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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE\CE 
AUTOS N°: xxx
Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL-CE
Réu: José Percival da Silva, vulgo " Zé da Farmácia"
José Percival da Silva, vulgo " Zé da Farmácia" já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu procurador ao final subscrito, vem respeitosamente e tempestivamente, perante esse juízo, com fulcro no Art.581,I, do Código de Processo Penal Brasileiro, oferecer
Contrarrazões de recurso em sentido estrito
Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do Ministério Público do Estado do Ceará, contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, onde rejeitou o pleito da denúncia, considerando-a inepta e sem justa causa e, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.
Nestes Termos, Pede deferimento
Conceição do Agreste/CE, 01 de Outubro de 2020.
Advogado xxxx
 OAB XXX/xx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Autos N°:xxx
Recorrente: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL-CE
Recorrido: José Percival da Silva, vulgo " Zé da Farmácia"
COLENDA TURMA
DOUTO JULGADORES
NOBRES PROCURADORES
 PRELIMINARES
Da InTempestividade do recurso
O contrarrazoante vem, PRELIMINARMENTE, arguir que, no caso em epigrafe, o recorrente não agiu com a devida tempestividade . O recorrente, ao ser intimado na data da decisão (em 24 de maio de 2018), inconformado, interpôs, em 30 de maio de 2018, o recurso em sentido estrito, no entanto o artigo 586, do CPP é claro ao dispor que:
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Além do mais no Processo Penal os prazos são peculiares como discorre o art.798, §5, do CPP:
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.
Tendo Ocorrido a intimação do dia 24 de maio de 2018 e a interposição do recurso no dia 30 de maio de 2018, houve o lapso temporal de 6(seis) dias, havendo a preclusão temporal e por consequência a intempestividade do recorrente.
Lembrando que de acordo com a jurisprudência pátria, no processo penal, o Ministério Público não possui prazo em dobro para recorrer e/ou contrarrazoar: 
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I – O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II – No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17⁄08⁄2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27⁄08⁄2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III – Agravo Regimental não conhecido. (STJ – AgRg nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP – Relatora Ministra Regina Helena Costa – dj. 27/11/2013, grifo nosso)
DAS CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
INTRÓITO
O nobre representante do Ministério Público Estadual do Ceará, não satisfeito com a rejeição da denúncia pelo MM.Juiz da 1° Vara Criminal da comarca de Conceição do Agreste\CE , apresentou Recurso em Sentido Estrito, com o escopo de reformar a decisão proferida pelo juízo de piso, que não vislumbrou motivos para aceitação da mesma, já que não havia nos autos elementos para levar adiante, considerando-a ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa.
Segundo palavras do Douto julgador monocrático “entendeu ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa, uma vez que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP, por não existir o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação”. 
Absolutamente respeitáveis e procedentes as considerações judiciosas perfilhadas pelo MM. Julgador, que esperamos sejam aquinhoadas por este nobre juízo, pelas razões que passaremos a expor. 
DO MÉRITO E DO DIREITO
Em perfeita consonância com a decisão proferida pelo MM. Juiz de piso, não resta evidenciada a prática do delito que o Ministério Público-CE insiste em denunciá-lo, atropelando as normas do direito, pois resta claro que não houve a conduta atribuída ao ora contrarrazoante, pois não foram demonstrados na denúncia elementos que embasem o pleito do ora recorrido, também não sendo comprovada a suposta prática Associação Criminosa.
A conduta prevista no art. 288 do Código Penal diz:
Art. 288. Associarem- se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes.
Pena - reclusão de 1(um) a 3 (três) anos
A Lei 12.850/2013 deu nova redação ao art. 288 do Código Penal. Inseriu-se a expressão "fim específico" apenas para sinalizar o caráter de estabilidade e durabilidade da referida associação, distinguindo- a do concurso de pessoas para o cometimento de um só delito. Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim específico de praticar crimes (plural - demonstrando durabilidade). Desta feita, faltam indícios de materialidade, uma vez que não há a prática de mais de um crime, o que por sua vez é determinante para a configuração do tipo penal para não ser confundido com o concurso de pessoas.
Deste modo, havendo a prática de um único fato e, portanto, de um único crime, não estará caracterizada a tipicidade específica do artigo 288 do CP. Esse é, inclusive, o entendimento da jurisprudência pátria: 
STF: DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE QUADRILHA. CONFIGURAÇÃO TÍPICA. REQUISITOS. Para a configuração do crime de associação criminosa do art. 288 do Código Penal brasileiro, exige-se a associação de mais de três pessoas "para 1 NUCCI, Guilherme Souza. Manual de direito penal. 13. ed. São Paulo: Forense/Grupo GEN, 2017, p. 971. a prática de crimes", não sendo suficiente o vínculo para a prática de um único ato criminoso. É o que distingue, principalmente, o tipo de associação criminosa da figura delitiva assemelhada do crime de conspiracy do Direito anglo-saxão que se satisfaz com o planejamento da prática de um único crime. Se, dos fatos tidos como provados pelas instâncias ordinárias, não se depreende elemento que autorize conclusão de que os acusados pretenderam formar ou se vincular a uma associação criminosa para a prática de mais de um crime, é possível o emprego do habeas corpus para invalidar a condenação por esse delito, sem prejuízo dos demais. Habeas corpus concedido e estendido de ofício aos coacusados em idêntica situação. (HC 103.412/SP – Rel. Min. Rosa Weber – dj. 19/06/2012)
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a esta Colenda Câmara:
1.Que a Colenda Turma não conheça o presente recurso em sentido estrito apresentado pelo ministério publico estadual.
 2.Que seja mantida a respeitável decisão impugnada, que, aliás, sustenta-se por seus próprios fundamentos, aqui tão-somente expandidos, negando-se provimento ao recurso do Ministério Público, com o que se preservará a Justiça.
Nestes Termos, Pede deferimento
Conceição do Agreste/CE, 01 de Outubro de 2020.
Advogado xxxx
OAB XXX/xx

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