Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APÊNDICE UNIDADE 1 Avaliação na educação U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica1 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão UNIDADE 1: Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 1.1 1. Alternativa E. Resposta comentada: A pedagogia tecnicista estava centrada na dimensão tecnológica da avaliação, centrada em seus aspectos técnicos e buscava a eficiência nos processos avaliativos, como assinala a alternativa A. A autoavaliação e as questões abertas são instrumentos de avaliação mais subjetivos nos quais os alunos são mais protagonistas e se relacionam mais com a pedagogia escolanovista e/ou construtivista e, portanto, não condizem com a pedagogia tecnicista. 2. Alternativa A. Resposta comentada: O modelo objetivista considera que o trabalho pedagógico é entendido como um procedimento técnico, objetivo e operacional. Os fatores subjetivos são pouco relevantes e o indivíduo não é considerado no seu contexto sociocultural. Nesse modelo prevalece uma separação entre ensino-aprendizagem e avaliação e predomina o foco nos resultados e não nos processos. 3. Alternativa A. Resposta comentada: Existem vários aspectos da prática pedagógica e avaliativa que caracterizam o professor socioconstrutivista, porém, considerando a lista elaborada pela estudante de Pedagogia, podemos indicar como característica do professor socioconstrutivista a preocupação em planejar atividades que colocam seus alunos diante de situações problemáticas e que os estimulem a pensar formas para solucioná-las. Um dos objetivos do professor que atua nessa U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica2 linha é promover a reflexão e aplicar conceitos e procedimentos em novos contextos. Além disso, o professor socioconstrutivista compreende o aluno em seu todo, portanto observa e analisa o contexto socioeconômico do aluno, as manifestações culturais de sua família e círculo de convivência e seu estado de ânimo emocional, pois esses aspectos influenciam no desenvolvimento da aprendizagem. Por fim, o professor socioconstrutivista utiliza a avaliação como um diagnóstico da aprendizagem do aluno, para identificar avanços, dificuldades e planejar novas estratégias para enfrentá-los. As características explicitadas nos números II e IV são indicativas de um perfil de professor tecnicista, que se aproxima mais do modelo objetivista. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 1.2 1. Alternativa A. Resposta comentada: Ralph Tyler é quem formula o conceito de avaliação por objetivos, indicando que a função da avaliação deve ser indicar se o planejamento está alcançando seus objetivos. Jussara Hoffmann defende uma avaliação na perspectiva construtivista, e é esse elemento que a diferencia dos outros teóricos, pois mesmo que os demais estejam de acordo com a tendência do ensino-aprendizagem construtivista, não apresentam a avaliação diretamente relacionada a ela. Luckesi é um dos teóricos que enfatiza a diferença entre medir e avaliar, verificar e avaliar, mas também considera que a avaliação deve fornecer informações sobre o planejamento educacional e a aprendizagem. Todos os teóricos compreendem a avaliação como transformadora, porém é Ana Maria Saul quem formula o conceito de avaliação emancipatória como a transformação não apenas do ensino, da aprendizagem, da escola, mas como transformação social, relacionando esse conceito a decisão democrática, transformação e crítica educativa. Luiz Carlos de Freitas e Mara Regina Lemes de Sordi defendem que, para mudar a avaliação, é necessário mudar o objetivo da escola. Se não questionarmos os objetivos da escola que refletem as desigualdades nela existentes, não conseguiremos transformar a avaliação e suas práticas. U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica3 2. Alternativa E. Resposta comentada: Hadji expressa que a função da avaliação deve ser fornecer elementos para regular o ensino, ou seja, para fornecer informações se as ações planificadas pelo professor para desenvolver o currículo estão cumprindo seu objetivo. Quando as informações coletadas pela avaliação indicam dificuldades de aprendizagem, o professor