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RESUMÃO DE SAÚDE DA MULHER @ESTUDAJA SUMÁRIO 1. Anatomia Feminina.......................................................................5 2. PAISM............................................................................................6 3. Rede Cegonha...............................................................................9 4. Ciclo Menstrual...........................................................................12 5. Climatério....................................................................................13 6. Planejamento Familiar e Métodos Contraceptivos..................14 7. Pré-Natal de Baixo Risco...........................................................16 8. Parto Normal X Cesariana.........................................................28 9. O Parto........................................................................................29 10. Pré-Natal de Alto Risco............................................................31 11. Puerpério...................................................................................37 12. Câncer do Colo do Útero.........................................................40 13. Câncer de Mama.......................................................................44 14. Referências Bibliográficas.......................................................46 15. Questões....................................................................................47 Olá! Aqui é a Ana Caroline do IG @estudaja Preparei esse material com muito carinho para ajudar nos seus estudos! Os materiais utilizados para confecção desta apostila encontram-se todos referenciados na pág. 46. Espero que esse material possa contribuir nos seus estudos e na construção do seu conhecimento. O ARQUIVO É DE ENVIO PESSOAL. PROIBIDO REPASSE. Atenciosamente, Ana. 5 5 1. ANATOMIA FEMININA O sistema reprodutor feminino consiste nas estruturas externas e internas. Externas Internas - Monte pubiano; - Grandes lábios; - Pequenos lábios; - Clitóris; - Meato urinário; - Intróito vaginal; - Glândulas de Bartholin. - Vagina; - Útero; - Ovários; - Tubas uterinas ou de Falópio. Funções: - Monte Pubiano (ou monte de Vênus): tecido adiposo e conjuntivo que reveste a sínfise púbica e órgãos adjacentes. - Grandes lábios: duas pregas de tecido adiposo e conjuntivo cobertas por pele que formam os limites laterais da vulva. - Pequenos Lábios: dois finos folhetos situados entre os grandes lábios, com numerosas glândulas sebáceas e abundancia de nervos que lhe confere grande sensibilidade. - Clitóris: localizado na porção superior da vulva, o clitóris é um órgão altamente sensível composto de tecido erétil. - Meato urinário: abertura externa da uretra feminina, que tem aproximadamente 3 cm de comprimento. - Intróito vaginal: orifício vaginal, localizado na porção inferior do vestíbulo. - Glândulas de Bartholin: situadas na base dos grandes lábios, são as maiores glândulas vulvovaginais e secretam muco. - Vagina: canal musculomembranoso que se estende desde a parte inferior da vulva até a cérvix, ligando os órgãos reprodutores externos e internos. É o órgão copulador da mulher. - Útero: localiza-se posterior à bexiga e é mantido em posição por vários ligamentos. Possui duas partes, a cérvice, que se projeta para dentro da vagina, e uma parte superior maior, o fundo ou corpo, que é coberta posteriormente e, em parte, anteriormente pelo peritônio. O corpo do Útero se divide em três camadas: perimétrio, miométrio e endométrio. - Ovários: localizam-se atrás dos ligamentos largos, atrás e abaixo das tubas uterinas. Faz a maturação dos folículos ovarianos e produz os hormônios estrogênio e progesterona. - Tubas uterinas (ou trompas falópio): tubo par que se implanta de cada lado no respectivo ângulo latero-superior do útero, com função de transportar o óvulo do ovário ao útero. Local onde ocorre a fecundação. 6 2. PAISM POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER Diretrizes - O SUS deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à saúde da mulher, numa perspectiva que contemple a promoção da saúde, as necessidades de saúde da população feminina, o controle de patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à saúde; - A PAISM deverá atingir as mulheres em todos os ciclos de vida; - A elaboração, a execução e a avaliação das políticas de saúde da mulher deverão nortear-se pela perspectiva de gênero, de raça e de etnia, e pela ampliação do enfoque, rompendo-se as fronteiras da saúde sexual e da saúde reprodutiva, para alcançar todos os aspectos da saúde da mulher; - A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção à saúde; - A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à mulher a partir de uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do momento em que apresenta determinada demanda, assim como de sua singularidade e de suas condições enquanto sujeito capaz e responsável por suas escolhas; - As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização, aqui compreendido como atitudes e comporta- mentos do profissional de saúde que contribuam para reforçar o caráter da atenção à saúde como direito, que melhorem o grau de informação das mulheres em relação ao seu corpo e suas condições de saúde, ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas ao seu contexto e momento de vida; - No processo de elaboração, execução e avaliação das Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá ser estimulada e apoiada a participação da sociedade civil organizada, em particular do movimento de mulheres, pelo reconhecimento de sua contribuição técnica e política no campo dos direitos e da saúde da mulher; - As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das mulheres deverão ser executadas de forma articulada com setores governamentais e não- governamentais; condição básica para a configuração de redes integradas de atenção à saúde e para a obtenção dos resultados esperados. Objetivos Gerais - Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro; – Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie; – Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde. 7 Objetivos específicos 1. Ampliar e qualificar a atenção clínico- ginecológica, inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e outras DST: - Fortalecer a atenção básica no cuidado com a mulher; – Ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico- ginecológica na rede SUS. 2. Estimular a implantação e implemen- tação da assistência em planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde: - Ampliar e qualificar a atenção ao planeja- mento familiar, incluindo a assistência à infertilidade; - Garantir a oferta de métodosanticoncepcionais para a população em idade reprodutiva; – Ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as opções de métodos anticoncepcionais; – Estimular a participação e inclusão de homens e adolescentes nas ações de planejamento familiar. 3. Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes: – Construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; – Qualificar a assistência obstétrica e neonatal nos estados e municípios; – Organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal, garantindo atendimento à gestante de alto risco e em situações de urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e contra- referência; – Fortalecer o sistema de formação/ capacitação de pessoal na área de assistência obstétrica e neonatal; – Elaborar e/ou revisar, imprimir e distribuir material técnico e educativo; – Qualificar e humanizar a atenção à mulher em situação de abortamento; – Apoiar a expansão da rede laboratorial; – Garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes; – Melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da mortalidade materna. 4. Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual: – Organizar redes integradas de atenção às mulheres em situação de violência sexual e doméstica; – Articular a atenção à mulher em situação de violência com ações de prevenção de DST/aids; – Promover ações preventivas em relação à violência doméstica e sexual. 5. Promover, conjuntamente com o PN- DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids na população feminina: – Prevenir as DST e a infecção pelo HIV/aids entre mulheres; – Ampliar e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo com HIV e aids. 6. Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina: – Organizar em municípios pólos de microrregiões redes de referência e contra- referência para o diagnóstico e o tratamento de câncer de colo uterino e de mama; – Garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de reconstrução mamária nas mulheres que realizaram mastectomia; – Oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres incluídas no Programa Viva Mulher, especialmente aquelas com diagnóstico de DST, HPV e/ou lesões intra- epiteliais de alto grau/ câncer invasor. 