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TGE - aula 1 Teoria do Estado - noção, objeto e método Sociedade e Estado

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TEORIA GERAL DO ESTADO Prof.ª Caroline Garcia Ermano 
AULA 1 
BIBLIOGRAFIA
 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 33. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2016. 
AVALIAÇÕES
� Thomas Hobbes (trechos selecionados) e John Locke (caps. 1, 2, 3; 5; 7, 8, 9, 10, 
11, 12, 13; 19); Rousseau – Do Contrato Social (trechos selecionados); 
Montesquieu – Do Espírito das Leis (trechos selecionados): fichamentos a serem 
entregues em 27/10, valendo 1,0 cada.
� PROVA 1: 27/10 - Prova liberada pelo Zoom, às 14h, com consulta, para ser 
entregue até às 18h por e-mail (carolermano@hotmail.com), valendo 6,0 pontos. 
� PROVA 2: 01/12 - Prova liberada pelo Zoom, às 14h, com consulta, para ser 
entregue até às 18h por e-mail (carolermano@hotmail.com), valendo 10,0. 
TEORIA GERAL DO ESTADO 
• Objeto: conhecer o estado, sua organização e seu funcionamento. 
• “Quanto ao objeto da Teoria Geral do Estado pode-se dizer, de maneira ampla, 
que é o estudo do Estado sob todos os aspectos, incluindo a origem, a organização, 
o funcionamento e as finalidades, compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se 
considere existindo no Estado e influindo sobre ele.” (Dalmo de Abreu Dallari)
TEORIA GERAL DO ESTADO 
• Deve-se considerar o Estado como um todo dinâmico (culturalismo realista de Miguel 
Reale – compreender o Estado na totalidade de seus aspectos e considerando 
indissociáveis as três ordens de apreciação: a filosófica, a sociológica e a jurídica). 
• Alexandre Groppali (autor italiano) indica o objeto da Doutrina do Estado através 
de uma tríplice perspectiva, que, segundo ele, compreende três doutrinas que se 
integram compondo a Doutrina do Estado: 
1) Doutrina sociológica: estuda a gênese do Estado e sua evolução; 
2) Doutrina jurídica: se ocupa da organização e personificação do Estado; 
3) Doutrina justificativa: cuida dos fundamentos e dos fins do Estado. 
• Assim, a TGE sempre considera o Estado na totalidade de seus aspectos, 
estudando-o como um conjunto de fatos integrados. 
TEORIA GERAL DO ESTADO 
• Dalmo Dallari: 
� É necessário o conhecimento das instituições, não há como viver numa sociedade sem 
a consciência de como ela está organizada; 
� É necessário saber de que forma e através de que métodos os problemas sociais 
deverão ser conhecidos e as soluções elaboradas, para que não haja uma adoção 
de fórmulas importadas ou aplicação simplista de ideias consagradas sem a 
necessária adequação às exigências e possibilidades da realidade social; 
� O estudo da TGE não se enquadra no âmbito das matérias estritamente jurídicas, 
pois trata de muitos aspectos que irão influir na própria elaboração do direito. 
• A Teoria Geral do Estado cuida do Estado em sua totalidade, não apenas em 
seus aspectos jurídicos. 
TEORIA GERAL DO ESTADO 
• Conceito: “Fixando-se, em largos traços, a noção de Teoria Geral do Estado, 
pode-se dizer que ela é uma disciplina de síntese, que sistematiza conhecimentos 
jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, antropológicos, econômicos, 
psicológicos, valendo-se de tais conhecimentos para buscar o aperfeiçoamento do 
Estado, concebendo-o, ao mesmo tempo, como um fato social e uma ordem, que 
procura atingir seus fins com eficácia e justiça”. (Dalmo Dallari)
• Foi a partir de Georg Jellinek que se deu a criação de uma Teoria Geral do Estado 
como disciplina autônoma, tendo por objeto o conhecimento do Estado (1900). 
• Não há como desenvolver qualquer estudo ou pesquisa de Ciência Política sem 
considerar o Estado – as disciplinas estão interligadas. 
