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Resenha Crítica - A Casa dos Mortos - Documentário Débora Diniz 2009

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Resenha Crítica: A Casa dos Mortos - Documentário - Débora Diniz - 2009 
 
Esdras de Souza Oliveira 
 
 
Sumário - ​1. Introdução , 2. A morte de Almerindo, 
3. Conclusão 
 
Resumo: ​A Casa dos Mortos é um curta-metragem, produzido e dirigido por Débora 
Diniz - Professora Universitária, em 2009. O documentário ganhador de vários 
prêmios nacionais de cinema, retrata o cotidiano do Hospital de Custódia e 
Tratamento Psiquiátrico - HCT de Salvador-BA, baseando-se no poema original "A 
Casa dos Mortos" de Bubu um poeta e interno que teve 12 passagens por 
tratamento em vários hospitais psiquiátricos no país. 
 
Palavras chaves: ​1. A Casa dos Mortos - 2. Medida de segurança - 3. 
Inimputabilidade - 4. Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico - 5. Bibi - 6. 
Dignidade da pessoa humana. 
 
1. Introdução 
Sob a perspectiva do poema de Bubu - A Casa dos Mortos, a documentarista relata 
em 3 cenas (histórias) casos de insanidade mental de internos sentenciados com 
medidas de segurança, pena prevista no artigo 96 do Código Penal, por serem 
inimputáveis por doença e/ou insanidade mental como prevê o artigo 97 deste 
mesmo código. 
O cotidiano do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico - HCT de 
Salvador-BA, retrata casos específicos de internos com grau de periculosidade 
social, em processo de tratamento para reabilitação e ressocialização, porém o 
cenário precário dos manicômios, espelham o total descaso, a ausência de 
infraestrutura sanitária e a prestação de serviços capacitada. A desordem na 
gestão, a falta de humanização dos profissionais envolvidos, a falta de recursos 
governamentais e o sistema penal colapçado contribuem integralmente para a piora 
clínica e comportamental dos internos, o que leva alguns à reincidência criminal. 
Muitos casos de cumprimento de penas abordados no documentário, denunciam a 
precariedade do sistema de tratamento psiquiátrico e proporciona também o não 
cumprimento legal de desinternação previstos no parágrafo 3° do artigo 97 do CP. 
 
2. A Morte de Almerindo 
Indivíduo personagem da cena 3 do documentário, Almerindo em dado momento, o 
qual podemos concluir ou não a lucidez e sanidade, menciona a seguinte frase: 
"Almerindo morreu!", Quando repetidamente a profissional pergunta quem é 
Almerindo. Condenado a internação psiquiátrica por 2 anos, ao cometer o crime de 
Lesão Corporal - artigo 129 do Código Penal, contra um adolescente de 14 anos em 
1981, o interno teria sido diagnosticado doente mental em 1982 e sua condenação 
foi sentenciada em 1984, Almerindo claramente é um reflexo de total negligência na 
execução penal brasileira, onde já observamos que o mesmo já teria sido tratado 
em custódia durante seus 2 anos por medida de segurança e poderia continuar seu 
tratamento em estabelecimento ambulatorial. 
Podemos notar que a persistência periculosa e insanidade mental de Almerindo em 
sua permanência no HCT por 25 anos, são resultados de falhas governamentais 
que ocasionou sua morte social e abandono familiar. 
 
3. Conclusão 
Concluo que as medidas de segurança sentenciadas aos inimputáveis no país, 
especialmente para tratamento em hospitais de custódia e manicômios judiciários 
são verdadeiras prisões, que ao invés de tratar os doentes e ressocializá-los, os 
punem e os torturam com o descaso, a desumanização e a precariedade sanitária, 
os quais, muitos desses internos acabam cometendo suicídio. Uma total 
demonstração de descumprimento do princípio da dignidade da pessoa humana 
previsto no artigo 1°, inciso III da Constituição Federal.

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