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resumo CPP 2 AV

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Revisão Processo Penal 
 
Art. 427, CPP ( Desaforamento) 
 
Única exceção para que um processo Penal seja julgado fora de sua competência. 
O desaforamento consiste no deslocamento da competência de uma comarca para outra, 
para que nesta seja realizado o julgamento pelo Tribunal do Júri, 
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a 
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do 
Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação 
do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca 
da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. 
§ 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de 
julgamento na Câmara ou Turma competente. 
§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, 
fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. 
§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. 
§ 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o 
julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto 
a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. 
a) Por interesse da ordem pública (justifica-se no interesse da ordem pública, o julgamento 
deve ser sereno, seguro, sem obstrução, perturbação ou influências externas, no afã de 
garantir o livre julgamento pelos senhores jurados) 
b) Quando pairar dúvida sobre a imparcialidade do Júri )há dúvida sobre a imparcialidade 
dos jurados, ocorre nos casos em que a repercussão do crime ganha tamanha intensidade 
que é capaz de gerar dúvida quanto imparcialidade da decisão, ocasião em que os jurados 
mesmo sem ouvir as partes e conhecer as provas, já apresentam uma convicção 
previamente formulada, um exemplo foi o caso Nardoni, em que até mesmo o advogado 
chegou a ser hostilizado pela população que acompanhava o julgamento, há situações 
ainda, em que a família do réu exerce grande influência política e econômica na 
comunidade, o que também pode gerar parcialidade dos jurados). 
c) Quando houver risco à segurança pessoal do acusado (justifica-se para segurança 
pessoal do acusado, garantindo a preservação da sua incolumidade física, bem como o 
devido processo legal, afastando qualquer vingança privada ou justiça com próprias mãos 
eventualmente perpetrada por populares, exemplo, linchamento). 
d) Quando injustificadamente o Júri não se realizar no prazo de seus meses contado do 
trânsito em julgado da decisão de pronúncia. (no caso de atraso na realização do 
julgamento, no prazo de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão de 
pronúncia, havendo excesso de serviço na Vara do Júri, a defesa pode requerer o 
desaforamento). 
 
Por fim, destaco ainda a possibilidade da reaforamento, ou seja, o retorno de processo a 
vara que determinou o desaforamento, quando não mais subsistirem os motivos que o 
determinaram 
 
OBS.: o “simples” terror público/agitação publica não é motivo para ocorrer o 
desaforamento. 
Art. 565 a 568, CPP (NULIDADES) 
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para 
que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária 
interesse. (ninguém pode se prevalecer da própria torpeza, ou seja, dar causa para “lá na 
frente” se prevalecer.) 
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na 
apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. (não faz sentido pedir anulação 
de um ato em que não interferiu em nada, nem incidiu para ajudar, nem incidiu para 
prejudicar) 
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o 
processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente. ( todos os 
outros atos se aproveitam, só anula os atos em que ele decidiu, ato que não decidiu nada, 
se aproveita.) 
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo 
tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais. (vício sanável) 
 
Art. 576 a 580 CPP (Recurso) 
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. ( O 
MP não pode desistir de ação penal, nem recurso) OBS.: se o recurso for “voluntário”, ele 
pode querer entrar ou não, mas quando ele interpor o recurso que até então era voluntário, 
torna-se esse obrigatório de continuidade 
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, 
ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. Se ligar na legitimidade de interpor o 
recurso 
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse 
na reforma ou modificação da decisão. Para interpor um recurso, deve que ter os três 
requistis das condições da ação: 1 parte legitima 2 pedido possível 3 interesse de agir) 
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo 
recorrente ou por seu representante. 
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por 
alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas. (assinar a rogo é: assinar no lugar 
do outro que não tem condições de assinar. Coloca-se a impressão digital do analfabeto no 
documento e o outro coloca o nome e o número identidade ou cpf, e assina. Devendo duas 
pessoas maiores e capazes que presenciaram o fato, assinar no documento como 
testemunha. 
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia 
seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data 
da entrega. 
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de 
um recurso por outro. (principio da fungibilidade) 
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso 
interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível. 
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso 
interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente 
pessoal, aproveitará aos outros. (Norma processual penal garantidora de tratamento jurídico 
isonômico para os réus que apresentarem idêntica situação jurídica à do réu beneficiado em 
seu recurso.) 
 
