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Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .1 
 
Bacharelado em Teologia 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO 
 
ANTIGO TESTAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .2 
GÊNESIS 
1. NOME 
O nome do primeiro livro da Bíblia é Gênesis, de Geneseos (Grego – LXX
1
), tradução da palavra hebraica 
Bereshit, que significa "No princípio". Trata-se do primeiro termo no texto hebraico. A palavra em Grego significa 
"Origem" ou "princípio", podendo também ter o sentido de "geração”. Gênesis é, como seu nome, indica, o livro 
dos princípios ou dos começos. 
Nos tempos do Talmude, Gênesis era chamado de "livro da Criação do Mundo". O significado de Geração para a 
palavra em Grego é tomado de Gn. 2.4a. 
 
2. POSIÇÃO DO CANON 
Gênesis é o primeiro livro de toda a Bíblia e do Pentateuco. 
 
3. AUTORIA 
O autor de Gênesis é Moisés. Embora o livro não declare quem é seu autor, há muitas evidências nos livros do 
Pentateuco, do Velho e do Novo Testamento. Principalmente porque muitas citações incluem todo o Pentateuco 
como sendo da autoria de Moisés, os Judeus chamavam-no e ainda o chamam de TORAH (lei) e a Lei são os 
cinco livros de Moisés. Veja os textos de Êx. 17.14; Dt. 31.24; At. 7.37-38. 
 
4. COMPOSIÇÃO 
Há elementos no livro de Gênesis que não poderiam ter sido do conhecimento humano, a menos que o fosse por 
revelação. Há, por exemplo, que citar a história da criação. Outros, entretanto, podiam fazer parte da tradição oral 
e até escrita, visto que no tempo de Abraão já se escrevia. A teoria documentária e a teoria fragmentária
2
 devem 
sei descartadas, pois são apenas teorias, e além disso, antibíblicas. 
 
5. DATA 
Desde que o autor é Moisés, a data deve ser colocada em cerca de 1.500 AC e terá sido escrito no deserto no 
período em que Moisés cuidava das ovelhas do sogro Jetro. As teorias documentária e fragmentária dão outras 
datas, mas sem fundamento lógico no contexto das Escrituras. Gênesis cobre um período de mais de 2.000 anos 
de História. 
 
6. MOISÉS, O HOMEM 
Sua História será dada com algum detalhe no estudo do livro de Êxodo. Por ora basta lembrar que foi salvo da 
perseguição de Faraó no Egito, salvo das águas do Nilo e se tornou o grande libertador e legislador de Israel. 
Além de Gênesis, escreveu os outros quatro livros do Pentateuco. 
 
7. PROPÓSITO 
Gênesis foi escrito como base para toda a Bíblia. Tire-se Gênesis do Cânon e a Bíblia fica como um edifício sem 
alicerces. Noutras palavras: ruiria toda a revelação. É a história dos começos da criação, do pecado, da 
Redenção, da raça eleita. O livro se divide em duas partes. Na primeira há a história da criação, da queda, do 
dilúvio e da dispersão da raça humana. Isto serve de pano de fundo para falar sobre Abraão que representa a 
necessidade de escolher um povo através do qual Deus se mostrará o Deus do impossível nos pactos com 
Abraão e Noé. 
 
 
1
 LXX se refere à Septuaginta, tradução do Antigo Testamento para o grego feita por aproximadamente 70 sábios nos séculos II e III a.C., a 
pedido do faraó Ptolomeu Filadelfo, para atender à grande comunidade de judeus que vivia em Alexandria. Trata-se de um trabalho muito 
valorizado e sempre utilizado como referência para traduções importantes como a Vulgata (Bíblia Latina, do século V d.C.) entre outras. [nota 
do revisor] 
 
2
 As teorias documentária e fragmentária apresentam pontos de vista diferentes sobre a autoria do Pentateuco, sugerindo, entre outras coisas, 
que a Torah seria uma compilação de textos e relatos da tradição oral judaica. Moisés poderia até ter preparado parte dessa compilação, mas 
ela não seria de sua completa autoria. Pode-se obter mais informações em livros e enciclopédias bíblicas que discutam sobre o tema “autoria 
do Pentateuco” ou “Introdução ao Antigo Testamento”. [nota do revisor] 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .3 
8. PALAVRA CHAVE: "Gerações" 
 
9. VERSO CHAVE: Gn. 2.4 
 
10. ESBOÇO DO LIVRO: 
I. PRIMEIRA PARTE: DA CRIAÇÃO ATÉ O CHAMADO DE ABRAÃO (Gn.1.1-2.26) 
1. Período Pré-diluviano (Gn. 1.1-8.17) 
a) Geração dos céus e da terra 
b) Posteridade de Sete até a renovação da humanidade com Noé (Gn. 5.1-32) 
c) Noé (Gn. 6.17–8.17). Seus filhos são progenitores de nova raça. 
2. Periodo pós-diluviano (Gn. 8.18–12.3) 
a) Os filhos de Noé: Primitivas tribos impérios (Gn. 8.18–10.32) 
b) Sem: o primeiro passo na escolha de um povo (Gn. 11.10-26) 
c) Terá: segundo passo na escolha de um povo (Gn.11.27–25.11) 
II. SEGUNDA PARTE: A VIDA DOS PATRIARCAS (Gn. 12.4–50:26) 
1. Ismael, a linhagem rejeitada (Gn. 25.12-18) 
2. Isaque, a geração escolhida (Gn. 25.19–35.29) 
3. Esaú, a segunda linhagem rejeitada (edomitas) (Gn. 36.1-43) 
4. Jacó, Israel - o povo de Deus (Gn.37.1–50.26) 
 
11. ENSINOS IMPORTANTES 
Praticamente todos os ensinos bíblicos têm seu princípio em Gênesis. Veremos apenas, alguns deles. 
a) A história da criação. Gênesis ensina que tudo foi criado por Deus e nele tem sua origem. Ele é o 
criador. Em nenhuma outra literatura se encontra outra história semelhante. A existência do mundo e do 
homem só é possível porque Deus criou. 
b) Deus. Ele é apresentado no v.1 como já existindo e criando. Como em toda a Bíblia, a existência de Deus 
em Gênesis é uma realidade que não precisa ser discutida. 
c) O pecado. Sem o que Gênesis conta da queda do homem não haveria nada da história do pecado nem 
da revelação, nem da redenção. Se não houvesse queda seria desnecessária a vinda do Messias. 
d) O homem. O homem é apresentado como um criador em santidade, que cede à tentação da serpente. 
e) A escolha de uma raça. Para servir de veículo da revelação, tem seu princípio em gênesis. Daí vem o 
Messias. 
 
11. MENSAGEM 
Do livro "A Bíblia em esboço" apresentamos a seguinte mensagem: "O fracasso do homem sob todos os aspectos 
e a salvação de Deus para cada situação". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .4 
ÊXODO 
1. NOME 
O nome do segundo livro de Moisés é Êxodo. Este nome vem do Grego (Êxodo) e quer dizer "partida" ou saída de 
um povo. Em Hebraico, o nome é Veleh Shêmoth, e significa "E estes são os nomes". São as primeiras palavras 
do livro. Os Judeus o nomeavam também pela segunda palavra – Shêmoth (nomes). A Vulgata seguiu a LXX, de 
onde veio para o Português o nome Êxodo. 
 
2. AUTORIA 
O autor é Moisés, como já foi visto na "autoria do Pentateuco". Neste livro ele mesmo conta a sua história. Ver 
textos no próprio livro (Êxodo 17.14 e 24.4) mostrando que o livro é da autoria de Moisés. O testemunho do Novo 
Testamento e do Velho Testamento é unânime neste ponto também. 
3. DATA 
A data é cerca de 1492 AC, que se sabe por causa da construção do templo de Salomão 480 anos depois (l Rs. 
6.1) 
 
4. PROPÓSITO 
Êxodo mostra, em sequência ao livro de Gênesis, como Deus tomou uma família segregada e fez dela uma 
peculiar, sua. Em hebraico há, na primeira frase, a palavra "povo", fazendo uma perfeita ligação com Gênesis. 
Génesis termina com o povo de Israel no Egito e José em um caixão. Êxodo esclarece que este povo cresceu, foi 
feito escravo, e posteriormente redimido por Javé do cativeiro egípicio e se tornou a nação escolhida, tendo 
recebido a lei e construído o tabernáculo, lugar de adoração. Sem o Êxodo, haveria uma lacuna impreenchível. O 
Êxodo é não só o livro da Redenção, mas igualmente o da Aliança firmada por Javé com Israel (Êxodo 24.8). 
 
5. MOISÉS, O HOMEM 
O autor do Pentateuco é um personagem que precisa ser examinado de perto. Entretanto, não nos é possível 
fazer isso agora. Daremos, em linhas gerais, a sua biografia, por tópicos: 
a) Nasceu no Egito, quando seu povo estava sendo duramente oprimido por Faraó. Veio ao mundo já, 
condenado à morte: todo recém-nascido hebreu deveria ser morto. 
b) Colocado pela mãe em um cesto, junto ao rio Nilo, foi tomado pela filha de Faraó, que o adotoupor filho, 
embora tenha sido criado pela própria mãe (a pedido da princesa) até gue tivesse idade suficiente para ir 
para o palácio. 
c) Aos 40 anos, por ter matado um egípcio, fugiu para o deserto de Midiã, onde passou outros 40 anos, 
cuidando das ovelhas de seu sogro Jetro ou Reuel. 
d) Aos oitenta anos, teve um encontro marcante com Javé (o Eu Sou) no Monte Sinai, viu a sarça arder sem 
se consumir e foi chamado para libertar o povo do Egito. 
e) No Egito, efetuou dez pragas, o que levou Arão a expulsar os israelitas de seu país. 
f) Guiou o povo de Deus pelo deserto e foi o mediador entre Deus e o povo para trazer até este a Lei. 
g) Levou o povo até junto de Canaã, mas não entrou na terra por ter pecado ao desobedecer a Deus. Morreu 
e foi sepultado por Javé. 
h) Apareceu a Jesus juntamente com Elias, como representante da Lei. 
 
6. FUNDO HISTÓRICO 
O fundo Histórico de Êxodo envolve uma brusca mudança no cenário mundial, representado pelo Egito. Egito era 
a maior potência de época. Era muito desenvolvido e possuía a cultura mais adiantada. Mas depois vieram as 
pragas e o Egito perdeu todo seu explendor e dominio sobre a região da Palestina. O povo de Israel de 
perseguido passou a redimido e se tornou o povo, a nação de Deus. 
 
