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Apostila de Direito das Sucessões

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jusbrasil.com.br
28 de Abril de 2020
Apostila de Direito das Sucessões
APOSTILA DE DIREITO CIVIL: SUCESSÕES
Prof. Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas[1]
Belo Horizonte - 2019
1. INTRODUÇÃO
a) Noções conceituais
O termo sucessão provém do latim, sucedere, ou seja, transmissão -
"uns depois dos outros" (sub + cedere). Sucessão é o ato pelo qual uma
pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de
determinados bens, direitos e obrigações.
O vocábulo sucessão apresenta um sentido amplo, aplicando-se a todos
os modos derivados de aquisição de domínio operados pela
transmissão, de forma que alguém sucede a outrem, investindo-se, no
todo ou em parte, nos direitos que lhe pertenciam.
Pode ocorrer uma sucessão em sentido amplo - inter vivos, pelo qual o
comprador sucede ao vendedor, o donatário ao doador, tomando-se
uns o lugar dos outros em relação ao bem vendido ou doado, bem
como, em sentido estrito, a qual designa a transferência, total ou
parcial, de herança, por morte de alguém, a um ou mais herdeiros.
Trata-se da sucessão causa mortis que, no conceito subjetivo, vem a
ser o direito em virtude do qual a herança é devolvida a alguém, ou, por
/
outras palavras, é o direito por força do qual alguém recolhe os bens da
herança. No conceito objetivo, todavia, indica a universalidade dos
bens[2] do de cujus - encargos e direitos. (DINIZ, 2018).
Para Euclides de Oliveira, sucessão causa mortis é o ato pelo qual uma
pessoa toma o lugar de outra; força que transmite o patrimônio aos
herdeiros. (OLIVEIRA, 2013)
O direito à sucessão é uma garantia constitucional, sendo o ato de
suceder um direito da personalidade. A qualidade de sucessor é
inegociável. Inobstante, pode ser negociado o direito de receber,
efetivamente, a herança.
Em suma, Direito das sucessões é o complexo de normas e princípios
que disciplinam a transmissão do patrimônio de alguém que morreu a
seus sucessores.
PREVISÃO CONSTITUCIONAL: Direito à herança – art. 5º, XXX e
XXXI da CR/88; Direito de propriedade e a sua função social – art. 5º,
XXII e XXIII, art. 170, II e III da CR/88; Princípio da dignidade da
pessoa humana – art. 170, II e III da CR/88; Construção de uma
sociedade justa, livre e fraterna – art. 3º, I, da CR/1988.
PREVISÃO LEGAL: O Direito das Sucessões está previsto nos
artigos 1.784 a 2.027, do Livro V, da Parte Especial do Código Civil (Lei
nº 10.406, de 10-01-2002), portanto, em sua última parte.
Arts. 1.784 a 1.828, CC/2002 (Título I – Da Sucessão em geral,
Capítulo I – Disposições gerais);
Arts. 1.829 a 1.844, CC/2002 (Título II – Sucessão legítima,
Capítulo I – Da Ordem da vocação hereditária);
Arts. 1.845 a 1.856, CC/2002 (Capítulo II – Dos Herdeiros
necessários).
Arts. 1.857 a 1.990, CC/2002 (Título III – Da Sucessão
Testamentária).
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729874/inciso-xxx-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729822/inciso-xxxi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730256/inciso-xxii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730219/inciso-xxiii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660995/artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660917/inciso-ii-do-artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660882/inciso-iii-do-artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660995/artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660917/inciso-ii-do-artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660882/inciso-iii-do-artigo-170-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641719/artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731686/inciso-i-do-artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10592741/artigo-2027-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604853/artigo-1828-da-lei-n-10406-de-18-de-junho-de-20012002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604801/artigo-1829-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603862/artigo-1844-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603820/artigo-1845-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603312/artigo-1856-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603268/artigo-1857-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594812/artigo-1990-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Arts. 1.991 a 2.027, CC/2002 (Título IV – Do Inventário e da
Partilha).
Inventário e Partilha – Os procedimentos normativos encontram-se
nos artigos 610 a 667, do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de
16-3-2015).
Testamento e Codicilo – art. 735 a 737, CPC.
Da Herança Jacente – art. 738 a 745, CPC.
Dos bens do ausente – art. 744/745, CPC.
b) Conceito de Direito das Sucessões:
Cuida-se do direito das sucessões é o conjunto de normas que
disciplina a transferência das relações jurídicas patrimoniais de uma
pessoa ao herdeiro em virtude de seu falecimento.
Em outras palavras, são disposições reguladoras da transmissão de
bens ou valores e dívidas do falecido, ou seja, a transmissão do ativo e
do passivo do de cujus ao herdeiro. O herdeiro insere-se na titularidade
de uma relação jurídica advinda do falecido, assumindo direitos e
obrigações do antigo titular.
c) Objeto do Direito das Sucessões
O Direito das Sucessões se ocupa da transmissão mortis causa.
No entanto, nem tudo é transmitido, com a morte. As relações
personalíssimas se extinguem no ato da morte da pessoa,
transmitindo-se, apenas, as relações jurídicas patrimoniais. Nesse
passo, o conjunto de relações jurídicas transmitidas recebe o nome de
herança.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594782/artigo-1991-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10592741/artigo-2027-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10694792/artigo-610-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10691890/artigo-667-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890378/artigo-735-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890364/artigo-737-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890354/artigo-738-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890272/artigo-745-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28890272/artigo-745-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
/
O direito à sucessão aberta, nos termos do art. 80 do CC/02, é bem
imóvel para efeitos legais, sendo indivisível, ainda que composta,
exclusivamente, de bens móveis e divisíveis. O legislador optou por
atribuir natureza de imóveis ao direito à sucessão aberta, sobretudo,
para criar maiores formalidades para a sua circulação, concedendo
segurança jurídica às partes.
Aberta a sucessão, portanto, aplica-se o princípio de saisine,
transmitindo-se, imediatamente, os bens do de cujus aos herdeiros e
legatários, formando-se, assim, um condomínio forçado ou necessário,
que será dissolvido por meio da sentença de partilha.
Contudo, nada impede que os herdeiros mantenham o condomínio
após a sentença de partilha, passando a ser voluntário e não legal.
Deve ser levado em conta, a possibilidade de cessão de direitos
hereditários, antes da partilha, mas, nesse caso, o herdeiro que deseja
alienar a sua cota parte, deve, necessariamente, respeitar o direito de
preferência dos demais.
Exceção à regra da transmissão de direitos personalíssimos é o direito
autoral. Trata-se do único direito da personalidade que se transmite,
pois se perfaz de uma dualidade de direitos morais e patrimoniais. Os
direitos morais não se transmitem, todavia, a porção patrimonial é
transmitida através de um sistema sucessório próprio, que não segue a
regra do Código Civil Brasileiro.
Assim, aberta a sucessão, transmite-se aos herdeiros os direitos
autorais patrimoniais pelo prazo de 70, a partir do primeiro dia do ano
subseqüente ao da morte do autor. Findo esse prazo, a obra cai em
domínio público.
d) Terminologias fundamentais para o Direito das Sucessões
Importante destacar as terminologias fundamentais e peculiares do
Direito das Sucessões, senão vejamos:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10724671/artigo-80-da-lei-n-10406-de-01-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/92175/lei-de-direitos-autorais-lei-9610-98
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/92175/lei-de-direitos-autorais-lei-9610-98
/
Ab Intestato: alguém falece sem deixar testamento.
Adjudicação: ato pelo qual os herdeiros (ou legatários)
incorporam ao seu patrimônio os bens que representam seu
quinhão na herança. Decorre da partilha e se dá quando há mais
de um herdeiro; havendo herdeiro único, basta o auto de
adjudicação.
Alvará: autorização para se fazer ou praticar algum ato. Em
inventário, pode-se requerer alvará nos próprios autos, em
apenso, ou em procedimento autônomo.
Aquestos: bens adquiridos na constância do casamento,
podendo ou não comunicar-se ao cônjuge, conforme o regime
patrimonial adotado e a natureza dos bens.
Arrolamento Sumário: é a forma simplificada de bens
inventários, abreviada de inventário-partilha, nos casos de
concordância de todos os herdeiros, desde que maiores e capazes,
não importando o valor dos bens. Independe do consenso entre os
herdeiros.