Art. 95 CPP (EXCEÇÕES) 
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: 
 
I - suspeição; (Utiliza-se a suspeição latu sensu quando se desconfia da imparcialidade do 
juiz. A suspeição é puramente processual, pois define se aquele juiz pode julgar aquele 
processo) 
II - incompetência de juízo (A competência é a parcela de jurisdição que detém o juiz de 
acordo com os critérios do CPP. A competência é definida em razão da matéria (criminal 
é criminal; civil é civil; etc.), em razão da pessoa (foro de prerrogativa de função), que são 
absolutas, ou em razão do local, que é relativa. Quando se discute incompetência, então, 
primeiramente há de se verificar qual a espécie de competência a que se relaciona o fato, 
pois as competências absolutas podem ser alegadas em qualquer tempo, a relativa não. 
 
III – litispendência (Litispendência é a existência de dois processos ainda em curso e 
instaurados para julgarem o mesmo fato. Deve-se opor a exceção de litispendência que, 
se considerada procedente, deverá causar a extinção do feito iniciado por último. Será 
processada da mesma forma que as demais). 
Imaginem que uma pessoa praticou o crime em São Paulo, mantendo a vítima em cárcere 
privado em Campinas. Em São Paulo, corre um processo e em Campinas corre outro 
tratando do mesmo crime, quando o réu for denunciado no segundo processo, oporá a 
exceção de litispendência. O segundo processo é extinto. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art25.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/código-processo-penal-decreto-lei-3689-41IV - ilegitimidade de parte: legítima é a parte que não pode figurar em um dos polos, seja 
porque não possui capacidade processual para isso (ilegitimidade ad processum), seja 
porque não detém o status de autora ou ré (ilegitimidade ad causam). A ilegitimidade ad 
processum pode ser corrigida, retificada; enquanto a ilegitimidade ad causam é irreparável. 
 
 
V - coisa julgada: Todo processo criminal tem como objeto um fato e sua autoria. Caso 
essa relação já tenha sido tratada em outro processo e tenha sido definitivamente decidida, 
poderá ser oposta a exceção de coisa julgada. Será autuada em apartado e, caso seja 
julgada procedente, causará a extinção do processo na qual foi alegada 
 
 
Art. 302 CPP (DA PRISÃO EM FLAGRANTE) 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
Flagrante: Do latim “flagrare”, quer dizer aquilo que queima, que arde. A prisão em flagrante 
possui natureza cautelar e processual, independente de ordem escrita do juiz competente, 
e é cabível tanto para crime como para contravenção penal, podendo ser realizada por 
qualquer pessoa do povo (flagrante facultativo – “pode”) ou por agentes do Estado (flagrante 
compulsório ou obrigatório – “deve”). 
O estado de flagrância não tem prazo fixo, pode variar e, dessa forma, não existe o lapso 
temporal de 24 horas para se findar, como se crê popularmente. 
Atualmente, por força de pactos internacionais de que o Brasil é parte, após a prisão em 
flagrante, no prazo de 24 horas, a pessoa presa deve ser apresentada a um juiz, que avaliará 
se a prisão é irregular, se deve ser mantida ou se o cidadão poderá responder ao crime em 
liberdade. Trata-se da audiência de custódia, regulamentada pela Resolução CNJ n. 
213/2015. 
Espécies de flagrante 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em 
situação que faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele autor da infração. 
1. PRÓPRIO (PROPRIAMENTE DITO/ REAL/ VERDADEIRO) 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
 
Ocorre quando o agente está cometendo ou acaba de cometer a infração penal, sem 
qualquer intervalo de tempo. Traduz a idéia de absoluta imediatidade. No que prevê 
que “acaba de cometê-la”, imagine que o crime já aconteceu, os policiais chegam logo 
depois, mas ainda vêem o agente no local. 
 
2. IMPRÓPRIO (IRREAL/ QUASE FLAGRANTE) 
 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, 
em situação que faça presumir ser autor da infração; 
 
Ocorre quando o agente é perseguido logo após cometer o delito, o que presume ser 
ele o autor da infração. Admite um intervalo de tempo maior entre a prática do delito, 
a apuração dos fatos e o início da perseguição – que pode levar até dias, desde que 
ininterrupta. 
 