7. PALAVRA CHAVE: "REDENÇÃO" 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .5 
8. VERSÍCULO CHAVE: ÊXODO 3-7, 8, 10 
 
9. PLANO DO LIVRO 
O livro de fixado se divide em três partes distintas e se subdivide como se segue: 
I. OPRESSÂO (Êx. 1.1–12. 36 ) 
1. Introdução (capitulo 1). 
2. Nascimento e preparação de Moisés no palácio do Egito. (Êxodo 2) 
3. Chamada de Moisés (Êxodo 3.1–4.7) 
4. Ida de Moisés ao Egito para libertação dos israelitas (Êxodo 4.18–6.30) 
5. Decisão final (Êxodo 7.1-7) 
6. Pragas (7.8-13.36) 
 
II. LIBERTAÇÃO (Êxodo 13.37–17.2) 
1. A última praga e a libertação com travessia do Mar Vermelho 
2. O Cântico de Moisés e o maná (Êxodo 15.16) 
3. Amaleque (Êxodo 17) 
4. O sogro de Moisés (Êxodo 18) 
III. ENTREGA DA LEI (Êxodo 19.3-40.38) 
1. Preparação do povo (Êxodo 19) 
2. O Decálogo (Êxodo 20.1-21) 
3. O livro da Aliança (Êxodo 20.22-24.18) 
4. Preparativos para a edificação do Tebernáculo 
5. A edificação do Tabernáculo 
 
10. CONTEÚDO 
A história e legislação apresentadas no livro de Êxodo ocupam um período aproximado de 360 anos, começando 
com a morte de José e indo até o levantamento do tabernáculo no deserto. 
A primeira parte dá um relato do cativeiro no Egito, começando com a opressão posterior a José, promovida pelo 
rei que não o conhecia. Dois elementos se destacam nesse período: a opressão movida pelo Egito contra os 
Israelitas e os milagres feitos por Moisés. Esses milagres convencem os israelitas de que Javé os quer redimir. 
Depois vem o relato do Êxodo através do Mar Vermelho. Assim o povo fica pronto para receber a Lei. "Essa 
legislação consiste de três porções: a que foi dada no Monte Sinai (Êxodo e Levítico), a que foi entregue nas 
peregrinações (Números) e a que foi transmitida nas planícies de Moabe (Deuteronômio)" (Young). A última parte 
trata da legislação propriamente dita. É a Lei dada no Monte Sinai, o pacto de Javé com Israel. 
 
11. ENSINOS PRINCIPAIS 
O Ivro de Êxodo nos traz importantes ensinos. Como tipos de Cristo, há vários elementos. Além disso, entre 
outros, temos os seguintes ensinos: 
a) Deus é redentor. Êxodo apresenta Deus como grande redentor de Israel. Ao libertar o povo através de 
Moisés, o Senhor mostrou sua superioridade sobre os deuses do egito, através das dez pragas. 
b) Os dez mandamentos: no capitulo 20 são estatutos antigos, universais, ainda hoje em vigor e nunca 
deixarão de valer, pois são mandamentos de valor moral e espiritual permanente. 
c) O castigo do pecado: quando o povo fez o bezerro de ouro é um bom exemplo da punição da 
desobediência. 
 
12. MENSAGEM: 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .6 
A mensagem de Êxodo salta nas entrelinhas como dizendo: tome o que é ensinado da Redenção do Senhor e 
aplique à sua vida. Tome posse dela. 
 
LEVÍTICO 
1. NOME 
O nome do Terceiro livro de Moisés é, em Hebraico, "E chamou", as primeiras palavras do livro. em hebraico o 
nome é wayiiora. no tempo do talmude era chamado de Teath (Lei dos Sacerdotes ). O nome Levítico foi dado 
pelos LXX ao traduzirem o livro. Em grego o nome é Levitikon. A Vulgata o traduziu por Leviticus. O nome em 
grego, latim e português é tomado do conteúdo do livro e significa "relativo à lei". 
2. POSIÇÃO DO CANON 
O livro de Levitico é o terceiro no Cânon dos livros dos livros do Torah. 
3. AUTORIA 
O autor é Moisés, como já foi visto na Autoria dos livros de Gênesis e Êxodo. 
 
4. DATA 
O livro data de aproximadamente 1490 AC. O tempo em que foram dadas as instruções de Levítico é de cerca de 
(um) mês, indo de 1º de abril (Êxodo 40.2,17; Lv.1.1) até 20 de maio, quando partiram do Sinai os Israelitas (Nm. 
10.11). 
 
5. FUNDO HISTÓRICO 
O povo de Israel estava no deserto, mais propriamente no Monte Sinai. A esta altura, a noticia do que Javé fizera 
estava alcançando a Palestina, para onde se dirigiam. 
 
6. PROPÓSITO 
O propósito de Levítico é apontar o modo como o povo poderia ser o POVO SANTO DE JAVÉ. Isso se faz através 
de Leis que regiam o povo civil e religiosamente. E também pelo estabelecimento de sacrifícios, bem como as 
orientações para a adoração no Tabernáculo. 
 
7. PALAVRA CHAVE: "SANTIDADE" 
 
8. VERSO CHAVE: Lv. 19.2 
 
9 . SANTIDADE 
Santo em Levítico significa “o que é separado” não só do uso pecaminoso, mas também do comum. Por causa de 
seu caráter especial relacionado à santidade, a seção dos capítulos 17 a 26 tem sido chamada de “Lei da 
Santidade”. O livro de Levítico é interpreado do ponto de vista cristão pelo livro de Hebreus. Levítico mostra em 
sombra o que no Novo Testamento seria realidade. 
 
10. ESTRUTURA DO LIVRO 
O livro de Levítico está dividido em duas partes, mais um apêndice. 
I. REMOÇÃO DO PECADO (Lv. 1–16) 
1. Sacrifícios e suas Leis (Lv. 1.1–7.38) 
2. Os sacerdotes consagrados (Lv. 8.1–10.20) 
3. Purificação (Lv. 11.1–15.33) 
4. O dia da expiação (Lv. 16.1-34) 
II. RESTAURAÇÃO DA COMUNHÃO (Lv. 17–26) 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .7 
1. Sangue (Lv. 17.1-20) 
2. Legislação religiosa e ética (Lv.18.1–20.27) 
3. Santidade dos sacerdotes (Lv. 21.1–22.33) 
4. Santas convocações (Lv. 23.1–24.23) 
5. Festas sabáticas. Anos e Jubileu (Lv. 25.1-55) 
6. Promessas e ameaças (Lv. 26.1-46) 
III. APÊNDICE (Lv. 27.1-34) 
 
11. ENSINOS IMPORTANTES 
Sem dúvida o maior ensino do livro é sobre a Santidade. Santo significa separado, tanto do uso pecaminoso 
quanto do comum. Desde que Deus é santo, tudo que se relaciona com ele é santo. Assim, o Tabernáculo é 
santo, como são santos os sacerdotes, o altar, as ofertas, o povo. A palavra hebraica para santo é kadosh. Além 
de significar separado quer dizer também puro, limpo, brilhante. Distingue-se do profano que se pode chamar de 
leigo ou neutro. Em hebraico, a palavra oposta é jol. Santidade é o oposto de imundo, impuro. 
Entre os semitas, santo é qualitativo especifico dos deuses, mas entre os gregos e romanos o que os qualifica é a 
imortalidade. Javé é Santo, o Santo de Israel, e diante de tal Santidade, tudo mais é impuro. Até os anjos têm 
imperfeições diante dEle (Jó 4.18). Deus, o Santo, é, por isso, excelso por sua própria natureza. Santidade é 
também transcedência, de onde nasce a palavra terrível no Salmo 99.3. 
Javé, sendo o Ser Santo por excelência, mostra-se em oposição frontal ao pecado, à iniquidade e à injustiça. Ao 
contrario de Javé, que é santo, os maus espirituais são impuros ou imundos. 
O cadáver é considerado impuro por ser um foco de contaminação (morte) e quem o toca fica impuro. Quanto a 
alimentos, alguns há que a lei considera impuros. Sobre as relações sexuais, não são, em si, consideradas 
impuras pela Lei de Moisés.12. MENSAGEM 
"Eu sou o Senhor vosso Deus: Portanto vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou Santo" (Lv. 11.44). 
 
NÚMEROS 
1. NOME 
O nome Números, em Português, é dado por causa dos LXX que, ao fazerem a tradução do original, deram a este 
livro o nome aritmoi (números, em grego), por causa dos dois censos dos israelitas e das jornadas de Israel pelo 
deserto. No Hebraico, o livro assume o nome de bemidh-bar (“no deserto”) ou wayadhaber (“e ele falou”) . 
 
2. POSIÇÃO DO CÂNON 
Números é o quarto livro de Moisés, tanto no Cânon quanto no Torah. 
 
3. AUTORIA 
O autor de Números é Moisés, como já se viu na “Autoria” dos livros de Gênesis e Êxodo. 
 
4. DATA 
A data de Números deve ser colocada após o ano 1490 a.A., ocupando os últimos 38 anos da peregrinação. O 
primeiro censo marca o início e o segundo, bem como os últimos eventos narrados, marcam o fim do livro e do 
período 
 
5. FUNDO HISTÓRICO 
Durante a peregrinação no deserto muita coisa aconteeu. Dez dos doze espias que foram enviados por Moisés se 
mostraram incrédulos. Morreu aquela geração e apareceu outra. Houve revoltas, motins e mais de uma vez o 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .8 
povo quis voltar para o Egito. O próprio Arão e sua irmã Miriã se levantaram contra o grande líder do povo. Os 
Israelitas chegaram perto da terra, mas teriam que passar por Moabe. Este não permitiu a Israel passar por suas 
terras e mesmo depois de Israel já estar nas "planicies de Moabe" os moabitas alugaram o adivinho Balaão para 
profetizar para Israel. Josué foi escolhido para substituir Moisés e no final há uma vingança contra os midianitas 
que haviam se aliado aos moabitas por ocasião das profecias de Balaão. 
6. PROPÓSITO 
O livro foi escrito com o propósito de mostrar as jornadas da peregrinação no deserto feita pelos israelitas, do 
Sinai até às planícies de Moabe. Ou seja, o livro conta os números da peregrinação. 
 
7 . PALAVRA CHAVE: "Peregrinação" 
8. VERSO CHAVE: Nm. 10.29 
 
9. PLANO DO LIVRO 
O livro de Números contém uma variedade muito grande de assuntos, e pode ser considerado em sua estrutura 
como se segue: 
I. PREPARAÇÃO PARA A PARTIDA DO SINAI - ORGANIZACÃO DO POVO (Nm. 1.1-10.10) . 
1. Numeração e organização dos israelitas (Nm. 1–4) 
2. Purificação da Congregação (Nm. 5–6) 
3. Últimos acontecimentos no Sinai (Nm. 7–9) 
4. A nuvem e as trombetas para orientação do povo (Nm. 10.1-10) 
II. JORNADAS DO SINAI A CADES-BARNÉIA (Nm. 10.11-21.35) 
1.Do Sinai a Cades Barnéia (Nm. 10.11-14.45) 
2. Acontecimentos durante os 37 anos da peregrinação pelo deserto (Nm. 15.1-21.35) 
III. ACONTECIMENTOS NAS PLANÍCIES DE MOABE (Nm. 22.1-36.13) 
1. Balaão e suas profecias (Nm. 22-24) 
2. Idolatria de Israel e a vingança de Finéias (Nm. 25) 
3. Preparação para a conquista e partilha da terra (Nm. 26.1-27.23) 
4. Regulamentação dos sacrifícios e votos (Nm. 28.1-30.16) 
5. Vingança sobre os midianitas (Nm. 31.1-54) 
6. As partilhas da Transjordânia (Nm.32) 
7. Resumo das etapas desde a saída do Egito até as planícies de Moabe (Nm. 33.1-49) 
8. Planos para a divisão de Canaã (Nm. 33.50–36.13) 
 
10. ENSINOS PRINCIPAIS 
a) A grande lição que encontramos de início no livro de Números é a da organização. Deus mesmo mandou 
contar cada homem e colocá-los no seu devido lugar; não temos desculpas por viver e trabalhar 
desorganizadamente. 
b) A incredulidade é um grande perigo. Não crer no que Deus diz traz terríveis conseqüências. Por causa da 
incredulidade do povo, Israel passou 38 anos no deserto além do necessário para chegar a Canaã. 
Nenhum dos incrédulos entrou em Canaã. 
c) O livro nos traz uma séria experiência contra a murmuração e a revolta. Devemos expor francamente o 
que pensamos, sem espírito de murmuração ou revolta. A submissão é algo que se ensina neste livro e 
toda rebeldia contra os líderes estabelecidos por Deus é rebeldia contra o próprio Deus. 
d) Vale a pena ser fiel. Josué e Calebe creram em Deus e entraram na terra, contrariando os mais de 
seiscentos mil homens infiéis. 
 
11. MENSAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .9 
Baseados nos ensinamentos do livro podemos tirar dele um apelo para que sejamos fiéis ao Senhor na 
caminhada cristã que é a nossa peregrinação, sem ser murmuradores, rebeldes ou incrédulos.
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .10 
DEUTERONÔMIO 
1. NOME 
O nome hebraico para o livro é "estas são as palavras" (alleh haddevarim) ou simplesmente "palavras" (devarim). 
Os autores da Septuaginta são os responsáveis pelo nome Deuteronômio. Quando traduziam as palavras de 
Deuteronômio 17.18, traduziram por to deuteronomiu touto, ou seja "esta segunda lei" ou "esta lei repetida". Um 
título melhor não poderia ser encontrado se temos conhecimento da lei. Deuteronômio não é uma simples 
exposição da Lei; trata-se mais de uma apresentação evangélica da Lei buscando o seu significado. 
 
2. POSIÇÃO DO CÂNON 
Deuteronômio é o quinto livro de Moisés, do Cânon e do Torah. 
 
3. DATA E AUTORIA 
Há muita especulação em torno da data e autoria de Deuteronômio. A teoria de que o livro é uma fraude e que foi 
escrito depois da reforma de Josias é completamente rejeitada hoje em dia. E impossível admitir que deixasse 
Moisés de pronunciar um discurso em sua despedida nas planícies de Moabe (Dt. 1.3-5). Foi escrito em cerca de 
1450 aC. Moisés fez uma recordação dos 40 anos passados no deserto. O local em que foram pronunciados os 
discursos foi a planície de Moabe. Os primeiros versos do livro (1.3-5) nos dão o autor, ocasião, local e propósito 
do livro. 
 
4. PROPÓSITO 
O Propósito por que foi escrito é claro: Moisés quis levar o povo a ver a necessidade de manter-se fiel a Javé. O 
grande tema é evidente, pois vem várias vezes repetido: Israel deve responder à graça e providência de Javé com 
completo amor e devoção. 
 
5. PALAVRA CHAVE: "Obediência" 
 
6. TEXTO CHAVE: Dt.10.12-22 
 
7. CONTEÚDO E PLANO DE DEUTERONÔMIO 
Deuteronômio é composto de quatro discursos de Moisés proferidos na planície de Moabe, além de um cântico, a 
bênção e o relato de sua morte. As mensagens concitam o povo a aprender dos erros passados e a serem fiéis à 
grande chamada que possuíam. Os quatro discursos são: 
1. Primeiro discurso (Dt. 1.1–4.43) 
2. Segundo discurso (Dt. 4.44–26.19) 
3. Terceiro discurso (Dt. 27.1–28.68) 
4. Quarto discurso (Dt. 29.1–31.13) 
 
8. IMPORTÂNCIA DE DEUTERONÔMIO 
Porque estudar Deuteronômio? Se não tivéssemos outra razão, bastaria esta: foi o livro mais usado por Jesus 
nas citações dos Evangelhos. Quando foi tentado no deserto, Jesus respondeu com Deuteronômio (Lc. 4 e Mt. 4) 
e isso por três vezes. Quando apresentou o "coração da Bíblia", dando um resumo da Lei em Mt. 22.37,38, foi 
citado Deuteronômio. E provavelmente a conclusão do Sermão do Monte, de que devemos buscar em primeiro 
lugar o Reino de Deus e a sua justiça, tenha sido citada do conteúdo de Deuteronômio. É um dos livros mais 
atacados pela crítica, ao lado de Gênesis.[...] Crê-se que foi o livro encontrado no templo na época da reforma de 
Josias. Repetidas vezes aparece clara a autoria de Moisés. 
 
9. ENSINOS IMPORTANTES 
O que o livro ensina de mais importante é a obediência. De acordo com Deuteronômio, ela é o princípio básico 
para se tornar bem sucedido. Outros ensinos podem ser tirados do livro e são muitos, como por exemplo como 
reconhecer o falso profeta; o ensino da Palavra por todos os meios; a necessidade de eliminação dos canaanitas 
para evitar a contaminação de Israel, mas o principal de todos os ensinos do livro é a obediência. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .11 
 
10. MENSAGEM 
Obedeça a Deus e viva uma vida abundante. 
JOSUÉ 
1. NOME 
O nome dado ao primeiro livro histórico (para os Judeus é o primeiro dos Profetas Anteriores) é emprestado do 
principal personagem do mesmo. É o mesmo nome no Hebraico e no Grego e tambémem Português. 
 
2. AUTORIA 
A tradição atribui a autoria a Josué. Alguns argumentos podem ser usados em favor do filho de Num ou de um 
contemporâneo seu: 
1. O autor é uma testemunha ocular. Ele esteve presente nos acontecimentos (Js.5.1). 
2. A teoria documentária não é suficiente para provar o contrário. 
3. O Talmude, livro dos Judeus, atribui a autoria a Josué, com excessão dos últimos versos que falam da 
morte do grande guerreiro e Eleazar. 
Os principais argumentos a respeito da não autoria de Josué são: 
1. O livro é escrito na terceira pessoa. 
2. O livro não declara o autor. 
3. O nome Josué necessariamente não indica o autor, mas o principal personagem. 
Os argumentos contra a autoria de Josué ou de um contemporâneo seu não são suficientes para incomodar. De 
qualquer maneira pelo menos parte do material é de Josué pelo que se vê em 24.26. 
 
3. DATA 
Não é possível determinar a data da composição, admitindo-se outro autor que não seja Josué ou alguém de sua 
época. Mas certos de que seja um dos dois, a data dos acontecimentos serve como base para se saber a data da 
composição, pelo menos aproximadamente: de 1451 a 1427 a.C. 
 
4. JOSUÉ, O HOMEM 
Josué saiu do Egito quando o povo foi tirado por Moisés e Arão. Acompanhou o grande legislador de perto, 
durante toda a peregrinação, tendo se tornado seu servidor. Por causa de seu amor à tenda da consagração há 
quem pense que ele foi o primeiro sacerdote do povo (Êxodo 32.17-19; 33.7,11). Seu nome anterior era Oséias 
(Salvação) que foi mudado quando Moisés enviou os doze espias. Passou a se chamar Josué, que significa "Javé 
é Salvação". O nome Jesus é a forma grega do hebreu Josué. Tornou-se o comandante das tropas israelitas no 
deserto, com grandes vitórias, o que, em parte, o capacitou a se tornar o líder do povo no lugar de Moisés. Era um 
homem cheio do Espírito e de sabedoria. Recebeu autoridade de Moisés pela imposição das mãos do mesmo. 
Depois da morte de Moisés, introduziu Israel em Canaã, conquistou toda a terra e, no final de sua vida, conclamou 
o povo a ser fiel a Javé, dando o seu próprio exemplo, afirmando que ele mesmo e sua família O serviriam (Js. 
24.14-25). 
 
5. PROPÓSITO 
O propósito do livro de Josué é levar Israel a permanecer fiel a seu conserto com Javé. Mostra o cumprimento de 
Gênesis 12.1-3 quando Deus promete a Abraão a posse da terra de Canaã. Com Josué, aquela promessa tem o 
seu cumprimento. 
 
6. FUNDO HISTÓRICO 
O fundo histórico deve ser visto no próprio livro: a conquista e a divisão da terra. Josué, através de muitas vitórias 
dá a posse da terra a Israel. Após atravessar o Jordão, Israel vence Jericó. Numa segunda tentativa, conquista 
também a cidade de Ai. Fez um tratado de paz, precipitado, com os gibeonitas, sem consultar a Javé. A seguir, 
Josué vence cinco reis, quando se dá o célebre fato de o sol parar e a lua se deter. A última batalha de Josué foi 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .12 
levada a efeito no norte, e com isso se completa a conquista da terra prometida. A seguir é feita a divisão da terra 
por Josué e os príncipes das tribos, auxiliando-o. Mas muita terra havia ficado ainda por se conquistar. No cenário 
mundial, nenhuma grande potência representava perigo para os israelitas. O perigo maior é representado pelos 
grupos deixados pelos israelitas no seu meio e que não foram destruídos. 
 
7. PALAVRA CHAVE: Conquista e posse 
8. VERSO CHAVE: Js. 1.2,3. 
 
9. PLANO DO LIVRO 
I. Conquista de Canaã (Js.1.12) 
II. Divisão da terra (Js.13-22) 
III. Discurso de despedida e morte de Josué e Eleazar (Js.23,24) 
 
10. ENSINOS PRINCIPAIS 
1. A obediência da Palavra de Deus é uma condição sine que non para o sucesso (Js .1.8) 
2. A conversão, exemplificada na vida de Raabe, mostra porque ela se encontra na genealogia de Jesus 
(js.2,6). 
3. O perigo de agir de acordo com o raciocínio humano. Ao lutar contra Ai, fizeram os israelitas como fariam 
os que não conhecem a Deus. Recebendo os gibeonitas, acreditavam em suas palavras, sem buscar 
orientação de Javé. Em ambas as ocasiões foram mal-sucedidos. 
4. Deus é fiel. Isso faz parte da sua natureza. Deus pode parecer demorado mas não tarda, nem falha. Deu a 
terra a israel no tempo certo. 
 
11. MENSAGEM 
O texto de Josué apela para darmos atenção especial à Palavra de Deus, crer na Sua fidelidade e, assim, 
conquistarmos as grandes vitórias que temos a fazer no reino espiritual. 
 
 
 
 
 
 
JUÍZES 
1. NOME 
O Nome do livro é dado por causa dos líderes israelitas que exerceram tal função no período compreendido entre 
a morte de Josué até o fim do ministério de Samuel, quando ungiu rei a Saul. O nome Juízes (shophetm), 
hebraico, aparece em grego na versão da Septuaginta na forma kritai e na Vulgata está o nome que deu origem 
ao nome em Português. 
 
2. LOCALIZAÇÃO NO CÂNON 
Juízes é o sétimo livro na ordem em que aparece nas versões em Português e o segundo livro dos profetas 
anteriores, na divisão dos hebreus. De acordo com a divisão tradicional, é o segundo livro histórico. 
 
3. AUTORIA 
A tradição atribui a Samuel a autoria do livro de Juízes. O Baba Bathara declara: "Samuel escreveu o livro que tem 
o seu nome e o livro de Juízes e Rute" (Cit. de Young, Int. ao AT, pg.174). O livro, entretanto, não diz quem é o 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .13 
autor, não há evidência interna, e há quem atribua a autoria a alguém do período de Saul até o princípio do 
reinado de Davi. 
 
