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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ - PÓLO PARANGABA ENDEREÇO: AVENIDA DA LIBERDADE, 956 - JÓQUEI CLUBE FORTALEZA/CE. ALUNO: MÁRIO SÉRGIO BERNARDO DE SOUZA MATRÍCULA: 201703285743 DISCIPLINA: PRATICA SIMULADA DO DIREITO PENAL III PROFESSOR: MÁRCIO VITOR MEYER DE ALBUQUERQUE. . TEMA: ANALISE DA PRISÃO PREVENTIVA (REQUISITOS, MOTIVAÇÃO, PRAZO, ELEMENTOS CAUTELAR) NO CÓDIGO DO PROCESSO PENAL E NO PACOTE ANTICRIME - JURISPRUDÊNCIA RECENTE DAS INOVAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME. FORTALEZA/2020 http://portal.estacio.br/ https://twitter.com/home?status=https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/28543/a-revisao-criminal-no-processo-penal-brasileiro-aspectos-relevantes https://twitter.com/home?status=https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/28543/a-revisao-criminal-no-processo-penal-brasileiro-aspectos-relevantes ÍNDICE APRESENTAÇÃO 1. PRISÃO PREVENTIVA (REQUISITOS, MOTIVAÇÃO, PRAZO, ELEMENTOS CAUTELAR. 2. PACOTE ANTICRIME E A PRISÃO PREVENTIVA. 3. JURISPRUDÊNCIA RECENTE DAS INOVAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME SOBRE A PRISÃO PREVENTIVA. CONCLUSÃO APRESENTAÇÃO O ano de 2019 evidenciou grande discussão no mundo jurídico sobre a prisão em segunda instância, o que de certa forma levou muitos debates pelo país, entre juristas e profissionais do direito a se posicionarem a favor ou contra tal inovação, o que de certa forma, essas discussões causou grandes embaraços e que levou provavelmente levou algumas pessoas confundirem tal questão com a prisão preventiva. O objetivo deste trabalho acadêmico da disciplina de Prática Simulada Penal III se resume em uma análise da prisão preventiva (Requisitos, Motivação, Prazo, Elementos Cautelar)no CPC e no Pacote Anticrime da Prisão Preventiva e apresentação de uma jurisprudência atualizada do ano de 2020 de caso concreto desta inovação. Reza os preceitos constitucionais deste país, que ninguém deverá ser condenada até o transitado em julgado da sua sentença penal, ou seja, uma pessoa deve ser considerada inocente até a sua condenação, quando não mais é possível recorrer da decisão Entretanto, existem de fato três tipos de prisão que podem acontecer de maneira excepcional à regra: a prisão em flagrante, a prisão temporária e a prisão preventiva. Então, tentaremos neste curto momento, discorrer sobre a prisão preventiva. Por tanto, esperamos, de acordo com o esforço empenhado aqui, alcançar os méritos pontuais na disciplina, “Pratica Simulada Penal III”, e conseqüentemente a aprovação na disciplina. O Aluno 1. PRISÃO PREVENTIVA (REQUISITOS, MOTIVAÇÃO, PRAZO, ELEMENTOS CAUTELAR. DOS Art. 311 ao art. 316 do código do processo penal, todos estes discorrem sobre a prisão preventiva e sua aplicação dentro da legalidade processual. Conceitualmente, a prisão preventiva, é uma das formas de restrição da liberdade, é uma medida nas ações penais, mas que devem ser aplicadas motivadamente, ou seja, precisa atender às condições legais e às finalidades do sistema penal, no entanto, sua aplicação, não deve ferir os direitos e garantias fundamentais. A prisão preventiva, como já dito anterior e o próprio nome traduz, é uma medida de restrição da liberdade anterior ao término do processo, ou seja, ocorre antes do julgamento do delito em sua culpabilidade, tipicidade e ilicitude, ou seja, o triplé da teoria do delito. Embora o fato e a imputabilidade ainda não se tenham provado e impere no Direito Penal, a presunção de inocência, como ta destacado no art. 5º, inciso LVII, CF, a prisão preventiva é uma medida prevista no art. 311 do CPP, a qual visa a garantia do próprio processo penal. A prisão preventiva é utilizada como um instrumento do juiz em um inquérito policial ou já na ação penal, ou seja, ela é um instrumento processual. Pode ser usada antes da condenação do réu em ação penal ou criminal e até mesmo ser decretada pelo juiz como já explicito. Em ambos os casos, a prisão deve seguir os requisitos legais para ser aplicada, regulamentados pelo artigo 312 do Código de Processo Penal. Ainda sobre a prisão preventiva. Ela poderá, ser decreta: 1. de ofício, pelo juiz, quando no curso da ação penal; 2. a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente; 3. por representação da autoridade policial. E também, a prisão preventiva, na sua aplicabilidade, poderá ser decretada, seguindo os tramites do artigo 313 do Código de Processo Penal, nos caso de: Crimes inafiançáveis