terá elementos para replanejar e propor novas atividades que permitam aos estudantes superar as dificuldades encontradas, ou seja, garantir a formação. Nesse sentido, a função da avaliação é reguladora do ensino e da aprendizagem. Tanto a avaliação tradicional quanto a avaliação classificatória não cumprem um papel formativo no trabalho pedagógico. Servem para atribuir nota e apenas decidir sobre a aprovação ou reprovação dos estudantes. Já a avaliação somativa está mais associada à avaliação tradicional e classificatória, pois, geralmente, procura avaliar o processo de aprendizagem no seu final e, muitas vezes, é utilizada com a finalidade de certificação. 3. Alternativa C. Resposta comentada: Os dados estatísticos apresentados por Vasconcellos e os dados de 2015 contidos na tabela evidenciam uma melhora nas taxas de rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono). Nas últimas décadas, os governos vêm implementando uma série de políticas no sentido de melhorar as taxas de rendimento. Entre essas políticas podemos mencionar as políticas de regularização do fluxo escolar (classes de aceleração) e políticas de eliminação da reprovação em alguns anos do ensino fundamental (promoção automática, progressão continuada). Políticas sociais também devem ser consideradas, como o bolsa família, além da própria atuação dos Conselhos Tutelares para garantir o direito das crianças e adolescentes à escolaridade obrigatória. Políticas de formação continuada de professores têm abordado a questão da avaliação, assim como políticas de organização do ensino em ciclos e mesmo políticas de progressão continuada e promoção automática. Entretanto, não podemos relacionar de maneira direta a melhoria nas taxas de rendimento escolar com a mudança nas concepções e práticas de avaliação. U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica4 Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 1.3 1. Alternativa A. Resposta comentada: Althusser não considera que a ideologia seja uma falsa consciência, mas sim uma imaginação sobre a realidade, portanto ideologia não é a realidade concreta, mas uma representação dela. O aparelho ideológico de Estado Escolar é, segundo o autor, o principal AIE da sociedade capitalista. Para ele existem os aparelhos repressivos do Estados e os aparelhos ideológicos do Estado. Os repressivos são aqueles que utilizam da força, da repressão, para a manutenção controle e da dominação pela classe dominante, enquanto os aparelhos ideológicos se utilizam da persuasão. O exército e a polícia são aparelhos repressivos, enquanto a família, a escola, as igrejas, o sistema político, os sindicatos, a imprensa, entre outras instituições constituiriam os AIE. 2. Alternativa C. Resposta comentada: A forma como a escola está organizada, por meio dos tempos definidos, da ordem dos espaços, do controle realizado pelos professores, entre outros aspectos, tem uma função disciplinadora dos estudantes, não apenas para a realização do processo educativo, mas para a vida social. Aliada a essa ideia de disciplinamento, advinda do pensamento foucaultiano, a ideia de capital cultural é outro elemento fundamental na manutenção das desigualdades inerentes à sociedade capitalista. A escola cumpre, dessa forma, uma função ideológica de reprodução da desigualdade de classes e disciplinamento ou docilização dos corpos, fazendo com que os sujeitos se submetam ao controle e à dominação. Apesar de encontramos diretamente uma relação entre o AIE Escolar de Althusser e influências desse sociólogo na obra de Bourdieu, não podemos afirmar diretamente que Althusser influencia a obra de Michel Foucault. Althusser trabalha com o conceito de poder de Estado, portanto de macropoder, enquanto Foucaultcentra suas análises nos micropoderes, aqueles poderes que perpassam as relações sociais e que são evidenciados no interior das instituições. 