ser avaliado por registro fotográfico, peso e adipometria. A esfoliação e a hidratação são procedimentos estéticos que auxiliam na manutenção do manto hidrolipídico e na preservação da beleza da pele. Uma pele hidratada tem maior resistência e menor tendência ao ressecamento e ao desenvolvimento de estrias. Além disso, os protocolos de hidratação são bem relaxantes. O banho de lua é um procedimento estético caracterizado, principalmente, pela descoloração dos pelos. Esse protocolo deve ser realizado com cuidado, pois os produtos empregados podem danificar a epiderme, caso esta não seja devidamente protegida. Os procedimentos estéticos devem ser realizados com cautela e segurança. O profissional precisa sempre se certificar das características individuais da pessoa para desenvolver o tratamento estético. Dessa forma, trabalhando com responsabilidade e prezando pela integridade, pelo bem‑estar e pela saúde do cliente, os resultados estéticos serão satisfatórios, e a recompensa financeira será uma consequência de todo o empenho. 47 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL 3 ALTERAÇÕES ESTÉTICAS E PROTOCOLOS 3.1 Estrias A estria é considerada uma atrofia do tecido tegumentar adquirida após o rompimento das fibras elásticas e o desalinhamento das fibras de colágeno. Manifesta‑se de forma linear, paralela e atrófica, obedecendo às linhas de tensão da pele. As estrias surgem a partir de um processo inflamatório na derme. As lesões na pele podem apresentar‑se na cor avermelhada roxa (rubra) ou na cor branca (alba). A avaliação e a identificação do tipo de estria que acomete a pele são de extrema importância, pois o diagnóstico diferencial define o tratamento a ser eleito (PEREIRA et al., 2013, p. 276). Figura 25 – Estrias avermelhadas As estrias podem ser atróficas, que se caracterizam por estrias em depressão, ou seja, mais fundas que o relevo da pele. Estas são as mais comuns e as que surtem melhores resultados nas cabines de estética. As estrias também podem ser hipertróficas, que se caracterizam por estrias em altorrelevo na pele. Estas são mais raras, e, nesse caso, os profissionais de Estética não conseguem intervir (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Quando se inicia o processo de estiramento das fibras, alguns sinais clínicos são percebidos, como: • Prurido: a região coça. Essa sensação ocorre devido à fragilização das fibras. • Hiperemia: ocorre devido ao aumento da vascularização no local. 48 Unidade II • Alteração na coloração: trata‑se de um processo inflamatório que, no início, é avermelhado e, durante o período de cicatrização, passa por uma mudança de cor até chegar à coloração branca. Nesse estágio, o processo inflamatório é finalizado. • Diminuição da espessura da cutânea: esse processo existe devido à fragilização do tecido conjuntivo. As estrias sempre ocorrem após o enfraquecimento e a diminuição dos elementos do tecido conjuntivo. Existem várias causas: • Teoria mecânica: estiramento dérmico determinado por distensões progressivas. Por exemplo: estiramento cutâneo por crescimento ou deposição de gordura. • Teoria endócrina: efeito inibidor dos glicocorticoides sobre os fibroblastos. Por exemplo: utilização de medicamentos como corticoides e anabolizantes. • Teoria infecciosa: processos infecciosos, como meningite, febre reumática e outras infecções, causam danos às fibras elásticas. Porém, essa teoria não tem muitos adeptos, pois alguns autores acreditam que o uso de medicamentos para o tratamento das infecções seria a causa do enfraquecimento das fibras que compõem o tecido conjuntivo (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Alguns fatores desencadeantes associados ao surgimento das estrias são: • alteração hormonal; • desidratação tecidual; • predisposição hereditária; • obesidade; • gestação; • variações de peso; • medicamentos; • esforços para ganhar massa muscular; • crescimento acelerado entre 12 e 16 anos; • radiação UV; • próteses de silicone com grande volume. A aparência da estria pode variar. Em muitos casos, é uma lesão com depressão, e, em outros, o tecido se apresenta com elevação. A estria pode ser fina ou grossa; depende da quantidade de fibras elásticas que foram danificadas. 49 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Os locais que mais acometem o sexo feminino são os glúteos, os seios, a região abdominal, as coxas e a região lombo sacra. Durante a puberdade, a mulher tem aumentos significativos de hormônios femininos, que são responsáveis por dar a forma ao corpo feminino. Comumente, as estrias aparecem nessa fase com o desenvolvimento das mamas e do quadril. Outra fase comum ao surgimento das estrias é durante a gestação, devido ao estiramento exagerado da pele, principalmente na região infraumbilical, e, também, devido às alterações hormonais. Figura 26 – Estrias brancas (nacaradas) em glúteo feminino Nos homens, as estrias atingem mais as costas e o peitoral. Durante o estirão da puberdade, eles desenvolvem as costas. O estiramento exagerado da pele pode dar origem às estrias nessa região. Estrias na região peitoral, devido ao aumento de massa magra ocasionado por treinos de musculação, também são comuns nos homens. Figura 27 – Estrias decorrentes do crescimento 50 Unidade II 3.1.1 Procedimentos estéticos para estrias O tratamento estético na fase inicial é mais satisfatório, pois se trata de estagnar o processo, impedindo que as lesões fiquem mais largas e profundas. No momento que as fibras elásticas se rompem, o organismo inicia um processo de defesa, e ocorre uma inflamação. No início, a estria se apresenta na cor avermelhada e roxa, o que significa que, no local, ainda flui sangue e o processo inflamatório está acontecendo. Os autores são praticamente unânimes em considerar as estrias como sequela irreversível. O fundamento é que exames histológicos mostram que as fibras elásticas se rompem e não se regeneram. Porém, estudos em ratos com eletroterapia demonstraram que a intensa neoformação (formação de novos vasos sanguíneos) levou para o local novos fibroblastos. Os fibroblastos são células que possuem uma grande capacidade de regenerar o tecido. Os testes foram satisfatórios, e a pele, apesar de não voltar a ser exatamente o que era, ficou com um aspecto quase normal (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Quando a estria se apresenta na cor branca, significa que o processo inflamatório já terminou. A epiderme se mostra atrófica. As fibras colágenas se dispõem em paralelo à superfície, e os fibroblastos ficam muito danificados, principalmente o complexo de Golgi e o retículo endoplasmático rugoso (PEREIRA et al., 2013). O tratamento estético para estrias brancas tem como principal objetivo lesionar o tecido para dar início aum novo processo inflamatório. Essa reação de defesa corporal atrai novos fibroblastos para o local. Dessa forma, aumenta a capacidade de reparo e a produção de colágeno. A vasodilatação ocasionada pelo processo inflamatório resulta em aumento de células de defesa responsáveis. A resposta à agressão do tratamento pode finalizar com a recuperação da estria, restituindo parte do tecido. A vacuoterapia é um recurso tecnológico utilizado para tratamento estético de estrias. Trata‑se de um equipamento que produz sucção negativa associada a ventosas. A esfoliação para remover as células mortas e estimular a circulação pode ser feita com cosméticos ou com microdermoabrasão; neste caso, pode ser utilizado o equipamento de endermoterapia com a ponteira de diamante ou o peeling de cristal. 51 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 28 – Equipamento de endermoterapia Outra possibilidade é a utilização de ácidos que promovam uma esfoliação química e que, por permearem a pele, também estimulam os fibroblastos na produção de colágeno e elastina. A terapia ortomolecular é um recurso da cosmetologia que auxilia na regeneração, hidratação e remineralização do tecido conjuntivo e, por esse motivo, é uma classe de princípios ativos cosméticos recomendados para esse tipo de procedimento. Produtos cosméticos ortomoleculares são compostos por substâncias que já existem naturalmente no organismo humano. Portanto, atuam como um repositor de biomoléculas que irão auxiliar na reconstrução do tecido que foi lesionado por algum procedimento de eletroterapia, como a vacuoterapia citada anteriormente. A hidratação também é um fator importante no tratamento e na prevenção das estrias. É necessário finalizar os protocolos cosméticos com hidratantes e prescrever hidratantes com princípios ativos reconstrutores para serem utilizados diariamente pelo cliente. As massagens também são muito utilizadas nos tratamentos estéticos de estrias. O maior objetivo da técnica é aumentar a permeabilidade e melhorar a absorção dos princípios ativos cosméticos. Por se tratar de uma lesão onde as fibras elásticas foram rompidas, não existe comprovação científica de que apenas a realização da massagem terá resultados satisfatórios no tratamento de estrias, pois esta não tem a capacidade de regeneração do tecido dérmico lesionado. Portanto, esse recurso pode ser utilizado como auxiliar e complementar dos protocolos com o objetivo de cuidar do tecido com estrias. 