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Prof. Me. Robson Vieira UNIDADE I Governança Corporativa O tema governança corporativa surgiu voltado para as grandes organizações de capital aberto e evoluiu abrangendo sociedades de capital fechado, pequenas e médias empresas, organizações estatais e organizações do terceiro setor. Segundo Vidigal ([s.d.]), o termo “governança corporativa” é uma má tradução da expressão inglesa “corporate governance”. A origem é o verbo latino “gubernare”, que quer dizer “governar”, ou “dirigir”, “guiar”. O significado, meio vago, é o sistema pelo qual os acionistas de uma empresa (“corporation” em inglês) “governam”, ou seja, tomam conta, de sua empresa (VIDIGAL, [s.d.]). Governança corporativa Em Portugal, o Instituto Português de Corporate Governance utiliza o termo Governo das Sociedades, de acordo com o código elaborado como instrumento de promoção de boas práticas de governo societário, com a finalidade de aproximar Portugal do padrão internacional de corporate governance. A governança corporativa está ligada ao relacionamento dos integrantes no nível estratégico (executivos, conselheiros e acionistas), seu compromisso com a sustentabilidade, princípios éticos na condução dos negócios e transparência com as partes interessadas, bem como à tomada de decisão, pela cúpula da organização, que maximiza a geração de valor de longo prazo para o negócio, visando à perenidade da organização. Governança corporativa A organização é um conjunto de pessoas que, fazendo uso de métodos e de recursos materiais e patrimoniais, busca determinados resultados balizados por um conjunto de princípios, crenças e valores. Governança corporativa Fonte: Adaptado de Santos (2008). Meio Ambiente Contextual Meio Ambiente Transacional Meio Ambiente Interno Economia EcologiaPolítica Fornecedores Stakeholders Recursos FinanceirosRecursos Organizacionais Recursos Materiais e TecnológicosRecursos Humanos Clientes Concorrência Tecnologia Demografia Cultura S o c ie d a d e L e is OutputsProcesso Inputs Matéria-prima RH Financeiros Tecnologia Informação Atividade dos trabalhadores Atividade de gestão Tecnologia e métodos de produção Produto/serviço Resultados Informação Resultados humanos Segundo Andrade e Rossetti (2011, p. 26): Organizações multilaterais, como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – grupo das 34 mais avançadas economias industriais do mundo –, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, além de outras instituições multinacionais, como o G8, veem nos princípios da governança corporativa uma base sólida para o crescimento econômico e para a integração global de mercados. Governança corporativa De acordo com Silveira (2010, p. 2), os mecanismos de governança são necessários em qualquer organização em consequência de três potenciais problemas na cúpula: conflito de interesses, limitações técnicas individuais e vieses cognitivos. De acordo com Silveira (2010, p. 2): Conflito de interesses: possiblidade de que as pessoas com poder de decisão escolham ações que maximizem seu bem-estar pessoal ou daqueles que as elegeram, em detrimento da melhor escolha (resultados) para a organização. Potencial de ocorrência: empresas com alta dispersão acionária, quando executivos tomam decisões com objetivo de maximizar os resultados de suas carreiras em detrimento do valor da companhia e empresas com alta concentração acionária, quando um acionista ou grupo de controle toma decisões com a finalidade de maximizar seu resultado individual. Governança corporativa Limitações técnicas individuais: Decisões concentradas em uma única pessoa. Potencial de ocorrência: Muito provável que ela não possua todos os conhecimentos técnicos necessários para as decisões-chave, tais como as de investimento, financiamento, marketing e posicionamento estratégico. Prevenção: Mecanismos de governança como um conselho de administração qualificado, reunindo pessoas com diferentes formações e experiências, poderiam levar os empreendedores a tomar melhores decisões. Governança corporativa Vieses cognitivos: Há uma linha de pesquisa aplicada para