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A escravidão nunca acabou apenas se modernizou

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
 
 
 
 
 DIREITO HUMANOS
 
 
 
 
 
 Lucas Alexandre Ximenes Barbosa
 
 
 
 
 
 Rio de Janeiro
2019
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
 
 
 
 
Lucas Alexandre Ximenes Barbosa
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS
(escravidão)
 
 
 
 
Professor(a): Leticia Borges
 
 
 
Rio de Janeiro
2019
ESCRAVIDÃO MODERNA 
A escravidão nunca acabou apenas se modernizou, criando novos senhorios disfarçados. A escravidão atravessou os séculos e hoje temos as formas contemporâneas da escravidão. 
O trabalho escravo foi banido em quase todos os países, mas ainda existem muitas pessoas vivendo sob essa condição ao redor do mundo. Entre as mulheres, as formas mais comuns dessa violência são forçá-las a se casar, a fazer serviços domésticos ou a se prostituir. No caso dos homens, destaca-se o serviço em barcos da indústria da pesca. Porém não acaba por aí, há diversos tipos de escravidão moderna como: a escravidão sexual, os que são obrigados a mendigar (geralmente as crianças são as vítimas), a própria indústria da pesca como já citado anteriormente e a escravidão em fábricas de determinadas drogas ou tecidos.
TRÁFICO DE MULHERES (ESCRAVIDÃO SEXUAL)
O tráfico sexual está longe de ser um problema isolado. As suas causas estão intrinsecamente relacionadas com outros fenómenos sociais, económicos, políticos e culturais, pelo que vários são não só os direitos violados numa situação de tráfico, como os seus responsáveis.
ANÁLISE HISTÓRICO 
O conceito marxista de “acumulação primitiva do capital” ajudanos a melhor perceber a emergência da subhumanidade de que o tráfico de seres humanos é uma tão singular expressão. Para Marx, uma das condições da riqueza capitalista, entre outras, é a exploração do trabalho. Embora assente na ideia do trabalho livre, a verdade é que o capitalismo tem tendência para usar a força de trabalho, mas também o espaço, o meio ambiente e a natureza, de um modo destrutivo. O capital tende a fragilizar ou destruir as suas próprias condições de produção, uma vez que as constantes crises provocadas pelo aumento dos custos conduzem sempre a novas tentativas de reestruturação das condições de produção para reduzir os custos. Estas condições de produção implicam que tudo seja tratado como mercadoria, inclusive o ser humano. Tais características do capitalismo foram muito evidentes na sua génese, em que a acumulação de riqueza pressupôs, como já referimos, a escravatura, as pilhagens e a colonização. Mas estas formas de sobreexploração não se confinaram apenas a um estádio do capitalismo. As sociedades capitalistas a nível global necessitam permanentemente destas e de outras formas de sobreexploração para manter o capital, com o rosto que lhe conhecemos. Com a globalização neoliberal, tal tornase ainda mais evidente.
Há pelo menos três desígnios da globalização neoliberal que, se não promovem o tráfico de seres humanos, pelo menos tornam a sua restrição mais difícil, a criação de uma economia global privatizada, com um controlo estatal residual, em que os mercados locais surgem ligados entre si, a liberalização da troca, com a diluição das fronteiras para a circulação de pessoas, bens e serviços que sirvam a criação do tal mercado global, e a disseminação da produção através de investimento estrangeiro em multinacionais. No que especificamente concerne ao tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, estas características levam a que, sob um menor controle estatal, se desenvolva globalmente uma indústria do sexo, em que um conjunto de pessoas, mulheres, é explorado consecutivamente, isto é facilitado por uma circulação em que as pessoas dos países mais pobres migram para trabalhar nessa indústria, voluntária ou involuntariamente, e as dos países ricos se deslocam para turismo recreativo e sexual fomentado, também, pelo investimento estrangeiro. Obviamente que temos de levar em consideração as lógicas e dinâmicas de autodeterminação, e até de emancipação, que se inserem nessa indústria do sexo, mas que escapam às malhas do tráfico.
