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Contabilidade gerencial

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO DE: 
 
CONTABILIDADE GERENCIAL 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
EDMAR LYRIO TEMPORIM 
 
 
 
 
 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
2 
Módulo de: Contabilidade Gerencial 
Autoria: Edmar Lyrio Temporim 
 
Segunda edição: 2012 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes 
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando 
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e 
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização 
e direitos autorais. 
E, por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas 
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
3 
Apresentação 
Caros alunos, meu nome é Edmar e acredito nesse momento como um encontro positivo 
onde prevalece o interesse e a difusão de conhecimentos. 
É através da disciplina de Contabilidade Gerencial que vamos interagir via ambiente virtual, 
procurando diminuir as distâncias em favor da construção de um aprendizado que seja 
dinâmico o suficiente para nos permitir romper barreiras e estabelecer o padrão de qualidade 
proposto pela ESAB e aprovado pelo MEC, sempre de posse dos melhores recursos 
acadêmicos/tecnológicos disponíveis. 
Costumo dizer que a Contabilidade Gerencial tornou-se adulta, mas ainda, não parou de 
crescer. Ela se notabiliza porque, em nome da "melhor informação contábil", busca 
elementos importantes nas mais variadas fontes sobre planejamento, controle e tomada de 
decisão. É, na verdade, uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de outras disciplinas 
correlatas, o que reforça seu caráter integrativo e motiva a construção dos sistemas de 
informações contábeis, o quais constituem ferramentas imprescindíveis de auxílio ao 
empresário na tomada de decisão e criação de valor. 
Nosso estudo vai percorrer caminhos que permitam conhecer essencialmente os recursos 
técnicos, através dos quais a disciplina unifica seu conceito gerencial. Cada tema 
desenvolvido representa importância capital na formação de um sistema de informação que 
seja útil às mais variadas gestões. Ao bom observador será possível intuir paralelos entre a 
disciplina e o cotidiano empresarial, de forma a ter presente sua utilidade prática, 
principalmente àqueles que se dirigem em direção do mercado de trabalho. 
Esse conjunto de valores me faz otimista e é com esse espírito que pretendo acompanhá-los 
nessa jornada de conhecimentos sobre a disciplina de Contabilidade Gerencial. 
Bons Estudos! 
 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
4 
Objetivo 
O conteúdo desta disciplina foi desenvolvido com o objetivo de apresentar a Contabilidade 
Gerencial de maneira a atender aos seguintes aspectos: 
 Definir a área de abrangência da Contabilidade Gerencial; 
 Apresentar os conceitos fundamentais de cada tema constante da área de 
abrangência da disciplina; 
 Apresentar temas que devem ser inseridos num sistema de informação contábil para 
torná-lo gerencial. 
Dessa forma, o objetivo é apresentar os fundamentos teóricos de Contabilidade Gerencial, 
tanto no campo acadêmico, quanto para a prática empresarial, evidenciando o conjunto 
mínimo de ferramentas para a efetivação da contabilidade gerencial dentro de uma empresa. 
 
Ementa 
Neste estudo há uma preocupação latente em priorizar a informação contábil útil à 
administração. Para tanto, a Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, 
mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações 
financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de 
uma organização, para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos. 
 
 
 
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5 
Sobre o Autor 
Sou Edmar Lyrio Temporim 
Graduação em Ciências Econômicas; 
Especialização em Administração Bancária, com ênfase em Gestão Financeira; 
Especialização em Tecnologia de Gestão Pública e Responsabilidade Fiscal (ESAB); 
MBA em Finanças Corporativas - Executivo em Finanças - pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de 
Mercado de Capitais). 
 
 
 
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6 
Sumário 
 
UNIDADE 1 ......................................................................................................................................... 8 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8 
UNIDADE 2 ....................................................................................................................................... 10 
A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor ............................................................. 10 
UNIDADE 3 ....................................................................................................................................... 13 
Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira ...................................................................... 13 
UNIDADE 4 ....................................................................................................................................... 16 
Características e Importância ......................................................................................................... 16 
UNIDADE 5 ....................................................................................................................................... 24 
Balanço Social: Características e Formalidades ............................................................................ 24 
UNIDADE 6 ....................................................................................................................................... 29 
ANÁLISE PATRIMONIAL ............................................................................................................... 29 
UNIDADE 7 ....................................................................................................................................... 35 
OBRIGATORIEDADE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..................................................... 35 
UNIDADE 8 ....................................................................................................................................... 39 
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ............................................................ 39 
UNIDADE 9 ....................................................................................................................................... 44 
ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS ....................................................................................... 44 
UNIDADE 10 ..................................................................................................................................... 55 
ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................................ 55 
UNIDADE 11 .....................................................................................................................................65 
PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS ..................................................................................... 65 
UNIDADE 12 ..................................................................................................................................... 69 
RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES ........................................................ 69 
UNIDADE 13 ..................................................................................................................................... 72 
OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS ...................................................................................... 72 
UNIDADE 14 ..................................................................................................................................... 76 
TERMINOLOGIA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................ 76 
UNIDADE 15 ..................................................................................................................................... 80 
 
 
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7 
ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO ................................ 80 
UNIDADE 16 ..................................................................................................................................... 83 
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ..................................................................................................... 83 
UNIDADE 17 ..................................................................................................................................... 88 
O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL ............................................. 88 
UNIDADE 18 ..................................................................................................................................... 92 
MÃO DE OBRA-DIRETA................................................................................................................ 92 
UNIDADE 19 ..................................................................................................................................... 97 
SISTEMAS DE CUSTEAMENTO ................................................................................................... 97 
UNIDADE 20 ................................................................................................................................... 103 
CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ......................................................................... 103 
UNIDADE 21 ................................................................................................................................... 110 
SISTEMA RKW ............................................................................................................................ 110 
UNIDADE 22 ................................................................................................................................... 113 
PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................. 113 
UNIDADE 23 ................................................................................................................................... 118 
CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA ............................................................ 118 
UNIDADE 24 ................................................................................................................................... 123 
PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA ............................................................. 123 
UNIDADE 25 ................................................................................................................................... 129 
PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................. 129 
UNIDADE 26 ................................................................................................................................... 132 
PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO ................................................................ 132 
UNIDADE 27 ................................................................................................................................... 134 
ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO .................................................................. 134 
UNIDADE 28 ................................................................................................................................... 139 
ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................... 139 
UNIDADE 29 ................................................................................................................................... 142 
PROCESSO DECISÓRIO ............................................................................................................ 142 
UNIDADE 30 ................................................................................................................................... 146 
GLOSSÁRIO ................................................................................................................................... 150 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 152 
 
 
 
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8 
UNIDADE 1 
Objetivo: Introduzir o módulo e o estudo da Contabilidade Gerencial 
 “Viver é inapreensível; indecifrável é a vida. 
E, apesar disso, buscamos relatar acontecimentos. 
Embora inexplicável seja o existir. 
Ainda assim, atrevemo-nos a indagar; 
Sem chegar a saber as respostas. 
Na realidade(?) nem mesmo as perguntas.” 
 
(Renard Draner) 
INTRODUÇÃO 
A Contabilidade Gerencial destaca-se hoje como um dos 
segmentos da ciência contábil, talvez o primeiro, em que se 
verificam os esforços de pesquisa em todo mundo. 
Apesar disso, muitos acadêmicos, segundo McLean, aceitam o 
fato de que não existe uma teoria unificada para a 
Contabilidade Gerencial. Muitos chegam a entender que a 
Contabilidade Gerencial não passa de uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de 
outras disciplinas correlatas. 
Apesar da utilização de temas de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma área 
contábil autônoma, pelo tratamento dado à informação contábil, enfocando planejamento, 
 
 
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9 
controle e tomada de decisão, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de 
informação contábil. 
A identidade da disciplina é revelada pelo seu caráter integrativo. Enquanto em outros 
segmentos da ciência contábil os temas são tratados e analisados de forma isolada, na 
Contabilidade Gerencial todos os temas são tratados dentro de um conjunto único, sem 
prescindir da integração necessária à informação contábil. 
Muitos teóricos consideram que a Contabilidade Gerencial é essencialmente para tomada de 
decisão. Porém, além disso, devemos ter também uma estrutura de informações 
operacionais e repetitivas, que possibilitem auxílio permanente a todo ciclo administrativo de 
execução e controle. 
 