3. Alternativa E. Resposta comentada: Bourdieu analisará a escola liberal e U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica5 meritocrática e mostrará que a transmissão do conhecimento nas escolas não se dá da mesma maneira para todos os estudantes, fundamentada na ideia da igualdade entre todos os alunos, termina gerando a exclusão daqueles que não possuem a bagagem cultural esperada, ou seja, o capital cultural. Geralmente, as crianças desprovidas do capital cultural da classe dominante apresentarão maiores dificuldades para se adaptar e desenvolver na escola e, em função disso, estarão mais sujeitas ao fracasso escolar. Essa ideia está no cerne da crítica que ele faz à escola liberal e democrática. Ao desconsiderar as diferenças culturais entre os estudantes e não perceber que a escola cobra dos alunos das classes desfavorecidas um capital cultural não trazem para dentro da escola, os professores transformam a cultura em um instrumento de dominação e, portanto, em violência simbólica. O conceito de aparelho ideológico de Estado é cunhado por Althusser, enquanto as ideias de disciplinarização dos corpos e tecnologia de poder pertencem a obra de Foucault. APÊNDICE UNIDADE 2 Avaliação na educação U2 - Avaliação externa e institucional 6 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão UNIDADE 2: Avaliação externa e institucional Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 2.1 1. Alternativa A. Resposta comentada: O artigo 24 da LDB define que a avaliação seja processual e cumulativa e que os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os aspectos quantitativos. Além disso, coerente com a avaliação processual, provas ou exames finais não podem prevalecer sobre a avaliação contínua e processual. Os procedimentos e critérios descritos pela professora são coerentes com o que determina a LDB. 2. Alternativa C. Resposta comentada: O conceito de qualidade negociada envolve a ideia de negociação, de acordo, de pacto entre os indivíduos da comunidade escolar e os gestores do sistema de ensino. A ideia inerente ao conceito é de que tanto os atores escolares quanto os gestores do sistema são responsáveis pela qualidade. Ao negociar o que é a qualidade, a instituição de ensino viabiliza seu desenvolvimento para alcançar a qualidade desejada, responsabiliza-se por ela, mas também remete ao órgão do sistema sua responsabilidade pela qualidade, sendo esta compartilhada e não unilateral. O conceito de qualidade serve para regular a educação e, muitas vezes, termina responsabilizando somente a instituição de ensino pela qualidade ofertada, mas quando a qualidade é negociada exerce, segundo seus autores, uma contrarregulação, pois serve de regulação com relação à escola, também responsabilizando os gestores dos sistemas. U2 - Avaliação externa e institucional 7 3. Alternativa E. Resposta comentada: As dimensões intraescolares se referem a tudo que diz respeito aos sistemas de ensino e às escolas. Com relação ao sistema, diz respeito às condições de oferta do ensino; com relação à instituição educativa, relaciona-se à gestão e organização do trabalho escolar; no tocante aos professores, refere-se à formação, profissionalização e à ação pedagógica; quanto aos estudantes, diz respeito ao acesso, à permanência e ao desempenho escolar. A dimensão socioeconômica e cultural dos entes envolvidos, assim como os direitos do cidadão e as obrigações do Estado, constituem as dimensões extraescolares. Se bem são extraescolares, devem ser levadas em consideração ao avaliar a qualidade educacional, pois influenciam na qualidade das dimensões intraescolares. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 2.2 1. Alternativa D. Resposta comentada: A política de avaliação implementada por esta Secretaria de Educação é de consequências fortes. De acordo com as categorias elaboradas por Bonamino e Sousa (2012), a divulgação dos resultados na mídia, a elaboração de rankings, o pagamento de bônus aos professores em função dos resultados e das metas estabelecidas acabam premiando alguns e punindo outros, já que a não bonificação termina sendo uma espécie de punição, caracterizando uma avaliação com consequências ou responsabilização forte. 