8 7. Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de gênero: – Melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de transtornos mentais no SUS; – Qualificar a atenção à saúde mental das mulheres; – Incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais e promover a integração com setores não-governamentais, fomentando sua participação nas definições da política de atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. 8. Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério: – Ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no climatério na rede SUS. 9. Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade: – Incluir a abordagem às especificidades da atenção à saúde da mulher na Política de Atenção à Saúde do Idoso no SUS; – Incentivar a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à Saúde do Idoso no SUS. 10. Promover a atenção à saúde da mulher negra: – Melhorar o registro e produção de dados; – Capacitar profissionais de saúde; – Implantar o Programa de Anemia Falciforme (PAF/MS), dando ênfase às especificidades das mulheres em idade fértil e no ciclo gravídico-puerperal; – Incluir e consolidar o recorte racial/étnico nas ações de saúde da mulher, no âmbito do SUS; – Estimular e fortalecer a interlocução das áreas de saúde da mulher das SES e SMS com os movimentos e entidades relacionados à saúde da população negra. 11. Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade: – Implementar ações de vigilância e atenção à saúde da trabalhadora da cidade e do campo, do setor formal e informal; – Introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a noção de direitos das mulheres trabalhadoras relacionados à saúde. 12. Promover a atenção à saúde da mulher indígena: – Ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher indígena. 13. Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessa população: – Ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias. 14. Fortalecer a participação e o controle social na definição e implementação das políticas de atenção integral à saúde das mulheres: – Promover a integração com o movimento de mulheres feministas no aperfeiçoamento da política de atenção integral à saúde da mulher. 9 3. REDE CEGONHA PORTARIA Nº1.459 DE 24 DE JUNHO DE 2011 ART. 1º A Rede Cegonha, instituída no âmbito do SUS, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. ART. 2º Princípios: I - o respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos; II - o respeito à diversidade cultural, étnica e racial; III - a promoção da equidade; IV - o enfoque de gênero; V - a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes; VI - a participação e a mobilização social; VII - a compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde materna e infantil em desenvolvimento nos Estados. ART. 3º Objetivos: I - fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses; II - organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; III - reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal. ART. 4º Diretrizes: I - garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; II - garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro; III - garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; IV - garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses com qualidade e resolutividade; V - garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo. ART. 5º A Rede Cegonha deve ser implementada, gradativamente, em todo território nacional respeitando-se critérios epidemiológicos, tais como taxa de mortalidade infantil, razão de mortalidade materna e densidade populacional. ART. 6º A Rede Cegonha organiza-se a partir de quatro Componentes: ART. 7º Cada componente compreende uma série de ações de atenção à saúde, nos seguintes termos: Componente PRÉ-NATAL: a) realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) com captação precoce da gestante e qualificação da atenção; b) acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade; I - Pré-Natal; II - Parto e Nascimento; III - Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança; IV - Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação. 10 c) acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno; d) realização dos exames de pré-natalde risco habitual e de alto risco e acesso aos resultados em tempo oportuno; e) vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto; f) qualificação do sistema e da gestão da informação; g) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; h) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; i) apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto, os quais serão regulamentados em ato normativo específico. Componente PARTO E NASCIMENTO: a) suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e Canguru) de acordo com as necessidades regionais; b) ambiência das maternidades orientadas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 36/2008 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); c) práticas de atenção à saúde baseada em evidências científicas, nos termos do documento da Organização Mundial da Saúde, de 1996: "Boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento"; d) garantia de acompanhante durante o acolhimento e o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato; e) realização de acolhimento com classificação de risco nos serviços de atenção obstétrica e neonatal; f) estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado nos serviços de atenção obstétrica e neonatal; g) estímulo à implementação de Colegiado Gestor nas maternidades e outros dispositivos de co-gestão tratados na Política Nacional de Humanização. Componente PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA: a) promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável; b) acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento; c) busca ativa de crianças vulneráveis; d) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; e) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; f) orientação e oferta de métodos contraceptivos. Componente SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO: a) promoção, nas situações de urgência, do acesso ao transporte seguro para as gestantes, as puérperas e os recém- nascidos de alto risco, por meio do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU Cegonha, cujas ambulâncias de suporte avançado devem estar devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neonatais; b) implantação do modelo "Vaga Sempre", com a elaboração e a implementação do plano de vinculação da gestante ao local de ocorrência do parto; c) implantação e/ou implementação da regulação de leitos obstétricos e neonatais, assim como a regulação de urgências e a regulação ambulatorial (consultas e exames). 11 ART. 8º A operacionalização da Rede Cegonha dar-se-á pela execução de cinco fases: ART. 9º Para operacionalização da Rede Cegonha cabe: I - à União, por intermédio do Ministério da Saúde: apoio à implementação, financia- mento, nos termos descritos nesta Portaria, monitoramento e avaliação da Rede Cegonha em todo território nacional; II - ao Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde: apoio à implementação, coordenação do Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha, financiamento, contratualização com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e avaliação da Rede Cegonha no território estadual de forma regionalizada; e III - ao Município, por meio da Secretaria Municipal de Saúde: implementação, coordenação do Grupo Condutor Municipal da Rede Cegonha, financiamento, contratualização com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e avaliação da Rede Cegonha no território municipal. ART. 10º A Rede Cegonha será financiada com recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cabendo à União, por meio do Ministério da Saúde, o aporte dos seguintes recursos: I - Financiamento do componente PRÉ- NATAL; II - Financiamento do componente PARTO E NASCIMENTO. ART. 11º Os recursos de financiamento da Rede Cegonha serão incorporados ao Limite Financeiro Global dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme pactuação formalizada nos Planos de Ação Regional e Municipais. ART. 12º No âmbito do Ministério da Saúde a coordenação da Rede Cegonha cabe à Secretaria de Atenção à Saúde. I - Adesão e diagnóstico; II - Desenho Regional da Rede Cegonha; III - Contratualização dos Pontos de Atenção; IV - Qualificação dos componentes; V – Certificação. 