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MM. JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE GRAVATAÍ/RS João da Silva, brasileiro, casado, separado de fato, contador, portador do RG nº 9876543322 e CPF nº 123.456.789-00, endereço eletrônico: joão.silva@gmail.com, residente e domiciliado na Rua José Velho, nº 30, Bairro Nova Era, CEP 94786-200, no Município de Sapucaia do Sul/RS e, Maria da Rosa, brasileira, separada judicialmente, do lar, portadora do RG nº 1234568899 e CPF nº 021.987.654-33, endereço eletrônico: mariadarosa@gmail.com, residente e domiciliada na Rua Prata, nº 10, Bairro Campo Novo, CEP 95667-500, no Município de Gravataí/RS, ambos representados por sua advogada signatária, conforme documento procuratório em anexo, com endereço profissional na Rua Domingos José de Almeida, nº 509, Bairro Rio Branco, CEP 91334-200, no Município de Porto Alegre/RS, onde recebe as intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL Com fundamento no art. 73 do Código de Processo Civil, com base nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA Inicialmente, faz-se necessário destacar que os requerentes declaram não possuir, atualmente, condições financeiras para arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento, bem como de sua família. Para tanto, anexam a presente peça inaugural os documentos comprobatórios. Assim, requer-se o consentimento dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil, garantindo-lhes, desse modo, o efetivo acesso à justiça. II. DOS FATOS Os autores viveram em união estável por 10 anos, como se casados fossem, quando, há cerca de 01 ano, diante de incompatibilidades conjugais e da impossibilidade de continuação da união, as partes romperam o relacionamento e o requerente João da Silva deixou a residência onde moravam. mailto:joão.silva@gmail.com mailto:mariadarosa@gmail.com Da união, foram concebidos dois filhos, Paulo da Silva, 05 anos de idade, menor impúbere, absolutamente incapaz, nascido em 25/01/2015 (Certidão de Nascimento em anexo) e Gustavo da Silva, 03 anos de idade, menor impúbere, absolutamente incapaz, nascido em 03/03/2017 (Certidão de Nascimento em anexo), que atualmente residem com sua genitora. Durante a união, o casal adquiriu um imóvel no Município de Gravataí/RS (Matrícula nº 658 do Registro de Imóveis de Gravataí/RS), onde atualmente reside a requerente Maria da Rosa com os filhos, bem como um automóvel Ford/EcoSport Freestyle 1.6, 16V, modelo 2017, de placas IMX6598, o qual se encontra em posse do requerente João da Silva. Por motivo de foro íntimo, o casal já se encontra separado de fato, não tendo mais condições de conciliação e manutenção da união conjugal, motivo pela qual pleiteiam a Vossa Excelência seja oficializado o divórcio consensual com o devido resguardo aos direitos dos filhos incapazes. III. DO DIREITO Preconiza o art. 731 do Código de Processo Civil acerca da viabilidade jurídica do divórcio consensual. Vejamos: Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658 . Ademais, o art. 226, §3º da Constituição Federal reconhece como união estável “a união entre homem e a mulher como entidade familiar” e, portanto, aplica-se à ela a dissolubilidade pelo divórcio a qual trata o artigo referido, sem a necessidade de comprovação do lapso temporal da separação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art647 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art658 Nesse sentido, os requerentes manifestam à Vossa Excelência a intenção inequívoca de divorciarem-se consensualmente, nos seguintes termos: III.A DA PARTILHA DE BENS Durante a união, os requerentes adquiriram 01 veículo, Ford/EcoSport Freestyle 1.6, 16V, modelo 2017, de placas IMX6598, avaliado em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), bem como 01 imóvel (120m²), localizado na Rua Prata, nº 10, Bairro Campo Novo, CEP 95667-500, no Município de Gravataí/RS, avaliado em R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais). Assim, os requerentes decidiram, de forma consensual, que Maria da Rosa ficará na posse do imóvel, uma vez que os menores, filhos do casal, residem com a genitora, e que João da Silva ficará na posse do veículo, uma vez que necessita deslocar-se semanalmente para buscar e levar os menores. III.B DA GUARDA COMPARTILHADA DOS FILHOS MENORES IMPÚBERES Nos termos do art. 1.583, §2º do Código Civil, as partes pleiteiam a Guarda Compartilhada, de modo que os filhos terão assistência mútua dos requerentes que, em conjunto, levarão a efeito os necessários cuidados com os filhos como consequência do Poder Familiar, concordando em compartilhar as atribuições decorrentes da guarda. Assim, como consequência do estabelecimento da Guarda Compartilhada, pretendem os requerentes que a convivência com os menores ocorra de forma igualitária, mediante a alternância de lares, acordando que a convivência se dará da seguinte forma: A residência dos menores ficará estabelecida com a genitora; O genitor buscará os menores na creche todas as quartas-feiras após a aula, devendo deixá-los na creche na quinta-feira subsequente, até às 10h da manhã; O genitor ficará com os menores nos finais de semana, a cada 15 dias, devendo busca-los