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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar 
alimentado a Ciência”. 24 a 28 de outubro de 2016. 
ISSN: 1807-2518 
 
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Analise histológica de enxertos a base de quitosana no reparo do defeito 
crítico em calota craniana – Estudo em ratos 
 
Almir Guimarães Campos Júnior (PROBIT/ Unit), e-mail: almirjunior_12@hotmail.com 
Raiane Santos do Nascimento (PROVIC-Unit), e-mail: raianee.s@hotmail.com 
Décio Fragata Silva (Colaborador), email: dfragata@yahoo.com.br; 
Josimari Melo de Santana (Colaboradora), email: joselinasergipe@ig.com.br. 
Ricardo Luiz Cavalcanti Albuquerque Júnior (Colaborador), e-mail: 
ricardo.patologia@uol.com.br; 
Paulo Autran Leite Lima (Orientador), e-mail: pauloautranlima@gmail.com 
 
Universidade Tiradentes/Fisioterapia/Aracaju, SE. 
 
Área: 4.00.00.00-1 (Ciências da Saúde); Subárea: 4.01.00.00-6 (Medicina). 
 
Pesquisa executada com recursos da Universidade Tiradentes.
 
 
RESUMO: Cresce cada vez mais o numero de 
procedimentos cirúrgicos para utilização de enxertos 
que possam substituir tecidos lesionados, sendo 
assim, vários materiais são utilizados como 
substitutos ósseos em casos de lesões. Dentre 
esses materiais, a quitosana (CHI), é um copolímero 
linear proveniente da reação de desacetilação 
alcalina da quitina. Esse trabalho teve como objetivo 
avaliar histologicamente a interação de enxertos a 
base de quitosana na calota craniana de ratos. 
Foram utilizados 30 ratos Wistar, divididos em 2 
grupos onde o defeito crítico criado por meio de um 
processo cirúrgico foi preenchido em um grupo com 
enxertos a base de quitosana (GII) e em outro grupo 
com coágulo sanguíneo (GI). Após certos períodos 
de tempo foram extraídos e analisados 
histologicamente. Foram obtidos resultados 
significantes nos dois grupos em relação à interação 
óssea, com a diferença de que no grupo 
experimental (GII) o processo de cicatrização óssea 
foi mais acelerado. Assim, os enxertos a base de 
quitosana se mostraram eficazes na reparação 
óssea em locais que receberam traumas. 
 
Palavras-chaves: Biomateriais, Enxerto ósseo, 
Teste histológico. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente é grande o numero de 
procedimentos cirúrgicos na área da ortopedia com 
o intuito de substituir tecidos lesionados por traumas 
ou por doenças. Normalmente o uso de enxertos é o 
mais comum para essas situações, podendo ser de 
duas formas, através de auto-enxerto usando tecido 
do próprio individuo ou aloenxerto, de um indivíduo 
para outro (NARAYAN et al., 2004; JANUÁRIO et 
al., 2006; SWETHA et al., 2010). Porem esses 
métodos são limitados, o que nos leva a buscar 
outras forma de enxertia. Sendo assim, a utilização 
de biomateriais tem sido amplamente estudada 
como substituto do tratamento convencional do 
tecido ósseo lesionado (RATNER et al., 2004). 
Vários materiais são utilizados para a confecção de 
um enxerto. Dentre esses materiais, a quitosana 
(CHI), é um copolímero linear proveniente da reação 
de desacetilação alcalina da quitina (KIM, 2007; 
LEE, 2011; TSAI et al., 2011; MIRANDA et al., 2011; 
TANASE; WEN et AL. 2011); A produção de 
arcabouços com esse material é barata, pois o 
material é de fácil obtenção. Além disso, até o 
momento, poucos trabalhos analisam a relação 
entre quitosana como arcabouços aplicáveis em 
testes in vivo. Espera-se que esse material 
apresente boa interação na reconstituição óssea da 
área reparada de animais de pequeno porte. 
 Sendo assim, o objetivo desse trabalho é avaliar 
a interação histológica entre esses enxertos a base 
de CHI na calota craniana de ratos. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Foram utilizados 30 ratos Wistar machos (300 a 
400g), provenientes do Biotério da Universidade 
Tiradentes. 
Os animais foram distribuídos aleatoriamente em 
dois grupos: 
Grupo I (n=15) – Grupo controle. 
Grupo II (n=15) – onde foi realizado o 
procedimento cirúrgico com a colocação do enxerto 
a base de quitosana (CHI). 
Os animais foram submetidos à cirurgia para 
 