52 Unidade II Os protocolos estéticos para o tratamento das estrias têm a finalidade de ativar a circulação local, restaurar o manto hidrolipídico, estimular os fibroblastos e, juntamente com o estímulo à produção de colágeno, aumentar a espessura da derme e amenizar a aparência das estrias. Por ser um protocolo que estimula a produção de colágeno, também auxilia na prevenção de novas estrias e ameniza a flacidez local. Os resultados não são homogêneos, pois cada organismo responde de uma forma ao estímulo do tratamento. Não podemos deixar de citar que a alta ou baixa imunidade do organismo também está diretamente relacionada ao resultado. A alimentação é outro fator extremamente importante, pois, para que o tecido lesionado tenha uma boa regeneração, alguns alimentos são fundamentais, como a ingestão de proteínas e água. Assim, faz‑se necessária a realização detalhada de uma ficha de anamnese, em que o profissional de Estética coleta um grande número de informações, particularidades e possíveis contraindicações. Os protocolos, apesar de terem uma sequência lógica, devem sempre ser desenvolvidos individualmente, de acordo com as informações obtidas. Protocolo estético preventivo de estrias • Passo 1: higienizar a área a ser tratada com produto específico de limpeza ou loção bactericida. • Passo 2: iniciar a esfoliação. Para esse procedimento, é necessário que o esfoliante seja específico para o corpo, pois, nesse caso, os grânulos são maiores. • Passo 3: aplicar loção ortomolecular. Realizar pinçamentos de jaquet até a total absorção. • Passo 4: realizar manobras de massagem por, aproximadamente, 15 minutos. Podem ser realizadas, nesta etapa, as manobras de amassamento e deslizamento superficial e profundo. • Passo 5: aplicar a argila branca. Esta é rica em oligoelementos que irão auxiliar na remineralização do tecido, tornando‑o mais resistente. A argila pode ser associada com soro fisiológico até obter uma consistência pastosa. Aplicar com as mãos no local e envolver com filme osmótico de PVC. • Passo 6: envolver o local com uma toalha e colocar sob a manta térmica. O aquecimento auxilia na absorção dos princípios ativos cosméticos aplicados anteriormente. Deixar agir por 20 minutos. • Passo 7: remover a argila com toalhas umedecidas com água quente e finalizar com hidratante. Existem vários modelos de manta térmica. Algumas são desenvolvidas para serem utilizadas em todo o corpo. Por terem um formato retangular, de, aproximadamente, dois metros, também podem ser usadas na maca abaixo do lençol para aquecer em dias frios. Outras são desenvolvidas para serem utilizadas em regiões distintas do corpo. Estas são acopladas a um equipamento que permite manter temperaturas diferentes em regiões distintas. 53 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Saiba mais Como vimos, a Argiloterapia é utilizada em diversos tipos de procedimentos estéticos corporais, pois a argila possui propriedades cicatrizantes, remineralizantes e desintoxicantes. Para conhecer mais sobre a argila e suas aplicabilidades nos procedimentos estéticos corporais, recomendamos a leitura do capítulo “Argiloterapia”, páginas 91 a 93, do livro a seguir: PEREZ, E.; VASCONCELOS, M. G. Técnicas estéticas corporais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014. A escolha da manta térmica depende do procedimento estético que será realizado e, principalmente, do segmento e tamanho da área corporal. Figura 29 – Manta térmica O equipamento de manta térmica permite adaptar mantas de menor tamanho em várias áreas do corpo. As mantas são acopladas a um equipamento que permite programar a intensidade em temperaturas diferentes. Figura 30 – Manta térmica (cobertor) 54 Unidade II Lembrete O protocolo estético preventivo de estrias é, como o nome diz, preventivo, pois, para restabelecer o aspecto natural da pele, é necessário utilizar alguma técnica que promova uma lesão no tecido para gerar um processo inflamatório e, assim, aumentar as capacidades internas de regeneração da pele. É importante que o cliente que esteja fazendo um tratamento preventivo de estrias faça uso de cosméticos específicos diariamente. O profissional de Estética pode indicar produtos que estimulam a produção de colágeno. Os produtos ortomoleculares também são indicados, pois possuem grandes quantidades de minerais. Os minerais constituem a pele. Os princípios ativos indicados são: silício orgânico, raffermine, algas marinhas, minerais em geral, centella asiática, entre outros. Além do hidratante com princípios ativos específicos, o cliente pode realizar uma esfoliação semanal. Os óleos auxiliam no tratamento, mas não permeiam como os cremes. Os cremes desenvolvidos com nanotecnologia permeiam e auxiliam na produção de colágeno. Os óleos evitam a desidratação, pois formam uma barreira protetora, impedindo a perda de água da pele. Dessa forma, o ideal para a prevenção das estrias é utilizar um creme específico e, por fim, aplicar algumas gotas de óleo – sempre nessa ordem, pois, se aplicado antes, o óleo impede a permeação dos princípios ativos dos cremes. As contraindicações do protocolo são: • Hipertensão arterial. • Cardiopatia descompensada. • Estado febril. • Qualquer tipo de infecção. • Qualquer tipo de inflamação. • Problemas circulatórios graves, como varizes calibrosas e tromboses. • Gestação. 55 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Protocolo preventivo de estrias com endermoterapia • Passo 1: higienizar a área a ser tratada com emulsão de limpezafacial e remover com algodão umedecido em água. • Passo 2: realizar a esfoliação física com produto específico para esfoliação corporal. Remover com algodão umedecido e gaze seca. • Passo 3: realizar pinçamentos de jaquet com loção ortomolecular. • Passo 4: realizar a técnica de sucção nas estrias (somente uma vez ao mês). Nas três semanas posteriores, substituir a sucção por máscara de argila. Deixar agir por 20 minutos e remover com algodão umedecido com água. • Passo 5: finalizar com loção ortomolecular. É muito importante que o cliente utilize um creme hidratante ortomolecular com princípios ativos em casa, pois o produto auxilia na cicatrização do tecido subcutâneo. O cliente não poderá se expor ao sol até completar a cicatrização. Figura 31 – Protocolo para estrias com ponteira de bico fino de endermoterapia As contraindicações do protocolo estético são: • Tendência a queloide. • Diabetes. • Peles com tendência a manchar. • Hipertensão arterial. 56 Unidade II • Cardiopatia descompensada. • Estado febril. • Qualquer tipo de infecção. • Qualquer tipo de inflamação. • Problemas circulatórios graves, como varizes calibrosas e tromboses. • Gestação. 3.2 Esfoliação e gomagem O estrato córneo é a camada mais extensa e superficial da epiderme, constituído por células anucleadas, fixadas à pele por uma proteína denominada queratina. As células dessa camada funcionam como uma espécie de barreira contra agentes externos, micro‑organismos, raios solares e outros agressores. Por se tratar de uma camada de proteção, ela também impede, muitas vezes, a permeação dos princípios ativos cosméticos contidos nos produtos. Portanto, a remoção de parte dessa camada é considerada uma fase preparatória para qualquer tipo de tratamento estético. A espessura do estrato córneo depende da quantidade de células que constituem essa camada. Pessoas com hábitos de esfoliar a pele e utilizar hidratantes e ácidos tendem a ter a pele mais fina e sensível, mas isso também depende de outros fatores, como idade, sexo e raça. Existem vários tipos de esfoliantes: os físicos, os químicos e os enzimáticos. Além disso, existem diferentes tipos de peles, que variam desde finas e reativas até peles mais espessas e resistentes. Na esfoliação física ou mecânica, existe um atrito entre o produto e a pele ou entre o equipamento utilizado e a pele. O produto cosmético mais conhecido são os esfoliantes que possuem grânulos. Os grânulos geram um atrito, e esse atrito desprende as células queratinizadas, promovendo, consequentemente, um afinamento. Existe uma grande variação de esfoliantes, mais ou menos abrasivos. Os esfoliantes mais abrasivos são indicados para o corpo e a pele mais resistentes. Os esfoliantes com menos abrasão possuem grânulos mais suaves e menores e são indicados para regiões mais sensíveis, como a face. A quantidade, o tamanho e a capacidade de atrito dos grânulos também determinam a periodização. Assim, esfoliantes mais agressivos devem ser usados, em média, de 28 em 28 dias, e esfoliantes mais suaves podem ser utilizados semanalmente. 57 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 32 – Esfoliação física com esfoliante corporal Princípios ativos como sílica, sementes trituradas, argilas e sais são exemplos de grânulos encontrados nos esfoliantes físicos. Ainda em relação à esfoliação física, podemos citar o peeling de diamante e o peeling de cristal. Ambos são equipamentos utilizados como recursos tecnológicos para a realização de esfoliação mecânica da face ou do corpo. O peeling de diamante é realizado através do equipamento de endermoterapia. Na base, é encaixada a ponteira do peeling, que promove um atrito na pele. Esse equipamento possui um reservatório para as células mortas. A sucção atrai as células mortas para dentro dele. As ponteiras se dispõem em tamanhos diferentes, sendo as menores indicadas para peles mais sensíveis, e as maiores, para peles mais resistentes. Figura 33 – Ponteiras do peeling de diamante O peeling de cristal possui um canal por onde partículas de óxido de alumínio são lançadas na pele. Em vez da sucção, ocorre um lixamento promovido pelo atrito do jato de óxido de alumínio diretamente na pele. 58 Unidade II Observação O equipamento de peeling de diamante deve ser utilizado com cautela. Indivíduos com pele muito fina e sensível são mais suscetíveis a desenvolver lesões. A pressão e a forma de manuseio da ponteira devem ser coerentes com o biótipo cutâneo. A gomagem é outro tipo de esfoliação mecânica. Nessa técnica, são utilizados produtos cosméticos com aspecto de goma vegetal rica em princípios ativos emolientes. A técnica consiste na aplicação do produto sobre a pele, e, em seguida, esse produto é removido com movimentos de fricção ou de vaivém na pele. Os ativos se fixam nas células mortas, que são desprendidas pelo atrito. A gomagem tem ação emoliente e deixa a pele mais