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Avaliação individual – Processo penal especial
Profª Larissa Botelho
Aluno: Bruno Lucas Rodrigues Xavier 20171101533
INSTRUÇÕES: 1)Todas as questões deverão ser juridicamente fundamentadas e os artigos apontados; 2) Não é necessário a reprodução do artigo; 3) As questões deverão ser feitas em NO MÁXIMO 10 LINHAS; 4) A cópia parcial ou integral da internet, sem a devida indicação de fonte, será considerado violação de direitos autorias e à prova será conferida grau o (zero); 5) PRAZO PARA ENTREGA DIA 05/OUTUBRO.
1º Questão: Em audiência realizada para apuração do delito previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006, o magistrado iniciou o ato realizando o interrogatório do réu em primeiro lugar, sendo seguido pela inquirição das testemunhas, como dispõe o artigo 57 da mencionada lei. A defesa do réu, irresignada, pleiteou a anulação do ato, uma vez que o Código de Processo Penal prevê a realização do interrogatório do réu como último ato de produção de prova na audiência. Diante desta situação responda: Deu-se afronta a princípios do processo penal? Merece prosperar a alegação da defesa? Justifique. (1,0 ponto)
R: O interrogatório deixou de ser o primeiro ato de uma audiência de instrução para o último, pois o artigo 57 da lei 11343/2006 foi alterado pela lei 11.719 postulando que o interrogatório deve ser realizado após a inquirição das testemunhas e da realização das demais provas.
Nota-se que a inversão do interrogatório é um ato que beneficia o acusado, aonde está garantido o contraditório e a ampla defesa.
E por força do princípio in dubio pro reo, o acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente, até que seja provado o contrário.
Dessa forma, a alegação da defesa deve prosperar.
2º Questão: A autoridade policial está conduzindo investigações a respeito de um homicídio, tendo encontrado no local do crime amostras biológicas do possível autor do fato. Flora, a principal suspeita de ter cometido o crime, negou-se a fornecer material genético para a comparação com a amostra coletada. Todavia, sabendo ser Flora gestante, a autoridade policial, no dia do parto, dirige-se à maternidade onde ela dera à luz, com equipe técnica de legistas, apreendendo a placenta de Flora. Realizando o confronto com o material apreendido no local do crime, os peritos chegam à conclusão de que se trata do mesmo DNA. Analise a validade da prova obtida. (1,0 ponto)
R: No entendimento do STJ, é legal a prova com material genético descartado, ainda que não tenha havido consentimento do investigado.
Pois de acordo com o ministro do STJ, a partir do momento em que dispensou os utensílios usados, não há ilegalidade, pois, o investigado deixou de ter controle sobre o material genético neles contido.
Vale ressaltar que não se permite a colheita à força mediante violência física ou moral, mas, se promovida sobre um material abandonado, não há ilegalidade.
3º Questão: Qual a consequência jurídica cabe ao réu por fazer afirmações inverídicas no seu interrogatório? Justifique. (1,0 ponto)
R: O interrogatório é considerado para muitos um meio de defesa e não um meio de prova, motivo pelo qual nada o impede de mentir.
Porém, o réu não pode mentir, imputando a terceiros práticas criminosas, por exemplo, pois dessa maneira responderá por crime.
4º Questão: Roberto responde a processo pela suposta prática do delito previsto no artigo 157, §2º, I do Código Penal. Para comprovar sua inocência, subtrai um determinado documento da residência de Augusto e tortura Felipe, seu irmão que lá se encontrava, para obter as gravações do dia do assalto, vindo a provar, com tal documento e com as gravações, que é inocente e que, na realidade, o autor do delito teria sido Augusto. Analise, fundamentadamente, a validade das provas. (1,0 ponto)
R: De acordo com Art. 5°, inciso LV da CF, há uma previsão expressa acerca da inadmissibilidade da utilização no processo de provas obtidas por meios ilícitos.
Dessa forma, a prova obtida mediante a tortura não pode ser admitida pelo juiz pois feriria o Art. 5°, inciso III da CF.
Porém, a doutrina e jurisprudência têm admitido a possibilidade de utilização de prova ilícita no processo quando ela for produzida em benefício do acusado ("prova ilícita pro reo"). 
5º Questão: “Plenário declara a impossibilidade da condução coercitiva de réu ou investigado para interrogatório
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que a condução coercitiva de réu ou investigado para interrogatório, constante do artigo 260 do Código de Processo Penal (CPP), não foi recepcionada pela Constituição de 1988. A decisão foi tomada no julgamento das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 395 e 444, ajuizadas, respectivamente, pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).”
Fonte: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=381510> última visualização: 12.04.2020
O interrogatório do réu na ação penal é meio de prova ou de defesa, consoante a posição que se adota, e, como tal, sua produção está vinculada à observância de preceitos constitucionais. Considerando o entendimento do STF sobre o tema apontado acima, aponte os fundamentos que justificam a impossibilidade da condução coercitiva de réu ou investigado para interrogatório. (1,0 ponto)
R: De acordo com o STF é inconstitucional levar pessoas à força para interrogatórios, pois de acordo com eles, o artigo 260 do Código de Processo Penal não foi recepcionado pela Constituição por violar o direito dos cidadãos de não produzir provas contra si mesmos, ou o direito à não autoincriminação.
No entendimento do ministro Dias Toffoli, autorizar conduções forçadas seria criar uma nova possibilidade. De acordo com ele, nenhum juiz tem poder geral de cautela para atingir liberdade de ir e vir de alguém.
O artigo 260 está na redação original do CPP, desde 1941, mas a prática só se tornou frequente a partir de 2014.
Referências
ANDRADE, S. É possível utilizar prova ilícita no processo para beneficiar o acusado? JusBrasil, 2016. Disponivel em: <https://schumackerandrade.jusbrasil.com.br/artigos/388870183/e-possivel-utilizar-prova-ilicita-no-processo-para-beneficiar-o-acusado>. Acesso em: 6 Outubro 2020.
CUNHA, R. S. STJ: É legal a prova com material genético descartado, ainda que não tenha havido consentimento do investigado. Meu site jurídico, 2018. Disponivel em: <https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/03/19/stj-e-legal-prova-com-material-genetico-descartado-ainda-que-nao-tenha-havido-consentimento-investigado/>. Acesso em: 6 Outubro 2020.
GANEM, P. M. O réu pode mentir durante o seu interrogatório? Isso constitui algum crime? JusBrasil, 2017. Disponivel em: <https://pedromaganem.jusbrasil.com.br/artigos/464939171/o-reu-pode-mentir-durante-o-seu-interrogatorio-isso-constitui-algum-crime#:~:text=o%20sil%C3%AAncio%20do%20r%C3%A9u%20%C3%A9,conduta%20lhe%20prejudique%20a%20defesa.>. Acesso em: 6 Outubro 2020.
POMPEU, A. Supremo declara inconstitucional condução coercitiva para interrogatórios. Consultor Jurídico, 2018. Disponivel em: <https://www.conjur.com.br/2018-jun-14/supremo-proibe-conducao-coercitiva-interrogatorioshttps://www.conjur.com.br/2018-jun-14/supremo-proibe-conducao-coercitiva-interrogatorios>. Acesso em: 6 Outubro 2020.
S.OLIVEIRA, M. Possibilidades da inversão do interrogatório na Lei 11.343/2006 (lei de drogas). JUS.com.br, 2018. Disponivel em: <https://jus.com.br/artigos/67395/possibilidades-da-inversao-do-interrogatorio-na-lei-11-343-2006-lei-de-drogas>. Acesso em: 6 Outubro 2020.

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