demonstrar os principais vieses aos quais todos estão sujeitos de tomar decisões equivocadas. Tanto os aspectos de “ética” quanto de “qualificação” podem reduzir equívocos, mas há vieses que podem influenciar a tomada de decisão. Silveira (2010, p. 2) apresenta, como exemplo, um empresário que, otimista com seu negócio, aprove planos de expansão arriscados para sua empresa. O otimismo, aqui, gera um viés indevido na tomada de decisão. Governança corporativa Andrade e Rossetti (2011, p. 142) classificam as definições sobre governança corporativa em quatro grupos, sustentados em um sistema de valores: Guardiã de direitos das partes com interesses em jogo nas empresas; Sistema de relações pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas; Estrutura de poder que se observa no interior das corporações; e Sistema normativo que rege as relações internas e externas das empresas. Governança corporativa Ausência Problema Para o G8, “[...] a governança corporativa é um dos mais novos e importantes pilares da arquitetura econômica global” (ANDRADE; ROSSETTI, 2011, p. 26). A governança corporativa é o sistema que dá sustentação às companhias na tomada de decisão organizacional oportuna, com transparência e integridade, considerando os pontos de vista de acionistas, bem como de clientes, empregados, comunidades locais e outras partes interessadas O propósito da governança corporativa é facilitar o gerenciamento empreendedor, efetivo e prudente, que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. Governança corporativa O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), principal referência no Brasil neste tema, assim a define: Governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando o seu acesso a recursos e contribuindo para sua longevidade (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2009, p. 19). Governança corporativa A governança corporativa cria um clima de negócios mais saudável e assegura o risco investido, reduzindo o risco do retorno de investimento, é natural que empresas menos arriscadas tornem-se mais valorizadas com “ágio de governança” decorrente da combinação “menor risco”, “maior retorno”. Benefícios externos: Maior facilidade de captação de recursos: práticas de boa governança tornam-se mais atraentes para investidores; Redução do custo de capital: o aumento da demanda de investidores influencia na redução do custo de capital, tanto próprio – ações – quanto de terceiros – debêntures, bônus e empréstimos de longo prazo. Governança corporativa Benefícios internos: aprimoramento do processo decisório dos dirigentes. Entre eles, destacam-se: Separação mais clara de papéis entre acionistas, conselheiros e executivos, especialmente em empresas de controle familiar; Aprimoramento do processo decisório da alta gestão, com definição mais clara dos responsáveis pelas etapas de iniciação (geração de ideias), aprovação, implementação e monitoramento (avaliação dos resultados vis-à-vis às metas com estabelecimento de recompensas ou punições); Aprimoramento dos mecanismos de avaliação de desempenho e recompensa dos executivos, incluindo a estruturação de pacotes de remuneração mais adequados; Diminuição da probabilidade de fraudes em decorrência do melhor gerenciamento dos riscos e do aprimoramento doscontroles internos; Maior institucionalização (menor dependência de pessoas específicas) e maior transparência perante os stakeholders (partes interessadas). Governança corporativa Claessens (2003 apud SILVEIRA, 2010, p. 10) resume cinco caminhos pelos quais a governança pode fomentar o crescimento e desenvolvimento econômico: Aumento do acesso ao capital externo pelas empresas, levando a um maior investimento, crescimento e geração de empregos. Diminuição do custo de capital, com aumento do valor das companhias e, consequentemente, da sua atratividade perante novos investidores. Melhor desempenho operacional das empresas, decorrente de melhores processos decisórios, levando à melhor alocação de recursos. Redução dos riscos de crises financeiras (que sempre ocasionam grandes prejuízos econômicos e sociais). Melhor tratamento dos