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PROPOSTA DE PROJETO TCC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-UFAM
INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA-INC
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DO AMBIENTE
JACKSON LINO MENDES DA COSTA
RAFAEL ESTRELA DA SILVA
AGRICULTURA FAMILIAR: EXPOSIÇÃO AO AGROTÓXICO
Benjamin Constant-AM
2018
JACKSON LINO MENDES DA COSTA
RAFAEL ESTRELA DA SILVA
AGRICULTURA FAMILIAR: EXPOSIÇÃO AO AGROTÓXICO
Projeto apresentado para obtenção de nota parcial na disciplina de Metodologia Cientifica, do Curso de Licenciatura em Ciências Agrárias e do Ambiente, pela Universidade Federal do Amazonas- UFAM INC.
Orientadora: Prof. Dra Antônia Ivanilce Castro da Silva
Benjamin Constant-AM
2018
1. TEMA E PROBLEMA
Devido ao grande consumo de produtos oriundos da agricultura familiar das comunidades do entorno do município, e a falta de fiscalização em relação ao uso de agrotóxico, além da ausência de profissionais capacitados para emitir receitas para aquisição de agrotóxico, vale ressaltar que o uso desses produtos também gera impactos Ambientais e deste também a saúde humana. Contudo trabalharemos com o seguinte Tema: Agricultura Familiar: Exposição ao Agrotóxico.
2. JUSTIFICATIVA:
Devido ao alto consumo de produtos provenientes das comunidades ribeirinhas que são comercializados no mercado municipal e a falta de informações relacionados a origem desses produtos, e das técnicas de produção adotadas nos cultivos.
As contribuições do projeto de pesquisa após a sua execução serão basicamente proporcionar conhecimentos relacionados a utilização de agrotóxicos na Agricultura Familiar, destacando se há a utilização ou não de agroquímicos, além de identificar quais os produtos que se faz presente no uso de agrotóxicos com maior intensidade.
A situação em que se expressa a agricultura familiar na atualidade, no caso brasileiro, é resultado de um processo histórico iniciado a partir da colonização, sendo influenciada principalmente pelos acontecimentos políticos, econômicos e sociais dos últimos séculos e principalmente das últimas décadas. 
“Evidentemente a exploração familiar tem passado também por profundas transformações nestas últimas décadas, todavia foi bastante afetada pelo caráter ‘conservador’ da modernização agrícola: discriminatório, parcial e incompleto” (LAMARCHE, 1997, p.184). 
De acordo com Grossi e Silva (2002), essas transformações começam a ser destacadas na década de 1950, a partir da instalação, no Brasil, de indústrias produtoras de insumos para a agricultura (máquinas, adubos químicos e agrotóxicos), o Governo montou inúmeros aparatos para incentivar o uso dessas tecnologias. Surge a partir daí a “revolução verde” modelo que preconizava a modernização da agricultura que só veio a se efetivar nos anos 60.
A estrutura rural é extremamente complexa, devido a diversidade que, em geral caracterizam as atividades desenvolvidas. Essa complexidade, de acordo com Garcia Filho (2000), está embasada na complexidade dos ecossistemas, que representam potenciais ou impõem limites às atividades agrícolas e no modo de utilização do espaço que essas sociedades adotam representando um esforço de adaptação ao ecossistema, buscando explorar da melhor maneira possível o seu potencial ou minimizar os obstáculos. Segundo o mesmo autor, “na agricultura, isso resulta na existência de distintos tipos de produtores, que se diferenciam tanto pelas suas condições sócio-econômicas e por seus critérios de decisão, quanto pelos seus sistemas de produção e pelas suas práticas agrícolas” (GARCIA FILHO, 2000, p.09). Percebe-se também que dentro dessa lógica, a complexidade permanece mesmo quando se analisa uma comunidade, uma unidade produtiva e até mesmo uma atividade dentro de uma unidade, como afirma o referido autor.
A indústria de agrotóxicos surgiu após a Primeira Guerra Mundial, quando as grandes corporações químicas internacionais criaram subsidiárias produtoras de agrotóxicos, visando aproveitar as moléculas químicas desenvolvidas para fins bélicos. As primeiras unidades produtivas de agrotóxicos no Brasil datam de meados da década de 1940. Contudo, a efetiva constituição do parque industrial brasileiro de agrotóxicos ocorreu na segunda metade dos anos 1970.
 Os agrotóxicos podem ser definidos como produtos químicos utilizados no controle de pragas e doenças de plantas (PERES; MOREIRA e CLAUDIO, 2007). O desenvolvimento dessas substâncias surgiu mediante a ansiedade do homem em melhorar sua condição de vida, procurando assim aumentar a produção de alimentos (BRAIBANTE e ZAPPE, 2012).
	Os agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos usados na lavoura, na pecuária, na proteção de florestas nativas e no ambiente doméstico para o controle de pragas e doenças de plantas. São também considerados agrotóxicos as substâncias e produtos que são empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (BRASIL, 2011).
Segundo a LEI Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989 Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:
I - Agrotóxicos e afins:
a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; 
2.1 Problemas de Pesquisa
Apesar dos benefícios na produção agrícola, o uso indiscriminado e intenso de agrotóxicos pode proporcionar danos ao meio ambiente e ao próprio homem. As progressivas críticas ao uso de agrotóxicos resultam em um aumento na procura da agricultura orgânica, que está em ascensão. Esse modo de produção fundamenta-se no princípio do equilíbrio biológico da natureza, permitindo alcançar bons níveis de produtividade, além de ser um sistema que incorpora avanços da ciência e promove a participação criativa dos agricultores, respeitando seu conhecimento, cultura e experiência (LUCON e CHAVES, 2004).
Uma das principais preocupações no meio científico atualmente é quanto às consequências danosas que o uso de agrotóxicos pode causar sobre a saúde humana (PERES; MOREIRA e CLAUDIO, 2007). Essas consequências podem ocasionar desde a degradação ambiental, problemas de saúde devido a exposição excessiva dos trabalhadores rurais até a contaminação de alimentos que serão consumidos pela população (RODRIGUES, 2012).
Os agrotóxicos englobam uma vasta gama de substâncias químicas que podem ser classificadas de acordo com o tipo de praga que controlam, com a estrutura química das substâncias ativas e com os efeitos à saúde humana e ao meio ambiente (BRASIL, 2003ª.)
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Identificar as utilizações de agrotóxicos e verificar consequências deste com ênfase na agricultura familiar e de pequenas comunidades rurais, especificamente, nas comunidades de Santa Rita, Porto Cordeirinho, Bom Caminho.
3.2 Objetivos Específicos:
· Identificar quais os agrotóxicos mais utilizados na agricultura familiar
· Consultar se houve casos de contaminação através de agrotóxicos
· Verificar a utilização de EPI (Equipamento de proteção individual)
· Diagnosticar o grau de contaminação Ambiental
4. REFENCIAL TEÓRICO:
· AGRICULTURA FAMILIAR:
Segundo GONÇALVES e SOUZA (2005), na legislação brasileira, a definição de propriedade familiar consta no inciso II do artigo 4º do Estatuto da Terra, estabelecido pela Lei nº 4.504 de 30 de novembro de 1964, com a seguinte redação: “ propriedade familiar : o imóvel que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalhado com a ajuda de terceiros” e na definição da área máxima, a lei nº 8629, de 25 de fevereiro de 1993, estabelece como pequena os imóveisrurais com até 4 módulos fiscais e, como média propriedade, aqueles entre 4 e 15 módulos fiscais.
O programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF enquadra os produtores rurais como beneficiários de linhas de crédito rural quando atendem aos seguintes requisitos: sejam proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros ou concessionários da Reforma Agrária; residam na propriedade ou em local próximo; detenham, sob qualquer forma, no máximo 4 (quatro) módulos fiscais de terra, quantificados conforme a legislação em vigor, ou no máximo 6 (seis) módulos quando tratar-se de pecuarista familiar; com 80% da renda bruta anual familiar advinda da exploração agropecuária ou não agropecuária do estabelecimento e mantenham até 2 (dois) empregados permanentes – sendo admitida a ajuda eventual de terceiros.
BITTENCOURT e BIANCHINI (1996), em um estudo feito na região sul do Brasil adotam a seguinte definição “Agricultor familiar é todo aquele (a) agricultor (a) que tem na agricultura sua principal fonte de renda (+ 80%) e que a base da força de trabalho utilizada no estabelecimento seja desenvolvida por membros da família. É permitido o emprego de terceiros temporariamente, quando a atividade agrícola assim necessitar. Em caso de contratação de força de trabalho permanente externo à família, a mão-de-obra familiar deve ser igual ou superior a 75% do total utilizado no estabelecimento. ”
CARMO (1999), abordando o perfil da agricultura brasileira, se refere à agricultura familiar como forma de organização produtiva em que os critérios adotados para orientar as decisões relativas à exploração agrícola não se subordinam unicamente pelo ângulo da produção / rentabilidade econômica, mas leva em consideração também as necessidades e objetivos da família. Contrariando o modelo patronal, no qual há completa separação entre gestão e trabalho, no modelo familiar estes fatores estão intimamente relacionados.
GUANZIROLI e CARDIM (2000), definem como agricultores familiares aqueles que atendem às seguintes condições: a direção dos trabalhos no estabelecimento é exercida pelo produtor e família; a mão-de-obra familiar é superior ao trabalho contratado, a área da propriedade está dentro de um limite estabelecido para cada região do país (no caso da região sudeste, a área máxima por estabelecimento familiar foi de 384 ha).
5. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS:
