Buscar

Controle Social e Cidadania


Prévia do material em texto

Controle Social e Cidadania
UNIDADE 1
Para começar...
Para começar...
· 
· 
1Democracia Participativa e Representatividade
O atual regime democrático brasileiro foi instituído a partir de 1988, com a promulgação da “Constituição Cidadã”. Nessa Carta Magna, foi reestabelecida a democracia com ampla previsão de direitos e o Estado brasileiro foi reorganizado de modo a ficar mais permeável aos questionamentos da sociedade. A partir de então, a participação cidadã tornou-se não apenas possível, mas necessária para o bom funcionamento do aparato público.
Para entender melhor esse importante passo que o Brasil deu rumo à democracia e ao desenvolvimento, sugerimos a Leitura do seguinte Saiba Mais:
SAIBA MAIS SOBRE REPRESENTATIVIDADE
Assim, o primeiro passo para que o cidadão garanta que as futuras políticas públicas sejam efetivamente voltadas para suas necessidades, é eleger aqueles candidatos que efetivamente comprometam-se com as demandas sociais mais urgentes.
Mas só isso não basta, é preciso acompanhar, fiscalizar e cobrar dos representantes eleitos durante seus 4 anos de exercício, para que aquelas propostas e programas saiam do papel e se transformem em realidade. Não adianta esperar a próxima eleição para apenas não reeleger aquele que descumpriu os acordos representativos feitos através do voto.
Atividade
Assista à entrevista do economista
Ladislau Dowbor sobre a importância da participação social nas políticas públicas.
TEMPO: 13:14
FONTE: www.onu.org.br
PROGRESSÃO DO CURSO
O que o Governo gasta vem dos tributos pagos pelo Cidadão
Para que qualquer governo funcione minimamente como se espera, é necessário que arrecade receitas. Essas receitas, na medida em que possibilitam a realização de políticas, projetos e ações do Estado, se transformam em despesas. Para que esse processo seja eficaz, é preciso realizar amplo planejamento prévio, a fim de que não se estimem despesas acima das receitas previstas e nem se arrecade além do necessário. É bom lembrar: o que o governo gasta vem dos impostos e tributos pagos por cada cidadão!
Para garantir que esses recursos sejam, de fato, destinados a atender às necessidades daqueles que contribuem, a sociedade deve participar da elaboração do orçamento, ajudando a definir as prioridades para os gastos do governo. Mas deve também fiscalizar e zelar pela boa e correta destinação do dinheiro público utilizado para o cumprimento das finalidades do Estado.
Inúmeros gestores e servidores federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal cometem, na maioria das vezes por falha ou erro, irregularidades na aplicação das verbas recebidas. Por sua vez, conselheiros de políticas públicas e cidadãos em geral desconhecem o seu papel de atores políticos de participação ativa e os mecanismos disponíveis para exercer o controle social sobre o funcionamento do Estado.
Esse despreparo – e muitas vezes até desinteresse – da sociedade civil para acompanhar e controlar a gestão pública reforça a necessidade de sensibilização e estímulo ao controle social, nos mais diversos segmentos, especialmente:
Clique no boxes abaixo e visualize os detalhes dos segmentos.
AGRUPAMENTOS CIVISCONSELHEIROS DE POLÍTICAS PÚBLICASCIDADÃOS
AGRUPAMENTOS CIVIS
Como os movimentos sociais, organizações da sociedade civil e outros agrupamentos civis com necessidade de sensibilizar seus membros em uma visão crítica a respeito do funcionamento do aparato público e de formas de colaborar e controlar para melhoria da gestão pública e prevenir a corrupção.
O vídeo abaixo, utilizado para a divulgação do Portal da Transparência do Governo Federal, alerta-nos para o distanciamento do cidadão das questões que envolvem os seus próprios recursos. Acompanhar os gastos públicos e a implementação de políticas públicas é essencial para a melhoria da qualidade dos serviços públicos.
O Controle dos Gastos Públicos
Controlar significa verificar se a realização de uma determinada atividade não se desvia dos objetivos ou das normas e princípios que a regem. Na Administração Pública, o ato de controlar possui significado similar, na medida em que pressupõe examinar se a atividade governamental atendeu à finalidade pública (em oposição ao fim privado: lucro), à legislação e aos princípios básicos aplicáveis ao setor público (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, transparência etc.).
3.1Tipos de controle sobre as políticas e recursos públicos
A forma de controle exercida pela própria Administração Pública é chamada de Controle Institucional. Esse tipo de controle será aprofundado no Módulo 2 deste Curso.
Porém, tendo em vista a complexidade das estruturas político-sociais de um país e do próprio fenômeno da corrupção, o controle sobre a Gestão Pública não pode se restringir apenas ao controle institucional, feito pelos órgãos oficiais de governo. É fundamental que ocorra a participação dos cidadãos e da sociedade organizada no controle do gasto público, monitorando permanentemente as ações governamentais e exigindo o uso adequado dos recursos arrecadados.
Este é o chamado controle social, tema principal deste curso, e que será estudado em mais detalhes a partir do Módulo 3
Sobre a importância da participação e o resgate da cidadania, assista ao vídeo da campanha “O QUE VC TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?”, iniciativa da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público e do Conselho Nacional de Procuradores Gerais.
Abrindo a Caixa Preta
Como vimos, é a partir da arrecadação, ou seja, do recolhimento dos impostos pagos pelos cidadãos, que o Poder Público realiza as suas atividades e executa as políticas públicas – que devem resultar em bem-estar para todos.
PARA REFLETIR
Também vimos que, no Brasil, vivemos hoje em um Estado Democrático de Direito, um ambiente político em que os cidadãos têm o poder de interferir nos rumos do Estado e controlar os programas de governo por ele realizados. Mas como controlar algo que não conhecemos?
SAIBA MAIS SOBRE O FUNCIONAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Para viabilizar uma participação mais efetiva da sociedade nos rumos da coisa pública, nos últimos anos foram introduzidos alguns mecanismos legais que contribuem para aproximar Estado e sociedade: o dever da transparência e o direito de acesso à informação pública.
Veremos a seguir alguns aspectos dessas duas conquistas recentes da democracia brasileira, que contribuem para abrir a “caixa preta” do Poder Público Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal, para que todos possam exercer plenamente seus direitos individuais e sociais.
O Dever de prestar contas
A prestação de contas é um DEVER de todo administrador público já previsto em diversas legislações que tratam do uso dos recursos públicos, em especial no parágrafo único do artigo 70 da Constituição Federal:
“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”
(Artigo 70 da Constituição Federal)
Por outro lado, é um DIREITO de todo cidadão ter acesso às prestações de contas. A Lei de Acesso à Informação (LAI) – que veremos mais adiante neste curso – garante a qualquer pessoa o direito de acesso a todos os documentos que compõem os processos de contratação e pagamento de qualquer ente ou administrador público (salvo raríssimas situações de necessidade de sigilo comprovado). E este acesso deve atender ainda a alguns requisitos obrigatórios:
· Procedimentos objetivos e ágeis: o acesso a qualquer informação pública por qualquer pessoa não pode esbarrar em procedimentos burocráticos, seja quando solicitado pessoalmente ou no caso de pedidos e pesquisas on-line via Internet – onde diversas informações obrigatórias devem ser encontradas rapidamente na página do órgão ou entidade.
· Forma transparente e clara: as regras e exigências para pesquisa ou formalização de consultas não podem confundir ou desmotivar o cidadão, muito menos limitar seu direitoou causar qualquer intimidação. Precisam ser simples, diretas e objetivas, para estimular a participação de todos.
· Em linguagem de fácil compreensão: os relatórios, extratos, tabelas, consultas e tudo o mais que a sociedade tem direito a acessar permanentemente, devem ser adequados a uma linguagem que não exija conhecimento específico. É o caso dos dados contábeis ou jurídicos, que muitas vezes não significam nada para o leitor leigo.
Sobre o “dever de prestar contas”, sugerimos como Leitura Complementar o artigo Accountability: quando poderemos traduzi-la para o português? publicado na Revista de Administração Pública – Rio de Janeiro, 24(2)30-50, fev/abr. 1990 – de autoria de Anna Maria Campos, Doutora em Administração Pública (Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/9049/8182 Acesso em: 24/04/2019). Apesar de já ter 28 anos, seu conteúdo segue muito preciso em relação à realidade atual brasileira.
4.2O Dever de transparência
A partir da Constituição de 1988, novas legislações (como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei do Processo Administrativo, a Lei do Habeas Data e a Lei de Arquivos) entraram em vigor obrigando os governos a divulgarem, por exemplo, dados orçamentários e financeiros, bem como atos administrativos, licitações, contratos, convênios etc.
O dever de transparência nada mais é do que uma extensão do dever de prestar contas, ou seja, os administradores do dinheiro público não devem apenas prestar contas “periodicamente” (ao fim de cada ano, por exemplo), e sim “permanentemente”, divulgando todas as ações públicas imediatamente após ocorrerem. Em muitos casos, inclusive, a obrigatoriedade de divulgação é diária, como veremos ao longo deste curso.