TEORIA GERAL DO ESTADO 
• “O Estado é universalmente reconhecido como pessoa jurídica, que expressa sua 
vontade através de determinadas pessoas ou determinados órgãos. Nesse dado é 
que se apoiam todas as teorias que sustentam a limitação jurídica do poder do 
Estado, bem como o reconhecimento do Estado como sujeito de direitos e de 
obrigações jurídicas. O poder do Estado é, portanto, poder jurídico, sem perder o 
seu caráter político.” (Dalmo Dallari)
• O objeto da Teoria Geral do Estado é o estudo sistematizado do Estado sob todos 
os seus ângulos analíticos. 
A SOCIEDADE
 POR QUE O HOMEM VIVE EM 
SOCIEDADE?
• A vida em sociedade traz evidentes benefícios, porém, também, limitações que 
podem até mesmo afetar a liberdade humana. 
• Mas, apesar das limitações, o homem continua vivendo em sociedade. Qual 
seria a razão? Duas posições: 
1. Sociedade natural: sociedade como fruto da própria natureza humana; 
2. Sociedade como consequência de um ato de escolha. 
1ª POSIÇÃO: SOCIEDADE NATURAL 
– TEORIAS 
• É a que tem maior número de adeptos. 
• O homem possui, independentemente de outros fatores, uma necessidade 
instintiva e insuperável de associação, o que, em última análise, formou os 
primeiros agrupamentos sociais, e, posteriormente, as sociedades primitivas. 
• Aristóteles: o primeiro a afirmar clara e precisamente que o homem é um ser social 
(século IV a.C., Grécia); “o homem é naturalmente um animal político”. 
• Na célebre passagem de “Política”, encontramos a definição aristotélica do homem 
como “animal político” (zoon politikon) por natureza e da cidade (polis) como algo 
natural. O filósofo chama atenção para o fato de que o homem é o único animal 
dotado de senso de justiça e que vive em sociedade de acordo com as leis. 
• Segundo Aristóteles, somente um indivíduo com a natureza superior ao homem 
procuraria viver isolado dos outros sem que a isso fosse constrangido. 
1ª POSIÇÃO: SOCIEDADE NATURAL 
– TEORIAS 
• Posteriormente, por influência de Aristóteles: 
• Cícero: “a primeira causa da agregação de uns homens a outros é menos a sua 
debilidade do que um certo instinto de sociabilidade em todos inatos. A espécie humana 
não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, 
mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar apoio comum”. (século I a.C., 
Roma). 
• Ou seja, não seriam as necessidades materiais o motivo da vida em sociedade, 
mas sim uma disposição natural. 
• Santo Tomás de Aquino: “o homem é, por natureza, animal social e político, vivendo 
em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural 
necessidade.” 
• Reafirma a existência de fatores naturais que induzem o homem a procurar 
permanente associação com outros homens, como forma normal de vida. 
1ª POSIÇÃO: SOCIEDADE NATURAL 
– TEORIAS 
• Atualmente, há muitos autores que se filiam a esta posição (sociedade natural): 
• Ranelletti: argumenta que onde quer que se observe o homem, seja qual for a 
época, mesmo nas mais remotas, o homem sempre é encontrado em estado de 
convivência e combinação com os outros, por mais rude e selvagem que possa ser 
na sua origem. 
• Assim, para Ranelletti, o homem é induzido fundamentalmente por uma 
necessidade natural, porque o associar-se com os outros seres humanos é para 
ele condição essencial de vida. Somente com essa união o homem pode 
conseguir todos os recursos necessários para satisfazer suas necessidades.
1ª POSIÇÃO: SOCIEDADE NATURAL 
– TEORIAS 
• Em linhas gerais: 
� A sociedade é um fato natural, determinado pela necessidade que o homem tem 
da cooperação de seus semelhantes para a consecução dos fins de sua 
existência. 
� A necessidade não é apenas de ordem natural, pois, mesmo que provido de 
todos os bens suficientes o ser humano continua a necessitar do convívio; 
� Ainda, a existência desse impulso não elimina a vontade humana, ou seja, o 
homem a deseja e procura favorecê-la, o que não ocorre com os irracionais, que 
se agrupam por mero instinto e, por isso, de maneira sempre uniforme, não 
havendo aperfeiçoamento. 
• Dallari: A sociedade, nesta visão, é o produto da conjugação de um simples 
impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana. 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• A sociedade é, tão só, o produto de um acordo de vontades, ou seja, de um 
contrato hipotético celebrado entre os homens,razão pela qual esses autores são 
classificados como contratualistas. 