como racismo, prática de tortura, tráfico de drogas, terrorismo, ação de grupos armados e crimes hediondos (homicídio, estupro, latrocínio); crimes afiançáveis – quando as provas contra o réu são suficientes para tal ou quando há dúvidas sobre a sua identidade e não há elementos suficientes para esclarecê-la; nos crimes dolosos, a prisão preventiva pode ser aplicada quando o réu tiver sido condenado por crime da mesma natureza, em sentença transitada em julgado – ou seja, da qual não cabem mais recursos e nos crimes que envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. A Imposição da prisão preventiva, de acordo com o art. 312 do CPP, será decretada em determinados requisitos objetivando: 1. garantia da ordem pública e da ordem econômica; 2. por conveniência da instrução criminal; 3. para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente da autoria. Seguindo a observância dos requisitos do art. 313 do cpp, qualquer infração dos termos se caracteriza como motivação para a prisão preventiva, esses elementos, mostrando-se suficientemente fundamentada a decisão que decreta a prisão preventiva com base nos elementos concretos já antecipados, evidenciam a necessidade de resguardar a instrução criminal e a aplicação da lei penal Não há ilegalidade no decreto de prisão preventiva em que o juiz, verificando a existência do crime e indícios suficientes da autoria, determina o confinamento antecipado do réu para garantia da ordem pública, fundamentadamente. —É taxativo na jurisprudência brasileira que a simples alegação de ser o réu primário e de bons antecedentes não impede a manutenção da medida constritiva, se existentes os motivos que a autorizam. Outro fator importante para melhor entendimento na celeuma tão debatida sobre a prisão preventiva, recai no requisito prazo, ora, como inexiste em lei um prazo determinado para a duração da prisão preventiva, a regra é que perdure até quando seja necessário. Claro que é necessário respeitar a razoabilidade de duração, atendendo sempre os princípios da proporcionalidade e necessidade. Já assegurado em linhas anteriores que a prisão preventiva tem a finalidade de assegurar o bom andamento da instrução criminal, não podendo se prolongar indefinidamente, posto que, se isto ocorrer configura constrangimento ilegal. Ainda sobre prazo regular para a prisão preventiva é bom destacar a inclusão do inciso LXXVIII, no artigo 5º da Constituição da República, pela emenda constitucional 45/04, que impõe a duração razoável do processo, também sem estabelecer balizas temporais definidas, ficando este sobre a égide e critérios subjetivos do julgador, contudo o mesmo artigo 5º, LXVI, da Constituição da República, dispõe que ninguém será levado à prisão, ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Entende-se no contexto que para manter preso quem ainda não foi condenado, em respeito ao princípio da presunção de inocência, inerente ao Regime Democrático de Direito e insculpido na Constituição da República de forma expressa no artigo 5º, LVII,não há razão para não oferecer a liberdade provisória quando estiverem presentes os requisitos para a concessão. Em resumo, atenciosos ao que dispõe o artigo 282, § 6º, do Código de Processo Penal com a redação que lhe foi dada pela Lei n. 12.403, de 2011, somente se autoriza a decretação da prisão preventiva caso as medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal não sejam cabíveis na espécie, isto é, surtiriam efeito no caso concreto. Em outras palavras, a preventiva só é aplicável caso nenhuma outra cautelar seja suficiente, como último recurso. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/CPP-Decreto-Lei-no-3689-de-03-de-Outubro-de-1941#art-319 VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 2. PACOTE ANTICRIME E A PRISÃO PREVENTIVA. Com o advento da lei 13.964/192, conhecida como “pacote anticrime” no final de 2019 entrou em vigor, alterou o Código Penal, e o seu processo, também impôs nova disciplina às medidas cautelares, especialmente no que se refere à prisão preventiva. Levando em consideração que a finalidade do Direito Processual Penal é a tutela das liberdades individuais contra os poderes persecutórios do Estado, com o advento desta nova lei e o reforço constitucional, consagra a paridade de armas, a proibição de utilizar provas ilícitas, o contraditório, a ampla defesa, estabelecendo um complexo de normas que visam a assegurar ao cidadão a oportunidade de se opor à imputação da culpa criminal; trata-se do