macia. Os esfoliantes químicos são constituídos de princípios ativos ácidos com pH baixo para promover o desprendimento das células queratinizadas da superfície da epiderme. Existe uma grande diferença entre os ácidos utilizados na Estética. Todos têm o objetivo de desprender células queratinizadas, mas existem diversas porcentagens dos ativos que os tornam mais ou menos abrasivos. Além disso, o pH é fundamental para determinar a intensidade dessa esfoliação. Para os procedimentos estéticos, são recomendados ácidos com porcentagem de 10%, e os ativos mais indicados são: ácido glicólico, ácido mandélico e ácido salicílico. Para utilizar ácidos, é necessário aprofundar os estudos sobre indicações relacionadas ao princípio ativo, à porcentagem e ao valor de pH. Os ácidos são mais utilizados em cosméticos faciais. A esfoliação enzimática é realizada por produtos cosméticos enriquecidos com princípios ativos enzimáticos. As enzimas possuem ação proteolítica e promovem reações químicas na pele que desprendem as células pela degradação da queratina. São exemplos de princípios ativos enzimáticos a bromelina, extraída do abacaxi, e a papaína, extraída do mamão papaia. Protocolo de esfoliação corporal Se, por acaso, a esfoliação for realizada em todo o corpo, o ideal é que seja feita por partes. Por exemplo: primeiro, executa‑se o protocolo na região anterior e, depois, na região posterior. Vejamos, a seguir, o passo a passo: • Passo 1: umedecer a área com loção hidratante (pode ser uma loção ortomolecular ou uma loção com ureia). 59 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Passo 2: aplicar uma pequena quantidade de esfoliante físico. Como esse protocolo é corporal, os grânulos podem ser mais espessos. • Passo 3: realizar movimentos de fricção, circulares ou de vaivém. É normal que a pele fique com hiperemia (vermelha), devido à ativação da circulação. • Passo 4: remover os grânulos. Para tal, pode ser utilizada uma toalha umedecida com água quente e outra toalha seca para secar o cliente. • Passo 5: aplicar um hidratante em toda a região. É recomendado realizar esse protocolo mensalmente, e sempre deve‑se proceder um programa de estética corporal. Uma pele que é esfoliada tem maior capacidade de absorção dos princípios ativos. Portanto, essa deve ser a primeira sessão do programa. Contraindicações do protocolo • Pessoas com pele sensibilizada. • Presença de lesões cutâneas. 3.3 Hidratação corporal A pele, diferentemente de outros órgãos, necessita de hidratação interna e externa. A água que ingerimos é importante para manter a hidratação interna da pele. Porém, para que a pele usufrua esse benefício, o indivíduo adulto precisa beber, em média, dois litros de água por dia. A pele também necessita de cuidados externos, e um dos mais importantes é a hidratação. As camadas superficiais são uma barreira, mas são afetadas por agentes externos e muitas substâncias químicas que podem desgastar essa barreira e deixar a pele sensibilizada e desprotegida. A hidratação é um mecanismo funcional da pelenecessário para qualquer tipo de procedimento estético. A água é importante para manter a elasticidade do estrato córneo. Sem água, essa camada se torna rígida, pode sofrer estiramento, acelerar o processo de envelhecimento e contribuir para o aparecimento de estrias. A maior parte da água que bebemos se concentra na derme, pois existe uma necessidade maior nessa camada. Apenas 20% da água que chega até a pele se concentram na epiderme. Por isso, a maior exigência dos protocolos de hidratação é evitar a perda de água, umectar e manter a emoliência da epiderme. 60 Unidade II Os produtos cosméticos hidratantes têm maior ação na epiderme, principalmente no estrato córneo, enquanto os cosmecêuticos agem melhor nas camadas mais profundas. Isso ocorre porque há uma maior capacidade de permeação desses cosméticos, principalmente se forem nanocosméticos. Os nanocosméticos possuem uma maior capacidade de permeação através da pele. É importante ressaltar que, além das células do estrato córneo, a epiderme tem uma camada de lipídeos que recobrem as membranas celulares e que atuam como barreiras eficientes de água. Logo, quanto maior o teor de óleo da pele, maior a capacidade de retenção de água e prevenção do ressecamento. Essa camada deve ser protegida, e, para tal, é necessária a utilização de produtos higienizantes com baixo teor de detergência, pois o contrário provocaria perda de óleo e água. A consequência disso é a desidratação e o ressecamento. O Natural Moisturizing Fator (NMF) é um princípio ativo cosmético que forma uma barreira natural na pele, protegendo‑a dos fatores externos. A epiderme sofre renovação constante, e, quando temos água suficiente na pele, essa descamação ocorre por ação enzimática, permitindo que a célula se desprenda naturalmente. Esse desprendimento natural não é visível a olho nu. Entretanto, quando a pele está desidratada, ocorre uma retenção de corneócitos na sua camada superficial, e o desprendimento ocorre em blocos. Nesse caso, as escamas são visíveis a olho nu. A pele se apresenta esbranquiçada, sem viço e opaca. Pele normal Estrato córneo Pele seca Figura 34 – Comparativo de pele normal e pele seca É importante ressaltar que a hidratação se faz necessária todas as vezes que a pele é esfoliada, pois se trata de uma ação que remove as defesas naturais e deixa a pele sensibilizada. A seguir, vamos conhecer o protocolo de hidratação corporal: 61 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Passo 1: umedecer a área com loção hidratante (pode ser uma loção ortomolecular ou uma loção com ureia). • Passo 2: aplicar uma pequena quantidade de esfoliante físico. Como esse protocolo é corporal, os grânulos podem ser mais espessos. • Passo 3: realizar movimentos de fricção, circulares ou de vaivém. É normal que a pele fique com hiperemia (vermelha), devido à ativação da circulação. • Passo 4: remover os grânulos. Para tal, pode ser utilizada uma toalha umedecida com água quente e outra toalha seca para secar o cliente. • Passo 5: aplicar um hidratante em toda a região. • Passo 6: aplicar gotas de óleo de amêndoas ou semente de uva para evitar a desidratação. • Passo 7: envolver as áreas mais desidratadas com filme de PVC. Cobrir com uma toalha e envolver na manta térmica por 20 minutos. • Passo 8: remover a manta e o filme de PVC e reaplicar o creme hidratante (se for o caso). É indicado realizar esse protocolo semanalmente em pessoas com pele seca, e quinzenalmente em pessoas com pele normal. Contraindicações do protocolo • Pessoas com pele sensibilizada. • Presença de lesões cutâneas. 3.4 Hidratação dos pés e das mãos O protocolo conhecido como spa dos pés é um procedimento simples que tem como objetivo cuidar da pele dos pés. O estrato lúcido da epiderme está presente somente na palma das mãos e na planta dos pés, e, por esse motivo, essas áreas são mais espessas. Além disso, ambas não possuem glândulas sebáceas, o que as torna áreas mais ressecadas que as demais áreas corporais. Esse tipo de protocolo promove a hidratação e o afinamento dos pés. Protocolo de hidratação nos pés • Passo 1: esfoliar todo o pé, especialmente as áreas mais ásperas. Remover o esfoliante com algodão e gaze umedecidos com água. 62 Unidade II Figura 35 – Aplicação de esfoliante no pé • Passo 2: aplicar hidratante com parafina específico para os pés. Figura 36 – Aplicação de hidratante parafinado no pé • Passo 3: envolver os pés em filme osmótico de PVC. Deixar agir por, aproximadamente, 20 minutos. 63 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 37 – Envolvimento de filme osmótico de PVC no pé • Passo 4: remover o filme osmótico e executar massagem com as digitais em toda a extensão dos pés. Recomenda‑se que esse protocolo seja realizado uma vez por semana. É contraindicado somente em casos de lesões cutâneas. Protocolo de hidratação nas mãos A pele das mãos sofre agressões externas constantemente. Lavagens contínuas, exposição ao tempo, ar‑condicionado e desidratação podem gerar ressecamento e sensação de desconforto. Além disso, a falta de hidratação pode acelerar o processo de envelhecimento das mãos. Por isso, é importante cuidar delas. O protocolo a seguir é um exemplo de procedimento estético que pode ser realizado semanalmente. A esfoliação deve ser feita a cada 28 dias, e a hidratação com cremes ricos em princípios ativos emolientes deve ser diária. É importante que o profissional de Estética prescreva um creme para uso home care. • Passo 1: esfoliar toda a mão, especialmente as áreas mais ásperas. Remover o esfoliante com algodão e gaze umedecidos com água. 64 Unidade II Figura 38 – Aplicação de esfoliante facial nas mãos • Passo 2: executar massagem nos dedos, na palma e no dorso das mãos com creme hidratante universal ou específico para as mãos. • Passo 3: aplicar uma máscara hidratante facial em toda a mão. Figura 39 – Aplicação de creme hidratante nas mãos • Passo 4: envolver as mãos em filme osmótico de PVC. Deixar agir por, aproximadamente, 20 minutos. 65 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 40 – Envolvimento de filme osmótico de PVC nas mãos • Passo 5: remover a máscara com algodão e gaze umedecidos com água. • Passo 6: finalizar com filtro solar. Os produtos faciais podem ser utilizados para tratamento das mãos caso não esteja disponível um produto específico para as mãos. Recomenda‑se que esse protocolo seja realizado uma vez por semana. É contraindicado somente em casos de lesões cutâneas. Observação A hidratação dos pés e das mãos é, normalmente, um procedimento de fácil aplicação. A hidratação dos pés ajuda a prevenir e tratar pequenas rachaduras causadas pelo ressecamento. 