“Um governo popular, sem informação pública, ou sem meios para obtê-la, é o prólogo de uma farsa ou de uma tragédia; ou talvez de ambas. O conhecimento sempre governará a ignorância: e o povo que pretende governar a si próprio necessita amar-se com o poder que o conhecimento confere”
-James Madison
Ex-Presidente dos Estados Unidos (1822)
Porém, na prática, ainda não está plenamente consolidada no Brasil uma cultura do “dever de prestar contas” (accountability) e do “dever de transparência” por parte dos administradores públicos, muito menos a cultura de o cidadão exigir resultados com qualidade. Isso surge do próprio relacionamento entre a administração pública e a sociedade, da própria noção de público e de ética.
Cultura do Sigilo X Cultura da Transparência
Em decorrência dessas inovações que o Brasil vem implementando nas áreas de prestação de contas, transparência e acesso à informação pública, estamos migrando de uma gestão pública em que sempre predominou uma cultura de sigilo para uma ênfase na cultura de transparência. Vejamos esses conceitos:
	CULTURA DE SIGILO
	CULTURA DE TRANSPARÊNCIA
	A gestão pública é pautada pelo princípio de que a circulação de informações representa riscos e pelo temor de que os dados divulgados sejam utilizados indevidamente por grupos de interesse.
	Os agentes públicos têm consciência de que a informação pública pertence ao cidadão e que cabe ao Estado provê-la de forma tempestiva e compreensível.
	Favorece a criação de obstáculos para que as informações sejam disponibilizadas.
	Os servidores procuram atender eficazmente às demandas da sociedade.
	Existe a percepção de que o cidadão só pode solicitar informações que lhe digam respeito direto.
	O cidadão pode solicitar a informação pública sem necessidade de justificativa.
	A demanda do cidadão é um problema: sobrecarrega os servidores e compromete outras atividades.
	A demanda do cidadão é vista como legítima, pois pode contribuir para a melhoria da prestação dos serviços públicos.
	Cabe sempre à chefia decidir pela liberação ou não da informação, que é sempre retida e, muitas vezes, perdida.
	São estabelecidas regras claras e procedimentos para a gestão das informações
	Os cidadãos não estão preparados para exercer o direito de acesso à informação.
	São criados canais eficientes de comunicação entre governo e sociedade.
	A gestão pública perde em eficiência, o cidadão não exerce um direito e o Estado Não cumpre seu dever.
	O fluxo de informações favorece a tomada de decisões, a boa gestão de políticas públicas e a inclusão do cidadão.
Essa mudança cultural, tão necessária para o amadurecimento de nossa democracia e cidadania, é acelerada a partir da provocação de atores sociais importantes, a exemplo da mídia.
4.4O direito de livre acesso à informação pública
Informação pública é qualquer tipo de dado ou registro de interesse público, produzida ou guardada pelos órgãos e agentes da administração direta e indireta, como prefeituras, secretarias, governos estaduais, governo federal etc., bem como pelas entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos do Poder Público.
· Um indivíduo só exerce sua liberdade de escolha se acessar informações completas, verídicas e de qualidade;
· Órgãos públicos detêm informações não para si mesmos, mas enquanto guardiães de um bem público;
· Sem informação sobre o direito à saúde, à moradia, à educação, os cidadãos não podem determinar se são respeitados.
Fonte: www.artigo19.org
Ou seja, todas as informações produzidas ou custodiadas pelo poder público e por seus administradores são públicas e, portanto, devem estar acessíveis a todos os cidadãos, ressalvadas as hipóteses de sigilo legalmente previstas.
ATENÇÃO
INFORMAÇÃO É UM DIREITO SEU!
As informações públicas pertencem ao povo e mostram se nossos representantes estão trabalhando bem por quem representam. Sem informação sobre a execução das políticas de saúde, moradia, educação etc., os cidadãos não são capazes de determinar se esses direitos fundamentais estão sendo respeitados ou não.
O artigo 5º, inciso XXXIII da Constituição Federal do Brasil determina que:
“Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
Este direito fundamental foi regulamentado em 18/11/2011 com a edição da Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), que dispõe sobre os procedimentos a serem observados, a fim de garantir o acesso às informações públicas por qualquer interessado. A LAI foi um marco histórico fundamental para o fortalecimento do controle social, passando a ser uma das principais ferramentas desse exercício de cidadania.
ATENÇÃO
Transparência e publicidade são as regras máximas. Sigilo é exceção, com critérios rigorosos!
Neste Módulo 1, colocaremos em prática um exercício que será muito útil para conhecermos mais sobre esta importante ferramenta de exercício da cidadania: a LAI.
5Exercício de Aprendizagem: Solicitando informações à Prefeitura
De acordo com a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso à informação nas suas páginas oficiais na Internet. Também devem criar o Serviço de Informações ao Cidadão (SIC), em local identificado, para orientar o público quanto ao pedido de informações, informar sobre a tramitação de documentos e protocolar requerimentos de acesso a informações.
Essa lei prevê ainda que qualquer interessado pode formalizar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive a entidades privadas que utilizem recursos públicos.
Assim, você agora irá exercitar o encaminhamento de pedidos de dados via Internet. Para isso, siga os passos abaixo:
· Faça uma busca pelo site da sua prefeitura e, uma vez no site, procure um símbolo, botão ou link com o nome “Acesso à Informação”.
· Se tiver encontrado o portal de Acesso à Informação, procure por “Solicitar Informação” ou outro campo parecido. Deve abrir uma tela, formulário ou sistema,pedindo que você se cadastre e depois elabore seu pedido.
a. Caso não tenha encontrado, procure no site por outras seções como “Transparência” ou similares. Em último caso, se não encontrar outro local, formalize seu pedido enviando-o para o e-mail geral que deve constar do site.
b. Se você tiver de fazer a solicitação por um e-mail, inicie o texto com a seguinte frase: “Pedido de Acesso à Informação, com base na Lei 12.527/2011”.
· Faça o seu cadastro conforme solicitado. A Lei de Acesso à Informação exige que você se identifique, com seu nome, RG ou CPF, nome da entidade que você representa (se for o caso) e CNPJ. Você deverá informar também que “deseja receber a resposta por e-mail”, marcando esta opção, se houver, ou incluindo no texto do pedido.
· Vamos elaborar 3 pedidos de informação, para exercitar, e também para que você tenha um breve diagnóstico de como funciona este serviço na sua prefeitura. Para facilitar, copie e cole o texto de cada pedido. Mas lembre-se de que devem ser 3 pedidos separados, conforme modelos a seguir.
· Após enviar cada pedido, anote o número de protocolo (é o que identifica seu pedido para que você possa acompanhá-lo ou entrar com recurso, se não for atendido em tempo). Por garantia, antes de enviar dê um “print screen” na tela para o caso de, apesar da mensagem “enviado com sucesso”, você não receba nenhuma confirmação por e-mail do seu pedido.
· Guarde as respostas para serem utilizadas no controle social, se for o caso.
PEDIDO 1:
Senhor Prefeito,
Com base na Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), solicito informar se a Prefeitura publica os salários dos servidores públicos no seu Portal de Transparência. Caso esta informação já esteja publicada no Portal, favor informar o endereço on-line para consulta. Solicito por fim que a resposta ao meu pedido seja enviada diretamente por e-mail, para o endereço cadastrado neste pedido.
Atenciosamente,
(Escreva seu nome e, se quiser, seu telefone, assim a prefeitura pode entrar em contato, caso tenha alguma dúvida no seu pedido)
Obs.: A resposta deve ser simples: sim ou não. Portanto deve ser rápida. Em caso positivo, deve incluir também o link de onde a informação se encontra. Se isso ocorrer, aproveite para visitar o site e conhecer um pouco como funciona esta pesquisa. Quem sabe você não descobre algum funcionário fantasma conhecido?
PEDIDO 2:
Senhor Prefeito,
Com base na Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), solicito informar o local (link) onde se encontram publicados no Portal de Transparência da Prefeitura, no corrente ano:
a. todos os editais das licitações, na íntegra: link
b. todos os resultados das licitações, na íntegra: link
c. todos os contratos celebrados, na íntegra: link
Solicito, por fim, que as 3 respostas ao meu pedido sejam enviadas diretamente por e-mail, para o endereço cadastrado neste pedido.
Atenciosamente,
(Escreva seu nome e, se quiser, seu telefone, assim a prefeitura pode entrar em contato, caso tenha alguma dúvida no seu pedido)
Obs.: A resposta deve ser razoavelmente rápida, indicando apenas o local na página onde está a informação. Porém, é possível que o município não divulgue esses documentos na íntegra em seu portal, e sim apenas seus extratos resumidos. Mas estes resumos não são completos o suficiente para que o cidadão possa ficar a par do que o governo está pretendendo gastar, e fiscalizar no detalhe o uso do dinheiro municipal.