Quanto a perseguição ininterrupta, o Estado declara perseguição quando a 
autoridade policial/delegado emite uma “ordem de serviço” para que a equipe policial 
vá atrás do sujeito. A equipe volta e emite uma “parte do serviço”, relatando o que 
houve na perseguição. Se esta equipe folgar, a autoridade policial/delegado emite 
uma nova ordem de serviço para outra equipe e assim sucessivamente. Se o Estado 
parar de perseguir, já não se considera perseguição ininterrupta. 
 
3. PRESUMIDO (FICTO/ ASSIMILADO) 
 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração. 
 
Ocorre quando o agente é encontrado logo depois de cometer a infração, com 
elementos que presumam ser ele o autor da infração. O “logo depois” do trecho 
implica num espaço de tempo ainda maior que o do flagrante impróprio que utiliza do 
termo “logo após”. Não é necessário que haja perseguição, bastando que a pessoa 
seja encontrada logo depois do ilícito em situação suspeita. 
Outros tipos de flagrante: 
1. PREPARADO/ PROVOCADO/ DELITO-ENSAIO/DELITO DE EXPERIÊNCIA/ 
DELITO PUTATIVO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR 
É aquela prisão em flagrante que ocorre indução ou instigação para que alguém 
pratique o crime, tudo com o objetivo de efetuar a prisão, tornando o crime impossível 
de ser cometido (Art. 17 do CP), sendo a conduta considerada atípica. 
Súmula 145/ STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação”. 
Exceção: Tráfico de drogas (Lei 11.343/06) 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95503/lei-de-tóxicos-lei-11343-06
2. FORJADO/ FABRICADO/ MAQUINADO/ URDIDO 
Ocorre quando os policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente. 
3. ESPERADO 
Ocorre com o aguardo do momento do cometimento do crime, sem qualquer 
induzimento ou instigação, ou seja, sem que haja agente provocador. 
É aquele em que, por exemplo, policiais ficam sabendo que um crime será praticado 
e, com base nessa informação, vão ao local e esperam a prática do crime para dar 
voz de prisão. 
4. PRORROGADO/ RETARDADO/ DIFERIDO/ CONTROLADO 
Possível somente diante da ocorrência de crime organizado. É a possibilidade que a 
polícia possui de retardar a realização da prisão em flagrante, para obter maiores 
dados e informações a respeito do funcionamento, componentes e atuação de uma 
organização criminosa. 
Nesta modalidade, o agente tem discrionariedade quanto ao momento da prisão para 
concretizá-la no momento mais eficaz. 
Possível ainda, em relação aos crimes previstos na nova Lei de Drogas, em qualquer 
fase da persecução penal, mediante autorização do juiz e ouvido o MP (Art. 53 da Lei 
11.343/2006). 
Art. 310 CPP 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou 
o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder 
ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação. ( se o juiz entender que ele agiu : I - em estado de 
necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
 
 
Art. 283, 311 a 313 CPP (DA PRISÃO PREVENTIVA) 
PRISÃO PREVENTIVA 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude 
de prisão temporária ou prisão preventiva. 
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não 
for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. 
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as 
restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. 
Momento da decretação (Art. 311): 
Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério 
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. 
Assim sendo,o juiz, pode decretar a prisão preventiva de ofício apenas no curso do 
processo penal, não podendo agir de ofício na fase investigatória, necessitando de 
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação, ou de 
representação da autoridade policial para que possa decretar a prisão preventiva. 
São pressupostos para a decretação (Art. 312): 
a) Prova da materialidade; 
b) Indícios suficientes de autoria. 
Sem estes, não há porque se falar em prisão preventiva. São uma “casadinha” indispensável 
para sua decretação. 
Para decretar a prisão provisória, ao contrário do que acontece no momento da 
condenação/absolvição, milita o princípio do in dúbio pro societate. 
Hipóteses em que pode ser decretada a prisão preventiva (Art. 312): 
✓ Garantia da ordem pública/econômica: Impedir que o agente volte a delinqüir ou de 
acautelar o meio social (periculum in mora) 
✓ Conveniência da instrução criminal: Impedir que o agente pertube ou impeça a 
produção de provas, ameaçando testemunhas, apagando vestígios do crime, 
destruindo documentos, etc. 
✓ Assegurar a aplicação da lei penal: Impedir uma provável evasão que inviabilizaria a 
futura execução da pena. 
 
ou; 
 
✓ Em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de 
outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). 
Hipóteses de admissão da prisão preventiva (Art. 313): 
Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
 
I - nos crimes dolosos punidos com PPL máxima superior a 4 (quatro) anos; (CRIMES 
CULPOSOS E PENA INFERIOR A 4 ANOS NÃO CABE PRISÃO PREVENTIVA) REGRA 
 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado (réu 
reincidente em crime doloso, independente do quantum da pena), ressalvado o disposto 
no inciso I do caput do art. 64 do CP (ou seja, salvo se decorrido o lapso temporal de 05 
anos). 
 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas 
de urgência; 
 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a 
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para 
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 
Não é possível em... 
 
