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1 2 3 APRESENTAÇÃO A disciplina abordada neste guia didático, MERCADO DE CAPITAIS, abordará temas como noções de economia e finanças, os principais indicadores econômicos, uma introdução ao sistema financeiro, bancos e instituições financeiras, à bolsa de valores e bolsa de mercadorias e futuros, além do processo de abertura de capital das empresas. O aluno compreenderá como funciona o mercado de capitais com um viés econômico. Outro ponto importante é entender como funcionam as bolsas de valores e as bolsas de mercadorias e futuros, que são mecanismos de grande importância para o mercado de capitais. Além disso, o aluno vai compreender como se dá o processo de abertura de capital das empresas, fato que vem ocorrendo com mais frequência no mercado brasileiro. Por fim, a inserção no mercado de trabalho se dará por profissionais capacitados, que conseguirão compreender e aplicar a teoria no dia-a-dia dentro das empresas. 4 SOBRE O PROFESSOR Mestre em Ciências Contábeis pela Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças – FUCAPE (2006) –, linha de pesquisa Administração Estratégica. Bacharel em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Vila Velha – UNIVILA (2002). Curso de licenciatura em Matemática através de Formação Pedagógica pelo Centro Universitário São Camilo (2011). Professor dos cursos de Administração e Pedagogia da Faculdade Doctum de Vila Velha e do curso de Administração da Faculdade Doctum de Vitória. Professor dos cursos técnicos de Administração e Informática do CEET – VASCO COUTINHO, em Vila Velha – ES. Atua também como orientador na Incubadora INSIGTH do CEET – VASCO COUTINHO, em Vila Velha – ES. 5 SUMÁRIO Unidade 1 – Noções de Economia e Finanças ......................................................................06 Unidade 2 – Indicadores Econômicos...................................................................................26 Unidade 3 – Indicadores Econômicos – Taxas.......................................................................39 Unidade 4 – Introdução ao Sistema Financeiro Nacional......................................................53 Unidade 5 – Bancos e Instituições Financeiras......................................................................70 Unidade 6 – Mercados Financeiros.......................................................................................84 Unidade 7 – Bolsas de Valores e Bolsa de Mercadorias e Futuros (Produtos Financeiros)...100 Unidade 8 – Bolsas de Valores e Bolsa de Mercadorias e Futuros (Funcionamento)...........129 Unidade 9 – O Processo de Abertura de Capital..................................................................140 6 7 Nesta primeira unidade, desenvolveremos algumas noções de economia e finanças, principalmente relacionadas com o conceito de Política Econômica e seus desdobramentos, como a Política Monetária, a Política Fiscal, os seus conceitos, a Política Externa e a Política de Rendas. Esses conceitos básicos são importantes para que se possa entender e ter a base fundamental para o desenvolvimento da disciplina Mercado de Capitais. Neste aspecto você poderá ter um material que lhe permita assimilar os aspectos introdutórios de economia e finanças com um foco na política econômica, que é base fundamental para entender o Mercado Financeiro e em especial o Mercado de Capitais. O foco desse material é compreender como a política econômica e os seus desdobramentos têm influência no mercado de capitais. 8 Parte 1 - Noções de Economia e de Finanças Olá, seja bem-vindo à nossa primeira aula! Hoje teremos a oportunidade de ver algumas noções de economia e finanças e, mais especificamente, de Política Econômica e seus desdobramentos. A economia é o conjunto de atividades desenvolvidas pelo homem, visando a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida (USP, 2018). Ela possui vários ramos específicos, como, por exemplo, macroeconomia, microeconomia, fazenda pública, metodologia econômica, finanças, entre outros. Um desses ramos específicos, a economia financeira, é a atividade associada aos fluxos de capital entre os indivíduos, empresas e Estados. Em outras palavras, o conceito finanças se refere à gestão do dinheiro por parte de uma pessoa ou uma entidade. Na verdade, falamos sobre as finanças pessoais, de uma empresa ou de um Estado. Assim, antes de entrarmos na Política Econômica de fato, é importante que possamos definir o Sistema Financeiro Nacional. Para a CVM – Comissão de Valores Mobiliários (2018), o sistema financeiro pode ser definido como o conjunto de instituições, produtos e instrumentos que viabilizam a transferência de recursos ou ativos financeiros entre os agentes superavitários (poupadores) e os agentes deficitários (tomadores) da economia. O Sistema Financeiro Nacional é segmentado em quatro grandes "mercados", que são: Quadro 1: Quatro Grandes “Mercados” da Economia MERCADO DEFINIÇÃO MONETÁRIO É o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros de curto prazo, com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política Monetária. DE CRÉDITO Atuam neste mercado diversas instituições financeiras e não financeiras, prestando serviços de intermediação de recursos de curto e médio prazo para agentes deficitários que necessitam de recursos para consumo ou capital de giro. O Banco Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. DE CAPITAIS Tem como objetivo canalizar recursos de médio e longo prazo para agentes deficitários, através das operações de compra e de venda de títulos e valores mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores e intermediários. A 9 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. DE CÂMBIO Mercado em que são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável pela administração, fiscalização e controle das operações de câmbio e da taxa de câmbio, atuando através de sua Política Cambial. Fonte: Elaborado pelo autor. Adaptado de CVM, 2018. A partir do quadro anterior podemos verificar que a economia é muito dinâmica, com várias vertentes, e afeta de maneira direta a vida cotidiana das pessoas. É muito importante entendermos e termos noções da economia e das finanças, pois nossa vida cotidiana pode ser afetada por fenômenos dessas duas áreas, os quais precisamos conhecer – o que se faz mister para um administrador. 