3.5 Banho de lua O banho de lua é um protocolo estético conhecido pelo clareamento dos pelos associado à esfoliação e à hidratação cutânea. Esse protocolo deixa a aparência da pele mais dourada e é muito usual durante o verão. Alguns cuidados são essenciais para a proteção da pele, pois o processo de descoloração dos pelos é uma agressão aos pelos e à pele. 66 Unidade II Inicialmente, é necessário aplicar um produto para a proteção da pele em toda a área a ser tratada. O pó descolorante é altamente corrosivo e não pode ter contato direto com a pele. O mais comum é aplicar uma camada de parafina para a proteção da epiderme. Na sequência, com o auxílio de luvas e um pincel (de coloração de cabelos), aplica‑se o pó associado com o descolorante em todas as áreas nas quais se deseja descolorir os pelos. A água oxigenada auxilia na corrosão do pelo. Quanto maior o volume, mais rápida é essa corrosão. Portanto, é indicado utilizar uma água oxigenada de 20 volumes e aguardar, em média, 20 minutos para que ocorra a descoloração. É mais seguro ultrapassar um pouco esse tempo e não correr o risco de lesionar a pele do cliente. Após o tempo de ação do descolorante, deve‑se remover o produto com o auxílio de uma ducha. Caso não tenha ducha no espaço, recomenda‑se a remoção comtoalhas umedecidas com água morna. Após essa etapa, é indicada uma esfoliação. O esfoliante pode ser utilizado em todo o corpo. Alguns protocolos recomendam executar a esfoliação antes da descoloração. Porém, dessa forma, o risco de lesionar a pele com o produto descolorante é maior, pois a pele se encontra sensibilizada devido ao atrito dos grânulos do esfoliante. Após a esfoliação, recomenda‑se hidratar a área com creme hidratante associado a cinco gotas de óleo de amêndoas ou óleo de uva. É indicado o lençol de mayler. O aquecimento do lençol aumenta a permeação dos princípios ativos, deixando a pele mais emoliente. Para finalizar, recomenda‑se aplicar um creme hidratante em toda a área. Protocolo de banho de lua • Passo 1: aplicar creme de parafina em todas as áreas que serão descoloradas. Figura 41 – Creme parafinado para a proteção da pele 67 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Passo 2: fazer uma mistura de 50 gramas de pó descolorante para cada 100 ml de água oxigenada (20 volumes). A quantidade de produto depende do tamanho da área corporal que será descolorada. Figura 42 – 50 gramas de pó descolorante e 100 ml de água oxigenada (20 volumes) • Passo 3: aplicar o produto com o auxílio de um pincel de tingir cabelo. É importante ressaltar que a pele não pode ser massageada com o produto descolorante. Deixar agir por, aproximadamente, 20 minutos. Figura 43 – Mistura de pó descolorante com água oxigenada A aplicação deve ser realizada em todos os pelos da região. 68 Unidade II Figura 44 – Aplicação de descolorante com pincel de cabelo Observação O filme osmótico de PVC pode ser aplicado caso o cliente não queira permanecer o tempo todo em pé ou com os braços afastados. Figura 45 – Envolvimento com filme osmótico de PVC • Passo 4: remover o descolorante em ducha ou com toalhas umedecidas em água morna. • Passo 5: executar a esfoliação com produto esfoliante específico para o corpo. Esta etapa deve ser executada com movimentos circulares. Remover da mesma forma que o produto descolorante. 69 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Lembrete Conforme visto em protocolos anteriores, a esfoliação remove parte da camada córnea da pele, tornando‑a mais sensível. O profissional precisa saber se o cliente está realizando outro tipo de tratamento, pois não é recomendado executar esfoliação duas vezes na semana. • Passo 6: realizar uma mistura de creme hidratante com cinco gotas de óleo de amêndoas ou óleo de uva e aplicar em todo o corpo. Esta é uma etapa muito importante do protocolo, pois devolve a hidratação da pele, que foi removida durante a descoloração. Figura 46 – Mistura de creme hidratante com óleo de massagem para hidratação • Passo 7: envolver o cliente em filme osmótico de PVC e envolver o lençol de mayler. O aquecimento aumenta a permeação dos princípios ativos, deixando a pele mais umectada e hidratada. • Passo 8: remover o mayler e o filme osmótico de PVC e, em seguida, aplicar creme hidratante para finalizar o procedimento. Esse protocolo pode ser realizado uma vez por mês. Por se tratar de um produto que tem alto poder de irritação na pele, o protocolo de banho de lua tem contraindicações, como: 70 Unidade II • Varizes e tromboses. • Diabetes e hipertensão descompensados. • Alergias. • Distúrbios de sensibilidade. • Gestação. • Ulcerações da pele. • Neoplasias. 4 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO CORPORAL Para compor um programa de tratamento estético, seja qual for, é fundamental executar uma minuciosa avaliação. Para tal, é necessário, inicialmente, coletar informações sobre o histórico do cliente. Através de uma ficha de anamnese, o profissional de Estética descobre possíveis contraindicações, hábitos, utilização de medicamentos, insatisfações e até mesmo o motivo que levou o cliente a procurar os tratamentos estéticos. A primeira sessão deve ser destinada ao preenchimento da ficha de anamnese e à avaliação corporal. A palavra anamnese significa memória, recordação, e é utilizada por praticamente todos os profissionais da área da saúde para coletar informações. Essa ficha é utilizada na Estética para registrar hábitos de vida, histórico de doenças, tratamentos de saúde, utilização de medicamentos, possíveis alergias, alteração de pressão arterial, além de problemas circulatórios graves, como trombose e doenças autoimunes. Segundo Perez e Vasconcelos (2014), essa ficha deve ser dividida em quatro partes, sendo elas: • Recolhimento das informações necessárias em um questionário. • Avaliação clínica e perimetria. • Acompanhamento da evolução do tratamento. • Registros de medições e avaliações periódicas. A ficha deve se iniciar com os dados do cliente: nome, endereço, telefone, redes sociais, idade e profissão. Em casos de clientes em estados especiais, como uma gestante, é necessário, também, o telefone de um parente próximo e o plano de saúde. 71 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Na sequência, o profissional deve se atentar aos hábitos de vida do seu cliente. Esse é um momento delicado, pois é quando descobrimos as suas insatisfações corporais e rotinas. É importante saber o que levou o cliente a procurar o tratamento estético, pois o profissional deve desenvolver uma rotina de tratamento coerente com a queixa. Nessa primeira etapa, também é possível saber os hábitos alimentares e se o cliente pratica atividade física. Sabemos que, se a ingestão de calorias for maior que o gasto calórico, as células adiposas aumentam seu tamanho e iniciam a compressão vascular, o que ocasiona retenção hídrica, desenvolvimento do FEG, lipodistrofia localizada e obesidade. Portanto, caso o profissional de Estética perceba que os hábitos são muito ruins, é necessário enfatizar a importância de uma reeducação alimentar e indicar um profissional da área para elaborar uma dieta balanceada. O sedentarismo reduz o gasto calórico; logo, os indivíduos sedentários têm uma maior predisposição ao desenvolvimento do FEG, da hidrolipodistrofia localizada e da obesidade. Esse é o momento de falar da importância de realizar uma atividade física, que deve ser prazerosa. Deve‑se aconselhar o cliente a fazer algo de seu agrado (dança, caminhada, academia etc.). É papel do profissional de Estética orientar, mas, caso o cliente se recuse a fazer a reeducação alimentar e a atividade física, não significa que não poderá se submeter a procedimentos estéticos. Porém, deve ficar claro que, para obter resultados mais satisfatórios, o tratamento deve ser multidisciplinar. Outro fator importante nessa etapa é explicar ao cliente como funcionam os procedimentos estéticos e a importância da periodização das sessões. Deve ficar claro que o resultado final também depende do comparecimento assíduo às sessões. As perguntas podem seguir o seguinte padrão: • Pratica atividade física regulamente? • Qual a quantidade de água ingerida por dia? • Qual a rotina alimentar? Faz algum tipo de dieta? • Faz ingestão de bebidas alcóolicas? • Fuma? • Faz uso de drogas? O profissional de Estética não deve deixar o cliente sozinho preenchendo a ficha, pois algumas questões devem ser explicadas, como a importância de beber, em média, dois litros de água diariamente para obter resultados satisfatórios. O cigarro é um vasoconstritor capilar que prejudica a circulação sanguínea e linfática, dificultando a eliminação de toxinas corporais. Já as bebidas alcoólicas são muito calóricas, aumentam a retenção de líquidos intersticiais e intoxicam o organismo. 