Buscar

Resumão Saúde da Mulher 2019 @estudaja

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMÃO 
DE SAÚDE 
DA 
MULHER 
@ESTUDAJA 
 
 
 
SUMÁRIO 
 1. Anatomia Feminina.......................................................................5 
 2. PAISM............................................................................................6 
 3. Rede Cegonha...............................................................................9 
 4. Ciclo Menstrual...........................................................................12 
 5. Climatério....................................................................................13 
 6. Planejamento Familiar e Métodos Contraceptivos..................14 
 7. Pré-Natal de Baixo Risco...........................................................16 
 8. Parto Normal X Cesariana.........................................................28 
 9. O Parto........................................................................................29 
 10. Pré-Natal de Alto Risco............................................................31 
 11. Puerpério...................................................................................37 
 12. Câncer do Colo do Útero.........................................................40 
 13. Câncer de Mama.......................................................................44 
 14. Referências Bibliográficas.......................................................46 
 15. Questões....................................................................................47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá! Aqui é a Ana Caroline do IG @estudaja 
 
Preparei esse material com muito carinho para ajudar nos 
seus estudos! 
 
Os materiais utilizados para confecção desta apostila 
encontram-se todos referenciados na pág. 46. 
 
Espero que esse material possa contribuir nos seus estudos e 
na construção do seu conhecimento. 
 
 
O ARQUIVO É DE ENVIO PESSOAL. 
PROIBIDO REPASSE. 
 
 
 
Atenciosamente, Ana. 
 
5 
 
 
5 
 
1. ANATOMIA 
FEMININA 
O sistema reprodutor feminino consiste nas 
estruturas externas e internas. 
Externas Internas 
- Monte pubiano; 
- Grandes lábios; 
- Pequenos lábios; 
- Clitóris; 
- Meato urinário; 
- Intróito vaginal; 
- Glândulas de 
Bartholin. 
- Vagina; 
- Útero; 
- Ovários; 
- Tubas uterinas ou 
de Falópio. 
 
Funções: 
- Monte Pubiano (ou monte de Vênus): tecido 
adiposo e conjuntivo que reveste a sínfise 
púbica e órgãos adjacentes. 
- Grandes lábios: duas pregas de tecido 
adiposo e conjuntivo cobertas por pele que 
formam os limites laterais da vulva. 
- Pequenos Lábios: dois finos folhetos 
situados entre os grandes lábios, com 
numerosas glândulas sebáceas e 
abundancia de nervos que lhe confere 
grande sensibilidade. 
- Clitóris: localizado na porção superior da 
vulva, o clitóris é um órgão altamente 
sensível composto de tecido erétil. 
- Meato urinário: abertura externa da uretra 
feminina, que tem aproximadamente 3 cm de 
comprimento. 
- Intróito vaginal: orifício vaginal, localizado 
na porção inferior do vestíbulo. 
- Glândulas de Bartholin: situadas na base 
dos grandes lábios, são as maiores glândulas 
vulvovaginais e secretam muco. 
- Vagina: canal musculomembranoso que se 
estende desde a parte inferior da vulva até a 
cérvix, ligando os órgãos reprodutores 
externos e internos. É o órgão copulador da 
mulher. 
- Útero: localiza-se posterior à bexiga e é 
mantido em posição por vários ligamentos. 
Possui duas partes, a cérvice, que se projeta 
para dentro da vagina, e uma parte superior 
maior, o fundo ou corpo, que é coberta 
posteriormente e, em parte, anteriormente 
pelo peritônio. O corpo do Útero se divide em 
três camadas: perimétrio, miométrio e 
endométrio. 
- Ovários: localizam-se atrás dos ligamentos 
largos, atrás e abaixo das tubas uterinas. Faz 
a maturação dos folículos ovarianos e produz 
os hormônios estrogênio e progesterona. 
- Tubas uterinas (ou trompas falópio): tubo 
par que se implanta de cada lado no 
respectivo ângulo latero-superior do útero, 
com função de transportar o óvulo do ovário 
ao útero. Local onde ocorre a fecundação. 
 
 
 
 
 
6 
 
2. PAISM 
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO 
INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER 
 
 Diretrizes 
- O SUS deve estar orientado e capacitado 
para a atenção integral à saúde da mulher, 
numa perspectiva que contemple a promoção 
da saúde, as necessidades de saúde da 
população feminina, o controle de patologias 
mais prevalentes nesse grupo e a garantia do 
direito à saúde; 
- A PAISM deverá atingir as mulheres em 
todos os ciclos de vida; 
- A elaboração, a execução e a avaliação das 
políticas de saúde da mulher deverão 
nortear-se pela perspectiva de gênero, de 
raça e de etnia, e pela ampliação do enfoque, 
rompendo-se as fronteiras da saúde sexual e 
da saúde reprodutiva, para alcançar todos os 
aspectos da saúde da mulher; 
- A atenção integral à saúde da mulher 
refere-se ao conjunto de ações de promoção, 
proteção, assistência e recuperação da 
saúde, executadas nos diferentes níveis de 
atenção à saúde; 
- A atenção integral à saúde da mulher 
compreende o atendimento à mulher a partir 
de uma percepção ampliada de seu contexto 
de vida, do momento em que apresenta 
determinada demanda, assim como de sua 
singularidade e de suas condições enquanto 
sujeito capaz e responsável por suas 
escolhas; 
- As práticas em saúde deverão nortear-se 
pelo princípio da humanização, aqui 
compreendido como atitudes e comporta- 
mentos do profissional de saúde que 
contribuam para reforçar o caráter da 
atenção à saúde como direito, que melhorem 
o grau de informação das mulheres em 
relação ao seu corpo e suas condições de 
saúde, ampliando sua capacidade de fazer 
escolhas adequadas ao seu contexto e 
momento de vida; 
- No processo de elaboração, execução e 
avaliação das Política de Atenção à Saúde 
da Mulher deverá ser estimulada e apoiada a 
participação da sociedade civil organizada, 
em particular do movimento de mulheres, 
pelo reconhecimento de sua contribuição 
técnica e política no campo dos direitos e da 
saúde da mulher; 
- As ações voltadas à melhoria das 
condições de vida e saúde das mulheres 
deverão ser executadas de forma articulada 
com setores governamentais e não-
governamentais; condição básica para a 
configuração de redes integradas de atenção 
à saúde e para a obtenção dos resultados 
esperados. 
 Objetivos Gerais 
- Promover a melhoria das condições de vida 
e saúde das mulheres brasileiras, mediante a 
garantia de direitos legalmente constituídos e 
ampliação do acesso aos meios e serviços 
de promoção, prevenção, assistência e 
recuperação da saúde em todo território 
brasileiro; 
– Contribuir para a redução da morbidade e 
mortalidade feminina no Brasil, 
especialmente por causas evitáveis, em 
todos os ciclos de vida e nos diversos grupos 
populacionais, sem discriminação de 
qualquer espécie; 
– Ampliar, qualificar e humanizar a atenção 
integral à saúde da mulher no Sistema Único 
de Saúde. 
 
 
 
7 
 
 Objetivos específicos 
1. Ampliar e qualificar a atenção clínico-
ginecológica, inclusive para as portadoras 
da infecção pelo HIV e outras DST: 
 
- Fortalecer a atenção básica no cuidado 
com a mulher; 
– Ampliar o acesso e qualificar a atenção 
clínico- ginecológica na rede SUS. 
 
2. Estimular a implantação e implemen-
tação da assistência em planejamento 
familiar, para homens e mulheres, adultos 
e adolescentes, no âmbito da atenção 
integral à saúde: 
 
- Ampliar e qualificar a atenção ao planeja- 
mento familiar, incluindo a assistência à 
infertilidade; 
- Garantir a oferta de métodosanticoncepcionais para a população em 
idade reprodutiva; 
– Ampliar o acesso das mulheres às 
informações sobre as opções de métodos 
anticoncepcionais; 
– Estimular a participação e inclusão de 
homens e adolescentes nas ações de 
planejamento familiar. 
 
3. Promover a atenção obstétrica e 
neonatal, qualificada e humanizada, 
incluindo a assistência ao abortamento 
em condições inseguras, para mulheres e 
adolescentes: 
 
– Construir, em parceria com outros atores, 
um Pacto Nacional pela Redução da 
Mortalidade Materna e Neonatal; 
– Qualificar a assistência obstétrica e 
neonatal nos estados e municípios; 
– Organizar rede de serviços de atenção 
obstétrica e neonatal, garantindo 
atendimento à gestante de alto risco e em 
situações de urgência/emergência, incluindo 
mecanismos de referência e contra-
referência; 
– Fortalecer o sistema de formação/ 
capacitação de pessoal na área de 
assistência obstétrica e neonatal; 
– Elaborar e/ou revisar, imprimir e distribuir 
material técnico e educativo; 
– Qualificar e humanizar a atenção à mulher 
em situação de abortamento; 
– Apoiar a expansão da rede laboratorial; 
 
– Garantir a oferta de ácido fólico e sulfato 
ferroso para todas as gestantes; 
 – Melhorar a informação sobre a magnitude 
e tendência da mortalidade materna. 
 
4. Promover a atenção às mulheres e 
adolescentes em situação de violência 
doméstica e sexual: 
 
– Organizar redes integradas de atenção às 
mulheres em situação de violência sexual e 
doméstica; 
– Articular a atenção à mulher em situação 
de violência com ações de prevenção de 
DST/aids; 
 – Promover ações preventivas em relação à 
violência doméstica e sexual. 
 
5. Promover, conjuntamente com o PN-
DST/AIDS, a prevenção e o controle das 
doenças sexualmente transmissíveis e da 
infecção pelo HIV/aids na população 
feminina: 
 
– Prevenir as DST e a infecção pelo 
HIV/aids entre mulheres; 
 – Ampliar e qualificar a atenção à saúde das 
mulheres vivendo com HIV e aids. 
 
6. Reduzir a morbimortalidade por câncer 
na população feminina: 
 
– Organizar em municípios pólos de 
microrregiões redes de referência e contra-
referência para o diagnóstico e o tratamento 
de câncer de colo uterino e de mama; 
– Garantir o cumprimento da Lei Federal que 
prevê a cirurgia de reconstrução mamária 
nas mulheres que realizaram mastectomia; 
– Oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para 
as mulheres incluídas no Programa Viva 
Mulher, especialmente aquelas com 
diagnóstico de DST, HPV e/ou lesões intra-
epiteliais de alto grau/ câncer invasor. 
 
8 
 
7. Implantar um modelo de atenção à 
saúde mental das mulheres sob o enfoque 
de gênero: 
 
– Melhorar a informação sobre as mulheres 
portadoras de transtornos mentais no SUS; 
– Qualificar a atenção à saúde mental das 
mulheres; 
– Incluir o enfoque de gênero e de raça na 
atenção às mulheres portadoras de 
transtornos mentais e promover a integração 
com setores não-governamentais, 
fomentando sua participação nas definições 
da política de atenção às mulheres 
portadoras de transtornos mentais. 
 
