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METODOLOGIA DA PESQUISA - BLOCO IV

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METODOLOGIA 
DO ESTUDO E DA PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE 
COORDENAÇÃO GERAL DE GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA DO ESTUDO E DA PESQUISA 
CRISTIANNE LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 – PESQUISA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO I ....................... 5 
1.1 Pesquisa .......................................................................................................................................... 6 
1.2 Classificação das pesquisas ......................................................................................................... 7 
1.2.1 A classificação quanto aos objetivos ....................................................................................... 9 
1.2.2 A classificação quanto aos procedimentos técnicos: ......................................................... 10 
1.2.3 A classificação quanto à forma de abordagem do problema de pesquisa ..................... 17 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLOCO 4 
PESQUISA E SUA CONTRIBUIÇÃO 
NA PRODUÇÃO DO 
CONHECIMENTO I 
 
 
 
5 
Capítulo 1 – PESQUISA E SUA CONTRIBUIÇÃO NA PRODUÇÃO DO 
CONHECIMENTO I 
 
Mais uma etapa vencida ao finalizarmos o Bloco III! Seguiremos em frente na produção do 
conhecimento e, neste Bloco IV, iremos discutir sobre Pesquisa, essa forma fascinante de 
aprender. A curiosidade é um requisito fundamental para realizarmos, qualquer um de 
nós, uma pesquisa. Abordaremos o conceito de pesquisa científica, bem como 
comentaremos algumas de suas características – para melhor adentrarmos no mundo da 
iniciação cientifica na graduação – e que nos servirão para toda a vida acadêmica. 
Iniciaremos com um olhar poético sobre a Pesquisa. E convidamos você para realizar tal 
leitura. 
Um Certo Olhar Sobre a Pesquisa 
Gerard-B. Martin Au fil dês événements, 6/12/1994. 
(Jornal da Universidade Laval – Canadá) 
 
Que alegria, diz a Eternidade 
Ver o filho de minha esperança 
Apaixonar-se pela pesquisa, 
Pois em sua mente 
Coloquei inúmeros de meus sonhos 
E gostaria tanto que se tornassem 
realidade. 
A pesquisa, 
Começou a explicar a Eternidade, 
É, antes de qualquer coisa, o gesto do 
jovem camponês 
Que se vai 
Revolvendo a pedra dos campos 
Descobrindo lesmas e gafanhotos, 
Ou milhares de formigas atarefadas. 
A pesquisa 
É a caminhada pelos bosques e pântanos 
Para tentar explicar, 
Vendo folhas e flores 
Por que a vida apresenta tantos rostos. 
 
A pesquisa 
É a fusão, em um só crisol, 
De observações, teorias e hipóteses 
Para ver se cristalizar 
Algumas parcelas de verdade. 
A pesquisa 
 
É, ao mesmo tempo, trabalho e reflexão 
Para que os homens 
Achem todos um pouco de pão 
E mais liberdade. 
Também é o olhar para o passado 
Para encontrar nos antigos 
Alguns grãos de sabedoria 
Capazes de germinar no coração dos 
homens de amanhã. 
A pesquisa 
É tatear em um labirinto, 
E aquele que não conheceu a 
embriaguez de procurar um rumo 
Não sabe reconhecer o verdadeiro 
caminho. 
A pesquisa 
É a surpresa a cada descoberta, 
De se ver recuar as fronteiras do 
desconhecido, 
Como se a natureza, cheia de mistérios, 
Procurasse fugir de seu descobridor. 
A pesquisa, 
Diz finalmente a Eternidade, 
É o trabalho do jardineiro 
Que quer se tornar, 
No jardim de minha criação, 
O parceiro de minhas esperanças.
 