Arrolamento: é a forma simplificada de inventário de bens de
pequeno valor, ou seja, até o limite de 1000 (hum mil) salários-
mínimos, art. 1.036 CC.
Ascendente: pessoa de quem outra procede, em linha redá; os
ancestrais: pais, avós, bisavós; são chamados à sucessão na falta
de descendentes do autor da herança. AUSENTE: é a pessoa que
desaparece do seu domicílio sem deixar
Autor da herança: É o falecido. De quem a sucessão se trata.
Colação: ato de restituir à massa da herança os bens recebidos
pelos herdeiros com antecipação em vida do de cujus, para que se
obtenha igualdade nas partilhas.
Comoriência: é o caso de mortes simultâneas, em que não se
pode verificar a ordem cronológica dos falecimentos A
comoriência representa o falecimento de duas ou mais pessoas
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10669273/artigo-1036-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
herdeiras entre si, ao mesmo tempo, sem se poder identificar
quem morreu primeiro.
Direito de Saisine ou Princípio de Saisine: A existência da
pessoa natural extingue-se com a morte, dando-se a sucessão
hereditária com o falecimento do titular dos homens. Abertura A
sucessão, transmitem-se, desde logo, a herança aos herdeiros
legítimos e testamentários, nos termos do artigo 1.784 do CC/02.
De cujus: é abreviatura da frase“de cujus sucessione”,que
significa aquele de cuja sucessão (ou herança) se trata.
Disponível: porção livre do patrimônio de uma pessoa, que pode
ser objeto de testamento.
Espólio: é a representação patrimonial da herança, representado
pelo inventariante ou administrador provisório; patrimônio
deixado por uma pessoa falecida, acervo hereditário, massa de
bens por inventariar.
Falecido é o autor da herança ou de cujus. Esta expressão latina
é a abreviatura da frase “de cujus sucessione (ou hereditatis)
agitur” – aquele de cuja sucessão (ou herança) se trata
Herança: Espólio = Monte Mor = Acervo Hereditário = Massa =
Patrimônio Inventariado: universalidade das relações jurídicas
deixadas pelo falecido enquanto não promovida a partilha aos
sucessores (ou adjudicação ao herdeiro único). É o patrimônio do
defunto; conjunto patrimonial transmitido causa mortis; herança
é sempre individual; é “a viga mestra do direito das sucessões.”
Equivale a bem imóvel (art. 80, II); conjunto de direitos e
obrigações que se transmitem ao herdeiro; ou monte; traduz a
universalidade de coisas até que a sua individualização pela
partilha determine os quinhões ou pagamentos dos herdeiros. Os
bens que se transferem ao sucessor em virtude da morte de
alguém dá-se o nome de herança, isto é, patrimônio que se herda,
acervo hereditário ou espólio.
Herança Jacente: Ocorre quando não há herdeiro certo e
determinado, ou não se sabe da existência dele, ou quando a
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
herança é repudiada. É um estado provisório do patrimônio
inventariado, quando ignorado herdeiro que a reclame, no qual se
promove a preservação dos bens acompanhada da investigação
sobre a existência de outros sucessores para, na falta destes,
promover-se a destinação do acervo patrimonial ao Poder Público.
Herança Vacante: é aquela que não foi disputada, com êxito,
por qualquer herdeiro e que, juridicamente, foi proclamada de
ninguém.” O pronunciamento judicial da vacância é uma sentença
que encerra a herança jacente e transfere a titularidade do
patrimônio do falecido ao Poder Público.
Herdeiro legítimo: Contemplado na ordem de vocação
hereditária. Podem ser necessários ou facultativos.
Herdeiro testamentário: Contemplado em testamento.
Inventário: Processo judicial tendente a promover a divisão do
patrimônio dividido entre os sucessores. Pode ser substituído por
arrolamento.
Legado: bem, ou conjunto de bens individuados que integram a
herança, e que o testador deixa em benefício de alguém; uma
pessoa pode instituir em testamento herdeiros (deixando coisa
indeterminada, ex.: 1/3 do patrimônio disponível) ou legatários
(deixando coisa determinada;ex.: carro marca tal, placa tal etc.).
Legatário: aquele em cujo favor o testador dispõe de valores ou
de objetos determinados, ou de certa parte deles; quem recebe,
por força do testamento, valores ou objetos determinados, ou
certa parte deles; aquele a quem o testador deixa uma coisa ou
quantia, certa, determinada, individuada, a título de legado.
Legítima: parte do patrimônio de uma pessoa reservada para os
descendentes, cônjuge e ascendentes, ou seja, metade que cabe
aos herdeiros necessários.
Meação: propriedade do cônjuge, do patrimônio da sociedade
conjugal (sempre condomínio); metade dos bens deixados pelo
autor da herança, devida ao cônjuge supérstite (casamento no
/
regime da comunhão) ou a companheiro, sobre os bens havidos
onerosamente durante a convivência.
Monte Partível ou Partilhável: é o monte-mor menos a
meação do cônjuge sobrevivente e as dívidas e passivos deixados
pelo de cujus, ou seja, é o líquido partilhável.
Ordem de Vocação Hereditária: é a seqüência de pessoas
ligadas ao falecido, por laços de parentesco ou familiar que, uns
na falta dos outros, com exclusividade ou em conjunto quando da
mesma classe, são indicados como herdeiros – art. 1.829 do CC.
Pacto Sucessório = Pacta Corvina: contrato que tem por objeto
a herança de pessoa viva; expressamente vedado pelo CC - art.
1.089 do CC.
Partilha: A partilha se constitui em complemento necessário e
lógico do inventário, especialmente se há sucessores incapazes ou
ausentes. É o inventário o procedimento judicial que tem por fim,
em regra geral, chegar-se à partilha dos bens do falecido, com
exceções, ex: arrolamento. Consiste em relacionar os bens do de
cujus e descrevê-los. A partilha se constitui na complementação
do inventário, quando os bens são distribuídos entre os sucessores
do falecido, adjudicando-se a cada um sua cota na herança.
Petição de Herança: é o requerimento judicial formulado pelo
interessado objetivando o reconhecimento de sua qualidade de
herdeiro e a defesa dos seus direitos sucessórios.
Premoriência: ocorre quando há precedência da morte.
Quinhão hereditário ou quota-parte: é a parcela destinada
a cada um dos sucessores legítimos ou testamentários.
Renúncia Abdicativa: Trata-se a renúncia abdicativa do
efetivo abandono de um direito em favor do monte ou dos demais
herdeiros, feita de forma unilateral, o que vem a caracterizar a
renúncia propriamente disposta no Código Civil.
Renúncia Translativa: é figura de alienação, alheia, portanto,
ao campo da renúncia – Reveste-se ela dos mesmos requisitos que
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604801/artigo-1829-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10663914/artigo-1089-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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se exige para uma transmissão a título gratuito ou oneroso,
exigindo-se, inclusive duas declarações de vontade, uma de quem
transmite algum
Sucessores: Aqueles que são chamados para continuar as
relações jurídicas do falecido. Podem ser a título universal
(herdeiro), que concorrem no todo, ou a título singular (legatário),
que recebe bem certo e determinado.
e) Conteúdo do Direito das Sucessões
O Direito das Sucessões compreende:
Sucessão em geral: Regras aplicáveis a todas as espécies de
sucessões.
Legítima: Sucessão de acordo com a ordem legal de vocação
hereditária.
Testamentária: Sucessão de acordo com a vontade do autor da
herança.
Inventário e partilha.
Determinados institutos fogem à regra geral do direito sucessório,
possuindo regras sucessórias próprias, são eles:
Direito autoral
Bens do estrangeiro: quando situados no Brasil, a sucessão se dá de
acordo com a lei mais favorável aos herdeiros brasileiros, conforme
determina o art. 10, § 2o, LICC e o art. 5o, XXXI, CF.