10 Parte 2 – Política Econômica Agora, trataremos especificamente da Política Econômica desenvolvida pelos governos. Mas por que necessitamos estudar esse tipo de assunto? Fonte: https://br.depositphotos.com/72134459/stock-photo-fiscal-monetary-economic-policy-money.html Muitas decisões que afetam o nosso cotidiano do ponto de vista econômico são tomadas pelo governo, em suas três esferas: federal, estadual e municipal. Assim, Lagioia (2011), define Política Econômica como aquela que compreende o conjunto de ações tomadas por um governo para atingir determinados fins econômicos, sejam eles de curto ou longo prazo. Os principais objetivos de uma Política Econômica, de acordo com este autor, são os seguintes: Promover o desenvolvimento econômico; Garantir o pleno emprego e sua estabilidade; Equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o exterior, a estabilidade de preços e o controle da inflação; Promovera distribuição das riquezas e das rendas. De acordo com Clark (2008), as políticas econômicas podem ser desenvolvidas tanto pelos poderes públicos quanto pela iniciativa privada. Invariavelmente elas se interpenetram e se sujeitam aos planos. No caso das efetuadas pelo Estado, são ações coordenadas, ditadas por normas jurídicas, pelas quais os órgãos públicos atuam na vida econômica presente e futura, e automaticamente nas relações sociais, em busca, hipoteticamente, da efetivação dos comandos da Constituição Econômica. 11 Em síntese, política econômica estatal é um conjunto de decisões públicas dirigidas a satisfazer as necessidades sociais e individuais, com um menor esforço, diante de um quadro de carência de meios. É, ainda, uma das espécies do gênero Políticas Públicas. Assim, para o administrador, é importante ter noção do conceito e os objetivos da Política Econômica de um Estado, porque existem impactos nas pessoas físicas e jurídicas de acordo com a sua formulação. Mas como a política econômica é efetivada na prática? Ela tem algum tipo de subdivisão? Quais os assuntos que ela contempla? Observe a figura a seguir: Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Lagioia, 2011. A figura descreve os desdobramentos da política econômica do estado brasileiro, que está dividida em: Política Monetária; Política Fiscal; Política Externa; Política de Rendas. Ficou confuso? Não esquenta! Através deste vídeo, em forma de animação, você terá mais contato com esses conceitos e verá que não são um bicho de sete cabeças. https://www.youtube.com/watch?v=aTdhXRZekE4 https://www.youtube.com/watch?v=aTdhXRZekE4 12 Espero que o vídeo tenha contribuído para que você possa ter assimilado o conceito de política econômica e os seus principais componentes (ou políticas). Assim, iremos trabalhar cada uma dessas políticas que compõem a Política Econômica, com conceitos, definições e exemplos. 13 Parte 3 – Política Monetária Nessa parte, o objeto de estudo é o primeiro desdobramento da Política Econômica, que é a Política Monetária. Sua definição é a seguinte: Pode ser definida como o controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantam a liquidez ideal de cada momento econômico, ou seja, é a maneira como o Estado controla a quantidade de dinheiro que circula na economia. (LAGIOIA, 2011, p. 5) A partir dessa definição, temos os principais objetivos da Política Monetária: Expansão econômica e pleno emprego; Minimização da inflação; Equilíbrio da balança de pagamentos. A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamentos, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e o nível da oferta de crédito (ASSAF NETO, 2006). Para Assaf Neto (2006), uma política monetária é expansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de recursos nos mercados e elevando, em consequência, os meios de pagamentos. Com isso, são dinamizados o consumo e o investimento agregados com reflexos positivos sobre a expansão da atividade econômica. O contrário de uma política monetária expansionista é o que Assaf Neto (2006) classifica como política monetária restritiva: quando as autoridades monetárias, como o Bacen, promovem redução dos meios de pagamentos da economia, retraindo a demanda agregada (consumo e investimento) e a atividade econômica. O executor da política monetária é o Banco Central de cada país. No Brasil, o Bacen – Banco Central do Brasil – é o executor da política monetária, e possui poderes e competência própria para controlar a quantidade de moeda na economia. Mas você conhece o Bacen? Já ouviu falar dele? Provavelmente sim, principalmente nos jornais, revistas e televisão. E você sabe para que ele existe? Se não, vamos então conhecer um pouco mais do Bacen, visualizando esse pequeno vídeo, no qual temos importantes explicações que ajudarão na sua compreensão do conteúdo. https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ 14 Gostou do vídeo? Acredito que