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Focus-Concursos-Noções de Direito Processual Penal p_ PC-DF - Parte I (Agente ) __ Prisão em Flagrante _ Parte II

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FOCUSCONCURSOS.COM.BR
Processo Penal| Material de Apoio 
Professor Rodrigo Sengik
PRISÃO EM FLAGRANTE – II 
A PARTE TÉCNICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
De forma bastante simplificada, o flagrante pode ser cindido em diferentes etapas: a captura, a condução e a 
lavratura do auto de prisão em flagrante – o APF. Depois disto, ainda existe a fase de homologação (ou não) da 
prisão por parte do Juiz competente. O que se chama de parte técnica da prisão em flagrante é a formalização e a 
homologação da prisão em flagrante. Eis o tema dessa aula, que cai bastante em nossas provas, principalmente para 
os cargos de Delegados e Escrivães! 
1) A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
A lavratura do APF é tema super simples demais e você não pode deixar de saber. Tem professor que faz uma salada
na cabeça do aluno. Se foi o seu caso, formate sua mente e vem com o Tio Sengik, pois o tema é importante e muito
fácil. Assista à aula com atenção, faça o teu material e, depois, leia essa sequência:
1) o condutor apresenta o preso à autoridade policial (Delegado);
2) o Delegado ouve o pessoal todo (condutor, testemunhas, vítima e o preso);
3) cada um que é ouvido assina seu correspondente termo de declaração e pode ir embora (menos o preso,
obviamente) – ao condutor, ainda é repassado recibo de entrega do preso para comprovar que o preso foi
devidamente entregue aos cuidados do Delegado;
4) ao final, o Delegado confecciona a ata da prisão, que é um fechamento, onde aponta qual seria a infração penal
praticada pelo custodiado, aponta as diligências e demais providencias que devem ser tomadas no caso concreto;
5) tudo isso junto, é o que o CPP chama de APF.
Nesse procedimento, ainda é importante lembrar dos seguintes detalhes: 
a) o condutor não precisa ser quem prendeu o sujeito nem precisa ter presenciado a prisão;
b) são necessárias, pelo menos, duas testemunhas (e o condutor pode ser uma delas), que não precisam ter
presenciado o fato criminoso, mas apenas a apresentação do preso ao Delegado – quando são chamadas
testemunhas de apresentação ou fedatárias;
c) logo, a falta de testemunhas do fato não impede a lavratura do APF – questão que já caiu muito em nossos
concursos;
d) na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de
prestado o compromisso legal;
e) no APF, deverá constar a informação acerca de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa – isso foi incluído
em 2016 pela Lei da Primeira Infância.
NOTITIA CRIMINIS COERCITIVA/OBRIGATÓRIA! 
É interessante a gente recordar que o APF é conhecido como notitia criminis de cognição 
coercitiva/obrigatória. Nela, o suspeito é conduzido diretamente ao Delegado que, 
entendendo ter havido crime, lavrará o APF em seguida. Ademais, será o próprio APF a peça 
inicial do IP. 
2) AS COMUNICAÇÕES IMEDIATAS
As comunicações imediatas estão no caput do artigo 306. Leia-o:
Artigo 306 do CPP. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
Veja que o Delegado deve comunicar imediatamente o Juiz competente, o MP e a família do preso, ou pessoa por
esse indicada, acerca da prisão e o local em que ele se encontra custodiado.
“IMEDIATAMENTE”? 
Você pode estar se perguntando o que é “imediatamente”. Digo-lhe o seguinte: é já! O mais 
rapidamente possível, até para que a família do preso possa providenciar o amparo que pensa 
devido, como por exemplo, buscar auxílio jurídico – ligar para o Advogado. 
Já vi questões considerarem correto dizer que esse “imediatamente” seria 24h. Isso é 
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Processo Penal| Material de Apoio 
Professor Rodrigo Sengik
totalmente errado, seja pela prática de nossas Delegacias, seja pelos Princípios do Direito 
Processual Penal. Imagine: 24 horas depois de lavrado o APF, o Delegado confere ao preso a 
possibilidade de ligara para o Advogado, que, de acordo com o Estatuto da OAB, teria o 
direito de estar presente no interrogatório de seu cliente. Isso é absurdo. Então, se você se 
deparar com uma assertiva dessas, esqueça-a! 