Em busca de melhores condições de vida, inúmeras mulheres são ludibriadas por aliciadores para fazerem parte de um esquema de exploração e submissão sexual, onde sofrem ameaças e humilhações e são transformadas em verdadeiras mercadorias humanas. O resultado disso é a destruição dos projetos de vida das vítimas do tráfico e da consequente violação aos direitos humanos, bem como à vida digna e à liberdade.
Os motivos pelos quais as mulheres são induzidas facilmente ao tráfico são vários, porém é possível perceber que a miséria, o desemprego e a ausência de educação de qualidade e de recursos para a sobrevivência são os principais deles.
O tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual é sustentado por quadrilhas e redes internacionais de prostituição. Ou seja, sua extensão pode ser tanto no âmbito nacional, quanto no âmbito internacional.
A submissão de mulheres à exploração sexual, em condições degradantes é uma realidade que infelizmente persiste na atualidade. Tal prática é um verdadeiro desrespeito aos princípios que norteiam o Estado, em principal, o princípio da dignidade da pessoa humana, o qual se vincula aos direitos fundamentais, entendidos estes como direitos e garantias que norteiam e estabelecem condições de vida e desenvolvimento da pessoa.
A extensão dos danos que o tráfico internacional pode causar em suas vítimas é tão grave que, segundo a Organização das Nações Unidas, podemos nos referir à ele como a forma moderna de escravidão, pois as mulheres aliciadas, ao chegar em seu destino são privadas de seus documentos pessoais, permanecendo sob a aguarda de outrem e confinadas em estabelecimentos de onde é improvável a fuga, sujeitando-se a todos os tipos maus tratos, tanto físicos quanto psicológicos.
Diversos são os instrumentos legais, de natureza nacional e internacional, que objetivam o combate ao tráfico de mulheres para fins de exploração sexual. Porém, estes mecanismos não são eficazes o bastante, na medida em que são incapazes de inibir essa prática.
É importante frisar que, para solucionar este problema, deve existir o compromisso por parte do Estado em implantar políticas de melhoria socioeconômicas do país, com educação e saúde de qualidade, e aprimorando das oportunidades de emprego digno. Importante destacar a necessária responsabilidade do Estado em assumir também, uma posição ativa na punição do delito e na defesa dos direitos das vítimas.
O ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS NO CENÁRIO GLOBAL E NACIONAL
Por se tratar de um fenômeno global, multifacetado, caracterizado pela transnacionalidade e por interesses socioeconômicos, é fundamental que haja colaboração internacional na elaboração doutrinária e normativa de um conjunto de mecanismos e estratégia eficazes, a fim de desmantelar organizações criminosas bem estruturas e combater o tráfico de seres humanos.
Nesse contexto, foram criados documentos, protocolos e organismos que têm como ponto central o enfrentamento ao tráfico de pessoas, não só no que diz respeito à repressão, mas também quanto à prevenção deste crime.
O UNODC, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, guardião do Protocolo das Nações Unidas de Proteção, Supressão e Punição do Tráfico de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças, tem promovido mundialmente a iniciativa global de enfrentamento ao tráfico de pessoas. O objetivo do programa é conscientizar Estados, empresas e sociedade sobre a perpetuação da escravidão que se manifesta por meio do tráfico de pessoas.
A finalidade principal é a criação de medidas preventivas efetivas, proteção às vítimas e punição dos criminosos, contidas no Protocolo de Palermo. Entre as metas previstas pela iniciativa estão: aumentar a consciência sobre o problema; fortalecer a prevenção, reduzir a demanda, garantir os direitos humanos das vítimas, melhoras os mecanismos de responsabilização; cumpri compromissosinternacionais; aumentar o conhecimento; fortalecer parcerias, criar um fundo especial e criar um grupo e contato informal entre os Estados-Membros, a fim de facilitar a comunicação acerca do delito.