 
 
6 
Fonte: 
http://www.aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php?file=%2F177332%2Fmod_resource%2Fcontent%2F1%2F14.%20U
m%20Certo%20Olhar%20Sobre%20a%20Pesquisa%20%28poesia%29.pdf 
 
 
1.1 Pesquisa 
 
Então o que fica para nós pensando em pesquisa? A pesquisa é a surpresa a cada 
descoberta. Defende Demo (1985) que a atividade básica da ciência é a pesquisa. 
Sendo pela pesquisa que descobrimos a realidade, um fenômeno de aproximações 
sucessivas e nunca esgotado. Ou seja, a pesquisa é solicitada quando não se tem 
informação suficiente para responder a tal problema, assim então, a pesquisa é um 
procedimento racional e sistemático com objetivo de elucidar a resposta do problema 
em questão. Ela é desenvolvida a partir do conhecimento disponível e da utilização de 
métodos e técnicas e outros procedimentos científicos, envolvendo assim diversas fases, 
desde a formulação do problema aos resultados finais. A teórica Minayo (2003, p. 26) diz 
que: 
 
Diferentemente da arte e da poesia que se concebem na inspiração, a pesquisa é 
um labor artesanal, que se não prescinde da criatividade, se realiza 
fundamentalmente por uma linguagem fundada em conceitos, proposições, 
métodos e técnicas, linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e 
particular. A esse ritmo denominamos ciclo de pesquisa, ou seja, um processo de 
trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina 
com um produto provisório capaz de dar origem a novas investigações. 
 
E para que esse espiral funcione, é preciso expertise do pesquisador. De acordo com Gil 
 
MARTIN, G. B.: LAVILLE, Chistian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia 
da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed/Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1999. p. 
278-9. 
 
Como os acontecimentos se desdobraram esse é o texto de Gerard B. Martin em que ele explica, 
em forma de poema, o desenvolvimento histórico e o domínio do saber pelo homem. 
 
 
 
 
7 
(2002), são necessárias algumas qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, para 
que a pesquisa tenha sucesso, tais como: conhecimento do assunto a ser pesquisado; 
curiosidade; criatividade; integridade intelectual; atitude autocorretiva; sensibilidade 
social, imaginação disciplinada; perseverança e paciência. 
 
Abaixo, Serra e Almeida (2010) apresentam um quadro que sintetiza bem o conceito de 
pesquisa. 
 
Quadro 1 – Conceitos de Pesquisa 
 
OLIVEIRA, Luiz de (1997) “a pesquisa tem por objetivo estabelecer uma série de 
compreensões no sentido de descobrir respostas para as 
indagações e questões que existem em todos os ramos do 
conhecimento humano, envolvendo o mundo social, vegetal, 
animal, mineral, além do espaço e do mundo Marinho”. 
RUDIO, Franz Victor 
(1999) 
“Pesquisa, no sentido mais amplo, é um conjunto de atividades 
orientadas para a busca de um determinado conhecimento 
[...]”. 
EGG, Ander (1978) “A pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, 
controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou 
dados, relações ou leis, em qualquer campo do 
conhecimento”. 
GIL, Antônio Carlos 
(1987) 
“Pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem 
por objetivo proporcionar respostas aos problemas que são 
propostos”. 
 
Fonte: SERRA, M. L. A. de A.; ALMEIDA, D. T. R. de. Disciplina de metodologia cientifica. Campo Grande: 
UCDB, 2010. 
 
1.2 Classificação das pesquisas 
 
 Sempre trabalho com o livro “Como elaborar o projeto de pesquisa” e tenho certeza de 
que você poderá aproveitar todo o material disponível, no que diz respeito à elaboração 
do projeto de pesquisa. Antônio Carlos Gil aborda como encaminhar uma pesquisa e suas 
especificidades, com uma linguagem bem acessível para que você consiga 
compreender e assim dar andamento nos seus estudos. 
 