 O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade 
de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades. 
Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das 
facilidades que irá subtrair dessa decisão. 
Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e 
planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento. 
 
 
 
 
 
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10 
UNIDADE 2 
Objetivo: Introduzir um conceito novo, em que se faz destaque para a “informação que cria 
valor”. Trata-se do império da informação seletiva, direcionadapara o sucesso das 
organizações. 
A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor 
O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no 
conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação 
gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua 
missão. 
ATKINSON, BANKER, KAPLAN E YOUNG iniciam seu trabalho mais recente com esse 
conceito, dizendo: “Contabilidade Gerencial – Informação que cria valor – Sistemas contábeis 
gerenciais efetivos podem criar valor considerável, pelo fornecimento de informações 
acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de 
hoje.” 
O atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos 
anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso efetivo de recursos 
empresariais. Essa função-objetivo está declarada no Relatório Revisado de Março de 1998, 
emitido pelo Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de 
Contadores (International Federation of Accountants – IFAC), sobre os conceitos de 
Contabilidade Gerencial. 
A seguir, os principais tópicos relacionados com o tema de geração ou criação de valor, 
partindo da apresentação dos estágios evolutivos da Contabilidade Gerencial, de acordo com 
o IFAC. 
 
 
 
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11 
Evolução e Mudança na Contabilidade Gerencial 
“O campo da atividade organizacional, abarcado pela Contabilidade Gerencial, foi 
desenvolvido através de quatro estágios reconhecíveis”: 
$ Estágio 1 – Antes de 1950, o foco era na determinação do custo e controle financeiro, 
através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos; 
$ Estágio 2 – Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o 
controle e planejamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de 
decisão e contabilidade por responsabilidade; 
$ Estágio 3 – Por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos 
usados nos processos de negócios, através do uso das tecnologias de análise e 
administração estratégica de custos; 
$ Estágio 4 – Por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor 
através do uso efetivo de recursos, através do uso de tecnologias tais como o exame dos 
direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e inovação organizacional.” 
 “Cada estágio da evolução representa adaptação para um novo conjunto de condições que 
as organizações enfrentam, pela absorção, reforma, e adição aos focos e tecnologias 
utilizadas anteriormente. 
Cada estágio é uma combinação do velho e do novo, com o velho sendo reformado para 
ajustar-se com o novo em combinação a um novo conjunto de condições para o ambiente 
gerencial. A Contabilidade Gerencial atual refere-se ao produto do processo de evolução 
cobrindo os quatro estágios” (IFAC, parágrafos 9 e 15). 
 “Nos estágios 3 e 4, ela (a Contabilidade Gerencial) é vista como uma parte integral do 
processo de gestão, com informações sendo disponibilizadas em tempo real diretamente 
para a administração, e com a distinção entre administração de apoio e linha sendo 
progressivamente embaçada. 
 
 
 
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12 
 “Nos estágios 3 e 4, a informação é vista como um recurso organizacional, juntamente com 
outros recursos organizacionais; o foco, agora, contudo, é na redução das perdas e 
desperdícios desses recursos (tanto em termos reais como financeiros) e em conservar ou 
alavancar seu uso na geração ou criação de valor” (IFAC, parágrafo 17). 
A função-objetivo da Contabilidade Gerencial de criação de valor para os acionistas é um 
conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente. 
A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por sua 
vez, é transferido para os proprietários da entidade, aos denominados acionistas. 
Exemplificando: a partir de um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas, 
terrenos e mão de obra; o dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por uma 
quantia idêntica gerada por algum financiamento. 
Quando começar a vender, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base de criação de valor, 
que constitui a finalidade empresarial, e está representado no balanço patrimonial. 
Assim, o conceito de criação (ou adição) de valor na Contabilidade Gerencial, como em 
finanças, está ligado ao processo de geração de lucro para os acionistas. 
 
 
 
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13 
UNIDADE 3 
Objetivo: A Contabilidade Gerencial se sustenta na Ciência Contábil e na Administração 
Financeira, porém, devemos destacar o “uso da informação” nas diferentes situações. 
Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira 
Os métodos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial foram desenvolvidos 
para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. Há, 
contudo, numerosas similaridades e áreas de sobreposição entre os métodos da 
Contabilidade Financeira e a Gerencial. 
A Contabilidade Gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os 
administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e são responsáveis pela 
direção e controle de suas operações. A Contabilidade Gerencial pode ser contrastada com a 
Contabilidade Financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os 
acionistas, credores e outros que estão fora da organização. 
 
Quadro Comparativo 
Fator Contabilidade 
Financeira 
Contabilidade Gerencial 
Usuários dos 
relatórios 
Externos e internos Internos 
Objetivo dos 
relatórios 
Facilitar a análise 
financeira para as 
necessidades dos 
usuários externos 
Objetivo especial de facilitar o 
planejamento, controle, avaliação de 
desempenho e tomada de decisão 
internamente. 
 
 
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14 
Forma dos 
relatórios 
Balanço 
Patrimonial, 
Demonstração dos 
Resultados, 
Demonstração dos 
Lucros e Prejuízos 
Acumulados, 
Demonstração dos 
Fluxos de Caixa e 
Demonstração do 
Valor Adicionado 
(se cia aberta) 
Orçamento, contabilidade por 
responsabilidade, relatórios de 
desempenho, relatório de custo, 
relatórios especiais não rotineiros para 
tomada de decisão. 
Frequência dos 
relatórios 
Anual, trimestral e 
ocasionalmente 
mensal. 
Quando necessário à administração 
Custos ou valores 
utilizados 
Primariamente 
históricos (passado) 
Históricos e esperados (previstos) 
Bases de 
mensuração 
usadas para 
quantificar os 
dados 
Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, moeda 
estrangeira – moeda forte, medidas 
físicas, índices etc.) 
Restrições nas 
informações 
fornecidas 
Princípios 
Contábeis 
Geralmente Aceitos 
Nenhuma restrição, exceto as 
determinadas pela administração. 
Arcabouço teórico e 
técnico 
Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas, 
como economia, finanças, estatística, 
 
 
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15 
pesquisa operacional e comportamento 
organizacional. 
Características da 
informação 
fornecida 
Deve ser objetiva 
(sem viés), 
verificável, relevante 
e a tempo. 
Deve ser relevante a tempo, podendo 
ser subjetiva, possuindo menos 
verificabilidade e menos precisão. 
Perspectiva dos 
relatórios 
Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o 
planejamento, controle e avaliação de 
desempenho antes do fato (para impor 
metas), acoplada com uma orientação 
histórica para avaliar os resultados reais 
(para o controle posterior do fato) 
 
 
 
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16 
UNIDADE 4 
Objetivo: Abordar pontos acerca dos conceitos e utilizaçãoda Contabilidade Gerencial, 
principalmente no tocante à sua visibilidade e independência em relação às outras disciplinas 
que sustentam o gerenciamento da informação contábil. 
Características e Importância 
Segundo Sérgio de Iudícibus “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, 
superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos 
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, 
na análise financeira e de balanços etc., numa forma de apresentação e classificação 
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório”. 
Anthony (1970), um dos precursores da Contabilidade Gerencial, estabeleceu algumas 
características, como: tem múltiplos objetivos; não é governada pelos princípios geralmente 
aceitos; é opcional; focaliza segmentos, assim como o "todo do negócio"; dá menos ênfase à 
precisão; é parte de outros processos e não um fim em si mesmo. 
A Contabilidade Gerencial, como ramo do saber, é de fundamental importância na vida 
econômica atual, principalmente nas complexas economias modernas. 
Em sentido geral, a Contabilidade Gerencial trata da coleta, apresentação e interpretação 
dos fatos econômicos. 
E, como sabemos que os recursos são escassos, ela se ocupa de utilizá-los de forma 
racional através de um adequado controle dos insumos, com base num confiável sistema de 
informação gerencial. 
Assim, a Contabilidade Gerencial se utiliza de ferramentas de várias áreas, mas 
principalmente da Administração, Economia e da própria Contabilidade, como a parte de 
custos, geral e análise contábil. 
 
