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Movimento das Proteínas A síntese de todas as proteínas começa em ribossomos no citosol. Seu destino subsequente depende da sua sequência de aminoácidos, a qual pode conter sinais de endereçamento que direcionam seu envio a locais fora do citosol ou a superfícies de organelas. Algumas proteínas não possuem um sinal de endereçamento e permanecem no citosol como residentes permanentes. Muitas outras, todavia, apresentam sinais de endereçamento específicos, que direcionam seu transporte do citosol ao núcleo, ao RE, às mitocôndrias, aos plastídios ou aos peroxissomos; os sinais de endereçamento também podem orientar o transporte de proteínas do RE a outros destinos na célula. ✓ Transporte Fechado/Controlado por comportas: proteínas e moléculas de RNA se movimentam entre o citosol e o núcleo através de complexos do poro nuclear no envelope nuclear. Os complexos do poro nuclear funcionam como canais seletivos que auxiliam o transporte ativo de macromoléculas específicas e conjuntos macromoleculares entre os dois espaços equivalentes topologicamente, embora também permitam a difusão livre de pequenas moléculas. ✓ Transporte Transmembrana/ Translocação: translocadores de proteínas transmembrana transportam diretamente proteínas específicas através da membrana do citosol para um espaço que é topologicamente diferente. A molécula de proteína transportada em geral precisa desdobrar-se para passar pelo translocador. O transporte inicial das proteínas selecionadas do citosol para o lúmen do RE ou para a mitocôndria, por exemplo, ocorre dessa forma. ✓ Transporte Vesicular: intermediários de transporte envoltos por membrana levam proteínas de um compartimento topologicamente equivalente a outro. As vesículas e os fragmentos de transporte são carregados com uma leva de moléculas derivadas do lúmen de um compartimento à medida que se desprendem da sua membrana; o conteúdo é descarregado em um segundo compartimento por fusão com a membrana que o envolve. A transferência de proteínas solúveis do RE ao aparelho de Golgi, por exemplo, ocorre dessa maneira. Devido ao fato de as proteínas transportadas não cruzarem uma membrana, o transporte vesicular pode mover proteínas somente entre compartimentos topologicamente equivalentes. SEQUÊNCIAS-SINAL E RECEPTORES • A proteína segue uma via específica, guiada por sinais de endereçamento em sua sequência de aminoácidos, que funcionam como sequências-sinal, ou regiões-sinal. • Os sinais de endereçamento são reconhecidos pelos receptores de endereçamento complementares que entregam a proteína à organela-alvo apropriada, onde os receptores descarregam suas cargas. • As proteínas com função citosólica não contêm sinais de endereçamento e permanecem no citosol depois de serem sintetizadas. TRANSPORTE VIA COMPLEXOS DO PORO NUCLEAR (NPCs) • Citosol Núcleo • O envelope nuclear consiste em duas membranas penetradas pelos complexos do poro nuclear. • O tráfego é bidirecional e seletivo • Cada NPC é composto de um conjunto de cerca de 30 diferentes proteínas, ou nucleoporinas. • Pequenas moléculas se difundem passivamente através dos NPCs, porém grandes macromoléculas são ativamente transportadas. • Proteínas maiores → sinal de localização nuclear (NLS), sinais de endereçamento responsáveis pela seletividade desse processo nuclear. • A sequência sinal não é clivada nas proteínas nucleares. • Proteínas são transportadas enoveladas. • Diversas proteínas nucleares são sintetizadas no citosol e têm que ser transportadas para o núcleo. • Receptores ajudam a direcionar a proteína por interação com as nucleoporinas. • O transporte macromolecular pelos NPCs é fundamentalmente diferente do transporte de proteínas pelas membranas das outras organelas, pois ocorre por um grande e expansível poro aquoso, em vez de usar uma proteína transportadora. • Para iniciar a importação nuclear, a maioria dos sinais de localização nuclear deve ser reconhecida pelos receptores de importação nuclear, algumas vezes chamados de importinas. • Os receptores de importação são proteínas citosólicas solúveis que se ligam tanto no sinal de localização