PEDIDO 3:
Senhor Prefeito,
Com base na Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), solicito disponibilizar uma relação com todos os pagamentos efetuados pela Prefeitura em 2018, relativos a todas as diárias e/ou adiantamentos para viagens a serviço dos servidores municipais (inclusive Prefeito e Secretários).
A informação deve vir em forma de tabela contendo, para cada pagamento, no mínimo os seguintes dados:
• Número do processo de pagamento;
• Nome do agente público;
• Matrícula;
• Cargo;
• Órgão em que trabalha;
• Local de destino;
• Período de afastamento;
• Motivo da viagem;
• Valor total pago.
Solicito, por fim, que a resposta ao meu pedido seja enviada diretamente por e-mail, para o endereço cadastrado neste pedido.
Atenciosamente,
(Escreva seu nome e, se quiser, seu telefone, assim a prefeitura pode entrar em contato, caso tenha alguma dúvida no seu pedido)
Obs.: Se a prefeitura tem um bom nível de transparência, a resposta deve ser rápida, informando apenas o link onde esta informação já está publicada. E neste local deve haver um botão para que você possa extrair essa tabela. Com um nível médio de transparência, é possível que o local informado não possua todas essas informações solicitadas, portanto talvez o pedido, embora respondido rapidamente, precise ser complementado posteriormente, solicitando mais dados que não estão publicados.
Em último caso, este pedido pode demandar mais tempo para resposta, porque necessitará de algum trabalho da Prefeitura para pesquisa, caso ela não possua um bom nível de transparência já implantado.
Controle Institucional
“Controle institucional é aquele que a própria Administração Pública exerce sobre a atividade governamental. Trata-se do controle realizado por agentes públicos no exercício da função pública.“
No módulo anterior vimos que a Constituição Federal de 1988 incorporou amplos direitos sociais, muitas vezes com impactos sobre a despesa pública. Por outro lado, a Carta Magna estabeleceu também diversos dispositivos voltados para o controle do orçamento público, do endividamento e da despesa pública. É o que pode ser visto nos artigos 70, 71 e 74, que tratam do controle institucional sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial. Façamos a leitura dos artigos constitucionais abaixo:
Art. 70º (...)
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Art. 71º (...)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
Art. 74º (...)
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
Art. 75º (...)
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Clique aqui para ver as cláusulas
Nota-se que o texto constitucional define duas espécies de controle: externo e interno. Vamos ver o que caracteriza um e outro.
1.1Controle Externo
O controle externo é função do Poder Legislativo, sendo de competência do Congresso Nacional, no âmbito federal, das Assembleias Legislativas nos Estados, da Câmara Legislativa no Distrito Federal e das Câmaras Municipais nos Municípios, com o auxílio dos respectivos Tribunais de Contas.
PARA REFLETIR
Está claro, portanto, no texto constitucional, que o controle externo deve ser realizado pelo Poder Legislativo. Mas você já se perguntou por quê?
Para responder a esta pergunta, podemos retomar o conceito de representatividade, de que tratamos no módulo anterior. O Congresso Nacional, representante do povo, delega, mediante leis e, principalmente pelo Orçamento, os meios para que a Administração Pública alcance objetivos políticos, econômicos e sociais em benefício dos representados. O mesmo Parlamento precisa avaliar e controlar se esses objetivos estão sendo alcançados. Esse é o princípio fundamental do controle externo, prerrogativa da qual o Legislativo é titular.
Controle Interno
Como aprendemos anteriormente, a Constituição Federal determinou que a função de controle interno deve ser exercida pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os quais mantêmestruturas com tal finalidade. Esse conjunto de estruturas se denomina Sistema de Controle Interno, sendo que cada Poder possui o seu próprio Sistema, dada a independência dos Poderes, podendo haver cooperação e integração entre eles.
Mas o conceito de controle surgiu antes mesmo da Constituição...
O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, estabeleceu o controle como um princípio fundamental para as atividades da Administração Federal, segmentando-o em três linhas de atuação, que podemos definir simplificadamente, trazendo para a realidade atual, da seguinte forma:
· Atuação da área operacional;
· Atuação das áreas de supervisão e monitoramento (compliance);
· Atuação da auditoria interna
PARA REFLETIR
Então, afinal, o que é controle interno?
O controle interno é um processo conduzido dentro das organizações para proporcionar garantia razoável de que os objetivos institucionais serão alcançados. Deve ser exercido em todas as instâncias, desde a área mais operacional até a alta administração, por meio de pessoas e de ações.
É um conjunto de atividades, tarefas, mecanismos e medidas adotadas para que cada etapa da prestação de um serviço público possa atingir sua finalidade e, não apenas isso, mas para que possa cumprir os princípios constitucionais de Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência, Legitimidade e Economicidade.
Como podemos observar, o conceito de Sistema de Controle Interno, o qual surgiu na Constituição Federal de 1988, difere do conceito de controle interno.
Mas, como atua o Sistema de Controle Interno?
As atribuições definidas para o Sistema de Controle Interno pela Constituição se referem a avaliações exercidas por intermédio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, além da prestação de apoio ao controle externo no exercício de sua missão institucional, as quais são exercidas por meio dos instrumentos de auditoria e de fiscalização.
Agora, sabendo quais instituições são responsáveis, constitucionalmente, pelo controle externo e interno, vamos ver o que diferencia um e outro tipo de controle. Para isso, vamos partir de um exemplo prático de controle sobre a gestão pública na área de recursos humanos.
Na Prática
Imagine que determinado Ministério (órgão da estrutura do Poder Executivo Federal) tenha admitido novos servidores para seu quadro efetivo. A admissão de pessoal no serviço público é um ato que deve obedecer aos princípios que vimos no módulo anterior. Assim, é preciso fiscalizar a observância desses princípios, o que é feito pelos órgãos de controle externo e interno.
PARA REFLETIR
Neste caso, o que faz o controle externo?
Vamos rever o Art. 70 e 71, inciso III da Constituição Federal?
Art. 70º (...)
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Como vimos na Constituição Federal (Art. 71, inciso III), compete ao Tribunal de Contas apreciar a legalidade dos atos de admissão de pessoal na administração direta e indireta. Assim, esses atos de admissão serão submetidos ao Tribunal de Contas da União (órgão de auxílio técnico ao Poder Legislativo), para que este verifique a conformidade e, mediante parecer do controle interno, esses atos são examinados pelas unidades técnicas e apreciados pelos Colegiados. Dessa forma, o Ministério encaminhará esses atos de admissão ao controle interno.
Art. 71 (...)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
E o controle interno, como age?
Também prevê a CF que o sistema de controle interno deve apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional (Art. 74, IV). Uma das atribuições dos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal (Lei 10.180, art. 24) é a realização de auditorias nos sistemas administrativos, incluindo os de pessoal.
Mediante procedimento específico determinado pelo Tribunal de Contas da União, o controle interno analisa a legalidade desse processo de admissão, verificando, entre outras questões: se a nomeação dependeu de prévia habilitação em concurso público; se foram obedecidas a ordem de classificação e o prazo de validade: se o nomeado foi posicionado na inicial da classe e padrão de cada nível; e, diante da verificação dessas informações, emite parecer sobre a legalidade do ato, e o encaminha ao Tribunal de Contas da União para registro.
O exemplo que acabamos de ver permite-nos identificar a diferença básica entre controle externo e controle interno. Você sabe o que diferencia um do outro?
Controle institucional Externo: aquele exercido por um Poder ou órgão constitucional independente sobre os atos de outros poderes.
Controle Institucional Interno: aquele exercido pelo próprio Poder sobre seus atos, por meio de diversas estruturas pertencentes a este Poder.
Órgãos de Controle Externo
Neste tópico conheceremos mais sobre os órgãos públicos que atuam no controle institucional externo.
2.1Congresso Nacional
Composto pela Câmara dos Deputados (representantes do povo) e pelo Senado Federal (representantes dos Estados e do Distrito Federal). Além da função de representação, compete ao Congresso Nacional exercer atribuições legislativas e de fiscalização e controle. Sobre a função fiscalizadora, sua competência é definida pelo já mencionado art. 70 da Constituição Federal.
Um importante instrumento para o Congresso Nacional exercer o controle externo da administração federal é a prestação de contas a que estão obrigados o Presidente da República (CF 1988, art. 84, XXIV) e os dirigentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, além do Chefe do Ministério Público (Lei Complementar nº 101, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, art. 56).
Além disso, há outros mecanismos de fiscalização e controle à disposição do Congresso, como: a possibilidade de convocação de Ministro de Estado ou de titulares de órgãos diretamente vinculados à Presidência da República para prestar informações sobre assunto previamente determinado; o encaminhamento de pedidos de informações a essas autoridades pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; a instalação de comissões parlamentares de inquérito pelas Casas, em conjunto ou separadamente, para apuração de fato determinado e por prazo certo.
