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REPLICA - 05_09_2020 7_30

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ANA BÁRBARA DE SOUZA VIEIRA
R.A: 10061893
TURMA: 8°C
LABORATÓRIO JURÍDICO I: ATIVIDADE 05/09/2020 7:30 A.M.
PEÇA 5: RÉPLICA 
Caso:
Júlia ajuizou ação sob o rito ordinário, distribuída à 34.ª Vara de Família de São Paulo - SP, com o objetivo de ver declarada a existência de união estável que alega ter mantido, de 1989 a 2005, com Jonas, já falecido. A autora, colocou no polo passivo da lide, os herdeiros de Jonas, que, devidamente citados, apresentaram contestação no prazo legal.
Preliminarmente, os réus alegaram que:
* o pedido seria juridicamente impossível, sob o argumento de que Jonas, apesar de não viver mais com sua esposa havia vinte anos, ainda era casado com ela, mãe dos réus, quando falecera, algo que inviabilizaria a declaração da união estável, por ser inaceitável admiti-la com pessoa casada;
* a autora não teria interesse de agir, sob o argumento de que Jonas não deixará pensão de qualquer origem, sendo inútil a ela a simples declaração;
* o pedido encontraria óbice na coisa julgada, sob o fundamento de que, em oportunidade anterior, a autora ajuizara, contra os réus, ação possessória na qual, alegando ter sido companheira do falecido, pretendia ser mantida na posse de imóvel pertencente ao último, tendo sido o julgamento dessa ação desfavorável a ela, sob a fundamentação de que não teria ocorrido a união estável;
* haveria litispendência, sob o argumento de que já tramitava, na 1.ª Vara de Órfãos e Sucessões de São Paulo - SP, ação de inventário dos bens deixados pelo falecido, devendo necessariamente ser discutido naquela sede qualquer tema relativo a interesse do espólio, visto que o juízo do inventário atrai os processos em que o espólio é réu.
No mérito, os réus aduziram que Jonas era homem dado a vários relacionamentos e, apesar de ter convivido com a autora sob o mesmo teto, tinha uma namorada em cidade vizinha, com a qual se encontrava, regularmente, uma vez por semana, no período da tarde.
Considerando as matérias suscitadas na defesa, o juiz conferiu à autora, mediante intimação feita em 01/09/2020 (terça-feira), prazo de 15 dias para manifestação.
Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Júlia, redija a peça processual cabível em face das alegações apresentadas na contestação. Date o documento no último dia de prazo.
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 34ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP
Processo nº: xxxxx
JULIA, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, neste ato representada por sua advogada que a esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 350 e 351 do Código de Processo Civil, apresentar sua manifestação à contestação em atenção à defesa apresentada, e dos respectivos documentos, oferecer a presente RÉPLICA A CONTESTAÇÃO, o que se faz pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I DA TEMPESTIVIDADE
Destaca-se que a presente réplica é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentação é de 15 (quinze), contados do primeiro dia útil seguinte ao da publicação, nos moldes dos artigos 219, 224 e 350, CPC.
Assim sendo, considerando que a intimação foi feita em 01/09/2020, o termo final ocorre em 23/09/2020.
II DOS FATOS
A Autora ajuizou uma ação sob rito ordinário com a finalidade de ver declarada a existência de união estável, no período de 1989 a 2005, com Jonas, já falecido. sendo assim, a mesma atribuiu ao polo passivo de sua demanda os herdeiros de Jonas que, devidamente citados, apresentaram contestação no prazo legal.
Em preliminar, os réus alegaram impossibilidade jurídica do pedido, ausência do interesse de agir, alegação de coisa julgada e litispendência. 
No mérito, alegaram os réus, ainda, que Jonas possuía um relacionamento no mesmo lapso temporal em cidade vizinha, e que a encontrava regularmente, uma vez por semana, no período da tarde.
Em resumo, os réus foram citados para apresentarem contestação; e em suas defesas alegaram diversas preliminares e fatos novos, que serão impugnados a seguir.
IV DAS PRELIMINARES
DA ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
Restou aventada preliminar de impossibilidade jurídica do pedido, sob o argumento de que Jonas, apesar de não viver mais com sua esposa, mãe dos réus, havia vinte anos, ainda era casado com ela quando falecera, o que inviabilizaria a declaração da presente união estável.
Não merece prosperar tal alegação, haja vista que o art. 1.723, parágrafo 1°, CC preconiza: “A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente”.