4. DATA 
A data e autoria estão interligados. A expressão "naquele tempo não havia rei em Israel" (Jz. 17.6; 18.14, 21.25) 
faz crer que o livro foi escrito após o período dos juízes, talvez logo após estabelecida a monarquia. Estes textos 
também nos dão idéia do posicionamento da data: Jz. 1.21, onde diz que os jebuzeus ainda habitavam Jerusalém. 
Eles foram expulsos por Davi; Jz.18.30, que fala do cativeiro da terra, indicando a tomada da arca, até que foi 
recuperada, já no tempo de Eli e Samuel. 
5. FUNDO HISTÓRICO 
O Egito havia sido arrasado pelas pragas de Moisés. Passaram-se cerca de 50 anos, até o começo do período 
dos juízes. O Egito procurava se levantar do caos. A Assiria e Babilônia, por seu turno, não eram ainda impérios, 
embora estivessem caminhado para isso. O período se caracterizou por 300 anos de opressão de todos vizinhos. 
Em Israel, no tempo dos juizes, o ambiente era dos piores. O povo, tendo abandonado Javé, caiu na idolatria, 
vindo, assim, a ser oprimido. A degradação moral também era grande, havia prostituição e até sodomia. Por causa 
de um problema, quase que a tribo de Benjamim foi eliminada do meio do povo. Apesar de todo o mal reinante, 
contudo, ainda houve lugar para acontecimentos agradáveis como casamento de Rute com Boaz. 
 
6.TEMA 
Uma palavra indentifica a época dos juízes: anarquia. "Naquele tempo não havia rei em Jerusalém e em Israel: 
cada qual fazia o que achava mais reto" (Jz. 17.6). A falta de um líder nacional, aliada à apostasia, faziam ver a 
necessidade de um rei justo. Não havendo esse rei, cada qual agia como queria e, em casos de emergência, 
Deus suscitava juízes. Os juízes, em princípio, deveriam ser os que aplicavam a justiça, mas neste livro muitos 
deles são libertadores, heróis de guerra. Outros não foram homens de guerra. As tribos agiam como uma 
confederação de doze tribos separadas. O povo havia caído na apatia. Fizeram aliança com os cananeus e em 
alguns casos adotaram os seus deuses, por isso Javé os entregou nas mãos dos inimigos. Mas quando 
clamavam, Deus levantava o libertador, homens usados pelo Espírito, e os livrava dos inimigos. Há um ciclo que 
se repete em grande parte de livro: 1. Pecado; 2. Opressão; 3. Clamor (com arrependimento); 4. Libertação; 5. 
Paz. 
 
7. ESTRUTURA DO LIVRO 
O livro de Juízes pode ser assim dividido: 
I. Motivo para aparecimento dos juizes (Jz. 1.1–3.6); 
II. Os juízes de Israel (Jz. 3.6–16.31) 
III. Período de Anarquia (Jz.17.1–21.25)8. PALAVRA CHAVE: " Desorganização" 
 
9. VERSOS CHAVES: Jz.17.6; 18.1; 21.25 
 
10. ENSINOS IMPORTANTES 
O livro de Juizes nos traz muitos ensinos importantes. Vejamos alguns deles: 
1. A tendência do homem é de desviar-se de Deus. Se ele deixa a sua Palavra (no caso dos israelitas, a Lei), 
vai, com certeza, para a bancarrota. A razão por que nosso mundo está de mal a pior é não dar ouvidos à 
Palavra de Deus. 
2. Deus usa coisas fracas. Os juízes, geralmente, eram pessoas de pouca importância e valor para o povo. 
Observe-se, a título de exemplo, a atuação de Gideão, Jefté e Sansão. 
3. A necessidade de um lider. Se um lider é bom (como Davi, Ezequias, Josias), o povo é levado a Deus. Se 
é mau, o povo peca contra o Senhor. Mas se o povo está sem liderança, cada um faz o que quer, afasta-
se de Deus e se desvia. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .14 
 
11. MENSAGEM 
Cuidado com as más companhias! Israel suportou os estrangeiros no seu meio e por isso foi oprimido. Se o crente 
suportar o pecado, sofrerá terriveis consequências. Do mesmo modo a Igreja, se deixar o mundo entrar nela. É 
preciso que o crente se apegue à Palavra de Deus para fugir desses perigos. 
 
 
 
 
 
RUTE 
1. NOME 
O livro de Rute deve seu nome à principiai personagem que nele aparece. Na LXX, o nome tem a forma Routh. 
 
2. RUTE, A MOABITA 
No tempo dos Juízes houve fome em Israel, por isso Elimeleque ("Meu Deus é Rei") saiu com os dois filhos, 
Malom ("doença") e Quilom ("definhamento"). Foram à terra de Moabe, onde ficaram quase dez anos. Morreu 
Elimeleque, ficando Noemi com os dois filhos. Um se casou com Órfa (Quiliom) e Malom casou-se com Rute. 
Depois morreram também os filhos, ficando só a sogra com as noras. Noemi resolve voltar para sua terra e diz às 
noras para ficarem em Moabe, mas Rute resolve firmemente não se afastar de Noemi. Chegando a Belém, depois 
de algum tempo Rute casa-se com Boás, de quem tem um filho que se torna avô de Davi. O nome Rute significa 
"Vistosa". 
 
3. DATA E AUTORIA 
A autoria do livro de Rute tem sido atribuída a Samuel pelos Judeus. Os que argumentam por uma data posterior 
querem que o livro seja uma defesa do casamento misto do tempo de Esdras e Neemias, e também usam o 
argumento da linguagem. Mas tais argumentos nem merecem ser considerados. Alguns elementos favorecem a 
data de Davi. Seu nome aparece, mas não o de Salomão. A certeza com que é feita a narrativa também é a favor 
dessa data. Não precisa necessariamente ser no reinado de Davi que o livro foi escrito, porém se é Samuel o seu 
autor, produziu o livro com muito boa razão, pois foi este profeta, juiz e sacerdote que ungiu Davi rei sobre Israel. 
Contudo o livro não diz quem o escreveu e fora dele não ha evidência na Bíblia de que Samuel o tenha escrito, a 
não ser por inferência. Se a autoria for dada a outro, não há problema, mas a data deve ser conservada: o tempo 
do rei Davi. Dois dados no livro servem como coordenadas para uma ligeira identificação da data: Rute 1.1 e 4.22. 
Outro pode ser dado para mostrar que o livro não foi composto na época dos acontecimentos, mas depois: Rute 4. 
6-8, quando a data dos acontecimnetos é sugerida por alguns com sendo em cerca de 1.300 AC. Veja Rute 4. 21, 
22, onde afirma que Boaz era bisavô de Davi e a declaração de Josefo
3
 de que Rute viveu no tempo da mocidade 
de Eli, e ainda Mateus 1.5, onde Salom, considerado pai de Buaz, era marido de Raabe. 
 
4. FUNDO HISTÓRICO 
Os episódios de Rute se deram no tempo dos juízes. Esse período foi de cerca de 456 anos, mas o tempo que 
envolve a história de Rute é de cerca de dez anos. Enquanto que juízes nos dá um quadro desolador de Israel, 
Rute nos apresenta o lado positivo e mesmo encantador e romântico do que acontecia em Israel naquele tempo. 
Para maiores detalhes, veja o “Fundo Histórico” do livro de Juizes. 
 
5. POSIÇÃO NO CÂNON 
Nas versões que seguem a LXX e a Vulgata, Rute aparece entre Juízes e Samuel, mas no original era um livro 
escrito em rolo separado, fazendo parte dos chamados Cinco Rolos ou Megilloh, ou ainda Rolos das Festas, 
 
3
 Flávio Josefo, importante historiador que registrou a história dos judeus no 1º século d.C. [nota do editor] 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .15 
sendo o segundo deles. Por se tratar de um livro que fala bastante em colheita, era lido na festa de Pentecoste ou 
das Primícias. No Talmude, é o primeiro dos Hagiógrafos, vindo antes de Salmos. 
 
6. PROPÓSITO 
Sem dúvida o principal propósito do livro de Rute é o que está mencionado nos últimos versículos: traçar a 
genealogia de Davi, uma providência divina para esclarecer a linhagem do Messias. Nenhum outro propósito se 
evidencia no livro, mas alguns traços de ensinamentos notáreis podem ser visto, como por exemplo: a história de 
um verdadeiro e puro amor de Rute para com Noemi; o ideal do casamento como algo puro também é mui tratado. 
Ligado ao propósito principal, que é mostrar, através de Davi, a linhagem do Messias, há um outro, ou seja, a 
chamada dos gentios, personificada em Rute, e tomada por inferência. O Messias vem e Seu ministério é 
estendido aos gentios. Rute é um tipo da Igreja. 
 
7. PALAVRA CHAVE: "REDENTOR" 
 
8. VERSO CHAVE: Rute 4.14 
9. PLANO DO LIVRO 
I. EMIGRAÇÃO (Rt. 1.1-5) 
II. RETORNO (Rt. 1.6-22). A cidade para onde Noemi volta com sua nora merece o nome pela 
providência, Belém (Beth – casa e lehem – pão), "Casa do Pão". 
1. Rute fica com Noemi (Rute 1.8-18) 
2. Chegada a Belém (Rute 1.19-22) 
III. BOAZ O GRANDE REMIDOR (Rute 2–4) 
1. Rute encontra Boaz (Rute 2) 
a) Rute nos campos de Boaz (Rute 2.1-7) 
b) Boaz, homem gentil (Rute 2.8-16) 
c) Rute volta para Noemi (Rute 2.17-23) 
2. Rute aos pés de Boaz (Rute 3) 
a) Conselho de Noemi (Rute 3.1-5) 
b) Rute fala a Boaz (Rute 3.6-13) 
c) Rute volta para Noemi (Rute 3.14-18) 
3. O casamento de Boaz com Rute (Rute 4) 
a) A remissão (Rute 4.1-8) 
b) O casamento (Rute 4.9-12) 
c) O primogênito de Rute (Rute 4.13-1) 
d) A genealogia de Davi (Rute 4.18-22). 
 
10. ENSINOS PRINCIPAIS 
O livro de Rute está repleto de ensinos através de exemplos. Desde o relacionamento cavalheiresco de Boaz e 
seus empregados até à cerimônia de remissão e do casamento. Vamos destacar alguns deles: 
1. A inclusão de uma gentia na genealogia de Cristo, ou mesmo a presença de uma prostituta, como é o 
caso de Raabe, não é de se estranhar, porque não foi isso que as credenciou, foi a conversão delas, a 
sua fé. Veja Dt. 10.19; 23.3. Um gentio que se submetesse às prescrições mosaicas se tornava um judeu. 
No tempo do Novo Testamento esse fato era chamado de proselitismo e o convertido ao judaismo era um 
prosélito. 
2. A graça de Deus é clara ao chamar uma moabita e colocá-la na linhagem de Davi e do Messias. 
3. O relacionamento entre Rute e Noemi, entre Boaz e seus servos e entre Boaz e Rute mostra um livro em 
que as palavras destacáveis são: amor, descanso, redenção, segurança e vida. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .16 
4. Em Boaz, aplicando de maneira maravilhosa a lei do levirato, temos um tipo perfeito de Cristo – o Grande 
Remidor de sua esposa gentia, a Igreja. 
 
11. MENSAGEM 
Um apelo ao amor é o que se pode inferir do livro. O amor de Rute; o amor de Noemi; o amor de Boaz. O amor é o 
verdadeiro motivo do verdadeiro servo de Deus. Ainda hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .17 
SAMUEL 
1. INTRODUÇÃO 
Os livros de l e 2 Samuel aparecem como um só no Cânon Hebraico. É um dos livros mais conhecidos pelas 
histórias que conta. Um personagem famoso dos livros de Samuel é Davi. Outro é Samuel. A divisão do livro em 
dois é obra dos LXX, seguidos pela Vulgata e nossas versões. 
 