stakeholders, gerando melhores relacionamentos sociais trabalhistas e ambientais (SILVEIRA, 2010, p. 10). Governança corporativa Andrade e Rossetti (2011) destacam que organizações multilaterais, como as Nações Unidas – ONU e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) veem as boas práticas de governança como pilares da arquitetura econômica global e um dos sistemas do desenvolvimento sustentável em suas três dimensões – a econômica, a ambiental e a social. Governança corporativa Qual o propósito da governança corporativa? a) Facilitar o gerenciamento empreendedor, efetivo e prudente que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. b) Facilitar o gerenciamento conservador, efetivo e prudente que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. c) Facilitar o gerenciamento não prudente que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. d) Facilitar o gerenciamento não efetivo que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. e) Facilitar o gerenciamento empreendedor, efetivo e prudente que conduza ao sucesso de curto prazo da organização. Interatividade Resposta Qual o propósito da governança corporativa? a) Facilitar o gerenciamento empreendedor, efetivo e prudente que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. b) Facilitar o gerenciamento conservador, efetivo e prudente que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. c) Facilitar o gerenciamento não prudente que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. d) Facilitar o gerenciamento não efetivo que conduza ao sucesso de longo prazo da organização. e) Facilitar o gerenciamento empreendedor, efetivo e prudente que conduza ao sucesso de curto prazo da organização. O IBGC, organização sem fins lucrativos e, no Brasil, principal referência para o desenvolvimento das melhores práticas de governança corporativa, desde 1995 estuda os conceitos e mecanismos voltados para a proposição de boas práticas de governança corporativa e influencia os agentes da sociedade “no sentido de mais transparência, justiça e responsabilidade” (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2009). Governança corporativa: conceitos e terminologias Segundo Rosseti (2010), a metodologia dos 8 Ps é usada para auxiliar na aplicação efetiva das melhores práticas de governança corporativa nas empresas. Os 8 Ps da governança corporativa são: Propriedade; Princípios; Propósitos; Papéis; Poder; Práticas; Pessoas; Perenidade. Governança corporativa: conceitos e terminologias 1. Propriedade Aqui o mais importante é saber como o capital social está distribuído e organizado. O jogo dentro de cada uma dessas empresas é diferente um do outro. Podem ser elas: de capital misto, aberto ou fechado, familiar, consorciada, estatal, anônima etc. O que a metodologia de governança empresarial mede nessa instância? Coesão entre os acionistas; Sucessão; Blindagem societária. Governança corporativa: conceitos e terminologias 2. Princípios Os princípios são a base da ética na governança organizacional. São os donos que determinam a hierarquia de princípios que vai valer dentro da sua empresa. O ideal é que os princípios sejam internamente compartilhados e externamente aceitos por todos. Governança corporativa: conceitos e terminologias 3. Propósitos Os propósitos e valores nos remetem à qualidade e à consistência de um planejamento estratégico. O que se mede aqui é o alinhamento entre missão, visão e os planos táticos de uma empresa. Governança corporativa: conceitos e terminologias 4. Papéis O importante é entender a segregação de papéis dentro de uma organização. O que faz um conselho de administração e uma diretoria executiva, e como essas atribuições e funções são desdobradas internamente. Quando a distribuição de papéis não está clara dentro de uma empresa, significa que a estrutura de poder está corrompida. Governança corporativa: conceitos e terminologias 5. Poder Quando falamos de poder, é preciso analisar a questão do autoritarismo x autoridade. O mais importante em uma estrutura de poder é que as lideranças sejam legitimadas pelo público interno. Governança corporativa: conceitos e