8. Implantar e implementar a atenção à 
saúde da mulher no climatério: 
 
– Ampliar o acesso e qualificar a atenção às 
mulheres no climatério na rede SUS. 
 
9. Promover a atenção à saúde da mulher 
na terceira idade: 
 
– Incluir a abordagem às especificidades da 
atenção à saúde da mulher na Política de 
Atenção à Saúde do Idoso no SUS; 
– Incentivar a incorporação do enfoque de 
gênero na Atenção à Saúde do Idoso no 
SUS. 
 
10. Promover a atenção à saúde da mulher 
negra: 
 
– Melhorar o registro e produção de dados; 
– Capacitar profissionais de saúde; 
– Implantar o Programa de Anemia 
Falciforme (PAF/MS), dando ênfase às 
especificidades das mulheres em idade fértil 
e no ciclo gravídico-puerperal; 
– Incluir e consolidar o recorte racial/étnico 
nas ações de saúde da mulher, no âmbito 
do SUS; 
– Estimular e fortalecer a interlocução das 
áreas de saúde da mulher das SES e SMS 
com os movimentos e entidades 
relacionados à saúde da população negra. 
 
 
11. Promover a atenção à saúde das 
trabalhadoras do campo e da cidade: 
 
– Implementar ações de vigilância e atenção 
à saúde da trabalhadora da cidade e do 
campo, do setor formal e informal; 
– Introduzir nas políticas de saúde e nos 
movimentos sociais a noção de direitos das 
mulheres trabalhadoras relacionados à 
saúde. 
 
12. Promover a atenção à saúde da mulher 
indígena: 
 
– Ampliar e qualificar a atenção integral à 
saúde da mulher indígena. 
 
 
13. Promover a atenção à saúde das 
mulheres em situação de prisão, incluindo 
a promoção das ações de prevenção e 
controle de doenças sexualmente 
transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids 
nessa população: 
 
– Ampliar o acesso e qualificar a atenção à 
saúde das presidiárias. 
 
14. Fortalecer a participação e o controle 
social na definição e implementação das 
políticas de atenção integral à saúde das 
mulheres: 
 
– Promover a integração com o movimento 
de mulheres feministas no aperfeiçoamento 
da política de atenção integral à saúde da 
mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3. REDE CEGONHA 
PORTARIA Nº1.459 DE 24 DE JUNHO DE 
2011 
 
ART. 1º A Rede Cegonha, instituída no 
âmbito do SUS, consiste numa rede de 
cuidados que visa assegurar à mulher o 
direito ao planejamento reprodutivo e à 
atenção humanizada à gravidez, ao parto e 
ao puerpério, bem como à criança o direito 
ao nascimento seguro e ao crescimento e ao 
desenvolvimento saudáveis. 
ART. 2º Princípios: 
I - o respeito, a proteção e a realização dos 
direitos humanos; 
II - o respeito à diversidade cultural, étnica e 
racial; 
III - a promoção da equidade; 
IV - o enfoque de gênero; 
V - a garantia dos direitos sexuais e dos 
direitos reprodutivos de mulheres, homens, 
jovens e adolescentes; 
VI - a participação e a mobilização social; 
VII - a compatibilização com as atividades 
das redes de atenção à saúde materna e 
infantil em desenvolvimento nos Estados. 
 
ART. 3º Objetivos: 
I - fomentar a implementação de novo 
modelo de atenção à saúde da mulher e à 
saúde da criança com foco na atenção ao 
parto, ao nascimento, ao crescimento e ao 
desenvolvimento da criança de zero aos 
vinte e quatro meses; 
II - organizar a Rede de Atenção à Saúde 
Materna e Infantil para que esta garanta 
acesso, acolhimento e resolutividade; 
III - reduzir a mortalidade materna e infantil 
com ênfase no componente neonatal. 
 
 
 
ART. 4º Diretrizes: 
I - garantia do acolhimento com avaliação e 
classificação de risco e vulnerabilidade, 
ampliação do acesso e melhoria da 
qualidade do pré-natal; 
II - garantia de vinculação da gestante à 
unidade de referência e ao transporte 
seguro; 
III - garantia das boas práticas e segurança 
na atenção ao parto e nascimento; 
IV - garantia da atenção à saúde das 
crianças de zero a vinte e quatro meses com 
qualidade e resolutividade; 
V - garantia de acesso às ações do 
planejamento reprodutivo. 
 
ART. 5º A Rede Cegonha deve ser 
implementada, gradativamente, em todo 
território nacional respeitando-se critérios 
epidemiológicos, tais como taxa de 
mortalidade infantil, razão de mortalidade 
materna e densidade populacional. 
ART. 6º A Rede Cegonha organiza-se a 
partir de quatro Componentes: 
 
 
 
 
 
 
ART. 7º Cada componente compreende uma 
série de ações de atenção à saúde, nos 
seguintes termos: 
Componente PRÉ-NATAL: 
a) realização de pré-natal na Unidade Básica 
de Saúde (UBS) com captação precoce da 
gestante e qualificação da atenção; 
b) acolhimento às intercorrências na 
gestação com avaliação e classificação de 
risco e vulnerabilidade; 
I - Pré-Natal; 
II - Parto e Nascimento; 
III - Puerpério e Atenção Integral à Saúde 
da Criança; 
IV - Sistema Logístico: Transporte Sanitário 
e Regulação. 
 
 
10 
 
c) acesso ao pré-natal de alto de risco em 
tempo oportuno; 
d) realização dos exames de pré-natalde 
risco habitual e de alto risco e acesso aos 
resultados em tempo oportuno; 
e) vinculação da gestante desde o pré-natal 
ao local em que será realizado o parto; 
f) qualificação do sistema e da gestão da 
informação; 
g) implementação de estratégias de 
comunicação social e programas educativos 
relacionados à saúde sexual e à saúde 
reprodutiva; 
h) prevenção e tratamento das 
DST/HIV/Aids e Hepatites; 
i) apoio às gestantes nos deslocamentos 
para as consultas de pré-natal e para o local 
em que será realizado o parto, os quais 
serão regulamentados em ato normativo 
específico. 
 
Componente PARTO E NASCIMENTO: 
a) suficiência de leitos obstétricos e 
neonatais (UTI, UCI e Canguru) de acordo 
com as necessidades regionais; 
b) ambiência das maternidades orientadas 
pela Resolução da Diretoria Colegiada 
(RDC) nº 36/2008 da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA); 
c) práticas de atenção à saúde baseada em 
evidências científicas, nos termos do 
documento da Organização Mundial da 
Saúde, de 1996: "Boas práticas de atenção 
ao parto e ao nascimento"; 
d) garantia de acompanhante durante o 
acolhimento e o trabalho de parto, parto e 
pós-parto imediato; 
e) realização de acolhimento com 
classificação de risco nos serviços de 
atenção obstétrica e neonatal; 
f) estímulo à implementação de equipes 
horizontais do cuidado nos serviços de 
atenção obstétrica e neonatal; 
g) estímulo à implementação de Colegiado 
Gestor nas maternidades e outros 
dispositivos de co-gestão tratados na 
Política Nacional de Humanização. 
 
 
Componente PUERPÉRIO E ATENÇÃO 
INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA: 
a) promoção do aleitamento materno e da 
alimentação complementar saudável; 
b) acompanhamento da puérpera e da 
criança na atenção básica com visita 
domiciliar na primeira semana após a 
realização do parto e nascimento; 
c) busca ativa de crianças vulneráveis; 
d) implementação de estratégias de 
comunicação social e programas educativos 
relacionados à saúde sexual e à saúde 
reprodutiva; 
e) prevenção e tratamento das 
DST/HIV/Aids e Hepatites; 
f) orientação e oferta de métodos 
contraceptivos. 
 
Componente SISTEMA LOGÍSTICO: 
TRANSPORTE SANITÁRIO E 
REGULAÇÃO: 
a) promoção, nas situações de urgência, do 
acesso ao transporte seguro para as 
gestantes, as puérperas e os recém- 
nascidos de alto risco, por meio do Sistema 
de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 
Cegonha, cujas ambulâncias de suporte 
avançado devem estar devidamente 
equipadas com incubadoras e ventiladores 
neonatais; 
b) implantação do modelo "Vaga Sempre", 
com a elaboração e a implementação do 
plano de vinculação da gestante ao local de 
ocorrência do parto; 
c) implantação e/ou implementação da 
regulação de leitos obstétricos e neonatais, 
assim como a regulação de urgências e a 
regulação ambulatorial (consultas e 
exames). 
 
 
 
 
 
 
11 
 
ART. 8º A operacionalização da Rede 
Cegonha dar-se-á pela execução de cinco 
fases: 
 
 
 
 
 
 
 
ART. 9º Para operacionalização da Rede 
Cegonha cabe: 
I - à União, por intermédio do Ministério da 
Saúde: apoio à implementação, financia-
mento, nos termos descritos nesta Portaria, 
monitoramento e avaliação da Rede 
Cegonha em todo território nacional; 
II - ao Estado, por meio da Secretaria 
Estadual de Saúde: apoio à implementação, 
coordenação do Grupo Condutor Estadual da 
Rede Cegonha, financiamento, 
contratualização com os pontos de atenção à 
saúde sob sua gestão, monitoramento e 
avaliação da Rede Cegonha no território 
estadual de forma regionalizada; e 
III - ao Município, por meio da Secretaria 
Municipal de Saúde: implementação, 
coordenação do Grupo Condutor Municipal 
da Rede Cegonha, financiamento, 
contratualização com os pontos de atenção à 
saúde sob sua gestão, monitoramento e 
avaliação da Rede Cegonha no território 
municipal. 
 
ART. 10º A Rede Cegonha será financiada 
com recursos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, cabendo à 
União, por meio do Ministério da Saúde, o 
aporte dos seguintes recursos: 
I - Financiamento do componente PRÉ-
NATAL; 
II - Financiamento do componente PARTO E 
NASCIMENTO. 
 
ART. 11º Os recursos de financiamento da 
Rede Cegonha serão incorporados ao Limite 
Financeiro Global dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, conforme 
pactuação formalizada nos Planos de Ação 
Regional e Municipais. 
 
ART. 12º No âmbito do Ministério da Saúde a 
coordenação da Rede Cegonha cabe à 
Secretaria de Atenção à Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I - Adesão e diagnóstico; 
II - Desenho Regional da Rede Cegonha; 
III - Contratualização dos Pontos de 
Atenção; 
IV - Qualificação dos componentes; 
V – Certificação. 
 