Enfiteuse: O bem enfitêutico (terreno foreiro) possui sucessão
diferenciada. É transmitido livremente. Pode legar, em testamento. Se
não houver herdeiros, nem legatários, extingue-se a enfiteuse e a
propriedade consolida-se na mão do senhorio.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/92175/lei-de-direitos-autorais-lei-9610-98
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11366946/artigo-10-do-decreto-lei-n-4657-de-04-de-setembro-de-1942
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11366861/par%C3%A1grafo-2-artigo-10-do-decreto-lei-n-4657-de-04-de-setembro-de-1942
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729822/inciso-xxxi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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SUCESSÃO EM GERAL
A Sucessão em geral se constitui nas regras gerais sucessórias, que se
aplicam a toda e qualquer sucessão, são regras universais, aplicáveis
tanto à sucessão legal ou legítima quanto à sucessão testamentária (art.
1.784 a 1.828, CC).
a) Momento de transmissão
O princípio da “saisine” é um instituto do Direito das Sucessões,
previsto no artigo 1.784 do Código Civil, consistente em uma ficção
jurídica que proporciona aos herdeiros a posse do patrimônio deixado
causa mortis pelo falecido.
Art. 1784 do CC: "Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde
logo, aos herdeiros legítimos e testamentários" (BRASIL, 2002).
Instituído na França desde o século XIII, o droit de saisene determina
que, no momento da morte do autor da herança, transmitem-se,
automaticamente, o domínio e a posse dos seus bens aos herdeiros,
independentemente de quaisquer formalidades, formando-se um
condomínio forçado ou necessário da herança do de cujus.
A morte, então, é pressuposto para a transmissão da herança. A lei, por
ficção jurídica, torna-as coincidentes em termos cronológicos,
presumindo que o próprio falecido investiu seus herdeiros no domínio
e na posse indireta de seu patrimônio. Tal circunstância se justifica na
máxima de que não direito subjetivo sem titular, logo, não pode haver
patrimônio sem dono.
É também, no momento da morte, que é fixada a lei que rege a
sucessão, bem como a capacidade sucessória (capacidade para
suceder), na oportunidade, serão identificados os herdeiros como
sendo aqueles existentes na data de abertura da sucessão, com algumas
exceções:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604853/artigo-1828-da-lei-n-10406-de-18-de-junho-de-20012002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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o nascituro
pessoa jurídica constituída com o patrimônio
prole eventual.
O nascituro é o ente concebido no útero materno. Prole eventual é o
filho que alguém vai ter. Se, no testamento, o autor da herança não
estabelece o prazo de espera, o juiz pode determinar.
Assim, no instante em que falece o hereditando, o patrimônio se
transmite, automaticamente, aos herdeiros legítimos e testamentários,
ou seja, àqueles que, no referido momento, tenham legitimação para
suceder conforme a lei em vigor.
A abertura da sucessão, ainda, dita a alíquota do imposto a ser pago
pela transmissão causa mortis. Nesse aspecto, a Súmula 112, do STF
estabeleceque "o imposto de transmissão"causa mortis"é devido pela
alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão".
Consequências da aplicação de droit de saisine:
* Fixação da norma legal que disciplinará a sucessão. A legitimação
para suceder é regulada pela lei vigente ao tempo da abertura da
sucessão (art. 1.787, CC). Direito intertemporal.
Ex. morte antes da CR/1988 - o filho adotado nada herdava se concorre
com filhos consanguíneos do adotante, mesmo que o inventário seja
feito após a CR/1988.
* Verificação da capacidade para suceder.
* O herdeiro que sobrevive ao de cujus, mesmo que por um instante,
herda os bens deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer
em seguida.
/
* É na ocasião da transmissão da herança, ou seja, no momento da
morte, que se deve verificar o valor dos bens que compõem o acervo
hereditário, de forma a determinar o monte partilhável e o valor do
imposto de transmissão causa mortis.
* Cálculo da legítima.
* Súmula 112 (STF): O imposto de transmissão causa mortis é devido
pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. (DJE de
13.12.1963).
Ver artigos:
* CC, art. 1.784 – Para a sucessão aplica-se a Lei do tempo da morte do
autor da herança.
*CC, art. 1.206 e 1.207 – Transmissão da posse aos herdeiros legítimos,
testamentários e legatários.
*Art. 613, CPC de 2015 – “Até que o inventariante preste o
compromisso, continuará o espólio na posse do administrador
provisório”.
*Administrador provisório e Inventariante = posse direta; Herdeiros =
posse indireta (art. 1.197, CC).
*Art. 10, da Lei nº 4.657/1942 (LINDB).
b) Delação sucessória (ou devolução) e aquisição da herança
(ou adição)
O art. 1.784 do CC/02 cuida da transmissão da herança, o que
normalmente pressupõe a simultaneidade de três momentos do
fenômeno sucessório: a abertura da sucessão, a devolução sucessória
(ou delação) e a aquisição da herança (ou adição).
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891124/artigo-613-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655245/artigo-1197-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608308/artigo-1784-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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Aberta a sucessão, devolve-se a herança, ou melhor, defere-se o acervo
hereditário a este ou àquele herdeiro. Tal abertura é denominada
declaração ou devolução sucessória.
Devolve-se a herança aos herdeiros necessários; aos testamentários
defere-se. Não se confundem “abertura” com “delação” da sucessão.
Com a abertura, pela morte do de cujus, nasce o direito de herdar, não
importa para que herdeiro. A delação ou deferimento da herança, no
entanto, pode não coincidir com a abertura da sucessão, como nos
casos, por exemplo, em que a instituição de herdeiro depende de
condição ou de termo, ou quando a delação se faz muito tempo depois
da morte do autor da herança.
Quando aos legatários, a situação é diferente: adquirem a propriedade
dos bens infungíveis desde a abertura da sucessão; a dos fungíveis,
porém, só pela partilha. A posse, em ambos os casos, deve ser
requerida aos herdeiros, que só estão obrigados a entregá-la por
ocasião da partilha e depois de comprovada a solvência do espolio
(BARRADO, 2019)
Como foi dito, para que haja sucessão é necessário que o herdeiro
sobreviva ao hereditando. Há nos casos, no entanto, em que ambos
falecem em condições que impossibilitam precisar qual deles morreu
primeiro e se ocorreu ou não a sobrevivência do herdeiro.
Segundo Guilherme Calmon Nogueira da Gama, a morte da pessoa é o
fato jurídico que origina o direito de suceder, fazendo com que ocorra
simultaneamente a abertura da sucessão, ou seja, "o momento em que
nasce o direto hereditário, o 'prius' necessário à substituição que se
encerra no fenômeno sucessório”.
Extinta a personalidade civil do falecido, não há mais como reconhecer
direitos e deveres relativamente à pessoa que deixou de existir, fazendo
com que o conjunto de bens jurídicos (patrimoniais e
/
extrapatrimoniais) transmissíveis seja destacado do autor da sucessão
para integrar a esfera da personalidade (patrimonial ou não) de seus
sucessores a título universal ou a título singular.
Ao contrário do que se verifica no procedimento da ausência, que
pressupõe a passagem por três etapas (curadoria dos bens, sucessão
provisória e sucessão definitiva) para se permitir a transmissão do
patrimônio deixado, a morte é causa instantânea da abertura da
sucessão, daí a preocupação do legislador em estabelecer os efeitos
jurídicos decorrentes do evento.
Assim, mostra-se de fundamental importância precisar o momento
exato da abertura da sucessão, porquanto tal determinação repercute
diretamente em vários aspectos relacionados ao Direito das Sucessões,
inclusive, quanto à verificação a respeito das pessoas que efetivamente
receberam a devolução sucessória (ou delação) e, desse modo, tiveram
oportunidade de manifestar aceitação ou renúncia da herança.
Para se falar em sucessão, necessário se faz uma revisão em relação ao
conteúdo de extinção da pessoa física e seus efeitos jurídicos.
c) Extinção da pessoa física
Tradicionalmente, a extinção da pessoa física ou natural opera-se em
virtude da parada total do aparelho cardiorrespiratório. No entanto, a
comunidade científica mundial, assim como o Conselho Federal de
Medicina (☺Resolução 1.480/97), tem afirmado que o marco mais
seguro para se aferir a extinção da pessoa física é a morte encefálica,
que é irreversível (a parada cardiorrespiratória é reversível).