O Congresso Nacional pode receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas.
A Câmara dos Deputados possui vários canais de interação com os cidadãos, entre os quais Comissão de Legislação Participativa, a Ouvidoria Parlamentar, o Portal e os sistemas comunicativos: Fale Conosco, Fale com o Deputado, Fale com a Ouvidoria e o e-democracia.
SAIBA MAIS
2.2Assembleias Legislativas Estaduais e do Distrito Federal
Conforme já vimos neste módulo, o controle externo é função do Poder Legislativo, com auxílio técnico dos respectivos tribunais de contas. Dessa forma, como órgãos de representação do Poder Legislativo dos Estados e do Distrito Federal, as Assembleias Legislativas Estaduais e a Câmara Legislativa do Distrito Federal também exercem atribuições de controle externo, cada uma no seu âmbito de atuação, o qual veremos mais adiante. Veja o que diz a Constituição Federal sobre fiscalização e controle institucional nas esferas estadual e municipal:
Art. 75º (...)
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Clique aqui para ver as cláusulas
Como se pode perceber, as normas constitucionais relativas a controle externo e interno devem ser aplicadas,no que couber, aos Estados e Municípios. Assim, além de observar os princípios da Constituição Federal, cada unidade federativa rege-se por leis locais, principalmente, pela Constituição Estadual, no caso dos Estados, e pela Lei Orgânica, no caso do Distrito Federal. Essas leis reproduzem as normas sobre controle externo e interno no âmbito estadual ou distrital.
Uma vez que a Assembleia fiscaliza o governo estadual, também recebe e apura denúncias, sendo esta uma de suas formas de interação com o cidadão. Essas apurações podem até resultar em afastamento de administradores envolvidos em atos de corrupção.
2.3Câmaras Municipais
No Brasil, a câmara municipal, cujos membros são os vereadores, exerce o Poder Legislativo no Município, configurando-se como a assembleia de representantes dos cidadãos ali residentes.
A Constituição Federal prevê a fiscalização do município por meio de controle institucional, tanto interno quanto externo, este último a cargo do Poder Legislativo Municipal:
Art. 31º (...)
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
Clique aqui para ver as cláusulas
Desse modo, cada Câmara Municipal possui a função de fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo, o que abrange os atos administrativos, de gestão e a fiscalização financeira e orçamentária. Este controle é feito com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado ou do Município, onde houver.
Para exercer essa fiscalização, a Câmara pode valer-se de instrumentos como a convocação de autoridades municipais para prestar informações, realização de Audiências Públicas e aprovação de requerimentos de informações. A Câmara Municipal conta, ainda, com as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar fatos determinados ou denúncias, dentro de um prazo certo.
Na Prática
Conheça os aspectos práticos da função de controle da Câmara Municipal na publicação “O vereador e a fiscalização dos recursos públicos municipais”.Disponível em:https://www.cgu.gov.br/cartilhavereadores. Acesso em: 26/04/2019.
Procure o site da Câmara de sua cidade e conheça mais sobre suas atividades.
Outra função da Câmara é realizar o julgamento de seus integrantes, do prefeito e do vice-prefeito, por infrações político-administrativas. Também é atribuição da Câmara tomar e julgar as contas do Prefeito, da sua Mesa Diretora e do Tribunal de Contas do Município.
Além das funções de Controle Externo, a Constituição Federal determina que “compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local” e “suplementar a legislação federal e a estadual no que couber” (CF, art.30, I e II). O processo legislativo municipal é determinado pelo Regimento Interno das Câmaras. Também é assegurada a “iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado” (CF, art. 29, XIII).
Como fiscalizam as prefeituras, as Câmaras Municipais também recebem e apuram denúncias e podem afastar administradores – prefeitos e secretários municipais, por exemplo – envolvidos em corrupção.
Uma importante função dos vereadores é aprovar a Lei Orgânica municipal. Trata-se da lei maior de cada cidade e está para o município assim como a Constituição Federal está para a União e a Constituição Estadual para os Estados Membros. É através dela que os Municípios se organizam. Assim, a exemplo da Constituição Federal e das Estaduais, a Lei Orgânica Municipal estabelece como será feita a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, neste caso, do município.
Há um entendimento generalizado de que a função dos vereadores e congressistas é apenas a de legislar e a de votar em projetos de lei de seus colegas. Em tempos de eleição, é comum que muitos portais e ONGs atribuam notas à atuação dos congressistas a partir de projetos de leis propostos e de presenças em plenária para votação desses projetos.
No entanto, agora já sabemos que os componentes do Poder Legislativo também têm como função primordial o controle das ações do governo, função esta que é muito importante para o pleno funcionamento da democracia. Nessas contagens que levam em consideração apenas as propostas de lei e a presença em plenário, um parlamentar que se dedica prioritariamente às funções de controle poderia ser prejudicado levando nota inferior a um outro parlamentar que formula projetos de lei sem qualquer relevância para a população em geral.
Agora é a vez de pesquisar a Lei Orgânica do município, para identificar os artigos que tratam do controle externo e interno no âmbito municipal. Procure no site do seu município, na Câmara Municipal ou na biblioteca mais próxima.
2.4Tribunais de Contas
Vimos que o Poder Legislativo exerce função fiscalizadora sobre a administração financeira e orçamentária, em outras palavras, o controle externo. Para isso, conta com a prévia apreciação técnico-administrativa dos tribunais de contas. Assim, os tribunais de contas são órgãos administrativos que prestam auxilio técnico ao Poder Legislativo no controle externo.
No módulo anterior vimos que a prestação de contas sobre a utilização de recursos públicos está prevista na Constituição Federal de 1988, e esta obrigatoriedade é reproduzida nas Constituições Estaduais.
Cada Tribunal de Contas possui suas próprias competências, não existindo, em nosso sistema, a possibilidade de uma Corte ser a revisora de outra. Dessa forma, caso algum responsável tenha suas contas consideradas irregulares no âmbito de algum Tribunal de Contas Estadual, não poderá recorrer desta condenação ao Tribunal de Contas da União.
Além das atribuições previstas na Constituição, várias outras têm sido conferidas aos Tribunais de Contas por meio de leis específicas. Destacam-se entre elas, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Licitações e Contratos e, anualmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
As competências, funções, jurisdição e o exercício do controle externo por parte dos tribunais de contas estão descritas na lei orgânica de cada tribunal.
O §2º do art. 74 da Constituição Federal é muito importante para o exercício do controle social. Ele diz que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante os Tribunais de Contas.
SAIBA MAIS
2.4.1Tribunal de Contas da União
O Tribunal de Contas da União – TCU, com sede em Brasília, é um órgão administrativo que auxilia tecnicamente o Congresso Nacional nas funções de controle externo da Administração Pública.
ATENÇÃO
Embora exerça auxílio técnico ao Congresso Nacional, o TCU não é um órgão subordinado ao Poder Legislativo. Apesar do nome, também não se vincula ao Poder Judiciário, pois é um tribunal administrativo. Ele tem autonomia em suas ações, e suas atribuições estão definidas na Constituição Federal de 1988.
Em sua atuação, o Tribunal de Contas da União desempenha funções básicas, as quais, em grande, parte, são reproduzidas pelos tribunais de contas nos âmbitos estadual e municipal. Essas funções são detalhadas no quadro abaixo:
	Funções dos Tribunais de Contas
	Função
	Descrição
	Fiscalizadora
	Auditorias, inspeções, acompanhamentos e monitoramentos, relacionados com a atividade de controle externo.
	Consultiva
	Elaboração de parecer prévio, de caráter essencialmente técnico, sobre as contas prestadas.
	Informativa
	Prestação de informações ao Poder Legislativo sobre a fiscalização exercida pelo tribunal.
	Judicante
	Julgamento de contas dos administradores e dos demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos.
	Sancionadora
	Aplicações de sanções aos responsáveis por ilegalidade na despesa ou irregularidade nas contas.
	Corretiva
	Determinação para corrigir ilegalidade ou irregularidade em ato de gestão de qualquer órgão ou entidade pública sob jurisdição.
	Normativa
	Expedição de instruções e atos normativosacerca de matérias de sua competência.
	Ouvidoria
	Possibilidade de o Tribunal receber denúncias e representações relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam comunicadas.
	Pedagógica
	Orientação a gestores e cidadãos sobre procedimentos e melhores práticas de gestão.
SAIBA MAIS
2.4.2Tribunal de Contas
A Constituição Federal, em seus arts. 31 e 75, prevê a criação dos Tribunais de Contas dos Estados - TCE, cujas características e natureza jurídica são muito semelhantes às do Tribunal de Contas da União.