 
 
 
12 
 
4. CICLO 
MENSTRUAL 
O ciclo menstrual é um processo complexo 
que envolve os sistemas reprodutor e 
endócrino. Os ovários produzem hormônios 
esteroides, predominantemente estrogênios 
e progesterona. 
ESTROGÊNIO 
 - Responsáveis por desenvolver e manter os 
órgãos reprodutores femininos e as 
características sexuais secundárias 
associadas à mulher adulta; 
- Desempenha importante papel no 
desenvolvimento da mama e nas alterações 
cíclicas mensais no útero. 
PROGESTERONA 
 
- Importante na regulação das alterações que 
acontecem no útero durante o ciclo 
menstrual; 
- É o mais importante hormônio para 
condicionar o endométrio (a mucosa que 
reveste o útero) na preparação para o 
implante de um óvulo fertilizado. 
 
 
 
 
 
 
Dois hormônios gonadotrópicos são liberados 
pela hipófise: o FSH (hormônio folículo-
estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). 
O FSH é responsável por estimular os 
ovários a secretar o estrogênio. O LH é 
responsável principalmente, por estimular a 
produção de progesterona. 
A secreção dos hormônios ovarianos segue 
um padrão cíclico que resulta em alterações 
no endométrio uterino e na menstruação. 
Esse ciclo tem, tipicamente, 28 dias de 
duração, podendo variar. Ocorre em três 
fases: 
- Fase proliferativa: no início do ciclo 
(exatamente após a menstruação) o débito 
de FSH aumenta, estimulando a secreção de 
estrogênio. 
- Fase secretora: próxima a porção média do 
ciclo, o débito de LH aumenta, estimulando a 
ovulação. 
- Fase lútea: depois da ovulação, a 
progesterona é secretada pelo corpo lúteo. 
 
Quando o óvulo é fertilizado, os níveis de 
estrogênio e progesterona permanecem 
altos, sucedendo-se as complexas alterações 
hormonais da gravidez. Se o óvulo não foi 
fertilizado, os níveis de FSH e LH diminuem, 
as secreções de estrogênio e progesterona 
caem, o óvulo desintegra-se e o endométrio, 
que se tornou espesso e congesto, fica 
hemorrágico. O produto, o fluxo menstrual, é 
liberado através da cérvice e para dentro da 
vagina. Depois que o fluxo menstrual cessa, 
o ciclo começa novamente. 
 
 
Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/56/21/562183ce5bf14-ovula 
ao-e-periodo-fertil-large.jpg 
Quando a gravidez ocorre, a 
secreção de progesterona torna-se, 
em grande parte, uma função da 
placenta e é essencial para manter 
uma gestação normal. Além disso, a 
progesterona, trabalhando com o 
estrogênio, prepara a mama para 
produzir e secretar o leite. 
https://static.todamateria.com.br/upload/56/21/562183ce5bf14-ovul
 
13 
 
5. CLIMATÉRIO 
O climatério corresponde à transição da 
mulher do ciclo reprodutivo para o não 
reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre 
os 40 e 65 anos. 
A menopausa, marco do período climatérico, 
é a interrupção permanente da menstruação 
e o diagnóstico é feito de forma retroativa, 
após 12 meses consecutivos de amenorreia. 
 A MENOPAUSA não é um fenômeno 
patológico, mas uma parte normal do 
envelhecimento e maturação. A menstruação 
cessa, e, como os ovários não estão mais 
ativos, os órgãos reprodutores ficam 
menores. Nenhum óvulo mais amadurece,portanto nenhum hormônio é produzido. 
Muitas mulheres passam pelo climatério sem 
queixas, mas outras podem apresentar 
queixas diversificadas e com intensidades 
diferentes. 
Manifestações transitórias do climatério: 
- Menstruais: o intervalo entre as 
menstruações pode diminuir ou pode estar 
aumentado; as menstruações podem ser 
abundantes e com maior duração. 
- Neurogênicas: ondas de calor, sudorese, 
calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas, 
parestesias, insônia, perda da memória e 
fadiga. 
- Psicogênicas: diminuição da autoestima, 
irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas 
depressivos, dificuldade de concentração e 
memória, dificuldades sexuais e insônia. 
 
Manifestações não transitórias do 
climatério: 
- Urogenitais: mucosa mais delgada, 
prolapsos genitais, ressecamento e 
sangramento vaginal, dispareunia, disúria, 
aumento da frequência e urgência miccional. 
- Metabolismo lipídico: a mudança dos níveis 
de estrogênio na pós-menopausa é 
considerada como fator relevante na 
etiopatogenia da doença cardiovascular e 
das doenças cerebrovasculares isquêmicas; 
- Metabolismo ósseo: há mudanças no 
metabolismo ósseo, variáveis de acordo com 
características genéticas, composição 
corporal, estilo de vida, hábitos (como 
tabagismo e sedentarismo) e comorbidades. 
- Ganho de peso e modificação no padrão 
de distribuição de gordura corporal: 
tendência ao acúmulo de gordura na região 
abdominal (padrão androide). 
 
Problemas de saúde mais frequentes no 
climatério e menopausa: 
- Predisponentes: fragilidade emocional, 
estresse, ansiedade, depressão, maior 
dificuldade de tomar decisões; 
- Riscos e Vigilância: osteoporose, 
hipertensão, diabetes, coronariopatia, câncer 
intestinal, colo uterino e mama; 
- Sexualidade: redução natural da líbido, 
redução da lubrificação vaginal, mudanças 
morfológicas da vulva, dor ou desconforto na 
penetração, incontinência urinária. 
A intensidade do desconforto com a 
sintomatologia da menopausa varia muito 
entre as mulheres de acordo com sua 
cultura, fatores psicológicos, emocionais e 
integridade da saúde. É importante estimular 
e orientar sobre atividade física regular, 
hábitos alimentares saudáveis, controle de 
peso. 
Fonte: http://www.telemundo.com/sites/nbcutelemundo/files /images/article/co 
ver/2016/10/10/menopausia-sintomas.jpg 
http://www.telemundo.com/sites/nbcutelemundo/files%20/images/article/co%20ver/2016/10/10/menopausia-sintomas.jpg
http://www.telemundo.com/sites/nbcutelemundo/files%20/images/article/co%20ver/2016/10/10/menopausia-sintomas.jpg
 
14 
 
6. PLANEJAMENTO 
FAMILIAR E 
MÉTODOS 
CONTRACEPTIVOS 
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
A Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, 
que regulamenta o § 7º do art. 226 da 
Constituição Federal, que trata do 
planejamento familiar, estabelece em seu 
art. 2º: 
“Para fins desta Lei, entende-se 
planejamento familiar como o conjunto de 
ações de regulação da fecundidade que 
garanta direitos iguais de constituição, 
limitação ou aumento da prole pela mulher, 
pelo homem ou pelo casal. Parágrafo único – 
É proibida a utilização das ações a que se 
refere o caput para qualquer tipo de controle 
demográfico (BRASIL, 1996)”. 
- O objetivo principal é fornecer o direito à 
informação, à assistência especializada e 
acesso aos recursos que permitam optar livre 
e conscientemente por ter ou não filhos, o 
número, o espaçamento entre eles e a 
escolha do método anticoncepcional mais 
adequado, sem coação. 
- O objetivo secundário é reduzir gestações 
não desejadas e de maior risco como as de 
adolescentes e portadoras de doenças 
graves mal controladas. 
- Em Saúde da Mulher o planejamento 
familiar busca ensinar, aconselhar e informar 
sobre as alternativas adequadas para cada 
situação garantindo a escolha livre e 
informada da paciente. 
- A prevenção simultânea das doenças 
sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez 
foram definidas pela Organização Mundial de 
Saúde como dupla proteção. Esse conceito 
surgiu na década de 70 e consiste no uso 
combinado da camisinha masculina ou 
feminina com outro método anticoncepcional, 
tendo como finalidade promover, ao mesmo 
tempo, a prevenção da gravidez e a 
prevenção da infecção pelo HIV/Aids e por 
outras DST. 
 
 
 
 
 
- Os serviços de saúde devem garantir 
atendimento aos adolescentes e jovens, 
antes mesmo do início de sua atividade 
sexual e reprodutiva, para ajudá-los a lidarem 
com a sua sexualidade de forma positiva e 
responsável, incentivando comportamentos 
de prevenção e autocuidado. 
Na abordagem do Planejamento 
reprodutivo e sexual é IMPORTÂNTE: 
- Acolher com escuta qualificada e avaliar a 
situação da paciente (histórico/coleta de 
dados); 
- Fazer avaliação clínica com pesquisa de 
fatores que alteram a escolha dos métodos 
mais seguros; 
- Apresentar os métodos disponíveis 
explicando suas vantagens e desvantagens; 
- Viabilização da implantação do método e 
dispensação dos medicamentos ou 
dispositivos necessários; 
- Disponibilizar alternativas complementares 
como preservativos e anticoncepcionais de 
emergência se indicados; 
 
- As ações educativas devem estimular ao 
cuidado, fortalecendo a autoestima e a 
autonomia, contribuindo para o pleno 
exercício dos direitos sexuais e dos direitos 
reprodutivos. 
 É essencial explicar a paciente 
sobre a necessidade de usar de 
forma planejada o método 
anticoncepcional escolhido 
associado à proteção com 
preservativo masculino ou feminino 
para prevenção de IST’s/AIDS. 
 
 
15 
 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
Ainda sobre a Lei 9.263/1996, em seu art. 
9º: 
“Para o exercício do direito ao planejamento 
familiar, serão oferecidos todos os métodos e 
técnicas de concepção e contracepção 
cientificamente aceitos e que não coloquem 
em risco a vida e a saúde das pessoas, 
garantida a liberdade de opção (BRASIL, 
1996)”. 
Portanto, as instâncias gestoras do Sistema 
Único de Saúde (SUS), em todos os seus 
níveis, têm a obrigação de garantir a atenção 
integral à saúde, que inclua a assistência à 
concepção e à contracepção, num contexto 
de respeito aos direitos sexuais e aos direitos 
reprodutivos. 
Para escolha do método anticoncepcional 
devem-se levar em consideração os 
seguintes aspectos: 
- A preferência da mulher, do homem, ou do 
casal; 
- Eficácia do método e efeitos secundários; 
- Aceitabilidade e disponibilidade; 
- Facilidade de uso; 
- Reversibilidade; 
- Proteção contra IST’s; 
- Condições econômicas e estado de saúde; 
- Padrão de comportamento sexual; 
- Fase da vida; 
- Aspirações reprodutivas; 
- Fatores culturais e religiosos; 
 
MÉTODOS DE ANTICONCEPÇÃO 
 
 
HORMONAIS 
- Pílula combinada; 
- Pílula progestínica; 
- Injeção trimestral de projestínico; 
- Injeção mensal combinada; 
- Implante de progestogênio; 
- Sistema intrauterino com levonorgestrel; 
- Adesivo transdérmico combinado; 
- Anel intravaginal combinado; 
- Pílula de emergência, do dia seguinte. 
 
DE BARREIRA 
- Preservativo masculino; 
- Preservativo feminino; 
- DIU de cobre; 
- Diafragma; 
- Espermaticidas. 
 