A morte, portanto, deve ser declarada por profissional da medicina,
admitindo-se, na ausência deste, nos termos da Lei 6.015/73 (LRP),
que a declaração de óbito possa ser feita por duas testemunhas.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034888/lei-de-registros-publicos-lei-6015-73
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034888/lei-de-registros-publicos-lei-6015-73
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É a partir do Registro da declaração da morte no Cartório de Registro
de Pessoa Natural que se tem a Certidão de Óbito. O mais comum é a
ocorrência da morte real, no entanto, há ainda hipóteses de morte
presumida que pode decorrer da ausência ou das situações previstas no
art. 7º, CC.
Art. 6 – Espécies de Morte:
Morte Real: é aquela em que há um corpo, cujas funções vitais
cessaram. Existe prova da materialidade. Para fins de doação de
órgãos, basta que se cesse uma função vital: cerebral. Lei 9434/97.
Morte civil ou fictícia: significa tratar uma pessoa que está viva
como se ela estivesse morta. Atualmente, no nosso ordenamento,
não existe a morte civil ou fictícia, pois ela afronta a dignidade da
pessoa humana. Porém, existem resquícios da morte civil no
nosso ordenamento: direitos sucessórios: exclusão do herdeiro
por indignidade e na deserdação.
Morte presumida: ocorre quando não há um corpo. Não há
prova da materialidade do fato. Decorre de uma declaração
judicial
Art. 7, CC/02 e ausência - Pode ser declarada a morte presumida com
ou sem decretação de ausência.
Morte presumida não é sinônimo de ausência.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de
ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730554/artigo-7-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/105509/lei-dos-transplantes-de-%C3%B3rg%C3%A3os-lei-9434-97https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730554/artigo-7-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,
somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas
e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento. REQUISITO OBRIGATÓRIO
IMPORTANTE: Casos que importam em justo motivo para
declarar morte presumida:
a) A lei presume a morte de quem estava ausente, após a
declaração da sucessão definitiva;
b) Se for extremamente provável a morte de quem estava em
perigo de vida; Calamidade pública ou catástrofe.
c) Se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.
No caso de morte presumida é feito o inventário e a partilha definitiva.
Caso o indivíduo retorne receberá os bens no estado em que se
encontrem.
COMORIÊNCIA
Conceito: É a simultaneidade de óbitos, ou seja, ocorre o falecimento
de duas ou mais pessoas herdeiras entre si ao mesmo tempo. É a morte
simultânea de pessoas reciprocamente herdeiras e não se sabe quem
faleceu primeiro. Ex: Parentes mortos em acidente de avião, a morte
em acidente de automóvel.
No Direito Sucessório vige o Princípio da Saisine, segundo o qual a
sucessão se dá no momento da morte. Portanto, se não for possível
identificar quem morreu primeiro através da medicina ou de
testemunhas, presume-se que eles morreram simultaneamente e não
haverá sucessão entre eles.
/
Assim, no Brasil, alinhando-se ao Direito Argentino e Chileno, caso não
haja indicação da ordem cronológica das mortes, nos termos do art. 8º,
CC, considera-se ter havido morte simultânea, de maneira que um
comoriente não herda do outro, abrindo-se cadeias sucessórias
autônomas e distintas. A rigor não há a exigência de que as mortes
ocorram no mesmo lugar para que se configure a comoriência, mas
esta seria uma hipótese muito difícil de ocorrer.
Fundamento da Comoriência: Sucessão ou herança - só é
importante se os mortos forem herdeiros recíprocos.
Efeito da Comoriência: A comoriência é um obstáculo à
sucessão, pois os comorientes não herdam entre si.
Premoriência: ocorre quando uma pessoa morre primeiro e
outra depois, ou seja, herdeiros entre si que são atingidas por um
evento e não morrem ao mesmo tempo. Há transmissão de
patrimônio, isto é, os premorientes herdam entre si.
MORTE PRESUMIDA COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA
AUSENTE – É aquele que desapareceu sem justo motivo aparente.
Não se pode concluir pela probabilidade da morte. Deve-se aguardar
um tempo para que a pessoa apareça. A ausência ocorre quando
alguém desaparece, sendo que, ninguém sabe se ela está viva ou
morta.
Informa-se ao juiz que aquele indivíduo está desaparecido. Daí, o
juiz nomeia um Curador para cuidar dos bens do ausente.
Haverá publicação de seis editais, com interstício de dois em dois
meses, convocando o ausente a aparecer e tomar conta dos seus
bens.
Após um ano, caso o ausente não apareça, inicia-se a sucessão
provisória. Nos primeiros dez anos os herdeiros ficam com os
bens em condição provisória. Se o ausente aparecer, os herdeiros
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730442/artigo-8-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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devem devolver os bens conforme receberam, inclusive com os
frutos.
Após 10 anos pode ser declarada a morte presumida.
Se a pessoa aparecer até 10 anos poderá receber os bens no estado
em que se encontrem,
Resumo:
- Morte Presumida: Partilha definitiva – Retorno do ausente:
devolução dos bens do estado em que se encontrem
- Ausente: Primeiro ano: nomeia-se um curador
- Após 1 ano, se o ausente não tiver deixado representante ou após 03
anos, com representante: Partilha provisória – Retorno do ausente:
devolução dos bens conforme receberam.
- Após 10 anos: declara-se a morte presumida e faz-se a partilha
definitiva – Devolução dos bens do estado em que se encontrem
- Caso herdeiro novo apareça antes de completar 10 anos será feita a
re-partilha.
- Após 10 anos será feita a partilha atual dos bens, ou seja, dos bens
que existirem na época.
- Habilitação de novo herdeiro: Herdeiro em geral tem um prazo de 20
anos para requerer seus direitos.
Assim, quando uma pessoa desaparece sem deixar o seu
paradeiro, deve-se fazer um processo judicial o qual o juiz
declarará a ausência por sentença. Quem pode pedir são os
herdeiros, interessados, credores e o MP.
/
Se o ausente era incapaz, seu representante legal será o
responsável. Se não era incapaz, mas havia alguém o
representando, será o procurador. No caso de não existir
ninguém, o juiz terá que nomear alguém para cuidar dos
interesses.
O juiz mandará publicar na imprensa oficial uma nota
convocando o ausente a cada dois meses durante um ano. Após
isso, os herdeiros requerem a abertura provisória do ausente. É
provisória porque vale pelo período de 10 anos, caso o mesmo
reapareça poderá requerer todos os bens de herdeiros e credores.
Ao receber provisoriamente, os herdeiros têm que prestar caução,
exceto os credores, ascendentes, descendentes e cônjuges.
Após 10 anos, abre-se a sucessão definitiva. A sucessão pode ser
definitiva também caso encontre a pessoa morta ou tenha mais de
80 anos e tenha desaparecido há 5 anos.
Os herdeiros esquecidos têm até 20 anos para requererem a
herança, mas se aparecerem, depois de 10 anos, só herdarão as
coisas no estado em que se encontrarem. Se for antes, poderão ter
direito ao quinhão correto.
Antecipação da Morte Presumida prevista no CC/02:
Ausente com mais 80 anos e 5 anos dele sem notícias - devem-se
conjugar os dois requisitos. Caso a pessoa desapareça aos 79 anos, com
80 anos abre-se a sucessão provisória, após 4 anos pode ser aberta a
sucessão definitiva.
A ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA
A indivisibilidade e unidade da herança
Falecendo a pessoa, por força do princípio de Saisine, são transmitidos,
desde logo, o conjunto de seus direitos e obrigações aos seus herdeiros
e legatários - a herança - um todo unitário, independentemente da
/
manifestação de aceitação do novo titular.
O que se transmite a partir da morte de alguém?
Transmitem-se os bens e as dívidas do falecido.
Transmite-se também a obrigação de prestar alimentos aos herdeiros
do devedor, na forma do art. 1.694 do CC/02. Tal obrigação não era
transmitida aos herdeiros do devedor no Código Civil anterior,
conforme o art. 402.
Atualmente, trata do assunto o art. 1.700 do CC. Tem ele de ser
interpretado à vista do disposto nos artigos 1.697 e 1.997 do
mencionado diploma legal. São obrigados a prestar alimentos, em
determinadas circunstâncias, os parentes (ascendentes, descendentes e
irmãos), além do cônjuge e companheiro.
