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Terapia Hormonal no Climatério Residente de Ginecologia e Obstetrícia do HUCFF (R1) Ana Alice Marques Ferraz de Andrade Orientadora: Dra. Juraci Ghiaroni de Albuquerque e Silva � Maioria dos estudos não são aplicáveis no Brasil; � Maior expectativa de vida feminina – maior exposição ao esgotamento folicular ovariano; � Mensurar qualidade de vida : subjetividade e multidimensionalidade; “A atitude frente a menopausa, em particular, parece ser um fator que influencia, inclusive, a severidade da sintomatologia climatérica.” Jornal SOBRAC – Ano XVI, Número 2 - 2009 ConceitoConceito � Climatério – período fisiológico (transição, duração variável) � Menopausa –diagnóstico retrospectivo (permanente) � Aos 51 anos, 10% < 45 anos � Precoce < 40 anos � Tardia > 55 anos � Pós-menopausa ( última menstruação – 65 anos) � Perimenopausa ( até 12 meses após menopausa) � Síndrome Climatérica � Insuficiência ovariana precoce (1%) Ginecologia Fundamental. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. Fisiologia HormonalFisiologia Hormonal � ATRESIA FOLICULAR CONSTANTE � Apesar de associada a alterações hipotalâmicas e hipofisárias que controlam o ciclo, menopausa não é evento central. MENOPAUSA =INSUFICIÊNCIA OVARIANA PRIMÁRIA � Progressivamente ocorre declínio da produção do estradiol pelo ovário, com equilíbrio hormonal pela maior produção de androgênios e sua conversão periférica em estrogênio. (Manual da FEBRASGO 2010) ATRESIA DO APARELHO FOLICULAR DIMINUI PRODUÇÃO ESTROGÊNIO E AUMENTA FSH (retroação para manter AUMENTA PRODUÇÃO DE ANDROGÊNIOS (estroma CONVERSÃO PERIFÉRICA (AROMATASE)FOLICULAR (GRANULOSA) ESTROGÊNIO E INIBINA manter foliculogênese) ANDROGÊNIOS (estroma ovariano) (AROMATASE) ESTRONA Fisiologia HormonalFisiologia Hormonal � Estrogênio � Conversão periférica – ESTRONA (principalmente) � Sem oposição de progesterona (cuidado) � Androgênios � Maior produção no estroma ovariano – precursor de estrogênio � Ovários – 20% androstenediona/ 40% testosterona � Progesterona � Ausente (fim dos sintomas pré-menstruais) � Sem proteção ao excesso de estrogênio � Gonadotrofinas � FSH aumenta 10 – 20x � LH aumenta 3x (MV mais curta que FSH) � Pico 1-3 anos,após declínio progressivo A Consulta Ginecológica no ClimatérioA Consulta Ginecológica no Climatério � Objetivos específicos: � Avaliar sintomatologia � Identificar e rastrear doenças crônicas metabólicas e degenerativas � Avaliar riscos e benefícios da TH � Prevenção de doenças � Atendimento integral: � Anamnese � Exame físico (geral e ginecológico) Avaliação dos Sintomas � Avaliação quantitativa intensidade dos sintomas: � Leve: 19 � Moderada: 20 -35 � Grave: > 35 � Índice Menopáusico de Blatt e Kupperman Exames ComplementaresExames Complementares 1. Perfil lipídico 2. Colpocitologia Oncótica 3. USG Transvaginal 4. Mamografia 5. Densitometria Óssea5. Densitometria Óssea Principais sintomas e Principais sintomas e intercorrênciasintercorrências � Sintomas vasomotores � Atrofia urogenital � Alterações do humor � Alterações do ciclo menstrual� Alterações do ciclo menstrual � Mastalgia � Doença Cardiovascular � Osteoporose � Câncer Alterações VasomotorasAlterações Vasomotoras FOGACHOS (75%) � Precoce - maioria persiste 1 – 2 anos após a menopausa, 25 % dura > 5 anos; � Mecanismo fisiológico (?) - Teoria da disfunção termorregulatória no hipotálamo por declínio de estrogênio; � Principal indicação e manutenção de TH;� Principal indicação e manutenção de TH; � Consequências: - Alteração do sono - Dificuldade de concentração - Irritabilidade - Redução da qualidade de vida � Objetivo: esclarecer a relação risco-benefício da terapia com estrogênio ( ET) versus a combinada, para tratamento de sintomas relacionados à menopausa e prevenção de doenças em vários intervalos de tempo desde a menopausa; ALTERAÇÕES VASOMOTORAS: � TE com ou sem progesterona é mais eficaz; � Progesterona isolada também diminui esses sintomas (menor eficácia que TE); � Tratamento sintomas vasomotores moderados a graves continua a ser principal indicação de TH; � Quase todos menicamentos sistêmicos estão aprovados para o uso,( exceto o adesivo trasdermico de baixa dose); Alterações UrogenitaisAlterações Urogenitais NAMS 2012 � Sintomas Vaginais: � Quando recomendado para apenas sintomas vaginais - usar via vaginal; � Doses baixas e com administração pouco frequente produz efeitos satisfatórios; � Falta ensaio clínico para segurança > 1 ano; � Qualquer sangramento uterino – avaliar endométrio; � Função sexual: � Melhora da dispareunia pode melhorar a função sexual; � Sem evidência de uso do estrogênio para melhora do interesse sexual; � Baixas doses de estrogênio locais podem melhorar satisfação sexual, lubrificação, aumentar o fluxo e sensação em tecidos vaginais; � TH não deve ser usada como tratamento para diminuição de libido; Alterações UrogenitaisAlterações Urogenitais NAMS 2012 � Trato urinário: � Estrogênio tópico pode melhorar urge-incontinência; � Estrogênio tópico diminui o risco de ITU de repetição (epitélio da uretra e flora vaginal); � Nenhum outro produto tem aprovação do governo para essa indicação (apenas vaginal); � Qualidade de vida� Qualidade de vida � Não há medicamento para melhora da qualidade de vida; � Efeito secundário a melhora dos sintomas; � Não há evidência clara de melhora em mulheres assintomáticas; OsteoporoseOsteoporose NAMS 2012 � Durante a TH ocorre redução de fraturas na pós-menopausa; � Baixas doses de TH são eficazes para manter ou melhorar a densidade mineral óssea; � Prevenção da osteoporose pós-menopausa e não tratamento; � Descontinuidade do tratamento – redução do benefício; � Menopausa precoce não aumentou o risco de fraturas após 65 anos;� Menopausa precoce não aumentou o risco de fraturas após 65 anos; Sintomas Cognitivos � DOENÇA DE ALZHEIMER � Forma mais comum de demência ( ♀ > risco que ♂); � Estudo WHIMS (Memory Study) � Efeito da TH sobre a função cognitiva � Mulheres sem demência e > 65 anos � Resultados: � 2x risco de demência (DA) Menor número no MEEM em pacientes em uso de TH� Menor número no MEEM em pacientes em uso de TH � Devido mínimos infartos ocasionados pela TH (?) � Humor e depressão (NAMS 2012) � TH não é antidepressivo; � Melhora qualidade de vida indiretamente; Doença CardiovascularDoença Cardiovascular Menor que 10% - baixo risco 10 – 20% - intermediário risco Maior que 20% -alto risco Doença CardiovascularDoença Cardiovascular � Principal causa de mortalidade no mundo - Brasil causa 300.000 óbitos/ano; � Fatores de risco: � Não modificáveis: idade e história familiar � Modificáveis:tabagismo, obesidade, sedentarismo � Distúrbios associados a maior cardiopatia: DM, HAS, hipercolesterolemia � Hipostrogenismo:� Hipostrogenismo: � ↑ LDL, VLDL, Colesterol total, TGC � ↓ HDL e Apoproteína A � Estudos observacionais x WHI e HERS Doença CardiovascularDoença Cardiovascular � Estudo WHI (Women´s Health Initiative) � TH X placebo � Não previne DCV em mulheres saudáveis, aumenta o risco; � 16.000 após 5 anos (50- 79 anos) - usuárias de TH: � ↑29% doença cardíaca e ↑ 41% AVC � 11.000 sem útero após 7 anos – TE apenas: � não ↑ doença cardíaca, ↑ 39% AVC