Cada uma das unidades da federação conta com um Tribunal de Contas para análise e julgamento das contas que envolvam recursos públicos locais, sejam eles estaduais, municipais ou distritais. Assim, temos vinte e seis Tribunais de Contas do Estado - TCE, que auxiliam tecnicamente as Assembleias Legislativas no controle externo das contas estaduais, e um Tribunal de Contas do Distrito Federal, responsável pelas contas públicas que envolvam recursos do Distrito Federal. Via de regra, cada TCE analisa também as contas dos municípios situados naquele Estado.
2.4.3Tribunais de Contas dos Municípios
Em três unidades da federação (Bahia, Goiás e Pará) existe a figura dos Tribunais de Contas dos Municípios. Mas é importante destacar: não são tribunais de contas municipais, cuja criação é proibida pela Constituição Federal. São, na realidade, órgãos colegiados estaduais responsáveis por julgar as contas dos governos dos Municípios, enquanto os Tribunais de Contas dos Estados julgam as contas dos Governos Estaduais.
2.4.4Tribunais de Contas Municipais
Como dissemos, a Constituição Federal impede a criação de tribunais de contas municipais. No entanto, em 1988, quando foi promulgada a Carta Magna, já existiam dois Tribunais de Contas de Município: o do Rio de Janeiro e o de São Paulo. O fato é que a Lei Maior proíbe a criação, mas não determina a extinção das cortes já existentes, de modo que esses dois tribunais foram preservados como órgãos municipais.
Tribunal de Contas do Município de São Paulo, desde 1968.
Na Prática
Para saber qual tribunal de contas deve atuar em cada caso, devemos identificar qual a origem do recurso público que deverá ser fiscalizado.
Assim, caso estejam sendo gastos recursos federais, o órgão que irá atuar é o Tribunal de Contas da União (TCU). Se o recurso é do governo estadual, o responsável pela fiscalização é o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Por fim, se o recurso for municipal, a responsabilidade por fiscalizar é do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Nos Estados onde não há Tribunais de Contas dos Municípios, compete ao TCE local fiscalizar tanto o dinheiro gasto no âmbito da administração estadual quanto municipal.
Você já sabe que, constitucionalmente, o Poder Legislativo, auxiliado pelos tribunais de contas, é responsável pelo controle externo. Agora, vamos conhecer mais sobre outros órgãos que podem apoiar essa tarefa, na fiscalização da gestão pública, no diagnóstico e combate à corrupção e no incentivo e fortalecimento do controle social.
2.5Ministério Público
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, isto é, dos quais a pessoa não pode abrir mão. Trata-se de um órgão de Estado que atua na defesa da ordem jurídica e fiscaliza o cumprimento da lei no Brasil. O MP não possui vinculação funcional a qualquer dos poderes do Estado.
O Ministério Público abrange:
· o Ministério Público da União (MPU);
· os Ministérios Públicos dos Estados (MPE).
O Ministério Público da União (MPU) compreende os seguintes ramos:
· Ministério Público Federal (MPF);
· Ministério Público do Trabalho (MPT);
· Ministério Público Militar (MPM);
· Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Ministério Público
Dentre as formas de atuação do Ministério Público, podemos destacar as seguintes:
· Promove ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade;
· Promove representação para intervenção federal nos Estados e Distrito Federal;
· Impetra habeas corpus e mandado de segurança;
· Promove mandado de injunção;
· Promove inquérito civil e ação civil pública para proteger os direitos constitucionais, patrimônio público e social, meio ambiente, patrimônio cultural e interesses individuais indisponíveis, homogêneos e sociais, difusos e coletivos;
· Promove ação penal pública;
· Expede recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública;
· Expede notificações ou requisições (de informações, de documentos, de diligências investigatórias, de instauração de inquérito policial à autoridade policial).
2.6Poder Judiciário
Com autonomia assegurada pela Constituição Federal, a função do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. São órgãos superiores do Poder Judiciário o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além desses, o sistema Judiciário é composto pela Justiça Federal comum e pela Justiça especializada (Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar). Existem, ainda, os Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
São os Juízes e Tribunais de Justiça que dão a última palavra: decidem quem vai ou não para a cadeia, quem perde ou não o mandato, etc. Mas eles só podem agir se forem acionados por alguém: pelo promotor de Justiça, por exemplo, ou por qualquer pessoa, mediante representação.
Estrutura simplificada do Poder Judiciário:
Conheça mais sobre o Poder Judiciário no portal www.brasil.gov.br/governo/2009/11/poder-judiciario
2.7Polícia Federal e Polícias Estaduais
Responsáveis pela preservação da ordem e segurança das pessoas e do patrimônio, atuam também como polícia judiciária, auxiliando o Poder Judiciário na aplicação da Lei. Veja o site do Departamento de Polícia Federal (DPF): www.dpf.gov.br.
3Órgãos de Controle Interno
Vimos que no setor público, o controle interno é aquele que os Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário exercem sobre suas próprias atividades. Seu principal objetivo é assegurar a execução dessas atividades dentro dos princípios básicos da administração pública definidos pelo artigo 37 da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).
O Sistema de Controle Interno na Administração Pública é um conjunto de unidades técnicas orientadas para promover a eficiência e a eficácia nas operações e verificar o cumprimento das políticas estabelecidas em lei, sendo coordenado e supervisionado por uma Unidade Central de Controle Interno criada na estrutura de cada um dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, conforme previsto no art. 74 da Constituição Federal.
O quadro abaixo mostra as principais atividades das unidades de controle interno e sua finalidade.
	Atividades essenciais das unidades de controle interno
	O que faz?
	Pra quê?
	Avaliação do cumprimento das metas da entidade
	Verificar o atingimento das metas estabelecidas para a entidade
	
	Avaliação da execução das ações de governo
	Comprovar o nível de execução das metas, o alcance dos objetivos e a adequação do gerenciamento dos recursos públicos envolvidos
	
	Avaliação da execução do orçamento
	Comprovar a conformidade da execução orçamentária e financeira conforme os limites e as destinações estabelecidas
	
	Avaliação da gestão dos administradores públicos
	Comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e examinar os resultados obtidos
	
	Controle das operações de crédito, avais, garantias, direitos, direitos e haveres
	Aferir a sua consistência e a adequação
	
	Avaliação das renúncias de receitas
	Avaliar o resultado da efetiva política que implique redução discriminada de tributos eou contribuições
	
3.1Controladoria-Geralda União
Na esfera federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), além de outras funções, atua como órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.
3.2Controladorias nos Estados e nos Municípios
Nos estados e municípios também há uma controladoria interna, ou uma unidade de controle interno com, no mínimo, um auditor.
SAIBA MAIS
4Controles Administrativos
O controle interno mais básico e que deve estar presente a todo o momento, no dia-a-dia dos órgãos e entidades públicas, é chamado de Controle Administrativo. De responsabilidade exclusiva do gestor de cada órgão e também chamados de controles primários, garantem um ambiente de segurança contra fraudes e erros.
São exemplos desses controles básicos: controle de estoques, de frequência, controle de entrada e saída dos veículos e as fichas de consumo de combustível, controles sobre distribuição de medicamentos e merenda escolar etc.
A imensa maioria dos problemas detectados em órgãos públicos de todas as instâncias – sejam eles imbuídos de má-fé ou decorrentes de negligência, imprudência ou imperícia – poderia ser evitada, se os administradores públicos priorizassem o fortalecimento do controle sobre suas transações mais básicas.
UNIDADE 3
Espaços e Instâncias para o Controle Social
Espaços e Instâncias para o Controle Social
· 
· 
1Controle social – E eu com isso?
Antes de nos aprofundarmos no tema do controle social, é importante lembrarmos o que nós, cidadãos, temos a ver com isso. Há diversos grupos e organizações que apresentam campanhas buscando engajar as pessoas para que exerçam um papel mais ativo na sociedade. Um exemplo claro dessas iniciativas é a campanha “O que você tem a ver com a corrupção?” – projeto criado pelo Ministério Público de Santa Catarina que, desde 2004, vem se expandindo por todo o país, visando educar as novas gerações para um comportamento ético desde as pequenas ações individuais até as questões políticas e sociais, destacando o papel fundamental de nossa própria conduta.
Como preparação para o tema deste módulo, assista ao vídeo abaixo:
O que você tem a ver com a corrupção?
2Um direito e um dever
Como vimos nos módulos anteriores, o controle social é um importante mecanismo de prevenção à corrupção e fortalecimento da cidadania, pois contribui para aproximar a sociedade do Estado, abrindo a oportunidade de os cidadãos acompanharem as ações dos governos e cobrarem uma boa gestão pública.É direito do cidadão intervir nas políticas públicas, mas também é sua obrigação monitorar o andamento da gestão feita por aqueles representantes eleitos.
Controle Social
A figura abaixo representa as instâncias de controle social, deixando claro que o controle social é a esfera de controle que não se limita a nenhuma área nem se submete às demais.
Uma Administração Pública saudável, equilibrada e que se direciona ao bem-estar da comunidade deve estar baseada não só em princípios sólidos, mas também deve ser constantemente amparada nos controles institucionais que a própria Administração se impõe, bem como no controle social que a sociedade exerce por meio de sua participação permanente e qualificada.