Assim sendo, a aludida pensão alimentícia perdurará com o
falecimento do devedor, mas os herdeiros deste serão obrigados ao
pagamento da pensão até o valor da herança que lhes couber.
O que não se transmite?
Não se transmitem na sucessão:
a) os direitos personalíssimos como a tutela e os direitos políticos;
b) os direitos de família puros ou sem cunho patrimonial (o poder
familiar, o direito de reconhecer filho etc.;
c) algumas relações jurídicas patrimoniais ligadas à pessoa, tais como:
o usufruto (art. 1.410, I); o uso (arts. 1.412 e 1.413); a habitação (arts.
1.414 a 1.416); o mandato (art. 682, n. II)
d) a pensão alimentícia destinada ao filho do falecido devedor.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615295/artigo-1694-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/c%C3%B3digo-civil-de-1916-lei-3071-16
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11457415/artigo-402-da-lei-n-3071-de-01-de-janeiro-de-1916
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615012/artigo-1700-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615118/artigo-1697-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594492/artigo-1997-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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A quem cabe administrar o conjunto de bens?
A titularidade da herança é de todos os herdeiros, que recebem um
direito indivisível, em regime de condomínio. Nessa senda, será
atribuída a responsabilidade pela direção do patrimônio, até a sua final
individualização por cada um dos herdeiros, com base no art. 1.797 do
CC/02, in verbis:
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da
herança caberá, sucessivamente:
I — ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da
abertura da sucessão;
II — ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se
houver mais de um nessas condições, ao mais velho;
III — ao testamenteiro;
IV — a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos
incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo
grave levado ao conhecimento do juiz, (BRASIL, 2002).
Para fins processuais, o patrimônio do falecido, considerado uma
massa patrimonial indivisível, de titularidade conjunta de todos os
herdeiros, passa a ser chamado de espólio, ente despersonalizado, a
quem a lei concedeu capacidade postulatória, na forma do art. 75 do
CPC/2015.
Desta feita, o espólio, por meio do inventariante, pode propor ação em
juízo, bem como ser réu.
A nomeação do inventariante se dá após a abertura do inventário,
cabendo a ele a obrigação de administrar o patrimônio do falecido,
proteger e promover atos de defesa do espólio, sob pena de
responsabilidade civil subjetiva.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607396/artigo-1797-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895906/artigo-75-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
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Diferença entre meação e herança
Vale lembrar que os institutos da meação e da sucessão se diferenciam.
MEAÇÃO – A meação decorre do Direito de Família e se refere à
divisão dos bens comuns, dependendo do regime de bens adotado no
casamento.
HERANÇA – Por outro lado, a sucessão ocorre sobre os bens deixados
pelo falecido, sendo deferida a transmissão causa mortis. Assim,
excluída a meação há o patrimônio do falecido, que é a herança a ser
dividida legalmente entre os herdeiros.
Custas processuais e o imposto (ITCD – Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação) devem ser calculados sobre a herança e não da
meação.
Exclui-se a meação, para depois se calcular custas e tributo sobre a
herança.
Espécies de Sucessores:
Quanto à espécie os herdeiros podem ser:
a) Herdeiro legítimo – é o herdeiro indicado pela lei em ordem
preferencial (art. 1829, CC): descendente, ascendente, cônjuge,
companheiro e parentes colaterais até o 4º grau.
b) Herdeiro Testamentário (ou instituído) – é o beneficiado pelo
testador em ato de última vontade, com uma parte ideal do acervo
hereditário, sem individuação de bens.
c) Herdeiro Necessário (legitimário ou reservatário) – é o
descendente ou ascendente sucessível (são os parentes em linha reta
não excluídos da sucessão) e o cônjuge (art. 1.845, CC).
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604801/artigo-1829-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603820/artigo-1845-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
d) Herdeiro Universal – herdeiro único. Recebe a totalidade de
herança. Recebe os bens mediante auto de adjudicação lavrado no
Inventário.
e) Legatário – sucessor contemplado em ato de última vontade do de
cujus (por meio de testamento ou codicilo) com bem certo e
determinado. Recebe a título singular.
CAPACIDADE SUCESSÓRIA - arts. 1.787 e 1.798, CC
Capacidade: aptidão da pessoa em adquirir direitos e contrair
obrigações.
Capacidade ou Legitimação Sucessória: aptidão específica
para receber os bens deixados pelo de cujus.
LEGITIMAÇÃO PARA SUCEDER - art. 1798 e 1799 CC
Pessoas nascidas;
Pessoas já concebidas – nascituro (observar: natimorto e
neomorto - testamento)
Prole eventual
Pessoas jurídicas (testamento);
Pessoas de direito público e privado;
Fundação (testamento)
PROLE EVENTUAL - art. 1.799, I, CC
Futuros filhos de pessoas indicadas pelo testador.
Nomeação de curador: art. 1.800, CC
concepção natural; inseminação artificial; Adoção
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608192/artigo-1787-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607181/artigo-1798-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607181/artigo-1798-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607145/artigo-1799-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607096/inciso-i-do-artigo-1799-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Prazo: até 2 anos após abertura da sucessão (art. 1.800, §
4º, CC)
Defere-se frutos e rendimentos a partir da morte
Há direito sucessório de pessoa concebida por inseminação
artificial post mortem?
Sim, se houver consentimento do pai ou da mãe
ou se a prole nascer em até 02 anos da abertura da sucessão.
Textos recomendados:
http://revista.esmesc.org.br/re/article/download/48/49
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.família/an
alise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.art
ificial.pdf
INCAPACIDADE SUCESSÓRIA
ILEGITIMIDADE PARA SUCEDER
Não podem ser nomeadas herdeiras ou legatárias, na
sucessão testamentária - art. 1801 CC
Pessoas que escreveu o testamento, seu cônjuge, ascendentes e
descendente
As testemunhas do testamento;
O concubino do testador;
O tabelião e o escrivão;
os animais
As coisas;
http://revista.esmesc.org.br/re/article/download/48/49
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
http://www.mpce.mp.br/esmp/biblioteca/monografias/dir.familia/analise.juridica.sobre.direitos.sucessorios.decorrentes.da.inseminacao.artificial.pdf
/
A Pessoa jurídica de Direito Público Externo (em face da proteção
da soberania nacional).
A incapacidade sucessória obsta o direito à herança.
NÃO LEGITIMADOS A SUCEDER:
Herdeiro indigno ou deserdado
Art. 1.801: pessoas excluídas da sucessão testamentária, por
serem consideradas suspeitas. Poderiam abusar da confiança do
testador e alterar sua vontade para obter algum benefício para si
ou para seus parentes, cônjuge ou companheiro. Poderiam até
interferir na liberdade do testador.
Art. 1.802,CC: nulas as disposições em favor de pessoas não
legitimadas a suceder
Presume-se a interposição de pessoas quando são beneficiados os
previstos no parágrafo único do art. 1.802, CC.
Art. 1.803, CC: inconstitucional, em face da aplicação do princípio
da igualdade constitucional entre todos os filhos.
“É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do
testador”.
EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
INDIGNIDADE: arts. 1.814/1.818, CC
A indignidade é uma sanção civil dirigida a qualquer herdeiro ou
legatário, aplicável somente após a abertura da sucessão do titular da
herança. A efetividade do instituto pressupõe a propositura de ação de
indignidade, pela qual será excluído da sucessão, por meio de sentença,
o herdeiro e legatário, que se envolver em situações taxativamente
descritas no art. 1814 do CC/02, in verbis:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606575/artigo-1802-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606521/par%C3%A1grafo-1-artigo-1802-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606575/artigo-1802-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606484/artigo-1803-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605760/artigo-1814-da-lei-n-10406-de-01-de-setembro-de-19901990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de
homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão
se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança
ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou
companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o
autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última
vontade (BRASIL, 2002).
Art. 1.814, CC: são excluídos da sucessão Rol
exaustivo:
I) Atos contra a vida:
Prática ou tentativa de homicídio doloso contra o autor da
herança ou seu núcleo familiar. Por se tratar de uma sanção, não
se pode fazer interpretação extensiva para incluir a possibilidade
de instigação ou auxílio ao suicídio ou homicídio culposo.