 
 
 
8 
Você pode acessar uma versão online deste livro nos materiais complementares da sua 
sala de aula. 
 
Figura 1: livro de Antônio Carlos Gil 
 
Fonte: 
https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://colecoesnerds.weebly.com/uploads/2/1/5/7/215796/5178381.jpg&imgrefurl=http://blogfull123.blogspot.com/2011/07/download-gratis-livro-como-
elaborar.html&h=250&w=179&tbnid=TVnsm1xf1osqFM:&vet=1&tbnh=160&tbnw=114&docid=8PsdhsnJcS9UmM&itg=1&usg=__MnMsa52pY03YvKh0sOKTStksz-
s=&sa=X&ved=0ahUKEwi1i7-Did3QAhWKGpAKHRCKD48Q_B0IdzAK 
 
Geralmente, as pesquisas são classificadas quanto a seus objetivos, e ainda com base nos 
procedimentos técnicos utilizados. Temos uma diversidade de teóricos que abordam esse 
tema; optamos em trabalhar nesse momento baseando-nos nos estudos de Gil (2002). 
 
O autor apresenta a classificação e suas características quanto aos objetivos em três 
grandes grupos: Pesquisa Exploratória; Pesquisa Descritiva e Pesquisa Explicativa, sendo 
essa classificação mais apropriada para aproximar o conceito do seu marco teórico. 
Quanto aos procedimentos técnicos, servem para analisar os fatos do ponto de vista 
empírico, para confrontar a visão teórica com os dados da realidade. Torna-se necessário 
o desenho de um modelo conceitual e operativo da pesquisa; muito se fala do 
delineamento da pesquisa, que se refere ao planejamento da pesquisa em sua dimensão 
mais ampla, em seus procedimentos técnicos. Podemos citar então, dentre outras: 
Pesquisa bibliográfica; Pesquisa documental; Pesquisa experimental; Pesquisa ex-pos 
 
 
 
9 
facto; Pesquisa de campo; Pesquisa ação; Pesquisa participante. Abaixo iremos descrever 
brevemente sobre os itens citados. 
 
1.2.1 A classificação quanto aos objetivos 
 
 Pesquisa exploratória: podemos dizer que esse tipo de pesquisa refere-se ao primeiro 
contato com o problema, a fim de torná-lo mais claro, para, posteriormente, ser feito o 
levantamento de hipóteses que possam explicá-lo. Para realizá-la, pode-se contar com 
levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que têm alguma relação com o 
problema pesquisado. O planejamento da pesquisa exploratória é bastante flexível; na 
maioria dos casos, assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso 
enquanto procedimento metodológico. 
 Pesquisa descritiva: esta pesquisa objetiva observar, registrar e descrever as 
características de determinada população ou fenômeno a ser estudado. Corresponde 
a um levantamento de dados sobre o fato. O pesquisador não interfere, apenas analisa 
o fenômeno e registra a sua frequência. A observação e a utilização de questionários 
são técnicas fundamentais nesse tipo de pesquisa. As pesquisas descritivas atendem 
aos objetivos de quem quer estudar as características de um grupo em suas minúcias 
(idade, sexo, procedências, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental, 
dentre tantos outros itens). Outra demanda desse tipo de pesquisa perpassa pelos 
estudos que se propõem a investigar o nível de atendimento dos órgãos públicos de 
uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o índice de 
criminalidade etc. , e ainda pesquisas que têm como objetivo levantar as opiniões, 
atitudes e crenças de uma população. 
 Pesquisa explicativa: consiste naquela que esclarece os fatores determinantes ou 
aqueles que contribuem para a ocorrência do fenômeno. Se refere ao “porquê”, aos 
motivos da existência do fenômeno. O pesquisador interpreta e tenta explicar, 
 
 
 
10 
embasado na literatura sobre o assunto, através de experimentos, comum nas ciências 
naturais, ou através de observações, comum nas ciências sociais. Neste tipo de 
pesquisa, o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos 
estudos explicativos. Isso não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e 
descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem etapa prévia 
indispensável para que se possa obter explicação científica. As pesquisas explicativas 
nas ciências naturais valem-se quase exclusivamente do método experimental. Nas 
ciências sociais, a aplicação deste método reveste-se de muitas dificuldades, razão 
pela qual se recorre também a outros métodos, sobretudo o observacional. Nem 
sempre se torna possível a realização de pesquisas rigidamente explicativas em ciências 
sociais, mas em algumas áreas, sobretudo na psicologia, as pesquisas revestem-se de 
elevado grau de controle, chegando mesmo a ser chamadas “quase 
experimentais”(GIL, 2002, p.43). 
 