A ocorrência de desvios e fraudes tem se mostrado diretamente relacionada à pouca ou nenhuma participação do cidadão na vida pública. Quanto maior a participação e cobrança da sociedade na gestão pública, menor tende a ser a quantidade de irregularidades e o uso indevido de verbas públicas, resultando em maior benefício às camadas mais vulneráveis da sociedade.
Portanto, podemos concluir que quanto maior a participação e engajamento de todos, mais eficientes, eficazes e positivamente impactantes são os serviços proporcionados pelos órgãos públicos.
3Reflexos do controle social
Além do fortalecimento da participação ativa do cidadão nos rumos da comunidade, que já é um valor fundamental em si mesmo, ações de controle social se refletem em vários níveis para a melhoria da gestão pública e, por consequência, da vida no município. Abaixo listamos quatro dessas influências positivas do controle social:
PARA REFLETIR
Você consegue imaginar outras vantagens do controle social? Se sim, compartilhe com seus amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, outras formas de participação do cidadão no controle dos rumos da Administração Pública que podem contribuir para melhorar sua cidade.
Governo e sociedade devem trabalhar juntos!
Governo e sociedade precisam atuar em conjunto buscando uma gestão pública mais eficiente, transparente e honesta. Se por um lado o cidadão tem o direito – e o dever – de fiscalizar seus representantes, por outro, cabe aos governantes adotarem medidas constantes para viabilizar o pleno exercício desse direito.
Sobre esse assunto, podemos recorrer a um material da própria sociedade civil, o boletim “Repente”, de nº 29, do Instituto Pólis. O Instituto Pólis é uma organização não-governamental que realiza seminários e debates públicos, atividades de capacitação, mapeamentos socioculturais, consultorias, além da articulação de ONGs e da atuação em conselhos municipais e nacionais e em Redes e Fóruns.
Segundo o “Repente”, o papel da sociedade no controle social é:
O papel da sociedade:
• Para tornar possível o controle social, é necessário que os representantes da sociedade tenham uma opinião bastante clara sobre a política pública a ser discutida, quais devem ser as suas prioridades, o que ela precisa ter ou fazer para garantir os direitos da comunidade e suprir suas demandas. Para isso, é importante que os movimentos, associações, fóruns e outras entidades da sociedade civil sempre busquem informações e discutam as políticas públicas, programas, ações e o orçamento de um determinado setor para depois dialogar com o Estado. Assim, ao chegar nos espaços de participação, defendem melhor uma posição discutida previamente.
• Para discutir com qualidade e intervir melhor nas políticas públicas, também é fundamental que os representantes da sociedade conheçam seus direitos, os espaços de participação em que podem atuar, de que maneira é possível incidir nestes espaços, e que outras formas de pressão e monitoramento existem sobre as políticas públicas. Com o tempo, as pessoas envolvidas no controle social passam a entender melhor como funcionam as políticas, e passam a intervir com mais qualidade, apropriando-se dos termos utilizados, regras que se deve cumprir, como funciona a burocracia, os prazos que o poder público precisa cumprir, etc. O importante é ter em mente que este processo de aprendizado e formação é contínuo e permanente, e deve ser alimentado nos espaços autônomos de organização da sociedade.
• A sociedade também tem o papel importante de cobrar para que sejam garantidos os mecanismos de controle social previstos em lei, bem como o acesso as informações necessárias para efetivar o controle. Deve pressionar para que se criem novos mecanismos, para que se amplie o alcance do controle social e a democratização do estado, tanto nas políticas em que já existem mecanismos de controle social como em outras áreas onde estes mecanismos não avançaram ainda. Em casos de não cumprimento do que está previsto em lei e esgotadas as possibilidades de diálogo, o Ministério Público pode ser acionado para cumprir papel importante na defesa de direitos e do controle social.
Ainda segundo o boletim, o governo exerce papel fundamental para viabilizar o controle de suas ações por parte da sociedade.
O papel do governo :
• Para que o controle social seja efetivo é muito importante que o governo reconheça o papel da sociedade civil e do controle social para a gestão de políticas públicas.
• Um governo e funcionários comprometidos com uma gestão democrática são peças-chave para que o controle social se efetive de fato, pois melhoram a qualidade do diálogo entre governo e sociedade civil nestes espaços, e reconhecem os diferentes pontos de vista na tomada de decisões.
• O governo pode investir na criação de novos mecanismos que integram instrumentos de democracia representativa, direta e participativa sobrediversos temas. O poder público é agente importante para ampliar o controle social para setores que não contam com estes mecanismos e onde eles são fundamentais, como, por exemplo, quanto e como são cobrados os impostos, os incentivos fiscais dados às indústrias e ao comércio, as políticas de geração de emprego e renda. Até hoje não contamos com espaços de controle social sobre políticas econômicas, que influenciam muito em nossa vida cotidiana.
• É dever do Estado garantir estrutura física e recursos para que estes espaços institucionais de participação possam funcionar adequadamente. Ele também deve manter os espaços de co-gestão organizados, funcionando bem, mobilizados e representativos, além de garantir capacitação sistemática e permanente dos conselheiros, tanto de governo quanto da sociedade civil.
• O poder público deve ainda criar e aprimorar mecanismos de acesso a informações públicas, especialmente sobre a execução do orçamento público.
Portanto, esquematicamente podemos dividir as “funções” da Sociedade e do Estado da seguinte maneira:
Papel da Sociedade no Controle Social:
· Mobilizar-se, organizar-se e articular-se nos diversos segmentos representativos;
· Ocupar espaços criados e criar outros espaços públicos de manifestação;
· Entender com propriedade as políticas públicas e participar na definição e acompanhamento das políticas públicas;
· Fiscalizar o poder público e cobrar resultados.
Papel do Estado no Controle Social:
· Promover a transparência das ações governamentais e ampliar o acesso à informação pública;
· Prestar contas de todos os atos e de tudo o que é feito com os recursos da sociedade;
· Manter a autonomia dos espaços de participação criados e abrir canais para ampliar a participação da sociedade na gestão.
5Como a CGU atua para viabilizar o controle social?
A CGU atua para viabilizar o controle social, criando mecanismos de transparência e de participação, e também para fomentar a participação da sociedade nos rumos do governo. Nessas duas interfaces, a CGU apresenta as seguintes ações:
Mecanismos Institucionais
Objetivo: tornar o Estado sensível à participação popular:
· Portal da Transparência.
· Lei de Acesso à Informação.
· Medidas de Governo Aberto.
· Capacitação de gestores públicos.
Organização Social
Objetivo: fomentar e capacitar o cidadão e os Conselhos de Políticas Públicas para que se apropriem dos mecanismos institucionais disponíveis e exerçam plenamente o controle social:
· Programa Olho Vivo no Dinheiro Público;
· Educação Cidadã;
· Concurso de Desenho e Redação;
· Cursos à distância;
· Distribuição de material técnico.
A CGU, portanto, visa não só à criação de espaços e de mecanismos que possibilitem uma participação cidadã mais substantiva, como também fomenta a participação dos cidadãos. Um exemplo de como esse fomento se dá é este curso de controle social!
6Instâncias e espaços para o exercício do controle social
O controle social pode ser exercido pelos Conselhos de Políticas Públicas ou diretamente pelos cidadãos, individualmente ou em grupos organizados, formais ou informais. O controle social pode ser, em relação ao tempo dos atos e fatos de gestão que deseja controlar:
· 
Prévio: participação nas audiências abertas e em reuniões de planejamento das políticas e do orçamento público;
· 
Concomitante: acompanhamento, fiscalização e denúncia durante a execução dos programas e gastos governamentais; ou
· 
Posterior: avaliação de resultados, desempenho e eficiência da gestão de determinado agente.
Com as novas ferramentas tecnológicas, este tipo de controle pode ainda ser praticado pelo cidadão à distância ou presencialmente (in loco) no órgão/entidade a ser fiscalizado. A partir daí, surgem diversas instâncias e espaços possíveis de participação.
Vejamos alguns:
Espaços Institucionais de Participação e Controle Social
São várias as esferas de participação previstas em nossas leis e outras normas jurídicas. A ação do cidadão não deve se limitar a elas, mas é necessário conhecê-las já que esses espaços têm por objetivo justamente viabilizar o diálogo direto e construtivo entre governo e sociedade.