12 4. CICLO MENSTRUAL O ciclo menstrual é um processo complexo que envolve os sistemas reprodutor e endócrino. Os ovários produzem hormônios esteroides, predominantemente estrogênios e progesterona. ESTROGÊNIO - Responsáveis por desenvolver e manter os órgãos reprodutores femininos e as características sexuais secundárias associadas à mulher adulta; - Desempenha importante papel no desenvolvimento da mama e nas alterações cíclicas mensais no útero. PROGESTERONA - Importante na regulação das alterações que acontecem no útero durante o ciclo menstrual; - É o mais importante hormônio para condicionar o endométrio (a mucosa que reveste o útero) na preparação para o implante de um óvulo fertilizado. Dois hormônios gonadotrópicos são liberados pela hipófise: o FSH (hormônio folículo- estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). O FSH é responsável por estimular os ovários a secretar o estrogênio. O LH é responsável principalmente, por estimular a produção de progesterona. A secreção dos hormônios ovarianos segue um padrão cíclico que resulta em alterações no endométrio uterino e na menstruação. Esse ciclo tem, tipicamente, 28 dias de duração, podendo variar. Ocorre em três fases: - Fase proliferativa: no início do ciclo (exatamente após a menstruação) o débito de FSH aumenta, estimulando a secreção de estrogênio. - Fase secretora: próxima a porção média do ciclo, o débito de LH aumenta, estimulando a ovulação. - Fase lútea: depois da ovulação, a progesterona é secretada pelo corpo lúteo. Quando o óvulo é fertilizado, os níveis de estrogênio e progesterona permanecem altos, sucedendo-se as complexas alterações hormonais da gravidez. Se o óvulo não foi fertilizado, os níveis de FSH e LH diminuem, as secreções de estrogênio e progesterona caem, o óvulo desintegra-se e o endométrio, que se tornou espesso e congesto, fica hemorrágico. O produto, o fluxo menstrual, é liberado através da cérvice e para dentro da vagina. Depois que o fluxo menstrual cessa, o ciclo começa novamente. Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/56/21/562183ce5bf14-ovula ao-e-periodo-fertil-large.jpg Quando a gravidez ocorre, a secreção de progesterona torna-se, em grande parte, uma função da placenta e é essencial para manter uma gestação normal. Além disso, a progesterona, trabalhando com o estrogênio, prepara a mama para produzir e secretar o leite. https://static.todamateria.com.br/upload/56/21/562183ce5bf14-ovul 13 5. CLIMATÉRIO O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo para o não reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre os 40 e 65 anos. A menopausa, marco do período climatérico, é a interrupção permanente da menstruação e o diagnóstico é feito de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de amenorreia. A MENOPAUSA não é um fenômeno patológico, mas uma parte normal do envelhecimento e maturação. A menstruação cessa, e, como os ovários não estão mais ativos, os órgãos reprodutores ficam menores. Nenhum óvulo mais amadurece,portanto nenhum hormônio é produzido. Muitas mulheres passam pelo climatério sem queixas, mas outras podem apresentar queixas diversificadas e com intensidades diferentes. Manifestações transitórias do climatério: - Menstruais: o intervalo entre as menstruações pode diminuir ou pode estar aumentado; as menstruações podem ser abundantes e com maior duração. - Neurogênicas: ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas, parestesias, insônia, perda da memória e fadiga. - Psicogênicas: diminuição da autoestima, irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, dificuldade de concentração e memória, dificuldades sexuais e insônia. Manifestações não transitórias do climatério: - Urogenitais: mucosa mais delgada, prolapsos genitais, ressecamento e sangramento vaginal, dispareunia, disúria, aumento da frequência e urgência miccional. - Metabolismo lipídico: a mudança dos níveis de estrogênio na pós-menopausa é considerada como fator relevante na etiopatogenia da doença cardiovascular e das doenças cerebrovasculares isquêmicas; - Metabolismo ósseo: há mudanças no metabolismo ósseo, variáveis de acordo com características genéticas, composição corporal, estilo de vida, hábitos (como tabagismo e sedentarismo) e comorbidades. - Ganho de peso e modificação no padrão de distribuição de gordura corporal: tendência ao acúmulo de gordura na região abdominal (padrão androide). Problemas de saúde mais frequentes no climatério e menopausa: - Predisponentes: fragilidade emocional, estresse, ansiedade, depressão, maior dificuldade de tomar decisões; - Riscos e Vigilância: osteoporose, hipertensão, diabetes, coronariopatia, câncer intestinal, colo uterino e mama; - Sexualidade: redução natural da líbido, redução da lubrificação vaginal, mudanças morfológicas da vulva, dor ou desconforto na penetração, incontinência urinária. A intensidade do desconforto com a sintomatologia da menopausa varia muito entre as mulheres de acordo com sua cultura, fatores psicológicos, emocionais e integridade da saúde. É importante estimular e orientar sobre atividade física regular, hábitos alimentares saudáveis, controle de peso. Fonte: http://www.telemundo.com/sites/nbcutelemundo/files /images/article/co ver/2016/10/10/menopausia-sintomas.jpg http://www.telemundo.com/sites/nbcutelemundo/files%20/images/article/co%20ver/2016/10/10/menopausia-sintomas.jpg http://www.telemundo.com/sites/nbcutelemundo/files%20/images/article/co%20ver/2016/10/10/menopausia-sintomas.jpg 14 6. PLANEJAMENTO FAMILIAR E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS PLANEJAMENTO FAMILIAR A Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regulamenta o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece em seu art. 2º: “Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Parágrafo único – É proibida a utilização das ações a que se refere o caput para qualquer tipo de controle demográfico (BRASIL, 1996)”. - O objetivo principal é fornecer o direito à informação, à assistência especializada e acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não filhos, o número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado, sem coação. - O objetivo secundário é reduzir gestações não desejadas e de maior risco como as de adolescentes e portadoras de doenças graves mal controladas. - Em Saúde da Mulher o planejamento familiar busca ensinar, aconselhar e informar sobre as alternativas adequadas para cada situação garantindo a escolha livre e informada da paciente. - A prevenção simultânea das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez foram definidas pela Organização Mundial de Saúde como dupla proteção. Esse conceito surgiu na década de 70 e consiste no uso combinado da camisinha masculina ou feminina com outro método anticoncepcional, tendo como finalidade promover, ao mesmo tempo, a prevenção da gravidez e a prevenção da infecção pelo HIV/Aids e por outras DST. - Os serviços de saúde devem garantir atendimento aos adolescentes e jovens, antes mesmo do início de sua atividade sexual e reprodutiva, para ajudá-los a lidarem com a sua sexualidade de forma positiva e responsável, incentivando comportamentos de prevenção e autocuidado. Na abordagem do Planejamento reprodutivo e sexual é IMPORTÂNTE: - Acolher com escuta qualificada e avaliar a situação da paciente (histórico/coleta de dados); - Fazer avaliação clínica com pesquisa de fatores que alteram a escolha dos métodos mais seguros; - Apresentar os métodos disponíveis explicando suas vantagens e desvantagens; - Viabilização da implantação do método e dispensação dos medicamentos ou dispositivos necessários; - Disponibilizar alternativas complementares como preservativos e anticoncepcionais de emergência se indicados; - As ações educativas devem estimular ao cuidado, fortalecendo a autoestima e a autonomia, contribuindo para o pleno exercício dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos. É essencial explicar a paciente sobre a necessidade de usar de forma planejada o método anticoncepcional escolhido associado à proteção com preservativo masculino ou feminino para prevenção de IST’s/AIDS. 15 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Ainda sobre a Lei 9.263/1996, em seu art. 9º: “Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção (BRASIL, 1996)”. Portanto, as instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, têm a obrigação de garantir a atenção integral à saúde, que inclua a assistência à concepção e à contracepção, num contexto de respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos. Para escolha do método anticoncepcional devem-se levar em consideração os seguintes aspectos: - A preferência da mulher, do homem, ou do casal; - Eficácia do método e efeitos secundários; - Aceitabilidade e disponibilidade; - Facilidade de uso; - Reversibilidade; - Proteção contra IST’s; - Condições econômicas e estado de saúde; - Padrão de comportamento sexual; - Fase da vida; - Aspirações reprodutivas; - Fatores culturais e religiosos; MÉTODOS DE ANTICONCEPÇÃO HORMONAIS - Pílula combinada; - Pílula progestínica; - Injeção trimestral de projestínico; - Injeção mensal combinada; - Implante de progestogênio; - Sistema intrauterino com levonorgestrel; - Adesivo transdérmico combinado; - Anel intravaginal combinado; - Pílula de emergência, do dia seguinte. DE BARREIRA - Preservativo masculino; - Preservativo feminino; - DIU de cobre; - Diafragma; - Espermaticidas. CIRÚRGICOS - Laqueadura tubária; - Vasectomia. COMPORTAMENTAIS - Amenorreia lactacional; - Tabelinha com “dias padrão”; - Ritmo do calendário baseado em 6 ciclos anteriores; - Muco vulvovaginal; - Temperatura basal; - Coito interrompido; - Sintotérmico (muco + temperatura basal); Observação: A Lei 9.263/1996, também traz que a ligadura ou o bloqueio tubário nas mulheres, assim como a vasectomia nos homens ou outras formas definitivas de esterilização exigem manifestação livre (escrita e assinada e com antecedência mínima de 60 dias) de pessoa maior de 25 anos ou com pelo menos dois filhos vivos. Pode ser feita sem esses critérios se houver risco para a gestante ou concepto atestado por relatório assinado por dois médicos e a manifestação escrita da pessoa. Esterilização femininanão pode ser feita durante cesárea ou aborto, exceto por necessidade comprovada. 