 
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17 
Caráter de Integração da disciplina 
A Contabilidade Gerencial não existe dentro de uma entidade da mesma maneira que existe 
a Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Administração Financeira. Em todas 
as entidades as aplicações dessas disciplinas são visíveis e, dependendo do porte da 
empresa, existem departamentos distintos que são responsáveis por sua execução. 
Não é demais lembrar que, no âmbito didático, essas disciplinas são ensinadas 
isoladamente. Em função disso, é comum, e até esperado, que o aprendizado dos temas de 
cada disciplina seja feito de forma não integrada. Isso quer dizer que, quando o aluno está 
aprendendo as técnicas de formação de custo do produto, ele e o professor estão 
preocupados exclusivamente com isso. Não há preocupação de integração com as demais 
áreas contábeis, e isso se repete com outras técnicas. 
Não podemos deixar de anotar que essas disciplinas enfocam as condições para o uso de 
suas técnicas no processo administrativo. Acontece que elas não podem enfocar o uso 
integrado com outras disciplinas, porque não há possibilidades didáticas para isso. Esse 
papel cabe à disciplina de Contabilidade Gerencial. 
Contabilidade Gerencial como instrumento de administração 
A Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela 
exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial se houver dentro dela pessoas que 
consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática. 
Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Gerenciamento é 
uma ação, um fazer e não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da 
contabilidade como instrumento da administração. 
Se temos a Contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no processo 
administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe 
Contabilidade Gerencial. 
 
 
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18 
Dessa forma, fica claro que a Contabilidade Gerencial deve utilizar-se das técnicas já 
desenvolvidas por outras disciplinas, até porque nelas o estudo específico é mais 
aprofundado. 
 
 Pode parecer absurdo, mas o fato é que até algumas poucas décadas atrás, principalmente 
no meio acadêmico brasileiro, era comum encontrarmos resistência quanto à possibilidade 
de a Contabilidade Gerencial interferir positivamente na geração de resultados das 
empresas. 
Talvez pela sua “autonomia” em trabalhar recursos técnicos de outras áreas e se fazer 
presente através do uso da informação contábil como ferramenta para administração. Diante 
dos fatos, e para que nosso estudo seja compreendido desde sua base original, exercite seu 
posicionamento pessoal. Faça-o respondendo às perguntas abaixo; sempre imaginando que 
essa compreensão inicial, sem as amarras técnicas de uma ciência exata, será de 
fundamental importância para a absorção do conteúdo que veremos ao longo do curso. 
1) Você concorda com o grau de “autonomia” conferida à disciplina de Contabilidade 
Gerencial? Por quê? 
2) A Contabilidade Gerencial existe ou só existirá mediante a “provocação” de uma gestão 
que prime pelo gerenciamento da informação contábil? 
3) Qual sua opinião sobre a afirmação de que a Contabilidade Gerencial “não é governada 
pelos princípios geralmente aceitos”? 
4) Manifeste seu pensamento sobre a afirmação: “Contabilidade Gerencial – informação que 
cria valor”. 
Obs.: os alunos não estão obrigados a se posicionar (apresentar as respostas) diante das 
atividades propostas dentro do conteúdo. O objetivo é fixar os conceitos apresentados e, 
diante da dúvida, pode postá-la na “dúvidas ao tutor” e faremos as correções necessárias. 
 
 
 
 
 
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19 
 
 A dúvida é fonte de aprendizado. Ela motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem 
recursos de toda ordem: nos livros, nas bibliotecas online, etc. Nossa missão é “facilitar” a 
absorção do conteúdo proposto, inclusive sanando as eventuais dúvidas existentes ao longo 
do curso. 
 A propósito das dúvidas, também vale a pena consultar os registros já formulados por outros 
alunos (perguntas e respostas – elas ajudam a fixar os conhecimentos e contribuem para a 
solução das provas). 
 
 
 
Para melhor ilustrar a importância das perguntas e respostas, incluímos abaixo uma dúvida 
respondida, a qual encontra paralelo nas unidades já abordadas: 
 
Características da Contabilidade Gerencial (PERGUNTA) 
Prezado Tutor: 
O material didático traz citação de Anthony (1970) que diz que "a Contabilidade Gerencial não 
é governada pelos princípios geralmente aceitos". O que exatamente isto quer dizer já que os 
princípios são os pilares da Contabilidade e a Gerencial um extrato da Geral. 
Agradeço a atenção. (28/06/2008) 
 
 
 
 
 
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Interação (opinião de outro aluno) 
Adilson 
Segundo CREPALDI (1998, pág. 18), " a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade 
que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem 
em suas funções gerenciais." 
A contabilidade gerencial é desregulamentada, ou seja, ela não é dirigida por regras e 
princípios fundamentais da contabilidade ou por autoridades governamentais. 
Todas as informações levantadas pela contabilidade gerencial são determinadas pela 
administração, para satisfazer as necessidades estratégicas e operacionais da empresa. 
Segundo ATKINSON (2000, pág. 36), "a contabilidade gerencial é o processo de produzir 
informação operacional e financeira para funcionários e administradores." 
Adilson, baseado no que diz CREPALDI e ATKINSON, podemos considerar que a 
contabilidade gerencial surgiu para auxiliar os administradores nas tomadas de decisões e 
todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são voltadas exclusivamente para 
funcionários, administradores e executivos das empresas. 
Como todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são para as tomadas de 
decisões dos administradores, ela não precisa cumprir normas e princípios da contabilidade. 
Espero ter colaborado com você e ajudado a esclarecer sua dúvida.Jailson 28/06/2008 
Características da Contabilidade Gerencial (resposta do professor) 
Adilson, 
Primeiramente cumpre-nos agradecer a valiosa contribuição do colega Jailson. Resta-nos 
trazer informações que acrescentam e ensinam sobre o pensamento vigente acerca do 
 
 
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conceito de Contabilidade Gerencial: 
Segundo Sérgio de Iudícibus, "a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, 
superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos 
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na 
análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de 
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de 
maneira a auxiliar os gerentes em seu processo decisório." 
Robert N. Antony, considerado por muitos como um dos precursores da disciplina de 
Contabilidade Gerencial, é bastante sintético em sua caracterização da disciplina: "A 
Contabilidade Gerencial, preocupa-se com a informação contábil útil à administração". 
Segundo a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos, através de seu relatório 
nº 1A, "Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, 
análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela 
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para 
assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos." 
O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como 
ferramenta para a administração, utilizando temas de outras disciplinas das áreas de Ciências 
Contábeis ou Administração Financeira. Portanto, a afirmação de que a disciplina não é 
governada pelos princípios geralmente aceitos não diminui o brilhante papel de integração 
multidisciplinar realizado pela Contabilidade Gerencial em nome de uma melhor gestão 
empresarial. 
Sds,Edmar (jun/08) 
 
 
 
 
 
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(mais uma interação do aluno que construiu a pergunta) 
Não tenho dúvida quanto à conceituação da Contabilidade Gerencial e ferramenta auxiliar no 
processo de análise e tomada de decisão. 
 O ponto que quero chegar é em que momento a Contabilidade Gerencial se distancia dos 
"princípios geralmente aceitos". Há um conflito entre pressupostos da Gerencial com os 
"princípios"? Seriam "os princípios" obstáculos para a Gerencial? É este aprofundamento que 
quero fazer e, no meu entender, o objetivo de um curso de MBA/pós é ir mais a fundo nos 
temas que já foram objeto de estudo nas etapas preliminares de nossa vida acadêmica. 
Agradeço as contribuições anteriores e as futuras serão bem-vindas. 
Um ótimo dia a todos!!! 
 