nuclear da proteína-carga quanto nas sequências repetidas fenilalanina– glicina (FG), NPC. • A exportação de grandes moléculas do núcleo se baseia nos sinais de exportação nuclear nas macromoléculas a serem exportadas, assim como nos receptores de exportação nuclear complementares, ou exportinas. • Os receptores ligam-se tanto ao sinal de exportação quanto às proteínas NPC para guiar sua carga através do NPC ao citosol. • A GTPase Ran fornece tanto energia quanto direcionalidade para o transporte através dos NPCs • A localização diferencial de Ran-GTP no núcleo e de Ran-GDP no citosol propicia direcionalidade (setas vermelhas) tanto para a importação nuclear (A) quanto para a exportação nuclear (B). • A hidrólise de GTP para produzir Ran-GDP é mediada por Ran-GAP no lado citosólico do NPC. TRANSPORTE POR TRANSLOCADORES Mitocôndrias • Citosol Mitocôndria • A translocação para dentro da mitocôndria depende de sequências-sinal e de translocadores de proteína. • Proteínas mitocondriais são primeiro totalmente sintetizadas como proteínas precursoras mitocondriais no citosol e então translocadas para a mitocôndria por um mecanismo pós-traducional. • Cada sub-compartimento da mitocôndria contém um conjunto distinto de proteínas → o transporte a um sítio específico na organela requer outra sequência sinal. • Proteínas são importadas desenoveladas • Complexos proteicos atuam como translocadores de proteínas fazendo a mediação do movimento de proteínas através das membranas mitocondriais. • O complexo SAM, atua na maquinaria, montagem e endereçamento; OXA, atividade do citocromo oxidase; TOM transfere proteínas através da membrana externa, e dois complexos TIM (TIM23 e TIM22) transferem proteínas através da membrana interna. Importação de proteína pelas mitocôndrias A sequência-sinal N-terminal da proteína precursora mitocondrial é reconhecida pelos receptores do complexo TOM. A proteína é então translocada através do complexo TIM23, atravessando transitoriamente ambas as membranas mitocondriais. A sequência-sinal é clivada por uma peptidase-sinal no espaço da matriz, para formar a proteína madura. A sequência-sinal livre é então rapidamente degradada. • O transporte direcional requer energia, que, na maioria dos sistemas biológicos, é suprida pela hidrólise de ATP. • A importação de proteínas para a mitocôndria é sustentada pela hidrólise de ATP em dois sítios diferentes, um fora da mitocôndria e um no espaço da matriz. 1. A chaperona hsp70 citosólica ligada é liberada da proteína precursora em uma etapa que depende da hidrólise de ATP. Após a inserção inicial da sequência-sinal e das porções adjacentes da cadeia polipeptídica no canal de translocação do complexo TOM, a sequência-sinal interage com o complexo TIM. 2. A sequência-sinal é então translocada para o espaço da matriz em um processo que necessita da energia de um potencial de membrana através da membrana interna. 3. A hsp70 mitocondrial, que é parte de um importante complexo ATPase, liga-se a regiões da cadeia polipeptídica que ficam expostas no espaço da matriz, puxando a proteína através do canal de translocação, usando a energia da hidrólise do ATP. TRANSPORTE POR TRANSLOCADORES Peroxissomos • Os peroxissomos utilizam oxigênio molecular e peróxido de hidrogênio para realizar reações oxidativas. • A principal função das reações oxidativas realizadas nos peroxissomos é a quebra de moléculas de ácido graxo. O processo denominado b-oxidação encurta as cadeias dos ácidosgraxos convertendo- os emacetil-coA. • Além disso, a água oxigenada (H2O2) é utilizada para oxidar e eliminar as substâncias tóxicas na célula, em uma reação metabolizada pela enzima catalase. • Defeito na importação de proteínas para os peroxissomos → síndrome de Zellweger • Uma sequência específica de três aminoácidos (Ser- Lys-Leu) localizados na região C-terminal de muitas proteínas dos peroxissomos atua como um sinal de importação. TRANSPORTE POR TRANSLOCADORES Retículo Endoplasmático • O RE tem um papel central na biossíntese de lipídeos e proteínas, servindo também como um local de armazenamento intracelular de Ca2+ que é usado em muitas respostas de sinalização