 
Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar 
alimentado a Ciência”. 24 a 28 de outubro de 2016. 
ISSN: 1807-2518 
 
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exposição da calvária, remoção do fragmento ósseo 
e criação do defeito crítico. Esse defeito foi 
preenchido com o biomaterial à base de quitosana 
no Grupo II e no Grupo I deixava formar-se um 
coágulo de sangue e fechava. Os ratos foram 
eutanasiados no período de 14 dias (GI n=5) (GII 
n=3), 21 dias (GI n=5) (GII n=6) e 28 dias (GI n=5) 
(GII n=6) pós-operatórios, seguido de extração da 
região onde foi colocado o enxerto para preparação 
histológica e posterior análise. 
Após a extração do material e eutanásia dos 
animais foi realizado o processo histológico para 
confecção das lâminas, dividido em: 
descalcificação, lavagem, desidratação, clarificação, 
parafina, corte e coloração (pela técnica de 
hematoxilina-eosina). 
Esse trabalho foi aprovado pela comissão de ética 
no uso de animais da Universidade Tiradentes com 
protocolo n° 061114. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Nas lâminas dos ratos do Grupo II (CHI) de 14 
dias, foi possível observar a formação de células 
mesenquimais precursora de formação de tecido 
conjuntivo, formação de pequenos vasos 
sanguíneos e em algumas regiões foi possível ver a 
presença de fibroblastos em áreas adjacentes ao 
enxerto o que indica possível processo de 
cicatrização. 
 Nas lâminas dos ratos do Grupo II (CHI) de 21 
dias, notou-se a presença de células mesenquimais 
precursoras de tecido conjuntivo, formação de 
vasos sanguíneos, início de osteogênese e 
presença de matriz mineralizada, que tende a se 
calcificar e formar tecido ósseo. 
 Nas lâminas dos ratos do Grupo II (CHI) de 28 
dias, notou-se também a presença de células 
mesenquimais precursoras de tecido conjuntivo, 
formação de vasos sanguíneos, início de 
osteogênese e presença de matriz mineralizada, 
que tende a se calcificar e formar tecido ósseo. 
Em comparação com as lâminas do Grupo I, 
foram percebidas semelhanças no processo de 
cicatrização óssea, através da formação de novos 
vasos sanguíneos e da presença de osteoblastos na 
região, porém no grupo II (CHI) esse processo de 
cicatrização acorreu de forma mais acelerada. 
Esse fato é explicado pelas características da 
quitosana, que é um polissacarídeo catiônico que 
apresenta estrutura semelhante aos 
glicosaminoglicanos, os quais se apresentam como 
principais componentes da matriz extracelular de 
cartilagens e ossos. Além disso, a quitosana atua 
atraindo íons cálcio, favorecendo dessa forma o 
processo de cicatrização óssea. Esse biopolímero, 
após ser desacetilado, tem a capacidade de ativar 
os macrófagos, que liberam IL6 e IL8 e outros 
fatores de crescimento, promovendo a cicatrização 
dos tecidos (KHOR & LIM, 2003). 
 
CONCLUSÕES 
 
Após analise dos resultados, podemos concluir 
que os enxertos a base de quitosana são bons 
substitutos ósseos, sendo que quanto maior os dias 
de pós-operatórios melhores serão os resultados 
observados. Sendo assim, foi visto no presente 
estudo, que a quitosana acelerou e maximizou o 
reparo ósseo, apresentando grande potencial 
osteogênico, atuando como um biomaterial. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Os autores agradecem o suporte financeiro 
fornecido pela Universidade Tiradentes (UNIT), 
grupo de Estudos Interdisciplinar em Neurociência e 
Biotecnologia (EINB/UNIT), ao Laboratório de 
Pesquisa em Neurociência (LAPENE/UFS) e ao 
Laboratório de Morfologia e Patologia Experimental 
(LMPE/UNIT). 
 
