Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AUDITÓRIOS Profa. Adriana Petito de A. S. Castro Agosto/2020 DESENHO ACÚSTICO Primeira consideração – uso que vai ser dado a sala. Espaços de múltiplo uso – previsão de superfícies móveis, de forma que possam ser alterados o volume, a planta e os materiais do ambiente. Estabelecer atividade principal e secundária. Compatibilizar através de uma solução intermediária, sabendo dos erros projetuais. DEFINIR O TAMANHO DA PLATEIA Para orientar a definição do tamanho e a forma da plateia o projetista deve estudar as formas mais usuais de teatros e auditórios: ARENA ELISABETANO ITALIANO TEATRO MÚLTIPLO ARENAARENA ELISABETANO Sistema de palco misto que apresenta um espaço fechado retangular com uma grande ampliação de proscênio* (retangular ou circular). O público o circunda em três lados: retangular, circular ou misto. Na maioria das vezes não há presença da boca de cena (frente do palco) e da caixa cênica, ficando toda a estrutura da área de cena à vista do espectador – varas de cenário, iluminação e outros recursos técnicos e operacionais. *Espaço que separa a plateia do palco C a i x a C ê n i c a ITALIANO Espaço fechado nos três lados com uma quarta parede visível ao público frontal através da boca de cena: retangular, semicircular, ferradura ou misto. Caracterizado pela disposição frontal da plateia ao palco, o palco italiano é o mais utilizado dentre as tipologias existentes. Além dessa disposição frontal da plateia outros elementos caracterizam o teatro italiano tais como: •palco delimitado pela boca de cena e sua consequente cortina, • presença da caixa cênica com surdimento*, coxias e varandas. * Altura superior da caixa cênica, o espaço vazio acima do ângulo de visão do espectador. ITALIANO ITALIANO Os teatros chamados múltiplos são caracterizados pela possibilidade de montagem do palco em diversas posições, não possuindo uma caixa cênica propriamente dita. As varas de cenário e iluminação, varandas de manobra e carros contrapesados são colocados visíveis aos olhos do espectador, distribuídos por toda a extensão do espaço, possibilitando a liberdade de escolha do local e da configuração do palco e da plateia a ser distribuída. As disposições de palco e público são total, lateral total, central total, lateral parcial, esquina, central parcial, simultâneos e corredor ou galerias verticais. ESPAÇO MÚLTIPLO ESPAÇO MÚLTIPLO Espaço circular que envolve todo o público. O palco fica localizado no centro da visibilidade completa de 360 graus e pode ser circundante completo ou semicircundante. . PALCO CIRCUNDANTE DETERMINAR A ÁREA DE PISO DA PLATEIA Área por assento 0,55 – 0,7 m² Volume por assento 2,0 – 5,0 m3 DESENHAR A FORMA DO PISO DA PLATEIA, CONSIDERANDO A CAPACIDADE DA SALA FASE INICIAL: Estudo da volumetria e da geometria. O formato do auditório é considerado um dos itens mais importantes do projeto e está relacionado à qualidade acústica da sala e à visibilidade do palco. “Definir a forma para em seguida “encaixar” a função, buscando adequá-las à arquitetura, é um tipo de procedimento que deve ser evitado por profissionais que desenvolvem projetos de auditórios e de outros espaços de natureza semelhante.” VOLUME O volume do auditório deve ser decidido em proporção à intensidade sonora que será gerada no ambiente. Para CONCERTOS recomenda-se um volume grande, pois assim haverá espaço suficiente para a dispersão sonora. Para A PALAVRA FALADA, caracterizada por sons fracos, deve ser usado um espaço menor ou um sistema moderno de amplificadores, assim a palavra pode ser compreendida por todo o público presente (WATSON, 1948). FONTE: WATSON, F.R. Acoustics of building including acoustics of auditoriums and soundproofing of rooms . Londres: John Wiley & Sons, 1948. 167 p. DESENHAR A FORMA DO PISO DA PLATEIA, CONSIDERANDO A CAPACIDADE DA SALA FORMAS DA PLATEIA RETANGULAR OU LEQUE Relação entre a forma do auditório e a área ocupada pela plateia em várias tipologias de auditórios Fonte:MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999 FORMAS DA PLATEIA LEQUE Relação entre a forma do auditório e a área ocupada pela plateia em várias tipologias de auditórios Fonte:MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999 Verificar a distância máxima entre a última fileira e a palco • Para auditórios: distância máxima 25m • Para teatros: distância máxima 20m Verificar a distância máxima entre a última fileira e a palco Outros ajustes para esta distância podem envolver : a introdução de um BALCÃO a ampliação do ângulo das paredes laterais do auditório para a introdução de um número maior de poltronas nas últimas fileiras. Desenhar o piso da plateia com um balcão superior para diminuir a distância das últimas fileiras em relação ao palco. Aumentar a largura das paredes laterais, mudar o formato da plateia ou aceitar alguma não conformidade para não prejudicar a distância máxima da última fileira de poltronas. BALCÃO Verificar a saliência do balcão e sua abertura para o palco ESCALONAMENTO DO PISO O escalonamento do piso é importante para : a VISIBILIDADE, É desejável acusticamente, para garantir a recepção sonora do som direto pela audiência e evitar o paralelismo entre o