• Crimes culposos; 
• Contravenção penal; 
• Crimes em que o réu se livre solto, independente de fiança; 
• Quando o réu agir acobertado por causa de excludente de ilicitude (estado de 
necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento do dever legal; exercício regular 
de direito). 
Há a necessidade de motivação/fundamentação (Art. 315): 
A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva deve ser sempre motivada. 
O juiz pode revogar, bem como decretá-la de novo (Art. 316): 
O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo 
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a 
prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art282.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art312...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art64i
do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade 
policial. 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, 
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos; 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, 
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência; 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida 
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para 
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 
 
Art. 5º LXI, CF 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei; 
 
Art. 5, LXIII, CF (Habeas corpus) 
 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder. (Remédios constitucional) 
 
O habeas corpus é um instrumento judicial que visa proteger a liberdade de 
locomoção do indivíduo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art282.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art64i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art64i
A liberdade de locomoção é expressa pela liberdade de ir, vir e permanecer no território 
nacional. 
As ações praticadas mediante ilegalidade ou abuso de poder, que causam restrição ou 
ameaçam a locomoção de uma pessoa, se encontram no âmbito de proteção desse 
instrumento. 
É uma ação que possui natureza penal, de procedimento especial e isento de custas 
(gratuito). 
Espécies: 
Habeas Corpus Preventivo: Haverá impetração de Habeas Corpus Preventivo quando há 
uma ameaça séria e efetiva de violência ou há uma ameaça séria e efetiva de coação à 
liberdade de locomoção. Disso, pode-se concluir que, a privação ainda não foi efetivada, 
mas, dadas as circunstâncias, sua imposição é iminente. Portanto, como a própria 
denominação evidencia, a impetração é anterior à privação à liberdade. Após a sua 
concessão, será expedido salvo-conduto, que terá o condão de impedir a prática da 
ilegalidade que conduziria a segregação da liberdade do paciente. 
Habeas Corpus Repressivo: Também chamado de Habeas Corpus Liberatório, será 
impetrado em face de coação ilegal ou abuso de poder, já praticados, portanto, a privação 
à liberdade já está materializada. Nessa hipótese, haverá a expedição de alvará de soltura 
com vistas ao restabelecimento da situação anterior, qual seja, a de liberdade. 
OBS.: Não cabe habeas corpus para medida disciplinar militar 
• Direito Protegido: Liberdade de Locomoção 
• Motivo: Violência ou coação da liberdade de locomoção 
• Quem pode usar: qualquer pessoa 
• Contra quem pode usar: Autoridade pública que use de ilegalidade ou abuso de poder; 
particular que use de ilegalidade. 
• Tipo Preventivo: quando haja ameaça de sofrer coação. 
• Tipo Repressivo: quando esteja sofrendo a coação 
• Custas: Gratuitas 
 
 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I – quando não houver justa causa; 
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V – quandonão for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI – quando o processo for manifestamente nulo; 
VII – quando extinta a punibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
Art.382, 619 e 620 CPP (EMBARGOS) 
 
 
(ATACA SENTENÇA-1º GRAU) Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) 
dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, 
ambiguidade, contradição ou omissão. 
Suspensão do prazo para recurso 
 
(PARA ATACAR ACORDÃO-ORGÃO COLEGIADO)Art. 619. Aos acórdãos proferidos 
pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de 
declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença 
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que 
constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. 
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de 
revisão, na primeira sessão. 
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá 
desde logo o requerimento. 
 