É necessária a condenação criminal para ser declarada
a Indignidade?
Não há necessidade de sentença condenatória transitada em julgado,
bastando a prova do homicídio no juízo cível.
Entretanto, se o acusado for absolvido na esfera criminal, por
inexistência do fato ilícito ou de sua autoria, a sentença faz coisa
julgada em relação à esfera cível e, nesse caso, fica afastada a
indignidade.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605760/artigo-1814-da-lei-n-10406-de-01-de-setembro-de-19901990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Em caso de decisões contraditórias no cível e no criminal, pode haver
modificação, se ainda estiver no prazo da rescisória.
II) Atos contra a honra;
Calúnia: somente reconhecida em juízo. Fora dele, qualquer
crime contra a honra pode ensejar a indignidade.
Punem-se duas modalidades de conduta: quando o sucessor for
condenado por prática de crimes contra a honra do autor da herança,
seu cônjuge ou companheiro; ou quando ficar evidenciado o crime de
calúnia em juízo contra o autor da herança. Na primeira conduta, é
necessária a sentença condenatória do sucessor pela prática de
Calúnia, Injúria ou Difamação.
Outrossim, referindo-se à pratica de calúnia em juízo, exige a lei civil
que a imputação do crime tenha sido proferida em juízo, e esta, por si
só, gera a exclusão da herança, não havendo necessidade de ação
condenatória.
III) Atos contra a liberdade de testar;
Violência ou fraude utilizada para inibir ou obstar a livre
disposição dos bens, pelo autor da herança.
Por fim, a lei traz as hipóteses de atos contra a liberdade de testar,
que podem dar ensejo à exclusão da sucessão, ou seja, quando o
sucessor inibir ou obstar, por violência ou fraude, que o autor da
herança decida livremente como irá dispor de seus bens, como ato
de última vontade.
Esse rol é taxativo.
Efeitos da indignidade:
/
Indignidade, portanto, é a sanção civil fundamentada na repugnância
jurídico-social, pela qual se priva alguém do seu direito de suceder.
A partir do trânsito em julgado da Ação declaratória de Indignidade,
dispõe o art. 1.816 do CC/02 que:
a) São pessoais os efeitos da indignidade, assim, os descendentes
do excluído da herança o sucedem, como se o indigno estivesse morto
na data da abertura da sucessão. Tal efeito se relaciona ao princípio de
que a pena não passa do condenado, logo, os herdeiros não podem ser
punidos pela Indignidade do excluído.
A exclusão por indignidade é pessoal. E o descendente do
indigno?
Nos casos de indignidade e deserdação, o sucessor, embora possua esta
qualidade, será privado do efetivo recebimento pessoal da herança.
Contudo, alguém pode fazê-lo em seu lugar, é o chamado direito de
representação.
Segundo o art. 1816 do CC, os descendentes do excluído (deserdado ou
indigno) são chamados a suceder, como se este morto fosse, à época da
abertura da sucessão (BRASIL, 2002).
A situação do Indigno equipara-se a do pré-morto, assim os bens este
deixa de herdar são transferidos a seus descendentes, devido ao caráter
personalíssimo da pena que deve atingir somente o Indigno.
b) Os efeitos da indignidade retroagem à data da propositura
da ação - ex tunc, ou seja, o excluído da sucessão deverá restituir os
frutos percebidos no momento em que estava na posse dos bens do
acervo hereditário.
Com efeito, equipara-se o Indigno ao possuidor de má-fé e, como
consequência, o excluído é obrigado a restituir os frutos e rendimentos
obtidos com a posse que não que lhe é indevida. No entanto, tem
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605548/artigo-1816-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605548/artigo-1816-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
direito a receber indenização das benfeitorias feitas para assegurar a
conservação do bem.
c) Indigno perde o direito ao usufruto e à Administração dos
bens herdados por seus sucessores em razão da sua
indignidade.
Devido ao fato de o Indigno ser considerado morto na data da
sucessão, esse não terá direito ao Usufruto e à Administração dos bens
herdados por seus sucessores, isso é uma exceção à regra de que os pais
titulares do poder familiar são por lei usufrutuários e administradores
dos bens dos filhos menores.
Este efeito tem a pretensão de que o herdeiro excluído da sucessão não
tire proveito mesmo que indiretamente dos bens do Hereditando, já
que cometeu ato de indignidade e, por isso, não tem direito a se
beneficiar da herança.
Legitimação para requerer a indignidade:
Atualmente, depois do advento da Lei 13.582/2017, que alterou o art.
1814, § 2º, do CC/02, além dos interessados na sucessão, o Ministério
Público também está legitimado a propor a ação de indignidade,
contudo, apenas no caso em que o herdeiro ou legatário tenha sido
autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso (consumado ou
tentado) praticado contra o autor da herança, seu cônjuge,
companheiro, ascendente ou descendente.
Prazo para requerer a indignidade:
O prazo prescricional é de 4 anos, a partir da abertura da
sucessão. É vedado o reconhecimento incidental de indignidade no
inventário.
Reabilitação do Indigno:
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/533805593/lei-13582-17
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605760/artigo-1814-da-lei-n-10406-de-01-de-setembro-de-19901990https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Nos termos do art. 1.818 do CC/02:
Art. 818 do CC/02: Aquele que incorreu em atos que determinem a
exclusão da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver
expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno,
contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar,
já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da
disposição testamentária (BRASIL, 2002).
O perdão é ato solene, sendo válido se for feito por meio de testamento
ou ato autêntico, ou seja, qualquer declaração, por instrumento
particular ou público, não havendo a necessidade de o ato ser lavrado
somente para a reabilitação, podendo ser feita em ata de casamento,
por exemplo, ou mesmo sendo o ato autentico com objetivos diversos,
como doação e pacto antenupcial, podendo o autor da herança inserir
ali o seu perdão.
Trata-se de ato personalíssimo do autor da herança, ou seja, apenas o
titular da herança detém o direito ao perdão. Contudo, o perdão tácito
tem sido admitido, sendo válido apenas pela via testamentária, quando
o autor da herança após ter o conhecimento do ato de indignidade,
incluí o indigno no testamento. Ressalta-se que se o testamento for
revogado, o perdão é revogado junto com ele.
Assim, concedido o perdão ou havendo sentença que devolve ao
excluído seus poderes sucessores, o excluído, tem direito a sua herança
originária, se essa não mais existir tem o direito de receber seu valor
atualizado.
DESERDAÇÃO - ART. 1.814 CC/02
Deserdação é o ato pelo qual o testador da herança exclui da sucessão
ascendentes ou descendentes, que praticaram atos expressamente
previstos no Código Civil Brasileiro. As causas são as mesmas da
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605397/artigo-1818-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10684287/artigo-818-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605760/artigo-1814-da-lei-n-10406-de-01-de-setembro-de-19901990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
indignidade (art. 1814), acrescidas dos arts. 1962 e 1963 do
CC/02, in verbis:
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos descendentes por seus ascendentes :
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave
enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do
neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave
enfermidade (BRASIL, 2002).
Há de se observar que o Código Civil apenas se refere às causas de
deserdação entre ascendentes e descendentes, não menciona as
causas de deserdação do cônjuge ou companheiro e, por se
tratar de sanção, exige interpretação restritiva.
Portanto, o cônjuge ou o companheiro não pode ser
deserdado.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10596494/artigo-1962-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10596354/artigo-1963-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Embora tenham o condão de produzir efeitos de excluir a pessoa da
ordem de vocação hereditária, a deserdação e a indignidade são
institutos distintos. Ambas são sanções civis impostas ao sucessor
que se comportou de forma repugnante em relação ao autor da
herança, possuindo, portanto, finalidade punitiva.
No entanto, diferentemente da indignidade que pode atingir qualquer
herdeiro ou legatário, a deserdação só alcança os herdeiros
necessários, sendo praticada antes da abertura da sucessão, em
disposição de última vontade.
Efeitos da deserdação:
Os efeitos do reconhecimento da deserdação são os mesmos da
indignidade, ou seja, priva-se o herdeiro de receber a herança, todavia,
seus descendentes herdam como se o indigno fosse morto, por meio do
direito de representação.