Nesse sentido, o documento denominado Padrões de Direitos Humanos – PHD elaborado em 1999, pelo Grupo Jurídico Internacional de Direitos Humanos, tem como finalidade a promoção do respeito às pessoas traficadas. De acordo com os Padrões, os países devem se pautar pelo princípio da não discriminação em suas práticas, políticas e elaboração de leis. Deve, ainda, proporcionar segurança e tratamento justo, uma vez que as pessoas traficadas configuram vítimas de sérios abusos, devendo, assim, ter seus direitos protegidos, ainda que a entrada no país tenha ocorrido de maneira ilegal, garantir o acesso à Justiça, por meio de um sistema que resguarde os direitos de privacidade, dignidade e segurança das vítimas. Deve-se garantir o acesso a ações cíveis e a reparações, de modo que as vítimas possam ser ressarcidas dos danos causados pelos exploradores; deve-se conceder às vítimas o status de residente, isto é, a concessão de vistos de residência temporária pelo período em que não estiverem resolvidas ações propostas, evitando, dessa forma, sua exposição por meio da deportação, o fornecimento dos serviços de saúde e outros serviços sociais durante a estada da vítima no país onde foi encontrada. 
Visando a proteção das vítimas do tráfico de pessoas há também a denominada Aliança Global contra o Tráfico de Mulheres, formada por mais de 100 organizações não governamentais de diversos países e por pessoas preocupadas com a causa, com o intuito de preservar os direitos humanos das vítimas. Segundo sua política de combate ao tráfico de pessoas, um importante método de prevenção é a garantia dos direitos dos trabalhadores imigrantes, bem como o auxílio ao processo de imigração, para que ocorra de forma segura. E mais, segundo a Aliança, para que a prática do tráfico de seres humanos seja evitada, os Estados devem proporcionar melhores condições de trabalho e vida digna às potenciais vítimas, contribuindo para a diminuição da vulnerabilidade.
Brasil no enfrentamento ao tráfico de pessoas
O Brasil recepcionou a Convenção de Palermo, em 12 de março de 2004, através do Decreto nº 5.015, lembrando que esta convenção é composta por três protocolos: Protocolo de combate ao tráfico de migrantes por via terrestre, marítima e aérea, protocolo para prevenir, reprimir e punir o tráfico de pessoas, em especial mulheres e crianças. 
Dessa forma, com a aprovação da Política Nacional, o tráfico de pessoas passou a fazer parte da agenda pública do Estado Brasileiro, envolvendo Justiça, Segurança Pública, além das áreas sociais e de saúde, que atuam no acompanhamento e na recuperação da vítima.
Além disso, os Estados e Municípios criaram comitês de enfrentamento ao tráfico de seres humanos, o que tem demonstrado resultados positivo. A união e a articulação dos agentes envolvidos, são fundamentais para a luta anti-tráfico.
Vale dizer que houve um significativo avanço do Brasil no enfrentamento ao tráfico de mulheres, todavia, há muito que se fazer para que as necessidades deste crime sejam atendidas. Sendo assim, é imprescindível que haja a criação de novas políticas públicas que se demonstrem eficazes, juntamente com a conscientização da população, nesse sentido, todo ano é realizado um workshop pelo comitê paulista de enfrentamento ao tráfico de seres humanos, a fim de propiciar ações efetivas à prevenção e ao combate deste delito, através de campanhas, pesquisas, cursos e palestras que gerem reflexão acerca do tema, além da criação de políticas públicas locais, nacionais e internacionais.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-36429539
https://journals.openedition.org/rccs/1447
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/518949439/mulheres-sao-as-principais-vitimas-do-trafico-humano
https://carolmalb.jusbrasil.com.br/artigos/189917633/mecanismos-de-combate-ao-trafico-internacional-de-pessoas-para-fim-de-exploracao-sexual

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