72 Unidade II A segunda parte das questões está mais direcionada ao histórico de saúde do cliente: • Histórico de câncer. • Problemas cardíacos, renais, vasculares. • Hipertensão arterial descompensada. • Alterações hormonais. • Alergias, doenças de pele. • Doenças autoimunes. • HIV positivo. • Triglicerídeos e colesterol aumentados. • Diabetes. • Doenças degenerativas. • Disfunções na glândula tireoide. • Doenças emocionais ou psicossomáticas, tais comodepressão, ansiedade, síndrome do pânico, anorexia, bulimia, entre outras. • Doenças neurológicas. • Já fez alguma cirurgia? Qual? • Faz uso de anticoncepcional? Qual? • Faz reposição hormonal? • Faz uso de medicamento contínuo? Qual? • Possui placas, pinos, próteses ou implantes metálicos no corpo? Em qual região? • Faz uso de cosméticos? Já apresentou algum tipo de reação a algum produto? Segundo Perez e Vasconcelos (2014), é importante que haja, na ficha, um espaço de linhas em branco para que sejam registradas as devidas particularidades relevantes do cliente. Todas as folhas devem ser devidamente assinadas ou rubricadas pelo cliente, para que tenham valor judicial. A veracidade das 73 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL informações é um zelo do cliente com ele mesmo. Através dessas informações, o programa individual de estética será formado. O cliente deve ser notificado sobre tudo que ocorre; caso não diga a verdade, principalmente com relação às contraindicações, o profissional de Estética estará isento de responsabilidades. Porém, se não fizer uso dessa avaliação, o profissional será responsabilizado por eventuais danos que possam ocorrer com o cliente que possuir contraindicações aos procedimentos estéticos. Caso o profissional de Estética fique em dúvida quanto a uma eventual contraindicação, deve solicitar atestado médico e guardá‑lo juntamente com a ficha de anamnese. A avaliação visual e palpatória é a próxima etapa da ficha. Nesse momento, o profissional de Estética avalia as alterações estéticas. É possível solicitar ao cliente que vista biquíni ou sunga. Nunca devem ser feitos comentários desmerecedores ou, então, sobre outros clientes. É importante manter a ética e atuar sempre com responsabilidade e profissionalismo. É fundamental, também, que o profissional de Estética utilize perfumes bem suaves e se apresente paramentado com jaleco, calça cumprida, sapatos fechados, cabelos presos e unhas curtas, além de não usar acessórios que possam machucar o cliente, como anéis, pulseiras e relógios. 4.1 Avaliação clínica Na avaliação, devem ser analisados e registrados na ficha local o grau e a forma clínica do FEG, da hidrolipodistrofia localizada, da flacidez, das estrias, das telangiectasias, das varizes, das cicatrizes, dos edemas e de possíveis hematomas. Todas as observações devem ser devidamente assinaladas. As regiões de predomínio do FEG são áreas mais frias devido à compressão e dificuldade de circulação local. Além disso, a pele se apresenta com furinhos, que são classificados de acordo com o grau e a forma clínica. O pinçamento na região do FEG pode auxiliar no diagnóstico do grau e da forma clínica. O profissional posiciona, paralelamente, as duas mãos na região e pressiona uma contra a outra. Nos primeiros estágios, o FEG não é perceptível sem contração ou pinçamento na área. O cliente sempre deve ser avaliado em pé, pois, deitado, a gordura se acomoda de forma diferente e torna a avaliação mais difícil. Os locais com estrias devem ser anotados, bem como a sua coloração. A flacidez pode ser confundida com o FEG, já que também forma as ondulações na pele. Para diagnosticar a flacidez, pode‑se executar um pinçamento; se a pele demorar para retornar ao seu estado inicial, é porque está com pouco tônus. A área acometida pelo FEG é fria, e, quando não há presença de nódulos, somente flacidez, a temperatura é normal. Portanto, a temperatura também auxilia no diagnóstico do FEG e da flacidez. A flacidez é mais comum em pessoas com mais de 30 anos e não praticantes de atividade física (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). 74 Unidade II 4.2 Perimetria A perimetria é a terceira etapa da ficha de anamnese. Esta deve ser realizada com muitos critérios, pois, caso a fita métrica seja posicionada de maneira diferente, poderá apresentar diferentes medidas. A primeira perimetria pode ser realizada no dia da avaliação inicial. Depois, recomenda‑se que o cliente seja reavaliado a cada cinco sessões. Essas medidas devem ser anotadas para que, então, sejam comparadas. As medidas devem partir sempre do mesmo ponto. Para isso, o ideal é utilizar protuberâncias ósseas e articulações como parâmetro, pois estão sempre no mesmo lugar. O umbigo também pode ser referência para medir a região abdominal. Um exemplo para medir o braço é a utilização do úmero (osso do braço) como referência. Deve‑se colocar o início da fita métrica na cabeça do úmero, descer com a fita 15 cm, marcar com a caneta e, no local, realizar a medição da circunferência. Essa técnica pode ser utilizada para medir outras regiões do corpo (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Outro detalhe importante é que o cliente deve estar com os braços sempre posicionados da mesma forma. Braços muito elevados tendem a diminuir as medidas, uma vez que o corpo se alonga, e braços abaixados e encostados no corpo podem atrapalhar o profissional. O ideal é que o cliente esteja com os braços afastados ao lado do corpo. Figura 47 – Medida de 15 cm abaixo do úmero Após encontrar a região em que deve ser realizada a circunferência, é recomendado marcá‑la com uma caneta para ter certeza de que será medida a circunferência no local correto. 75 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 48 – Medida da circunferência do braço O umbigo pode ser referência para medir a região abdominal. Logo, pode ser medida a circunferência na altura do umbigo. Figura 49 – Medida da circunferência na altura do umbigo O ideal é tirar três medidas da região abdominal, pois, em muitos casos, o cliente tem mais perda de medida em uma área do que na outra. Normalmente, 5 cm acima do umbigo caracteriza a região mais fina do abdômen. Caso seja necessária outra medida, esta pode ser feita, desde que no mesmo lugar. Para isso, deve‑se verificar a quantos centímetros acima do umbigo (que é referência) será feita a circunferência. 76 Unidade II Figura 50 – Marcação de 5 cm acima do umbigo para medir a circunferência sempre nesse local A perda de medidas na região abdominal nem sempre é homogênea; pode ser maior na parte superior ou inferior. Por isso, é interessante realizar três registros dessa região. Figura 51 – Marcação de 5 cm abaixo do umbigo Figura 52 – Circunferência medida a 5 cm abaixo do umbigo A medida do quadril pode ser aferida na altura do osso púbico (crista ilíaca). O profissional deve sempre tomar o cuidado de manter a fita reta em toda a circunferência e não deixar a fita apertada nem folgada. Para medir o culote, o cliente deve estar com as pernas unidas, e a fita deve ser posicionada abaixo da prega glútea. 77 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 53 – Aferição da altura dos culotes As coxas devem ser medidas em dois ou três locais diferentes. A primeira referência é a patela. Logo acima da patela, é realizada a primeira medida. A segunda pode ser realizada a 15 cm acima da patela, e a última (se for necessário), na parte superior da coxa. Figura 54 – Circunferência acima da patela No caso de indivíduos de baixa estatura, a segunda medida pode ser mais baixa. Em vez de subir 15 cm acima da patela, o profissional pode subir 10 cm ou menos. O importante é que essa altura seja anotada na ficha do cliente para que a medida seja sempre retirada no mesmo local. 78 Unidade II Figura 55 – Marcação de 15 cm acima da patela Figura 56 – Circunferência da coxa A última medida da coxa deve ser realizada logo abaixo da virilha. Essa medida indica a parte mais grossa da coxa. Assim como no abdômen, é recomendado tirar mais de uma medida dessa região, já que nem sempre a redução de medidas é homogênea em toda a área. Figura 57 – Circunferência na parte superior da coxa A medida da circunferência acima dos maléolos é importante, pois é um indicativo de edema. Indivíduos com muita retenção hídrica têm essa área mais inchada. Portanto, a perda de medidas nesse local indica que o cliente perdeu líquido com o procedimento estético. 79 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura58 – Circunferência do tornozelo 4.3 Modelo de ficha de anamnese A ficha de anamnese é de extrema importância. Nela, há informações necessárias para a elaboração do tratamento estético. A anamnese é o primeiro contato com o cliente. Durante todo o tempo de preenchimento da ficha, o profissional deve permanecer ao lado do cliente para esclarecimento de eventuais dúvidas. Deve ser reservado o horário de uma sessão para realizar essa avaliação. Quadro 3 – Modelo de ficha de anamnese Nome: Data de nascimento: Estado civil: Profissão: E‑mail/Redes sociais: HISTÓRICO Pratica atividade física? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quantas vezes na semana? Ingestão de água: Quantidade: Faz uso de bebidas alcóolicas? ( ) Sim ( ) Não Frequência: É fumante? ( ) Sim ( ) Não HISTÓRICO MÉDICO Fez cirurgia? ( ) Sim ( ) Não Qual? Quando? 80 Unidade II Faz tratamento médico? ( ) Sim ( ) Não Qual? Faz uso de medicação? ( ) Sim ( ) Não Qual? Tem alergias? ( ) Sim ( ) Não A quê? Funcionamento intestinal: ( ) Regular ( ) Irregular Ciclo menstrual: ( ) Regular ( ) Irregular Usa método anticoncepcional? ( ) Sim ( ) Não Qual? Está grávida? ( ) Sim ( ) Não Faz reposição hormonal? ( ) Sim ( ) Não Pressão alta? ( ) Sim ( ) Não Problemas endócrinos: ( ) Cistos no ovário ( ) Displasia mamária ( ) Ovários policísticos ( ) Disfunções na tireoide ( ) Menopausa ( ) Diabetes ( ) Reposição hormonal ( ) Outros: Problemas cardíacos? ( ) Sim ( ) Não Qual(is)? Presença de metal no corpo? ( ) Sim ( ) Não Onde? Portador de epilepsia? ( ) Sim ( ) Não Tem ou teve neoplasias (câncer)? ( ) Sim ( ) Não Qual(is)? Se sim, há quanto tempo? Como foi o tratamento? PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS Já fez cirurgias estéticas? ( ) Sim ( ) Não Qual(is)? Possui prótese? ( ) Sim ( ) Não Qual? Tem botox? ( ) Sim ( ) Não Em qual região? Usa filtro solar diariamente? ( ) Sim ( ) Não Qual? Usa cosméticos no corpo? ( ) Sim ( ) Não Qual(is)? AVALIAÇÃO PROFISSIONAL Hipotonia muscular: Local: Hipotonia tissular: Local: Presença de FEG: Compacta ( ) Edematosa ( ) Flácida ( ) Mista ( ) Grau: Locais: Adiposidade: Generalizada: Localizada: Onde? Compacta ( ) Edematosa ( ) 81 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Flácida ( ) Estrias: ( ) Rosadas: ( ) Locais: Nacaradas (brancas) Locais: CONTROLE BIOMÉTRICO Data Abdômen superior Abdômen inferior Altura do umbigo Quadril Culote Coxa direita Coxa esquerda Braço direito Braço esquerdo RELATÓRIO DE ATENDIMENTOS Data Descrição do protocolo Assinatura do cliente As declarações feitas neste documento são expressão da verdade, não cabendo ao profissional a responsabilidade por fatos omitidos ou falsos. Cliente: RG: Profissional: RG: Data____/____/____ Adaptado de: Perez; Vasconcelos (2014, p. 35). 