terminologias 6. Práticas As boas práticas de governança corporativa estão relacionadas com dois fatores principais: Data Driven: traduzindo ao pé da letra significa “Dados Dirigidos” e quer dizer que tudo o que uma empresa faz e decide tem embasamento em dados. (GRC) Governança, Risco e Compliance: visa garantir a integração dos processos dentro de uma organização, fazendo com que a estratégia de negócios aconteça de forma unificada e transparente, em conformidade com as políticas corporativas, leis e regulamentações, minimizando riscos. O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido. Governança corporativa: conceitos e terminologias 7. Pessoas O objetivo é medir a qualidade do RH e dos processos de Recursos Humanos. O clima organizacional é mapeado e desdobrado em todos os níveis hierárquicos. A cultura organizacional é fator-chave para o sucesso. Governança corporativa: conceitos e terminologias 8. Perenidade O objetivo das empresas, na esmagadora maioria dos casos, é se manter em operação, ativas e crescendo sua participação nos mercados em que atuam. Governança corporativa: conceitos e terminologias Exemplos de governança corporativa no Brasil Petrobras adotou medidas enérgicas de governança corporativa. Assim, a empresa recuperou sua credibilidade, ao mesmo tempo seu patrimônio e lucratividade. Nestlé: vencedora do Prêmio Compliance Brasil em Segurança de Alimentos. Grupo Fleury: premiado duas vezes pelo IBCG por suas práticas de governança corporativa. Governança corporativa: conceitos e terminologias Governança corporativa: conceitos e terminologias Fonte: http://governancacorporativa.com. O TRIÂNGULO BÁSICO: PROPRIETÁRIOS-CONSELHO-DIRETORIA Máximo retorno total dos investimentos: Dividendos. Crescimento do valor da companhia. Capital investido Poder e capacidade de influência. Expectativa de resultado. Guidelines para os negócios. Representação fiduciária: Guardião dos valores corporativos. Zelo pelos interesses dos investidores. Otimização de retorno total dos proprietários PROPRIETÁRIOS DIRETORIA EXECUTIVA CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO(Alinhamento presidente-gestores) (Interação construtiva) (Princípios e propósitos empresariais alinhados) Proposição e formulação de estratégias e políticas. Relatórios confiáveis de desempenho. Avaliação do desempenho. Direcionamento, homologação e monitoramento das estratégias e das políticas corporativas. Governança corporativa: conceitos e terminologias Fonte: http://governancacorporativa.com. PROPRIEDADE ASSEMBLEIA GERAL CONSELHO FISCAL CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO COMITÊS TÉCNICOS COMITÊ DE AUDITORIA AUDITORIA INDEPENDENTE Acionistascontroladores e minoritários Acionistas Partes interessadas Conselheiros externos independentes Remuneração, Auditoria, Finanças, Estratégia, RH, TI Expectativas e grandes diretrizes/ estratégias para os negócios e a gestão Diretrizes para os negócios Políticas Suporte Resultados Resultados e informações UNIDADES DE NEGÓCIO DIREÇÃO EXECUTIVA AUDITORIA INTERNA UNIDADES DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS Apoios para o desenvolvimento de negócios Qual a principal referência para o desenvolvimento das melhores práticas de governança corporativa desde 1995 no Brasil? a) IBGC. b) ABNT. c) ANS. d) Inmetro. e) Bovespa. Interatividade Qual a principal referência para o desenvolvimento das melhores práticas de governança corporativa desde 1995 no Brasil? a) IBGC. b) ABNT. c) ANS. d) Inmetro. e) Bovespa. Resposta Governança corporativa – Modelo MEG – Excelência em gestão Fonte: https://fnq.org.br/sobre-o-meg. APRENDIZADO ORGANIZACIONAL E INOVAÇÃO A P R E N D IZ A D O O R G A N IZ A C IO N A L E I N O V A Ç Ã O APRENDIZADO ORGANIZACIONAL E INOVAÇÃO A P R E N D IZ A D O O R G A N IZ A C IO N A L E I N O V A Ç Ã O ADAPTABILIDADE PENSAMENTO SISTÊMICO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL LIDERANÇA TRANSFORMADORA COMPROMISSO COM AS PARTES INTERESSADAS GERAÇÃO DE VALOR ORIENTAÇÃO POR PROCESSOS Fundamentos que possuem relação, em algum grau, com a governança corporativa: Liderança transformadora: atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar, realizadora e com constância de propósito, estimulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização, explorando as potencialidades das culturas presentes, preparando líderes e interagindo com as partes interessadas. Responsabilidade social: dever da organização de responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade no meio ambiente, e de contribuir com a melhoria das condições e vida, por meio de um comportamento ético e transparente, visando ao desenvolvimento sustentável. Geração de valor: alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência, e que atendam às necessidades das partes interessadas. Governança corporativa – Modelo MEG Consciência ética. Criação do Comitê de Ética. Composto pelos diretores de Ouvidoria, Auditoria, Recursos Humanos. Realização de pesquisa sobre Ética e Ouvidoria. A abertura do canal direto com o ouvidor. Criação dos reportes periódicos ao Conselho de Administração, aos diretores e aos empregados, conferindo maior transparência nos procedimentos. Governança corporativa – Ouvidoria Organização precisa contemplar em seu sistema de governança um processo para levantamento e mapeamento de riscos, bem como estabelecer mecanismos de proteção, prevenção e ação, em caso de ocorrência. O risco envolve a probabilidade de ocorrência de um evento frente aos impactos que tal ocorrência pode causar. Uma das metodologias adotadas para esse fim é a proposta pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission – Coso. Governança corporativa – Coso Governança corporativa – Matriz de risco Fonte: https://ferramentasdaqualidade.org/matriz-de-riscos-matriz-de-probabilidade-e-impacto. Alta Média Baixa Baixa Baixa Baixa Média Média Média Alta Alta Alta P ro b a b il id a d e Insignificante Moderado Catastrófico Impacto Governança corporativa – Matriz de risco Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Exemplo-de-Matriz-de-Risco_fig27_329881640. Probabilidade Muito alta Alta Moderada Baixa Muito baixa Consequência Catastrófica Grave Moderada Marginal Desprezível Risco muito elevado Risco alto Risco moderado Risco baixo Risco muito baixo Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2009, p. 67), “Há conflito de interesses quando alguém não é independente em relação à matéria em discussão e pode influenciar ou tomar decisões motivadas por interesses distintos daqueles da organização”. Governança Corporativa e Requisitos das Partes Interessadas A abordagem das partes interessadas ou stakeholders integra, nas organizações, diversas atividades, considerando não somente as partes interessadas, mas também suas expectativas e necessidades. Governança corporativa – Melhores práticas Os stakeholders legitimam-se por serem grupos sem os quais as empresas deixariam de existir e pelo seu compromisso com a sobrevivência, o crescimento e a continuidade das empresas. [...] A abordagem de governança sharehold oriented está fundamentada na legitimidade dos direitos dos proprietários [...] e a abordagem de governança stakeholders oriented alinha-se à concepção da empresa como um feixe de contratos, com múltiplos interesses envolvidos. A tendência mundial é de convergência para modelos shareholders oriented, mas com administração estratégica dos interesses dos demais stakeholders (ANDRADE; ROSSETTI, 2011, p. 149). Governança corporativa – Stakeholders/shareholders Governança corporativa – Stakeholders Fonte: www.portal-administração.com. FORNECEDORES GOVERNOS COMUNIDADE LOCAL PROPRIETÁRIOS DEFESA DO CONSUMIDOR CLIENTES OUTROS (EVENTUAIS) GRUPOS ESPECÍFICOS DEFESA DO AMBIENTE EMPREGADOS MÍDIAS CONCORRENTES EMPRESA Governança corporativa – Shareholders Fonte: https://slideplayer.com. br/slide/359006/ Modelos de Governança Corporativa Modelos Dimensões diferenciadoras SHAREHOLDER Origem anglo-saxônica. Objetivos mais estritamente vinculados aos interesses dos acionistas: valor, riqueza e retorno. Indicadores de desempenho centrados em demonstrações patrimoniais e financeiras. Crescimento, riscos e retornos corporativos: avaliações e aferições essenciais. STAKEHOLDER