CIRÚRGICOS 
- Laqueadura tubária; 
- Vasectomia. 
 
COMPORTAMENTAIS 
- Amenorreia lactacional; 
- Tabelinha com “dias padrão”; 
- Ritmo do calendário baseado em 6 ciclos 
anteriores; 
- Muco vulvovaginal; 
- Temperatura basal; 
- Coito interrompido; 
- Sintotérmico (muco + temperatura basal); 
 
Observação: 
 
A Lei 9.263/1996, também traz que a 
ligadura ou o bloqueio tubário nas mulheres, 
assim como a vasectomia nos homens ou 
outras formas definitivas de esterilização 
exigem manifestação livre (escrita e 
assinada e com antecedência mínima de 60 
dias) de pessoa maior de 25 anos ou com 
pelo menos dois filhos vivos. Pode ser feita 
sem esses critérios se houver risco para a 
gestante ou concepto atestado por relatório 
assinado por dois médicos e a manifestação 
escrita da pessoa. Esterilização femininanão pode ser feita durante cesárea ou 
aborto, exceto por necessidade comprovada. 
 
 
 
 
16 
 
7. PRÉ-NATAL DE 
BAIXO RISCO 
10 PASSOS PARA UM PRÉ NATAL DE 
QUALIDADE NA AB 
1. Iniciar o pré-natal até a 12ª semana de 
gestação; 
2. Garantir recursos humanos, físicos, 
materiais, materiais e técnicos necessários; 
3. Assegurar a solicitação, realização e 
avaliação em tempo oportuno do resultado 
dos exames preconizados; 
4. Promover escuta ativa e qualificada; 
5. Garantir transporte público gratuito para 
gestante ir ao pré-natal e parto; 
6. É direito do parceiro ser cuidado 
(consultas, exames, acesso a informação, 
antes durante e depois da gestação: “pré-
natal do parceiro”); 
7. Garantir o acesso à unidade de referência 
especializada; 
8. Estimular e informar sobre os benefícios 
do parto fisiológico, incluindo a elaboração 
do “Plano de Parto”; 
9. Toda gestante tem direito de conhecer e 
visitar previamente o serviço de saúde no 
qual irá dar a luz; 
10. As mulheres devem conhecer e exercer 
os direitos garantidos por lei no período 
gravídico-puerperal. 
 
SÃO CONDIÇÕES BÁSICAS PARA 
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
- Identificação precoce de todas as 
gestantes; 
- Acolhimento imediato e garantia de 
atendimento; 
- Realização do cadastro da gestante, após 
confirmada a gravidez, por intermédio do 
preenchimento da ficha de cadastramento do 
SisPreNatal ou diretamente no sistema para 
os serviços de saúde informatizados, 
fornecendo e preenchendo o Cartão da 
Gestante; 
- Classificação do risco gestacional (em toda 
consulta) e encaminhamento, quando 
necessário, ao pré-natal de alto risco ou à 
urgência/emergência obstétrica; 
- Acompanhamento periódico e contínuo de 
todas as gestantes; 
- Incentivo ao parto normal e à redução da 
cesárea; 
- Realização de anamnese, exame físico e 
exames complementares indicados; 
- Imunização antitetânica e para hepatite B; 
- Oferta de medicamentos necessários; 
- Diagnóstico e prevenção do câncer de colo 
de útero e de mama; 
- Avaliação do estado nutricional e 
acompanhamento do ganho de peso no 
decorrer da gestação; 
- Atenção à adolescente conforme suas 
especificidades; 
- Realização de práticas educativas; 
- Identificação do risco de abandono da 
amamentação e encaminhamento da 
gestante aos grupos de apoio ao aleitamento 
materno; 
- Oferta de atendimento clínico e psicológico 
à gestante vítima de violência; 
- Visita domiciliar às gestantes e puérperas, 
principalmente no último mês de gestação e 
na primeira semana após o parto; 
- Busca ativa das gestantes faltosas ao pré-
natal e à consulta na primeira semana após o 
parto; 
- Sistema eficiente de referência e 
contrarreferência, objetivando garantir a 
continuidade da assistência pré-natal para 
todas as gestantes, conforme a exigência de 
cada caso; 
- Transferência da gestante e/ou do neonato 
em transporte adequado (Samu), mediante 
vaga assegurada em outra unidade, quando 
necessário; 
- Atendimento às intercorrências obstétricas 
e neonatais, assim como controle de 
doenças crônicas e profilaxia de doenças 
infecciosas; 
 
 
17 
 
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ 
 
 Teste Imunológico de gravidez (TIG), 
mais conhecido como Dosagem de 
Gonadotrofina Coriônica Humana 
(βHCG); 
 Atraso menstrual > 12 semanas: o 
diagnóstico poderá ser feito pelo 
exame clinico e torna-se 
desnecessário a solicitação do TIG. 
 
SINAIS DE PRESUNÇÃO DE GRAVIDEZ 
 
 
- Atraso menstrual; 
- Manifestações clínicas: náuseas, 
vômitos, tonturas, salivação excessiva, 
mudança de apetite, aumento da 
frequência urinária e sonolência; 
- Modificações anatômicas: aumento do 
volume das mamas, hipersensi- bilidade 
nos mamilos, tubérculos de Montgomery, 
saída de colostro pelo mamilo, coloração 
violácea vulvar, cianose vaginal e 
cervical, aumento do volume abdominal. 
 
SINAIS DE PROBABILIDADE 
 
 
- Sinal de Goodell (amolecimento da 
cérvice uterina), Sinal de Hegar (aumento 
da elasticidade do útero), Sinal de 
Chewick (paredes vaginais aumentadas, 
com aumento da vascularização); 
- Positividade da fração beta do HCG no 
soro materno a partir do oitavo ou nono 
dia após a fertilização. 
 
SINAIS DE CERTEZA 
 
 
- Presença dos batimentos cardíacos 
fetais (BCF), que são detectados pelo 
sonar a partir de 10 à 12 semanas e pelo 
Pinard a partir de 20 semanas; 
- Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 
20 semanas); 
- Ultrassonografia: o saco gestacional pode 
ser observado por via transvaginal com 
apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a 
atividade cardíaca é a primeira manifestação 
do embrião com 6 semanas gestacionais. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO RISCO 
GESTACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores de risco que permitem a 
realização do Pré-Natal pela equipe da 
AB: 
 
- Idade > 15 anos e < 35 anos; 
- Ocupação: esforço físico excessivo, 
exposição a agentes físicos, químicos e 
biológicos, estresse; 
- Situação familiar insegura; 
- Situação conjugal insegura; 
- Baixa escolaridade (< 5 anos de estudo); 
- Condições ambientais desfavoráveis; 
- Altura < 1,45m; 
- IMC que evidencie baixo peso, obrepeso 
ou obesidade; 
- RN com restrição de crescimento, pré-
termo ou malformado; 
- Macrossomia fetal; 
- Síndromes hemorrágicas ou 
hipertensivas; 
- Intervalo interpartal < 2 ou > 5 anos; 
- Nuliparidade e multiparidade (cinco ou 
mais partos); 
- Cirurgia uterina anterior; 
- Três ou mais cesarianas; 
- Ganho ponderal inadequado; 
- Infecção urinária; 
- Anemia. 
Objetivo: reduzir a 
morbimortalidade materno-infantil 
e ampliar o acesso com 
qualidade, é necessário que se 
identifiquem os fatores de risco 
gestacional o mais precocemente 
possível. 
 
 
18 
 
Fatores de risco que podem indicar 
encaminhamento ao Pré-Natal de alto 
risco: 
 
- Cardiopatias; 
- Pneumopatias graves; 
- Nefropatias graves; 
- Endocrinopatias; 
- Doenças hematológicas (talassemia, 
doença falciforme); 
- Hipertensão arterial crônica e/ou caso 
de paciente que faça uso de anti-
hipertensivo; 
- Doenças neurológicas (como epilepsia); 
- Doenças psiquiátricas que necessitam 
de acompanhamento; 
- Doenças autoimunes (lúpus eritematoso 
sistêmico, outras colagenoses); 
- Alterações genéticas maternas; 
- Antecedente de trombose venosa 
profunda ou embolia pulmonar; 
- Ginecopatias; 
- Portadoras de doenças infecciosas 
como hepatites, toxoplasmose, infecção 
pelo HIV, sífilis terciária (USG com 
malformação fetal) e outras DSTs 
(condiloma); 
- Hanseníase; 
- Tuberculose; 
- Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; 
- Qualquer patologia clínica que necessite 
de acompanhamento especializado. 
- Morte intrauterina ou perinatal em 
gestação anterior; 
- História prévia de doença hipertensiva 
da gestação, com mau resultado 
obstétrico e/ou perinatal; 
- Abortamento habitual; 
- Esterilidade/infertilidade; 
- Restrição do crescimento intrauterino; 
- Polidrâmnio ou oligoidrâmnio; 
- Gemelaridade; 
- Malformações fetais ou arritmia fetal; 
- Distúrbios hipertensivos da gestação 
(hipertensão crônica preexistente, 
hipertensão gestacional ou transitória); 
- Infecção urinária de repetição ou dois ou 
mais episódios de pielonefrite; 
- Anemia grave ou não responsiva a 30-
60 dias de tratamento com sulfato ferroso; 
- Infecções como a rubéola e a 
citomegalovirose adquiridas na gestação 
atual; 
- Evidência laboratorial de proteinúria; 
- Diabetes mellitus gestacional; 
- Desnutrição materna severa; 
- Obesidade mórbida ou baixo peso; 
- NIC III (deve-se encaminhar a gestante 
ao oncologista); 
- Alta suspeita clínica de câncer de mama 
ou mamografia com Bi-rads III ou mais 
(deve-se encaminhar a gestante ao 
oncologista); 
- Adolescentes com fatores de risco 
psicossocial. 
 
Fatores de risco que indicam 
encaminhamento para Urgência e 
Emergência Obstétrica: 
 
- Síndromes hemorrágicas; 
- Suspeita de pré-eclâmpsia; 
- Eclâmpsia; 
- Crise hipertensiva (PA > 160/110); 
- Amniorrexeprematura: perda de líquido 
vaginal; 
- Isoimunização Rh; 
- Anemia grave (hemoglobina < 8); 
- Trabalho de parto prematuro; 
- IG a partir de 41 semanas confirmadas; 
- Hipertermia (Tax > = 37,8C); 
- Suspeita/diagnóstico de abdome agudo 
em gestantes; 
- Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, 
infecção ovular ou outra infecção que 
necessite de internação hospitalar; 
- Suspeita de trombose venosa profunda 
em gestantes; 
- Investigação de prurido gestacional, 
icterícia; 
- Vômitos incoercíveis não responsivos ao 
tratamento; 
- Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre; 
- Restrição de crescimento intrauterino; 
- Oligoidrâmnio; 
- Casos clínicos que necessitem de 
avaliação hospitalar: cefaleia intensa e 
súbita, sinais neurológicos, crise aguda 
de asma etc. 
 