Características da Contabilidade Gerencial 
(outra interação do professor) 
Adilson, 
A afirmação é a seguinte: "A contabilidade Gerencial não é governada pelos princípios 
geralmente aceitos". Quem tem a primazia de ser governada pelos princípios geralmente 
aceitos é a base científica da contabilidade, ou seja, a contabilidade geral na tarefa 
sistemática de registrar informações, produzir relatórios (balanço, demonstrativo de 
resultados, etc). Aí repousam como extensão da contabilidade todas as escriturações, a 
contabilidade de custos, etc... A Contabilidade Gerencial utiliza dessas informações e de 
muitas outras; não necessariamente, e apenas, afetas a área contábil (financeira, por 
exemplo), com o objetivo de voltar-se para a informação que possa ser útil à administração, 
isto é, internamente. 
Nos EUA, país que primeiro procurou compilar os princípios contábeis, os princípios foram 
 
 
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vistos durante um certo tempo como as premissas para um Sistema de Certificação e 
Avaliação. Posteriormente foi o conjunto de fatores que separaria a contabilidade americana 
em duas vertentes: contabilidade financeira (na qual deveriam ser observados os princípios 
contábeis) e contabilidade gerencial (ramo em que os princípios poderiam não ser seguidos e 
que por isso poderia ser melhor traduzida também como administração contábil). 
No Brasil, desde que a Lei 6.404/76 incluiu os princípios como matéria legislativa a ser 
observada pelos agentes do mercado de capitais, eles são objeto de regulamentação dos 
órgãos reguladores oficiais. Ou seja, longe de uma informação gerencial interna, trata-se de 
informação baseada em princípios com lastro científico e, acima de tudo, voltada também 
para interesses externos (fisco, acionistas, CVM etc). 
Sds,Edmar(jul/08). 
 
 
 
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UNIDADE 5 
Objetivo: Apresentar de forma didática e objetiva o Balanço Social aos nossos alunos, por 
tratar-se de recurso contemporâneo indispensável para demonstrar à sociedade a 
participação e a responsabilidade social da entidade. 
Balanço Social: Características e Formalidades 
A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de 
Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para 
apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar 
à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade. 
As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais, 
independentemente do porte empresarial. 
Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade 
privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar 
sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade, 
apresentando o resultado de sua responsabilidade social. 
Entende-se por informações de natureza social e ambiental: 
 A geração e a distribuição de riqueza; 
 Os recursos humanos; 
 A interação da entidade com o ambiente externo; 
 A interação com o meio ambiente. 
A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação 
de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade. 
 
 
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Quanto mais cedo o fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações 
exigidas nem sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades. 
 
Perguntas e Respostas. 
1-Quem tem que elaborar o Balanço Social? (Tipo de empresa, porte, etc.) 
 
Resposta: Todas as entidades, independente de porte, que querem demonstrar à sociedade 
a sua responsabilidade social, devem divulgar Informações de Natureza Social e Ambiental. 
2. As empresas obrigadas a apresentar são somente aquelas que têm alguma atividade com 
o social e meio ambiente ou todas independente de ter ou não algum projeto ou ação sócio-
ambiental? 
Resposta: Nenhuma empresa/entidade está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de 
Natureza Social ou Ambiental. Aquela que optar por sua apresentação, deve adotar as regras 
estabelecidas pela NBC T 15. 
Não compete ao Conselho Federal de Contabilidade obrigar as empresas a elaborarem 
Demonstrações, mas somente discipliná-las. De acordo com o item 1.5.1.3., da Resolução 
CFC nº 1.003/04: "A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora 
instituída, quando elaborada, deve evidenciar os dados e as informações de natureza social 
e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos 
determinados por esta norma". 
3. A Resolução menciona entidades, isso tem gerado grande dúvida com relação a quem 
deve fazer o balanço. O termo entidade na resolução engloba todas as empresas da 
iniciativa privada e as entidades sem fins lucrativos? 
 
Resposta: Sim. O Termo entidade foi utilizado no sentido amplo, englobando todasas 
unidades com ou sem fins lucrativos. 
 
 
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4. Empresas do segmento de prestação de serviços, terceirizações, comércio, que trabalham 
com lucro real e/ou lucro presumido, devem apresentar o balanço? 
Resposta: Conforme resposta ao item 2, não há obrigatoriedade; no entanto, as empresas 
que optarem por sua apresentação devem adotar as regras estabelecidas pela NBC T 15. 
5. Qual o ano que é obrigado a transcrever no Livro Diário as Demonstrações? 
 
Resposta: De acordo com o item 1.5.1.5 da NBC T 15 "a Demonstração de Informações de 
Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as 
informações do exercício atual e do exercício anterior". 
 
6. As empresas, independente do porte ou constituição, deverão publicar o Balanço Social 
em jornal ou revista? 
Resposta: As empresas poderão divulgar o Balanço Social no veículo habitualmente 
adotado para a publicação das demais demonstrações contábeis. 
 
7. Quais as outras formas aceitáveis de divulgação do Balanço Social? 
 
Resposta: Não existe outra forma, a não ser aquela a que se refere à NBC T 15. A entidade 
pode, no entanto, divulgar outras informações adicionais que entender relevantes, conforme 
o item 1.5.1.3 da NBC T 15: "além das informações contidas no item 1.5.2, a entidade pode 
acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes". 
O CFC, por meio dos Conselhos Regionais, exercerá fiscalização sobre as divulgações? E 
também sobre o Contabilista e/ou Auditores envolvidos nos trabalhos? 
Resposta: Sim, de acordo com processo de fiscalização das demais demonstrações 
contábeis. Inclui também os profissionais envolvidos no trabalho, em função da própria 
demonstração. 
9. Como se dará a fiscalização? 
 
 
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Resposta: De acordo com os procedimentos fiscalizatórios adotados pelos Conselhos 
Regionais de Contabilidade que têm por obrigação legal fiscalizar o exercício profissional. 
As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser assinadas 
por Contabilista e auditadas por Auditor Independente? 
Respostas: As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser 
assinadas por Contabilista e auditadas por Auditor Independente, "A Demonstração de 
Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor 
independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse 
procedimento". 
 
 
 
 Conselho Federal de Contabilidade, Resolução CFC 1003/2004 
www.cfc.org.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Contabilidade Ambiental: 
Há uma consciência quase universal de que os recursos naturais são limitados, e não podem 
mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico de nosso 
planeta. Diante dessa constatação vamos refletir sobre este tema: 
1 – Em que consiste a Contabilidade Ambiental e qual seu objetivo precípuo? 
2 – No mundo contemporâneo, qual o papel do profissional contábil na orientação às 
empresas sobre as atitudes responsáveis diante da realidade ambiental? 
3 – Levantemos algumas vantagens da utilização da Contabilidade Ambiental, principalmente 
considerando que a utilização racional dos recursos ambientais constitui fator de geração de 
riqueza econômica. 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 6 
Objetivo: Apresentar as características fundamentais do balanço patrimonial e seus registros, 
segundo o grau de liquidez do ativo e a exigibilidade do passivo. 
ANÁLISE PATRIMONIAL 
A base patrimonial de uma organização empresarial é constituída de bens direitos e 
obrigações. Para fazermos uma análise patrimonial de uma organização, inicialmente, 
precisamos ter uma contabilidade confiável e dispor de seus principais demonstrativos. Neste 
caso, estamos nos referindo aos dois principais demonstrativos: Balanço Patrimonial e o 
Demonstrativo de Resultados. 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo: 
O primeiro e mais importante demonstrativo é o Balanço Patrimonial. Ele representa uma 
fotografia da empresa num dado momento e seus elementos são as contas, cuja 
nomenclatura tem variação de acordo com o tipo de atividade desenvolvida. Os bens e 
direitos são os elementos positivos ou ativos e as obrigações, os negativos ou passivos. 
O Ativo é constituído por dois grandes grupos de contas: o Circulante e o Não Circulante (MP 
449/08). As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão em 
dinheiro, ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez. 
Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente 
de liquidez – do maior para o menor), a seguir aquelas que se converterão em dinheiro 
rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de 
circulante. 
 