2. NOME 
Os hebreus os chamavam de Samuel (o nome Samuel significa “Ouvir Deus" ou "Nome de Deus" ou ainda 
"Pedido a Deus"). O nome é dado ao livro por causado principal personagem do primeiro livro, que é Samuel, o 
profeta, juiz e sacerdote que também ungiu duas grandes figuras: Saul e Davi. Os dois livros foram chamados pela 
Septuaginta de l e II livros dos Reinos e os nossos l e II Reis ficaram sendo III e IV livros dos Reinos, enquanto 
que os livros de Crônicas são chamados de Paralipômenos, Primeiro e Segundo livros. As versões católicas 
seguem esta divisão. Samuel é o último juiz de lsrael e também profeta. O nome dos livros em Português é l 
Samuel e II Samuel. 
 
3. POSIÇÃO NO CANON 
Os livros de Samuel são colocados depois do livro de Rute e antes dos livros dos Reis. Considerados como 
históricos, são os quarto e quinto livros históricos, mas para os judeus, que acreditam ser escrito por um profeta, é 
o terceiro livro dos profetas anteriores. Sua natureza é histórica. 
 
4. AUTORIA 
O Baba Bathra declara que Samuel escreveu o livro que traz o seu nome e os livros de Rute e Juízes. Embora os 
hebreus considerem Samuel como autor, são levantadas objeções. Young defende que o livro deve ter sido 
escrito por um profeta do reino do Sul (Judá) após a divisão de Israel. Os autores concordam em que o livro teve 
participação de Samuel Natã e Gade, embora a redação final não seja atribuída a nenhuma deles. E é mesmo 
impossível que tenha sido todo escrito por Samuel porque sua morte é narrada antes do final do primeiro livro 
(veja I Sm. 10.25; l Cr. 29.29; II Cr. 9.29). Outro citado como fonte é o livro dos justos (II Sm 1.18). Samuel pode 
ser considerado como uma coleção de escritos, coligidos e postos em redação final por um profeta. Daí os 
hebreus o considerarem profético. 
 
5. PROPÓSITO 
O propósito dos livros de Samuel é contar o estabelecimento do Reino. A presença de Samuel é importante 
porque, como juiz e profeta, faz ligação entre o período anterior dos juízes e o seguinte do Reino, ungindo os 
primeiros reis. O livro de juízes induz o leitor a pensar na necessidade de um rei em Israel. Em Samuel, durante o 
reinado de Saul, o leitor vê a necessidade de esse ser um rei justo, um homem segundo o coração de Deus. O 
estabelecimento da monarquia se efetiva com Davi. Nele se harmoniza a Monarquia e a Teocracia. 
 
6. DATA 
Uma referência à data é dada em l Sm. 27.6. Mas há quem considere como uma adição posterior este versículo. 
Alguns têm esta opinião. A data dos acontecimentos ocupa mais de oitenta anos: 40 para o reinado de Saul (At. 
13.21) e 40 para Davi, além do ministério de Samuel. 
 
7. FUNDO HISTÓRICO 
O panorama mundial continua quase o mesmo. Apenas Israel estava em grande mutação, saindo daquele estado 
de degradação e anarquia do tempo dos juízes e entrando em uma posição melhor como uma nação que tinha rei 
dado por Deus. A pedido do povo, Javé lhe deu o primeiro rei: Saul. A seguir, Deus mesmo escolhe Davi. Este 
prepara, com suas conquistas, o caminho para que Israel possuísse completamente a terra prometida por Javé, 
até o Eufrates, o que aconteceu no tempo de Salomão, quando o país, por causa do Rei, se tornou o explendor da 
época. 
 
8. PALAVRA CHAVE: "Reino" , 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .18 
 
9. VERSOS CHAVES: I Sm. 10.25 e 16.1 
10. PLANO DO LIVRO 
Sendo os livros de Samuel a biografia de três grandes homens, nada mais natural que dividi-lo obedecendo a este 
seccionamento: 
I. Samuel, o Juiz (I Sm. 1.1-7.17) 
II. Saul, o rei segundo do povo (I Sm. 8.1-31.33) 
III. Davi, o rei segundo o ccoração de Deus. (II Sm. 1.1-24, 25) 
 
11. ENSINOS IMPORTANTES 
O livro de Samuel, como um livro histórico-biográfico-profético, tem muitos ensinos importantes em seu conteúdo: 
1. A expressão "Senhor dos Exércitos", que ocorre 281 vezes na Biblia, aparece em Samuel pela primeira 
vez. Mostra a majestade do Senhor. 
2. No livro de l Sm. aparece pela primeira vez o termo "Messias"', usado por Ana em seu cântico no capitulo 
2.10. Messias significa Ungido e é a palavra hebraica que em Grego é Cristo. 
3. Pela primeira vez em l Sm. aparece a ação regeneradora do Espirito Santo. Veja l Sm 10.6,9; 16;13. 
4. Em l Sm. aparece também uma história controvertida, a da médium de En-Dor, consultada por Saul (I Sm. 
28). Há quem diga que Samuel de fato atendeu à invocação da médium. Outros são contra essa opinião. 
5. Uma das primeiras declarações sobre a inspiração da Biblia é dada: Davi diz que suas palavras procediam 
de Deus. 
 
12. MENSAGEM 
A mensagem dos livros é a de que os planos de Deus podem não ser frustados. Embora o povo tenha pedido a 
Deus um rei segundo o seu coração, do povo, foi-lhe dado, depois desse rei (Saul), um segundo o coração de 
Deus (Davi). A impaciência, aliada à incredulidade, é apresentada como um grave perigo. Foi um problema de 
Saul. Por outro lado, Deus, para cumprir seus propósitos, usa homens e homens de coração reto, como Samuel. 
 
 
 
REIS 
1. NOME 
O nome Reis nas versões usadas pelos evangélicos no Brasil vem do texto hebraico, embora não houvesse 
divisão em dois livros no texto original. Veja introdução e nome dos livros de Samuel. 
 
2. LOCALIZAÇÃO NO CÂNON 
l e 2 Reis são, respeitosamente, em Português, o 11º e o 12º livros. Como proféticos, assim considerados pelos 
hebreus, são o 4º livro dos profetas anteriores. Como livro histórico, na divisão tradicional cristã, são o 6º e 7º 
livros. Vêm depois de Samuel e antes de Crônicas. 
 
3. AUTORIA E DATA 
O autor se serviu de vários documentos para a redação final. São eles: Livros dos Atos de Salomão (I Reis 11.41); 
Livro dos Reis de Judá (I Reis 14.29); Livro das Crónicas dos Reis de Israel (l Rs. 14.19). Os dois últimos são 
citados, respectivamente, 15 e 17 vezes. Obeservando-se os autores diversos em suas opiniões, colocaremos 
assim o assunto: 
1. Havia os livros acima já citados, sendo os mesmos obras de profetas a anais dos reinos, feitos por 
escribas (geralmente se atribui a algum profeta). 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .19 
2. Jeremias teria reunido esse material e redigido. Essa é a opinião da tradição hebraica: Jeremias é o autor. 
Isso declara também o Baba Bathra. 
3. Posteriormente, após a volta do exílio, um profeta desconhecido teria posto o livro em sua forma final. 
O período dos livros dos Reis ocupa cerca de 400 anos. 
4. PROPÓSITO 
Em uma só sentença: o livro dos reis conta a decadência e extinção do reino. Primeiro dividido, depois levado 
cativo em suas duas divisões: Norte (Israel), pela Assíria, e Judá (Sul), pela Babilônia. Julgados pelas promessas 
feitas a Davi em II Sm. 7.12-16, os reis de Judá, em sua maioria, não foram aprovados, havendo, contudo, belas 
excessões, como Ezequiel e Josias, entre outros. Já os do reino do Norte foram julgados pelo exemplo de 
Jeroboão, o primeiro e mau rei que foi seguido, sem excessão, por todos os outros. Parte importante na história 
ocupam Elias e Elizeu, que dão origem ao período profético. A decadência começa com o rei Salomão e se 
completa com um descendente de Davi (Zedequias). No livro, que em sua natureza também é histórico, o escritor 
se preocupa em narrar a bancarrota do ponto de vista político. Quer dizer, a nação que se formara com Saul e 
tomara corpo com Davi, teve seu auge com Salomão e foi dividida com Roboão, para desaparecer nas longínquas 
terras da Assíria e da Babilônia. A metade ao primeiro livro trata do grande personagem Salomão, enquanto a 
segunda metade se ocupa de Elias e passa a falar da acão dos reis do norte e do sul para narrar, em seguida, a 
tomada do reino de Israel e depois de Judá. A diferença de Crônicas é que este narra a história do ponto de vista 
sacerdotal e ainda em linguagem poética. A causa da destruição do povo foi o pecado marcado pela idolatria e no 
final até por feitiçaria e sodomia. No entanto, o Senhor é misericordioso e demorou no Seu julgamento, e mesmo 
assim depois de muito ter adevertido os desobedientes através de Seus profetas. 
 
5. FUNDO HISTÓRICO 
Foi um período de mudanças continuas,no cenário mundial. Israel começou com esplendor com Salomão em sua 
glória. O país dominava os vizinhos e Salomão, para manter seu poder, fez tratados com várias nações ao redor, 
o que causou sua derrota, pois também se casou com mulheres estrangeiras, desobedecendo, assim, a Lei. 
Seguindo a idolatria e o pecado em outras formas, os reis do norte e do sul se viram às voltas com os inimigos, 
pois o Senhor os desamparou. 
Veio primeiro a opressão síria, e depois ascendeu a grande Assíria, feroz, que no seu auge formou o primeiro 
grande império digno desse nome. Conquistou muitas terras e Israel não foi poupado. O reino do norte foi levado 
cativo. Na mesma época, Senaqueribe invadiu Judá, mas quando lançou suas armas contra a cidade Santa, foi 
terrivelmente derrotado pelo Anjo do Senhor. Ainda assim a Assíria conseguiu algumas vitórias em outras regiões, 
mas logo apareceu o colosso babilônico, que abateu a Assíria e dominou o mundo. Conquistou Judá, destruiu o 
templo e avançou rumo ao Egito e o tomou. Por um decreto de Ciro, rei persa (a Pérsia logo dominou o mundo ao 
lado da Média e venceu a Babilônia), Judá pôde voltar à sua terra. 
 
6. PALAVRAS CHAVES: “fidelidade” e “infidelidade” 
 
7. VERSOS CHAVES: I Re. 9.4-9; 11.4; 16.26 
 
8. FRASE CHAVE: “Como o coração de Davi, seu pai” 
 
9. PLANO DO LIVRO 
Tornaremos os dois livros de Reis juntos ao dar seu plano, em esboço. 
I. O Reino estabelecido (I Re. 1–2) 
II. O explendor de Salomão (I Re. 3–10) 
III. A divisão do Reino (I Re. 11-14) 
IV. A história de Israel e Judá. Destaque para o aparecimento do profetismo com Elias e Elizeu (I Re. 15 - 
II Re. 17). 
V. História de Judá depois do cativeiro de Israel (II Re. 18-25). 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .20 
10. CRONOLOGIA 
Damos a seguir a cronologia dos livros de Reis. Há discrepância de datas de reinado de alguns deles, mas isso se 
entende por duas razões: 1) porque conta-se parte de um ano como se fosse um ano inteiro; 2) por causa da 
corregência – um filho às vezes era rei juntamente com o pai. 
 
