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UNIVERSIDADE DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ 
DCEEng - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II 
I SEMESTRE DE 2018 
PROF.. LUCAS KRUG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE DOSAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACADÊMICOS: 
RAYANNA RIBAS, VICTÓRIA RAMIRES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IJUÍ 
2018 
1. Introdução 
 
Este trabalho aborda a forma de se produzir concreto, ou seja, basicamente o resultado 
da mistura de cimento, areia, pedra (ou brita) e água. Esse processo exige o cuidado com a 
qualidade e a quantidade de água utilizada, pois a relação água/cimento é muito importante 
para a resistência do concreto, se for usado mais água que o necessário a resistência diminuirá 
em função do concreto ficar muito poroso. 
Além da água a proporção entre todos os materiais é importante para se produzir um 
bom concreto, conhecida como dosagem ou traço. Podendo serem produzidos com várias 
características especiais quando forem acrescentados aditivos, sempre sendo analisados em 
laboratório antes. Durante a produção o concreto está em estado fresco, assim considerado até 
o momento em que tem início a pega do aglomerante. Após o fim de pega vem a cura, ou 
seja, o conjunto de medidas que devem ser tomadas para evitar a evaporação da água. 
 O objetivo do trabalho é relatar todo o processo citado anteriormente detalhadamente, 
mostrando o passo a passo da produção de concreto. Incluindo o método de dosagem, as 
aplicações do abatimento, o programa experimental e por fim os resultados. 
 
2. Explicação do Método de Dosagem 
 
Adaptado do método da ACI (American Concrete Institute) para agregados 
brasileiros, a dosagem dos concretos de cimento Portland é uma mistura experimental 
caracterizada pelos procedimentos necessários para obter uma melhor proporção medida em 
massa ou volume, entre a quantidade dos materiais que constituem o concreto, podendo 
também ser chamado de traço. Os materiais constituintes no concreto e estudados através do 
método de dosagem e que formam o traço são respectivamente: o cimento, a areia (agregado 
miúdo), a brita (agregado graúdo) e a água. 
 
No momento em que o traço é representado, se ocorrer algum erro na forma de 
expressá-lo, o concreto produzido possivelmente terá as propriedades diferentes daquelas 
previstas na dosagem. O traço em volume de todos os materiais que constituem o concreto é 
o mais usado na prática, mas o mais correto ainda é o traço em peso, os traços são indicados 
da seguinte maneira: 1:3:3, 1:3:4, 1:3:6, sendo que o primeiro algarismo indica a quantidade 
de cimento a ser usado o qual varia entre 200 a 400 kg/m³; o segundo a quantidade de 
agregado miúdo; o terceiro é a quantidade de agregado graúdo; a quantidade de água depende 
da umidade da areia, sendo obtida em função do abatimento, levando em conta a relação água 
e cimento, sabendo que a dosagem de água em excesso pode afetar a resistência e 
durabilidade do concreto. 
 
A dosagem tem como requisito a trabalhabilidade adequada sendo ela semi-plástica ou 
fluída, a resistência fisio-mecânica, a permeabilidade ou então porosidade, a condição de 
exposição e por fim o custo dos materiais. A resistência da dosagem deve atender as 
condições de variabilidade que podem ocorrer durante a construção, esta variabilidade é 
medida pelo desvio padrão, usando a seguinte equação: 
 
fcj = fck + 1,65 Sd 
 
Sendo fcj, a resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j dias, 
em megapascals; e fck, a resistência característica do concreto à compressão, em 
megapascals. 
 
O método de dosagem tem como vantagens a facilidade e a economia de materiais, tendo 
em vista também a facilidade de identificar misturas inadequadas porém este método não 
engloba todos os agregados, limita a resistência entre 10 e 40 MPa, quando não é obtido o fcj 
é necessária uma nova dosagem para a correção da relação água/cimento, a qual não 
especifica o tipo de cimento no gráfico, fornecendo apenas a resistência a compressão no 28° 
dia. 
 
No cálculo de dosagem são usadas algumas características dos materiais, é utilizado o 
tipo de cimento, a massa específica e a resistência do cimento aos 28 dias; nos agregados é 
analisado o módulo de finura do agregado miúdo e a dimensão máxima do agregado graúdo, 
as suas massa específicas e a massa unitária compactada. 
 
 As etapas do cálculo de dosagem são: 
 
 1ª etapa: Determinar o fator água e cimento através da Curva de Abrams 
 
2ª etapa: Determinar o consumo de materiais, começando com o consumo da água, o 
consumo do cimento que depende diretamente do consumo de água, o consumo do agregado 
graúdo e por fim o consumo de agregado miúdo. 
 
 3ª etapa: Apresentação do Traço 
 
 
Alguns cuidados e correções devem ser tomadas, em caso de falta de argamassa é 
aconselhado a acrescentar areia, mantendo constante a relação água/cimento, em caso de 
excesso de argamassa é necessário acrescentar brita, sempre com cuidado em relação á 
água/cimento, por fim com agregados de alta absorção de água é orientado a aumentar o 
consumo de água. 
 