 
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Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais 
lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo não 
circulante. 
O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: Ativo Realizável a Longo Prazo; 
Investimentos; Imobilizado; Intangível. 
 De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma 
natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou 
provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa 
realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço. 
 No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as 
participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas 
na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de 
mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por 
interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda. 
 O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à 
manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma 
tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das 
benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. 
 Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a 
partir da vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar 
apenas com bens corpóreos de uso permanente. Como exemplos de intangíveis, os 
direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do 
Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido. 
 
 
 
 
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Passivo: 
No Passivo, as contas são dispostas pelo grau decrescente de exigibilidade, isto é, das 
obrigações mais exigíveis para as menos exigíveis. Subdivide-se em três grupos: Circulante; 
Não Circulante e o Patrimônio Líquido. 
 No Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos 
para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício 
seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do 
exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo. 
 No Passivo Não Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive 
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se 
vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter 
duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse 
ciclo,facilmente encontradas em empresas de construção civil. Na verdade, são 
lucros que só constarão do Resultado mais à frente. 
 O Patrimônio Líquido ou Capital Próprio representa a diferença entre o valor dos ativos 
e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de 
Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos 
Acumulados. 
As Reservas são as parcelas do patrimônio líquido que excedem o valor do capital social 
integralizado e se subdividem em Reservas de Lucros, de Capital e de Reavaliação (A Lei 
11.638/2007 substitui a “Reserva de Reavaliação” pela conta “Ajustes de Avaliação 
Patrimonial”). 
As de Lucros são obtidas pela apropriação de lucros da companhia, por exigência legal, 
estatutária ou outras razões (contingências). As de Capital são contribuições oriundas de 
proprietários ou de terceiros, que nada têm a ver com receitas ou ganhos. Os Lucros 
Acumulados ficam em destaque legalmente, mas enquanto não distribuídos podem ser 
considerados reservas de lucros. 
 
 
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As Contas Retificadoras ou Redutoras do Patrimônio Líquido, como o próprio nome diz, 
reduzem o Patrimônio Líquido (PL). Por exemplo: o capital social a realizar; ações em 
tesouraria (são ações emitidas pela empresa e por ela readquiridas, etc.). 
A seguir, uma demonstração do Balanço Patrimonial: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
- Ativo Circulante - Passivo Circulante 
- Ativo Não Circulante - Passivo Não Circulante 
 - Realizável a Longo Prazo 
 - Investimentos - Patrimônio Líquido 
 - Imobilizado - Capital Social 
 - Intangível - Reservas 
 - Prejuízos Acumulados 
 - Contas Retificadoras 
TOTAL X TOTAL X 
 
Nas organizações ocorrem, diariamente, inúmeros fatos contábeis e esses provocam 
alterações no Balanço da empresa. Essas alterações são registradas mantendo-se o 
princípio da Igualdade Contábil. Para verificarmos isto, vamos supor o seguinte Balanço 
Patrimonial: 
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Caixa........................$ 2.000 Dívidas de Curto Prazo........$ 1.200 
Automóvel...............$ 3.200 Impostos a Pagar..................$ 150 
Móveis....................$ 1.500 Dívidas de Longo Prazo.......$ 6.000 
Imóveis....................$ 30.000 Patrimônio Líquido...............$ 29.350 
 
TOTAL $ 36.700 TOTAL $ 36.700 
 
1º Caso: aquisição de outro automóvel à vista, no valor de $ 1.000; nesse caso, o dinheiro 
sai do Caixa, ficando a mesmo com $ 1.000, e vai para a Conta automóvel, que fica com $ 
4.200, ou seja, o ativo não se alterou. Esse fato é chamado de permutativo. 
2º Caso: aquisição de equipamentos a prazo no valor de $ 500, nesse caso teremos 
aumento do Ativo, com a Conta equipamentos $ 500, mas também do Passivo, com o 
 
 
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aparecimento de uma obrigação como duplicatas a pagar $ 500. Essa alteração é 
compensativa, pois altera o Ativo e o Passivo, mas não altera o Patrimônio Líquido. 
3º Caso: pagamento de multas no valor de $ 50. Esse fato reduz o caixa, assim como o 
Patrimônio Líquido, pois é considerado uma despesa. Logo, é uma alteração modificativa 
diminutiva. 
4º Caso: recebimento de aluguel de imóvel no valor de $ 200. É considerada uma receita de 
$ 200 que aumentará o caixa, assim como o Patrimônio Líquido no valor de $ 200. Esse fato 
é uma alteração modificativa aumentativa. 
5º Caso: venda de um imóvel que custou $ 10.000 por $ 15.000. Nesse caso temos uma 
receita de $ 15.000 e uma despesa de $ 10.000, que corresponde ao custo da mercadoria. 
Nesse caso, o Patrimônio Líquido sofreu uma variação positiva de $ 5.000. 
 - Receita de vendas $ 15.000 
 - Custo da mercadoria vendida $(10.000) 
 ________ 
 $ 5.000 
Esse fato é chamado misto, pois combina as alterações anteriores. Na prática, são os mais 
comuns e podem ser aumentativos (receitas) ou diminutivos (despesas), conforme o 
Patrimônio Líquido aumente ou diminua. 
Com isso verificamos um pouco do mecanismo dos fatos contábeis. A partir deles, teremos 
uma visão do que está ocorrendo nas empresas, principalmente no Patrimônio Líquido. 
Fazendo-se uma análise parcial do Balanço, a partir de seus grupos Ativo, Passivo e 
Patrimônio Líquido é possível saber, superficialmente, a situação da empresa, apenas 
através do seu Patrimônio Líquido: 
 
 
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Uma empresa ao apresentar seu Patrimônio Líquido, e se viermos a chamá-lo de PL positivo 
ou maior que zero, demonstra ter um Ativo (bens e direitos) maior que o Passivo 
(obrigações), logo, revela a existência de riqueza própria. 
Uma situação de "Passivo a Descoberto" revela que as obrigações foram maiores que o 
Ativo, ou seja, o Patrimônio Líquido está negativo e a empresa se encontra em má situação. 
Uma empresa que apresenta seu Ativo igual ao Passivo Exigível encontra-se numa situação 
nula ou de equilíbrio aparente, revelando que a mesma possui bens a sua disposição, mas 
os deve pagar totalmente ou situação de inexistência de riqueza (PL = 0). 
Existem outras situações, como: a plena, na qual a empresa não apresenta obrigações; e a 
de inexistência de ativos; entretanto, ambas são raras. 
 
 
 
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UNIDADE 7 
Objetivos: Destacar o enfoque da Lei 11.638/2007 no que diz respeito à obrigatoriedade de 
publicação das demonstrações contábeis. 
OBRIGATORIEDADE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as 
mutações ocorridas no exercício: 
I. Balanço Patrimonial (BP); 
II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); 
III. Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE); 
IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
V. Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
Ao listar as demonstrações contábeis obrigadas por Lei, importante destacar que a Lei 
11.638 de 31 de dezembro de 2007 traz como novidade a obrigatoriedade sobre a 
elaboração das seguintes demonstrações: Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
 
EMPRESAS DE GRANDE PORTE - EXERCÍCIOS ENCERRADOS A PARTIR DE 01.01.08 
O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às 
sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por 
ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração, 
 
 
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elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por 
auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários. 
Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto 
de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior 
a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior 
a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). 
Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte 
devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais 
encerrados a partir de 2008. 
 
 
 Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças 
abordadas pela Lei 11.638/07 e suas derivações. A sua vigência é válida e a inobservância 
desses pontos pode incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos. 
 