 
 
ISRAEL JUDÁ 
Jeroboão 
Nadabe 
Baasa 
Elá 
Zinri 
Onri 
Acabe 
Acazias 
Jorão 
 
Jeú 
 
Jeoacaz 
Jeoâs 
Jeroboão II 
Zacarias 
Salum 
Manaem 
Pecaias 
Peca 
Oséias 
 
930-910 
910-909 
909-886 
886-885 
885 
885-874 
874-853 
853-852 
852-841 
 
841-814 
 
814-798 
798-782 
793-753 
753-752 
752 
751-742 
741-740 
741-732 
731-723 
 Roboão 
Abias 
Asa 
 
 
 
Josafá 
 
Jeorão 
Acazias 
Atalia 
Joás 
 
Amazias 
Azarias (Uzias) 
 
 
Jotão 
 
Acaz 
Ezequias 
Manassés 
Amom 
Josias 
Jeoacaz 
Jeoaquim 
Joaquim 
Zedequias 
930-914 
913-911 
910-870 
 
 
 
873-849 
 
849-842 
841 
841-836 
836-797 
 
797-763 
791-740 
 
 
751-736 
 
736-716 
729-687 
696-642 
641-640 
639-609 
609 
608-598 
598 
597-586 
 
Enquanto que no reino do norte houve nove dinastias, no sul apenas uma, a Davídica. 
 
10. ENSINOS PRINCIPAIS 
1. Salomão, com seu reino de paz, prefigurava o reino do Messias. Seu sucesso deveu-se a ter pedido 
sabedoria a Deus. Lembramos aqui do que diz Tiago: "Se alguém não tem sabedoria, peça-a a Deus..." 
2. Mesmo sendo sábio, o grande Salomão não escapou da idolatria porque deixou de obedecer o que estava 
escrito, casando-se com mulheres estrangeiras. Mais uma vez, a desvantagem do casamento misto. 
3. Roboão, com sua inexperiência, e “seguindo o conselho dos jovens", causou a divisão entre as tribos. 
Parecia um homem que não dava muita importância a coisas sérias. Como resultado de sua resposta ao 
povo, de que aumentaria os impostos, dez tribos seguiram a Jeroboão. 
4. Elias é o grande e primeiro profeta do período do profetismo. Aparece no reino de um dos piores reis de 
Israel, para mostrar o juízo de Deus sobre ele. 
5. Jeroboão foi o primeiro rei do norte. Para que seu povo não fosse adorar em Jerusalém fez dois bezerros 
de ouro: um em Dã, ao norte, e outro em Betel, ao sul. Ele havia morado no Egito, fugido de Salomão e 
copiou de lá essa idolatria. É tido como o homem que fez Israel pecar. 
 
11. ENSINOS PRINCIPAIS 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .21 
1. Elizeu, que profetizou durante cerca de 50 anos e teve porção dobrada de Espírito Santo. Seus milagres 
são para com pessoas, reis e nações, inclusive estrangeiros. Com ele temos a primeira resssurreição e a 
primeira multiplicação de pães. 
2. A vocação dos gentios se esboça em Naamã, que foi curado no rio Jordão. 
3. Jezabel, a personificação de Belial (perversidade) é finalmente julgada e morre de morte horrível. 
4. Israel é levado cativo por causa de sua idolatria e desobediência a Javé. 
5. Dois reis reformadores aparecem no reino do sul: Ezequias e Josias . 
 
 
12. LIÇÕES A APRENDER 
1. A longaminidade, a bondade do Senhor e a Sua misericórdia em retardar o juízo sobre os homens é 
evidente. Israel pecou, mas Deus lhe deu muitas oportunidades de se arrepender. O juizo veio quando era 
mais impossível retê-lo. 
2. Diz a Bíblia mais de vinte vezes que Jeroboão, filho de Nebate fez pecar Israel. Aqui se nota a importância 
de quem lidera um povo. Davi, Ezequiel e Josias, ao contrário, levaram o povo a adorar a Deus. Se você é 
líder do povo de Deus, cuidado: sua vida pode levar muitos à bênção ou não. 
 
 
 
 
 
 
CRÔNICAS 
1. NOME 
O nome Crônicas em Hebraico é divere hayyamim, que quer dizer "palavras dos dias". Tem o mesmo sentido de 
"diário" e equivale a jornal (diário). O termo tem também o sentido de anais. Originalmente formavam um só livro e 
os LXX o dividiram em dois dando-lhes o nome de Paralipômenos, isto é, "coisas deixadas incontadas", "coisas 
omitidas" ou "coisas esquecidas". Isto porque os livros de Crônicas suprem o que foi deixado de se registrar nos 
outros livros de natureza histórica do Antigo Testamento. Jerônimo o traduziu por verba dierum (“palavra dos 
dias”), chamando-os de "crônicas de toda a história divina". Mas acrescenta que eram chamados de I 
Paralipômenos e II Paralipômenos. Os dois livros de Crônicas formavam um só, mas por causa da extenção da 
tradução os autores da LXX o dividiram em dois, dando-lhes os nomes de I Paralipômenos e II Paralipômenos. l e 
II Samuel ficaram conhecidos como l e II Reis, e Reis passaram a ser III e IV Reis. l Crônicas é paralelo a Samuel 
e II Crônicas segue ao lado dos livros de Reis. 
 
2. DATA 
O livro de Crônicas não nos dá a mínima idéia de quem é o seu autor. Mas o Baba Bathara e a tradição hebraica 
afirmam que o autor é Esdras. Algumas das melhores autoridades concordam com esta tradição e o maior 
argumento é que Esdras parece ser realmente uma continuação de Crônicas, formando um todo com Neemias. 
Se foi Esdras o autor, a data deve ser colocada entre 450 a 425 AC. A última data mencionada que dá alguma luz 
está em II Crônicas 36.22, que daria a data de 537 AC. Mas nem data citada no livro exclui a possibilidade da data 
e autoria de Esdras. Uma outra evidência disso pode ser a compilação das genealogias. 
 
3. POSIÇÃO NO CANON 
Modernamente esses livros têm sido considerados históricos, mas os hebreus o colocavam entre os Kettubim (ou 
Hagiógrafos) e é o último do Cânon (como um só livro). No tempo de Cristo já devia ser assim. Quando Ele fala do 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .22 
sangue de Abel e Zacarias está mencionado o primeiro justo e o último do AT, o que evidencia que Crônicas já era 
o último livro do Cânon hebraico nessa ocasião. 
 
4. FONTES DA COMPOSIÇÃO 
Enquanto os livros de Reis tratam dos dois reinos, Crônicas se preocupa com Judâ, falando de Israel apenas 
quando isso interessa ao propósito do livro. Crônicas é uma colecão de narrativas com interpretações ocasionais, 
sempre com uma mensagem unificadora. As seguintes fontes podem ser citadas: 
 Listas estatísticas. São nomes e outros dados de pessoas que ficaram na terra depois da tomada de 
Jerusalém por Nabucodonosor. Entre estas podem ser colocadas as primeiras genealogias (1-9). 
 Os livros canônicos, especialmenteSamuel e Reis, não devem ser vistos como fontes de Crônicas, mas que a 
fontes destes são as mesmas. 
 Crônicas de Samuel, Natã e Gade (l Cr. 29.29) 
 Natã, Aías e Ido (II Cr. 9.29). 
 Livros dos reinos de Judá e Israel (II Cr. 16.11) 
 Livros dos Reis de Judá e Israel (II Cr.25.26; 28.26; 32.32) . 
 Livro dos reis de Israel e Judá (II Cr.25.26; 35.27; 36.8) 
 Livro dos reis de Israel (II Cr. 20.34) 
 Palavras dos reis de Israel (II Cr. 33.18). 
 Histórias dos reis (II Cr. 36.27). 
Obs.: Algumas dessas fontes podem ser diferentes maneiras de se falar em uma só. 
 
5. FUNDO HISTÓRICO 
A rigor, os livros de Cânticos não pretendem ser históricos. Eles cobrem, contudo, um período muito grande da 
história da raça humana a da de Israel: Desde Adão até o cativeiro babilônico. 
 
6. PROPÓSITO 
Os livros de Samuel contam o estabelecimento e os de Reis a queda do reino de Israel. Crônicas suplementa o 
que falta nestes livros, especialmente nos dados concernentes a Judá. Menciona os reis de Israel somente no que 
eles afetam os de Judá. Assim como I Cr., acrescenta muitas informações sobre a linhagem davídica que não são 
dadas em outras narrativas. A ênfase dada no reino de Davi é o estabelecimento do culto. Em Salomão, é a 
construção do templo. Nos outros bons reis, geralmente são as reformas por eles efetuadas no plano religioso do 
culto a Javé. Assim um caráter religioso pode ser observado no livro, sem, contudo, deixar de ser ele histórico. 
Enquanto os livros de Samuel e Reis dão um enfoque do ponto de vista civil e político, Crônicas nos dá uma visão 
do ponto de vista religioso de Judá, como a mostrar que é a fidelidade a Javé que traz bênçãos. 
 
7. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DE CRÔNICAS 
 Os números livros de Crônicas são considerados pelos críticos como muito exagerados. Alguns divergem de 
Samuel e Reis. O problema não tem fácil solução. Uma das soluções encontradas é que os livros de Crônicas 
não nos dão números reais, mas simbólicos. 
 Fatos narrados nas Crônicas e que foram considerados sem autenticidade têm sido comprovados pela 
arqueologia, fazendo calar a muitos críticos. 
 
8. PALAVRAS CHAVE: "TEMPLO" (O Templo é tomado como centro do culto) 
 
9. VERSO CHAVE: l Cr. 17.1,2 
 
10. ESBOÇO DE CRÔNICAS 
I. GENEALOGIAS (l Cr. 1.1-9.14) 
1. Gerações dos Patriarcas (l Cr.1.1-54) 
2. Descendentes de Jacó e Judá (l Cr.2) 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .23 
3. Filhos de Davi e Salomão (l Cr.3) 
4. Gerações dos filhos de Israel - tribos (l Cr.4-8). 
5. Habitantes de Jerusalém depois do cativeiro (l Cr.9.l-14) 
II. O REINADO DE DAVI 
1. Introdução – a morte e sepultura de Saul (I Cr.lO) 
2. Unção de Davi e conquista de Jerusalém (l Cr.11-12) 
3. Preparação para o culto com a vinda da arca para Jerusalém (l Cr. 13-16). Deus faz aliança 
com Davi. Ações de graça de Davi (l Cr. 17). 
4. Conquistas de Davi (l Cr. 18-20) 
5. O censo (l Cr. 21) 
6. Preparação para a construção do templo (l Cr.22) 
7. Organização do governo (l Cr. 27.1-34) 
8. Disposições finais e morte de Davi (l Cr.28.1-29.30). 
 
11. ESBOÇO DE II CRÔNICAS 
I. REINADO DE SALOMÃO (II Cr. 1.1-9.31) 
1. Princípio do reinado de Salomão (II Cr. 1) 
2. Construção do templo (II Cr. 2-7) 
(a) Preparativos (II Cr. 2) 
(b) A construção (II Cr.3.1-5.11) 
(c) A dedicação (II Cr. 5.2-7.22) 
3. Várias atividades e morte de Salomão (II Cr. 8–9). 
II. HISTÓRIA DE JUDÁ ATÉ O CATIVEIRO (II Cr. 10.1-36.23). 
1. Divisão do reino (II Cr. 10.12) 
2. Reis de Judâ (II Cr. 13.35) 
(a) Abias (II Cr. 13.1-22) 
(b) Asa (II Cr. 14.1-16.14) 
(c) Josafâ (II Cr. 17.1-20.37) 
(d) Jeorão (II Cr. 21.1-20) 
(e) Acazias e Atalia (II Cr. 22.1-12) 
(f) Joás (II Cr. 23.1-24.27) 
(g) Amazias (II Cr. 25.1-28) 
(h) Uzias (Azarias) (II Cr. 26.1-23) 
(i) Jotão (II Cr. 27.1-9) 
(j) Acaz (II Cr. 28.1-27) 
(l) Ezequias (II Cr. 29.1-32.33) 
(m) Manassés (II Cr. 33.1-20) 
(n) Amom (II Cr. 33.21-25) 
(o) Josias (II Cr. 34.1-35.27) 
III. CONQUISTA DE JUDÁ E O CATIVEIRO NA BABILÔNIA (II Cr. 36.1-23). Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim, 
o cativeiro, o decreto de Ciro. 
 