16 7. PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO 10 PASSOS PARA UM PRÉ NATAL DE QUALIDADE NA AB 1. Iniciar o pré-natal até a 12ª semana de gestação; 2. Garantir recursos humanos, físicos, materiais, materiais e técnicos necessários; 3. Assegurar a solicitação, realização e avaliação em tempo oportuno do resultado dos exames preconizados; 4. Promover escuta ativa e qualificada; 5. Garantir transporte público gratuito para gestante ir ao pré-natal e parto; 6. É direito do parceiro ser cuidado (consultas, exames, acesso a informação, antes durante e depois da gestação: “pré- natal do parceiro”); 7. Garantir o acesso à unidade de referência especializada; 8. Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano de Parto”; 9. Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar a luz; 10. As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. SÃO CONDIÇÕES BÁSICAS PARA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL - Identificação precoce de todas as gestantes; - Acolhimento imediato e garantia de atendimento; - Realização do cadastro da gestante, após confirmada a gravidez, por intermédio do preenchimento da ficha de cadastramento do SisPreNatal ou diretamente no sistema para os serviços de saúde informatizados, fornecendo e preenchendo o Cartão da Gestante; - Classificação do risco gestacional (em toda consulta) e encaminhamento, quando necessário, ao pré-natal de alto risco ou à urgência/emergência obstétrica; - Acompanhamento periódico e contínuo de todas as gestantes; - Incentivo ao parto normal e à redução da cesárea; - Realização de anamnese, exame físico e exames complementares indicados; - Imunização antitetânica e para hepatite B; - Oferta de medicamentos necessários; - Diagnóstico e prevenção do câncer de colo de útero e de mama; - Avaliação do estado nutricional e acompanhamento do ganho de peso no decorrer da gestação; - Atenção à adolescente conforme suas especificidades; - Realização de práticas educativas; - Identificação do risco de abandono da amamentação e encaminhamento da gestante aos grupos de apoio ao aleitamento materno; - Oferta de atendimento clínico e psicológico à gestante vítima de violência; - Visita domiciliar às gestantes e puérperas, principalmente no último mês de gestação e na primeira semana após o parto; - Busca ativa das gestantes faltosas ao pré- natal e à consulta na primeira semana após o parto; - Sistema eficiente de referência e contrarreferência, objetivando garantir a continuidade da assistência pré-natal para todas as gestantes, conforme a exigência de cada caso; - Transferência da gestante e/ou do neonato em transporte adequado (Samu), mediante vaga assegurada em outra unidade, quando necessário; - Atendimento às intercorrências obstétricas e neonatais, assim como controle de doenças crônicas e profilaxia de doenças infecciosas; 17 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ Teste Imunológico de gravidez (TIG), mais conhecido como Dosagem de Gonadotrofina Coriônica Humana (βHCG); Atraso menstrual > 12 semanas: o diagnóstico poderá ser feito pelo exame clinico e torna-se desnecessário a solicitação do TIG. SINAIS DE PRESUNÇÃO DE GRAVIDEZ - Atraso menstrual; - Manifestações clínicas: náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência; - Modificações anatômicas: aumento do volume das mamas, hipersensi- bilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal. SINAIS DE PROBABILIDADE - Sinal de Goodell (amolecimento da cérvice uterina), Sinal de Hegar (aumento da elasticidade do útero), Sinal de Chewick (paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização); - Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização. SINAIS DE CERTEZA - Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 10 à 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; - Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); - Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. CLASSIFICAÇÃO DO RISCO GESTACIONAL Fatores de risco que permitem a realização do Pré-Natal pela equipe da AB: - Idade > 15 anos e < 35 anos; - Ocupação: esforço físico excessivo, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; - Situação familiar insegura; - Situação conjugal insegura; - Baixa escolaridade (< 5 anos de estudo); - Condições ambientais desfavoráveis; - Altura < 1,45m; - IMC que evidencie baixo peso, obrepeso ou obesidade; - RN com restrição de crescimento, pré- termo ou malformado; - Macrossomia fetal; - Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; - Intervalo interpartal < 2 ou > 5 anos; - Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); - Cirurgia uterina anterior; - Três ou mais cesarianas; - Ganho ponderal inadequado; - Infecção urinária; - Anemia. Objetivo: reduzir a morbimortalidade materno-infantil e ampliar o acesso com qualidade, é necessário que se identifiquem os fatores de risco gestacional o mais precocemente possível. 18 Fatores de risco que podem indicar encaminhamento ao Pré-Natal de alto risco: - Cardiopatias; - Pneumopatias graves; - Nefropatias graves; - Endocrinopatias; - Doenças hematológicas (talassemia, doença falciforme); - Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti- hipertensivo; - Doenças neurológicas (como epilepsia); - Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento; - Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); - Alterações genéticas maternas; - Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; - Ginecopatias; - Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras DSTs (condiloma); - Hanseníase; - Tuberculose; - Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; - Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. - Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior; - História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal; - Abortamento habitual; - Esterilidade/infertilidade; - Restrição do crescimento intrauterino; - Polidrâmnio ou oligoidrâmnio; - Gemelaridade; - Malformações fetais ou arritmia fetal; - Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão gestacional ou transitória); - Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite; - Anemia grave ou não responsiva a 30- 60 dias de tratamento com sulfato ferroso; - Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na gestação atual; - Evidência laboratorial de proteinúria; - Diabetes mellitus gestacional; - Desnutrição materna severa; - Obesidade mórbida ou baixo peso; - NIC III (deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); - Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com Bi-rads III ou mais (deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); - Adolescentes com fatores de risco psicossocial. Fatores de risco que indicam encaminhamento para Urgência e Emergência Obstétrica: - Síndromes hemorrágicas; - Suspeita de pré-eclâmpsia; - Eclâmpsia; - Crise hipertensiva (PA > 160/110); - Amniorrexeprematura: perda de líquido vaginal; - Isoimunização Rh; - Anemia grave (hemoglobina < 8); - Trabalho de parto prematuro; - IG a partir de 41 semanas confirmadas; - Hipertermia (Tax > = 37,8C); - Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes; - Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra infecção que necessite de internação hospitalar; - Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes; - Investigação de prurido gestacional, icterícia; - Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento; - Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre; - Restrição de crescimento intrauterino; - Oligoidrâmnio; - Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma etc. 19 CALENDÁRIO DE CONSULTAS - Número mínimo de 6 consultas com acompanhamento intercalado de médico e enfermeiro. - O calendário deve ser iniciado precocemente e deve ser regular. CRONOGRAMA: Observações importantes: NÃO existe alta do pré-natal; Quando o parto não ocorrer até a 41ª semana é necessário encaminhar a gestante para avaliação do bem-estar fetal; O acompanhamento da mulher só encerra após o 42º dia de puerpério e a consulta de puerpério deverá ter sido realizada. PRIMEIRA CONSULTA - Realizar anamnese e história clínica. - Identificação; - Dados socioeconômicos; - Antecedentes familiares; - Antecedentes pessoais gerais; - Antecedentes ginecológicos; - Sexualidade; - Antecedentes obstétricos; - Gestação atual. GESTAÇÃO ATUAL: - Data do primeiro dia/mês/ano da DUM (anotar certeza ou dúvida); - Peso prévio e altura; - Sinais e sintomas na gestação em curso; - Hábitos alimentares; - Medicamentos utilizados na gestação; - Internação durante a gestação atual; - Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas; - Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse); - Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente; - Identificar gestantes com fraca rede de suporte social; - Cálculo da idade gestacional e data provável do parto. EXAME FÍSICO GERAL: - Inspeção da pele e das mucosas; - Sinais vitais; - Palpação da tireoide, região cervical, supraclavicular e axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades); - Ausculta cardiopulmonar; - Exame do abdome; - Exame dos membros inferiores; - Determinação do peso; - Determinação da altura; - Cálculo do IMC; - Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional; - Pesquisa de edema (membros, face, região sacra, tronco). Até 28ª semana: mensalmente; Da 28ª até a 36ª semana: quinzenalmente; Da 36ª até a 41ª semana: semanalmente. 20 ESPECÍFICO - Palpação obstétrica; - Medida e avaliação da altura uterina; - Ausculta dos batimentos cardiofetais; - Registro dos movimentos fetais; - Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess); - Exame clínico das mamas; - Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame especular, coleta de material para exame colpocitopatológico, toque vaginal). EXAMES SOLICITADOS NA 1ª CONSULTA OU 1º TRIMESTRE - Hemograma; - Tipagem sanguínea e fator Rh; - Coombs indireto (se mãe for Rh negativo); - Glicemia de jejum; - Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; - Teste rápido para HIV ou sorologia Anti-HIV I e II; - Toxoplasmose IgM e IgG; - Sorologia para hepatite B (HbsAg); - Urina tipo I, urocultura e antibiograma; Outros: Não obrigatório: Ultrassonografia obstétrica, com a função de verificar a idade gestacional; Se houver indicação: Citopatológico de colo de útero, exame da secreção vaginal, parasitológico de fezes, malária. Se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica: Eletroforese de hemoglobina. Se gestante hipertensa: teste rápido de proteinúria; 2º TRIMESTRE - Teste de tolerância para glicose, com 75g nas gestantes sem diagnóstico prévio de DM (24ª a 28ª semanas). - Coombs indireto (se mãe for Rh negativo). 3º TRIMESTE - Hemograma; - Glicemia de jejum; - Coombs indireto (se mãe for Rh negativo); - Teste rápido para HIV ou sorologia Anti-HIV I e II; - Sorologia para hepatite B (HbsAg); - Urina tipo I, urocultura e antibiograma; - Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; - Repete-se o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente. Outras Condutas Gerais - Encaminhar para imunização; - Orientar a gestante sobre a alimentação e o acompanhamento do ganho de peso gestacional; - Incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses; - Fornecer todas as informações necessárias; - Orientar a gestante sobre os sinais de risco; - Referenciar a gestante para atendimento odontológico; - Referenciar a gestante para serviços especializados quando o procedimento for indicado. - Realizar ações e práticas educativas individuais e coletivas. - Agendar consultas subsequentes. 21 CONSULTAS SUBSEQUENTES - Anamnese atual sucinta; - Exame físico direcionado (deve-se avaliar o bem-estar materno e fetal); - Verificação do calendário de vacinação; - Avaliar o resultado dos exames complementares; - Cálculo e anotação da idade gestacional; - Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC): anote no gráfico e realize a avaliação nutricional subsequente e o monitoramento do ganho de peso gestacional; - Medida da pressão arterial; - Palpação obstétrica e medida da altura uterina (anote os dados no gráfico e observe o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal); - Pesquisa de edema; - Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo. - Ausculta dos batimentos cardiofetais; - Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/ registro dos movimentos fetais; - Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se houver indicação clínica. 1. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: - Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); - Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. 2. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: - Considerar como DUM os dias 5, 15 e 25 dias respectivamente. 3. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos, considerar os seguintes parâmetros: - Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; - Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; - Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; - Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; - Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; - Na 20ª semana, o fundo do útero encontra- se na altura da cicatriz umbilical; - A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna- se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional. PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS Sulfato ferroso: 40 mg/dia de ferro elementar; Orienta-se que a ingestão seja realizada uma hora antes das refeições (juntamentecom um suco cítrico, pois ajuda na fixação do ferro); A suplementação de ferro deve ser mantida no pós-parto e no pós-aborto por três meses. Ácido fólico: 5mg/dia; A suplementação rotineira de ferro e folato (ácido fólico) parecem prevenir a instalação de baixos níveis de hemoglobina no parto e no puerpério. CÀLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) 22 - Pode-se utilizar o Gestograma ou a Regra de Naegele. 1. Gestograma: coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto. 2. Regra de Naegele: somar 7 dias ao primeiro dia da última menstruação, adicionar 9 meses se DUM entre janeiro e março ou subtrair 3 meses se DUM entre abril e dezembro. : OBS: Se o dia encontrado for > que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte e adicione 1 ao final do cálculo do mês. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E GANHO DE PESO GESTACIONAL - O peso deve ser aferido em TODAS as consultas pré-natais; - A estatura da gestante adulta (>19anos) deve ser aferida apenas na 1ª consulta e da gestante adolescente, pelo menos trimestralmente; - Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou mecânica, certificando-se se está em bom funcionamento e calibrada; - O cuidado com as técnicas de medição e aferição regular dos equipamentos garantem a qualidade das medidas coletadas. - Deve-se acompanhar o IMC no gráfico de acompanhamento nutricional. - O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC pré-gestacional referido ou o IMC calculado a partir de medição realizada até a 13ª semana gestacional. Caso isso não seja possível, inicie a avaliação da gestante com os dados da primeira consulta de pré-natal, mesmo que esta ocorra após a 13ª semana gestacional. IMPORTANTE: Sabe-se que a obesidade está associada a uma frequência mais alta de distócias, diabetes e hipertensão e a um risco maior de cesariana. Por outro lado, na gestante com baixo peso há um risco maior de parto prematuro. OBS: Verificar as tabelas de avaliação do estado nutricional e ganho de peso gestacional no CAB 32. CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP) EX: DUM 13/09/2004 DIA: 13 + 7= 20 MÊS: 09 – 3= 6 DPP= 20/06/2005 DPP: 20/06/2005 EX: DUM 10/02/2004 DIA: 10 + 7= 17 MÊS: 02 + 9= 11 DPP= 17/11/2004 DPP: 20/06/2005 23 CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL A PA deve ser aferida em TODAS as consultas pré-natais. Conceito de HAS gestacional A observação de níveis tensionais absolutos iguais ou maiores do que 140mmHg de pressão sistólica e iguais ou maiores do que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em medidas repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões. CLASSIFICAÇÃO Pré-eclâmpsia: aparecimento de HAS e proteinúria (> 300 mg/24h) após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas. O edema não é sinal especifico para o diagnóstico, mas precisa ser levado em consideração. Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas; Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida pela elevação aguda da PA, à qual se agregam proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades da função hepática, em gestantes portadoras de HAS crônica com idade gestacional superior a 20 semanas; Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por hipertensão registrada antes da gestação, no período que precede à 20ª semana de gravidez ou além de doze semanas após o parto; Hipertensão gestacional: Caracterizada por HAS detectada após a 20ª semana, sem proteinúria, podendo ser definida como “transitória” (quando ocorre normalização após o parto) ou “crônica” (quando persistir a hipertensão). Posicionamento da Gestante para aferição da PA - Deve estar na posição sentada, com as pernas descruzadas, com os pés apoiados no chão e o dorso recostado na cadeira e relaxado. - O braço deve estar na altura do coração (no nível do ponto médio do esterno ou no 4º espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. - A PA também pode ser medida no braço esquerdo, na posição de decúbito lateral esquerdo, em repouso, e a gestante não deve diferir da posição sentada. Importante verificar: - Se está com a bexiga cheia; - Se praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; - Se ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; - Se fumou nos 30 minutos anteriores. Observação: - O acompanhamento da PA deve ser avaliado em conjunto com o ganho de peso súbito e/ou a presença de edema, principalmente a partir da 24ª semana. - Mulheres com ganho de peso superior a 500g por semana, mesmo sem aumento da pressão arterial, devem ter seus retornos antecipados, considerando-se maior risco de pré-eclâmpsia. Para manter os Níveis tensionais normais: - Manter calendário habitual; - Cuidar da alimentação; - Praticar atividade física; - Diminuir a ingestão de sal; - Aumentar a ingestão hídrica. 24 PALPAÇÃO OBSTÉTRICA A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Objetivos: - Identificar o crescimento fetal; - Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional; - Identificar a situação e a apresentação fetal. MANOBRAS DE LEOPOLD Fazer a partir do final do 2º trimestre. 1º TEMPO: Delimitar o fundo do útero, APRESENTAÇÃO do bebê; 2º TEMPO: Perceber o dorso do bebê e os MMII, identificar a POSIÇÃO do bebê; 3º TEMPO: Perceber se o bebê está encaixado ou móvel, perceber a ALTURA do bebê; 4ºTEMPO: identificar a SITUAÇÃO do bebê. MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU) Objetivos: - Acompanhar o crescimento fetal e à detecção precoce de alterações. Técnica para medida da altura uterina: - Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; - Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino; - Por meio da palpação, procurar corrigir a comum dextroversão uterina; - Fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando-a entre os dedos indicador e médio. - Deslizar a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; - Proceda à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino; - Anotar a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marcar o ponto na curva da altura uterina. Fonte: Brasil, 2005 Observações: - O útero aumenta seu tamanho com a idade gestacional. - Foram desenvolvidas curvas de altura uterina em função da idade gestacional, nas quais os percentis 10 e 90 marcam os limites da normalidade. APRESENTAÇÃO: Cefálico, pélvico, córmica. SITUAÇÃO: Longitudinal, transversa, obliqua. POSIÇÃO: Posição do dorso, se o bebê esta dorso à direita ou dorso à esquerda. ALTURA: Se o bebê está alto/móvel ou encaixado/insinuado. 25 AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS Objetivos: - Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada com sonar, após 12 semanas de gestação, ou com Pinard, após 20 semanas (grau de recomendação C). É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto. Técnica para ausculta dos batimentoscardiofetais: - Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto; - Identificar o dorso fetal. Além de realizar a palpação, deve-se perguntar à gestante em qual lado ela sente mais os movimentos fetais; o dorso estará no lado oposto; - Segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura mais ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal; - Encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio; - Faça, com a cabeça, leve pressão sobre o estetoscópio e, só então, retire a mão que segura o tubo; - Quando disponível, utilize o sonar doppler; - Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal; - Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do feto, já que as frequências são diferentes; - Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e seu ritmo; - Registre os BCF na ficha perinatal e no Cartão da Gestante; - Avalie resultados da ausculta dos BCF. PINARD Fonte: Brasil, 2005. - Pode ser utilizado também o registro diário da movimentação fetal realizado pela gestante (RDMF ou mobilograma) e/ou o teste de vitalidade fetal simplificado, para o acompanhamento do bem-estar fetal. Registro dos Movimentos Fetais Avaliação clínica do bem-estar fetal na gravidez a partir da 34ª semana gestacional. Método de registro diário de movimentos fetais (RDMF): - Escolha um período do dia em que possa estar mais atenta aos movimentos fetais; - Alimentar-se antes de começar o registro; - Ficar em posição semi-sentada, com a mão no abdome; - Marcar o horário de início; - Registrar seis movimentos e marcar o horário do último; - Se, em uma hora, o bebê não se mexer seis vezes, pare de contar os movimentos. Repita o registro. Se persistir a diminuição, procure a unidade de saúde - Para favorecer a cooperação materna em realizar o registro diário dos movimentos fetais, é importante que a gestante receba orientações adequadas quanto à importância da atividade do feto no controle de seu bem- estar. - A rotina de avaliação da movimentação fetal não deve ser recomendada. A movimentação deve ser valorizada de acordo com a situação clínica de cada paciente. 26 Teste do Estímulo Sonoro Simplificado (TESS) Realizado quando houver indicação clínica. Materiais - Sonar doppler; - Buzina de Kobo (buzina de bicicleta). Técnica - Colocar a mulher em decúbito dorsal com a cabeceira elevada (posição de Fowler); - Palpar o polo cefálico; - Auscultar os BCF por quatro períodos de 15 segundos e calcular a média (obs.: a gestante não deve estar com contração uterina); - Realizar o estímulo sonoro, colocando a buzina sobre o polo cefálico fetal com ligeira compressão sobre o abdome materno (aplique o estímulo entre três e cinco segundos ininterruptos). - Durante a realização do estímulo, deve-se observar o abdome materno, procurando identificar movimentos fetais visíveis; - Imediatamente após o estímulo, repita a ausculta dos BCF por novos quatro períodos de 15 segundos e refaça a média dos batimentos. Resultados: - Teste positivo: aumento mínimo de 15 batimentos em relação à medida inicial ou presença de movimentos fetais fortes e bruscos na observação do abdome materno durante a realização do estímulo; - Teste negativo: ausência de resposta fetal identificada tanto pela falta de aumento dos BCF quanto pela falta de movimentos fetais ativos. O teste deverá ser realizado duas vezes, com intervalo de, pelo menos, dez minutos para se considerar negativo. Observação: Na presença de teste simplificado negativo e/ou desaceleração da frequência cardíaca fetal, está indicada a utilização de método mais apurado para avaliação da vitalidade fetal. VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DE EDEMA Objetivos: Detectar precocemente a ocorrência de edema patológico. Nos membros inferiores: - Posicionar a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias; - Pressionar a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, no nível do seu terço médio, face anterior (região pré- tibial). - O edema fica evidenciado mediante presença de depressão duradoura no local pressionado. Técnica de palpação de edema maleolar Fonte: Brasil, 2005. Na região sacra: - Posicionar a gestante em decúbito lateral ou sentada; - Pressionar a pele, por alguns segundos, na região sacra, com o dedo polegar. - O edema fica evidenciado mediante presença de depressão duradoura no local pressionado. Técnica de palpação de edema lombar Fonte: Brasil, 2005. Na face e nos membros superiores, identifique a presença de edema pela inspeção. 