sim. Agora, podemos entender que o Banco Central executa a Política Monetária por intermédio de alguns instrumentos clássicos de controle monetário, dentre eles: a. Depósitos ou recolhimentos compulsórios; b. Operações de mercado aberto – open market; c. Políticas de redesconto bancário e empréstimos de liquidez. Achou estranho e complicado? Você conhece alguns desses termos? Pode deixar que vou explicar detalhadamente cada um deles. Depósitos ou recolhimentos compulsórios – representam o percentual incidente sobre os depósitos captados pelos bancos (bancos comerciais, múltiplos e caixas econômicas) que devem ser colocados à disposição do Banco Central. É um instrumento de controle monetário bastante eficiente, já que atua diretamente sobre os meios de pagamento e podem incidir não somente sobre os depósitos à vista dos bancos, mas também sobre os diferentes tipos de depósitos a prazo (ASSAF NETO, 2006). Operações de mercado aberto – open market – funcionam como um instrumento bastante ágil de política monetária, a fim de melhor regular o fluxo monetário da economia e influenciar os níveis das taxas de juros a curto prazo. Em termos de política monetária, a grande contribuição das operações de mercado aberto centra-se em seu maior dinamismo e flexibilidade, podendo com isso produzir, de forma mais eficiente e rápida, os resultados almejados (ASSAF NETO, 2006). Redesconto bancário e empréstimo de liquidez – O Banco Central costuma realizar diversos empréstimos, conhecidos como empréstimos de assistência a liquidez, às instituições financeiras, visando equilibrar suas necessidades de caixa diante de um aumento mais acentuado de demanda por recursos de seus depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central nessas operações é denominada de taxa de redesconto. O instrumento de redesconto é muito utilizado como forma de incentivar a atividade econômica, elevando a oferta de empréstimos a longo prazo para determinados setores estratégicos ao desenvolvimento econômico (ASSAF NETO, 2006). 15 SAIBA MAIS Você sabe o que é o Balanço ou Balança de Pagamentos? Não? Então, vamos esclarecer: O Balanço de Pagamentos registra os valores de todas as transações internacionais efetuadas por um país, destacando os pagamentos pelos vários tipos de operações realizadas entre residentes e não residentes em determinado período. Sua estrutura segue o sistema contábil de partidas dobradas, em que são registrados os débitos e seus respectivos créditos. Assim, quando uma empresa importa computadores, por exemplo, há uma consequente exportação de moeda estrangeira para o pagamento, anulando-se o saldo da conta (ASSAF NETO, 2006). 16 Parte 4 – Política Fiscal O segundo desdobramento da Política Econômica é a Política Fiscal. Mas o que é isso? amos esclarecer. Siga o conteúdo! Para Assaf Neto (2006), a Política Fiscal centraliza suas preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade, procurando, por meio de maior eficácia no equilibro entre a arrecadação tributária e as despesas governamentais, atingir determinados objetivos econômicos e sociais. Lagioia (2011) também esclarece que é a política de receitas e despesas do governo e que envolve a definição e a aplicação da carga tributária exercida sobre os agentes econômicos, bem como a definição dos gastos do governo, que têm como base os tributos captados. O equilíbrio descrito por Assaf Neto (2006) pode ser visualizado na imagem a seguir: Fonte: http://contabeis-gyn.blogspot.com/2012/08/blog-post_6247.html A busca desse equilíbrio é um objetivo importante da políticafiscal de um país, e nessa linha ela possui três grandes funções, de acordo com Lagioia (2011): Função Alocativa (fornecimento de bens públicos); Função Distributiva (ajustes na distribuição de renda de forma justa); Função Estabilizadora (uso da política econômica para aumentar o nível de empregos, para estabilizar os preços e obter uma taxa apropriada de crescimento). 17 Assim, temos alguns conceitos importantes com relação à política fiscal, que você já deve ter ouvido falar em algum telejornal ou lido em uma revista ou jornal. São eles: Superávit Fiscal Primário, Déficit Fiscal Primário, Superávit Fiscal Nominal e Déficit Fiscal Nominal. São muitos conceitos? Ficou confuso? Vou tentar explicar, mas primeiro visualize a figura a seguir, que vai ajudar no esclarecimento dos conceitos de Superávit Fiscal Primário, Déficit Fiscal Primário. Fonte: Lagioia, 2011. Ficou mais fácil? Vamos lá: quando a arrecadação do governo é maior do que os seus gastos, temos um Superávit Fiscal Primário, e quando a arrecadação do governo é menor do que os seus gastos, temos um Déficit Fiscal Primário. Isso pode ser na esfera federal, estadual e municipal, ou seja, no governo federal (país), seu estado e no seu município. Mas é só isso? Não. Vamos ver agora o Superávit Fiscal Nominal e o Déficit Fiscal Nominal. Vejamos a figura a seguir: 18 Fonte: Lagioia, 2011. Quando a arrecadação do governo é maior do que os seus gastos com os juros para pagamento da dívida pública, temos um Superávit Fiscal Nominal, e quando essa arrecadação é menor do que os gastos incluídos os juros, temos um Déficit Fiscal Nominal – isso também pode ser na esfera federal, estadual e municipal, ou seja, no governo federal (país), seu estado e no seu município. Podemos então verificar que o ideal é que os governos possam obter superávit tanto primário quanto nominal, porém isso não depende só de questões econômicas, mas também de questões de gestão dos recursos. SAIBA MAIS Surgiu, ao falarmos da Política Fiscal de um governo, a expressão Dívida Pública, sobre a qual você por acaso já deve ter ouvido falar. Mas você sabe o que isso significa? Não? Então, vamos lá: O Ministério do Planejamento do Brasil (2015) define a dívida pública como “Dívida pública é a dívida contraída pelo governo com entidades financeiras ou pessoas da sociedade para financiar parte de seus gastos que não são cobertos com a arrecadação de impostos ou alcançar alguns objetivos de gestão econômica, tais como controlar o nível de atividade, o crédito e o consumo ou, ainda, captar dólares no exterior. A dívida pública se subdivide em dívida interna e dívida externa. Os principais credores do setor público são, normalmente, bancos públicos e privados que operam no País, investidores privados, instituições financeiras internacionais e governos de outros países”. 