12. ASPECTOS ESPECIAIS 
1. O templo é o centro da ênfase nos livros de Crônicas. Tudo está ligado a ele, pois é a habitação de Javé: 
o culto e o estabelecimento da nação. Veja 2 Cr. 15.2. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .24 
2. A música ocupa um lugar de destaque. A organização do culto é também um destaque. Veja os detalhes 
nos textos de l Cr.15.16-24; Caps. 23,24,26 e 27. 
3. Observe como Davi preparou o melhor para o templo e como Salomão o construiu com o melhor que 
havia na época. 
4. Deus fez sua promessa incondicional a Davi, a respeito do seu Descendente. Mas a promessa a respeito 
dos descendentes estava condicionada à obediência e fidelidade deles. 
5. Veja como Davi quis a arca a primeira vez para Jerusalém e como a trouxe na segunda vez, obedecendo 
determinações da lei. Às vezes o melhor aos nossos olhos não é o melhor do ponto de vista de Deus 
(iCr.13.5-14; Cap. 15). 
6. A recusa de Davi em dar a Deus uma oferta que não lhe custasse nada (Cr. 21.22-26). 
7. O destaque maior em 2 Cr. é dado à principal construção de Salomão – o templo, – pois ele era o centro 
do culto. A estrutura básica do Templo é a mesma do Tabernáculo do deserto, muita gente, muito dinheiro 
(metais preciosos) e tempo foram necessários nessa construção. Eis a estrutura básica do templo: 
 
SANTO DOS 
SANTOS 
SANTO 
LUGAR 
 
ÁTRIO 
 
8. A ênfase é dada aos reis que tiveram atuação religiosa positiva. Os reis de mais destaque, com excessão 
de Salomão, no livro de II Cr. são: Josafá, Ezequias, Josias. 
 
12. MENSAGEM 
l CRÔNICAS – A ênfase do culto em l Cr. é a adoração no templo. E a adoração coletiva. Não se pode admitir um 
povo de Deus que não tenha prazer em se reunir. 
2 Crónicas – “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor”. Essa ênfase pode ser aplicada ao livro de 2 Cr. . 
Quando o líder é bom, o povo o segue. Daí a razão porque é dada ênfase aos melhores reis. 
 
 
 
 
ESDRAS 
1. NOME 
Esdras é o nome do principal personagem do livro e seu autor. Na LXX o nome Esdras Deuteron é dado ao livro. 
A Vulgata chama de Primeiro Esdras (l Esdras) e a Neemias dá o nome de Segundo Esdras. Inicialmente, o livro 
de Esdras formava um só com o de Neemias. Nos escritos dos judeus se diz que "Esdras escreveu o seu livro... e 
Neemias o acabou". Eram considerados como um só também por Josefo. Na LXX vinham os dois designados pelo 
titulo Edras, para diferenciá-los de Esdras-A, um livro apócrifo. Neemias 7.6,7 repete Esdras 2 e isso pode 
evidenciar que nos primeiros tempos eram separados. Por que, então, existiam no cânon hebraico? Há duas 
hipóteses: 1) Neemias é uma continuação da história iniciada em Esdras; 2) Para concordar com as letras do 
alfabeto hebraico, e assim haja 22 livros no cânon hebraico. 
 
2. ESDRAS, O HOMEM 
Esdras era bisneto do Sacerdote Hilquias. Portanto, era da linhagem sacerdotal, de Arão (Ed. 7.1,2 ; II Reis 22.8). 
Seu pai chamava-se Seraías e o avô Azarias (7.1). Seu nome significa "Auxílio". Se bem que diga que Seraías é 
seu pai, pode também ser tido como avô, pois esse Seraías foi assassinado em Ribla, quando da tomada de 
Jerusalém (Rs 25:18-21). Esdras é um grande escriba, chamado de "Escriba versado na lei de Moisés" (7.6). Crê-
se que com ele teve início o escribismo entre os hebreus, muito famoso no tempo de Jesus. Esdras deve ter 
nascido na Babilônia mesmo. Era muito humilde; zeloso pela religião de Javé, tomou a decisão de ir a Jerusalém 
para instruir o povo que voltara. De temperamento calmo, pacato, reagia como um introvertido diante do pecado 
do povo. Mesmo assim, tudo fez para reconduzir Judá a Javé. (Esdras 9.3; 10.6;10). 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .25 
3. AUTORIA E DATA 
O autor que tem sido aprovado pela tradição hebraico-cristã é Esdras. Especialmente nos capítulos 7 a 9 há 
evidências deser ele o autor, onde fala na primeira pessoa. As partes que aparecem em Aramaico não servem de 
base para lhe negar a autoria. Foi escrito em cerca de 450 AC. 
 
4. PÔSIÇÃO NO CANON 
No cânon hebraico, Esdras é o segundo dos livros poético-históricos. Vem depois de Daniel. Na teologia 
tradicional, é um dos últimos livros históricos, e vem antes de Neemias. Embora esteja em nossas Bíblias depois 
do livro de Crônicas, e pelo assunto seja de fato uma continuação da história daquele livro, no cânon hebraico 
Crónicas vem em último lugar, e não Esdras. 
 
5. FUNDO HISTÓRICO 
Esdras viveu na época da volta do cativeiro babilônico. O mundo vivia uma transição; assim que os medo-persas 
dominaram a Babilônia, Ciro expediu um decreto permitindo aos judeus voltarem para sua terra. No “Cilindro de 
Ciro" ele conta como enviou de volta os povos, cativos, com os seus deuses. 
Os fatos do livro de Esdras narrados são divididos em duas partes, uma separada da outra por mais de 50 anos. 
A primeira trata da volta do povo com Zorobabel, por causa do decreto de Ciro; trata, ainda, da reconstrução do 
templo, incluindo naquele decreto. Na segunda parte, fala da viagem e sobre o avivamento produzido pela ação 
de Esdras no meio dos judeus. 
 
6. PALAVRA CHAVE: "Restauração" 
 
7. VERSO CHAVE: Esdras 1.5 
 
8 . CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DO LIVRO DE ESDRAS 
 Algumas partes, principalmente os editais reais, são escrito em Aramaico (4.8-6.18 e 7.12-26). O Aramaico foi 
inicialmente usado na Palestina e Síria (Ló, o sírio, era chamado "o Arameu", tanto quanto Abrão). Depois 
passou a ser língua diplomática da região da Mesopotâmia. Daí essas cartas e decretos serem escritos nessa 
língua. 
 Começa aqui o uso do tempo "judeu" para designar os israelitas (Ed. 8.35) 
 Ao contrário de Neemias, que trata a volta do povo do ponto de vista civil e político, Esdras o vê do ponto de 
vista religioso. 
 Os reis do período de Esdras são: Ciro, Cambises, Smerdis, Dario, Histaspes, Xerxes e Artaxerxes. 
 
9. CRONOLOGIA 
Para melhor compreender a história, damos a seguir a cronologia envolvida neste período: 
1. Zorobabel retorna a Jerusalém atendendo ao decreto de Ciro (537 AC-497AC) 
2. Logo depois de iniciada a reconstrução do templo, a mesma é paralisada por causa da oposição dos 
inimigos (536 AC) 
3. Sob a influência das profecias de Ageu e Zacarias, recomeça-se a reconstrução do templo. Sua conclusão 
se dá em 517 AC. 
4. No ano 479 AC, Ester se torna rainha e se assenta ao lado de Assuero, no trono da Pérsia. 
5. Em 458, Esdras conduz a segunda leva dos que voltaram a Jerusalém, o que se dá no reinado de 
Artaxerxes I, também chamado Longimanus, considerado como enteado de Ester. 
6. Neemias vai a Jerusalém chefiando um bom número de Judeus. É escolhido por soldados cedidos por 
Artaxerxes, no ano de 445 AC. 
 
10 . PLANO 
O livro de Esdras apresenta uma divisão natural em duas partes : 
I. VOLTA COM ZOROBABEL E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO (Esdras 1-6) 
1. A primeira volta (Ed. 1.1–2.7) 
2. A restauração do culto (Ed. 3.1–6.22) 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .26 
II. A VOLTA COM ESDRAS (Esdras 7.1–10.44) 
1. Esdras enviado a Jerusalém (Ed. 7) 
2. Lista dos que voltaram com Esdras. Esdras busca levitas. A viagem. O jejum. A chegada a 
Jerusalém (Ed. 8) 
3. Oração e confissão de Esdras (Ed. 9) 
4. O problema do casamento misto (Ed. 10) 
 
11. PRINCIPAIS ENSINOS 
1. O livro de Esdras nos mostra o poder da profecia. Assim como Isaías profetizou, se deu: Ciro libertou 
Israrel (Judá). A profecia de Jeremias previa um cativeiro de 70 anos. Isso também aconteceu. 
2. A lista genealógica é de grande valor para os judeus. O crente deve aprender a estudar também as 
genealogias e delas tirar ensinamentos. O uso de um dicionário bíblico, a busca do significado de nomes, 
tudo isso pode ser de grande valor. 
3. O estabelecimento de uma nação começa com a volta do culto verdadeiro. No caso de Israel, a volta ao 
culto exigia primeiro a reconstrução do templo. 
4. Os inimigos não podem prevalecer contra os propósitos de Deus. Apesar da oposição, o templo e o muro 
foram reconstruídos. 
5. Com Esdras aprendemos o amor à Palavra de Deus, bem como o poder da fé no Senhor. 
 
12. MENSAGEM 
Creia que você está hoje num ministério de reconstrução. Reconstrução do homem. Reconstrução de vidas. Para 
isso é necessário apegar-se à Palavra de Deus e vivê-la. 
NEEMIAS 
1. NOME 
Em Hebraico, hoje, o nome do livro é o seu principal personagem, Neemias. O mesmo acontece com a LXX, que 
traduz Neemias, e a Vulgata, que traz Liber Nehemias ou Líber Secundus Esdras. Como vimos em Esdras, 
inicialmente os dois livros formavam um só. 
 
2. O HOMEM NEEMIAS 
De temperamento bem diferente de Esdras e capaz de reações totalmente opostas diante do mesmo problema (cf 
Ed. 9.1-3 e Ne. 13.23-27), Neemias era impulsivo e tomava decisões drásticas. Por causa de sua profissão (era 
copeiro do rei Artexerxes), estava sempre junto do rei e era de confiança. Talvez tenha até sido conselheiro do rei 
persa. Era filho de Hacalias. Seu nome significa "Javé conforta". Tinha pelo menos um irmão, que lhe trouxe 
notícias de Jerusalém (Ne. 1.2). Tendo ouvido da miséria em que se encontrava o povo na Judéia, deixou o luxo 
do palácio de Artexerxes para, com autorização do mesmo, ir a Jerusalém reconstruir a cidade (os muros) e 
fortificá-la. Foi como um governador civil para os judeus. Esdras, que fora 13 anos antes, era sacerdote e cuidava 
do culto somente. O povo estava impedido de progredir por causa dos inimigos, principalmente os samaritanos. 
Neemias foi para Jerusalém no ano 445. 
 