• Há várias teorias contratualistas. 
• Ponto comum entre elas: negativa do impulso associativo natural, de forma que só 
a vontade humana justifica a existência da sociedade. 
• Platão: “A República”. Na obra, o autor faz referência a uma organização social 
construída racionalmente, sem qualquer menção à existência de uma necessidade 
natural. Proposição de um modelo ideal. 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• Thomas Hobbes: “Leviatã” (1651). Para Hobbes, o homem vive inicialmente em 
estado de natureza – essa expressão significa não apenas os estágios mais 
primitivos da história, como também a situação de desordem que se verifica sempre 
que os homens não tem suas ações reprimidas, ou pela razão ou por instituições 
políticas eficientes. 
• Os homens no estado de natureza são egoístas, luxuriosos, agressivos, etc., o que os 
condena a uma vida solitária, pobre, repulsiva, animalesca e breve. Seria o que 
acarretaria a “guerra de todos contra todos”. 
• Assim, a celebração do contrato social é produto da razão humana. Apesar de 
sua natureza má, o homem é um ser racional e descobre princípios que deve 
seguir para superar o estado de natureza e estabelecer o estado social. 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• Com a consciência destas leis, os homens celebram o contrato, que é a mútua 
transferência de direitos. 
• É por força deste ato que se estabelece a vida em sociedade, cuja preservação, 
porém, depende de um poder visível, que mantenha os homens dentro dos 
limites consentidos e os obrigue, por temor ao castigo, a realizar seus 
compromissos e à observância das leis da natureza acima. Esse poder é o Estado, 
construído pelo homem natural para sua proteção e defesa. 
• Conceito de Estado para Hobbes: “uma pessoa de cujos atos se constitui em autora 
uma grande multidão, mediante pactos recíprocos de seus membros, com o fim de que 
essa pessoa possa empregar a força e os meios de todos, como julgar conveniente, para 
assegurar a paz e a defesa comuns.” 
• O titular dessa pessoa é o soberano, tendo poder soberano, e cada um dos que o 
rodeiam é seu súdito. 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• Reação às ideias absolutistas de Hobbes 🡪 vieram com Locke, no fim do século 
XVII (mas que mantém a ideia contratualista). Locke, não obstante ser um 
contratualista, tem como traço marcante a influência religiosa. Assim, a doutrina 
também o aproxima de Aristóteles e Santo Tomás de Aquino. 
• Montesquieu: “Do Espírito das Leis”. Também se refere ao homem em estado 
natural, anterior ao estabelecimento das sociedades, mas não em ambiente de 
guerra constante, e sim de temor constante. 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• Para Montesquieu, existem leis naturais que levam o homem a escolher a vida em 
sociedade: 
a) O desejo de paz; 
b) O sentimento de necessidades, principalmente a procura por alimentos; 
c) A atração natural entre sexos opostos, pelo encanto e pela necessidade 
recíproca; 
d) O desejo de viver em sociedade, resultante da consciência que os homens têm de 
sua condição e de seu estado. 
• Em razão destas leis, os homens se unem em sociedade, o que faz os sentirem fortes, 
e assim a guerra começa (entre os próprios homens, entre sociedades). 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• Rousseau: “O Contrato Social” (1762). Exerceu influência direta e imediata sobre a 
Revolução Francesa. Ainda hoje é visível a presença das ideias de Rousseau na 
afirmação do povo como soberano, no reconhecimento da igualdade como um dos 
objetivos fundamentais da sociedade, bem como na consciência de que existem 
interesses coletivos distintos dos interesses de cada membro da coletividade. 
• Mais uma vez, afirma que é a vontade, e não a natureza humana, o fundamento 
da sociedade. O homem é naturalmente livre, e a sociedade visa proteger, e não 
aniquilar, essa liberdade. 
• Rousseau afirma a existência de um estado de natureza, precedente ao estado 
social, no qual o homem, essencialmente bom, só se preocupa com sua própria 
conservação. 
2ª POSIÇÃO: SOCIEDADE COMO 
ATO DE ESCOLHA – TEORIAS 
• O contrato social soluciona o seguinte problema: encontrar uma forma de 
associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado, de 
qualquer força comum; e pela qual cada um, unindo-se a todos, não obedeça a si 
mesmo, ficando, assim, tão livre como antes. 