3) EM ATÉ 24 HORAS, AINDA É PRECISO...
O mesmo artigo 306 traz, em seus parágrafos, o que deve ser feito em até 24h. Veja-o com explicações:
Artigo 306 do CPP. ... § 1º. Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral
para a Defensoria Pública – tal cópia é necessária, pois aquele que não tem um Advogado particular a constituir para
sua defesa, será defendido por Defensor Público.
§ 2º. No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas – essa nota de culpa é um documentos super simples,
mas em que se dá ciência ao custodiado acerca dos motivos e responsáveis por sua prisão; trata-se de mais está lá no
artigo 7 da Convenção Americana Sobre Direitos Humanos – Pacto São José da Costa Rica.
LEMBRA DO ARTIGO 5º DA CF? 
Só pra você se recordar, essas comunicações todas estão no Artigo 5º da CF. Olha só: 
Artigo 5º da CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:... 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial;... 
Inclusive, o CPP não fala desse assunto, mas, junto com a nota de culpa, ainda vai outro 
documento: as garantias constitucionais do preso. É nele em que o Delegado demonstra ter 
explicitado ao custodiado que tinha, por exemplo, direito ao silêncio durante o interrogatório 
– esse alerta, diga-se, costuma estar já no termo de depoimento do sujeito.
4) “DIGA AÍ, JUIZ, O QUE CÊ VAI FAZER?”
Quando ao APF chega às mãos do Juiz, começa o que chamam de fase judicial da prisão em flagrante. Na verdade, é
nesse momento em que alguém com poder de jurisdição vai analisar o caso e dar destinação ao custodiado. De
chegada, o Juiz deve analisar a prisão é lícita ou não. Se foi lícita, haverá a homologação judicial da atividade policial.
Se o Juiz entender que a prisão em flagrante é ilegal, ele tem de RELAXAR a prisão. Tenha muita atenção ao termo!
Não se trata de revogação, pois só se revoga algo que é lícito e que não merece mais existir (um ato que regular, mas
que, por algum motivo, não se sustenta mais).
Se o Juiz entender que a prisão em flagrante é legal, de acordo com o CPP, ele:
1) decreta medida cautelar diversa da prisão, se for adequada e suficiente;
2) converte a prisão em flagrante em prisão preventiva; ou
3) libera o custodiado, com ou sem fiança.
NESSE MOMENTO, O JUIZ PODERIA DECRETAR A PRISÃO TEMPORÁRIA DO SUJEITO? 
Sim, desde que houvesse representação do Delegado ou requerimento do MP nesse sentido – 
jamais de ofício. Veja que o CPP não trouxe essa possibilidade no artigo 310, mas ela existe 
sim. 
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Processo Penal| Material de Apoio 
Professor Rodrigo Sengik
Também é muito importante lembrar que, se o Juiz verificar que o custodiado praticou o fato sob alguma excludente 
de ilicitude, ele deve lhe conceder liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todosos atos 
processuais. 
Veja como isso tudo está no CPP: 
Artigo 310 do CPP. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste 
Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições 
constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a 
todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
5) POSSÍVEIS “RECURSOS”
Algumas Bancas começaram a nos questionar acerca dos recursos que podem ser utilizados diante de prisão em
flagrante ou seu relaxamento. Fica assim:
a) cabe habeas corpus diante da prisão, remédio pelo qual vamos apontar ilegalidades que possam ter
ocorrido durante o ato, se a infração penal que estiver sendo imputada ao investigado tiver pena
privativa de liberdade prevista em abstrato;
b) cabe Recurso em Sentido Estrito (RESE) diante do relaxamento da prisão, recurso pelo qual a acusação
vai questionar a soltura do custodiado.
6) NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Se você olhar para o CPP, a prisão em flagrante parece ser uma prisão cautelar. Na verdade, ela nasceu assim
mesmo, tanto que ela demanda a presença dos pressupostos cautelares -– fumus comissi delicti e periculum
libertatis. O fumus comissi delicti se encontra exatamente no estado de flagrante, enquanto que o periculum
libertatis acaba se configurando na possibilidade de consumação/exaurimento do crime, de fuga e de perda de
elementos de convicção (provas, em sentido lato).
Porém, na atual sistemática do processo penal, a prisão em flagrante acaba sendo mero momento de contenção do
sujeito, sendo que sua situação jurídica deve ser reavaliada o mais rapidamente possível pelo Juiz. Nessa reavaliação,
o Juiz pode decretar medidas cautelares não prisionais (como o uso de tornozeleira eletrônica) ou prisionais (prisão
preventiva ou temporária). Logo, a gente conclui que a prisão em flagrante acaba sendo medida pré-cautelar, eis que
dela poderão surgir instrumentos que efetivamente são cautelares.
Diante disso, convém que se tenha o seguinte cuidado: a doutrina mais aprofundada entende a prisão em flagrante
como medida pré-cautelar, pois ele não tem um fim em si mesmo, e será, no futuro, substituído pela prisão
preventiva, prisão temporária ou até outra medida cautelar diversa da prisão.
Então, no fim das contas, você pode considerar como correto dizer que a prisão em flagrante é medida cautelar – é a
opinião clássica -, mas também é certo dizer que é pré-cautelar – a opinião moderna.
7) LÁ VEM A BANCA! BANCA AQUI, BANCA ACOLÁ!
7.1) Ano: 2017 Banca: Fundação La Salle Órgão: SUSEPE-RS Prova: Agente Penitenciário. Contra a decisão que relaxa 
prisão em flagrante cabe: 
a) mandado de segurança.
b) habeas corpus.
c) recurso em sentido estrito.
d) agravo.
e) pedido de liberdade provisória.
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7.2) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PC-AP Prova: Agente de Polícia. Sobre a prisão em flagrante é correto afirmar que 
a) inexiste dever da autoridade policial comunicar a prisão à família do preso, constituindo mera liberalidade quando
realizada.
b) da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa.
c) o auto de prisão em flagrante deve ser comunicado ao juiz competente em até 48 horas após a realização da
prisão.
d) a pessoa que for encontrada, logo depois, com instrumentos e objetos que façam presumir ser ele o autor do
crime, a autoridade policial deve representar pela prisão preventiva, pois o flagrante delito já se esvaiu no tempo.
e) a falta de testemunhas do crime impede a realização do auto de prisão em flagrante.
7.3) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: SEJUDH – MT Prova: Advogado. No que tange ao instituto da prisão em 
flagrante, nos moldes do Código de Processo Penal, pode-se afirmar que: 
a) em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
b) qualquer do povo deverá, bem como as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.
c) a falta de testemunhas da infração impedirá o auto de prisão em flagrante.
d) nas infrações temporárias, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
e) a prisão de qualquer pessoa o local onde se encontre serão comunicados em até 24 (vinte e quatro) horas ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
7.4) Ano: 2016 Banca: IESES Órgão: TJ-PA Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção. A prisão de 
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério 
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada e: 
a) Em até 48 (quarenta e oito) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
b) Em até 12 (doze) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
c) Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
d) Em até 36 (trinta e seis) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão
em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
7.5) Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: STJ Prova: Técnico Judiciário – Administrativa. No que se refere aos tipos de 
prisão e aos meios processuais para assegurar a liberdade, julgue o seguinte item. 
A comunicação de prisão em flagrante deverá ocorrer em até vinte e quatro horas após a sua efetivação: o auto de 
prisão deverá ser encaminhado ao juízo competente para análise da possibilidade de relaxamento da prisão, de 
conversão da prisão em liberdade provisória ou de decretação de prisão preventiva. 
GABARITO: 7.1) C; 7.2) B; 7.3) A; 7.4) C ; 7.5) CORRETA 
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