3. AUTORIA 
O autor é o próprio Neemias, que fala de si mesmo sempre na primeira pessoa. E certo, porém que se serviu de 
registros de pessoas, como em Ne.7.1-73, que pode ter sido um registro feito inicialmente por Zorobabel. Ne.12.1-
26 é igual no livro de Crônicas, de onde pode ter sido copiado. Apenas uma pequena parte fala de Neemias na 
terceira pessoa. 
 
4. DATA 
O livro de Neemias foi escrito entre 445 e 400 AC, pois Neemias foi a Jerusalém no ano 445 e o período coberto 
pelo livro é de cerca de 45 anos. 
 
5. FUNDO HISTÓRICO 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .27 
Para se compreender melhor o fundo histórico de Neemias, veja esta cronologia, que nos é emprestada pelo Novo 
Comentário da Bíblia, sobre os reis persas: 
1. Ciro 
....................................................................................................................... 530-529 AC 
2. Cambises ............................................................................................................. 529-522 AC 
3. Gaumata (este é chamado de Pseudo-Smerdis, o Usurpador) ........................... 522-521 AC 
4. Dario I ou Histaspes ............................................................................................ 521-486 AC 
5. Xerxes I (Assuero) ................................................................................................ 486-465 AC 
6. Artaxerxes I (Longimanus) ................................................................................... 464-424 AC 
7. Xerxes II ............................................................................................................... 424-423 AC 
8. Dario II (Nothus) ................................................................................................... 423-404 AC 
9. Artaxerxes II (Mnémon) ........................................................................................ 404-359 AC 
10. Artaxerxes III (Ocus) ............................................................................................. 356-338 AC 
11. Dario II (Codomano) ............................................................................................. 338 -331 AC 
Nesta data, o império persa foi desfeito por Alexandre o Grande, da macedônia. 
No tempo de Neemias o império Persa estava num de seus melhoresmomentos. Os persas agiram totalmente 
diferente de seus predecessores, os babilônios, e especialmente os assirios. Eram longânimos para com os povos 
vencidos e Ciro devolveu cada povo à sua terra, o que posssibilitou a volta de Judá à Judéia. Já havia cerca de 
100 anos que o povo voltara, mas não conseguira progresso. Os inimigos os traziam sob completa opressão. A 
intriga começada com o caldeamento dos israelitas no Sarsão II, que os deportou e trouxe gente de outras terras, 
misturando-os com o remanescente da terra, agora se agravara. Jerusalém era uma cidade sem nenhuma 
segurança, pois não tinha muros e as portas estavam queimadas. É com o objetivo de reconstruir a cidade 
(especialmente os muros), que Neemias vai, nomeado governador. Internamente, a vida do povo não era melhor. 
Os mais ricos oprimiam os mais pobres, usando de usura. Além disso, o problema do casamento misto do tempo 
de Esdras estava ainda presente. Era muita energia para recuperar o que ainda restava. Neemias foi enérgico o 
bastante para isto. 
 
6. POSIÇÃO NO CÂNON 
Em Hebraico, Neemias faz parte da terceira divisão do Cânon – "Os Salmos", sendo com Esdras o penúltimo livro. 
Na Bíblia protestante é considerado o último livro histórico. 
 
7. PROPÓSITO 
O propósito de Neemias é contar sobre a Restauração sob sua direção efetuada. É uma confirmação da profecia. 
Daniel disse que os muros e as circunvalações seriam reedificadas em tempos angustiosos.[...] Isso aconteceu 
com Zorobabel e Esdras, e Neemias, que cuidou de reconstruir o muro, mas não desprezou a reconstrução 
espiritual já começada com Esdras. Nisto trabalhou ao lado do Grande Escriba. 
 
8. PALAVRA CHAVE: "Reconstrução" 
 
9. VERSO CHAVE: Neemias 2.5,20. 
 
10. PLANO DO LIVRO: 
I. INTRODUÇÃO (Ne. 1). Neemias recebe notícias de Jerusalém, se entristece e ora a Deus. 
II. A obra de NEEMIAS (Ne. 2-7) 
1. Nomeação, viagem e inspeção dos muros (Ne. 2) 
2. Relação dos reedificadores (Ne. 3) 
3. Ação dos inimigos e medidas contra eles (Ne.4) 
4. Medidas contra a usura (Ne. 5) 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .28 
5. Outra investida dos inimigos e o término da reconstrução dos muros (Ne. 6) 
6. Os guardas, relação dos que voltaram e a contribuição para o templo (Ne. 7). 
III. RECONSTRUÇÃO ESPIRITUAL (Ne. 8-13) 
1. Leitura da Lei e as festas dos tabernáculos (Ne. 8) 
2. Arrependimento e confissão (Ne. 9.1=10.3,9) 
3. Relação dos habitantes da Judéia (Ne. 11) 
4. Os sacerdotes que vieram para Jerusalém. A dedicação dos muros (Ne. 12). Manutenção dos 
levitas e sacerdotes. 
5. Purificação interna (Ne. 13) 
a) Tirados os estrangeiros (Ne.13.1-3) 
b) Tobias expulso do templo (Ne. 13.4-9) 
c) Restauração da manutenção dos levitas (Ne. 13.10-14) 
d) Restabelecimento da observância do sábado (Ne. 13.15-22) 
e) Resolvido o problema do casamento misto (Ne. 13.23-29) 
f) Resumo e conclusão. (Ne 13.30,31) 
 
11. ASPECTOS NOTÁVEIS 
 Até o sumo sacerdote, bem como algumas moças, participaram da reconstrução dos muros (Ne 3.1; 3.12). 
 O povo tinha bastante ânimo para trabalhar e alguns fizeram além do que lhes era tocado. 
 
12. ENSINOS IMPORTANTES 
1. O livro ensina, através da vida de Neemias, que só vencerá quem tiver firmeza de convicções, for de 
oração e estiver disposto a lutar contra os inimigos e derrotá-los; 
2. Tanto Esdras quanto Neemias nos mostram o valor do jejum para mover os homens por uma ação divina. 
3. Em Neemias 8.8 há uma lição para os pregadores e mestres da Palavra: estes devem se ater à Palavra e 
explicá-la de maneira que o povo entenda. 
4. Saiba que em época de restauração o inimigo fica furioso. Mas o servo de Deus deve negar-se a dialogar 
com o inimigo da obra. O diabo quer distrair o homem de Deus. O servo do Senhor não deve permitir isso. 
 
13. MENSAGEM 
A mensagem que temos neste livro está na pessoa de Neemias. Façamos um esboço: 
I. INTRODUÇÃO: Neemias, movido pelo amor aos judeus pede permissão ao rei para reconstruir os 
muros de Jerusalém. 
II. NEEMIAS, UM HOMEM DECIDIDO: 
1. Decidiu-se a ir a Jerusalém 
2. Decidiu-se a reconstruir 
3. Decidiu-se a não se envolver com os inimigos 
III. NEEMIAS, UM HOMEM DE ORAÇÃO 
1. Orou antes da maior decisão 
2. Orou para vencer os inimigos 
3. Orou, confessando os pecados 
IV. NEEMIAS, UM HOMEM DE AÇÃO 
1. Agiu, reconstruindo os muros 
2. Agiu, vencendo os inimigos 
3. Agiu, tirando os pecados. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .29 
V. CONCLUSÃO: Ao imitar Neemias, devemos ser decididos, de oração e ação, com um coração cheio 
de amor a Deus, a Sua Obra e ao Seu povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTER 
1. NOME 
A principal personagem do livro de Ester é a prépria Ester, que lhe empresta o nome. Este nome em Hebraico ê 
Hadassa, que significa murta. O significado de Ester é estrela. 
 
2. ESTER, A RAINHA 
O livro relata a história de Ester, uma judia que se tornou rainha da Pérsia. Embora o objetivo seja mostrar o 
livramento do povo judeu de ser exterminado no cativeiro, já sob o domínio persa, o livro se prende à história de 
Hadassa, por ser ela o centro de ação do mesmo. Trata-se de uma jovem, muito formosa e simples, que, mortos 
seus pais, foi criada por um primo seu, chamado Mordecai (ou Mardoqueu). Quando o rei Assuero se desfez de 
sua primeira esposa, Vasti (“a mais execelente”, em persa), por se ter recusado a comparecer ao banquete do rei 
– o que mereceu sua punição: a deposição de Vasti como rainha do rei Assuero (Xerxes) – mandou escolher 
jovens formosas no seu reino para, dentre elas, escolher sua próxima esposa. Levada entre umas dezenas de 
moças, Ester alcançou o favor do rei e se tornou a primeira dama da Pérsia. Logo há um plano de um grande 
inimigo dos judeus, Hamã, para destrui-los. Chega isso ao conhecimento de Ester que, aconselhada por 
Mordecai, vai ao rei e promove um revés na história. Vitoriosos os judeus e morto Hamã e seus filhos, os judeus 
celebram a festa do Purim. Ester continua rainha e Mordecai passa a ser o segundo no reino. 
3. POSIÇÃO NO CANON 
Em Hebraico Ester é o último dos Cinco Rolos. Em Português é classificado pela tradição cristã como o último livro 
histórico do Antigo Testamento, vindo, a seguir, o livro de Jó. 
 
4. AUTORIA 
Para o Baba-Bathra, quem escreveu o livro de Ester foram os Homens da Grande Sinagoga. Josefo atribui a 
autoria a Mordecai; Agostinho dá a Esdras a autoria. A respeito da autoria há algumas teorias interessantes e até 
engenhosas, como a de Ibn Ezra, que, julgando que Mordecai tenha sido o autor, diz que deliberadamente omitiu 
o nome de Deus por perceber que os persas queriam o livro para colocar o nome dos seus deuses falsos no lugar 
do nome de Javé. Apesar da incerteza da autoria, é bom lembrar a teoria de Angus, que afirma que talvez a 
narrativa tenha sido extraída das crônicas dos reis da Pérsia (2.23; 6.1). E acrescenta, a favor desta suposição, os 
seguintes itens: 
1. Os pormenores a respeito do reino de Xerxes; 
2. A exatidão com que são mencionados os nomes dos seus ministros e dos filhos de Hamã; 
3. Os judeus são mencionados sempre na terceira pessoa e Ester é sempre "a rainha"; 
4. Mordecai é chamado pelo epíteto de "judeu"; 
5. Em nenhum lugar do livro aparece o nome de Deus 
 A questão da autoria, contudo, permanece em aberto. 
 
5. DATA 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO – p .30 
Por não se saber quem é o autor, a data não pode ser precisada. É colocada geralmente logo após a morte do rei 
persa. O livro dá um relato perfeito sobre o palácio onde se passaram os acontecimentos e que foi descoberto 
(arqueologicamente) por franceses. Mas trinta anos depois de Xerxes o palácio foi destruído com fogo. É claro que 
se o autor é Mordecai, ou outro do palácio, mesmo assim pôde consultar os arquivos reais (2.23; 10.1). Assim, a 
data aproximada seria 430 AC. 
 
6. CONTEXTO HISTÓRICO 
Atendendo ao edito de Ciro, em 538 AC, para que os judeus que quisessem

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