 
 
Informação & Tecnologia 
Nota fiscal eletrônica e a gestão contábil 
Uma verdadeira revolução ocorre nos procedimentos das empresase seu relacionamento 
com o fisco: a implantação da nota fiscal eletrônica, que substitui a Nota Fiscal modelo 1 ou 
1-A, pelos contribuintes do IPI e/ou ICMS. Várias prefeituras também já estão utilizando a 
versão eletrônica para os contribuintes do ISS. 
 
 
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E o que isso tem a ver com a contabilidade? Tudo. Pois as facilidades previstas pelo novo 
sistema podem agilizar os procedimentos contábeis, principalmente no tocante aos registros 
pertinentes e na economia de tempo com arquivamentos e localização de documentos. 
Os principais benefícios da utilização da NF-e para as empresas serão: 
 Redução de custos de impressão; 
 Redução de custos de aquisição de papel; 
 Redução de custos de envio do documento fiscal 
 Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; 
 Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF; 
 Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira; 
 Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B). 
 
Mas além destes benefícios, as empresas adquirentes de mercadorias terão facilidades pela: 
 Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; 
 Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF 
e; 
 Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais; 
 Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B). 
 
Ou seja, o grande ganho será decorrente da integração do sistema NF-e com o sistema 
contábil e fiscal das empresas, facilitando em muito o trabalho dos contabilistas. Obviamente, 
tais vantagens são potenciais, ou seja, o gestor contábil precisará planejar e adequar tais 
situações, prevendo mudanças de rotinas e procedimentos, para que os ganhos de 
produtividade ocorram na escala desejada. 
 
 
 
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 Veja também outros artigos relacionados a este assunto: 
*Ajuste SINIEF 72005: 
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ajustesinief7_2005.htm 
Como funciona a Nota Fiscal Eletrônica: 
http://www.portaltributario.com.br/guia/notafiscaleletronica.htm 
SPED Contábil: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped.htm= 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 8 
Objetivo: Destacar a dinâmica do demonstrativo em revelar o lucro ou prejuízo da empresa. 
Seu estudo é oportuno e cumpre demonstrar os componentes que permitiram alcançar o 
resultado. 
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO 
A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o 
resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo. 
É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa 
em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e 
as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando 
conhecermos seus componentes principais. 
O resultado de uma empresa para um exercício pode ser definido por: 
"A diferença entre as Receitas auferidas durante o exercício e as Despesas 
incorridas, que contribuíram para a formação de tais Receitas, ao longo do 
mesmo exercício." 
 
A seguir, temos um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), correspondente aos 
utilizados nas práticas atuais. Segundo a Escola Americana, os resultados são organizados 
em uma única coluna, com diversos saldos parciais destacados, segundo o interesse 
gerencial. 
 
 
 
 
 
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40 
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS 
RECEITA BRUTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS $ XX 
(-) Impostos faturados (XX) 
(-) Abatimentos e Devoluções (XX) 
= RECEITA LÍQUIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS XX 
(-) Custo Produtos e Serviços Vendidos (XX) 
= LUCRO BRUTO XX 
(-) Despesas operacionais (XX) 
(-) Depreciações e Amortizações (XX) 
= LUCRO DA ATIVIDADE XX 
(+/-) Resultado Financeiro XX 
(-) Despesa com Contas Incobráveis (XX) 
= LUCRO OPERACIONAL XX 
(+) Receitas Não Operacionais XX 
(-) Despesas Não Operacionais (XX) 
= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) XX 
(-) Compensação de Prejuízos Acumulados (XX) 
(-) Provisão para Imposto de Renda (XX) 
= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX 
(-) Participações Estatutárias (XX) 
(-) Reserva Legal (XX) 
= LUCRO DO EXERCÍCIO (À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS) XX 
(-) Provisão para Dividendos (XX) 
= RESULTADO APÓS DISTRIBUIÇÃO (LUCROS RETIDOS) XX 
 
Tratando-se de uma empresa comercial, temos que a Receita Bruta consiste no conjunto de 
vendas à vista e a prazo, durante o exercício; para formar a RECEITA LÍQUIDA, os 
descontos e as devoluções são abatidos da receita, assim como os impostos incidentes 
sobre a mercadoria (ICMS, ISS, IPI) e diversos outros, de acordo com a atividade 
econômica. O Lucro Bruto é a diferença entre a Receita e o Custo das mercadorias vendidas. 
O LUCRO DA ATIVIDADE passou a ser indicado com maior frequência a partir de 1996, 
abatendo-se do lucro bruto o custo operacional da loja. Neste caso, são incluídos os salários 
dos vendedores, impostos sobre a folha de pagamento, benefícios sociais diversos, aluguel, 
contas de luz, telefone, condomínio, imposto predial, material de embalagem, despesas com 
propaganda e marketing, etc. Se o Lucro da Atividade não for indicado, o mais importante 
será o Lucro Operacional. 
 
 
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41 
O LUCRO OPERACIONAL é obtido através das receitas e despesas financeiras, perdas com 
o não recebimento de vendas feitas a prazo, etc. 
O LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) é obtido a partir de itens não 
operacionais, ou seja, não ligados ao objeto da empresa, como exemplo: venda de itens 
obsoletos, aluguel de espaços ociosos, etc. 
O RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO é obtido do LAIR após deduzir o Imposto de 
Renda. A compensação de prejuízos que a empresa tenha tido em passado recente leva ao 
Imposto de Renda se calculado sobre um lucro menor. 
A Provisão para imposto de renda é uma estimativa que as empresas fazem do imposto 
incidente sobre os lucros do período. Trata-se de uma estimativa, já que seu valor exato só é 
determinado no decorrer do ano seguinte, com o preenchimento de formulários específicos 
da Receita Federal. 
O LUCRO DO EXERCÍCIO à disposição dos acionistas é obtido deduzindo-se as 
Participações Estatutárias, a Reserva Legal e outras Reservas. As Estatutárias são as 
participações de empregados, diretores estabelecidos no estatuto da empresa. A Reserva 
Legal retém 5 % do lucro. 
O RESULTADO APÓS A DISTRIBUIÇÃO indica o aumento do Patrimônio Líquido após a 
dedução dos dividendos. 
 
A seguir, vamos analisar duas firmas através de seus demonstrativos: 
 Firma A Firma B 
Receita de Vendas $ 20 $ 20 
(-) Custo Produtos Vendidos (13) (22) 
= Lucro Bruto 7 (2) 
(-) Despesas Operacionais (10) (1) 
= Prejuízo do Exercício (3) (3) 
 
 
 
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42 
Conclusão: embora as firmas tenham terminado o exercício com receitas e prejuízos iguais, 
a Firma A, em princípio, encontra-se em uma situação menos grave, pois seu prejuízo é 
decorrente das despesas operacionais em excesso, o que pode ser mais facilmente resolvido 
com ações administrativas enérgicas. Já a Firma B demonstra que o seu prejuízo é 
decorrente de um alto custo dos produtos, o que implica numa solução mais complexa de ser 
resolvida. 
OBSERVAÇÃO: o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nas empresas comerciais é 
obtido por meio de um demonstrativo auxiliar, qual seja: 
 
Estoque Inicial $ XX 
+ Compras Realizadas XX 
= Estoque Disponível XX 
(-) Estoque Final (XX) 
= Custo das Mercadorias Vendidas XX 
 
 
 
 ATENÇÃO: Invariavelmente a Demonstração de Resultados constitui ferramenta gerencial de 
grande valor parao gestor financeiro. Seja no cotidiano profissional ou no ambiente 
acadêmico, as cobranças (exemplo: concursos) a esse demonstrativo é sempre destacada, 
pelo seu alcance na identificação dos resultados das empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
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43 
 
Apenas para efeito de fixação de conhecimento, partir dos conhecimentos pronunciados na 
Unidade 8, busque informações “reais” de uma empresa (pode ser uma microempresa) em 
jornais, revistas ou qualquer outra publicação e, com base no MODELO DA 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, tente montar a referida demonstração 
e apurar o resultado da empresa escolhida. 
 