celular. • A membrana do RE é o sítio de produção de todas as proteínas transmembrana e lipídeos para a maioria das organelas celulares, incluindo o próprio RE, o aparelho de Golgi, os lisossomos, os endossomos, as vesículas secretoras e a membrana plasmática. • As células de mamíferos começam a importação de proteínas para o RE antes da síntese completa da cadeia polipeptídica – isto é, a importação é um processo cotraducional. • No transporte cotraducional, o ribossomo que está sintetizando a proteína está diretamente aderido à membrana do RE, permitindo que uma ponta da proteína seja translocada para o RE enquanto o restante da cadeia polipeptídica está sendo sintetizado. Translocação cotraducional e pós-traducional de proteínas. (A) Os ribossomos ligam-se à membrana do RE durante a translocação cotraducional. (B) Ao contrário, os ribossomos citosólicos completam a síntese de proteínas e as liberam antes da translocação pós-traducional. Em ambos os casos, a proteína é direcionada para o RE por uma sequência-sinal (vermelho e laranja). • O RE captura proteínas selecionadas do citosol assim que elas são sintetizadas. • RE importa dois tipos de proteínas: ✓ Proteínas transmembrana → embutidas na membrana → MP do RE e outras organelas ✓ Proteínas hidrossolúveis → liberadas no lúmen do RE → secreção/RE ou outra organela TRANSLOCAÇÃO DE PROTEÍNAS SOLÚVEIS • Quando a sequência-sinal do RE emerge dos ribossomos, ela direciona os ribossomos para um translocador na membrana do RE, que forma um poro na membrana através do qual o polipeptídeo é translocado. • A sequência-sinal é retirada durante a tradução por uma peptidase-sinal, e a proteína madura é liberada para o lúmen do RE imediatamente após ser sintetizada. • O translocador permanece fechado até que o ribossomo tenha se ligado, mantendo a barreira de permeabilidade da membrana do RE em todos os momentos. • A sequência-sinal do RE é guiada à membrana do RE por, pelo menos, dois componentes: uma partícula de reconhecimento de sinal (SRP), que circula entre a membrana do RE e o citosol e liga-se à sequência-sinal, e um receptor SRP na membrana do RE. • A SRP e seu receptor agem em conjunto. • A SRP liga-se à sequência-sinal do RE exposta e ao ribossomo, induzindo, portanto, uma pausa na tradução. • O receptor SRP na membrana do RE, liga-se ao complexo SRP-ribossomo e direciona-o ao translocador. Em uma reação pouco conhecida, a SRP e seu receptor são então liberados, deixando o ribossomo ligado ao translocador na membrana do RE. • O translocador insere a cadeia polipeptídica na membrana e a transfere através da bicamada lipídica. • Uma vez que uma das proteínas SRP e ambas as cadeias do receptor SRP contêm domínios de ligação a GTP, supõe-se que as mudanças conformacionais que ocorrem durante os ciclos de ligação e hidrólise do GTP garantam que a liberação de SRP ocorra somente após o ribossomo estar adequadamente associado ao translocador na membrana do RE. • O translocador permanece fechado até que o ribossomo tenha se ligado, mantendo a barreira de permeabilidade da membrana do RE em todos os momentos. TRANSLOCAÇÃO DE PROTEÍNAS TRANSMEMBRANA De Passagem ÚNICA • Como uma proteína transmembrana de passagem única, com a sequência-sinal do RE clivada, é integrada na membrana do RE. • Translocação parcial das proteínas • Proteína de membrana do tipo I • Nessa proteína, o processo de translocação cotraducional é iniciado pela sequência-sinal N- terminal do RE (vermelho) que funciona como um sinal de início de transferência, abrindo o translocador. • A proteína também contém uma sequência de parada de transferência (laranja); • Quando a sequência de parada entra no translocador e interage com o sítio de ligação dentro do poro, o translocador abre na fenda e descarrega a proteína lateralmente na bicamada lipídica, onde a sequência de parada de transferência permanece para ancorar a proteína na membrana. De Passagem MÚLTIPLA • Pode haver mais de uma sequência e início e de parada de transferência • Proteína de membrana do tipo IV • Nessa proteína, uma sequência-sinal interna do RE atua como um sinal de início da transferência e inicia a