6.1Audiências Públicas
• O QUE SÃO:
Audiências públicas são encontros públicos presenciais, promovidos pelo governo em torno de temáticas específicas, com o objetivo de discutir aspectos concernentes a uma determinada política, sendo aberta a participação dos indivíduos e grupos interessados. É muito comum, por exemplo, na área ambiental, quando, em geral, o governo está obrigado a analisar os impactos não apenas ambientais, mas também sociais, de determinados projetos e, por isso, resolve consultar a sociedade acerca de suas principais opiniões e demandas para o caso específico. (Pires e Vaz, 2012: 13)
• COMO PARTICIPAR:
O órgão competente deve definir, por meio de edital, a data, horário e local e formato do encontro. O órgão público também deve deixar disponível, com antecedência, materiais que informam os participantes a respeito da questão a ser debatida na audiência. Importante frisar que, já que pública, as audiências devem contar com grande participação direta do público presente. Toda audiência deve ser registrada em ata e, se possível, também em áudio e vídeo. Também é indispensável uma lista de presença com a assinatura dos participantes. Todas as informações a respeito da audiência devem ser publicadas no site do órgão e no diário oficial, conforme o caso.
Exemplo 01:
As Audiências Públicas permitem à Agência Nacional de Águas (ANA) compartilhar com a sociedade a gestão da situação da Água no Brasil. A ANA tem um sistema interessante que descreve os processos de suas audiências públicas, divulgam-se os materiais de apoio que servirão de base para a discussão, além de outros detalhamentos:
http://audienciapublica.ana.gov.br/
Exemplo 02:
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (LC 101) apresenta em mais de um dispositivo a audiência pública como principal mecanismo de controle e participação popular. No art. 8º, §4º, a LRF dispõe que “até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública”. O Governo do Estado do Paraná, por exemplo, realiza essas audiências quadrimestralmente apresenta as atas dessas audiências para consulta no portal:
http://www.transparencia.pr.gov.br/pte/assunto/7/53?origem=3
6.2Fóruns e Consultas Públicas:
• O QUE SÃO:
As consultas públicas são instrumentos bastante semelhantes às audiências públicas, principalmente no que tange à compreensão das principais demandas e reclamos da sociedade em questões bastante específicas. No entanto, a principal diferença da consulta pública é que sua estruturação não se dá presencialmente, mas através de ferramentas de votação e colaboração à distância, como Internet e telefone.
• COMO PARTICIPAR:
Tem sido possível observar sua utilização relativamente frequente por parte de agências reguladoras e também na área da saúde. (Pires e Vaz, 2012: 13)
A Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça tem utilizado processos de consulta online para viabilizar o debate com e entre todos os cidadãos interessados nas propostas legislativas em análise naquele órgão.
Exemplo 01:
Desde 2009, já foram objeto de consulta neste novo formato, o marco civil da Internet, além dos temas: classificação indicativa, proteção de dados pessoais, o Código de Processo Civil e o Código Comercial (Ministério da Justiça, 2012).
Exemplo 02:
Os portais na Internet da Câmara dos Deputados e do Senado Federal também utilizam bastante a ferramenta da consulta pública. A forma mais rápida e fácil de participar é buscando informação na própria Internet, em portais como o e-Democracia da Câmara dos Deputados (http://edemocracia.camara.gov.br/), ou e-Cidadania do Senado Federal (http://www12.senado.leg.br/ecidadania).
Atividade
Pesquise ao menos uma audiência pública convocada ou em andamento, converse com seus amigos sobre as principais características e objetivos que você identificou.6.3Grupos de Trabalho (GTs)
• O QUE SÃO:
Espaços de debate e proposição sobre um tema específico ou de acompanhamento de um processo político. Podem existir grupos de trabalho estritamente governamentais (com a presença de representantes da sociedade civil como convidados); grupos de trabalho paritários; e grupos de trabalho cuja maioria dos integrantes são representantes da sociedade.
Em geral, são criados por algum instrumento normativo (decreto, portaria etc.) que define seus objetivos, prazo de funcionamento e composição.
Exemplo 01:
Grupo de Trabalho formado para organizar a 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos que produziu diretrizes para a construção do III Programa Nacional de Direitos Humanos.
Exemplo 02:
Grupo de Trabalho sobre o Marco legal das organizações da sociedade civil, que culminou na nova lei de fomento e colaboração com organizações da sociedade civil: Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil - Lei 13.019/2014.
6.4Ouvidorias
• O QUE SÃO:
A ouvidoria pública deve ser compreendida como uma instituição que auxilia o cidadão em suas relações com o Estado. Deve atuar no processo de interlocução entre o cidadão e a Administração Pública, de modo que as manifestações decorrentes do exercício da cidadania provoquem contínua melhoria dos serviços públicos prestados.
Desempenho das Ouvidorias
• COMO ATUAR:
Todos os portais dos órgãos públicos Federais, Estaduais e Municipais, de todos os poderes, possuem em seus sites na Internet alguma ferramenta para que o cidadão entre em contato com a ouvidoria, seja por meio de um Fale Conosco ou de uma página ou sistema específico para coleta de denúncias, reclamações, elogios e sugestões, tal como o e-OUV.
6.5Conferências
• O QUE SÃO:
São eventos que ocorrem, alguns deles, com periodicidade específica (normalmente bianual) nos quais são determinadas as principais questões e direcionamentos normativos de várias áreas temáticas em políticas públicas. As conferências ocorrem geralmente nos três níveis de governo (municipal, estadual e nacional), sendo que, em cada nível, problemas correlatos são discutidos e, conforme o avançar das negociações, levados ao próximo nível. A participação é aberta ao público, ainda que, em geral, nos níveis estadual e nacional, apenas delegados escolhidos no âmbito das conferências do nível anterior tenham poder de voto (Teixeira, Souza e Lima, 2012: 14 e 15).
Conferências Nacionais
SAIBA MAIS SOBRE CONFERÊNCIA NACIONAL
6.6Organizações da Sociedade Civil
Em seu artigo 5º, inciso XVII, a Constituição Federal traz que é plena a liberdade de associação. A liberdade de associação dá aos cidadãos a oportunidade de se associarem buscando interesses comuns. Os grupos se organizam por demandas comuns e buscam, por meio de sua atuação, chamar atenção para as pautas pelas quais lutam e mobilizar mais pessoas em torno delas. O potencial da associação em grupos está em demonstrar que uma parcela expressiva está engajada em prol da solução de um problema “x”, o que pode despertar o interesse do poder público em resolver a questão.
O surgimento de iniciativas de grupos organizados atentos a observar o cumprimento do interesse público na aplicação dos recursos orçamentários é sinal de amadurecimento da nossa democracia, da nossa cidadania.
São vários os grupos que têm atuado em nível nacional. Para que você conheça mais a experiência, sugerimos que você faça uma pesquisa das organizações da sociedade civil atuantes em sua cidade.
7Espaços Extrainstitucionais: manifestações, redes sociais e comunidades digitais
Já exploradas para mobilização e participação social, mas ainda não muito utilizadas para o controle da gestão pública, as manifestações públicas e a intensa movimentação social que ocorre nas redes sociais estão, sem dúvida, dentre as principais ferramentas para o exercício da pressão popular sobre as autoridades responsáveis pela condução das políticas públicas, em todas as esferas e poderes.
Nossa história recente registra momentos de participação popular e ativismo, como as Manifestações de Junho de 2013, que mobilizaram todo o país. As redes sociais, por sua vez, além de potencializarem a disseminação de informações, proporcionando manifestações públicas infinitamente maiores, ainda possibilitam a organização social de forma moderna e dinâmica, com compartilhamento de dados, troca de ideias e ações de controle social efetivas. Dada sua importância crescente, trataremos mais das redes sociais, trazendo exemplos de como a sociedade pode organizar-se, participar, controlar e cobrar uma postura ética dos nossos governantes.
7.1Redes Sociais
As redes sociais, ferramenta importante de integração na Internet, também podem ser utilizadas para ampliar o entendimento, participação e controle das ações do Estado. O que diferencia essa plataforma é, além da facilidade, o alcance que uma simples postagem pode ter em pouco tempo. Bastam alguns cliques e a impressão individual do cidadão a respeito de um certo problema em sua localidade torna-se conhecida por milhões de pessoas, por exemplo.
A utilização das redes sociais digitais pode se dar de mais de uma maneira. Por exemplo, um cidadão pode, sozinho, criar uma página ou fazer uma postagem que tenha como intenção a mobilização da sociedade como um todo. Pode ser ainda que um grupo de cidadãos se junte para iniciar uma mobilização online como os chamados “tuitaços”.
A importância da utilização das redes sociais digitais está em criar novas redes sociais de atuação ou de transplantar redes existentes no mundo off-line para o mundo online e empoderá-las por meio do alcance ilimitado da rede mundial de computadores. Essas redes sociais de atuação podem mesclar sua atuação de modo online e off-line, utilizando-se das redes sociais digitais, por exemplo, para divulgar sua atuação, mobilizar mais pessoas em prol de suas causas e agir incisivamente no controle de modo off-line.
Alguns cidadãos, entendendo o potencial construtivo dessas ferramentas aliado à sua vontade de participação, criaram situações que merecem uma atenção especial de nossa parte.
Caso 1
A estudante catarinense Isadora Faber, à época com 14 anos, criou em 2012 uma FanPage chamada “Diário de Classe – A Verdade”, em que denunciava problemas de infraestrutura e de pessoal em sua escola pública, na cidade de Florianópolis. Nesta página, a estudante postava fotos que explicitavam as más condições de sua escola.