19 Parte 5 – Política Externa Bom, agora você vai conhecer mais um componente da Política Econômica, que é a Política Externa. Como o nome sugere, ela está relacionada com as questões voltadas para as transações internacionais, ou como define Lagioia (2011), representa um conjunto de medidas que têm por objetivo manter o equilíbrio do balanço de pagamentos do país, proteger setores em desenvolvimento e desenvolver as relações comerciais com outros países. Não sei se você se lembra, mas, quando falamos da Política Monetária, foi incluído um quadro “Saiba Mais”, com o conceito de Balança de Pagamentos ou Balanço de Pagamentos. A política externa, de acordo com Lagioia (2011), está dividida em duas grandes políticas, a saber: Política Cambial; Política Comercial. Ficou complicado? Fique tranquilo. A explicação está a seguir. Observe esta charge. Será que tem algo familiar nela? Fonte: http://kantegablog.blogspot.com/2009/09/licao-n17-politica-cambial-parte-2-o.html A política cambial está, de acordo com Lagioia (2011), fundamentalmente baseada na administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais. Opa! Então a Política Cambial http://kantegablog.blogspot.com/2009/09/licao-n17-politica-cambial-parte-2-o.html 20 está relacionada com a variação do valor do dólar? Sim; não só do dólar, mas das moedas de um modo geral. Ah! Agora você está compreendendo que o conceito de Política Cambial está ligado à Política Externa de um governo ou Estado. Embora indiretamente ligada à política monetária, a Política Cambial se destaca da outra por atuar mais diretamente sobre todas as variáveis relacionadas às transações econômicas do país com o exterior (LAGIOIA, 2011). Nessa linha, Assaf Neto (2006) afirma que a política cambial está baseada na administração das taxas de câmbio, promovendo alterações das cotações cambiais, e, de forma mais abrangente, no controle das transações internacionais executadas por um país. É fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da economia e promover seu desenvolvimento econômico. A principal característica do comércio internacional reside na utilização de diferentes moedas, representativas das economias envolvidas nas operações. Gera-se, com isso, uma necessidade de estabelecer a conversibilidade de uma moeda em outra, definida por taxa de câmbio. A taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão (compra de moeda estrangeira) ou adquiri-la (vender moeda estrangeira) (ASSAF NETO, 2006). Para que você possa fixar mais o conhecimento e aprender outros termos, veja o vídeo a seguir. Você vai gostar! https://www.youtube.com/watch?v=Gc3GkBILLtM Após o entendimento da política cambial, vamos verificar agora o termo Política Comercial. Verifique a figura a seguir. Fonte: http://www.mvmcomercioexterior.com.br/institucional.php https://www.youtube.com/watch?v=Gc3GkBILLtM 21 Ela representa, de maneira simples, o comércio internacional de mercadorias e de serviços a que a política comercial é pertinente. O comércio internacional sofre interferências governamentais por meio da Política Comercial Internacional, em que são introduzidas ações artificiais que possibilitam o incremento das exportações ou a redução nas importações, ou ambos. A geração de recursos aos países, por meio de taxas e impostos, é muito influenciada pelo comércio interno. O mesmo se aplica ao comércio internacional, apenas mudando o fato gerador do imposto. Nas transações de comércio internacional é comum que se eliminem os impostos internos de um país, ou seja, não se exportam impostos, mas, em contrapartida, cria-se o imposto alfandegário, significando que, para uma mercadoria entrar no país, ela será taxada de acordo com a política econômica do país que está importando. Assim entendemos Política Comercial Internacional como a interferência dos governos no Livre Comércio entre os países, distorcendo seus princípios. O Livre Comércio é uma associação que possibilita a livre circulação de mercadorias com reduzidas taxas alfandegárias, resultado de acordos mútuos entre os países envolvidos, que supostamente beneficiam as empresas localizadas nesses países. Ressalta-se que o acordo de Livre Comércio não inclui a livre circulação de pessoas. Um exemplo de zona de livre-comércio é o NAFTA (North American Free Trade Agreement, ou "Acordo Norte-Americano de Livre Comércio"), que reúne Canadá, Estados Unidos e México (PORTAL EDUCAÇÃO, 2018). 