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PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios sobre o uso de agrotóxicos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. TEXTO I O Brasil é líder na produção e na exportação de soja, milho, cana, algodão, laranja, etc. Essas conquistas se deram em paralelo ao desenvolvimento social no campo e maior consciência e respeito ambiental. O aumento na produtividade foi mais importante do que a expansão da área cultivada, de modo que cerca de 65% do território brasileiro continua coberto por matas nativas. Nos últimos 35 anos a produção de grãos no Brasil aumentou 198%, enquanto a área cultivada cresceu apenas 28%. Estando em região tropical, o Brasil desenvolveu tecnologias próprias para superar suas limitações. Um dos grandes desafios tem sido a convivência e redução dos danos causados pelas pragas agrícolas (insetos, doenças e plantas daninhas). Nos trópicos, estas são mais diversificadas e atuam com maior intensidade. Medidas de controle são necessárias, incluindo o uso de produtos fitossanitários, para reduzir danos, manter a produtividade, a qualidade e custos compatíveis dos produtos agrícolas. O manejo químico com produtos fitossanitários é um dos mais utilizados, por sua eficiência e sua segurança. Trata-se da aplicação de inseticidas, fungicidas e herbicidas. Se os produtos fitossanitários não fossem utilizados, a produção agrícola sofreria redução na ordem de 50%. Sem defensivos seria necessário dobrar a área cultivada, com a incorporação de terras hoje cobertas de florestas, com elevação nos preços dos alimentos, fibras e agroenergia. (...) Os produtos fitossanitários em uso no Brasil são extremamente seguros. São desenvolvidos por empresas que empregam ciência e tecnologia de ponta. Para que um novo produto chegue aos produtores rurais, há necessidade de muita pesquisa e avaliações rigorosas de qualidade. São necessários cerca de 12 anos de estudos e investimento de aproximadamente U$$ 250 milhões para que uma nova substância possa ser utilizada. (...) Existem insinuações relacionando o uso de produtos fitossanitários a maior incidência de câncer, malformação congênita, resíduos em leite materno, etc., sem demonstração de nexo causal. Não há evidências científicas para suportar tais hipóteses. O assunto exige tratamento responsável. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE LINGUAGEM E TECNOLOGIA COORDENAÇÃO DA ÁREA DE LÍNGUA PORTUGUESA ALUNO(A):______________________________ TURMA:__________ PROFESSORA: Mariana Jafet Cestari DATA: 25/09/2020 Proposta elaborada pela profa Patrícia Tanuri, atualizada pela profa, Maria do Rosário A. Pereira e adaptada pela Profa. Mariana Cestari Autores: José Otávio Menten, Ciro Rololem e Luiz Carlos Corrêa Carvalho, respectivamente: Diretor do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor Associado da ESALQ-USP; Vice- presidente do CCAS e professor titular da FCA-Unesp; membro do CCAS e presidente da Associação Brasileira no Agronegócio (ABAG). Disponível em: <https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,agrotoxicos-sao-necessarios-ou- nao,10000063690>. Acesso em 28 set. 2020. (Texto adaptado) TEXTO II O Brasil aprovou o registro de 474 agrotóxicos em 2019, maior número documentado pelo Ministério da Agricultura, que divulga esses dados desde 2005. É um volume 5,5% maior do que o de 2018, quando foram liberados 449 pesticidas — um recorde até então. Os registros vêm crescendo no país desde 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/28/numero-de-agrotoxicos- registrados-em-2019-e-o-maior-da-serie-historica-945percent-sao-genericos-diz-governo.ghtml Acesso em 28 set. 2020. TEXTO III A problemática dos agrotóxicos constitui um metatema de investigação científca na área das ciências da saúde, em especial para a saúde coletiva, o que justifca sua presença entre os objetos de atuação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa questão mobiliza conhecimentos e ações na saúde pública, que exigem uma perspectiva https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,agrotoxicos-sao-necessarios-ou-nao,10000063690 https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,agrotoxicos-sao-necessarios-ou-nao,10000063690 https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/28/numero-de-agrotoxicos-registrados-em-2019-e-o-maior-da-serie-historica-945percent-sao-genericos-diz-governo.ghtml https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/28/numero-de-agrotoxicos-registrados-em-2019-e-o-maior-da-serie-historica-945percent-sao-genericos-diz-governo.ghtml sistêmica de análise, do nível molecular ao social, requerendo conhecimentos de diferentes campos disciplinares, tais como biologia, toxicologia, clínica, epidemiologia, agronomia, geografa, sociologia, antropologia, economia e bioética. Como o uso dos agrotóxicos vem se intensificando no Brasil, principalmente devido ao modelo de desenvolvimento adotado no país, por sua subordinação econômica ao mercado de commodities agrícolas, enfrenta-se um grave problema de saúde pública pela ampla exposição da população, em especial dos trabalhadores. Outras espécies animais e vegetais também sofrem danos pela contaminação do ambiente. Como resultado, tem-se o comprometimento da vida, que ameaça as gerações atuais e futuras. Os efeitos de agrotóxicos na saúde é um tema que causa preocupação há décadas, no Brasil. Em 1979, pouco mais de uma década de a Revolução Verde ter entrado no país, foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar “a contaminação de alimentos por excesso de aditivos e a eficácia dos controles atualmente existentes”, entre as questões sobre o uso de agrotóxicos (BRASIL, 1979). A atuação da Fiocruz na investigação dos danos causados por esses produtos químicos também é feita há décadas. Nos últimos cinquenta anos, o uso de agrotóxicos no Brasil aumentou significativamente. Em 2008, o país foi considerado o maior consumidor de venenos agrícolas do mundo. Segundo análise de dados realizada pelo Ministério da Saúde (MS), o consumo de agrotóxicos no Brasil praticamente dobrou entre 2007 e 2013, passando de 643.057.017 kg para 1.224.997.637 kg, respectivamente; nesse mesmo período, cresceu a incidência de intoxicações por agrotóxicos (BRASIL, 2016a). Apesar do aumento do consumo de agrotóxicos no Brasil e a correspondente elevação dos níveis de contaminação ambiental e de exposição humana, não houve um aumento proporcional das ações de fiscalização e de controle para assegurar a proteção do ambiente e das populações expostas. Mesmo diante da insuficiência de medidas de monitoramento e protetivas, o consumo de agrotóxicos no Brasil deve aumentar de forma relevante nos próximos anos. Esta projeção tem por base as iniciativas dos sucessivos governos federais da chamada “expansão da fronteira agrícola”, aqui compreendida como a política de substituição de terras de usos diversos para a ampliação da produção de commodities agrícolas, seguindo sua tendência de reprimarização da economia, intensificada a partir da década de 1990. Os impactos dessa intervenção sobre um dos biomas mais biodiversos, considerado berço das águas do país, é uma questão de grande significação negativa, não só para a saúde, mas pela ameaça à sustentabilidade do país para as futuras gerações. A questão deveria inclusive ser tratada como um tema de soberania nacional, pois são exportados não apenas os grãos, na forma de commodities, mas a água, a floresta, a biodiversidade e a vida dos povos tradicionais. Dossiê Agrotóxicos e Saúde 2 (2018). Disponível em: https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/02_agrotoxicos.pdfAcesso em 28 set. 2020. Texto adaptado. https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/02_agrotoxicos.pdf
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