REFERÊNCIAS 
 
JANUÁRIO, D.D., CESTARI, T.M, OLIVEIRA,R.C. et al. 
“Evaluation of tissue repair, in case of bovine bone 
implantation mixed with bone marrow graft, in 
subcutaneous region of rats”. Innovations implants journal, 
v.01, n.01, pp.21-27, 2006. 
KHOR, E; LIM, L.Y. Implantable applications of chitin and 
chitosan, Biomaterials, v.24, p.2339-2349, 2003 
KIM, H.S., KIM, J.T., JUNG, Y,J. et al. “Preparation of a 
porous chitosan/fibroin-hydroxyapatitecomposite matrix 
for tissue engineering”. Macromolecular Research, v.15, 
n.01, pp. 65-73, 2007. 
LEE, H., KIM, G. “Cryogenically fabricated three-
dimensional chitosan scaffolds with pore size-controlled 
structures for biomedical applications”. Carbohydrate 
Polymers, v.85, n.04, pp.817-823, 2011. 
MIRANDA, S.C.C.C., SILVA, G.A.B., HELL, R.C.R. et al. 
“Three-dimensional culture of rat BMMSCs in a porous 
chitosan-gelatin scaffold: a promising association for 
bone tissue engineering in oral reconstruction”. Archives 
of Oral Biology, v.56, n.01, pp.01-15, 2011. 
 
 
Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar 
alimentado a Ciência”. 24 a 28 de outubro de 2016. 
ISSN: 1807-2518 
 
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NARAYAN, R.J., KUMTA, P.N, SFEIR, C. et al. 
“Nanostructured ceramic in medical devices: applications 
and prospects”. Journal of metals, v.56, n.10, pp.38-43, 
2004. 
RATNER, B.D., HOFFMAN, A.S., SCHOEN, F.J. et al. 
Biomaterials science: an introduction to materials in 
medicine. 2ed. São Diego, Academic Press, 2004. 
SWETHA, M., SAHITHI, K., MOORTHI, A. et al. 
“Biocomposites containing natural polymers and 
hydroxyapatite for bone tissue engineering”. International 
Journal of Biological Macromolecules, v.01, n.47, pp.01-
04, 2010. 
TANASE, C.E., POPA, M.I., VERESTIUC, L. “Biomimetic 
bone scaffolds based on chitosan and calcium 
phosphates”. Materials Letters, v.65, n.11, pp.1681-1683, 
2011. 
TSAI, W.B., CHEN, Y.R., LIU, H.L. et al. “Fabrication of 
UV-crosslinked chitosan scaffolds with conjugation of 
RGD peptides for bone tissue engineering”. Carbohydrate 
Polymers, v.85, n.01, pp.129-137, 2011. 
WEN, X., Peng, X., FU, H. et al. “Preparation and in vitro 
evaluation of silk fibroin microspheres produced by a 
novel ultra-fine particle processing system”. International 
Journal of Pharmaceutics, v.416, n.01, pp.195-201, 2011 
 
 
 
 
Figura 1: Grupo II (CHI) Lâmina histológica de ratos com 14 dias. 
Fonte: Acervo próprio, 2016. 
 
 
 
Figura 2: Grupo II (CHI) Lâmina histológica de ratos com 21 dias. 
Fonte: Acervo próprio, 2016. 
 
 
 
Figura 3: Grupo II (CHI) Lâmina histológica de ratos com 28 dias. 
Fonte: Acervo próprio, 2016. 
 
 
 
Figura 4: Grupo I (controle) Lâmina histológica de ratos com 14 
dias. 
Fonte: Acervo próprio, 2016. 
 
 
 
Figura 5: Grupo I (controle) Lâmina histológica de ratos com 21 
dias. 
Fonte: Acervo próprio, 2016. 
 
Vasos Sanguíneos 
Células mesenquimais 
Tecido ósseo 
Células osteoblástos 
Angiogêneses 
Tecido ósseo 
Tecido mesenquimal 
Vaso sanguíneo 
 
 
Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar 
alimentado a Ciência”. 24 a 28 de outubro de 2016. 
ISSN: 1807-2518 
 
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Figura 6: Grupo I (controle) Lâmina histológica de ratos com 28 dias. 
Fonte: Acervo próprio, 2016.

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