na creche ao final da tarde de sexta-feira e deixa-los na residência da genitora aos domingos, até as 18h; Tanto o genitor quanto a genitora, são responsáveis em levar e buscar os menores em suas respectivas residências para permanecer em sua companhia nos dias semanais; Nas comemorações de Natal e Ano-Novo, os menores ficarão com pai e mãe alternadamente, devendo permanecer em cada data comemorativa, na convivência de um depois de outro; Nas férias escolares os responsáveis poderão estabelecer com quem os menores ficarão, como melhor convir a ambos; No dia dos pais e aniversário do pai, os filhos passarão a data na companhia do genitor; No dia das mães e no aniversário da mãe, os filhos passarão a data na companhia da genitora; No caso de viagem, os requerentes devem comunicar-se, com antecedência, informando o local de destino e o período da viagem, bem como, caso seja necessário, verificar se o outro genitor tem a possibilidade de ficar com os menores durante o período da viagem. Desse modo, compreendem os genitores que a Guarda Compartilhada é de responsabilidade mútua dos pais no exercício do dever parental, reforçando os laços familiares por meio do esforço conjunto na criação e educação dos menores, mantendo a necessária referência materna e paterna. Assim, os requerentes buscam pelo melhor desenvolvimento dos menores, sendo certo que assim já agem, sem nenhum obstáculo para efetivá-la. III.C DOS ALIMENTOS O art. 227 da Constituição Federal estabelece que: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Nesse sentido,a Carta Magna preceitua no art. 229: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Assim, os requerentes acordam que os gastos diários, bem como despesas relativas à matrícula escolar, material didático, uniforme escolar e mensalidade escolar, os valores serão divididos entre pai e mãe, arcando cada um, com o valor equivalente a 50% do total das despesas. Quanto às despesas de lazer com os filhos, serão arcadas pelos dois, separadamente, ficando, pai e mãe, responsáveis pelas despesas no período em que os menores encontrarem-se sob sua tutela. Ainda, o genitor arcará com o pagamento mensal para contratação de plano de saúde particular em benefício dos menores, até a maioridade civil dos filhos. Dessa maneira, os Requerentes dispensam o pagamento de pensão alimentícia destinada aos filhos, já que ambos arcarão com as despesas diárias e mensais para o sustento dos menores. III.D DA PENSÃO ALIMENTÍCIA ENTRE OS REQUERENTES Conforme preceitua o art. 1.694 do Código Civil, “cônjuges ou companheiros podem pedir uns aos outros os alimentos que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”. Nesse sentido, considerando-se que o requerente João da Silva, contador, encontra-se atualmente em situação econômica mais favorável que Maria da Rosa, do lar, bem como o fato de ter sido estabelecida a residência dos filhos menores com a genitora, o requerente concordou com o pagamento de alimentos durante os próximos 06 meses, até que a requerente encontre uma função laboral efetiva, sem que haja prejuízo dos alimentos indispensáveis à subsistência. III.E DO NOME Considerando-se que nunca houve alteração no nome de solteira da requerente, ou seja, Maria da Rosa, conforme demonstra a Certidão de Nascimento em anexo, não há a necessidade de modificação de nome do Cartório de Registro Civil. IV. DOS PEDIDOS Ante o exposto, REQUER: O recebimento da presente ação de divórcio c/c guarda compartilhada, partilha de bens e fixação de alimentos; Seja concedido aos requerentes os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do art. 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil e Lei 1.060/50, em razão da hipossuficiência dos requerentes; A procedência do pedido para extinguir definitivamente o vínculo conjugal, mediante sentença, que decrete o divórcio, mantendo-se todas as obrigações estabelecidas entre os requerentes; A oitiva do douto representante do Ministério Público, nos termos do art. 178, inciso II do Código de Processo Civil, tendo em vista o interesse de menores impúberes; Seja concedida a Guarda Compartilhada dos menores, nos termos especificados nesta peça exordial; Que todas as publicações, intimações e qualquer ato de comunicação realizados na presente ação, sejam feitas exclusivamente em nome da advogada Gabriela Figueiredo Barbosa, OAB/XX nº YYY.YYY, que subscreve a ação, sob pena de nulidade dos atos que vierem a ser praticados, em conformidade com o que dispõe o art. 272, § 2º do Código de Processo Civil; Protesta a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pela oitiva de testemunha que, sendo necessário, serão oportunamente arroladas, bem como juntada de documentos e tudo o mais que se fizer indispensável à demonstração dos fatos apresentados na presente exordial. Dá-se a causa, o valor de R$ 200.000.00 (duzentos mil reais)1. Requerendo. Gravataí, 03 de abril de 2020. _______________________________ Gabriela Figueiredo Barbosa Advogada OAB/XX YYY.YYY João da Silva Maria da Rosa CPF nº 123.456.789-00 CPF nº 021.987.654-33 1 Valor da Causa estabelecido conforme o valor dos bens partilhados pelos requerentes.
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