• O soberano é o conjunto das pessoas associadas, mesmo depois de criado o 
Estado, sendo a soberania inalienável e indivisível. 
• Essa associação de indivíduos passa a atuar soberanamente, sempre no interesse do 
todo que engloba o interesse de cada componente, tem uma vontade própria, que é 
a vontade geral. 
Origem das 
Sociedades e dos 
Agrupamentos 
Sociais 
Tese Central: a associação 
humana (sociedade) é uma 
necessidade natural; é uma 
condição essencial de vida. 
Autores: Aristóteles, 
Cícero, São Tomás 
de Aquino e 
Ranelleti
Teoria do Impulso 
Associativo Natural 
(corrente dominante) 
Teoria 
Contratualista 
(teoria negativista 
do impulso 
associativo natural)
Autores: Platão, 
Thomas Moore, 
Tommaso, 
Campanella, Thomas 
Hobbes e Rosseau 
Tese Central: a sociedade é tão 
somente um produto de um 
acordo de vontades (contrato 
hipotético celebrado entre os 
homens)
SOCIEDADE – ELEMENTOS 
CARACTERÍSTICOS
• Quais são os elementos necessários para que um agrupamento humano possa 
ser reconhecido como uma sociedade? 
• De acordo com Dalmo de Abreu Dallari, a sociedade possui três elementos 
característicos, que são encontradas em todas as sociedades, independente da sua 
complexidade e particularidades: 
a) Finalidade ou valor social; 
b) Manifestações de conjunto ordenadas; 
c) Poder social. 
FINALIDADE SOCIAL 
• Quando falamos em algo ou alguém com uma finalidade social, essa afirmação 
pressupõe um ato de escolha, um objetivo conscientemente estabelecido. 
• É possível dizer que a sociedade humana tem uma finalidade social? 
• Há duas correntes: 
1) Deterministas: negam a possibilidade de escolha. Não há um objetivo a se 
atingir, havendo, pelo contrário, uma sucessão natural de fatos, que o homem não 
pode interromper. 
2) Finalistas: defendem que é possível a fixação da finalidade social, por meio de 
um ato de vontade. Ou seja, há uma finalidade social, livremente escolhida pelo 
homem. Não obstante haver um impulso associativo natural na origem da 
sociedade humana, há também a participação da inteligência e da vontade 
humanas. O homem tem consciência de que deve viver em sociedade e busca 
fixar, como objetivo da vida social, uma finalidade condizente com suas 
necessidades fundamentais e com aquilo que lhe parece ser mais valioso. 
FINALIDADE SOCIAL 
• Problema: como estabelecer uma finalidade que atenda aos desejos de toda a 
sociedade? 
• A finalidade social é o bem comum, ou seja, deve ser considerada por todos como 
tal. 
• Qual seria o conceito de bem comum que atenderia a todos? 
• Relaciona-se com as condições para a garantia de possibilidades que favoreçam 
o desenvolvimento da personalidade humana. 
• Ao se afirmar que a sociedade humana tem por finalidade o bem comum, isso quer 
dizer que se busca a criação de condições que permitam a cada homem e a cada 
grupo social a consecução de seus respectivos fins particulares. 
• Ainda de acordo com o autor, quando uma sociedade está organizada de tal modo 
que só promove o bem de uma parte de seus integrantes, é sinal de que ela está mal 
organizada e afastada dos objetivos que justificam sua existência. 
ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA
• “O simples agrupamento de pessoas, com uma finalidade comum a ser atingida, não 
seria suficiente para assegurar a consecução do objetivo almejado, sendo 
indispensável que os componentes da sociedade passem a se manifestar em 
conjunto, sempre visando àquele fim.” (Dalmo Dallari)
• É preciso que a açãoconjunta seja ordenada – portanto, a segunda nota 
característica: manifestações de conjunto ordenadas. 
• Devem atender a 3 requisitos: reiteração, ordem e adequação. 
ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA
• Reiteração:
• A finalidade, na sociedade humana, sendo o bem comum, é um objetivo permanente. Assim, é 
indispensável que seus membros ajam em conjunto reiteradamente, para a consecução dos objetivos. 