22 Parte 6 – Política de Rendas Chegamos agora à quarta parte que compõe a Política Econômica de um país: a Política de Rendas. Lagioia (2011) define política de rendas como o conjunto de medidas que têm por objetivo a redistribuição da renda, a garantia de renda mínima a determinados setores ou classes sociais, a redução do nível das tensões inflacionárias – ou podemos defini-la como a interferênciado governo nos preços e salários praticados pelo mercado. No intuito de atender a interesses sociais, o governo tem a capacidade de interferir nas forças do mercado e impedir o seu livre funcionamento. São exemplos da política de rendas adotadas no Brasil: a política de preços mínimos – utilizada na área rural e que garante um preço mínimo aos produtos agropecuários – política e controle de preços, política salarial, programas de renda mínima, questões ligadas aos aluguéis (reajustes, tomada dos imóveis) etc. O vídeo a seguir vai lhe ajudar no esclarecimento do tema Política de Rendas: https://www.youtube.com/watch?v=MbcfyDMOlDc A política de rendas está ligada diretamente à nossa vida e principalmente de parte da população que depende de uma determinada renda para sua sobrevivência e que esses programas podem ser determinantes nas suas decisões de consumo e de investimento. Fonte: https://calendariobolsafamilia2019.com/valor-bolsa-familia-2019/ https://www.youtube.com/watch?v=MbcfyDMOlDc https://calendariobolsafamilia2019.com/valor-bolsa-familia-2019/ 23 Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3301712/ Assim, com a política de rendas, fechamos nossa primeira parte relacionada à Política Econômica, e que nos serve de base para avançarmos no conteúdo da disciplina de Mercado de Capitais. Sabendo como funciona a política econômica, ou seja, como o governo interfere em aspectos importantes da vida das pessoas e das empresas, podemos ir em frente. https://slideplayer.com.br/slide/3301712/ 24 Resumo Lembre-se do que estudamos na nossa primeira unidade: Noções de Economia e Finanças. Esse módulo foi dividido pelos tipos de política econômica de um governo (em especial a do governo brasileiro). Assim, começamos com a política monetária, que é o controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantam a liquidez ideal de cada momento econômico, ou seja, é a maneira como o Estado controla a quantidade de dinheiro que circula na economia. Após trabalharmos a política monetária, avançamos e trabalhamos a Política Fiscal, ou seja, a política de receitas e despesas do governo, que envolve a definição e a aplicação da carga tributária exercida sobre os agentes econômicos, bem como a definição dos gastos do governo, que têm como base os tributos captados. Já a Política Externa está ligada a um conjunto de medidas que têm por objetivo manter o equilíbrio do balanço de pagamentos do país, proteger setores em desenvolvimento e desenvolver as relações comerciais com outros países. Terminando esse módulo, trabalhamos a Política de Rendas, que é o conjunto de medidas que têm por objetivo a redistribuição da renda, a garantia de renda mínima a determinados setores ou classes sociais, a redução do nível das tensões inflacionárias – ou podemos defini-la como a interferência do governo nos preços e salários praticados pelo mercado. Assim fechamos o nosso primeiro módulo. Espero que tenha gostado e aproveitado o conteúdo, que com certeza será útil na sua caminhada no Curso de Administração. 25 Referências ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRASIL. Ministério do Planejamento. O que é dívida pública? 2015. Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/orcamento-da-uniao/conceitos-sobre-orcamento/o-que- e-divida-publica. Acesso em: 5 nov. 2018. CLARK, G. Política Econômica e Estado. Revista Estudos Avançados, v. 22, n. 62, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n62/a14v2262.pdf. Acesso em: 25 out. 2018. CVM. Comissão de Valores Mobiliários. Portal do Investidor. Entendendo o mercado de valores mobiliários. Disponível em: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/primeiros_passos/Entendendo_mercado_valores.html. Acesso em: 6 out. 2018. LAGIOIA, U. C. T. Fundamentos do Mercado de Capitais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. PORTAL EDUCAÇÃO. Política comercial internacional. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/contabilidade/politica-comercial- internacional/43121. Acesso em: 5 nov. 2018. USP. Universidade de São Paulo. O que é economia? FEA – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em: https://www.fea.usp.br/economia/graduacao/o-que-e-economia. Acesso em: 25 out. 2018. http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/orcamento-da-uniao/conceitos-sobre-orcamento/o-que-e-divida-publica http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/orcamento-da-uniao/conceitos-sobre-orcamento/o-que-e-divida-publica http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n62/a14v2262.pdf http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/primeiros_passos/Entendendo_mercado_valores.html https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/contabilidade/politica-comercial-internacional/43121 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/contabilidade/politica-comercial-internacional/43121 https://www.fea.usp.br/economia/graduacao/o-que-e-economia 26 27 Neste módulo trabalharemos com os indicadores econômicos. Não fique preocupado, pois não utilizaremos uma linguagem baseada no economiquês, mas, sim, uma linguagem simples, que contemple seu entendimento, para que você possa aplicar no seu cotidiano – e você com certeza o fará. Trataremos dos principais indicadores econômicos que influenciam de maneira direta o mercado de capitais. Primeiramente, trataremos do Produto Interno Bruto, o PIB, de que com certeza você já ouviu falar, pois quase todos os meses a mídia fala sobre sua evolução ou não. O segundo índice, também importante, mas menos que o PIB, é o Produto Nacional Bruto, o PNB. Após esses dois índices, trataremos de um assunto que assustou muito os brasileiros nas décadas de 1980 e 1990: a inflação. Assim, trataremos de índices que influenciam o mercado de capitais e a tomada de decisão do governo, das empresas, instituições financeiras e cidadãos. 