 
 
 
 
19 
 
CALENDÁRIO DE CONSULTAS 
 
- Número mínimo de 6 consultas com 
acompanhamento intercalado de médico 
e enfermeiro. 
- O calendário deve ser iniciado 
precocemente e deve ser regular. 
 
CRONOGRAMA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações importantes: 
 
 NÃO existe alta do pré-natal; 
 Quando o parto não ocorrer até a 41ª 
semana é necessário encaminhar a 
gestante para avaliação do bem-estar 
fetal; 
 O acompanhamento da mulher só 
encerra após o 42º dia de puerpério e 
a consulta de puerpério deverá ter 
sido realizada. 
 
PRIMEIRA CONSULTA 
 
- Realizar anamnese e história clínica. 
 
- Identificação; 
- Dados socioeconômicos; 
- Antecedentes familiares; 
- Antecedentes pessoais gerais; 
- Antecedentes ginecológicos; 
- Sexualidade; 
- Antecedentes obstétricos; 
- Gestação atual. 
 
 
 
GESTAÇÃO ATUAL: 
 
- Data do primeiro dia/mês/ano da DUM 
(anotar certeza ou dúvida); 
- Peso prévio e altura; 
- Sinais e sintomas na gestação em curso; 
- Hábitos alimentares; 
- Medicamentos utilizados na gestação; 
- Internação durante a gestação atual; 
- Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), 
álcool e drogas ilícitas; 
- Ocupação habitual (esforço físico intenso, 
exposição a agentes químicos e físicos 
potencialmente nocivos, estresse); 
- Aceitação ou não da gravidez pela mulher, 
pelo parceiro e pela família, principalmente 
se for adolescente; 
- Identificar gestantes com fraca rede de 
suporte social; 
- Cálculo da idade gestacional e data 
provável do parto. 
 
EXAME FÍSICO 
 
GERAL: 
 
- Inspeção da pele e das mucosas; 
- Sinais vitais; 
- Palpação da tireoide, região cervical, 
supraclavicular e axilar (pesquisa de 
nódulos ou outras anormalidades); 
- Ausculta cardiopulmonar; 
- Exame do abdome; 
- Exame dos membros inferiores; 
- Determinação do peso; 
- Determinação da altura; 
- Cálculo do IMC; 
 - Avaliação do estado nutricional e do 
ganho de peso gestacional; 
 - Pesquisa de edema (membros, face, 
região sacra, tronco). 
 
 
 
 
 
 
 
Até 28ª semana: 
mensalmente; 
Da 28ª até a 36ª semana: 
quinzenalmente; 
Da 36ª até a 41ª semana: 
semanalmente. 
 
 
20 
 
ESPECÍFICO 
 
- Palpação obstétrica; 
- Medida e avaliação da altura uterina; 
- Ausculta dos batimentos cardiofetais; 
- Registro dos movimentos fetais; 
- Teste de estímulo sonoro simplificado 
(Tess); 
- Exame clínico das mamas; 
- Exame ginecológico (inspeção dos 
genitais externos, exame especular, 
coleta de material para exame 
colpocitopatológico, toque vaginal). 
 
 
EXAMES SOLICITADOS NA 1ª 
CONSULTA OU 1º TRIMESTRE 
 
- Hemograma; 
- Tipagem sanguínea e fator Rh; 
- Coombs indireto (se mãe for Rh negativo); 
- Glicemia de jejum; 
- Teste rápido de triagem para sífilis e/ou 
VDRL/RPR; 
- Teste rápido para HIV ou sorologia Anti-HIV 
I e II; 
- Toxoplasmose IgM e IgG; 
- Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
- Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
 
Outros: 
 
Não obrigatório: Ultrassonografia obstétrica, 
com a função de verificar a idade 
gestacional; 
Se houver indicação: Citopatológico de colo 
de útero, exame da secreção vaginal, 
parasitológico de fezes, malária. 
Se a gestante for negra, tiver antecedentes 
familiares de anemia falciforme ou apresentar 
história de anemia crônica: Eletroforese de 
hemoglobina. 
Se gestante hipertensa: teste rápido de 
proteinúria; 
 
 
 
 
2º TRIMESTRE 
 
- Teste de tolerância para glicose, com 75g 
nas gestantes sem diagnóstico prévio de DM 
(24ª a 28ª semanas). 
- Coombs indireto (se mãe for Rh negativo). 
 
3º TRIMESTE 
 
- Hemograma; 
- Glicemia de jejum; 
- Coombs indireto (se mãe for Rh negativo); 
- Teste rápido para HIV ou sorologia Anti-HIV 
I e II; 
- Sorologia para hepatite B (HbsAg); 
- Urina tipo I, urocultura e antibiograma; 
- Teste rápido de triagem para sífilis e/ou 
VDRL/RPR; 
- Repete-se o exame de toxoplasmose se o 
IgG não for reagente. 
 
Outras Condutas Gerais 
 
- Encaminhar para imunização; 
- Orientar a gestante sobre a alimentação 
e o acompanhamento do ganho de peso 
gestacional; 
- Incentivar o aleitamento materno 
exclusivo até os seis meses; 
- Fornecer todas as informações 
necessárias; 
- Orientar a gestante sobre os sinais de 
risco; 
- Referenciar a gestante para atendimento 
odontológico; 
- Referenciar a gestante para serviços 
especializados quando o procedimento for 
indicado. 
- Realizar ações e práticas educativas 
individuais e coletivas. 
- Agendar consultas subsequentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
CONSULTAS SUBSEQUENTES 
 
- Anamnese atual sucinta; 
- Exame físico direcionado (deve-se avaliar o 
bem-estar materno e fetal); 
- Verificação do calendário de vacinação; 
- Avaliar o resultado dos exames 
complementares; 
- Cálculo e anotação da idade gestacional; 
- Determinação do peso e cálculo do índice 
de massa corporal (IMC): anote no gráfico e 
realize a avaliação nutricional subsequente e 
o monitoramento do ganho de peso 
gestacional; 
- Medida da pressão arterial; 
- Palpação obstétrica e medida da altura 
uterina (anote os dados no gráfico e observe 
o sentido da curva para avaliação do 
crescimento fetal); 
- Pesquisa de edema; 
- Exame ginecológico, incluindo das mamas, 
para observação do mamilo. 
- Ausculta dos batimentos cardiofetais; 
- Avaliação dos movimentos percebidos pela 
mulher e/ou detectados no exame obstétrico/ 
registro dos movimentos fetais; 
- Teste de estímulo sonoro simplificado 
(Tess), se houver indicação clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Quando a data da última menstruação 
(DUM) é conhecida e certa: 
 
- Uso do calendário: some o número de dias 
do intervalo entre a DUM e a data da 
consulta, dividindo o total por sete (resultado 
em semanas); 
- Uso de disco (gestograma): coloque a seta 
sobre o dia e o mês correspondentes ao 
primeiro dia e mês do último ciclo menstrual 
e observe o número de semanas indicado no 
dia e mês da consulta atual. 
 
2. Quando a data da última menstruação é 
desconhecida, mas se conhece o período do 
mês em que ela ocorreu: 
 
- Considerar como DUM os dias 5, 15 e 25 
dias respectivamente. 
 
3. Quando a data e o período da última 
menstruação são desconhecidos, considerar 
os seguintes parâmetros: 
 
- Até a 6ª semana, não ocorre alteração do 
tamanho uterino; 
- Na 8ª semana, o útero corresponde ao 
dobro do tamanho normal; 
- Na 10ª semana, o útero corresponde a três 
vezes o tamanho habitual; 
- Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de 
modo que é palpável na sínfise púbica; 
- Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se 
entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; 
- Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-
se na altura da cicatriz umbilical; 
- A partir da 20ª semana, existe relação direta 
entre as semanas da gestação e a medida da 
altura uterina. Porém, este parâmetro torna-
se menos fiel a partir da 30ª semana de 
idade gestacional. 
PRESCRIÇÃO DE 
SUPLEMENTOS 
 
Sulfato ferroso: 40 mg/dia de ferro 
elementar; 
Orienta-se que a ingestão seja 
realizada uma hora antes das refeições 
(juntamentecom um suco cítrico, pois 
ajuda na fixação do ferro); 
A suplementação de ferro deve ser 
mantida no pós-parto e no pós-aborto 
por três meses. 
 
Ácido fólico: 5mg/dia; 
A suplementação rotineira de ferro e 
folato (ácido fólico) parecem prevenir a 
instalação de baixos níveis de 
hemoglobina no parto e no puerpério. 
 
 
 
 
CÀLCULO DA IDADE GESTACIONAL 
(IG) 
 
 
22 
 
 
 
 
 
- Pode-se utilizar o Gestograma ou a Regra 
de Naegele. 
 
1. Gestograma: coloque a seta sobre o dia e 
o mês correspondentes ao primeiro dia e 
mês da última menstruação e observe a seta 
na data (dia e mês) indicada como data 
provável do parto. 
 
2. Regra de Naegele: somar 7 dias ao 
primeiro dia da última menstruação, adicionar 
9 meses se DUM entre janeiro e março ou 
subtrair 3 meses se DUM entre abril e 
dezembro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: Se o dia encontrado for > que o 
número de dias do mês, passe os dias 
excedentes para o mês seguinte e adicione 1 
ao final do cálculo do mês. 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E 
GANHO DE PESO GESTACIONAL 
 
- O peso deve ser aferido em TODAS as 
consultas pré-natais; 
- A estatura da gestante adulta (>19anos) 
deve ser aferida apenas na 1ª consulta e da 
gestante adolescente, pelo menos 
trimestralmente; 
- Recomenda-se a utilização da balança 
eletrônica ou mecânica, certificando-se se 
está em bom funcionamento e calibrada; 
- O cuidado com as técnicas de medição e 
aferição regular dos equipamentos garantem 
a qualidade das medidas coletadas. 
- Deve-se acompanhar o IMC no gráfico de 
acompanhamento nutricional. 
 
 
- O ideal é que o IMC considerado no 
diagnóstico inicial da gestante seja o IMC 
pré-gestacional referido ou o IMC calculado a 
partir de medição realizada até a 13ª semana 
gestacional. Caso isso não seja possível, 
inicie a avaliação da gestante com os dados 
da primeira consulta de pré-natal, mesmo 
que esta ocorra após a 13ª semana 
gestacional. 
 
IMPORTANTE: Sabe-se que a obesidade 
está associada a uma frequência mais alta 
de distócias, diabetes e hipertensão e a um 
risco maior de cesariana. Por outro lado, na 
gestante com baixo peso há um risco maior 
de parto prematuro. 
 
OBS: Verificar as tabelas de avaliação do 
estado nutricional e ganho de peso 
gestacional no CAB 32. 
 