Origem nipo-germânica. Conjunto ampliado de interesses: geração abrangente de valor. Leque mais aberto de atores: integrados no foco corporativo. Amplo conjunto de indicadores de desempenho. Além dos resultados patrimoniais e financeiros (que se mantêm essenciais), olhos voltados também para a responsabilidade social e cidadania corporativa: enfatizadas e avaliadas. Quais os fundamentos que possuem relação com a governança corporativa? a) Responsabilidade social, liderança transformadora e geração de valor. b) Lucro, aumentos dos investimentos e geração de valor. c) Geração de valor, investimentos em ações, responsabilidade social. d) Investimentos em tecnologia, lucro e liderança transformadora. e) Prejuízos acumulados, lucro e geração de valor. Interatividade Quais os fundamentos que possuem relação com a governança corporativa? a) Responsabilidade social, liderança transformadora e geração de valor. b) Lucro, aumentos dos investimentos e geração de valor. c) Geração de valor, investimentos em ações, responsabilidade social. d) Investimentos em tecnologia, lucro e liderança transformadora. e) Prejuízos acumulados, lucro e geração de valor. Resposta A preocupação com o alinhamento estratégico e a reputação das empresas tem feito muitos gestores se interessarem mais por compliance e governança corporativa. O compliance busca garantir que a organização esteja agindo dentro da ética e das normas vigentes, a governança corporativa procura manter o alinhamento entre os interesses de executivos e acionistas. A governança corporativa deve levar em consideração quatro princípios norteadores: Governança corporativa – Compliance Transparência: a organização deve ser transparente em suas ações e agir com integridade e ética, de modo que os stakeholders possam ter acesso a todas as tomadas de decisões e saber como está o andamento dos processos. Equidade: qualquer que seja o cargo ou o nível de participação na empresa, todos os profissionaisdevem ser tratados de forma equânime. Prestação de contas (accountability): todas as atividades da administração devem ser comunicadas na prestação de contas aos stakeholders periodicamente. Responsabilidade corporativa: toda organização tem responsabilidade sobre os sistemas em que está incluída. O ecossistema ambiental, por exemplo, deve ser respeitado e preservado, especialmente por empresas ligadas à exploração de recursos naturais. Governança corporativa – Compliance Compliance é um termo em inglês que vem do verbo “to comply”, que significa “cumprir”, “estar em conformidade”. Assim, no âmbito dos negócios, compliance refere-se à prática de agir de acordo com as diretrizes estabelecidas na legislação vigente, ou seja, cumprir com as leis e normas a que está submetida, tantos as externas quanto as internas. O compliance pode levar em consideração: As normas trabalhistas; As normas ambientais; As normas regulatórias; As normas contábeis; A ISO 9000; A Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013); O código de conduta da organização. Governança corporativa – Compliance Desenvolver, documentar e distribuir um código de conduta interno; Indicar um profissional responsável ou um comitê de compliance para dirigir o programa; Oferecer treinamento adequado sobre as políticas, procedimentos e padrões de conduta internos e externos; Disponibilizar canais de comunicação confiáveis, viabilizando e encorajando denúncias anônimas; Realizar auditorias internas; Responder prontamente a riscos e implementar ações para corrigir non-compliances. Governança corporativa – Compliance – Práticas Conceitos de compliance e governança corporativa têm a ver com a ética. Tanto a governança corporativa, que busca evitar conflitos de interesses, quanto o compliance, que controla o cumprimento das leis e padrões a que a empresa se sujeita, compartilham do mesmo objetivo: manter a ética, a integridade e a saúde da organização estabilizados. A principal diferença entre compliance e governança corporativa é que o compliance interfere nas atividades da empresa apenas no sentido legal, definindo políticas internas e adequando as atividades às