27 A vacinação durante a gestação objetiva não somente a proteção da gestante, mas também a proteção do feto. Vacina contra influenza A vacina contra a influenza é recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional. O PNI disponibiliza esta vacina na rede pública de saúde a todas as gestantes durante a campanha anual contra influenza sazonal. O esquema consta de uma dose no período da campanha. Vacina contra raiva humana Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva humana não é contraindicada durante a gestação. Na pré-exposição, a gestante também pode ser vacinada. Entretanto, devido ao risco da ocorrência de eventos adversos, é preferível que ela receba a vacina somente se não puder evitar as situações de possível exposição ao vírus rábico. Vacinação contra hepatite B (recombinante) Por considerar os riscos da gestante não vacinada de contrair a doença e de haver transmissão vertical, o PNI reforça a importância de que a gestante receba a vacina contra a hepatite B. Esquema completo com 3 doses. Esquema: 0, 1 e 6 meses (intervalo entre as doses); - Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): deve-se completar o esquema. - Gestantes com esquema completo: não se deve vaciná-las. Vacina contra febre amarela (atenuada) Na rotina do serviço de vacinação, a gestante não deve receber a vacina contra febre amarela. Entretanto, em situações de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar para área com recomendação de vacinação para febre amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for maior do que o risco de receber a vacina. Tríplice Bacteriana Acelular do Adulto – dTPA (difteria, tétano e coqueluche) e Vacina dupla do tipo adulto – dT (difteria e tétano): A vacina dT é indicada para a proteção da gestante contra o tétano acidental e a prevenção do tétano neonatal. A dTpa está recomendada em todas as gestações, pois além de proteger a gestante e evitar que ela transmita a Bordetella pertussis ao recém-nascido, permite a transferência de anticorpos ao feto protegendo-o nos primeiros meses de vida até que possa ser imunizado. Mulheres não vacinadas na gestação devem ser vacinadas no puerpério, o mais precocemente possível. - Previamente vacinada, com pelo menos três doses de dT: uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível; - Vacinação incompleta tendo recebido uma dose de dT: uma dose de dT e uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação; Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas. - Vacinação incompleta tendo recebido duas doses de dT: uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação; - Em gestantes não vacinadas e/ou histórico vacinal desconhecido: duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana. VACINAÇÃO NA GESTANTE 28 8. PARTO NORMAL X CESARIANA Toda gestante deve saber que o melhor tipo de parto é aquele mais adequado às condições de sua gravidez,ou seja, é o que melhor atende ao seu bebê e às possíveis complicações surgidas durante a gravidez. De maneira geral, o parto normal ou vaginal reúne, em relação à cesárea, uma série de vantagens, o que o torna a forma ideal de dar à luz. Além disso, é natural, tem menor custo e propicia à mulher uma recuperação bem mais rápida. Vantagens do Parto Normal: - Menor prematuridade; - Favorece a respiração do bebê; - A dor no trabalho de parto pode ser controlada com anestesia; - Menor dor após o parto; - Complicações são menos frequentes; - Infecção puerperal é mais rara; - Aleitamento materno é mais fácil; - Recuperação mais rápida; - Menor custo; - Baixo risco de morte; - Menor risco em futuras gestações. Indicações obstétricas para cesariana: - Absolutas: desproporção céfalo-pélvica, cicatriz uterina prévia corporal, situação fetal transversa, herpes genital ativo, prolapso de cordão, placenta prévia oclusiva total, morte materna com feto vivo. - Relativas: feto não reativo em trabalho de parto, gestante HIV positivo (dependendo da carga viral), descolamento prematuro de placenta (dependendo do estágio do parto), apresentação pélvica, gravidez gemelar (depende da relação entre os fetos), cesárea prévia, macrossomia fetal, cérvice desfavorável à indução do parto, psicopatia. Os benefícios da cesárea planejada: - Conveniência, maior segurança para o bebê e menos trauma no assoalho pélvico da gestante, que, além disso, conta com a vantagem de não passar pela dor do parto. Desvantagens da cesárea: - Maior morbimortalidade materna; - Efeitos psicológicos adversos; - Aumento do risco de problemas respiratórios neonatais: síndrome respiratória e taquipneia transitória são mais comuns em cesáreas do que em partos vaginais e podem determinar hospitalização mais longa; - Problemas em futuras gestações (como ruptura da cicatriz uterina); - Maior risco de feto morto no nascimento e morbidade neonatal. Recomendações para a indução do parto com alto nível de evidência: - Gestação pós-termo (≥ 41 semanas); - Ruptura prematura de membranas a termo ou próximo ao termo com maturidade fetal; - Retardo de crescimento intrauterino antes do termo: a indução do parto reduz a morte fetal intrauterina, mas aumenta a taxa de cesárea e as mortes neonatais. Casos em que as evidências são insuficientes para a indução do parto: - Gestantes com diabetes insulinodependentes, gestação gemelar, macrossomia fetal, oligoidrâmnio, colestase da gestação, doença cardíaca materna e gastrosquise fetal. 29 9. O PARTO Mecanismos do Trabalho de Parto (feto) Períodos Clínicos estágios do Trabalho de Parto (mãe) 1. Dilatação Tem seu inicio com as contrações regulares (3 ou mais contrações em 10 minutos durando 30 segundos ou mais) até o apagamento do colo uterino com dilatação completa de 10 cm. Fase de latência: - Há contrações uterinas dolorosas; - Há alguma modificação cervical, incluindo apagamento e dilatação até 4 cm. Fase ativa: - Há contrações uterinas regulares; - Há dilatação cervical progressiva a partir dos 4 cm. A duração do trabalho de parto ativo pode variar: - Nas primíparas dura em média 8 horas e é pouco provável que dure mais que 18 horas; - Nas multíparas dura em média 5 horas e é pouco provável que dure mais que 12 horas. Monitorização no 1º período: - Frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora; - Pulso de 1 em 1 hora; - Temperatura e PA de 4 em 4 horas; - Frequência da diurese; - Exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma preocupação com o progresso do parto. Intervenções e Medidas de Rotina: - O enema não deve ser realizado de forma rotineira durante o trabalho de parto; - A tricotomia pubiana e perineal não deve ser realizada de forma rotineira. . - A amniotomia precoce, associada ou não à ocitocina, não deve ser realizada de rotina em mulheres em trabalho de parto que estejam progredindo bem. - As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem as posições que lhes sejam mais confortáveis no trabalho de parto. 2. Expulsão Tem inicio com a dilatação completa do colo e termina com a expulsão fetal. Fase inicial ou passiva: - Dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário ou parturiente com analgesia e a cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve; Fase ativa: - Dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão ou esforço materno ativo após a confirmação da dilatação completa do colo do útero, na ausência das contrações de expulsão. -Insinuação ou encaixamento - Descida - Flexão - Rotação interna - Extensão - Rotação externa - Expulsão 30 Observações importantes: - Se houver prolongamento do segundo período do trabalho de parto, ou se a mulher estiver excessivamente estressada, promover medidas de apoio e encorajamento e avaliar a necessidade de analgesia/ anestesia. - Se as contrações forem inadequadas no início do segundo período, considerar o uso de ocitocina e realização de analgesia regional. - Não realizar episiotomia de rotina durante o parto vaginal espontâneo. - Se uma episiotomia for realizada, a sua indicação deve ser justificada, recomendando-se a médio-lateral originando na fúrcula vaginal e direcionada para o lado direito, com um ângulo do eixo vertical entre 45 e 60 graus. - Assegurar analgesia efetiva antes da realização de uma episiotomia. 3. Dequitação ou secundamento Inicia-se após o nascimento do bebê e termina quando a placenta é liberada; Conduta ativa: - Uso rotineiro de substâncias uterotônicas; - Clampeamento e secção precoce do cordão umbilical; - Tração controlada do cordão após sinais de separação placentária. Conduta fisiológica: - Sem uso rotineiro de uterotônicos; - Clampemento do cordão após parar a pulsação; - Expulsão da placenta por esforço materno. Quando há Retenção Placentária: - Explicar para a mulher o que está acontecendo e quais serão os procedimentos necessários; - Providenciar um acesso venoso calibroso. - Não usar Ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da placenta. - Usar Ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da placenta, se houver hemorragia. - Realizar exame vaginal minucioso. - Oferecer analgesia para este procedimento e providenciar, se a mulher demandar. - Providenciar transferência antes da exploração uterina, se o parto ocorreu em uma modalidade extra-hospitalar. - Não realizar remoção manual ou cirúrgica sem analgesia adequada. 