A causa da deserdação deve ser confirmada em juízo, no inventário,
pelos demais interessados.
Perdão:
A deserdação é irretratável. Há, contudo, hipóteses de perdão,
denominadas de reabilitação (art. 1818), também aplicáveis à
indignidade.
Determina o artigo 1.818 do Código Civil que “aquele que incorreu em
atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se
o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em
outro ato autêntico” (BRASIL, 2002).
DISTINÇÕES ENTRE ILEGITIMIDADE PARA SUCEDER,
INDIGNIDADE E DESERDAÇÃO:
ILEGITIMIDADE PARA SUCEDER
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605397/artigo-1818-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
INDIGNIDADE
DESERDAÇÃO
Inaptidão de alguém para receber a herança por motivos de ordem
geral, independentemente de seu mérito ou demérito.
Perda da aptidão para suceder por culpa do beneficiado.
Exclusão de herdeiro necessário por ato do testador, com base em uma
das causas previstas em lei.
Impede o nascimento do direito à sucessão.
Obsta a conservação da herança.
Obsta a conservação da herança.
Também chamada incapacidade sucessória.
Decorre da lei e pode atingir todos os sucessores (legítimos ou
testamentários e legatários)
Só ocorre na sucessão
testamentária e serve para afastar os herdeiros necessários. Para
excluir
os colaterais, basta que o testador não os contemple em testamento.
O incapaz sucessório não
adquire a herança em momento algum.
O indigno adquire a herança na abertura da sucessão e a
/
perde com o trânsito em julgado da sentença que o exclui da sucessão.
O deserdado adquire a herança na abertura da sucessão e a perde
na sentença da ação ordinária que comprova a causa da deserdação –
art. 1.965, CC
A incapacidade decorre da lei, que determina quem e legitimado a
suceder.
A vontade do de cujus de excluir o ingrato; presumida (decorre da lei).
A vontade do de cujus de excluir e expressa (no testamento).
Art. 1.798 a 1.803, CC.
Hipóteses expressamente previstas no art. 1.814, CC.
Hipóteses de deserdação: todas as da indignidade, além das previstas
no art. 1.962 e 1.963, CC.
ACEITAÇÃO DA HERANÇA
Conforme já dito, pela aplicação do Princípio da Saisine, a partir da
abertura da sucessão decorrente da morte da pessoa, a herança é
transmitida, imediatamente, para os herdeiros legítimos e
testamentários.
Seguindo essa linha, a aceitação apresenta natureza jurídica
confirmatória, trata-se da confirmação da aquisição ocorrida a
partir da transmissão automática, produzindo, portanto, efeitos
retroativos.
Ninguém é obrigado a aceitar a herança, sendo possível renunciá-la.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10596149/artigo-1965-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606484/artigo-1803-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605760/artigo-1814-da-lei-n-10406-de-01-de-setembro-de-19901990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10596354/artigo-1963-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02/
A aceitação deve ser integral, não podendo se submeter a termo ou
condição. O Direito Civil brasileiro, em regra, não admite a aceitação
parcial. Contudo, se o herdeiro for, a um só tempo, necessário e
legatário, pode escolher o título pelo qual sucederá.
Características da aceitação:
Ato jurídico unilateral: aperfeiçoa-se com uma única
manifestação de vontade;
Natureza não receptícia: não depende de ser comunicado a
outrem para que produza efeitos;
Indivisível e incondicional – não se pode aceitar a herança em
parte, sob condição ou a termo (art. 1.808, CC).
Irretratabilidade da aceitação (art. 1812 CC/02)
A herança deve ser aceita sempre na sua totalidade. O herdeiro não
pode aceitar apenas uma parte ou fração do quinhão que lhe cabe na
herança, nem pode aceitar determinados bens e outros não, ou ainda,
desde certo tempo ou ate certo tempo.
O ato de aceitação pode ser praticado:
Pelo próprio herdeiro ou legatário;
Por representante ou assistente do herdeiro;
Pelo cônjuge ou companheiro do herdeiro;
Pelos herdeiros do herdeiro;
Pelo credor do herdeiro, caso em que se limitará ao valor do
crédito. O remanescente retorna à massa hereditária.
Formas de aceitação:
Expressa: É a mais incomum. Dá-se, por meio de manifestação de
vontade, escrito público ou particular. A teor do art. 1.805 (1ª
parte), do CC/2002, a declaração meramente verbal não terá
eficácia jurídica.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606178/artigo-1808-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606358/artigo-1805-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
/
Tácita: Atos positivos ou negativos que indicam que o herdeiro
está aceitando, comporta-se, nesse sentido, (art. 1.805, 2ª parte),
habilitando-se, por exemplo, no procedimento de inventário ou de
arrolamento. Ressalva-se a prática de atos meramente oficiosos,
que não induzem à aceitação da herança, como funeral, atos de
conservação dos bens etc.
Presumida: é aquela que resulta de uma situação fática de
omissão. Após 20 dias da abertura da sucessão, sem que o
herdeiro tenha manifestado sua aceitação, o interessado pleiteia
ao juiz que assinale um prazo de 30 dias para que o herdeiro
afirme se aceita ou não. Se o herdeiro quedar-se inerte, trata-se de
aceitação presumida.
É o que dispõe o art. 1.807 do CC: “o interessado em que o herdeiro
declare se aceita, ou não, a herança poderá, vinte dias após aberta a
sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior que trinta dias,
para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança
por aceita”
A aceitação é ato jurídico estrito senso irrevogável e eventual renúncia
posterior produz efeitos ex nunc.
Nesse sentido, o art. 1.804 do CC/2002 explicita que:"aceita a herança,
torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da
sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada
quando o herdeiro renuncia à herança”.
O ato de aceitação traz implicações tributárias. É, também, anulável, se
houver vício.
Falecendo o herdeiro antes de aceitar a herança, o poder de aceitar
passa aos seus sucessores, a menos que se trate de uma condição
suspensiva, ainda não verificada, a teor do art. 1.809 do Código Civil de
2002.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606212/artigo-1807-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606437/artigo-1804-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606046/artigo-1809-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
Para haver transmissibilidade do direito de aceitar, o herdeiro
precisava estar vivo ao tempo da morte do autor da herança, falecendo
logo após, sem que tivesse tido tempo de aceitar. Tal circunstância não
se confunde com o direito de representação, que pressupõe que o
herdeiro seja pré-morto em relação ao autor da herança, caso em que
os seus sucessores o representarão como se vivo estivesse, para evitar
injustiças na divisão patrimonial.
RENÚNCIA DA HERANÇA
Renúncia da herança é o ato jurídico[3] de repúdio ao patrimônio
hereditário, que exclui o sujeito da cadeia sucessória como se herdeiro
nunca houvesse sido. Abdica-se do direito hereditário, com efeitos
retroativos, ou seja, ao renunciar a uma herança, o sucessor é banido
do panorama sucessório, por manifestação da sua própria vontade,
fazendo com que o bem ou quinhão a si transferido retorne ao monte-
mor (partilhável).
Assim, renúncia é o negócio jurídico unilateral formal, solene, pelo
qual o herdeiro declara não aceitar a herança que faz jus. A teor do art.
1.806 CC/02, só pode ser expressa e escrita, materializando-se por
escritura pública ou termo judicial lavrado nos próprios autos do
inventário. Sendo a forma substância do ato, sua inobservância
importa nulidade, não tendo, portanto, validade jurídica a renúncia
feita em mero instrumento particular.
A renúncia produz efeitos ex tunc, retroagindo à data da abertura da
sucessão, contudo, NÃO pode ser feita antes da abertura da sucessão,
pois tal ação implicaria em pacto sucessório legalmente proibido.
Afinal, não há herança de pessoa viva, no Brasil.
Não se exige homologação judicial da renúncia. O herdeiro deve
possuir capacidade geral para os atos da vida civil e específica,
negocial, de alienar bens. Diante disso, os incapazes são impedidos de
manifestar sua renúncia, exceto por meio de seu representante legal,
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606246/artigo-1806-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
sendo precedida por autorização judicial. O mandatário só poderá
renunciar para o mandante se detiver poderes especiais e expressos
para fazê-lo, nos termos do § 1º do artigo 661 do CC.
