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Seção 3 Direito Penal Estágio Supervisionado II

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE
Processo nº 
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, respeitosa e tempestivamente, oferecer
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Não conformando-se com o recurso interposto pelo Ministério Público do Ceará, contra a decisão proferida em favor do recorrido, onde rejeitou de forma parcial a denúncia em relação a imputação de associação criminosa, por ausência de justa causa para a ação penal, aguardando ao final se dignem Vossas Excelências em mantê-la pelas razões a seguir aduzidas.
	
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Conceição do Agreste/CE, dia/mês/ano.
ADVOGADO OAB/UF
(ASSINADO ELETRONICAMENTE)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Recorrente: MINISTÉRO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
Recorrido: José Percival da Silva.
Processo de origem nº 
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
COLENDA CÂMARA,
EMÉRITOS DESEMBARGADORES.
CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
I – DAS PRELIMINARES
O Recorrido vem preliminarmente arguir no caso em epígrafe o recurso apresentado pelo Ministério Público é intempestivo, uma vez que o Promotor de Justiça titular da comarca de Conceição do Agreste/CE ao ser intimado da decisão em 24/08/2018, inconformado, interpôs seu recurso no dia 30/05/2018, não respeitando o prazo de 5 (cinco) dias estabelecido no artigo 586 do Código de Processo Penal.
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Contudo, de acordo com a jurisprudência pátria, no processo penal, o Ministério Público não possui prazo em dobro para recorrer e/ou contrarrazões, seguindo entendimento in verbis:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I – O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II – No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17⁄08⁄2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27⁄08⁄2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III – Agravo Regimental não conhecido. (STJ – AgRg nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP – Relatora Ministra Regina Helena Costa – dj. 27/11/2013, grifo nosso)
	Logo o recorrido vem pedir que NÃO CONHEÇA o presente recurso em sentido estrito apresentado pelo ministério público estadual.
II – DA SINTESE PROCESSUAL
	O recorrente foi acusado pelo Ministério público pela pratica dos crimes de corrupção passiva (artigo 317 do CP) e associação criminosa (art. 288 do CP), entretanto, após a propositura de uma resposta preliminar, o Exmo. Sr. Juiz da Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE, ao analisa-la, acatou parcialmente as teses arguidas e recebeu a denúncia apenas em relação ao delito de corrupção passiva (artigo 317 do CP).
	Em relação à imputação de associação criminosa, a denúncia foi rejeitada, nos moldes do artigo 395, III do CPP, por ausência de justa causa para a ação penal.
	Diante disso, inconformado da referida decisão, o promotor de justiça titular da comarca de Conceição do Agreste, após ser intimado em 24/05/2018, interpôs em 30/05/2018, o recurso em sentido estrito, requerendo a reforma da decisão, para que a denúncia seja recebida também em relação ao crime de associação criminosa, sob o argumento de que, por se tratarem todos os denunciados de membros da Câmara dos Vereadores, havia estabilidade e durabilidade na associação.
	Desta forma, absolutamente respeitável e procedente as considerações jurídicas apresentadas pelo nobre julgador de primeira instancia, que esperamos que sejam aproveitadas e respeitadas por este nobre juízo, pelas razões que passaremos a expor a seguir.	
III – DO MÉRITO
III. I – DA TEMPESTIVIDADE
	Levando em consideração o prazo de contrarrazões, conforme legislação processual vigente e a intimação da interposição do RESE que se deu em 05/06/2018, tem-se por tempestivo o presente recurso, devendo ser acolhido.
III.II – DO NÃO PROVIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO
Diante dos fatos narrados, podemos observar que o recorrente alegou que o pedido de acusação sobre o crime de associação criminosa deveria ser aceito, sob o argumento de que todos os denunciados são membros da Câmara dos Vereadores, havendo assim estabilidade e durabilidade na associação.
	 Todavia Nobres julgadores, diante dos fatos mencionados na denúncia, verifica-se que as acusações feitas não possuem provas que liguem o acusado com a autoria e materialidade do delito, podendo ser considerada como mera especulação.
Isto acontece, pelo fato do Sr. José Percival ser presidente da Câmara dos vereadores, desta forma, por ser uma pessoa influente acaba por chamar uma atenção indesejada, entretanto, meras especulações não são suficientes para que haja a existência de uma acusação, visto que não existe indícios mínimos de que ele concorreu para a pratica do crime de associação criminosa.
	Deste modo, conforme elencado no artigo 395, inciso III do CPP, a ausência de justa causa é patente, uma vez que não há indícios de materialidade em relação à associação criminosa, sendo que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP.
	
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando
I - for manifestamente inepta; 
 II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal
	Nesse sentido, segue o entendimento da jurisprudência pátria:
“STF: DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE QUADRILHA. CONFIGURAÇÃO TÍPICA. REQUISITOS. Para a configuração do crime de associação criminosa do art. 288 do Código Penal brasileiro, exige-se a associação de mais de três pessoas "para a prática de crimes", não sendo suficiente o vínculo para a prática de um único ato criminoso. É o que distingue, principalmente, o tipo de associação criminosa da figura delitiva assemelhada do crime de conspiracy do Direito anglo-saxão que se satisfaz com o planejamento da prática de um único crime. Se, dos fatos tidos como provados pelas instâncias ordinárias, não se depreende elemento que autorize conclusão de que os acusados pretenderam formar ou se vincular a uma associação criminosa para a prática de mais de um crime, é possível o emprego do habeas corpus para invalidar a condenação por esse delito, sem prejuízo dos demais. Habeas corpus concedido e estendido de ofício aos coacusados em idêntica situação. (HC 103.412/SP – Rel. Min. Rosa Weber – dj. 19/06/2012)”
Assim, podemos afirmar que aplicação da norma ocorreu de forma justa e eficaz, de acordo com a legislação pátria, afastando totalmente a ilegalidade e injustiça, que somente aconteceria se o magistrado aceitasse o pedido da denúncia.
	Seguindo essa linha de raciocínio, ensina Norberto Avena (Processo Penal, p. 168. 2017): 
“O interesse de agir concerne à presença dos elementos mínimos que permitam ao juiz, ao refletir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, concluir no sentido de que se trata de acusação factível. Tais elementos consistem nos indícios de autoria de que o imputado realmente é autor ou partícipe do fato descrito, bem como na prova da existência do crime imputado. No âmbito da ação penal, este lastro probatório mínimo constitui o fumus boni iuris – aparência do direito à condenação invocado pelo titular da ação penal ao deduzi-la em juízo com vistas a desencadear o jus puniendi do Estado. Ausente a sua demonstração, não serápossível ao magistrado verificar a plausibilidade da acusação, devendo, também neste caso, rejeitar a inicial acusatória com fundamento no art. 395, III, do CPP (falta de justa causa para a ação penal).”
IV – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a esta Colenda Câmara:
A-) que reconheça PRELIMINARMENTE que o respectivo recurso em sentido estrito é INTEMPESTIVO, declarando consequentemente o seu desprovimento.
B-) que seja mantida a respeitável decisão impugnada, pelo fato de sustentar-se por seus próprios fundamentos, aqui tão-somente expandidos, negando-se provimento ao recurso do Ministério Público, com o que se preservará a Justiça.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Conceição do Agreste/CE, dia/mês/ano.
Advogado OAB/UF
(ASSINADO ELETRONICAMENTE)

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