CABIMENTO: 
 
Embargos de declaração são cabíveis quando a decisão 
for omissa, contraditória, obscura ou ambígua. 
A omissão se dá se a decisão deixa de abordar um tema trazido por uma das partes. A 
contradição se faltar nexo, lógica ou incoerência. A decisão contém dois pontos que não 
poderiam coexistir em uma mesma decisão. Obscuridade ocorre se há algum trecho da 
decisão que seja incompreensível, com falta de clareza, de inteligibilidade. Por fim, a 
ambiguidade ocorre quando há trechos que permitem mais de um sentido, de modo a não 
ser possível saber qual o sentido empregado pela decisão. 
 
COMPETÊNCIA: 
Mesmo órgão que proferiu a decisão (juiz, câmara ou turma). 
 
PRAZO 
O prazo para oposição dos embargos declaratórios será de 2 dias nas seguintes hipóteses: 
primeira instância e 2ª instância (art. 619, CPP). 
Será de 5 dias no (JECRIM )e no STF 
 
LEGITIMIDADE: 
Podem opor embargos de declaração, a defesa e a acusação, ou seja, Ministério Público e 
assistente de acusação ou querelante. 
 
 
 
 
 
 
Embargos infringente(1º INSTÂNCIA) 
 
530 - Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, 
em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. 
Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência. 
Embargos infringentes é um recurso que existe em processos criminais. É usado pelo réu 
quando ele não concorda com uma decisão no processo. 
Os embargos infringentes permitem que a decisão seja analisada novamente e seja alterada, 
de acordo com o pedido do acusado. 
Para que servem os embargos infringentes? 
Os embargos são usados para pedir que uma questão ligada ao crime que está sendo 
julgado ou ao acusado seja analisada outra vez. No Direito essas questões são chamadas 
de mérito. 
Os embargos infringentes só podem ser usados pela defesa do réu na decisão que acontece 
em um Tribunal Superior. A decisão do Tribunal Superior é uma segunda decisão no 
processo e só acontece depois do primeiro julgamento feito por um Juiz. 
Se o acusado usar o recurso de embargos infringentes, uma Turma formada por outros 
Juízes vai analisar e revisar a decisão do anterior. 
Quando podem ser usados os embargos infringentes? 
Para que os embargos infringentes sejam usados basta que um dos Juízes da Turma não 
concorde com outros. Ou seja, se a decisão não for de todos os Juízes, o réu pode pedir a 
revisão dela. 
Os embargos infringentes só podem ser usados para pedir a revisão de dois tipos de 
decisões: decisão de apelação ou decisão de um recurso em sentido estrito. 
A apelação é um recurso em uma sentença definitiva. É usada se: 
• existir uma nulidade no processo, 
• a decisão for contrária ao que diz a lei, 
• a decisão for contra as provas apresentadas no processo, 
• existir um erro na aplicação da pena. 
• 
Já o recurso em sentido estrito é mais amplo e pode ser usado em vários casos. São 
exemplos: 
• contra uma decisão que diga que o Juiz não pode julgar o processo, 
• sobre a aplicação de fiança, 
• sobre liberdade provisória, 
• prisão em flagrante. 
Os embargos infringentes devem ser usados se a defesa do réu quiser pedir a revisão da 
decisão em um destes dois casos. 
Prazo para os embargos infringentes 
De acordo com o Código de Processo Penal a defesa do réu tem 10 dias para usar os 
embargos infringentes. 
O prazo começa a valer a partir da data que foi publicada a decisão da apelação ou do 
recurso em sentido estrito. 
Embargos infringentes no Código de Processo Penal 
Os embargos infringentes estão previstos no art. 609, parágrafo único do Código de 
Processo Penal (CPP). 
 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, 
desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que 
poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, 
na forma do art. 613. 
 
Art. 197, LEP – Agravo a execução 
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito 
suspensivo. (TODA DECISÃO DO JUÍZ CABE AGRAVO) 
forma de recurso utilizado na impugnação de toda e qualquer decisão, despacho ou 
sentença prolatada pelo juiz da vara da execução criminal, que de alguma forma prejudique 
as partes principais envolvidas no processo. 
Dentre as decisões podemos exemplificar as conversões, homologação de faltas 
graves, incidentes da medida de segurança, livramento condicional, progressão e 
regressão de regime, saída temporária, surcis, trabalho externo, unificação de penas, 
dentre outros. 
 
 
	Para que servem os embargos infringentes?
	Quando podem ser usados os embargos infringentes?
	Prazo para os embargos infringentes
	Embargos infringentes no Código de Processo Penal

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