devido processo legal, que são garantias processuais a serviço da inocência. Contudo, é nessa perspectiva, que o pacote anticrime veio atender anseios do mundo jurídico no que tange as prisões provisórias, onde o sistema já clamava por urgência, e principalmente para atender uma estimativa em torno de 40% da população carcerária. Mas em regra o que mudou com o pacote anticrime no que se refere a prisão preventiva? Com a nova redação do art. 282, § 2º, do CPP, e o art. 311 também do CPC vedam a prisão por decisão de ofício deixou, o magistrado passa a depender de iniciativa das partes ou de representação da autoridade policial. Em regra, a partir do pacote anticrime, os juízes, em qualquer hipótese, estão impedidos de mandar prender sem provocação das partes que lhes outorgue essa faculdade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm Já no § 4º, do art. 282 do CPP que faz menção ao descumprimento de outras imposições, o texto reafirma a prisão preventiva a pedido, apenas em último caso, ou seja, em regra as decisões pela prisão preventiva devem conter elementos do caso concreto que justifiquem a aplicação de medida considerada excepcional e, portanto, a ser decretada apenas em último caso. O § 5º, do artigo 282, do CPP, alerta ao juiz que revogue a prisão de ofício ou a substitua por medidas cautelares mais brandas, quando verificar a falta de motivo para que subsista. O mesmo dispositivo parece admitir que o juiz volte a decretá-la “se sobrevierem razões que a justifiquem”. Contudo a regra geral das cautelares impõe que haja provação das partes nesse sentido. Caso contrário, o juiz terá de permanecer inerte. Na sequência, o § 6º, do art. 282, do CPP, condiciona a prisão preventiva, que “somente será determinada” quando não for possível a substituição por outra medida cautelar do art. 319, o que “deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada”. O citado dispositivo já trazia essa recomendação, que foi, no entanto, sistematicamente ignorada, sendo necessário tornar expressa a exigência. Também em via de regra legal, a prisão preventiva será cabível apenas quando não for possível a aplicação de medida diversa, entre aquelas previstas pelo artigo 319 do CPP, fundada em elementos concretos e que possam ser atribuídas por circunstâncias individualmente reconhecidas, de modo a tornar evidente que nada além da prisão é suficiente para acautelar o processo ou a sociedade. “Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia”. artigo 283 do CPP. Neste ponto, inclua-se a prisão decorrente de pronúncia, de modo que a Súmula 21 do STJ[1] tornou-se sem aplicação, também em via de regra legal, não existe prisão provisória possível para o cumprimento de pena, real ou disfarçado, nem pode ser decretada como decorrência natural da evolução das fases processuais. Criou-se o § 2º para o artigo 312 do CPP, cuja redação estabelece que: https://www.conjur.com.br/2020-mai-07/disciplina-prisao-preventiva#_ftn1 “a decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos e contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada”. Fato contemporâneo é aquele que se relaciona com o momento da prisão ou subsiste no tempo desde a sua decretação. Assim, acontecimentos pretéritos ou os fatos primitivos que geraram o decreto inicial não são válidos para admitir a prisão cautelar ou a sua manutenção, se os efeitos tiverem cessado ou se esvaído, perdendo a característica de contemporaneidade. O parágrafo único do art. 316 do CPP criou regra com a seguinte redação: “Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”. Portanto, em regra legal, a prisão preventiva tem prazo certo de 90 dias, devendo sua prorrogação, de caráter excepcionalíssimo, ser obrigatoriamente revisada após esse período e ser mantida apenas diante de circunstâncias ainda mais especiais, mediante o apontamento de motivos concretos e contemporâneos, uma vez mais afastando-se a possibilidade e suficiência de outras cautelas. Eis o decálogo das novas diretrizes para a prisão preventiva.Ainda, o descumprimento dessas novas regras legais, mediante a comprovação do exigido dolo específico, deverão ser enquadradas como crimes de abuso de autoridade (Lei nº 13.869/19), sendo responsabilizado penalmente o juiz que decretar privação da liberdade em manifesto desacordo com as hipóteses legais (art. 9º, caput), ou que, dentro de prazo razoável, deixe de relaxar prisão manifestamente ilegal (art. 9º, I), de substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível (art. 9º, II). Tudo isso elevará a qualidade da nossa Justiça criminal, que se tornará mais célere e eficiente, em prol da proteção social e do respeito aos direitos individuais. 