1.2.2 A classificação quanto aos procedimentos técnicos: 
 
 Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído 
principalmente de livros, revistas, artigos científicos e internet. Embora em quase todos 
os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas 
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Os livros constituem as 
fontes bibliográficas por excelência. Em função de sua forma de utilização, podem ser 
classificados como de leitura corrente ou de referência. Os livros de leitura corrente 
abrangem as obras referentes aos diversos gêneros literários e também as obras de 
divulgação, isto é, as que objetivam proporcionar conhecimentos científicos ou 
técnicas. Os livros de referência, também denominados livros de consulta, são aqueles 
que têm por objetivo possibilitar a rápida obtenção das informações requeridas, ou 
então, a localização das obras que as contêm. A principal vantagem da pesquisa 
bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de 
 
 
 
11 
fenômenos muito mais amplo do que aquela que poderia pesquisar diretamente. 
 Pesquisa documental: esse tipo de pesquisa assemelha-se à pesquisa bibliográfica. A 
diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa 
bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre 
determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam 
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com 
os objetivos da pesquisa. Consiste no estudo a partir de fontes primárias, ou seja, 
materiais que ainda não receberam uma análise, como exemplos: fotografias, 
documentos, leis, gravações etc. O desenvolvimento da pesquisa documental segue os 
mesmos passos da pesquisa bibliográfica. Apenas cabe considerar que, enquanto na 
pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas, sobretudo, de material impresso 
localizado nas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais 
diversificadas e dispersas. Há, de um lado, os documentos “de primeira mão”, que não 
receberam nenhum tratamento analítico. Nesta categoria estão os documentos 
conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas, tais como 
associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos, correspondência pessoal, 
documentos cartoriais, registro de batismo, diário, fotografias, gravações, memorandos 
dentre outros. A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens: primeiro, há 
de se considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados; outra 
vantagem é o seu custo, exigindo assim apenas a disponibilidade de tempo do 
pesquisador, tornando-se o custo da pesquisa significativamente baixo, quando 
comparado com outras pesquisas; não exige contato com os sujeitos da pesquisa. A 
crítica maior desse tipo de pesquisa refere-se à não representatividade e à 
subjetividade dos documentos. 
 Pesquisa experimental: após a determinação do objeto de estudo, são definidos fatores 
que poderão influenciá-lo e, de maneira controlada, são observados os efeitos dessa 
influência. Exemplo: estudo da influência da temperatura e quantidade de CO2 (gás 
carbônico) sobre plantas. O experimento representa o melhor exemplo de pesquisa 
 
 
 
12 
científica. Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de 
líquidos, bactérias ou ratos, não se identificam grandes limitações quanto à 
possibilidade de experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com 
objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as limitações tornam-se 
bastante evidentes.Questões éticas e humanas impedem que a experimentação se 
faça eficientemente nas ciências humanas, razão pela qual os procedimentos 
experimentais se mostram adequados apenas a um reduzido número de situações. Gil 
(2002, p. 48) apresenta que a pesquisa experimental, ao contrário do que faz supor a 
ideia popular, não precisa necessariamente ser realizada em laboratório. Pode ser 
desenvolvida em qualquer lugar, desde que apresente as seguintes propriedades: 
a)manipulação: o pesquisador precisa fazer alguma coisa para manipular pelo 
menos uma das características dos elementos estudados; b) controle: o pesquisador 
precisa introduzir um ou mais controles na situação experimental, sobretudo criando 
um grupo de controle; c) distribuição aleatória: a designação dos elementos para 
participar dos grupos experimentais e de controle deve ser feita aleatoriamente. 
 