3. Aplicação do Abatimento 
 
Ensaio de abatimento mais conhecido como ​slump test é utilizado para a determinação 
da consistência do concreto que permite verificar se não há excesso ou falta de água no 
mesmo. O abatimento que o concreto do nosso grupo deveria chegar seria de 160mm. 
Neste ensaio de abatimento para a consistência plástica, colocamos uma massa de 
concreto dentro de uma forma tronco-cônica, em três camadas igualmente adensadas, cada 
uma com 25 golpes. Retiramos o molde lentamente, levantando-o verticalmente e medimos a 
diferença entre a altura do molde e a altura da massa de concreto depois de assentada. 
 
 
 4. ​Programa Experimental 
 
4.1 Caracterização dos materiais 
 
DADOS DA DOSAGEM DO CONCRETO 
 
a) Dados do ciemento: 
1. Tipo: CP II Z 32 
2. ɣ: 3030 kg/m³ 
 
b) Dados da areia: 
1. Modulo de finura (MF): 180 
2. ɣ: 2597 kg/m³ 
3. δ: 1460 kg/m³ (Solta) 
c) Dados da brita 
1. ɣ: 2880 kg/m³ 
2. δ: 1705 kg/m³ (Compactada) 
3. δ: 1640 kg/m³ (Solta) 
4. Dmax: 9,5 mm 
d) Dados do concreto: 
1. Fck: 25 MPa 
2. Abatimento: 160 mm 
3. Sd: 4,0 MPa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2 Memória de cálculo 
 
 
 
 
 
 
4.3 Preparação dos materiais 
 
A preparação dos materiais é feita de modo que determinem uma proporção adequada 
dos componentes usados no concreto. É feita a determinação das britas a serem usadas e suas 
espessuras, atendendo suas especificações quanto preenchimento e as limitações do DMC. 
 
Os materiais são dosados em massa e a água de amassamento é corrigida em função da 
correção da umidade dos agregados. 
 
 
4.4 Pesagem dos materiais 
 
A pesagem dos materiais foi feita em uma balança, pesando o balde e colocando a 
quantidade de materiais obtida através do cálculo de dosagem e subtraindo o peso do balde 
para obter o peso especificado de cada material, sendo eles: 
 
Cimento: 6,927 kg 
 
Areia: 9,193 kg 
 
Brita: 16,495kg 
 
A água foi colocada a medida de 3,45 obtida através do cálculo de volume, sendo que 
depois foi adicionado mais 250 ml do que o calculado aos poucos para que obtivesse aconsistência desejada do concreto. 
 
4.5 Mistura dos Materiais 
 
Para a mistura dos materiais na betoneira adicionamos primeiramente a água e em 
seguida o agregado graúdo (brita), após isso o cimento para haver uma boa distribuição de 
água para cada partícula de cimento, e por último o agregado miúdo, que fez um 
tamponamento dos materiais já colocados, não deixando sair o agregado graúdo da mistura. 
Como o abatimento do grupo era alto foi necessário adicionar mais 250ml aos poucos para 
obter a consistência. 
 
4.6 Verificação do Abatimento 
 
Após os materiais serem devidamente misturados na betoneira colocamos a mistura 
no tronco de cone em três camadas, adensando uma de cada vez, retiramos o cone na primeira 
vez e medimos a ​diferença entre a altura do molde e a altura da massa de concreto, o 
abatimento encontrado foi de 13mm. 
Colocamos então mais 50ml de água e repetimos o ensaio, o abatimento encontrado 
foi de 14mm. Como precisávamos chegar a 16mm, adicionamos 150ml, repetimos o ensaio 
novamente e chegamos ao abatimento de 16,5mm, totalizando então 250ml de água 
adicionados a mais na mistura. 
Seguem as fotos da primeira tentativa, segunda e última respectivamente; 
 
 
Calculamos a massa específica do concreto enchendo por completo uma cuba redonda 
da nossa mistura e após isso utilizando uma espátula retiramos o excesso e deixamos a 
superfície bem lisinha, sem adensar para ser calculado o volume do material incluindo os 
vazios, como mostram as fotos a seguir: 
 
 
 
Pesamos a cuba na balança e obtivemos uma massa de 22,160 kg. O volume da cuba é 
de 9dm​³. Como o cálculo da massa específica é m/v foi dividido 22,160/9 resultando no valor 
da massa específica de 2,46kg/m​³. 
 
 
 
 
4.7 Moldagem dos Corpos de Prova 
 
Primeiramente, pegamos os moldes e passamos uma fina camada de óleo mineral. 
Além disso, os colocamos próximos a betoneira, para possibilitar melhor acessibilidade para 
exercer o resto do trabalho. 
Após isso, com uma concha retiramos o concreto da betoneira e colocamos o 
suficiente para preencher o equivalente a metade do corpo de prova. Então começamos a 
fazer o adensamento com a haste, aplicando 12 golpes sempre distribuídos uniformemente, 
buscando obter um melhor resultado. 
Dessa maneira, ao acabarmos a primeira camada fizemos o mesmo processo, até 
encher completamente o molde, ficando até um pouco a mais de concreto funil. Em seguida, 
foi feito novamente o adensamento, porém só da segunda camada, garantindo a integridade 
do corpo de prova. 
Ao terminar, retiramos o funil e passamos uma pá de pedreiro para fazer o 
arrasamento, deixando sua superfície bem lisinha. Posteriormente, o mesmo processo foi feito 
em todos os 5 corpos de prova e então foram armazenados para sua secagem. A moldagem 
foi realizada no dia 11/04/2018. 
 