 
CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO 
PARTO (DPP) 
 
EX: DUM 
13/09/2004 
 
DIA: 13 + 7= 20 
MÊS: 09 – 3= 6 
DPP= 20/06/2005 
 
 
DPP: 20/06/2005 
 EX: DUM 
10/02/2004 
 
DIA: 10 + 7= 17 
MÊS: 02 + 9= 11 
DPP= 17/11/2004 
 
 
DPP: 20/06/2005 
 
 
23 
 
CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL 
 
A PA deve ser aferida em TODAS as 
consultas pré-natais. 
 
Conceito de HAS gestacional 
 
 
A observação de níveis tensionais absolutos 
iguais ou maiores do que 140mmHg de 
pressão sistólica e iguais ou maiores do que 
90mmHg de pressão diastólica, mantidos em 
medidas repetidas, em condições ideais, em 
pelo menos três ocasiões. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Pré-eclâmpsia: aparecimento de HAS e 
proteinúria (> 300 mg/24h) após a 20ª 
semana de gestação em mulheres 
previamente normotensas. O edema não é 
sinal especifico para o diagnóstico, mas 
precisa ser levado em consideração. 
 
Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia 
complicada por convulsões que não podem 
ser atribuídas a outras causas; 
 
Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: 
definida pela elevação aguda da PA, à qual 
se agregam proteinúria, trombocitopenia ou 
anormalidades da função hepática, em 
gestantes portadoras de HAS crônica com 
idade gestacional superior a 20 semanas; 
 
Hipertensão arterial sistêmica crônica: é 
definida por hipertensão registrada antes da 
gestação, no período que precede à 20ª 
semana de gravidez ou além de doze 
semanas após o parto; 
 
Hipertensão gestacional: Caracterizada por 
HAS detectada após a 20ª semana, sem 
proteinúria, podendo ser definida como 
“transitória” (quando ocorre normalização 
após o parto) ou “crônica” (quando persistir a 
hipertensão). 
 
 Posicionamento da Gestante para 
aferição da PA 
- Deve estar na posição sentada, com as 
pernas descruzadas, com os pés 
apoiados no chão e o dorso recostado na 
cadeira e relaxado. 
- O braço deve estar na altura do coração 
(no nível do ponto médio do esterno ou no 
4º espaço intercostal), livre de roupas, 
apoiado, com a palma da mão voltada 
para cima e o cotovelo ligeiramente 
fletido. 
- A PA também pode ser medida no braço 
esquerdo, na posição de decúbito lateral 
esquerdo, em repouso, e a gestante não 
deve diferir da posição sentada. 
 
 
Importante verificar: 
- Se está com a bexiga cheia; 
- Se praticou exercícios físicos há pelo 
menos 60 minutos; 
- Se ingeriu bebidas alcoólicas, café ou 
alimentos; 
- Se fumou nos 30 minutos anteriores. 
 
Observação: 
- O acompanhamento da PA deve ser 
avaliado em conjunto com o ganho de peso 
súbito e/ou a presença de edema, 
principalmente a partir da 24ª semana. 
 
- Mulheres com ganho de peso superior a 
500g por semana, mesmo sem aumento da 
pressão arterial, devem ter seus retornos 
antecipados, considerando-se maior risco de 
pré-eclâmpsia. 
 
Para manter os Níveis tensionais normais: 
- Manter calendário habitual; 
- Cuidar da alimentação; 
- Praticar atividade física; 
- Diminuir a ingestão de sal; 
- Aumentar a ingestão hídrica. 
 
 
24 
 
PALPAÇÃO OBSTÉTRICA 
 
A palpação obstétrica deve ser realizada 
antes da medida da altura uterina. 
 
Objetivos: 
- Identificar o crescimento fetal; 
- Diagnosticar os desvios da normalidade a 
partir da relação entre a altura uterina e a 
idade gestacional; 
- Identificar a situação e a apresentação fetal. 
 
MANOBRAS DE LEOPOLD 
 
Fazer a partir do final do 2º trimestre. 
 
1º TEMPO: Delimitar o fundo do útero, 
APRESENTAÇÃO do bebê; 
2º TEMPO: Perceber o dorso do bebê e os 
MMII, identificar a POSIÇÃO do bebê; 
3º TEMPO: Perceber se o bebê está 
encaixado ou móvel, perceber a ALTURA do 
bebê; 
4ºTEMPO: identificar a SITUAÇÃO do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU) 
 
Objetivos: 
- Acompanhar o crescimento fetal e à 
detecção precoce de alterações. 
 
Técnica para medida da altura uterina: 
 
- Posicionar a gestante em decúbito dorsal, 
com o abdome descoberto; 
- Delimitar a borda superior da sínfise púbica 
e o fundo uterino; 
- Por meio da palpação, procurar corrigir a 
comum dextroversão uterina; 
- Fixar a extremidade inicial (0cm) da fita 
métrica, flexível e não extensível, na borda 
superior da sínfise púbica com uma das 
mãos, passando-a entre os dedos indicador 
e médio. 
- Deslizar a fita métrica entre os dedos 
indicador e médio da outra mão até alcançar 
o fundo do útero com a margem cubital da 
mesma mão; 
- Proceda à leitura quando a borda cubital 
da mão atingir o fundo uterino; 
- Anotar a medida (em centímetros) na ficha 
e no cartão e marcar o ponto na curva da 
altura uterina. 
 
 
Fonte: Brasil, 2005 
 
Observações: 
 
- O útero aumenta seu tamanho com a idade 
gestacional. 
- Foram desenvolvidas curvas de altura 
uterina em função da idade gestacional, nas 
quais os percentis 10 e 90 marcam os limites 
da normalidade. 
APRESENTAÇÃO: 
Cefálico, pélvico, córmica. 
SITUAÇÃO: 
Longitudinal, transversa, obliqua. 
POSIÇÃO: 
Posição do dorso, se o bebê esta dorso à 
direita ou dorso à esquerda. 
ALTURA: 
Se o bebê está alto/móvel ou 
encaixado/insinuado. 
 
 
25 
 
AUSCULTA DOS BATIMENTOS 
CARDIOFETAIS 
 
Objetivos: 
- Constatar a cada consulta a presença, o 
ritmo, a frequência e a normalidade dos 
batimentos cardíacos fetais (BCF). 
 
Deve ser realizada com sonar, após 12 
semanas de gestação, ou com Pinard, após 
20 semanas (grau de recomendação C). 
 
É considerada normal a frequência 
cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos 
por minuto. 
 
Técnica para ausculta dos batimentoscardiofetais: 
 
- Posicionar a gestante em decúbito dorsal, 
com o abdômen descoberto; 
- Identificar o dorso fetal. Além de realizar a 
palpação, deve-se perguntar à gestante em 
qual lado ela sente mais os movimentos 
fetais; o dorso estará no lado oposto; 
- Segurar o estetoscópio de Pinard pelo 
tubo, encostando a extremidade de abertura 
mais ampla no local previamente identificado 
como correspondente ao dorso fetal; 
- Encostar o pavilhão da orelha na outra 
extremidade do estetoscópio; 
- Faça, com a cabeça, leve pressão sobre o 
estetoscópio e, só então, retire a mão que 
segura o tubo; 
- Quando disponível, utilize o sonar doppler; 
- Procurar o ponto de melhor ausculta dos 
BCF na região do dorso fetal; 
- Controlar o pulso da gestante para 
certificar-se de que os batimentos ouvidos 
são os do feto, já que as frequências são 
diferentes; 
- Contar os batimentos cardíacos fetais por 
um minuto, observando sua frequência e seu 
ritmo; 
- Registre os BCF na ficha perinatal e no 
Cartão da Gestante; 
- Avalie resultados da ausculta dos BCF. 
 
 
PINARD 
 
Fonte: Brasil, 2005. 
 
- Pode ser utilizado também o registro diário 
da movimentação fetal realizado pela 
gestante (RDMF ou mobilograma) e/ou o 
teste de vitalidade fetal simplificado, para o 
acompanhamento do bem-estar fetal. 
 
 Registro dos Movimentos Fetais 
 
Avaliação clínica do bem-estar fetal na 
gravidez a partir da 34ª semana gestacional. 
 
Método de registro diário de movimentos 
fetais (RDMF): 
- Escolha um período do dia em que possa 
estar mais atenta aos movimentos fetais; 
- Alimentar-se antes de começar o registro; 
- Ficar em posição semi-sentada, com a mão 
no abdome; 
- Marcar o horário de início; 
- Registrar seis movimentos e marcar o 
horário do último; 
- Se, em uma hora, o bebê não se mexer 
seis vezes, pare de contar os movimentos. 
Repita o registro. Se persistir a diminuição, 
procure a unidade de saúde 
 
- Para favorecer a cooperação materna em 
realizar o registro diário dos movimentos 
fetais, é importante que a gestante receba 
orientações adequadas quanto à importância 
da atividade do feto no controle de seu bem-
estar. 
- A rotina de avaliação da movimentação 
fetal não deve ser recomendada. A 
movimentação deve ser valorizada de acordo 
com a situação clínica de cada paciente. 
 
26 
 
 Teste do Estímulo Sonoro 
Simplificado (TESS) 
 
Realizado quando houver indicação clínica. 
 
Materiais 
- Sonar doppler; 
- Buzina de Kobo (buzina de bicicleta). 
 
Técnica 
- Colocar a mulher em decúbito dorsal com a 
cabeceira elevada (posição de Fowler); 
- Palpar o polo cefálico; 
- Auscultar os BCF por quatro períodos de 
15 segundos e calcular a média (obs.: a 
gestante não deve estar com contração 
uterina); 
- Realizar o estímulo sonoro, colocando a 
buzina sobre o polo cefálico fetal com ligeira 
compressão sobre o abdome materno 
(aplique o estímulo entre três e cinco 
segundos ininterruptos). 
- Durante a realização do estímulo, deve-se 
observar o abdome materno, procurando 
identificar movimentos fetais visíveis; 
- Imediatamente após o estímulo, repita a 
ausculta dos BCF por novos quatro períodos 
de 15 segundos e refaça a média dos 
batimentos. 
 
Resultados: 
 
- Teste positivo: aumento mínimo de 15 
batimentos em relação à medida inicial ou 
presença de movimentos fetais fortes e 
bruscos na observação do abdome materno 
durante a realização do estímulo; 
- Teste negativo: ausência de resposta fetal 
identificada tanto pela falta de aumento dos 
BCF quanto pela falta de movimentos fetais 
ativos. O teste deverá ser realizado duas 
vezes, com intervalo de, pelo menos, dez 
minutos para se considerar negativo. 
 
Observação: Na presença de teste 
simplificado negativo e/ou desaceleração da 
frequência cardíaca fetal, está indicada a 
utilização de método mais apurado para 
avaliação da vitalidade fetal. 
VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DE EDEMA 
 
Objetivos: 
Detectar precocemente a ocorrência de 
edema patológico. 
 