E, ainda, as pesquisas experimentais constituem o mais valioso procedimento disponível 
aos cientistas para testar hipóteses que estabelecem relações de causa e efeito entre 
as variáveis. Por conta do controle, os experimentos oferecem garantia muito maior do 
que qualquer outro delineamento. 
 Pesquisa ex-pos facto: é realizada quando o estudo ocorre depois do fato. Por 
exemplo, o estudo sobre a Proclamação da República. Levantamento: consiste em 
questionar as pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. A tradução literal de 
ex-post-facto é “a partir do fato passado”. O propósito básico desta pesquisa é o 
mesmo da pesquisa experimental: verificar a existência de relações entre as variáveis. 
Da mesma forma, seu planejamento é muito similar. A diferença mais importante entre 
essas pesquisas é que na ex-post-facto o pesquisador não dispõe de controle sobre a 
variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já 
ocorreu. É uma pesquisa muito utilizada nas ciências da saúde, denominada de 
pesquisa caso-controle, que é baseada na comparação entre duas amostras: a 
 
 
 
13 
primeira é composta por pessoas que apresentam determinada característica – caso –, 
e a segunda é selecionada de forma tal que seja semelhante à primeira em relação a 
todas as características, exceto a que constitui o objeto da pesquisa. Como exemplo 
Gil (2002, p.49) apresenta: 
 
Numa pesquisa para verificar a associação entre toxoplasmose e debilidade mental, 
determinado números de crianças com diagnóstico de debilidade mental é 
submetido a teste sorológico com o intuito de inferir se tiveram ou não infecção 
prévia pelo Toxoplasma Gondii. O mesmo exame é realizado em igual número de 
crianças sem debilidade mental, do mesmo sexo e idade, que funcionam como 
controle. 
 
 Pesquisa de campo: ou estudo de campo, é aquela em que os dados são obtidos in 
loco, ou seja, onde o fenômeno surgiu. Caracteriza-se pela interrogação direta das 
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. O estudo de campo procura o 
aprofundamento das questões propostas, e o seu planejamento apresenta uma maior 
flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo 
da pesquisa. Estuda-se um único grupo ou comunidade, em termos de sua estrutura 
social, ressaltando a interação entre seus componentes. Desta forma, a pesquisa tende 
a utilizar muito mais técnicas de observação do que de interrogação. Constitui o 
modelo clássico de investigação no campo da Antropologia, onde se originou. E na 
atualidade, dá-se também em outras áreas, como a Sociologia, a Educação, a Saúde 
Pública e a Administração. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da 
observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes 
para captar suas informações e interpretações do que ocorre no grupo, sendo também 
utilizado conjuntamente por análise de documentos, filmagens e fotografias. O 
pesquisador realiza maior parte do trabalho pessoalmente, pois se enfatiza a sua 
participação direta com a situação de estudo. 
 Estudo de caso: estudo detalhado de um ou poucos objetos, de modo a oferecer um 
amplo conhecimento sobre o tema estudado. É uma modalidade de pesquisa 
amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. O estudo de caso, segundo 
 
 
 
14 
Bogdan; Bilklen (1994) envolve a observação detalhada de um contexto, ou de um 
indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico. As 
características associadas ao estudo de caso “naturalístico” são, segundo Lüdke; André 
(1986): 
1. Visar à descoberta: mesmo que o investigador parta de alguns pressupostos teóricos 
iniciais, ele procurará manter-se constantemente atento a novos elementos que 
podem emergir como importantes durante o estudo. O quadro teórico inicial servirá, 
assim, de esqueleto, de estrutura básica a partir da qual novos aspectos poderão 
ser detectados, novos elementos ou dimensões poderão ser acrescentados, na 
medida em que o estudo avança. Essa característica se fundamenta no 
pressuposto de que o conhecimento não é algo acabado, mas uma construção 
que se faz e refaz constantemente. Assim sendo, o pesquisador estará sempre 
buscando novas respostas e novas indagações no desenvolvimento do seu 
trabalho. 
2. Enfatizar a “interpretação em contexto”: um princípio básico desse tipo de estudo é 
que, para uma apreensão mais completa do objeto, é preciso levar em conta o 
contexto em que ele se situa. Assim, para compreender melhor a manifestação 
geral de um problema, as ações, as percepções, os comportamentos e as 
interações das pessoas devem ser relacionadas à situação específica de onde 
ocorrem ou à problemática determinada a que estão ligadas. 
3. Retratar a realidade de forma completa e profunda: o pesquisador procura revelar a 
multiplicidade de dimensões presentes numa determinada situação ou problema, 
focalizando-o como um todo. Esse tipo de abordagem enfatiza a complexidade 
natural das situações, evidenciando a inter-relação dos seus componentes. 
4. Usar uma variedade de fontes de informação: ao desenvolver o estudo de caso, o 
pesquisador recorre a uma variedade de dados, coletados em diferentes 
momentos, em situações variadas e com uma variedade de tipos de informantes. 
 