82 Unidade II Saiba mais A ficha de anamnese é essencial para desenvolver um tratamento eficiente e seguro. Para obter mais informações sobre esse tema, leia o artigo: MEYER, P. F. et al. Desenvolvimento e aplicação de um protocolo de avaliação fisioterapêutica em pacientes com fibro edema geloide. Fisioterapia em Movimento, v. 18, n. 1, p. 75‑83, 2005. 4.4 Adipometria A adipometria é muito utilizada por profissionais da área de educação física e nutrição para medir as dobras cutâneas. A vantagem dessa técnica é que considera os valores reais da pessoa, diferentemente do cálculo feito para a avalição do IMC, que tem como parâmetros apenas o peso e a altura do cliente. Para realizar a adipometria, é necessário utilizar um compasso denominado adipômetro. Para medir, o cliente deve ficar em pé, com os braços voltados para baixo, e olhando para frente. Em seguida, o profissional realiza um forte pinçamento em uma dobra cutânea e pressiona o compasso. Alguns adipômetros mostram as medidas cutâneas por milímetros, e outros, não tão precisos, indicam a quantidade de camada adiposa através de uma régua. A medição deve ser feita sempre do lado direito do corpo, nas regiões subescapular e tricipital, na parte posterior do corpo, e nas regiões suprailíacas, abdominal e coxa, na parte anterior do corpo (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Figura 59 ‑ Aferição da prega cutânea na região abdominal Figura 60 – Aferição da prega cutânea na região anterior da coxa 83 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 61 – Aferição da prega cutânea no tríceps Figura 62 – Aferição da prega cutânea na região infraescapular A adipometria e a perimetria permitem a avaliação das perdas de gordura do cliente através das medidas e da espessura das dobras cutâneas. É importante que essas medidas sejam periodizadas. As medidas de perimetria podem ser realizadas a cada cinco sessões, e as medidas das dobras cutâneas podem ser avaliadas antes e ao término do procedimento estético. Vale a pena ressaltar que o cliente só perderá gordura de maneira significativa se associar o tratamento estético com a reeducação alimentar e a prática de atividade física regular. Conforme dito anteriormente, o tratamento estético deve ser multidisciplinar. 4.5 Avaliação postural É importante que o profissional de Estética avalie, também, a postura do seu cliente. Algumas alterações posturais podem ser responsáveis por mais acúmulos de gorduras em um lado do corpo do que em outro. O cliente precisa saber que os problemas posturais devem ser tratados com um profissional de fisioterapia. Em casos de maior deposição de gordura de um lado do corpo, o profissional de Estética não é capaz de corrigir através de tratamento estético. Na avaliação postural, o cliente deve estar em pé. O profissional faz a análise a partir de três ângulos diferentes: vista anterior, posterior e lateral. Figura 63 – Vista anterior, posterior e lateral 84 Unidade II Considera‑se lordose quando o indivíduo possui uma curvatura exagerada da coluna para dentro. Esse tipo de alteração é comum em mulheres e se acentua durante a gestação. Indivíduos com lordose não conseguem permanecer, por muito tempo, deitados em decúbito dorsal (barriga para cima). Os clientes com lordose devem elevar os joelhos durante o atendimento. Essa elevação alonga a região lombar, o que evita dores e desconfortos durante e após a sessão de estética. Figura 64 – Comparativo de coluna normal e coluna com lordose (à direita) A escoliose é caracterizada por um desvio da coluna para o lado direito ou para o lado esquerdo. Essa é uma alteração comum. A deposição de gordura acontece em maior escala do lado em que ocorre a flexão das vértebras. Muitas pessoas não têm ciência do seu corpo; por isso, também é importante realizar o registro fotográfico. Essa alteração de gordura em um dos lados tem como causa o desvio postural. Portanto, o tratamento estético não é capaz de corrigir tal imperfeição. Nesse caso, o profissional de fisioterapia deve fazer parte da equipe multidisciplinar. Figura 65 – Comparativo de coluna normal e coluna com escoliose (à direita) 85 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL A cifose é uma alteração caracterizada pelo aumento da curvatura da coluna torácica. Essa alteração favorece o acúmulo de gordura localizada nas regiões supraescapulares e do trapézio. Registros fotográficos, principalmente de costas, são aconselháveis para mostrar ao cliente. Os resultados estéticos serão mais satisfatórios se o cliente fizer sessões de fisioterapia para correção. Figura 66 – Comparativo de coluna com cifose (à esquerda) e coluna normal 4.6 Termografia O método da termografia se utiliza de placas flexíveis termossensíveis de colesterol, cuja função é avaliar e classificar o FEG e a circulação sanguínea e linfática de acordo com a temperatura cutânea superficial, diretamente relacionada às compressões vasculares e à retenção hídrica ocasionada pelo distúrbio. Para a realização da técnica, é necessário encostar a placa no local afetado pelo FEG e manter por, aproximadamente, 15 segundos. Após esse tempo, a placa apresenta um mapa de cores, que indica a diferença de temperatura em áreas localizadas nasuperfície cutânea. A imagem que surge pode ser homogênia ou não. De modo geral, quanto mais uniforme for a imagem, com coloração verde ou rosada, menor será o comprometimento circulatório; ou seja, as cores de maneira uniforme indicam que a circulação está relativamente boa. Esse é um caso que pode ser classificado como FEG de grau 1 ou até ausência de FEG no tecido analisado (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Nas zonas que indicam hipotermia (baixa temperatura), a coloração é escura, e a imagem se parece com buracos escuros ou a pele de leopardo. Nesse caso, a placa indica um grau elevado do FEG e um grande comprometimento circulatório. 86 Unidade II Figura 67 – Placa termográfica: diferentes cores para níveis diferentes de temperatura É importante que a temperatura local esteja amena – em média, 22 graus –, para que o teste seja realizado com eficiência. Por se tratar de placas termossensíveis, temperaturas muito baixas ou muito elevadas podem comprometer e modificar o resultado apresentado na imagem. Outros fatores, como o tabagismo, a exposição solar, o estado febril e a época do ciclo menstrual, podem influir diretamente na coloração apresentada nas placas (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Ao fumar, o indivíduo inala muitas substâncias tóxicas, e o organismo realiza vasoconstrição para ativar mecanismos de defesa. Essa alteração vascular prejudica diretamente a circulação do sangue e dificulta a eliminação de toxinas através do sistema linfático. Isso implica o aumento da retenção hídrica, provocando o agravamento do quadro do FEG. Figura 68 – Aplicação da técnica de termografia A utilização da termografia também é indicada para mostrar os resultados na melhora da circulação, os quais, muitas vezes, não aparecem no início do tratamento estético. As alterações vasculares são resultados que, mesmo não visíveis a olho nu, apontam que o tratamento está sendo satisfatório. Essa técnica é, portanto, um complemento da avaliação clínica, pois auxilia na comprovação de resultados, mesmo quando estes ainda não estão visíveis em fotografias antes e depois do programa estético. 87 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL 4.7 Técnicas para pesar Alguns profissionais de Estética gostam de utilizar a técnica de avaliação do peso. Porém, para obter grandes resultados na diminuição de peso, é fundamental que o tratamento seja multidisciplinar. Em primeiro lugar, o profissional deve se certificar de que a balança utilizada está devidamente calibrada. O peso corporal varia durante o dia, principalmente em pessoas que têm retenção hídrica. Por esse motivo, o ideal é que o peso seja aferido sempre no mesmo horário. Além disso, é importante que seja sempre na mesma balança, para não haver diferença na calibração. O cliente deve estar sempre descalço e com roupas leves. Caso a balança seja na cabine de estética, o ideal é que ele esteja com trajes de banho. 4.8 Técnicas para fotografar A técnica para fotografar é muito usual e importante para avaliar se os resultados estão sendo satisfatórios. Entretanto, caso a fotografia não esteja com boa resolução ou não seja tirada no mesmo ângulo, pode distorcer resultados. O cliente deve estar vestindo sempre o mesmo traje, pois, dependendo do modelo ou da cor, pode haver uma impressão diferente da imagem. A distância entre a câmera e o cliente deve ser sempre a mesma. Fotografias mais próximas parecem maiores do que fotografias mais distantes. O fundo deve ser sempre da mesma cor. E o ângulo da máquina deve ser sempre de 90º. Outro detalhe importante é que a máquina utilizada deve ser sempre a mesma, pois as resoluções e os parâmetros de cada uma são diferentes. A imagem deve ter boa resolução. As melhores câmeras são as utilizadas por profissionais de fotografia. Também podem ser usadas as câmeras de celular, desde que respeitem as mesmas regras e tenham boa qualidade. As imagens de clientes são utilizadas para arquivo interno do profissional de Estética, não podendo ser reveladas em nenhum local sem a autorização prévia do cliente. 4.9 Considerações para a avaliação dos procedimentos estéticos 4.9.1 Relações humanas É importante manter uma boa relação com todas as pessoas que estão inseridas no ambiente de trabalho. Os clientes nem sempre pensam da mesma forma; por isso, é preciso saber ouvir as suas reais necessidades e os motivos pelos quais eles procuram aquele serviço. 