 
 
 
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44 
LíquidoPatrimônio
100 x Renda de Imposto do Antes Final Lucro Próprio capital do adeRentabilid 
UNIDADE 9 
Objetivo: Responder algumas questões como: o que é um índice financeiro; como calcular 
um índice financeiro; como interpretar um índice financeiro; como utilizar um índice financeiro 
e a importância de cada um dos índices analisados. 
ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS 
Após estudar alguns demonstrativos, conveniente ver alguns indicadores, como: 
 
Rentabilidade 
A rentabilidade do capital próprio ou remuneração do capital dos proprietários 
na empresa deve ser maior que os juros de mercado, se o capital fosse 
emprestado. 
O capital próprio, como já foi visto anteriormente, é o patrimônio líquido, que é constituído de 
capital realizado, reservas de capital, de reavaliação, de lucros e prejuízos acumulados. 
Cálculo da rentabilidade do capital próprio: 
 
O cálculo da Rentabilidade do capital próprio baseando-se no capital próprio inicial, final, 
médio aritmético: 
 
 
 
 
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45 
1. Capital próprio inicial ou patrimônio líquido no início do exercício 
Sendo TRi = taxa de rentabilidade inicial 
LFa = lucro final antes do imposto de renda 
PLi = patrimônio líquido inicial 
 
2. Capital próprio final ou patrimônio líquido no final do exercício 
Sendo F = final. 
 
3. Capital próprio médio aritmético, isto é, o patrimônio líquido inicial mais o final dividido 
por dois. 
 
Endividamento total 
Demonstra o grau de endividamento do ativo com o capital de terceiros. Quanto mais 
próximo de 1, maior o endividamento com terceiros. Quanto mais próximo de Zero, significa 
uma relativa autonomia financeira ou baixo endividamento total. 
 
PLi
100 x LFa
 TRi 
F
F
PL
100 x LFa TR 
2
P P
100 x L T
LFLi
Fa
Rm


 
 
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46 
Cálculo do Endividamento Total (ET): 
Sendo o Passivo Total igual ao Passivo Circulante mais o Exigível em Longo Prazo. 
 
Garantia de Capital de Terceiros 
O capital de terceiros é representado pelo Passivo Total (circulante e exigível em longo 
prazo) que são obrigações ou dívidas. A relação entre o Patrimônio Líquido (capital próprio) e 
o Passivo Total indica a capacidade financeira da empresa de garantir as obrigações 
contraídas com terceiros. 
O cálculo: 
O resultado do GT demonstra a proporção de recursos próprios aplicados para cada unidade 
de recursos obtidos de terceiros. O GT alto corresponde a um baixo endividamento total e 
vice-versa, ou seja, um baixo GT indica um alto endividamento. 
 
 
 
Total Ativo
Total Passivo ET 
PT
PL GT
ou
Total Passivo
Líquido Patrimônio Terceiros de Capital de Garantia


 
 
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47 
Imobilização do Capital Próprio 
Os bens e direitos que compõem o ativo imobilizado devem ser financiados (é o que se 
recomenda) por recursos próprios. Ou seja, o Patrimônio Líquido deve ser plenamente 
suficiente para financiamento dos bens e direitos do Ativo Imobilizado. 
O resultado indica o percentual de recursos dos proprietários destinado aos bens e direitos 
do Ativo Imobilizado. Quanto menor for o grau de imobilização do Capital Próprio, melhor a 
posição financeira (Capital Circulante). 
Observação: quando for possível identificar os recursos obtidos de terceiros amortizáveis em 
longo prazo, aplicados na aquisição de bens e direitos do Ativo Permanente (ou seja, o 
exigível em longo prazo vinculado ao Ativo Permanente) usa-se outra fórmula, qual seja: 
 
 
 
 
PL
ELP - AP ICP 
PL
AP ICP
ou
Líquido Patrimônio
Permanente Ativo Próprio Capital do ãoImobilizaç


 
 
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48 
Liquidez Geral 
Mede a capacidade financeira da empresa (curto e longo prazos) em sentido amplo. 
 
O resultado representa a relação da capacidade financeira para cada unidade de obrigações. 
 
Indicadores de Velocidade para Análise Financeira 
ROTAÇÃO DE VALORES CIRCULANTES 
1. Rotação do Capital Circulante Líquido: número de vezes do capital circulante líquido 
em função das vendas. 
 
ELP PC
RLP AC LG 
ou
Prazo Longo a Exigível Passivo Circulante Passivo
Prazo Longo a Realizável Ativo Circulante Ativo Geral Liquidez






período) do final e (início 
Líquido Circulante Capital do Média
Brutas Vendas Líquido Circulante Capital do Rotação 
 
2
CLp CLi
VB RCL




 
 
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49 
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante 
ou 
CCL = AC - PC 
 
Observação: dividindo-se o número de dias do ano (360) pelo indicador de rotação, temos o 
prazo médio de reposição dos valores circulantes: 
Exemplo: se o grau fosse 2,53, então o prazo médio de reposição dos valores circulantes 
seria 360 / 2,53 = 142 dias para repor o capital circulante líquido. 
 O ideal é menor prazo médio e maior grau de rotação. 
 
2. Rotação do Estoque de Matérias Primas. 
 
 
rotação) de(grau r 
360 PM 
primas-matérias de estoques dos reposição de médio Prazo 
Rotação
360 PM
final prima-matéria de Estoque EMPf
inicial prima-matéria de Estoque EMPi
primas-matérias de Consumo CMP
2
EMPf EMPi
CMP REMP






 
 
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50 
A meta é um maior grau de rotação e um menor prazo médio. 
3. Rotação da produção em processo ou Rotação do Estoque de Produtos em 
Elaboração. 
 
Rotação do Estoque de Produtos em Elaboração = Custo de Produção dividido pela média 
dos Estoques de Produtos em Elaboração inicial e final. 
Meta  maior rotação e menor prazo de reposição. 
 
4. Rotação de Estoque de Produtos Elaborados 
 
2
EPCf EPCi
CP REPC


Rotação deGrau 
360 Reposição de médio) PM(prazo 
2
EPEf EPEi
CPV REPE 
Elaborados Produtos de 
Final e Inicial Estoques dos Média
Vendidos Produtos dos Custo Elaborados Produtos de Estoque de Rotação



 
 
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51 
Meta  menor prazo médio e maior grau de rotação. 
 
5. Rotação das Contas a Receber 
É a relação entre as vendas a prazo com as contas a receber. 
Vendas a prazo = Venda Total - Venda à Vista 
 VB = vendas totais 
 VV = vendas à vista 
 CRi = contas a receber inicial 
 CRf = contas a receber final 
 
 
Rotação deGrau 
dias 360 Reposição de PM 
final) e (inicial 
Receber a Contas
das Médio Saldo
Prazo a Vendas Receber a Contas das Rotação
ou
2
CRf CRi
VV - VB RCR



 
 
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52 
PM  indica o prazo médio de recebimento das contas a receber. 
 
Observação: o prazo médio de conta a receber NÃO pode ser maior do que o prazo médio 
de financiamento de vendas, pois significará que a empresa não está recebendo em dia suas 
duplicatas e há muitos inadimplentes. 
 
Cálculo do prazo médio de financiamento das vendas: 
 Vendas: Vendas a prazo: 
 30 dias  1.000 
 60 dias  2.500120 dias  3.700 
 _______________ 
 7.200 
 
 
 
Rotação deGrau 
dias 360 PM 
dias 4,17 
7.200
 1.000 x dias 30 dias 30 
 
 
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53 
 
 
Prazo Médio de Financiamento = 4,17 + 20,83 + 61,67 = 86,67 dias 
 
6. Rotação de Crédito de Fornecedores (contas a pagar) 
Calcula-se, primeiramente, a rotação para obter depois o prazo médio de crédito com 
fornecedores, isto é, o prazo médio de contas a pagar. 
 