Nestes termos, o fato do falecido ao tempo de sua morte, ainda estar casado, mas separado de fato por vinte anos, não impede a constituição de união estável com a autora.
DA AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR
Os réus também alegaram a ausência de interesse de agir, sob o argumento de que o falecido não deixou pensão de qualquer origem, sendo inútil a mera declaração de união estável.
Clarividente que tal preliminar merece ser refutada, pois conforme art. 19, I, CPC, o interesse do autor pode ser limitado à simples declaração de existência, inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica.
Portanto, a demandante não é carecedora de ação considerando ainda, que tramita ação de inventário a qual ela poderá ser habilitada como herdeira.
Melhor dizendo: existe interesse de agir mesmo na simples declaração da união estável sem que haja pensão. A convivência duradoura entre duas pessoas é um fato, sendo a união estável um conceito jurídico que poderá ou não definir tal relação. A lei prevê a possibilidade de ser declarada a existência de relação jurídica (CPC, art. 4.º, I). Ademais, considerando-se que há ação de inventário em curso, o falecido deixou bens, podendo algum deles ter sido adquirido na constância da união estável.
DA ALEGAÇÃO DE COISA JULGADA
Foi alegado, também, preliminar de coisa julgada, sob o fundamento de que, em oportunidade anterior, a autora ajuizara contra os réus, ação de manutenção de posse, que foi julgada improcedente, sob a fundamentação de que não teria ocorrido a união estável.
É notório que coisa julgada se configura por uma sentença de mérito não mais sujeita a recurso, tornando imutável e indiscutível o que é disposto no ‘dispositivo’ de tal sentença.
Desta feita, é elementar que não há hipótese de fazer da fundamentação de uma sentença, coisa julgada.
A atração exercida pelo inventário não se põe de tal modo a determinar que o pedido de reconhecimento da união estável de quem não é herdeira precise necessariamente ser processado nos autos do inventário. O reconhecimento de união estável é de competência da vara de família. Foi respeitada a competência do foro, visto que a ação declaratória foi proposta no foro do domicílio do autor da herança (CPC, art. 48).
À vista disso, não ocorre coisa julgada na hipótese em questão, pois o pedido é diferente nas duas ações. Assim, os fundamentos de uma sentença não transitam em julgado de modo a impedir novo pronunciamento judicial acerca da matéria já discutida em momento anterior (CPC, art. 486).
DA LITISPENDÊNCIA
Os demandados arguiram ainda preliminar de litispendência, sob o argumento de que já tramitava na 1ª Vara de Órfãos e Sucessões de São Paulo, ação de inventário, devendo necessariamente ser discutido naquela sede qualquer tema relativo ao interesse do espólio.
Desta maneira, não ocorre litispendência, pois os elementos das ações não são coincidentes. Para que ocorra a litispendência, deverá ser repetida ação em curso. De fato, uma ação é idêntica a outra quando ambas têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (CPC, art. 337, VI, §§ 1º, 2° e 3º).
Finalmente, as preliminares trazidas e arguidas pela Ré não merecem ser acolhidas, vez que desprovida de fundamentos fáticos e jurídicos, aliado ao fato de que se confundem com o mérito da causa, devendo ser julgadas por ocasião dasentença de mérito. Desta forma, requer o Autor, o afastamento das preliminares suscitadas, pelos motivos expostos, prosseguindo-se o feito em seus ulteriores trâmites processuais, por medida da mais lídima justiça.
V DO MÉRITO
No mérito, os réus alegaram que o “de cujus” tinha outro relacionamento, e que por isso, seria impossível declarar a união estável aduzida pela autora.
A existência de relacionamento não estável não serve de empecilho ao reconhecimento da união estável da autora com o falecido, visto que, conforme informação da própria contestação, o suposto relacionamento não tinha os atributos de união estável nos termos da lei civil, de acordo com o que dispõe o art. 1.723 do Código Civil: 
“É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.”
No eito destas considerações, não há maneiras de configurar uma união estável, um relacionamento, com uma pessoa que o falecido se encontrava uma vez por semana no período da tarde.
VI DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer à Vossa Excelência que sejam rejeitadas todas as preliminares alegadas na contestação, da causa de extinção do processo, bem como a existência de outro relacionamento, com a consequente procedência de todos os pedidos elencados na exordial.
Nestes termos, pede deferimento.
Local: xxxxx
Dia xx do mês de xxxxx do ano de xxxx
Advogada: xxxxx
OAB n°: xxxxx/xx

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