teto e o piso. Uma audiência sem inclinação e com a fonte no mesmo plano da plateia recebe muito pouco som direto. PISO ESCALONADO melhora a visibilidade e faz com que o raio sonoro seja ampliado,aumentando a quantidade de energia sonora recebida pela plateia. Se o piso for escalonado e o palco elevado, a energia do raio sonoro direto para a audiência será maximizada. PISO ESCALONADO F o n te :M E H T A , JO H N S O N e R O C A F O R T , 1 9 9 9 ESCOLHA DAS POLTRONAS Escolher o modelo de poltrona a ser usada e definir o fabricante. Considerar: tipo, dimensões, cor, material, sistema de fixação, resistência, qualidade e garantia, acessórios e segurança. ESCOLHA DAS POLTRONAS O projeto de disposição das poltronas está diretamente relacionado à diferença de níveis da sala, quantidade de cadeiras por filas e seu posicionamento. Dimensões de corredores e alinhamento dos mesmos favorecem a organização e definem a capacidade do auditório. O posicionamento das poltronas define também as linhas de visibilidade e o desenho do palco. É importante nesta etapa definir a poltrona que vai ser usada antes de criar o layout definitivo para propor um projeto seguro e de dimensões corretas. ESCOLHA DAS POLTRONAS Como medida de conforto e segurança, sugere-se considerar um espaçamento médio entre 0,90 (mínimo) e 1,00m (confortável) por fileira Fonte: Soler, C.; Kowaltowski, D C.C.K. e Pina, Silvia A. M. G.. Conforto em auditórios: proposta de procedimento para o projeto. In: ENCONTRO NACIONAL DO CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO. Anais...Maceió, 2005. PALCO O palco deve se situar entre 70 e 90 cm em relação ao piso, uma vez que o espectador da primeira fileira tem sua visão a 1,10 m, em média. Um palco muito baixo cria dificuldades por exigir uma grande inclinação da plateia, mas a altura excessiva também é obstáculo aos bons preceitos de ergonomia. A visão normal, em descanso, tem um ângulo de caimento em relação à linha horizontal de 15 graus. Quando o posicionamento do palco ou da tela de projeção são definidos em ângulos acima dessa linha, o espectador é obrigado a forçar a musculatura do olho ou do pescoço, o que é desconfortável e cansativo. Fonte: Soler, C.; Kowaltowski, D C.C.K. e Pina, Silvia A. M. G.. Conforto em auditórios: proposta de procedimento para o projeto. In: ENCONTRO NACIONAL DO CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO. Anais...Maceió, 2005. PALCO O palco deve ser mais alto, com uma altura preferencial de 1,05 m para facilitar a visão da primeira fila. Fonte: MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999 ACESSOS E CIRCULAÇÕES Definir os acessos e circulações de acordo com as normas técnicas, código de obras e normas de segurança do corpo de Bombeiros. Poltronas com assento rebatível; Largura dos corredores; Localização; número e dimensões de saídas de emergência; Rotas de fuga (abertura de portas no sentido do fluxo de fuga com barras anti-pânico); Lotação e área por pessoa; Equipamentos e sinalização de emergência (detectores de fumaça, alarmes e sprinklers); , Acessibilidade e desenho universal. NBR 9050 CURVA DE VISIBILIDADE Finalizar o desenho da inclinação da plateia, do balcão (se existir), alturas do palco e verificar a relação entre a plateia e o palco, através da curva de visibilidade; LINHA DE VISÃO é uma linha que une o olho da pessoa sentada com o ponto focal. Ponto focal é o ponto mais baixo na área do palco, que deve estar visível para qualquer pessoa. Na acústica representa a FONTE DE SOM. LINHA DE VISÃO LINHA DE VISÃO E= ALTURA DO OLHO ACIMA DO NÍVEL DO CHÃO, APROX. 1,1 m c= 100 mm – distância entre o topo da cabeça e o olho T= Distância entre as fileiras, a qual varia de acordo com o assento (poltrona) F= Altura do Ponto Focal do Palco Fonte:MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999 Desde que a altura da pessoa sentada seja perto de 1,10m, acima do nível do piso, o piso sem desnível pode ser utilizado somente se o ponto focal é aproximadamente 1,10m. Se o ponto focal está a 1,5m a distância será 3,6m F o n te :M E H T A , JO H N S O N e R O C A F O R T , 1 9 9 9 A distância irá dobrar se utilizar c=50 Se a altura do ponto focal é 2,00m o valor de d será 16,20m , Este exemplo ilustra a importância de colocar uma plataforma para o orador (palco elevado) As dimensões tendem a aumentar Fonte:MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999 c= Distância entre o topo da cabeça e o olho, 100 mm d= Profundidade da parte plana do piso ex. a distância entre o primeiro degrau e o ponto focal D= Distância entre a última fileira e o ponto focal E= ALTURA DO OLHO ACIMA DO NÍVEL DO CHÃO, APROX. 1,1 m F= Altura do Ponto Focal do Palco. R= Altura do degrau T= Distância entre as fileiras, a qual varia de acordo com o assento (poltrona) Piso inclinado, com uma inclinação uniforme Inclinação do balcão quando comparado com a área principal Acentuada inclinação no balcão Acentuada inclinação nesta parte posterior Fonte:MEHTA, JOHNSON e ROCAFORT, 1999 REFERÊNCIAS: BARRETO, W. J. M. Acústica Arquitetônica, 1998 MEHTA, M.; JOHNSON, J.; ROCAFORT, J. Architectural Acoustics: principles and design. New Jersey: Courier Kendallville Inc., 1999. 446p.
Compartilhar