2. Alternativa E. Resposta comentada: Os resultados das avaliações externas são amplamente divulgados no Brasil. O Ministério da Educação não promove a elaboração de rankings, porém, muitas vezes, a mídia e as escolas, principalmente privadas, terminam criando alguma espécie de ranqueamento. Os resultados têm sido divulgados e usados, com maior ou menor intensidade, tanto pelos gestores dos sistemas de ensino no desenvolvimento de políticas educacionais quanto pelas escolas que os recebem, assim como têm calculados seu Ideb e suas metas. Também em função dos resultados, por exemplo, em escolas com baixo Ideb, são desenvolvidas ações de apoio específicas, como a disponibilização de recursos materiais e financeiros para a melhoria das condições de infraestrutura e de ensino. O pagamento de bônus, U2 - Avaliação externa e institucional 8 quando é feito, é realizado por sistemas de avaliação estaduais, pois a avaliação nacional não utiliza esse tipo de estratégia, sendo, portanto, como indicam Bonamino e Sousa (2012), de responsabilização branda. 3. Alternativa B. Resposta comentada: A avaliação dos sistemas ou redes de ensino no Brasil é caracterizada pela avaliação externa, ou seja, feita por agentes que estão fora da escola e do sistema, e é realizada em larga escala, ou seja, participam dessa avaliação um número elevado de escolas e estudantes que respondem a provas ou testes padronizados de Língua Portuguesa e Matemática. São exemplos desse tipo de avaliação o Saeb, a Prova Brasil e o Enem, além das avaliações desenvolvidas por sistemas estaduais e municipais de ensino. Apesar de serem entendidos como sinônimos, os termos avaliação externa, em larga escala e de sistemas caracterizam um determinado tipo de avaliação que desde a década de 1990 se desenvolve no âmbito nacional pelo Ministério de Educação e nos âmbitos estadual e municipal pelas secretarias de educação. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 2.3 1. Alternativa D. Resposta comentada: A avaliação externa que utiliza os resultados do desempenho dos alunos do 5o e 9o anos do ensino fundamental para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é a Prova Brasil. O Encceja é, atualmente, o único exame que certifica competências de jovens e adultos que não concluíram estudos do ensino fundamental e médio na idade própria. Até 2016 o Enem cumpria esta função com relação ao ensino médio. A ANA é a Avaliação Nacional da Alfabetização que foi desenvolvida no contexto do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) para garantir que os alunos estejam alfabetizados até o 3o ano do ensino fundamental, ano em que a ANA é aplicada. O Enem é aplicado aos concluintes e às pessoas que já concluíram o ensino médio e seus resultados têm sido utilizados, desde 2009, pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) para o ingresso no ensino superior. A maioria das avaliações realizadas pelo MEC/Inep avaliam competências de leitura, interpretação e resolução de problemas, porém somente a Provinha Brasil é aplicada duas vezes no mesmo U2 - Avaliação externa e institucional 9 ano e a responsabilidade pela aplicação é dos sistemas de ensino que a aderem. 2. Alternativa C. Resposta comentada: A Provinha Brasil possui uma lógica totalmente diferente das demais avaliações desenvolvidas pelo governo federal. Como seu principal propósito é diagnosticar a proficiência dos alunos do 2o ano do ensino fundamental e garantir estratégias de ensino que os ajudem em seu processo de aprendizagem, ela deve ser aplicada em dois momentos. O primeiro, no primeiro bimestre,até o mês de abril, permite aos professores e escolas identificar o domínio dos alunos em leitura, interpretação e resolução de problemas e tomar medidas pedagógicas que visem a consolidar essas habilidades e superar as dificuldades. A aplicação no final do ano permite também diagnosticar os avanços realizados e seus resultados podem ser utilizados no planejamento do 3o ano do ensino fundamental. É uma estratégia muito positiva para promover a aprendizagem e também desenvolver a ideia do uso formativo dos resultados das avaliações. 