28 Parte 1 – Indicadores Econômicos Olá, bem-vindo à nossa segunda aula! Você já ouviu falar em indicador econômico? Acredito que sim, mas, se caso nunca ouviu falar, fique tranquilo que no decorrer desse módulo, iremos tratar desse item de uma maneira adequada para que você possa agregar esse conhecimento e que, com isso, possa ter noção da influência dos indicadores econômicos no mercado de capitais e no seu cotidiano. Um indicador econômico, de acordo com Lagioia (2011), é um conjunto de dados que dão uma ideia da situação da economia de um país, estado ou município, em determinado período de tempo. Os indicadores econômicos financeiros são utilizados para medir a atividade econômica de regiões distintas. Sem estes dados, a sociedade não consegue medir de forma qualitativa o nível de crescimento. São indispensáveis para que medidas macroeconômicas sejam tomadas no intuito de subsidiar alguma das diversas esferas existentes dentro da economia e expressos de forma numérica dentro das estatísticas direcionadas para medir nível de desenvolvimento, prever comportamento econômico e aplicar políticas econômicas governamentais. Neste sentido, existem diversos indicadores, econômicos divididos conforme o setor da economia. Os indicadores econômicos com os quais iremos trabalhar são os seguintes: Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), Índices de inflação e Índices Gerais de Preços. 29 Parte 2 – Produto Interno Bruto (PIB) O primeiro indicador com que iremos trabalhar é o Produto Interno Bruto (PIB), que, de acordo com Lagioia (2011), é definido como tudo o que é produzido dentro de um espaço geográfico, em determinado período de tempo, não importando se quem o produziu foi agente econômico nacional ou estrangeiro. Também podemos definir o PIB como a contabilização de todos os bens e serviços produzidos dentro da economia de um país ou região – empreendimentosnacionais e internacionais entram nessa contabilização. Grandes investidores analisam a conjuntura das taxas do PIB antes de investir em negócios ou finanças nos títulos da dívida pública (CULTURAMIX.COM, 2018). O objetivo de se ter esse indicador é medir a atividade econômica e o nível de riqueza de uma região. Quanto mais se produz, mais se está consumindo, investindo e vendendo (G1.COM, 2018). O Produto Interno Bruto per capita (ou por pessoa) mede quanto, do total produzido, caberia a cada brasileiro se todos tivessem partes iguais no índice (G1.COM, 2018). Mas como chegamos ao PIB? Existe algum método para o seu cálculo? Quem faz esse cálculo? Pode-se confiar nesse número? De acordo com a figura a seguir, temos três formas de cálculo do PIB: pelo valor adicionado em cada etapa da produção, pela renda e pelos gastos. As formas de cálculo variam, mas nos três casos citados o resultado numérico do PIB deve ser o mesmo. Bom, mas quem calcula o PIB? Esse cálculo no Brasil é realizado desde 1990 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituição federal subordinada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Antes disso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) era responsável pela medição. O IBGE é uma instituição criada em 1937, com o objetivo de levantar e fornecer dados e informações sobre o território brasileiro e sua população. Assim, podemos confiar nos dados coletados pelo IBGE e no cálculo do PIB, que, como já foi citado anteriormente, é uma medida de grande importância para o governo, as empresas e os cidadãos, e que influencia o mercado de capitais e questões como políticas econômicas governamentais etc. Veja na figura a seguir como é interessante a maneira de se medir o PIB. 30 Fonte: https://luizmuller.com/2014/08/30/queda-no-pib-era-esperada-neste-trimestre-e-economistas-veem-estabilidade-na- economia-brasileira/ Para reforçar o conceito de PIB e como ele é calculado, convido você a ver o vídeo a seguir, que vai ajudar nesse entendimento. https://www.youtube.com/watch?v=Fx7PYfKwc1Y https://luizmuller.com/2014/08/30/queda-no-pib-era-esperada-neste-trimestre-e-economistas-veem-estabilidade-na-economia-brasileira/ https://luizmuller.com/2014/08/30/queda-no-pib-era-esperada-neste-trimestre-e-economistas-veem-estabilidade-na-economia-brasileira/ https://www.youtube.com/watch?v=Fx7PYfKwc1Y 31 Parte 3 – Produto Nacional Bruto (PNB) Após entendermos o que é Produto Interno Bruto (PIB), trabalharemos outro indicador econômico importante: o Produto Nacional Bruto (PNB). Ué, mas eles não são a mesma coisa? Não são, pois o PNB é o resultado de tudo o que foi produzido pelos agentes econômicos de determinado país, em qualquer parte do mundo. Se o PIB considera o que foi feito dentro de um país, o PNB considera, para seu cálculo, o que foi produzido pelos agentes econômicos nacionais localizados em qualquer parte do mundo. O PNB é a somatória de todas as riquezas produzidas por empresas pertencentes a um país, independentemente do local em que elas estejam atuando. Por exemplo: o PNB do Brasil é o conjunto de riquezas geradas a partir de produtos fabricados por empresas brasileiras, independentemente se essas empresas atuarem no país ou não. Em outra perspectiva sobre o conceito de PNB, considera-se que ele seja o conjunto de riquezas geradas no país com o desconto de toda renda enviada para o exterior e com a soma de toda riqueza enviada para o país por empresas nacionais que atuam externamente. No caso do Brasil, a renda gerada por uma multinacional estrangeira que atua em território nacional não é considerada pelo PNB, mas a renda de uma empresa brasileira que atua no mercado estrangeiro faz parte dos cálculos (MUNDO EDUCAÇÃO, 2018). A diferença entre Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto está no fato de o PIB ser a somatória de todas as riquezas produzidas dentro do território sem considerar a sua nacionalidade e também sem levar em consideração as remessas advindas do exterior. Por isso, fala-se em “interno”, pois diz respeito apenas ao território do país. Já o PNB não se preocupa com a localidade, e sim com a nacionalidade, haja vista que as empresas nacionais que atuam no exterior remetem parte de seus lucros para o seu país de origem (MUNDO EDUCAÇÃO, 2018). 