No início, mesmo com as postagens, nada era feito – mas após a ampla repercussão dos veículos de comunicação, todos os problemas foram resolvidos rapidamente até culminar na reforma completa da escola.
Visite: https://pt-br.facebook.com/DiariodeClasseSC'
Caso 2
Em 2013, um estudante da Universidade de Brasília, João Paulo Apolinário Passos, começou a investigar os valores das refeições do restaurante universitário (RU) do campus – subsidiados pelo governo federal. Para tanto, lançou mão de pedidos de acesso a informação.
João descobriu que o custo do subsídio pago pela Universidade era altíssimo frente à qualidade das refeições, ainda que comparado com outras grandes universidades do Brasil (a quem também fez pedido de acesso à informação, tudo a distância, pela Internet). Enquanto o aluno pagava R$ 2,50 pela refeição, o seu custo real era de R$ 16,46.
O estudante, em seu blog particular, demonstrando todo o percurso de sua investigação, pergunta: “E aí, por que o RU da UnB é tão caro? Quem explica? Quem vai abrir as contas?”
	Instituição
	Custo Total
(sem subsídio)
	Valor para o estudante
	PUC - PR
	R$ 4,00
	R$ 4,00
	UEFS
	R$ 6,50
	R$ 1,00
	Unifesp
	R$ 8,90.
	R$ 2,50
	UnB
	R$ 16,46
	R$ 2,50
O caso rendeu matéria no jornal de maior circulação no Distrito Federal, e a universidade teve que se explicar. No mesmo ano, a Universidade realizou novo processo licitatório que resultou na diminuição em até 61,9% do custo das refeições para a Universidade.
Este exemplo demonstra como a Lei de Acesso à Informação e o uso de blogs e de redes sociais podem caminhar juntos!
8Outros espaços departicipação social
Para captar as iniciativas cidadãs de participação e controle social e aumentar o seu alcance, alguns órgãos públicos criaram portais específicos que têm por objetivo qualificar a participação cidadã. É o caso do portal Participa.br do Governo Federal, que se trata de um espaço para participação social no Brasil, escuta e diálogo entre o Governo Federal e a sociedade civil.
Além disso, podemos citar outras iniciativas bem-sucedidas de diferentes órgãos públicos: e-democracia (da Câmara Federal); e-cidadania (do Senado Federal) e Gabinete Digital (do governo do Rio Grande do Sul), entre outros.
8.1Imprensa
A imprensa é fundamental para o fortalecimento da democracia. É dela que a sociedade recebe as informações que acabam por formar a opinião pública. Diariamente são muitas as notícias que são publicadas. Aquelas que revelam situações que influenciam mais a vida dos cidadãos são as que acabam chamando mais a atenção de todos. E as notícias de problemas na gestão dos recursos públicos fazem parte desse grupo. Dessa forma, quando alguma conduta não desejada ou serviço mal prestado para a sociedade é identificada pela imprensa, ou gera em um grupo social alguma manifestação, é comum que vire noticia e que, uma vez publicada, passe a ser de conhecimento de todos e influencia a opinião pública com relação às pessoas envolvidas no problema detectado. Fique atento e procure saber, muitos canais da imprensa recebem denúncias da sociedade!
Atividade
Que tal montarmos uma atividade colaborativa com os demais portais que visam à participação cidadã no Poder Público? Realize algumas buscas na internet e identifique pelo menos um portal de participação cidadã. Consulte as ações desenvolvidas, discuta com os amigos e, se for do seu interesse, se engaje!
9Conselhos de Acompanhamento e Controle de Políticas Públicas
Por terem importância fundamental no funcionamento do Estado e pelas suas características específicas, os conselhos de políticas públicas merecem um capítulo à parte.
A Constituição Federal de 1988 veio consolidar direitos e prever, em diversos dispositivos, a participação do cidadão na formulação, implementação e controle social das políticas públicas. Em especial os artigos 198, 204 e 206 da Constituição resultaram na criação de conselhos de políticas públicas no âmbito da saúde, assistência social e educação, nos três níveis de governo. Tais experiências provocaram a multiplicação de conselhos em outras áreas temáticas e níveis de governo.
O Conselho é um instrumento para a concretização do controle social – uma modalidade de exercício do direito à participação política que deve interferir efetivamente no processo decisório dos atos governamentais e também durante a sua execução. A importância dos conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática da população na formulação e implementação de políticas públicas.
9.1Funções dos Conselhos
Conforme citado, os conselhos são instâncias de exercício da cidadania, que abrem espaço para a participação popular na gestão pública. Nesse sentido, os conselhos podem ser classificados conforme as funções que exercem. Assim, os conselhos podem desempenhar, conforme o caso, funções de mobilização, de fiscalização, de deliberação ou de consultoria.
9.2Características dos Conselhos:
Para melhor entendimento, organizamos abaixo as principais características dos Conselhos:
· Mecanismo institucional de participação;
· Espaço público e paritário (representantes governamentais e representantes da sociedade civil);
· Espaço privilegiado do controle social e de gestão compartilhada das políticas públicas (elaboração, monitoramento e avaliação);
· Sistema descentralizado e participativo (conselhos municipais, estaduais e conselho nacional);
· Representatividade: os representantes da sociedade civil devem ser eleitos em um fórum próprio, para uma efetiva representatividade social.
· Autonomia: Os conselhos devem ser autônomos em relação ao órgão que executa as políticas públicas sob sua responsabilidade. Devem ter estrutura própria, um local adequado para reuniões e trabalho, equipamentos, recursos e veículos disponíveis, sem conflito de interesses com o órgão controlado. Por exemplo, um Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE) não pode depender apenas dos carros ou computadores emprestados pela Secretaria de Educação para poder fazer suas fiscalizações, pois muitas vezes a atuação precisa ser “de surpresa”, para que seja efetiva.
9.3Conselhos funcionam?
Após mais de 20 anos de sua institucionalização, as análises e discussões a respeito dos conselhos debatem a sua efetividade e caminhos para torná-los mais efetivos no controle social das políticas públicas.
A CGU, em suas fiscalizações municipais das políticas do governo federal, tem detectado alguns pontos críticos no funcionamento dos Conselhos. Abaixo veremos os principais problemas:
· Conselho Municipal não fiscaliza/acompanha a execução da política pública (em 80% das fiscalizações);
· Capacitação deficiente de conselheiros;
· Conselheiros desconhecem os programas que deveriam fiscalizar;
· Sociedade local desconhece a existência do conselho;
· Representatividade inadequada ou irregular (falta de indicação formal de um segmento, por exemplo);
· Falta de autonomia do conselho, com excessiva relação de dependência com a prefeitura e/ou secretaria da área de atuação.
9.4Quantos e quais são os Conselhos?
A legislação brasileira prevê a existência de inúmeros conselhos de políticas públicas, alguns com abrangência nacional e outros cuja atuação é restrita a estados e municípios. Estima-se que haja hoje no Brasil:
· 18 mil conselhos deliberativos ou consultivos.
· Mais de 100 mil conselheiros.
São esses os conselhos de políticas públicas obrigatórios:
CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL DO FUNDEB
(Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007)
CONSELHO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
( Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993)
CONSELHO DE HABITAÇÃO
( Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001)
CONSELHO DO IDOSO
( Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994)
CONSELHO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
( Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991)
CONSELHO DE SAÚDE
( Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990)
CONSELHO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
( Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990)
Como exemplo, veremos abaixo uma descrição do Conselho do Fundo da Educação Básica (FUNDEB).
9.4.1Conselho do Fundo da Educação Básica (FUNDEB)
	O que faz
	Quem faz parte
	• acompanha e controla a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundeb;
• supervisiona a elaboração da proposta orçamentária anual, no âmbito de suas respectivas esferas governamentais de atuação;
• supervisiona a realização do censo escolar anual;
• instrui, com parecer, as prestações de contas a serem apresentadas ao respectivo Tribunal de Contas. O parecer deve ser apresentado ao Poder Executivo respectivo em até 30 dias antes do vencimento do prazo apresentação da prestação de contas ao Tribunal; e
• acompanha e controla a execução dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos.
	• 2 (dois) representantes do Poder Executivo Municipal, dos quais pelo menos 1 (um) da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional equivalente;
• 1 (um) representante dos professores da educação básica pública;
• 1 (um) representante dos diretores das escolas básicas públicas;
• 1 (um) representante dos servidores técnico-administrativos das escolas básicas públicas;
• 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pública;
• 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, sendo um deles indicado pela entidade de estudantes secundaristas.
SAIBA MAIS
9.4.2Outros Conselhos Municipais
Nos municípios também podem existir outros conselhos, voltados para diferentes programas de governo. Essa informação deve ser buscada na Prefeitura ou na Câmara de Vereadores. Cada cidadão