transferência da porção C-terminal da proteína. • No mesmo ponto, após uma sequência de parada da transferência ter penetrado o translocador, este libera a sequência lateralmente na membrana. TRANSPORTE POR VESÍCULAS • As vesículas transportadoras brotam continuamente de uma membrana e se fundem com outra, carregando componentes de membrana e moléculas solúveis do lúmen, que são referidos como carga. • Permitem que a célula secrete, alimente-se e remodele sua membrana plasmática e organelas. • A via secretora direciona-se para fora, a partir do retículo endoplasmático (RE) na direção do aparelho de Golgi e da superfície celular, com uma via lateral levando aos Lisossomos • A via endocítica direciona-se para dentro, a partir da membrana plasmática. REVESTIMENTO DAS VESÍCULAS • Vesículas transportadoras se formam a partir de regiões revestidas especializadas das membranas, como vesículas revestidas que possuem grades distintas de proteínas cobrindo as suas superfícies citosólicas. • As vesículas de transporte podem ser esféricas, tubulares ou de formatos irregulares. • Funções do revestimento: ✓ Dar forma à vesícula – parte externa ✓ Auxilia na captura da molécula a ser transportada – parte interna • 3 tipos de revestimento: ✓ Clatrina – intermedeiam o transporte a partir do aparelho de Golgi e da membrana plasmática ✓ COPI ✓ COPII • O revestimento é desfeito antes que a vesícula se fusione com a membrana-alvo apropriada. Uso de diferentes revestimentos para etapas diferentes do transporte de vesículas. Diferentes proteínas de revestimento selecionam diferentes cargas e dão forma às vesículas de transporte que medeiam as várias etapas das vias biossintética secretora e endocítica. Quando os mesmos revestimentos funcionam em diferentes locais da célula, eles normalmente incorporam diferentes subunidades proteicas que modificam as suas propriedades. Muitas células diferenciadas possuem vias adicionais como uma via de classificação/distribuição a partir da rede trans de Golgi até a superfície apical das células epiteliais, e uma via especializada na reciclagem das proteínas das vesículas sinápticas nas terminações nervosas de neurônios. • As vesículas perdem o revestimento e se fundem umas às outras para formar agrupamentos tubulares de vesículas. Intermedeiam o transporte a partir do RE e das cisternas de Golgi • Os agrupamentos então se movem para o aparelho de Golgi, onde se fusionam uns aos outros para formar a rede cis de Golgi. • Qualquer proteína residente no RE que escape do RE é devolvida para lá pelos agrupamentos tubulares de vesículas e do aparelho de Golgi pelo transporte retrógrado em vesículas revestidas por COPI. • O aparelho de Golgi, diferentemente do RE, contém muitos nucleotídeos de açúcares, que as enzimasglicosiltransferases utilizam para glicosilar moléculas de lipídeo e proteína à medida que passam através do aparelho de Golgi. • O aparelho de Golgi modifica as várias proteínas e lipídeos que recebe do RE e, então, os distribui para a membrana plasmática, os lisossomos e as vesículas secretoras. • O aparelho de Golgi é uma organela polarizada, que consiste em uma ou mais pilhas de cisternas em forma de disco. Cada pilha é organizada como uma série de pelo menos três compartimentos funcionalmente distintos, chamados cisternas cis, média e trans. As cisternascis e trans são conectadas a estações especiais de seleção, chamadas de rede cis de Golgi e rede trans de Golgi respectivamente. • As proteínas e os lipídeos movem-se através da pilha de Golgi em uma direção cis-para-trans. Esse movimento pode ocorrer por transportevesicular, pela maturação progressiva das cisternas cis à medida que migram de modo contínuo através das pilhas ou, mais provavelmente, por uma combinação dos dois mecanismos. • Acredita-se que o transporte vesicular retrógrado contínuo de cisternas de cima para cisternas mais abaixo mantém as enzimas concentradas onde são necessárias. • As novas proteínas concluídas terminam na rede trans de Golgi, que as empacota em vesículas de transporte para despachá-las a seus destinos específicos na célula.
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