32 Parte 4 – Índices de Inflação Após trabalharmos indicadores econômicos como o PIB e o PNB, vamos agora tratar de um assunto muito importante para as economias e o mercado de capitais, e que aqui no Brasil ganha ainda mais relevância, devido a questões históricas: a inflação. Mas o que é inflação? Como esse conceito pode afetar o Mercado de Capitais especificamente e, de uma maneira geral, a economia de um país? Vamos responder a essas questões. Assim, de acordo com Assaf Neto (2006), a inflação é um fenômeno econômico e pode ser interpretada como uma variação (aumento) contínua nos preços gerais da economia durante certo período de tempo. Esse processo inflacionário ocasiona também contínua perda de capacidade de compra da moeda, reduzindo o poder aquisitivo dos agentes econômicos. Quando em uma economia ocorre o contrário – ou seja, quando os preços caem –, o termo utilizado é deflação. Lagioia (2011), afirma que os índices de inflação correspondem à média das variações dos preços dos produtos consumidos pelas famílias, das várias faixas de renda, em diversas regiões brasileiras. Como sugerem Trevizan e Cavallini (2018), você se surpreende ao lembrar que, com a mesma quantia que seria suficiente para comprar um carro zero no final dos anos 1990, não é possível adquirir mais que um modelo usado e não tão novo nos dias de hoje? Isso pode ser explicado pelos efeitos da inflação na economia, que veremos a seguir: a) Perda do poder de compra das famílias; b) Redução dos investimentos dos empresários, que podem ficar preocupados com os custos para produzir ou com a demanda dos consumidores; c) Ambiente de incerteza sobre a economia pode paralisar projetos. Apesar desses efeitos negativos, a inflação não representa apenas que a economia vai mal – pelo contrário. Ela pode ser interpretada como um sinal de que a economia de um país está em movimento, aquecida. Não é positiva para a economia a queda de preços de forma generalizada. Isso pode fazer com que os consumidores adiem suas compras, esperando que os valores sejam ainda mais reduzidos no futuro, travando a atividade do país (TREVIZAN; CAVALLINI, 2018). 33 SAIBA MAIS Você já deve ter ouvido de um parente ou de uma pessoa próxima, como era nos anos 1980 e 1990 a questão da inflação. Se ainda não ouviu falar sobre isso, certamente ainda ouvirá, mais cedo ou mais tarde. Assim, vamos esclarecer como os governos brasileiros tentaram acabar com a elevada inflação das décadas passadas. Até a entrada em vigor do Plano Real (1994), o Brasil conviveu com elevadas taxas de inflação, que debilitaram bastante a economia. Para combatê-las, o Governo promulgou diversos planos econômicos, que ficaram conhecidos por Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989), Plano Collor (1990), Plano Collor 2 (1991) e Plano Real (1994). Todos esses planos tinham por objetivo debelar a inflação e promover o crescimento econômico, de maneira a atrair novos investimentos e elevar a riqueza nacional. Foram adotadas diversas medidas nos planos econômicos, como desvalorizações cambiais seguidas de congelamento do câmbio, congelamento de preços e salários, restrições de crédito, corte de despesas públicas, criação de novas moedas, e assim por diante. Em verdade, a economia brasileira nesses anos todos foi um verdadeiro laboratório de testes de idéias econômicas quase sempre frustrantes, que agravaram sua situação de desequilíbrio (ASSAF NETO, 2006). Fonte: http://sertaobaiano.com.br/noticia/inflacao-para-familias-com-renda-mais-baixa-sobe-para-056-em-novembro Para que você possa ter mais informações sobre a inflação e os planos econômicos, temos como sugestão três vídeos interessantes, com economistas consagrados, que serão de grande valor para você entender a nossa economia recente. https://www.youtube.com/watch?v=EwwlTOzCcyk https://www.youtube.com/watch?v=nQu51Bon_-4 https://www.youtube.com/watch?v=3LHH7nigO6A https://www.youtube.com/watch?v=EwwlTOzCcyk https://www.youtube.com/watch?v=nQu51Bon_-4 https://www.youtube.com/watch?v=3LHH7nigO6A 34 Parte 5 – Índices Gerais de Preços Bom, vimos na parte 4, o que é a inflação e como ela pode influenciar a economia. Vamos ver agora, através de quais índices de preços, a inflação, no Brasil é calculada. No Brasil, de acordo com Assaf Neto (2006) e Lagioia (2011), dentre outros, são divulgados e utilizados pelo mercado os seguintes índices de preços: IGP-M/FGV (Índice Geral de Preços do Mercado), IGP-Di/FGV (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), IPC-Fipe/USP (índice de Preços ao Consumidor), IPA/FGV (Índice de Preços por Atacado), INPC/Fundação IBGE (índice Nacional de Preços ao Consumidor), IPCA (índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), etc. O IGP (Índice Geral de Preços), publicado todo mês pela Fundação Getúlio Vargas, é a medida da inflação