3. Alternativa A. Resposta comentada: O aumento dos níveis de proficiência pode ocorrer por fatores tanto intra quanto extraescolares. Na maioria das vezes, os fatores intraescolares deveriam ter um peso maior, porém, as condições psicológicas, físicas, emocionais dos alunos no dia da prova podem ter alguma influência, mas não são determinantes dos resultados. Quando coincide que um grupo de alunos com melhores condições esteja em um mesmo ano, passaram por situações na escola mais estruturadas, tiveram professores que se preocuparam mais com a aprendizagem ou melhor formados, o nível de proficiência pode aumentar. Se o grupo seguinte que responde a avaliação possui características opostas a estas, certamente isso se verá refletido no resultado. Portanto, a análise não pode ser feita somente considerando os dados quantitativos, é importante qualificá- los, pensar o que foi que ocorreu durante o ano, as características dos estudantes avaliados, como foi o processo de escolarização que tiveram, que professores os atenderam nos anos iniciais do ensino fundamental. Realmente, a leitura dos dados fora de um contexto permite algumas observações que podem ser coerentes e corretas. Essa leitura permite dizer que corre um aumento significativo dos U2 - Avaliação externa e institucional 10 estudantes com proficiência no nível avançado e uma diminuição, também importante, no insuficiente, o que permite fazer uma leitura positiva dos resultados, mas não podemos emitir nenhuma opinião sobre o trabalho da escola. É correto dizer que os níveis de proficiente concentram uma quantidade pequena de alunos estando a maioria deles no nível básico e insuficiente (72% em 2011; 73% em 2013; 67% em 2015). A leve melhora ocorrida em 2015 ainda mantém a escola sob alerta, sendo necessário realizar um trabalho que vise assegurar que a maioria dos alunos esteja no nível de proficiente. Certamente que a análise deve ser feita em seu conjunto, as oscilações nos níveis de proficiência para cima ou para baixo não evidenciam um trabalho da escola na garantia da aprendizagem, podem representar apenas diferenças entre os alunos que realizaram as provas. APÊNDICE UNIDADE 3 Avaliação na educação U3 - Avaliação no contexto escolar11 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão UNIDADE 3: Avaliação no contexto escolar Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 3.1 1. Alternativa B. Resposta comentada: As iniciativas para enfrentar o fracasso escolar e os altos índices de reprovação (em Santa Catarina, avanços progressivos; São Paulo, organização em níveis; e Rio de Janeiro, Bloco Único) foram tomadas no final da década de 1960 e nos anos 1970. Algumas delas se centraram na adoção da aprovação automática, porém não surtiram o efeito esperado. Apesar de sofrer muitas críticas por diversos pesquisadores do tema da organização do ensino, a progressão continuada adotada nas redes públicas dos estados de Minas Gerais e São Paulo no final da década de 1990 não se restringia a eliminação da reprovação, se bem que medidas importantes para modificar a concepção de educação, organização de ensino e avaliação não foram efetivamente implantadas. O Ciclo Básico de Alfabetização se caracterizou como uma medida que buscava promover mudanças nos primeiros anos do ensino fundamental, indo além da simples aprovação automática. A organização de todo o ensino fundamental, até então 1º grau, em ciclos nas redes municipais de Belo Horizonte e São Paulo caracterizaram as políticas de ciclo com maior radicalidade no sentido de transformação da escola antes seriada. 2. Alternativa A. Resposta comentada: Das medidas anunciadas pela Secretaria de Educação para a implementação dos ciclos, não condiz com essa forma de organização a eliminação dos instrumentos de avaliação formal, pois tais instrumentos (provas, testes, trabalhos, exercícios etc.) fornecem informações importantes sobre a aprendizagem dos alunos, a questão é que seus resultados devem ser utilizados gabriela.rossi Comentário do texto ajustar os nº das páginas U3 - Avaliação no contexto escolar12 para refletir sobre as dificuldades dos alunos e não somente para atribuir notas, como é comum ocorrer na organização seriada. Além disso, a avaliação externa não passa a ser utilizada para decidir sobre a progressão dos alunos (aprovação/reprovação), pois nos momentos em que a trajetória escolar pode ser interrompida, geralmente final dos ciclos, a decisão continua sendo tomada pelos professores da escola. 