• Ordem:
• Conjunto de leis harmônico; Leis que regem a vida social, normas de comportamento social; 
• Moral e direito – comportamentos desejados/tolerados e não tolerados 🡪 desagrado x 
consequências mais graves (punição). 
• Leon Petrasisky: As normas morais são imperativas, enquanto as normas de direito são 
imperativo-atributivas, pois ambas impõem comportamentos, mas só as normas jurídicas 
atribuem ao prejudicado ou a terceiro a faculdade de exigir o seu cumprimento ou a punição do 
ofensor. 
• “as manifestações de conjunto se produzem numa ordem, para que a sociedade possa atuar 
em função do bem comum. Essa ordem, regida por leis sujeitas ao princípio da imputação, não 
exclui a vontade e a liberdade dos indivíduos, uma vez que todos os membros da sociedade 
participam da escolha das normas de comportamento social, restando ainda a possibilidade de 
optar entre o cumprimento de uma norma ou o recebimento da punição que for prevista para a 
desobediência.” (Dalmo Dallari)
ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA
• Adequação:
• “Cada indivíduo, cada grupo humano e a própria sociedade no seu todo devem 
sempre ter em conta as exigências e as possibilidades da realidade social, para que 
as ações não se desenvolvam em sentido diferente daquele que conduz efetivamente 
ao bem comum, ou para que a consecução deste não seja prejudicada pela 
utilização deficiente ou errônea dos recursos sociais disponíveis.” (Dalmo Dallari)
• Necessária a livre manifestação dos membros da sociedade. 
• Crescimento x desenvolvimento. 
PODER SOCIAL
• Características do poder: 
• Socialidade – o poder é um fenômeno social, jamais podendo ser explicado pela simples 
consideração de fatores individuais; 
• Bilateralidade – o poder é sempre a correlação de duas ou mais vontades, havendo uma 
que predomina. 
• Desnecessidade e ilegitimidade do poder social 🡪 anarquistas (diversidade entre os 
autores). 
• Argumento constante: o poder sempre existiu, não havendo qualquer documento mesmo 
relativo aos períodos pré-históricos, indicando a possibilidade de ter existido, em alguma 
época, a sociedade humana desprovida de poder. 
• “A observação do comportamento humano, em todas as épocas e lugares, demonstra 
que mesmo nas sociedades mais prósperas e bem ordenadas ocorrem conflitos entre 
indivíduos ou grupos sociais, tornando necessária a intervenção de uma vontade 
preponderante, para preservar a unidade ordenada em função dos fins sociais.” (Dalmo 
Dallari)
PODER SOCIAL
• Poder e direito como fenômenos concomitantes – coincidência entre os objetivos 
de ambos; 
• Legitimidade x legalidade do poder; 
• “Poder legítimo é poder consentido” – Georges Burdeau. 
• “o poder, reconhecido como necessário, quer também o reconhecimento de sua 
legitimidade, o que se obtém mediante o consentimento dos que a ele se 
submetem;” (Dalmo Dallari)
SÍNTESE
• Os agrupamentos humanos caracterizam-se como sociedades quanto têm um fim 
próprio e, para sua consecução, promovem manifestações de conjunto ordenadas 
e se submetem a um poder, e, no tocante à sociedade humana, verificamos que o 
fim a atingir é o bem comum. 
SOCIEDADES POLÍTICAS
• Os homens que buscam os mesmos fins tendem a agrupar-se para consegui-los mais 
facilmente. 
• Espécies de sociedades:
a) Sociedades de fins particulares: têm sua finalidade definida, escolhida 
voluntariamente por seus membros. As atividades visam ao objetivo que 
inspirou a sua criação;
b) Sociedades de fins gerais: têm objetivo indefinido e genérico, de criar as 
condições necessárias para que os indivíduos e as demais sociedades que 
nela se integram atingir seus fins particulares. A participação não depende de 
um ato de vontade, em regra. São as sociedades políticas. 
SOCIEDADES POLÍTICAS
• Dalmo Dallari: são sociedades políticas aquelas que, visando a criar condições 
para a consecução dos fins particulares de seus membros, ocupam-se da 
totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um fim comum. 
• Exemplo de sociedade política: família, tribos, clãs, Estado. 
• Primeira noção de Estado: uma sociedade política.

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