Nos membros inferiores: 
- Posicionar a gestante em decúbito dorsal 
ou sentada, sem meias; 
- Pressionar a pele na altura do tornozelo 
(região perimaleolar) e na perna, no nível do 
seu terço médio, face anterior (região pré-
tibial). 
- O edema fica evidenciado mediante 
presença de depressão duradoura no local 
pressionado. 
 
Técnica de palpação de edema maleolar 
 
Fonte: Brasil, 2005. 
 
Na região sacra: 
- Posicionar a gestante em decúbito lateral 
ou sentada; 
- Pressionar a pele, por alguns segundos, na 
região sacra, com o dedo polegar. 
- O edema fica evidenciado mediante 
presença de depressão duradoura no local 
pressionado. 
 
Técnica de palpação de edema lombar 
 
Fonte: Brasil, 2005. 
 
Na face e nos membros superiores, 
identifique a presença de edema pela 
inspeção. 
 
27 
 
 
 
 
 
A vacinação durante a gestação objetiva não 
somente a proteção da gestante, mas 
também a proteção do feto. 
 
 Vacina contra influenza 
 
A vacina contra a influenza é recomendada 
a todas as gestantes em qualquer período 
gestacional. O PNI disponibiliza esta vacina 
na rede pública de saúde a todas as 
gestantes durante a campanha anual contra 
influenza sazonal. O esquema consta de 
uma dose no período da campanha. 
 
 Vacina contra raiva humana 
 
Em situações de pós-exposição, a vacina 
contra raiva humana não é contraindicada 
durante a gestação. Na pré-exposição, a 
gestante também pode ser vacinada. 
Entretanto, devido ao risco da ocorrência de 
eventos adversos, é preferível que ela 
receba a vacina somente se não puder evitar 
as situações de possível exposição ao vírus 
rábico. 
 
 Vacinação contra hepatite B 
(recombinante) 
 
Por considerar os riscos da gestante não 
vacinada de contrair a doença e de haver 
transmissão vertical, o PNI reforça a 
importância de que a gestante receba a 
vacina contra a hepatite B. 
 
Esquema completo com 3 doses. 
Esquema: 0, 1 e 6 meses (intervalo entre as 
doses); 
 
- Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 
doses): deve-se completar o esquema. 
- Gestantes com esquema completo: não se 
deve vaciná-las. 
 
 Vacina contra febre amarela 
(atenuada) 
 
Na rotina do serviço de vacinação, a 
gestante não deve receber a vacina contra 
febre amarela. Entretanto, em situações de 
surto, se a gestante reside ou vai se 
deslocar para área com recomendação de 
vacinação para febre amarela, ela deve ser 
vacinada se o risco de adoecer for maior do 
que o risco de receber a vacina. 
 
 Tríplice Bacteriana Acelular do 
Adulto – dTPA (difteria, tétano e 
coqueluche) e Vacina dupla do tipo 
adulto – dT (difteria e tétano): 
 
A vacina dT é indicada para a proteção da 
gestante contra o tétano acidental e a 
prevenção do tétano neonatal. 
 
A dTpa está recomendada em todas as 
gestações, pois além de proteger a gestante 
e evitar que ela transmita a Bordetella 
pertussis ao recém-nascido, permite a 
transferência de anticorpos ao feto 
protegendo-o nos primeiros meses de vida 
até que possa ser imunizado. 
 
Mulheres não vacinadas na gestação devem 
ser vacinadas no puerpério, o mais 
precocemente possível. 
 
- Previamente vacinada, com pelo menos 
três doses de dT: uma dose de dTpa a partir 
da 20ª semana de gestação, o mais 
precocemente possível; 
- Vacinação incompleta tendo recebido uma 
dose de dT: uma dose de dT e uma dose de 
dTpa a partir da 20ª semana de gestação; 
Respeitar intervalo mínimo de um mês entre 
elas. 
- Vacinação incompleta tendo recebido duas 
doses de dT: uma dose de dTpa a partir da 
20ª semana de gestação; 
- Em gestantes não vacinadas e/ou histórico 
vacinal desconhecido: duas doses de dT e 
uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve 
ser aplicada a partir da 20ª semana. 
VACINAÇÃO NA GESTANTE 
 
 
28 
 
8. PARTO NORMAL X 
CESARIANA 
Toda gestante deve saber que o melhor tipo 
de parto é aquele mais adequado às 
condições de sua gravidez,ou seja, é o que 
melhor atende ao seu bebê e às possíveis 
complicações surgidas durante a gravidez. 
De maneira geral, o parto normal ou vaginal 
reúne, em relação à cesárea, uma série de 
vantagens, o que o torna a forma ideal de dar 
à luz. Além disso, é natural, tem menor custo 
e propicia à mulher uma recuperação bem 
mais rápida. 
Vantagens do Parto Normal: 
- Menor prematuridade; 
- Favorece a respiração do bebê; 
- A dor no trabalho de parto pode ser 
controlada com anestesia; 
- Menor dor após o parto; 
- Complicações são menos frequentes; 
- Infecção puerperal é mais rara; 
- Aleitamento materno é mais fácil; 
- Recuperação mais rápida; 
- Menor custo; 
- Baixo risco de morte; 
- Menor risco em futuras gestações. 
 
Indicações obstétricas para cesariana: 
- Absolutas: desproporção céfalo-pélvica, 
cicatriz uterina prévia corporal, situação fetal 
transversa, herpes genital ativo, prolapso de 
cordão, placenta prévia oclusiva total, morte 
materna com feto vivo. 
- Relativas: feto não reativo em trabalho de 
parto, gestante HIV positivo (dependendo da 
carga viral), descolamento prematuro de 
placenta (dependendo do estágio do parto), 
apresentação pélvica, gravidez gemelar 
(depende da relação entre os fetos), cesárea 
prévia, macrossomia fetal, cérvice 
desfavorável à indução do parto, psicopatia. 
Os benefícios da cesárea planejada: 
- Conveniência, maior segurança para o bebê 
e menos trauma no assoalho pélvico da 
gestante, que, além disso, conta com a 
vantagem de não passar pela dor do parto. 
Desvantagens da cesárea: 
- Maior morbimortalidade materna; 
- Efeitos psicológicos adversos; 
- Aumento do risco de problemas 
respiratórios neonatais: síndrome respiratória 
e taquipneia transitória são mais comuns em 
cesáreas do que em partos vaginais e podem 
determinar hospitalização mais longa; 
- Problemas em futuras gestações (como 
ruptura da cicatriz uterina); 
- Maior risco de feto morto no nascimento e 
morbidade neonatal. 
 
Recomendações para a indução do parto 
com alto nível de evidência: 
 
- Gestação pós-termo (≥ 41 semanas); 
- Ruptura prematura de membranas a termo 
ou próximo ao termo com maturidade fetal; 
- Retardo de crescimento intrauterino antes 
do termo: a indução do parto reduz a morte 
fetal intrauterina, mas aumenta a taxa de 
cesárea e as mortes neonatais. 
 
Casos em que as evidências são 
insuficientes para a indução do parto: 
 
- Gestantes com diabetes 
insulinodependentes, gestação gemelar, 
macrossomia fetal, oligoidrâmnio, colestase 
da gestação, doença cardíaca materna e 
gastrosquise fetal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
9. O PARTO 
 
Mecanismos do Trabalho de Parto (feto) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Períodos Clínicos estágios do Trabalho de 
Parto (mãe) 
 
1. Dilatação 
 
Tem seu inicio com as contrações regulares 
(3 ou mais contrações em 10 minutos 
durando 30 segundos ou mais) até o 
apagamento do colo uterino com dilatação 
completa de 10 cm. 
 
Fase de latência: 
- Há contrações uterinas dolorosas; 
- Há alguma modificação cervical, incluindo 
apagamento e dilatação até 4 cm. 
 
Fase ativa: 
- Há contrações uterinas regulares; 
- Há dilatação cervical progressiva a partir 
dos 4 cm. 
 
A duração do trabalho de parto ativo pode 
variar: 
 
- Nas primíparas dura em média 8 horas e é 
pouco provável que dure mais que 18 horas; 
- Nas multíparas dura em média 5 horas e é 
pouco provável que dure mais que 12 horas. 
 
 
Monitorização no 1º período: 
 
- Frequência das contrações uterinas de 1 
em 1 hora; 
- Pulso de 1 em 1 hora; 
- Temperatura e PA de 4 em 4 horas; 
- Frequência da diurese; 
- Exame vaginal de 4 em 4 horas ou se 
houver alguma preocupação com o 
progresso do parto. 
 
Intervenções e Medidas de Rotina: 
 
- O enema não deve ser realizado de forma 
rotineira durante o trabalho de parto; 
- A tricotomia pubiana e perineal não deve 
ser realizada de forma rotineira. . 
 - A amniotomia precoce, associada ou não à 
ocitocina, não deve ser realizada de rotina 
em mulheres em trabalho de parto que 
estejam progredindo bem. 
- As mulheres devem ser encorajadas a se 
movimentarem e adotarem as posições que 
lhes sejam mais confortáveis no trabalho de 
parto. 
 
2. Expulsão 
 
Tem inicio com a dilatação completa do colo 
e termina com a expulsão fetal. 
 
Fase inicial ou passiva: 
- Dilatação total do colo sem sensação de 
puxo involuntário ou parturiente com 
analgesia e a cabeça do feto ainda 
relativamente alta na pelve; 
 
Fase ativa: 
- Dilatação total do colo, cabeça do bebê 
visível, contrações de expulsão ou esforço 
materno ativo após a confirmação da 
dilatação completa do colo do útero, na 
ausência das contrações de expulsão. 
 
 
 
-Insinuação ou encaixamento 
- Descida 
- Flexão 
- Rotação interna 
- Extensão 
- Rotação externa 
- Expulsão 
 
 
30 
 
Observações importantes: 
 
- Se houver prolongamento do segundo 
período do trabalho de parto, ou se a mulher 
estiver excessivamente estressada, 
promover medidas de apoio e encorajamento 
e avaliar a necessidade de analgesia/ 
anestesia. 
 
- Se as contrações forem inadequadas no 
início do segundo período, considerar o uso 
de ocitocina e realização de analgesia 
regional. 
 
- Não realizar episiotomia de rotina durante o 
parto vaginal espontâneo. 
 
- Se uma episiotomia for realizada, a sua 
indicação deve ser justificada, 
recomendando-se a médio-lateral originando 
na fúrcula vaginal e direcionada para o lado 
direito, com um ângulo do eixo vertical entre 
45 e 60 graus. 
 
- Assegurar analgesia efetiva antes da 
realização de uma episiotomia. 
 
 
3. Dequitação ou secundamento 
 
Inicia-se após o nascimento do bebê e 
termina quando a placenta é liberada; 
 
Conduta ativa: 
- Uso rotineiro de substâncias uterotônicas; 
- Clampeamento e secção precoce do cordão 
umbilical; 
- Tração controlada do cordão após sinais de 
separação placentária. 
 