3. Alternativa C. Resposta comentada: Freitas defende a ideia de que os ciclos se relacionam a um projeto transformador da escola e visa a educação como um direito e obrigação do Estado, enquanto a progressão continuada é herdeira de uma concepção conservadora-liberal. O autor defende que a implantação dos ciclos deve ser gradativa, induzidos por exemplos de experiências bem-sucedidas, e não por definição legal por parte dos gestores dos sistemas. Esse processo gradual e indutivo minimizaria as resistências e lançaria as bases para uma implementação que realmente promovesse a transformação da escola. As críticas de Freitas em relação à progressão continuada recaem sobre a fragmentação curricular e metodológica que se mantém nessa medida e, além disso, o autor indica que a eliminação da reprovação na progressão continuada resolve o problema dos altos índices de reprovação, porém transfere o problema do fracasso escolar para o interior das escolas, quando permite que os alunos avancem na escolarização sem garantir as aprendizagens necessárias. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 3.2 1. Alternativa C. Resposta comentada: A relação entre o currículo e a avaliação externa está mediada pela matriz de avaliação, pois ela representa parte do currículo que a escola deve desenvolver. Entretanto, as escolas não devem priorizar os conteúdos cobrados nas avaliações em detrimento de outros, como tem sido demonstrado pelas pesquisas. U3 - Avaliação no contexto escolar13 2. Alternativa A. Resposta comentada: Atualmente, as escolas têm convivido com uma série de processos de avaliação advindos das políticas educacionais que foram implementadas desde a década de 1990. Tanto as políticas de avaliação em larga escala e externas quanto as políticas de reorganização do ensino em ciclos têm exercido alguma forma de influência no contexto escolar e na avaliação da aprendizagem. Os processos de autoavaliação institucional participativa têm sido vistos como uma alternativa eficaz para evitar que o conceito de qualidade seja definido pelas avaliações externas, principalmente porque esses processos implicam analisar diferentes dimensões do processo educacional e contar com a participação de diversos atores. 3. Alternativa D. Resposta comentada: A avaliação do desempenho dos professores tem sido enfatizada nas políticas educativas fundamentalmente devido à importância dos professores para a melhoria da qualidade da educação. Seus resultados servem para diagnosticar dificuldades e promover ações de formação continuada dos docentes, promovendo autorreflexão sobre suas práticas e sobre os aspectos que precisam ser melhorados. Também podem servir como parâmetro para a evolução na carreira. Em alguns países, a avaliação do desempenho docente tem sido utilizada como forma de classificar e excluir os professores, porém esse é um aspecto que ainda tem gerado muitapolêmica. A maioria dos defensores da avaliação do desempenho dos professores objetiva seu uso formativo. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 3.3 1. Alternativa E. Resposta comentada: A avaliação e o currículo devem se articular, devem estar relacionados ao ensino, à escolha dos métodos e materiais mais adequados às necessidades dos estudantes, portanto são indissociáveis e devem partilhar da mesma concepção de educação, ensino, aprendizagem, para serem coerentes. O professor deve assumir uma postura reflexiva e investigativa com relação à sua prática e aos erros dos seus estudantes. Os erros devem ser objetivos de análise, para que forneçam importantes pistas sobre o processo U3 - Avaliação no contexto escolar14 de ensino-aprendizagem. Dessa forma, o professor trabalhará numa perspectiva inclusiva, democrática e promoverá o sucesso de todos os seus estudantes. 2. Alternativa A. Resposta comentada: As questões de gênero, do feminino e do masculino, marcam os processos de avaliação que os professores fazem dos seus estudantes, mesmo quando se utilizam de instrumentos mais formais de avaliação. O fracasso dos meninos, das crianças e jovens de origem étnico-racial não branca, pertencentes a classes sociais menos favorecidas, é maior porque a escola não foi pensada para acolher a todos, mas uma minoria, além de não acolher as diferenças, mas trabalhar na perspectiva das desigualdades. 