E ↑ 33% TEV � HERS ( Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study) � Não evidenciou redução de DCV � Fator tempo: mais eventos DCV no 1º ano e menos no 4 º- 5º ano NAMS 2012NAMS 2012 � Doença Arterial Coronariana: � TE iniciada recentemente após a menopausa e com duração maior de 5 anos pode retardar o desenvolvimento de placa aterosclerótica calcificada – diminui cálcio na artéria coronária. � TH até 10 anos após a menopausa para tratar sintomas menopausais parece não aumentar o risco de eventos coronarianos. � TH NÃO está recomendada apenas para proteção coronariana em qualquer idade; � AcidenteVascular (Stroke): � Análise recente, TH em mulheres jovens (50– 59anos) sem efeito significativo risco de AVC. [RR = 1,13] IC= 95% ( O,73 – 1,76) � Estudos inconsistentes; � TH não recomendar para prevenção primária ou secundária de AVC; NAMS 2012NAMS 2012 � Tromboembolismo venoso: � TH oral aumenta TEV 2-3x � Risco surge no início (1º - 2º ano) e diminui com o tempo; � Maior risco: � Início após 60 anos � IMC > 30 kg/m2 � História prévia de TEV� História prévia de TEV � Mutação no fator V de Leiden � Dar preferência a doses menores de hormônios e via parenteral ( transdérmica) – estudo ESTHER ( Impact of the Route of Estrogen Administration and Progestens) Câncer Câncer -- NAMS 2012NAMS 2012 � Endométrio � Estrogenioterapia sistêmica sem oposição (pós –menopausa com útero) – aumenta o risco relacionado a dose e duração → usar TH; � Estrogênio por 3 anos aumenta risco em 5x e por 10 anos em 10x; � Permanece risco mesmo após descontinuar o uso de TE; � TH não recomendado para pacientes com história de CA de endométrio; � Ovário Dentre os tumores genitais é o que mais mata;� Dentre os tumores genitais é o que mais mata; � Dados conflitantes - TE maior risco que TH; � Após 5,6 anos (WHI) – sem aumento significativo � 4,2 casos/10.000 por ano - TH � 2,7 casos/ 10.000 por ano - placebo � Pulmão � TH agrava tumor pré-existente em fumantes; � WHI aumento de casos graves em fumantes com > 60 anos; Câncer de MamaCâncer de Mama � Mais comum em ♀ (2ª maior causa de morte por CA) � Fatores de risco: exposição prolongada ao estrogênio; �Idade avançada �Menarca precoce (<12 anos) �Menopausa tardia(>50anos) �Hormonioterapia prolongada �HF CA mama parentes 1º grau �Mutação do BRCA 1e BRCA 2 �Tratada de CA de mama �Biópsia de mama com atipias � WHI � ↑ 26% risco de CA de mama invasivo após 5 anos de TH � Paciente com TE (histerectomia) não aumentou o risco após 7 anos. �Hormonioterapia prolongada �Nulíparas �Gestação após 30 anos �Biópsia de mama com atipias Câncer MamaCâncer Mama-- NAMS 2012NAMS 2012 � E + P: � ↑ risco com uso >3-5 anos (uso a longo prazo) � WHI (↑8 CA de mama adicionais/10.000 ≥5 anos de TH) � Questões: esquema combinado contínuo ou sequencial, qual progestágeno utilizado, progesterona micronizada pode ser melhor; � “Gap time” - > risco com início logo após a menopausa (< 5 anos); � Estrogênio isolado: � WHI: não aumenta risco de CA de mama após 7,1 ano de uso; � Permite estender duração do tratamento; � Risco x benefício mais favorável; � TH após CA de mama(controverso) � Pode estar associado a recorrência; Terapia Hormonal: quandoTerapia Hormonal: quando � Avaliar benefícios x riscos; � Técnicas educativo-preventivas: � Controle de peso corpóreo (IMC 20 -25 kg/m2) � Atividade física ( reduz peso e altera perfil lipídico) � Combate ao tabagismo � Alimentação saudável � Parâmetros fundamentais: � Janela de oportunidade para início de TH � Não é por tempo indeterminado ( 5 anos) � Vias de administração de TH � Esquema de TH