 4.8 Desmoldagem e Identificação dos Corpos de Prova 
 
Depois de 24 horas da moldagem dos corpos de prova foi realizada a desmoldagem e 
identificação. Primeiramente recolhemos nossos corpos de prova e começamos a retirada do 
molde. Após todos os corpos de prova serem retirados, com um giz amarelo identificamos os 
mesmos com números que serviriam para o ensaio de compressão. 
Como mostram as fotos a seguir: 
 
 
4.9 Ensaio de Compressão 
 
Esse teste é utilizado para se avaliar como o material se comporta quando 
pressionado, tendendo a provocar uma ruptura do corpo submetido ao esforço. A máquina 
que faz o ensaio consiste em duas placas lisas adaptadas e entre elas o corpo de prova é 
colocado, se mantendo firme durante a compressão. Dessa maneira, conseguimos obter o 
MPa do concreto. 
Assim, ao se passar 7 dias (18/04/2018) da moldagem, foi feito o primeiro ensaio de 
compressão com apenas dois corpos de prova. Obtendo o seguintes resultados: 
 
Posteriormente, ao se passar 28 dias da moldagem (09/05/2018) foi realizado o outro 
ensaio com os três corpos de prova que haviam restado. Obtendo então tais resultados: 
 
 
5. Apresentação de Resultados 
a. Tabela resumo: 
Resistência 
exigida 
Abatimento 
exigido 
Traço calculado Resistência obtida Abatimento 
obtido 
A/c final 
25 MPa 160 mm 1: 1,327: 2,38: 0,498 
Cc: 461,85 
7 dias: 27,07 MPa 
28 dias: 33,97 MPa 
165 mm 0,534 
 
b. Cálculo do custo de produção para 1m³
 
6. Conclusão 
Primeiramente, antes de iniciarmos os cálculos de dosagem já tinhamos conhecimento 
do que teriamos que atingir, que seria, 16 cm de abatimento e 25 Mpa de resistência à 
compressão. Dessa maneira, foi possível realizar de forma correta a dosagem dos materiais. 
Com muito cuidado colocamos todos os materiais na betoneira e iniciamos a 
preparação do concreto, não colocando toda a água que havia na dosagem, com o objetivo de 
não ultrapassar os 16 cm de abatimento. Após fazer o slamp test, concluímos que ainda 
precisava de mais água, ou seja, um concreto mais fluido pois o abatimento estava em 14cm. 
Dessa forma, foi colocado o resto da água que tinha sido estipulada na dosagem, porém, 
ainda não foi o suficiente, precisando ser acrescentado mais 250 ml do que havia sido 
calculado. 
Portanto, conclui-se que a frase “a água é o prego do concreto” está totalmente correta 
e devemos ter todo cuidado com a quantidade de água, devendo ter em vista seu objetivo. 
Nesse caso, foi possível atingir o resultado desejado sem gastos adicionais, porém se o 
concreto ficasse mais fluido que o previsto, para consertá-lo seria necessário um gasto 
adicional de cimento e agregados. 
Ao concluir o slump test chegando aos 16cm de abatimento, realizamos o outro teste 
para saber a massa específica do concreto executado. Logo após, foi possível começar moldar 
os corpos de prova, os quais foram desmoldados depois de 24 horas. Ao se passar 7 dias 
fizemos o primeiro ensaio de compressão com dois corpos de prova, já atingindo uma média 
de 27 Mpa de resistência, sendo assim, um resultado satisfatório pois já estava mais resistente 
do que objetivo que havia sido estipulado. Dessa maneira, já tínhamos em mente que ao 
realizar os segundo ensaio com o restante dos corpos de prova, a resistência já seria maior, 
pois com o avanço da idade, a resistência do concreto cresce gradativamente. Ao chegar aos 
28 dias, realizamos o experimento, alcançando uma média de 34.24 Mpa. 
Concluindo que nossos cálculos, método de execução e testes foram feitos 
corretamente, sem apresentar erros fatais a vida útil do concreto, sendo de suma importância 
para a segurança aos que utilizariam supostamente a edificação que poderia ser construída 
com este concreto. 
 7. Bibliografia 
http://www.clubedoconcreto.com.br/2015/10/metodo-de-dosagem-da-abcp.html 
https://www.ufrgs.br/eso/content/?tag=corpo-de-prova 
http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/slump.html 
http://www.clubedoconcreto.com.br/2015/10/metodo-de-dosagem-da-abcp.html
https://www.ufrgs.br/eso/content/?tag=corpo-de-prova
http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/slump.html

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