4. Período de Greenberg É considerado a primeira hora após a saída da placenta. É um período de risco materno, com possibilidade de grandes hemorragias, principalmente por atonia uterina. Fases: - Miotamponagem: acontece imediatamente após a expulsão da placenta, o útero se contrai e é palpável num ponto intermediário entre o pubis e a cicatriz umbilical. A retração inicial determina a laqueadura viva dos vasos uterinos, constituindo a primeira linha de defesa contra a hemorragia; - Trombotamponagem: é a formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários, constituindo hematoma intrauterino que recobre, de modo contínuo, a ferida aberta no sítio placentário; - Contração uterina com formação do globo de segurança de Pinard. 31 10. PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO PRINCIPAIS INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS HIPERÊMESE GRAVÍDICA Características: vômitos contínuos e intensos que impedem a alimentação da gestante, ocasionando desidratação, oligúria, perda de peso e transtornos metabólicos,com alcalose (pela perda maior de cloro, acarretando hipocloremia, perda de potássio e alterações no metabolismo das gorduras e dos carboidratos). Causas: aspectos emocionais e adaptações hormonais. Tratamento: em situações de êmese persistente, o profissional de saúde deve prescrever drogas antieméticas, por via oral ou intravenosa, além de hidratação. Em casos graves que não corresponderem a terapêutica, encaminhar para internação hospitalar. SÍNDROMES HEMORRÀGICAS ABORTAMENTO - É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes de 22 semanas ou quando o concepto pesa menos de 500g. - Pode ser espontâneo ou provocado. - O abortamento é dito precoce quando ocorre até a 12ª semana e tardio quando ocorre entre a 13ª e a 22ª semana. Fatores Etiológicos: alterações cromosso- miais, anomalias do ovo e da implantação, placentopatias, mecanismos imunológicos, ginecopatias (malformações uterinas, miomatose uterina, alterações endometriais devido à curetagem uterina, infecções, cicatrizes cirúrgicas, incompetência istmo- cervical), endocrinopatias (diabetes, tireoido- patias, insuficiência do corpo lúteo), anemias graves, sífilis na gestação, além de doenças cardiorrespiratórias. Diagnóstico: clínico e ultrassonográfico. Classificação: - Ameaça de abortamento ou aborto evitável: caracteriza-se pela integridade do ovo, com útero compatível com a idade da gravidez e colo impérvio. Há presença de sangramento vaginal discreto ou moderado, sem que ocorra modificação cervical, geralmente com sintomatologia discreta ou ausente. - Aborto inevitável: caracteriza-se por perda da integridade do ovo, sangramento moderado a acentuado contendo coágulos e/ou restos ovulares, colo uterino permeável, dor em cólica de forte intensidade e redução do volume uterino em relação à idade gestacional. - Aborto retido: caracteriza-se pela interrupção da gestação com permanência do produto conceptual na cavidade uterina. - Aborto infectado: caracteriza-se por quadro infeccioso materno, com presença de ovo íntegro ou não e quadro hemorrágico variável. Na primeira metade da gestação: Abortamento, descolamento cório-amniótico, gravidez ectópica e doença trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme); Na segunda metade da gestação: Placenta prévia (PP) e descolamento prematuro da placenta (DPP). 32 DESCOLAMENTO CÓRIO-AMNIÓTICO - Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade. É diagnosticado por exame ultrassonográfico. - A evolução em geral é boa e não representa quadro de risco materno e/ou ovular. A conduta é conservadora e, basicamente, consiste no esclarecimento à gestante. GRAVIDEZ ECTÓPICA - Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina, sendo mais frequente a prenhez tubária na sua porção ampular. - A mulher, frequentemente, apresenta história de atraso menstrual, teste positivo para gravidez, perda sanguínea uterina e dor pélvica intermitente, na fase inicial, evoluindo para dor contínua e intensa, com sinais de irritação peritoneal. DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME) - Caracteriza-se pela degeneração trofoblástica ocorrida após uma gestação, tópica ou ectópica, podendo apresentar-se como mola hidatiforme, corioadenoma destruens e coriocarcinoma. - O diagnóstico clínico pode ser feito pela presença de sangramento vaginal intermitente, geralmente de pequena intensidade, indolor e, por vezes, acompanhado da eliminação de vesículas (sinal patognomônico). - A altura uterina ou o volume uterino, em geral, é incompatível com o esperado para a idade gestacional, sendo maior previamente a um episódio de sangramento e menor após (útero em sanfona). Não há presença de batimentos cardíacos ou outras evidências de embrião (nas formas completas). PLACENTA PRÉVIA (PP) - Corresponde a um processo patológico em que a implantação da placenta, inteira ou parcialmente, ocorre no segmento inferior do útero. - Na anamnese, é relatada perda sanguínea por via vaginal, súbita, de cor vermelha viva, de quantidade variável, não acompanhada de dor. - O exame obstétrico revela volume e tono uterinos normais e frequentemente apresentação fetal anômala. Habitualmente, os batimentos cardíacos fetais estão mantidos. - O diagnóstico de certeza é dado pelo exame ultrassonográfico. DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA (DPP) - É a separação intempestiva da placenta do seu sítio de implantação no corpo uterino antes do nascimento do feto, em uma gestação de 20 ou mais semanas completas. - O DPP inicia-se com um sangramento (vermelho escuro) no interior da decídua, acarretando a formação de um hematoma e o descolamento abrupto da placenta do seu sítio normal de implantação. O sangue fica represado e se coagula atrás da placenta, caracterizando o hematoma retroplacentário. - Ao exame obstétrico, o útero, em geral, encontra-se hipertônico, doloroso, sensível às manobras palpatórias; os batimentos cardíacos fetais podem estar alterados ou ausentes. Há comprometimento variável das condições gerais maternas. - O diagnóstico é, preferencialmente, clínico, feito pelo aparecimento de dor abdominal súbita, com intensidade variável, perda sanguínea de cor vermelho-escura, com coágulos e em quantidade, às vezes, pequena, que pode ser incompatível com quadro materno de hipotensão ou de choque. 33 PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO OLIGOIDRÂMNIO - Caracteriza-se pela acentuada diminuição do volume do líquido amniótico, diagnosti- cado quando o volume se apresenta inferior a 250ml, entre a 21ª e a 42ª semanas gestacionais. Causas: - Patologias placentárias: rotura prematura de membranas, insuficiência placentária, deslocamento prematuro de placenta; - Patologias fetais: crescimento intrauterino retardado; anomalias congênitas, principal- mente as do trato urinário; anomalias cromossomiais; - Patologias maternas: diabetes associada à vasculopatias; HAS; hipovolemia; síndrome antifosfolipídio; colagenoses; - No feto: pressão contínua, o que provoca alterações musculoesqueléticas; adesões entre o âmnio e as partes fetais, o que determina graves deformidades, inclusive amputação; desenvolvimento de hipoplasia pulmonar e compressão funicular, principalmente no transcorrer do trabalho de parto. - Clinicamente, haverá suspeita da patologia quando a altura uterina for inferior àquela esperada para a idade gestacional estimada, especialmente quando associada à diminuição da movimentação fetal e fácil percepção das pequenas partes fetais à palpação obstétrica. - O diagnóstico ultrassonográfico será efetuado por meio da análise subjetiva ou sem quantitativa dos vários bolsões de líquido amniótico. - Após a confirmação da patologia, a gestante deverá ser encaminhada imediatamente ao pré-natal de alto risco. POLIDRÂMNIO - A polidramnia tem sido arbitrariamente definida como o acúmulo de líquido amniótico em volume superior a 2.000ml no momento da resolução da gravidez. Ocorre por erro no mecanismo de circulação, de produção, por dificuldade de absorção ou pela associação desses fatores. - Associa-se a algumas patologias, como diabetes mellitus, as infecções congênitas, doença hemolítica perinatal e gemelaridade. - Sempre haverá suspeita do diagnóstico clínico quando a altura uterina for superior àquela esperada para a idade gestacional estimada, especialmente quando a paciente referir diminuição da movimentação fetal e quando houver impossibilidade de palpar partes fetais e dificuldade de realizar a ausculta do concepto. - O tônus uterino poderá estar maior e, nos casos agudos, a paciente poderá referir dor intensa.
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