 
 
15 
Com essa variedade de informações, oriunda de fontes variadas, ele poderá cruzar 
informações, confirmar ou rejeitar hipóteses, descobrir novos dados, afastar 
suposições ou levantar hipóteses alternativas. 
5. Revelar experiência vicária e permitir generalizações naturalísticas: o pesquisador 
procura relatar as suas experiências durante o estudo, de modo que o leitor ou 
usuário possa fazer as suas “generalizações naturalísticas”. A generalização 
naturalística (STAKE, 1983) ocorre em função do conhecimento experiencial do 
sujeito, no momento em que este tenta associar dados encontrados no estudo com 
dados que são frutos das suas experiências pessoais. 
6. Representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista presentes numa 
situação social: quando o objeto ou situação estudado podem suscitar opiniões 
divergentes, o pesquisador vai procurar trazer para o estudo essa divergência de 
opinião, revelando ainda o seu próprio ponto de vista sobre a questão. Desse 
modo, é deixado aos usuários do estudo tirar conclusões sobre esses aspectos 
contraditórios. 
7. Utilizar nos relatos uma linguagem e uma forma mais acessível do que os outros 
relatórios de pesquisa: os dados do estudo de caso podem ser apresentados numa 
variedade de formas, tais como dramatizações, desenhos, fotografias, colagens, 
slides, discussões, mesas-redondas etc. Os relatos escritos apresentam, geralmente, 
um estilo informal, narrativo, ilustrado por figuras de linguagem, citações, exemplos e 
descrições. A preocupação aqui é com uma transmissão direta, clara e bem 
articulada do caso e num estilo que se aproxime da experiência pessoal do leitor. 
Pode-se dizer que o caso é construído durante o processo de estudo;ele só se 
materializa enquanto caso, no relatório final, onde fica evidente se ele se constitui 
realmente num estudo de caso. 
 
Em vista dessas várias características, pode-se indagar: em que o estudo de caso se 
distingue de outros tipos de pesquisa? A preocupação central ao desenvolver esse tipo de 
 
 
 
16 
pesquisa é a compreensão de uma instância singular. Isso significa que o objeto estudado 
é tratado como único, uma representação singular da realidade, que é multidimensional 
e historicamente situada. Desse modo, a questão sobre o caso ser ou não “típico”, isto é, 
empiricamente representativo de uma população determinada, torna-se inadequada, já 
que cada caso é tratado como tendo um valor intrínseco. (LOPES, 2004). 
 
 Pesquisa ação: a partir da identificação de um problema e do seu estudo, esse tipo 
de pesquisa produz uma solução para o mesmo. Segundo Thiollent (1985, p. 14), trata-
se de 
[...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita 
associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual 
os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão 
envolvidos de modo cooperativo ou participativo. 
 
Em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das 
pessoas ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tende a ser vista em 
certos meios como desprovida da objetividade que deve caracterizar os 
procedimentos científicos. 
 
 Pesquisa participante: os pesquisadores interagem com os indivíduos ligados ao objeto 
de estudo. Por exemplo, em determinada comunidade, é detectado um problema, a 
população daquela área é chamada para participar da pesquisa com o intuito de, 
juntamente com os pesquisadores, encontrarem a solução. A pesquisa mostra-se 
bastante comprometida com a minimização da relação entre dirigentes e dirigidos e, 
por essa razão, tem-se voltado para a investigação junto a grupos desfavorecidos, 
como os operários, camponeses, índios, dentre outros. 
 