Conduta fisiológica: 
 - Sem uso rotineiro de uterotônicos; 
- Clampemento do cordão após parar a 
pulsação; 
 - Expulsão da placenta por esforço materno. 
 
Quando há Retenção Placentária: 
 
- Explicar para a mulher o que está 
acontecendo e quais serão os 
procedimentos necessários; 
- Providenciar um acesso venoso calibroso. 
- Não usar Ocitocina IV adicional de rotina 
para desprendimento da placenta. 
- Usar Ocitocina IV adicional de rotina para 
desprendimento da placenta, se houver 
hemorragia. 
- Realizar exame vaginal minucioso. 
- Oferecer analgesia para este procedimento 
e providenciar, se a mulher demandar. 
- Providenciar transferência antes da 
exploração uterina, se o parto ocorreu em 
uma modalidade extra-hospitalar. 
- Não realizar remoção manual ou cirúrgica 
sem analgesia adequada. 
 
4. Período de Greenberg 
 
É considerado a primeira hora após a saída 
da placenta. 
É um período de risco materno, com 
possibilidade de grandes hemorragias, 
principalmente por atonia uterina. 
 
Fases: 
 
- Miotamponagem: acontece imediatamente 
após a expulsão da placenta, o útero se 
contrai e é palpável num ponto intermediário 
entre o pubis e a cicatriz umbilical. A retração 
inicial determina a laqueadura viva dos vasos 
uterinos, constituindo a primeira linha de 
defesa contra a hemorragia; 
 
- Trombotamponagem: é a formação de 
trombos nos grandes vasos 
uteroplacentários, constituindo hematoma 
intrauterino que recobre, de modo contínuo, a 
ferida aberta no sítio placentário; 
 
- Contração uterina com formação do globo 
de segurança de Pinard. 
 
 
 
31 
 
10. PRÉ-NATAL DE 
ALTO RISCO 
PRINCIPAIS INTERCORRÊNCIAS 
CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS 
 
HIPERÊMESE GRAVÍDICA 
Características: vômitos contínuos e 
intensos que impedem a alimentação da 
gestante, ocasionando desidratação, oligúria, 
perda de peso e transtornos metabólicos,com alcalose (pela perda maior de cloro, 
acarretando hipocloremia, perda de potássio 
e alterações no metabolismo das gorduras e 
dos carboidratos). 
Causas: aspectos emocionais e adaptações 
hormonais. 
Tratamento: em situações de êmese 
persistente, o profissional de saúde deve 
prescrever drogas antieméticas, por via oral 
ou intravenosa, além de hidratação. Em 
casos graves que não corresponderem a 
terapêutica, encaminhar para internação 
hospitalar. 
 
SÍNDROMES HEMORRÀGICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORTAMENTO 
- É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes 
de 22 semanas ou quando o concepto pesa 
menos de 500g. 
- Pode ser espontâneo ou provocado. 
- O abortamento é dito precoce quando 
ocorre até a 12ª semana e tardio quando 
ocorre entre a 13ª e a 22ª semana. 
 
Fatores Etiológicos: alterações cromosso- 
miais, anomalias do ovo e da implantação, 
placentopatias, mecanismos imunológicos, 
ginecopatias (malformações uterinas, 
miomatose uterina, alterações endometriais 
devido à curetagem uterina, infecções, 
cicatrizes cirúrgicas, incompetência istmo-
cervical), endocrinopatias (diabetes, tireoido-
patias, insuficiência do corpo lúteo), anemias 
graves, sífilis na gestação, além de doenças 
cardiorrespiratórias. 
Diagnóstico: clínico e ultrassonográfico. 
Classificação: 
- Ameaça de abortamento ou aborto evitável: 
caracteriza-se pela integridade do ovo, com 
útero compatível com a idade da gravidez e 
colo impérvio. Há presença de sangramento 
vaginal discreto ou moderado, sem que 
ocorra modificação cervical, geralmente com 
sintomatologia discreta ou ausente. 
- Aborto inevitável: caracteriza-se por perda 
da integridade do ovo, sangramento 
moderado a acentuado contendo coágulos 
e/ou restos ovulares, colo uterino permeável, 
dor em cólica de forte intensidade e redução 
do volume uterino em relação à idade 
gestacional. 
- Aborto retido: caracteriza-se pela 
interrupção da gestação com permanência 
do produto conceptual na cavidade uterina. 
- Aborto infectado: caracteriza-se por quadro 
infeccioso materno, com presença de ovo 
íntegro ou não e quadro hemorrágico 
variável. 
Na primeira metade da 
gestação: 
 Abortamento, descolamento 
cório-amniótico, gravidez ectópica 
e doença trofoblástica gestacional 
benigna (mola hidatiforme); 
Na segunda metade da 
gestação: 
Placenta prévia (PP) e 
descolamento prematuro da 
placenta (DPP). 
 
 
32 
 
DESCOLAMENTO 
 CÓRIO-AMNIÓTICO 
 
- Caracteriza-se por sangramento genital de 
pequena intensidade. É diagnosticado por 
exame ultrassonográfico. 
- A evolução em geral é boa e não 
representa quadro de risco materno e/ou 
ovular. A conduta é conservadora e, 
basicamente, consiste no esclarecimento à 
gestante. 
 
GRAVIDEZ ECTÓPICA 
 
- Corresponde à nidação do ovo fora da 
cavidade uterina, sendo mais frequente a 
prenhez tubária na sua porção ampular. 
- A mulher, frequentemente, apresenta 
história de atraso menstrual, teste positivo 
para gravidez, perda sanguínea uterina e dor 
pélvica intermitente, na fase inicial, evoluindo 
para dor contínua e intensa, com sinais de 
irritação peritoneal. 
 
DOENÇA TROFOBLÁSTICA 
GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME) 
 
- Caracteriza-se pela degeneração 
trofoblástica ocorrida após uma gestação, 
tópica ou ectópica, podendo apresentar-se 
como mola hidatiforme, corioadenoma 
destruens e coriocarcinoma. 
- O diagnóstico clínico pode ser feito pela 
presença de sangramento vaginal 
intermitente, geralmente de pequena 
intensidade, indolor e, por vezes, 
acompanhado da eliminação de vesículas 
(sinal patognomônico). 
- A altura uterina ou o volume uterino, em 
geral, é incompatível com o esperado para a 
idade gestacional, sendo maior previamente 
a um episódio de sangramento e menor após 
(útero em sanfona). Não há presença de 
batimentos cardíacos ou outras evidências 
de embrião (nas formas completas). 
 
PLACENTA PRÉVIA (PP) 
 
- Corresponde a um processo patológico em 
que a implantação da placenta, inteira ou 
parcialmente, ocorre no segmento inferior do 
útero. 
- Na anamnese, é relatada perda sanguínea 
por via vaginal, súbita, de cor vermelha viva, 
de quantidade variável, não acompanhada de 
dor. 
- O exame obstétrico revela volume e tono 
uterinos normais e frequentemente 
apresentação fetal anômala. Habitualmente, 
os batimentos cardíacos fetais estão 
mantidos. 
- O diagnóstico de certeza é dado pelo 
exame ultrassonográfico. 
 
DESCOLAMENTO PREMATURO DA 
PLACENTA (DPP) 
 
- É a separação intempestiva da placenta do 
seu sítio de implantação no corpo uterino 
antes do nascimento do feto, em uma 
gestação de 20 ou mais semanas completas. 
- O DPP inicia-se com um sangramento 
(vermelho escuro) no interior da decídua, 
acarretando a formação de um hematoma e 
o descolamento abrupto da placenta do seu 
sítio normal de implantação. O sangue fica 
represado e se coagula atrás da placenta, 
caracterizando o hematoma retroplacentário. 
- Ao exame obstétrico, o útero, em geral, 
encontra-se hipertônico, doloroso, sensível 
às manobras palpatórias; os batimentos 
cardíacos fetais podem estar alterados ou 
ausentes. Há comprometimento variável das 
condições gerais maternas. 
- O diagnóstico é, preferencialmente, clínico, 
feito pelo aparecimento de dor abdominal 
súbita, com intensidade variável, perda 
sanguínea de cor vermelho-escura, com 
coágulos e em quantidade, às vezes, 
pequena, que pode ser incompatível com 
quadro materno de hipotensão ou de choque. 
 
 
33 
 
PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO 
 
OLIGOIDRÂMNIO 
 
- Caracteriza-se pela acentuada diminuição 
do volume do líquido amniótico, diagnosti- 
cado quando o volume se apresenta inferior 
a 250ml, entre a 21ª e a 42ª semanas 
gestacionais. 
 
Causas: 
 
- Patologias placentárias: rotura prematura 
de membranas, insuficiência placentária, 
deslocamento prematuro de placenta; 
- Patologias fetais: crescimento intrauterino 
retardado; anomalias congênitas, principal- 
mente as do trato urinário; anomalias 
cromossomiais; 
- Patologias maternas: diabetes associada à 
vasculopatias; HAS; hipovolemia; síndrome 
antifosfolipídio; colagenoses; 
 
- No feto: pressão contínua, o que provoca 
alterações musculoesqueléticas; adesões 
entre o âmnio e as partes fetais, o que 
determina graves deformidades, inclusive 
amputação; desenvolvimento de hipoplasia 
pulmonar e compressão funicular, 
principalmente no transcorrer do trabalho de 
parto. 
 
- Clinicamente, haverá suspeita da patologia 
quando a altura uterina for inferior àquela 
esperada para a idade gestacional estimada, 
especialmente quando associada à 
diminuição da movimentação fetal e fácil 
percepção das pequenas partes fetais à 
palpação obstétrica. 
 
- O diagnóstico ultrassonográfico será 
efetuado por meio da análise subjetiva ou 
sem quantitativa dos vários bolsões de 
líquido amniótico. 
 
- Após a confirmação da patologia, a 
gestante deverá ser encaminhada 
imediatamente ao pré-natal de alto risco. 
 
POLIDRÂMNIO 
 
- A polidramnia tem sido arbitrariamente 
definida como o acúmulo de líquido amniótico 
em volume superior a 2.000ml no momento 
da resolução da gravidez. Ocorre por erro no 
mecanismo de circulação, de produção, por 
dificuldade de absorção ou pela associação 
desses fatores. 
 
- Associa-se a algumas patologias, como 
diabetes mellitus, as infecções congênitas, 
doença hemolítica perinatal e gemelaridade. 
 
- Sempre haverá suspeita do diagnóstico 
clínico quando a altura uterina for superior 
àquela esperada para a idade gestacional 
estimada, especialmente quando a paciente 
referir diminuição da movimentação fetal e 
quando houver impossibilidade de palpar 
partes fetais e dificuldade de realizar a 
ausculta do concepto. 
 
- O tônus uterino poderá estar maior e, nos 
casos agudos, a paciente poderá referir dor 
intensa.

Continue navegando