88 Unidade II Quanto aos colegas de trabalho, devemos lembrar que, mesmo não concordando com eles em todos os aspectos, é importante manter o ambiente harmonioso, respeitando as opiniões alheias e expondo as nossas sem promover uma discussão, com o objetivo de evitar tensão e mal‑entendidos (GERSON, 2011). Figura 69 – Boa relação com o cliente Entender as pessoas é o segredo para a eficiência em muitas profissões. Na Estética, essa capacidade é particularmente importante, já que o atendimento ao cliente é fundamental para o sucesso. A maioria das interações depende da habilidade de se comunicar com sucesso com uma variedade de pessoas: chefe, colegas, clientes e diferentes vendedores que vão ao salão ou spa para vender e dar instruções sobre os seus produtos. Quando entendemos claramente os motivos e as necessidades dos outros, estamos em uma posição melhor para realizar o nosso trabalho com profissionalismo e facilidade. O profissional de Estética deve sempre se atentar às contraindicações e, por uma questão ética e humana, não realizar procedimentos não recomendados ao cliente. Nem sempre o procedimento estético pensado pelo profissional é aquele que o cliente procura. Por isso, é importante manter o diálogo e uma boa relação com ele (GERSON, 2011). Figura 70 – Atenção às reais necessidades do cliente A melhor maneira de entender os outros é entender, primeiro, a nós. Ao tomar consciência de nossas próprias necessidades e desejos, é mais fácil perceber os outros e ajudá‑los a obter o que querem. Todos devem ser tratados com muito respeito. Um detalhe importante para qualquer tipo de relação é a confiança. É preciso criar um ambiente no qual os clientes e os amigos no trabalho confiem uns nos outros. Para isso, o profissional de Estética 89 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL deve propor tratamentos que realmente condizem com o que foi vendido, não oferecendo protocolos milagrosos, dos quais não tem certeza da eficácia. Isso pode prejudicar sua reputação, e, muitas vezes, não há uma oportunidade de reverter essa imagem frente aos clientes e amigos. As boas relações são, portanto, fundamentadas no respeito mútuo e na compreensão. A seguir, vamos conhecer algumas dicas práticas para lidar com possíveis situações do dia a dia. A segurança é um fator de extrema importância. É fundamental se manter atualizado, buscar novos conhecimentos, participar constantemente de congressos, feiras e cursos referentes à Estética e Cosmética, pois sempre há novidades no mercado nacional e internacional. Quando nos sentimos seguros, ficamos felizes, calmos e confiantes e agimos de uma maneira cooperativa e confiável. Na insegurança, ficamos preocupados e não conseguimos transmitir uma boa impressão. Se respondemos de forma insegura, o cliente provavelmente irá procurar outro profissional. Os seres humanos são, por natureza, sociáveis. Quando seguros, gostamos de interagir com as outras pessoas e dar opiniões. Apreciamos quando as pessoas nos ajudam e temos orgulho de nossa capacidade de ajudar os outros. A honestidade também é algo que deve ser enfatizado e sempre valorizado. Na área de Estética, existem muitas variações de protocolos e de preço. O bom profissional é aquele que pensa sempre nos resultados do cliente, e não no dinheiro que esse tratamento lhe trará, pois o resultado financeiro é consequência de resultados estéticos. Se o cliente obtiver resultados, ele confiará no profissional e o indicará a outros clientes, e o resultado desse trabalho honesto será a recompensa financeira. Devemos oferecer algo que o cliente realmente necessita.Dessa forma, o sucesso será consequência da honestidade. Em muitos casos, os procedimentos mais simples são os indicados. E isso não significa ganhar menos, pois há a conquista da confiança e da fidelidade do cliente. A fidelidade de um cliente é mais importante do que a conquista de novos clientes. Ao fidelizar, novos clientes aparecerão por meio das indicações. Na Estética, a indicação e a chamada propaganda boca a boca são muito importantes para aumentar a agenda de clientes. Mesmo que o profissional seja absolutamente seguro em tudo o que faça, haverá momentos que terá dúvidas. Ele não deve hesitar em dizer ao cliente que precisa pesquisar sobre o assunto. É melhor ter uma atitude consciente do que afirmar algo de que não se tem certeza. A seguir, são apresentadas algumas dicas gerais para ter boas relações: • Acreditar no potencial. Confiando no próprio julgamento, é possível manter os princípios e agir da maneira considerada correta. Para ter autoconfiança, é preciso, em primeiro lugar, ter conhecimento sobre todos os procedimentos executados. • Falar menos e ouvir mais. Nas relações humanas e, principalmente, em uma área de muita aproximação como a Estética, é necessário conhecer as reais necessidades do cliente. Para isso, devemos ouvi‑lo. 90 Unidade II • Ser atencioso e simpático. Cada cliente é de um jeito: uns sabem exatamente o querem; outros são indecisos, têm dificuldade de entender e ainda são exigentes. Sem a habilidade de nos relacionar com os diferentes tipos de pessoas, podemos transmitir um ar de arrogância e intolerância. Se esse elo não for estabelecido, provavelmente o cliente irá procurar outra pessoa que tenha essa habilidade. • Não falar dos seus problemas particulares para os clientes. Eles estão em um momento de relaxamento. O profissional de Estética deve permanecer em silêncio durante o procedimento e lembrar que o cliente está pagando pelo procedimento. Ouvir problemas alheios não irá auxiliar no resultado; pelo contrário, pode impedir o relaxamento e tornar a sessão cansativa. Para concluir, as relações humanas podem ser recompensadoras ou frustrantes. Tudo depende da disposição do profissional para se doar (GERSON, 2011). 4.9.2 Regras para obter uma boa relação profissional e com o cliente Em qualquer área, é preciso prestar atenção na maneira pela qual nos relacionamos com as outras pessoas. O sucesso profissional depende do conhecimento individual e da habilidade de relacionamento. Em uma sessão de procedimentos estéticos, o profissional e o cliente ficam íntimos. Muitas vezes, conhecemos o motivo da baixa autoestima dos clientes. Devemos aprender a lidar com as mais diversas situações e deixar que o cliente se sinta à vontade. Para tal, vamos conhecer, a seguir, algumas dicas para ter uma boa relação interpessoal no ambiente de trabalho: • Desenvolver o trabalho sempre com amor e dedicação. Lembrar que, se pensar nos resultados, o sucesso financeiro será uma consequência. • Sorrir sempre. Os clientes não têm culpa dos problemas do terapeuta. O clima do atendimento pode ser tornar pesado. Figura 71 – Relação cordial com clientes 91 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Tratar as pessoas como gostaria de ser tratado. • Cada ação promove uma reação. Quando o profissional desagrada o cliente, ele provavelmente irá fazer uma propaganda negativa a seu respeito, o que poderá prejudicar os resultados financeiros do seu negócio. • Aprender a se equilibrar profissionalmente. Trabalhar com pessoas requer doação de energia. Por isso, ela deverá estar sempre renovada. É importante procurar algo que traga o equilíbrio. Figura 72 – Equilíbrio para atender melhor o cliente • Ter o hábito de elogiar as pessoas – todos têm um lado positivo. • Ser paciente. • Criar metas coletivas, tanto com os amigos de trabalho quanto com os clientes. Dessa forma, todos se ajudarão em um trabalho em equipe. • Agradecer a todos que, de alguma forma, ajudam ou prestam um favor. Ser sempre cordial. 4.9.3 Sigilo quanto aos procedimentos Todas as informações transmitidas pelo cliente devem ser mantidas em sigilo, pois são confidenciais, sendo passadas para a elaboração de um programa estético. O cliente poderá abrir um processo judicial caso essas informações se tornem públicas. As fotos de clientes satisfeitos são ideais para demonstrar a eficácia de um produto ou serviço, mas nem sempre são adequadas. Embora muitas clínicas de cuidados com a pele e spas médicos utilizem fotos de antes e depois para documentar o progresso de um cliente, é importante lembrar que as informações dele são confidenciais. Se o profissional de Estética possui um cliente cujo progresso foi significativo, deve pedir permissão para usar suas fotos para fins promocionais (GERSON, 2011). 92 Unidade II Hoje, é comum usarmos as redes sociais ou a panfletagem para fazer propaganda. Ao apresentar imagens, é necessário explicar como é realizado o procedimento e destacar o seu diferencial. Caso o profissional queira utilizar imagens dos seus clientes para tal, deverá consultar um profissional de Direito e elaborar um contrato no qual o cliente autoriza a divulgação das imagens (GERSON, 2011). 4.9.4 Como lidar com clientes insatisfeitos com o procedimento estético Mesmo que haja muito esforço para prestar um bom serviço ao cliente, é possível encontrar pessoas que não ficam satisfeitas. O problema deve ser solucionado para que o terapeuta consiga fidelizar o cliente. Algumas orientações são: • Inicialmente, acalmar‑se e tentar acolher o cliente de maneira confortável. • Descobrir o que o deixou insatisfeito. Pedir informações específicas e detalhadas. • Se possível, modificar o procedimento ou trocar por outro de mesmo valor. • Tentar resolver a situação de uma maneira que o cliente não se sinta lesado. É importante deixar registrado no contrato de prestação de serviços que o profissional não se responsabiliza por resultados, já que estes também dependem do metabolismo e da colaboração dos clientes. Para evitar esse tipo de situação, os procedimentos, bem como os possíveis resultados, deverão ser bem esclarecidos inicialmente. • Caso o problema não seja com o procedimento, mas com um profissional, tentar solucioná‑lo com quem o executou. É importante sempre ouvir todas as pessoas envolvidas, ponderar as reclamações e recebê‑las como críticas construtivas para melhorar os atendimentos e aumentar a carteira de clientes. 