3. JURISPRUDÊNCIA RECENTE DAS INOVAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME SOBRE A PRISÃO PREVENTIVA. Processo n. 0004200-94.2020.8.26.0278 - Ação Penal - Procedimento Ordinário - 02/10/2020 do TJSP. Itaquaquecetuba Criminal 2ª Vara Criminal JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL JUIZ(A) DE DIREITO SÉRGIO CEDANO ESCRIVÃ(O) JUDICIAL FERNANDO CARLOS DA SILVA EDITAL DE INTIMAÇÃO DE ADVOGADOS Relação Nº 0072/2020 Processo 0004200-94.2020.8.26.0278 - Ação Penal - Procedimento Ordinário - Roubo Majorado - Gustavo de Paula Viana - Vistos. Trata-se de pedido de liberdade provisória formulado pela defesa do(s) réu(s) , alegando em síntese a ausência dos pressupostos para a decretação da prisão preventiva. O Ministério Público se manifestou pelo indeferimento. É o relatório. DECIDO. Em que pese a manifestação Ministerial, bem como as decisões anteriores, melhor analisando os autos, não vislumbro a necessidade de manutenção da custódia cautelar do indiciado, na medida em que o indiciado é primário e não houve localização de bens ou de qualquer arma com o réu. A hipótese dos autos se ajusta ao artigo 321, do CPP, ou seja, não estão presentes os requisitos que autorizam a concessão da prisão preventiva, à luz do artigo 312 do mesmo diploma legal, visto que, embora tratar-se de crime de roubo, não houve utilização de qualquer arma e a vítima conseguiu conter o agente, não apresentando, no caso em concreto, gravidade necessária para justificar o encarceramento provisório. Ademais, a liberdade provisória constitui cautela necessária e emergencial tendo em vista a pandemia global de COVID-19, de modo a evitar, ou mesmo diminuir ao máximo a aglomeração de pessoas, combatendo, portanto, a possibilidade de maior alastramento da infecção viral referida. Tendo em vista que a OMS declarou como pandemia o surto causado pelo vírus COVID-19 e que medidas estão sendo adotadas para a contenção do contágio em âmbito mundial, nacional e estadual, não havendo nos autos o término da instrução, o caso é de soltura imediata. Dessa forma, revendo posicionamento anterior, encontra-se ausente fundamento para a custódia cautelar, especialmente a necessidade de garantia à ordem pública. Diante do exposto, CONCEDO ao réu a LIBERDADE PROVISÓRIA, mediante as MEDIDAS CAUTELARES previstas no artigo 319, I e V do Código de Processo Penal: I - comparecimento bimestral neste juízo, para informar e justificar suas atividades;V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o acusado tenha residência e trabalho fixos. Expeça-se alvará de soltura clausulado. Libere-se da pauta. Quando da regularização do expediente forense, tornem conclusos para redesignação da audiência. Servindo a presente decisão por cópia digitada como ofício, dê-se ciência ao Batalhão da Polícia Militar desta Comarca. Ciência ao Ministério Público. Intime-se. - ADV: JULIANA DA SILVA GONÇALVES (OAB 374135/SP). CONCLUSÃO A partir da excepcionalidade, expressa de forma abundante nos dispositivos da Lei nº 13.963/19, as prisões cautelares finalmente devem ser reduzidas ao mínimo, para que, de uma vez por todas, cessem os abusos, não apenas quanto à utilização, mas também quanto à duração por prazo excessivo. Se a decisão original de prisão preventiva, ante a nova sistemática, há de ser extremamente bem motivados e fundamentados, com o apontamento de fatos concretos de urgência, perigo e contemporaneidade, ainda, com os rigores estabelecidos por vários dispositivos de contenção, o que se dirá em relação ao despacho que decide pela sua revalidação depois de três meses de duração? Procurou-se também com este trabalho, mostrar que, depois de tantos anteparos para a decretação da medida de força de especial excepcionalidade, o parágrafo único do art. 316 do CPP remete a 90 dias, naturalmente, o prazo máximo da prisão preventiva a partir de agora. Esperamos ter alcançado o objetivo proposta e o que nossa compreensão e estudos sobre o tema tão debatido possam servir de pano de fundo e base para entendermos outros dispositivos positivados na doutrina. “A justiça tem numa das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal, a balança sem a espada é a impotência do direito.” RUDOLF VON JHERING https://www.frasesfamosas.com.br/frases-de/rudolf-von-ihering/
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