Para a aplicação do projeto foram elaborados questionários visando a coleta de dados nas comunidades como Santa Rita, Porto Cordeirinho (Floresta), Bom Caminho, dentre o questionário abordaremos situações vinculadas principalmente a utilização de agrotóxicos pelos comunitários das respectivas comunidades.
Durante a coleta de dados será utilizado o método de entrevista, vinculada ao questionário com o intuito de facilitar a identificação dos tipos de técnicas agrícolas adotadas pelos produtores, identificar como é estabelecido o uso de agrotóxico, ou seja, se ocorre orientação técnica de um profissional capacitado ou é influenciado por outro produtor. Deste também se houve caso de contaminação por agrotóxico nas comunidades citadas.
No caso de haver uso de agrotóxico, será observado como é realizada a aplicação e verificaremos se é adotado o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual). Os equipamentos de proteção individual (EPI), embora de uso obrigatório, são dispensados ou desconhecidos por muitos trabalhadores que efetuam a aplicação de agrotóxicos nas lavouras, de forma manual ou mecanizada. Na aplicação manual, pelo uso de pulverizador costal, a exposição ao produto é maior (DOSSIÊ..., 2012a, 2012b)
Será observada, as localidades onde é empregado o uso de agroquímicos, analisando a proximidade de fontes de recursos hídricos, tais como igarapés, riachos, e até lençol freático, dentre outros. Depois das plantas, o solo é o principal receptor de agrotóxicos agrícolas, ao passo que a interação pesticida-solo depende, principalmente, das características físico-químicas tanto do solo quanto do pesticida (MARTINS, 2006). A contaminação do solo ocorre porque a chuva e os sistemas de irrigação fazem os pesticidas escorrerem pela terra, poluindo os cursos hídricos da região. Além disso, os agrotóxicos dificultam a fixação de nitrogênio pelos microrganismos que habitam o solo, tornando-o mais “pobre”. (SANTOS, 2007).
Os dados coletados serão tabulados e transformados em gráficos do Excel, posteriormente analisaremos de maneira quantitativa e qualitativa, de acordo com o número de comunidade assistidas pelo projeto, além de avaliar a qualidade dos produtos ofertados no mercado local.
REFERENCIAS:
Brito, Paula Fernandes de; Mello, Márcia Gomide da Silva; Câmara, Volney de Magalhães; Turci, Silvana Rubano Barreto.Cad. saúde colet., (Rio J.); 13(4): 887-900, out.-dez. 2005.
BITTENCOURT, G. A.; BIANCHINI, V. Agricultura familiar na região sul do Brasil, Consultoria UTF/036-FAO/INCRA, 1996.
BUAINAIM, A. M.; ROMEIRO, A; A agricultura familiar no Brasil: agricultura familiar e sistemas de produção. Projeto: UTF/BRA/051/BRA. Março de 2000. 62p. Disponível em:http://www.incra.gov.br/fao
CARMO, R.B.A. A Questão Agrária e o Perfil da Agricultura Brasileira 1999 Disponível em http://www.cria.org.br/gip/gipaf/itens/pub/sober. Acesso em junho 2001.
CARMO, M.S.; SALLES, J.T.A. Sistemas familiares de produção agrícola e o desenvolvimento sustentado. In ׃ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE SISTEMAS DE PRODUCÁO, 1998, Florianópolis. Anais. Disponivel em׃ <http://gipaf.cnptia.embrapa.br/itens/publ/sbs3/html>.
CASEIRO, A.; WAKATSUKI, A. C. Status da produção de peixes de água doce no Brasil. Revista Aqüicultura e Pesca, São Paulo, n. 2, jul-ag 2004.
GONÇALVES, J. S.; SOUZA, S. A. M. Agricultura familiar: limites do conceito e evolução do crédito. Artigos: políticas públicas. Instituto de Economia Agrícola Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=2521>. Acesso em 25 jul. 2005.
GUANZIROLI, C.; CARDIM, S. E. (Coord.). Novo Retrato da Agricultura Familiar: O Brasil redescoberto. Brasília: Projeto de Cooperação Técnica FAO/INCRA, fev/2000. 74 p. Disponível em: http://www.incra.gov.br/fao/pub3.html.
SCHNEIDER, S. Agricultura familiar e pluriatividade. 1999. 470p. Tese (Doutorado em Sociologia) – UFRGS, Porto Alegre, 1999.
SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividad, Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n.51, p. 99-121, 2003.
VEIGA, J. E. ; FAVARETO, A. ; AZEVEDO, C.M.A. ;BITTENCOURT, G. ; VECCHIATTI, K. ; MAGALHÃES, R. ; JORGE, R. O Brasil rural precisa de uma estratégia de desenvolvimento, Brasília: Convênio FIPE-IICA(MDA/CNDRS/NEAD), 2001. 108 p. Disponível em:http://www.nead.org.br/index.php?acao=bibliotecaepublicacaoID=112.
WANDERLEY, M.N.B. A agricultura familiar no Brasil: um espaço em construção. Reforma Agrária, Campinas, v.25, n. 2/3, p.37-47,1995.
RIBEIRO, J.; DE JESUS, P. Os desafios do novo rural e as Perspectivas da Agricultura Familiar no Brasil. Alagoas: IFAL, UFRPE.
CRONOGRAMA:
	
Atividades
	Ano : 2019
	
	JAN/2019
	FEV/2019
	MA/2019
	ABR/2019
	JUN/2019
	Levantamento Bibliográfico
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	Aprofundamento Teórico
	
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	Elaborações de Processos Metodológicos
	
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	Coleta de Dados
	
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	Analise dos Dados
	
	
	
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	Resultados Esperados
	
	
	
	
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