 
 
 
dias 20,83 
7.200
2.500 x dias 60 dias 60 
dias 61,67 
7.200
3.700 x dias 120 dias 120 
esfornecedor a créditos de
final e inicial saldo o entre Média
prazo a Compras esFornecedor de Créditos de Rotação
2
CFf CFi
C RCF



 
 
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54 
O Prazo Médio: 
Meta menor grau de rotação e maior prazo médio. 
 
Observação: comparando-se o prazo médio de recebimento de contas a receber é de boa 
política financeira que o prazo médio (PM) de pagamento aos fornecedores seja maior do 
que o prazo médio (PM) de recebimento de contas a receber. 
 
Por que numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras? 
Que artifício uma empresa poderia adotar para melhorar o índice de participação de capitais 
de terceiros, sem que tenha havido aporte de capital pelos sócios, geração de lucro ou 
pagamento de dívida? 
Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de pagamento das compras e prazo 
médio de financiamento das vendas? 
Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimentos das vendas com prazo 
médio de pagamento a fornecedores? 
 
 
Rotação deGrau 
360 PM 
 
 
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55 
UNIDADE 10 
Objetivo: Cumpre retratar os métodos de análise vertical e horizontal, como contribuição na 
interpretação da estrutura e tendências dos números de uma empresa, além de conjugar 
esforços auxiliares na análise dos índices financeiros e no dimensionamento nos riscos de 
uma empresa. 
ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 
A análise financeira e de balanços impõe alguma dificuldade na sua 
compreensão, o que acaba por recomendar certo grau de maturidade ao 
contador gerencial. 
Existem vários indicadores, entretanto, o ideal é escolher alguns índices e 
quocientes, procurando compará-los de período a período com padrões 
preestabelecidos para se tentar, a partir daí, ter uma ideia mais apurada de quais problemas 
merecem uma investigação maior. 
A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e 
limitações, pois, devidamente manuseada, além de apontar os problemas, ela pode se tornar 
um poderoso painel de controle da administração. 
Os balanços, para efeito de análise, devem ser os mais resumidos possíveis, e as áreas-
problema devem ser analisadas com maior profundidade. 
A análise vertical e a horizontal devem ser utilizadas conjuntamente. Elas são mais 
detalhadas e envolvem todos os itens das demonstrações, revelando algumas dificuldades 
nas empresas. 
 
 
 
 
 
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56 
Análise Vertical (ou análise por coeficientes) 
Compara cada elemento do conjunto em relação ao total do conjunto, evidenciando a 
porcentagem de participação de cada elemento no conjunto. 
Mede a participação percentual de contas, subgrupos, ou grupos de contas em relação ao 
Ativo (ou Passivo) Total ou a Receita (Bruta ou Líquida) Total. 
Fórmula geral: 
 
Análise Horizontal (ou da evolução) 
Analisa a evolução das contas, subgrupos e grupos de contas dos Demonstrativos 
Financeiros num determinado período de tempo. 
Evolução nominal  considera a evolução da conta em relação ao período base. 
Evolução real  desconta os efeitos da inflação. 
Fórmula geral: 
 
 
 
Analítico eCoeficient 100 x 
Total Passivoou Ativo
contas de grupoou subgrupo Conta,

base)-(ano 100) (índice base-período 19X0
(ano) série da períodoqualquer 19XN
100 x 
19X0 em grupoou subgrupo conta, daValor 
19XN em grupoou subgrupo conta, daValor 


 
 
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57 
Observe através do exemplo abaixo a evolução dos grupos do ativo em relação ao Ativo 
Total: 
 
Empresa Beta S.A 
 19X6 % 19X7 % 19X8 % 19X9 % 
DISPONIBILIDADES 20 6 15 3,5 10 2 8 1,5 
RECEBÍVEIS A CURTO 90 27 85 20 20 5 22 4 
ESTOQUES 60 18 80 19 110 25 130 24 
RECEBÍVEIS A LONGO 10 3 20 5 25 6 30 6 
IMOBILIZADO 150 44 200 48 250 57 300 56 
INVESTIMENTOS 5 1 15 3,5 15 3 30 6 
MISCELÂNEOS 3 1 5 1 10 2 12 2,5 
ATIVO TOTAL 338 100 420 100 440 10
0 
532 100 
 
Observações a partir da tabela: 
 O Ativo Total teve acréscimos de 24 % entre 19X6 e 19X7. De 5 % de 19X7 a 19X8. 
De 21 % de 19X8 a 19X9; 
 Houve diminuição da participação do Disponível sobre o Ativo Total, o que pode ser 
considerado bom; 
 Os estoques sofrem acréscimo de 18 % para 19 % e para 25 % em 19X8, 
decrescendo em 19X9 para 24 %, porém acima do nível inicial. Seria recomendável 
uma investigação maior sobre o item estoques; 
 Os Recebíveis em curto prazo diminuem bastante de 19X6 a 19X7, de 27 % para 20 
% e sofrem um decréscimo brutal em 19X8, que deve ter as causas investigadas. Em 
19X9 mantêm-se baixos; 
 Em compensação, a empresa transferiu recursos para investimento em Imobilizado, 
que aumentou sua participação de 44 % em 19X6 para 48 % em 19X7 e 57 % em 
19X8, mantendo-se estável em 19X9; 
 
 
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58 
 Observa-se que a empresa está queimando investimentos em dinheiro e recebíveis 
para investir em estoques e imobilizado; 
 Essas indagações suscitadas pela análise vertical e horizontal só poderão ser melhor 
respondidas em um estágio mais avançado da análise. 
 
No demonstrativo operacional, a análise vertical cumpre sua maior utilidade: 
Empresa Beta S.A. 
DEMONSTRATIVOS OPERACIONAIS (DRs) 
 19X8 19X9 
Vendas 
 
 385 100 % 520 100 % 
(-) Custos das 
vendas 
 193 50 % 244 47 % 
= Lucro com 
mercadorias 
 192 50 % 276 53 % 
(-) Outras 
Despesas 
 
Salários 
 
80 65 % 115 65 % 
Depreciações 
 
10 8 % 15 8 % 
Impostos 
 
8 6 % 12 7 % 
Outras 
 
25 21 % 123 32 % 36 20 % 178 34 % 
= Lucro 
operacional 
 
 69 18 % 98 19 % 
(-) Despesas 
financeiras 
 10 3 % 36 7 % 
= Lucro AIR 
 
 59 15 % 62 12 % 
(-) Provisão para 
Imposto de Renda 
 9 2 % 12 2 % 
= Lucro líquido $ 50 13 % $ 50 10 % 
 
 
 
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59 
Através da análise vertical percebemos que o item Lucro Operacional se manteve e até 
melhorou o desempenho em relação à 19X8. O custo das vendas, que era 50 % das 
mesmas, diminuiu para 47 %, aumentando a participação do lucro nas vendas. Entretanto, a 
rubrica Outras Despesas aumentaram, passando de 32 % para 34 %. 
No item Despesas Financeiras, verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da 
empresa empobrecer, pelo menos no DR. Passaram de 3 % para 7 % das vendas, bastante 
alta, mas não alarmante. 
 
Quais os motivos dessa mudança? 
É preciso investigar com profundidade, para que se possa alterar. A queda nesse item afeta 
todos os demais. Por exemplo: o lucro líquido de 13 % sobre as vendas passa para 10 %. 
Assim, a análise de balanços revela mais áreas de problemas a serem investigadas do que 
soluções. Entretanto, cabe ao Contador Gerencial discernir com acuidade os fatores que 
motivaram certo comportamento e apontá-los ao Diretor Financeiro. 
Abaixo, um exemplo de análise horizontal e vertical da Empresa Alfa S.A. 
 
ANÁLISE HORIZONTAL 
Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, da Empresa Alfa S.A. 
CONTAS EXERCÍCIO x1 EXERCÍCIO x2 EXERCÍCIO 
x3 
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 1.408.625 1.522.334 
 
(-) CUSTO DE

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