3. Alternativa B. Resposta comentada: O erro é um importante instrumento que deve ser utilizado tanto por professores quanto por alunos. Porém, mas importante que identificar o erro, é refletir sobre ele (O que levou àquele raciocínio? O que faltou? Onde foi que me equivoquei? O que é preciso fazer para avançar na aprendizagem?). Essa é uma tarefa que deve ser desenvolvida pelo professor, que deve refletir sobre os erros dos seus alunos, suas causas, que podem evidenciar diversos problemas, inclusive da prática docente. Além disso, o professor deve ajudar o aluno a refletir sobre seus próprios erros, a entendê-los, a vê-los com naturalidade e a encontrar os caminhos para solucioná-los. APÊNDICE UNIDADE Avaliação na educação U4 - Avaliação da aprendizagem15 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão UNIDADE 4: Avaliação da aprendizagem Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 4.1 1. Alternativa A. Resposta comentada: O trecho indica o conceito de avaliação diagnóstica, que visa identificar os conhecimentos adquiridos, os chamados conhecimentos prévios, aqueles que os professores esperam que os alunos tenham domínio para que possam avançar na aprendizagem. Seu objetivo não é o de assinalar o que os alunos não sabem e que deveriam saber, mas indicar aquilo que o professor precisa ensinar para poder conseguir o sucesso de todos os alunos. Vincula-se às estratégias de planejamento e, normalmente, ocorre no início de algum processo de formação. 2. Alternativa C. Resposta comentada: Apesar da ênfase nas políticas de avaliação externa e nos testes padronizados, as avaliações da aprendizagem, realizadas nas salas de aulas pelos professores, visam à promoção de uma avaliação formativa que está a serviço da aprendizagem dos estudantes, que repensa os processos de ensino-aprendizagem, avaliando não apenas aquilo que os alunos sabem, mas também a prática docente levada a cabo para o desenvolvimento da aprendizagem. Numa perspectiva inclusiva, essa avaliação da aprendizagem, além do seu caráter formativo, também possui uma característica diagnóstica, que visa levantar aspectos tanto da aprendizagem cognitiva quanto do contexto e dos conhecimentos prévios que trazem os estudantes para o interior das salas de aulas. Esse diagnóstico busca identificar o domínio cognitivo dos alunos sobre temas anteriormente trabalhados e também sobre o contexto socioeconômico e cultural em que vivem. U4 - Avaliação da aprendizagem16 3. Alternativa B. Resposta comentada: A avaliação formativa é uma avaliação processual, contínua, que ocorre durante o processo de ensino- aprendizagem, e fornece aos professores e alunos conhecimento suficiente sobre suas práticas pedagógicas, sobre os seus processos de ensino. Na avaliação formativa o professor avalia o aluno, mas também seu próprio trabalho, sua prática, procurando adquirir uma postura de ajuda, cuidado e reflexão sobre a aprendizagem e os processos de ensino desenvolvidos. A avaliação formativa inclui processos de diagnóstico, mas vai além deles, no sentido de orientar a prática docente e a aprendizagem dos alunos a partir dos dados coletados, das informações adquiridas. O caráter inclusivo da avaliação formativa ocorre pelo conhecimento do docente sobre seu trabalho, mas principalmente pelas ações decorrentes dos resultados das avaliações em prol da aprendizagem de todos os estudantes. A avaliação formativa deve permitir ações coletivas e ações mais individualizadas e, portanto, articula-se à trajetória de cada educando. Cabe ao professor saber propor medidas adequadas, coletivas e individualmente pensadas para desenvolver a aprendizagem de todos. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 4.2 1. Alternativa B. Resposta comentada: A explicitação dos critérios de avaliação fortalece o planejamento de ensino, pois articulam os objetivos com os critérios para avaliar. Além disso, possibilitam que o professor e os alunos conjuntamente analisem suas respostas e compreendam seus erros, favorecendo a avaliação formativa. É um equívoco pensar que conhecer os critérios de avaliação levar os alunos a se queixarem mais das correções dos professores, pois ao explicitar os critérios os professores analisam as produções com maior foco e os alunos compreendem mais facilmente a análise feita pelo professor e porque tiveram determinado resultado. Também o uso da avaliação para disciplinamento não é um critério de avaliação, apenas se configura como um instrumento de controle e de poder, que não promove uma avaliação emancipadora. U4 - Avaliação da aprendizagem17 2. Alternativa C. Resposta comentada: As metas e objetivos de ensino, assim como os critérios que definimos para avaliar, devem estar articulados entre si e devem também ser pautados pela realidade e o contexto em que estão emersos escola e alunos. Devem ser flexíveis, não para avaliar de forma distinta cada estudante, emitindo um juízo de valor equivocado sobre a aprendizagem, mas sim para fundamentá-lo. A flexibilidade está na forma de analisar as produções dos alunos, e não nos critérios. Na comunicação dos resultados sempre os aspectos qualitativos devem preponderar sobre os quantitativos, pois são os aspectos qualitativos que expressam os critérios que se utilizou para avaliar e os níveis de desempenho dos estudantes, indicando o quanto eles se aproximaram ou não dos objetivos propostos. A definição de um critério de avaliação sempre servirá como ponto de referência e ajuda o professor a estabelecer o que vai aceitar como evidência de que o objetivo proposto foi realizado, reconhecendo essa evidência no comportamento do aluno, ou seja, na sua aprendizagem. Sendo assim, os critérios de avaliação orientam a prática docente e servem para que os alunos entendam a avaliação que participaram e compreendam suas dificuldades e seu desenvolvimento. 3. Alternativa E. Resposta comentada: As práticas descritas e os critérios de avaliação não são explicitados pela professora, mas subentendidos pelos alunos, que não analisam seus erros e, portanto, não compreendem em que parte equivocaram-se. Assinala-se o erro, porém ele não é visto como parte do processo de aprendizagem dos alunos. Se fosse utilizado numa perspectiva construtiva, o erro possibilitaria uma análise de uma determinada situação, contexto ou caso, nos quais os alunos podem mobilizar e aplicar os conhecimentos adquiridos. O exercício proposto simplesmente enfatiza a memorização de passos ou procedimentos de resolução anteriormente explicados pela professora.Não ocorre, portanto, uma articulação entre objetivos, estratégias de ensino, avaliação e seus critérios. U4 - Avaliação da aprendizagem18 Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 4.3 1. Alternativa A. Resposta comentada: Elaborar instrumentos de qualidade é importante para a realização de práticas avaliativas que obtenham informações sobre a aprendizagem dos alunos que sejam fidedignas e confiáveis. A técnica de avaliação é o método de se obter as informações desejadas. O instrumento de avaliação é o recurso que será usado para isso. A definição dos instrumentos de avaliação deve ocorrer de forma articulada ao planejamento das atividades de ensino. 2. Alternativa C. Resposta comentada: Os instrumentos que são utilizados na técnica de observação, geralmente são a lista de checagem, escala de classificação, roteiro, diário, anedotário. O questionário, o portfólio, o roteiro de entrevistas se relacionam à técnica de inquirição, enquanto as provas escritas e os testes padronizados, à testagem. 3. Alternativa D. Resposta comentada: O portfólio não consiste em guardar todas as produções dos estudantes, somente aquelas que sejam mais representativas. Além disso, a análise das produções não deve ser feita somente ao final, mas durante o processo. Além de ser um instrumento interessante para analisar a trajetória e o desenvolvimento do estudante e do seu grupo, o portfólio também caracteriza- se como um documento de registro desse processo. O professor pode montar o portfólio tanto em forma física, guardando de forma ordenada as produções dos seus alunos, quanto também fazê-lo em formato digital. O mais importante é que as produções sirvam para a análise continua do desenvolvimento dos alunos e permitam aos professores identificar os aspectos do ensino que exigem mudanças e onde devem intervir para melhorar a aprendizagem.
Compartilhar