legislações externas. Já a governança corporativa é muito mais ampla: além de regularizar as práticas da empresa de acordo com o mercado, também tem como objetivo evitar conflitos de interesses entre sócios e garantir a credibilidade da organização. Governança corporativa – Compliance – Práticas Governança corporativa – Compliance – Práticas Fonte: https://partwork.com.br/blog/entenda-o-que-e-compliance-e-como-colocar-em-pratica/ Governança corporativa – Compliance – Práticas Fonte: https://nucleoconsult.com.br/blog/como-iniciar-e-manter-a-gestao-de-compliance-conformidade/ Compliance Auditoria Controle interno Governança Gestão dos recursos Gestão de pessoas Gestão do conhecimento Segurança da informação Gestão de riscos Gestão de legislação Elementos de controle corporativo Edison Fontes, 2017. Governança corporativa – Compliance – Práticas Fonte: https://www.quirius.com.br/blog/indicadores-rfb-importancia-do-compliance. Governança corporativa Compliance Disclosure Accountability (Conformidade) (Transparência) (Prestação de contas e responsabilidade) Governança corporativa – Compliance – Práticas Fonte: https://www.aesabesp.org.br/2 018/06/18/mesa-redonda-do- encontro-tecnico-abordara- governanca-corporativa-e- conformidade-compliance. Dirigentes Funcionários Relações da empresa com cidadãos Relações da empresa com fornecedores Relações da empresa com autoridades Relações da empresa com consumidores Relações da empresa com InvestidoresCompliance abrange Qual a importância do compliance para a governança corporativa? a) Busca garantir que a organização esteja agindo dentro da ética e das normas vigentes. b) Busca garantir que a organização esteja agindo fora da ética e das normas vigentes. c) Busca garantir que a organização esteja agindo dentro da ética e do lucro. d) Busca garantir que a organização esteja agindo da forma que achar conveniente sem se preocupar com a ética. e) Busca garantir que a organização esteja agindo dentro do esperado pelos acionistas e fornecedores apenas. Interatividade Qual a importância do compliance para a governança corporativa? a) Busca garantir que a organização esteja agindo dentro da ética e das normas vigentes. b) Busca garantir que a organização esteja agindo fora da ética e das normas vigentes. c) Busca garantir que a organização esteja agindo dentro da ética e do lucro. d) Busca garantir que a organização esteja agindo da forma que achar conveniente sem se preocupar com a ética. e) Busca garantir que a organização esteja agindo dentro do esperado pelos acionistas e fornecedores apenas. Resposta ANDRADE, A.; ROSSETTI, J. P. Governança corporativa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CLAESSENS, S., DJANKOV, S., FAN, J. P. H., & LANG, L. H. P. (2002). Disentangling the incentive and entrenchment effects of large shareholdings. The Journal of Finance, 57 (6), 2741-2771 FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Critérios de excelência. 19. ed. São Paulo: FNQ, 2010. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Critérios de excelência. 20. ed. São Paulo: FNQ, 2013. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE – FNQ. Plataforma MEG. Disponível em: www.fnq.org.br/plataforma-meg-21. Acesso em: 05/10/2020. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 4. ed. São Paulo: IBGC, 2009. Disponível em: http://www.ibgc.org.br/userfiles/ files/Codigo_Final_4a_Edicao.pdf. Acesso em: 8 maio 2015. Referências INSTITUTO PORTUGUÊS DE CORPORATE GOVERNANCE – IPCG. Código de Governo das Sociedades do IPCG. 2013. Disponível em: http://www.cgov.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=773 &Itemid=1. Acesso em: 8 maio 2015. SANTOS, A. R. (Org.). Gestão do conhecimento: uma experiência para o sucesso empresarial. Curitiba: Champagnat, 2001. SILVEIRA, A. di M. da. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. VIDIGAL, A. C. Governança corporativa em empresas familiares: perguntas e respostas. [s.d.]. Disponível em: http://www.acvidigal.com.br/index.htm. Acesso em: 8 maio 2015. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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