propriamente dito � Usar menor dose possível � Menopausa precoce ( dose maior) Terapia Hormonal: contraindicaçõesTerapia Hormonal: contraindicações � Sangramento vaginal de etiologia desconhecida � História de Acidente Vascular ou Infarto do Miocárdio � História de TromboembolismoHistória de Tromboembolismo � Câncer estrogênio-dependente � Doença hepática em atividade Terapia Hormonal: esquemas Terapia Hormonal: esquemas � Estrogênio isolado � Combinada ( E+ P) � TibolonaTibolona � Fitohormônios � Hormônios Bioidênticos Terapia Hormonal: vias de administraçãoTerapia Hormonal: vias de administração � Via oral: E ou E+P � Primeira passagem no fígado � Altera fatores de coagulação ( fenômenos tromboembólicos) → Risco de TEV – evitar VO ( transdérmica –ESTHER) � Melhora perfil lipídico( ↑ HDL e ↓ LDL) � ↑ TGC (exceto : tibolona) � Estimula SRAA( HAS) � Paciente com HAS: não usar via oral � Paciente com HAS: não usar via oral � Vaginal: Estriol e promestriene � Implante Subcutâneo, intranasal, transdérmicos (adesivos e gel) � Dose menor - mesmo efeito que via oral ( sem efeito primeira passagem) TH: Somente EstrogênioTH: Somente Estrogênio � Histerectomizadas � Contínuo � Menor dose para tratar os sintomas TH CombinadaTH Combinada � Tipos � Contínua: � E contínuo � Metade da dose de P da sequencial � Maior sangramento irregular � Cíclica ou sequencial: � E contínuos ou cíclicos � P 12 – 14 dias por ciclo � P 14 dias a cada 3-4 meses ( maior risco de hiperplasia endometrial e CA de endométrio que o mensal – Revisão da Cochrane Library 2009) � DIU de levonorgestrel TH: Drogas utilizadas � Estrogênios: � Valerato de Estradiol � Oral: Primogyna*, Estrofem*, Merimono, Natifa, Estradot � Transdérmico: Systen � 17 Beta Estradiol17 Beta Estradiol � Progestogênios � Progesterona Micronizada: Utrogestan, Evocanil, � Acetato de Medroxiprogesterona, Noretisterona, Levonorgestrel, Drospirenona, Tratamento �Tibolona (1,25 – 2,5 mg/dia) � Esteróide sintético estruturalmente semelhante as progestinas derivadas da 19- nortestosterona; � Ação como P no útero: proteção endometrial � Não tem efeito estimulante no tecido mamário � Efeito protetor ósseo ( menor risco de fraturas) � Efeito androgênico ( efeito positivo no libido – atividade direta ou aumento da testosterona livre) � Ação menos favorável nas lipoproteínas ( ↓TCG e HDL) � Million Women Study ( RR 1,45 CA mama) Alternativas à TH (NAMS, 2012)Alternativas à TH (NAMS, 2012) Avaliação dos sintomas vasomotores � Mesmo resultado que placebos: � Mais estudados: Extratos de soja, Isoflavonas, Black cohosh, Ervas chinesas Resultado superior aos placebos� Resultado superior aos placebos � Antidepressivos: Venlaflaxina, Paroxetina, Fluoxetina � Gabapentina (mecanismo de ação desconhecido) � Clonidina (anti-hipertensivo de ação central) QUEM DEVE USAR TH? NAMS 2012 � Paciente com sintomas importantes de hipostrogenismo que � não tenha contra-indicações ao uso de TH � sem perfil de risco para acidente vascular (<10% no score de Framingham).Framingham). Bibliografia: � Tratado de Ginecologia,14ª ed.2008.- Novak � Rotinas em Ginecologia – Fernando Freitas, 5ªed.,2006. � Consenso sobre terapia hormonal na menopausa – Sociedade Brasileira de Climatério( SOBRAC), 2004. � Manual de orientação: Climatério – Febrasgo 2010. � Assistência a mulher climatérica: novos paradigmas – Jornal da SOBRAC Ano XVI, Número 2 – 2009– 2009 � Ginecologia Fundamental , editora Atheneu, 2005. � The 2012 Hormone Therapy Position Statement of The North American Menopause Society, jan/2012.
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