 
 
 
17 
1.2.3 A classificação quanto à forma de abordagem do problema de pesquisa 
 
Após a caracterização de alguns tipos de pesquisa, vale ressaltar que no estudo de um 
problema, o pesquisador poderá recorrer a mais de um dos tipos de pesquisa. Na 
educação, é muito comum a realização da pesquisa qualitativa, que busca identificar os 
fenômenos atribuindo-lhes significado; o que não quer dizer que não se faça uma 
abordagem quantitativa. É importante que o pesquisador tenha claros seus objetivos, 
para lançar mão da abordagem que melhor se enquadre para resolução de seu 
problema. 
 
 Pesquisa quantitativa: a abordagem quantitativa apresenta a preocupação em 
explicar os fatos através de análises estatísticas, nas quais as opiniões, 
comportamentos e informações são convertidos em números. 
 Pesquisa qualitativa: neste tipo de pesquisa, as informações obtidas são interpretadas 
ou explicadas pelo pesquisador. A análise do fenômeno é feita de forma complexa, 
observando diversos fatores. É preciso ter ciência que dados estatísticos e 
porcentagens poderão ser utilizados na pesquisa qualitativa como forma de ratificar 
algum resultado. 
 
No livro “Pesquisa Social: teoria, método e criatividade”, é discutida com muita 
propriedade e clareza a abordagem da pesquisa qualitativa e a quantitativa. Deixamos 
como dica a sua leitura, para que você possa esclarecer algumas dúvidas. Visualize 
abaixo o livro. 
 
 
 
 
18 
Figura 2: Livro de Maria Cecília de Souza Minayo 
 
Fonte: 
https://www.google.com.br/search?q=pesquisa+social+livro&espv=2&biw=1093&bih=479&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjE5NSymN3QAhXKC
pAKHQnYBUkQ_AUIBygC&dpr=1.25#imgrc=N-3oBDHIM1nceM%3A 
 
Günther (2006), em seu artigo sobre “Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: 
esta é a questão?”, defende que a escolha de um determinado método depende da 
pergunta a ser investigada na pesquisa e que, de acordo com a estrutura da pesquisa, 
por vezes é considerado mais de um método. Deixa claro, ainda, que outra consideração, 
obviamente, é a da competência específica do pesquisador. Você pode acessar esse 
artigo, na íntegra, na sua sala de aula virtual. 
 
 
 
 
[...] a questão não é colocar a pesquisa qualitativa versus a pesquisa quantitativa, não é 
decidir-se pela pesquisa qualitativa ou pela pesquisa quantitativa. A questão tem implicações 
de natureza prática, empírica e técnica. Considerando os recursos materiais, temporais e 
pessoais disponíveis para lidar com uma determinada pergunta científica, coloca-se para o 
pesquisador e para a sua equipe a tarefa de encontrar e usar a abordagem teórico-
metodológica que permita, num mínimo de tempo, chegar a um resultado que melhor 
contribua para a compreensão do fenômeno e para o avanço do bem-estar social. 
(GÜNTHER, 2006, p. 207) 
 
 
 
19 
Enfim, mais um bloco finalizado! Trabalhamos os conceitos de pesquisa, sua classificação 
e os tipos de pesquisa neste bloco IV. De posse destes conhecimentos, estaremos aptos 
para cursar o próximo bloco, dando continuidade à elaboração de um projeto de 
pesquisa, ou seja, o passo a passo para essa elaboração. Até lá. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
 
BOGDAN, R.; BILKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994. 
 
GÜNTHER, H. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão? 
Universidade de Brasília. Psicologia: Teoria e Pesquisa Mai-Ago 2006, Vol. 22 n. 2, pp. 201-
210 
 
LOPES, Cristianne. Representações de professores de ciências sobre formação 
continuada: o caso do encontro pedagógico mensal da Prefeitura da Cidade do Recife. 
Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências). Departamento de Educação. 
Universidade Federal Rural de Pernambuco. UFRPE, Recife, 2004. 
 
LUCK, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: 
EPU, 1986. 
 
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1985.

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