A renúncia é ato unilateral, que obsta a qualidade de herdeiro. Assim,
os herdeiros do herdeiro não são chamados em seu lugar, isto é, se
renuncio à herança do meu pai, o meu filho não poderá pretender se
habilita no inventário do avô, por direito de representação. Enfim, na
renúncia, não há direito de representação, os descendentes do
renunciante não herdam por representação na sucessão legítima. Na
renúncia pelo herdeiro testamentário, há que se verificar a vontade do
testador. Se nomeado substituto, este será chamado a aceitar a deixa.
Na falta de disposição testamentária, a parte que caberia ao
renunciante segue a ordem de vocação legítima, acrescendo-se ao
monte-mor.
A renúncia não pode se constituir fraude contra
credores:
A renúncia não pode caracterizar fraude contra credores (art. 1.813 do
CC/02), de modo que podem os credores aceitar a herança renunciada
pelo devedor-herdeiro. Tal aceitação é feita com autorização do juiz,
em nome do herdeiro, até a quantia suficiente para cobrir o débito.
Como não houve aceitação por parte do herdeiro e sim renúncia, o
montante remanescente ao débito não ficará com renunciante, pois
será devolvido ao monte para partilha entre os demais herdeiros.
Espécies de renúncia:
A renúncia pura ou abdicativa é o repúdio simples, unilateral, ocorre
quando o declarante, de maneira simples, manifesta a não aceitação da
herança ou do legado, que será devolvido ao monte hereditário,
objetivando estabelecer a partilha entre os herdeiros legítimos. Frise-se
que o quinhão hereditário do renunciante, em sede de sucessão
legítima, será transmitido, de pleno direito aos outros herdeiros da
mesma classe, tendo para si o direito de acrescer. Nesta
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10692176/par%C3%A1grafo-1-artigo-661-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10692201/artigo-661-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605874/artigo-1813-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
/
modalidade, o renunciante beneficiário do direito sucessório fica
excluído da responsabilidade sobre o recolhimento do imposto sobre
transmissão causa mortis e doações (ITCMD) incidente sobre o objeto
da herança, não sendo sujeito passivo nem responsável na obrigação
tributária.
A renúncia tardia é feita após a aceitação tácita, em favor do monte
mor, ou seja, possui natureza jurídica de cessão gratuita de direito
hereditário (por exemplo, a renunciante beneficiando genericamente
suas irmãs, herdeiras da mesma classe, todas filhas da mesma mãe,
única ascendente e autora da herança). Desta feita, uma vez
implementado o fato gerador da "transmissão causa mortis", nasce
para o herdeiro renunciante a obrigação tributária sobre o
recolhimento do ITCMD. E, por conta da cessão gratuita, nasce a
segunda obrigação tributária resultante da doação.
Por sua vez, a renúncia imprópria ou translativa é aquela em que o
herdeiro aceita a herança e promove a sua transferência à pessoa certa.
Entende-se que essa espécie não é renúncia, mas sim uma cessão
gratuita de direitos hereditários, pois necessita da aceitação do
beneficiado para se aperfeiçoar. Sobre ela incidem dois tributos, ou
seja, por conta da "transmissão causa mortis", nasce para o herdeiro a
obrigação tributária sobre o recolhimento do ITCMD. Na sequência,
enseja a cessão gratuita outra obrigação tributária, oriunda da doação -
ITCMD (cite-se como exemplo o filho renunciante que pretende
beneficiar o pai, sendo a mãe a autora da herança).
Diferencia-se a renuncia tardia da translativa, no ponto de
favorecimento, a tardia favorece o monte mor, enquanto a translativa
beneficia certa e determinada pessoa.
Logo, revestem-se dos mesmos requisitos que se exige para uma
transmissão contratual de direitos, exigindo-se, inclusive duas
declarações de vontade, uma de quem transmite algum direito, e a
outra de quem o recebe. É o instituto que mais conhecemos como
cessão de direitos.
/
A renúncia depende de outorga uxória ou marital?
A renúncia translativa depende de autorização do cônjuge, se o
renunciante for casado, exceto no regime de separação absoluta -
convencional (art. 1.647, I, CC/02).
O inciso I dispõe que a alienação de bens imóveis exige, como regra, a
autorização conjugal (a outorga uxória ou a autorização marital).
Considerando-se que o direito à sucessão aberta (direito à herança)
tem, por força de lei (art. 80, II, do CC), natureza real imobiliária, a
cessão do referido direito também exigiria, se casado fosse o cedente, a
autorização do seu cônjuge.
No caso da renúncia abdicativa, entende-se ser dispensável tal
exigência, porquanto, dado o seu efeito retroativo, o renunciante é
considerado como se herdeiro nunca houvesse sido. Contudo, no caso
da cessão de direitos — ou “renúncia translativa”, como o cedente
aceita a sua quota, e, em seguida, transmite-a a terceiro, além da
capacidade jurídica, exige-se, para a validade do ato, a autorização do
cônjuge do cedente, sob o argumento de que se trata de situação
semelhante à da alienação de direito imobiliário, para a qual a lei exige
outorga uxória ou autorização marital.
Em se tratando da sucessão testamentária, a renúncia do herdeiro
acarreta a caducidade da disposição de última vontade que o beneficie,
exceto se o testador indicar, em sua cédula testamentária, substituto
para o renunciante, como bem pontua o artigo 1.947 do CC, ou haja,
ainda, direito de acrescer. Assim, na sucessão testamentária, a
renúncia caduca o testamento.
A renúncia é irretratável, irrevogável e definitiva. Contudo, é
possível a anulação. A ação anulatória submete-se ao prazo decadencial
de 4 anos.
Características da renúncia:
Negócio jurídico unilateral formal, solene, escrito;
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618967/artigo-1647-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618932/inciso-i-do-artigo-1647-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10724671/artigo-80-da-lei-n-10406-de-01-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10724559/inciso-ii-do-artigo-80-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597150/artigo-1947-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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Escritura pública ou termo judicial lavrado nos próprios autos do
inventário
Capacidade geral e negocial do renunciante;
Incapaz só pode renunciar por meio de seu representante, com
autorização judicial;
Efeito ex tunc, retroage à data da abertura da sucessão;
NÃO pode ser feita antes da abertura da sucessão - inválido pacto
sucessório;
Inadmissível a renúncia do herdeiro acompanhada de condições
ou encargo;
É necessária a outorga conjugal; se o renunciante for casado,
exceto no regime de separação absoluta (art. 1.647, I, CC/02).
A renúncia é irretratável, irrevogável e definitiva.
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
A herança é uma universalidade indivisível, é um todo unitário, até a
partilha dos bens, ou seja, direito indivisível regulado pelas regras de
condomínio, nos termos do art. 1791, CC.
A despeito da indivisibilidade legal da herança, o art. 1.793 do Código
Civil dispõe que: "o direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de
que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura
pública" (BRASIL, 2002).
O herdeiro, então, pode vender seu direito hereditário sobre uma coisa
indivisível. Ex: 3 herdeiros, cada um tem 1/3 da herança - o herdeiro
poderá vender seu quinhão.
Nos termos do Art. 1.793, § 1º, do CC, o herdeiro não poderá
individualizar os direitos hereditários que cede, a herança deve ser
considerada singularmente, sendo ineficaz essa disposição sem prévia
autorização do juiz do inventário - art 1.793, § 3º, do CC.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618967/artigo-1647-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618932/inciso-i-do-artigo-1647-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607841/artigo-1791-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607722/artigo-1793-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607722/artigo-1793-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607679/par%C3%A1grafo-1-artigo-1793-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607722/artigo-1793-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607589/par%C3%A1grafo-3-artigo-1793-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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Desse modo, se o de cujus tiver deixado três casas iguais para cada um
dos três filhos, de modo que cada filho receba uma casa, ainda assim, o
herdeiro não pode especificar que vende a casa, pois seu direito não é
sobre a casa, ainda é sobre 1/3 da herança. O herdeiro é o cedente e
quem compra é o cessionário.
Na herança, os herdeiros são condôminos de partes ideais de uma coisa
indivisível, até final partilha. Por se tratar de indivisibilidade, há um
condomínio entre os herdeiros. Assim, se

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