4.9.5 Como lidar com pessoas difíceis Inicialmente, o profissional de Estética deve entender que o problema não é pessoal. Não deve considerar palavras ofensivas, estando preparado para lidar com essas situações, pois trabalhar com estética é lidar diretamente com o público. Alguns clientes podem fazer reclamações simplesmente para tentar obter vantagem financeira. Vamos aprender como evitar essas situações: • Respeitar os limites da relação e ter um diálogo profissional. • Nunca dar conselhos pessoais, apenas aconselhamentos referentes aos procedimentos estéticos. 93 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Deixar as regras claras em um lugar visível e até mesmo em um contrato de prestação de serviços. Antes de tudo, o profissional de Estética é um vendedor de serviços e, por isso, deve se precaver de possíveis situações desagradáveis. • Praticar habilidades positivas de diálogo e tentar pensar antes de falar. Habituar‑se a falar pausadamente. • Nunca se envolver em fofocas. • Ser claro e não provocar controversas ou discussões. • Realizar tudo o que estiver ao alcance para satisfazer o cliente. 4.9.6 Como lidar com atrasos nas sessões de Estética Existem clientes que se atrasam em todo setor de serviços. Como os profissionais do cuidado com a pele são tão dependentes das consultas e da agenda para maximizar o horário de trabalho, um cliente que se atrasa muito (ou sempre) para uma consulta pode causar problemas, influenciando no horário de todos os clientes marcados. Em primeirolugar, é importante construir as regras do estabelecimento. Não é aconselhável manter os horários muito apertados, deixando 15 minutos de tolerância, principalmente quando está localizado em grandes metrópoles, onde problemas com o deslocamento são frequentes. Se o cliente estiver atrasado, mas o profissional tiver tempo para atender, deve informar que o atenderá apesar do atraso porque não tem outro cliente na sequência, deixando claro que nem sempre poderá ser dessa forma. Caso tenha outro cliente na sequência, o profissional deve verificar se o tempo restante é suficiente para realizar o tratamento; caso sim, perguntar ao cliente se ele quer ser atendido com o tempo da sessão reduzido. Se o tempo não for suficiente para a realização do procedimento, lamentar, e com educação, explicar que não será possível atender e que faria o mesmo faria com outro cliente para não atrasar o atendimento dele. É sempre importante ressaltar que a simpatia, a educação e a cordialidade devem estar presentes em situações delicadas como essas. 94 Unidade II Resumo Esta unidade abordou temas importantes para a elaboração de procedimentos estéticos corporais, a montagem da ficha de anamnese e a avaliação do cliente. A ficha de anamnese contém informações fundamentais sobre o cliente. Deve ser preenchida antes de iniciar o tratamento estético, pois, a partir das informações sobre o histórico de tratamentos, além de possíveis contraindicações e queixas, é que será desenvolvido o tratamento estético adequado. Os protocolos devem ser individualizados, pois cada pessoa possui particularidades a serem consideradas. As técnicas para a avaliação são importantes para o acompanhamento dos resultados do programa estético. As medidas antropométricas indicam possíveis redução no volume da circunferência. Essa diminuição ocorre, geralmente, com a realização de protocolos de desintoxicação e lipodistrofia localizada, devido à mobilização de líquidos e tecido adiposo. A fotografia é uma grande aliada na comprovação dos resultados. Porém, deve ser tirada sempre do mesmo ângulo, com boa iluminação, e o posicionamento do cliente deve ser igual ao da imagem primária. Já a termografia auxilia na avaliação do sistema circulatório e do grau do FEG, bem como da evolução do programa, além de comprovar a existência de resultados, mesmo quando ainda não são visíveis a olho nu. As técnicas de avaliação devem ser sempre realizadas com muito cuidado, já que, a partir delas, o programa estético será elaborado e analisado. O desenvolvimento das estrias ocorre por decorrência de alguns fatores. São determinantes o crescimento, a gestação, a utilização de alguns medicamentos e, principalmente, a predisposição genética. Protocolos com endermoterapia e princípios ativos de natureza ortomolecular são indicados para o tratamento dessa alteração estética. A esfoliação é, normalmente, a primeira etapa de qualquer procedimento estético, pois esta remove parte da camada córnea da epiderme, que serve como barreira e dificulta a permeação dos princípios ativos cosméticos. 95 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL A hidratação é um protocolo estético que ajuda a manter a integridade do manto hidrolipídico da pele, deixando a pele mais fortalecida, mais macia e umectada, além de prevenir o aparecimento de estrias. O banho de lua é um protocolo estético muito utilizado no verão, caracterizado pela descoloração dos pelos do corpo. O produto descolorante possui alto poder de corrosão; por isso, a epiderme deve ser protegida anteriormente e hidratada posteriormente à aplicação. Os protocolos estéticos devem ser realizados com segurança e cautela. Para tanto, o profissional deve sempre considerar as informações particulares de cada cliente, para, então, desenvolver um protocolo específico, pois somos seres únicos. Exercícios Questão 1. (Upe 2011, adaptada) Leia o texto a seguir: Estrias – inestéticas cicatrizes dérmicas As estrias são cicatrizes cutâneas da pele, relacionadas com pequenas fraturas causadas à derme, por fenômenos de distensão. Segundo o Dr. Miguel Trincheiras, dermatologista, a distensão dos tecidos é comum na adolescência, quando há aumentos bruscos de massa gorda ou massas musculares (engordar/ emagrecer, musculação), e por ocasião da gravidez. O aparecimento das estrias ocorre na região glútea (nádegas) e nas ancas, já que são zonas de grande concentração de tecido adiposo. A hidratação cutânea condiciona a elasticidade da pele e a sua capacidade de sofrer distensões sem haver ruptura dos tecidos. Os derivados da vitamina A têm a capacidade de estimular as células da derme na produção de fibras elásticas, colágeno e todas as substâncias fundamentais para a retenção de moléculas de água no seu seio. Adaptado de: Medicina & Saúde®. Publicado por Isabel Perregil. Algumas palavras destacadas do texto foram comentadas, explicadas e/ou justificadas nas alternativas a seguir. Identifique a correta. A) O tecido adiposo é formado por adipócitos, células derivadas dos lipoblastos, que se especializaram em armazenar ácidos graxos, os quais provêm, essencialmente, da alimentação. B) A pele é formada por um epitélio simples, pavimentoso, de origem endodérmica, cuja função é a de conferir proteção mecânica e impedir a perda de água. C) As fibras elásticas são formadas pela proteína colágeno; são fibras resistentes à tração, sendo mais abundantes na pele de pessoas idosas. 96 Unidade II D) O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano e é sintetizado pelos plasmócitos, células frequentemente encontradas no tecido conjuntivo frouxo. E) A derme é um tecido conjuntivo, que garante suporte e nutrição às células da epiderme; é rica em terminações nervosas, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas e sebáceas, fibras elásticas, colágenas e reticulares, que conferem à pele sua resistência e elasticidade típicas. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: o tecido adiposo é uma variedade especial do tecido conjuntivo, no qual se encontra o predomínio de células adiposas (adipócitos), um tipo de célula que acumula gotículas de lipídios em seu citoplasma. B) Alternativa incorreta. Justificativa: a pele protege o nosso corpo contra atritos, patógenos e a perda excessiva de água. Além disso, atua na termorregulação e contém receptores que permitem a percepção de dor, tato, temperatura e pressão. A pele apresenta uma estrutura com duas camadas distintas: a epiderme e a derme. C) Alternativa incorreta. Justificativa: as fibras elásticas têm como componente principal a elastina, proteína muito mais resistente que o colágeno, e a microfibrila elástica, formada por uma glicoproteína especializada. Suportam grandes trações. A elastina é a proteína mais resistente do organismo, sendo encontrada em pequena quantidade na pele e sintetizada pelas células musculares lisas, pelas células endoteliais, pelos fibroblastos e pelos condroblastos fibrocartilaginosos. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano e é sintetizado pelos fibroblastos produzidos pelo tecido conjuntivo, que também sintetizam elastina, além das glicosaminoglicanas e das glicoproteínas multiadesivas, que farão parte da matriz extracelular. E) Alternativa correta. Justificativa: é uma correta definição da derme. 97 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Questão 2. (Enade 2016, adaptada) Uma cliente de 16 anos de idade, com sobrepeso e biotipo ginoide, faz uso de anticoncepcional oral desde os 15 anos. Na anamnese, o profissional tecnólogo em Estética e Cosmética registra, conforme relato, que a cliente tem alimentação rica em frituras, refrigerantes e doces, usa vestimenta predominantemente justa (jeans), faz uso de óleo mineral diariamente para hidratação corporal no banho e apresenta lesões lineares, atróficas, na região dos glúteos e culotes, acompanhadas de prurido, hiperemia local
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