brasileira. O índice apresenta-se em três versões: a) IGP-DI – abrange as variações de preços verificadas entre o primeiro e o último dia do mês de referência; b) IGP-M – idem, para o período entre o dia 21 do mês anterior ao de referência e o dia 20 do mês de referência; c) IGP-10 – idem, para o período entre o dia 11 do mês anterior ao de referência e o dia 10 do mês de referência. O IGP é uma medida ponderada do IPA – índice de preços por Atacado (60%) – do IPC – Índice de Preços ao consumidor (30%) – e do INCC – Índice Nacional de Preços da Construção Civil (10%). O IPC – Índice de Preços ao Consumidor – reflete a variação média de preços de um conjunto de bens e serviços no mercado de varejo. É publicado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e também pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas/USP). O IBGE apura todo mês dois índices de preços: o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor – e o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Ampliado. Estes índices medem a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias. Comparam os preços verificados nos 30 dias do período de referência com os 30 dias do período-base. A população-objeto do INPC são famílias com rendimentos mensais entre 1 e 8 salários mínimos. O IPCA considera em sua metodologia de cálculo famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos. A importância dos índices de preços na economia brasileira pode ser entendida no quadro a seguir: 35 Quadro 2: Os principais índices de preços no brasil Índice de Preços Principais Aplicações IPCA Mais relevante do ponto de vista de política econômica, sendo o índice de preços selecionado pelo Conselho Monetário Nacional como referência para o sistema de metas de inflação, implementado no Brasil em 1999. INPC Mais utilizado em dissídios salariais, pois mede a variação de preços para quem está na faixa salarial de até 8 salários mínimos. IGP-DI Bastante tradicional. Sua história remonta a 1944, e foi no passado a medida oficial de inflação do Brasil. Nos dias atuais, o índice é usado constantemente para a correção de determinados preços administrador. IGP-M É o índice mais utilizado como indexador financeiro, principalmente para títulos da dívida pública federal. Também corrige preços administrados. Foi criado em 1989 pelo mercado financeiro com o intuito de ser um índice mais independente e livre da interferência governamental. Utilizado para reajustar a maioria dos contratos imobiliários. IPC – FIPE Apesar de restrito ao município de São Paulo, tem peculiaridades metodológicas e de divulgação que reforçam sua importância. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Assaf Neto (2006, p. 41). Assim você pode verificar como os índices de preços são importantes para a nossa vida cotidiana, pois eles influenciam os preços dos produtos e serviços que consumimos, os nossos salários, os aluguéis, ou seja, influenciam em vários itens da nossa vida cotidiana. Agora você tem entendimento teórico e não vai ficar assustado quando sua mãe, seu pai ou outro familiar ou amigo ficar nervoso com o aumento dos preços, que na maioria das ocasiões são maiores do que o aumento do salário. São os efeitos e impactos da inflação! Veja as figuras a seguir e reflita. Fonte: https://portaldacoroa.blogspot.com/2017/04/aumento-nos- precos-dos-combustiveis.html 36 Fonte: https://www.oparana.com.br/noticia/supermercados- precos-de-produtos-tem-variacao-de-ate-35 Podemos citar que, na nossa instituição, a Rede Doctum, temos uma pesquisa mensal, realizada em Vitória-ES e Caratinga-MG, pela Empresa Júnior, na qual os alunos e professores pesquisam o impacto da inflação nos preços da cesta básica nessas cidades. É um trabalho interessante em que são aplicados os conceitos estudados sobre a inflação, na prática, no cotidiano. Acesse o link e veja o último levantamento realizado pela Empresa Júnior em Vitória-ES, no mês de novembro/2018: https://www.doctum.edu.br/cesta-basica-da-classe-media-capixaba-sobe-310-em-novembro-de-2018/ Assim, fechamos essa unidade, que tratou da inflação e dos índices de preços. Fique atento e pesquise sempre os preços! https://www.doctum.edu.br/cesta-basica-da-classe-media-capixaba-sobe-310-em-novembro-de-2018/ 37 Resumo Agora, vamos relembrar rapidamente o que estudamos na nossa segunda unidade. Em um primeiro momento, conceituamos o que é um indicador econômico. Definimos que iríamos trabalhar com dois indicadores econômicos importantes em um primeiro momento: o PIB – Produto Interno Bruto – e o PNB – Produto Nacional Bruto. Aparentemente podem ser considerados iguais, mas, como vimos, não são, e os dois são importantes para compreendermos a economia e o mercado. Depois, passamos na parte 4 a tratar de um assunto muito conhecido da maioria dos brasileiros: a inflação. Conceituamos o que é a inflação e alguns de seus aspectos, efeitos e impactos. Além disso, fizemos uma viagem histórica aos principais planos econômicos desenvolvidos pelo governo brasileiro nos últimos 30 ou 40 anos, para conter a inflação. Ao final, demonstramos quais os principais índices de preços que são levados em consideração para o levantamento do índice de inflação. Demos alguns exemplos práticos dos efeitos e impactos da inflação em nossa vida cotidiana. 38 Referências ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. CULTURA MIX.COM. Indicadores Econômicos. Disponível em: http://economia.culturamix.com/medidas/quais-sao-os-indicadores-economicos-investimentos- e-atividade-economica. Acesso em: 5 dez. 2018. G1.COM. O que é PIB? Disponível em: https://g1.globo.com/economia/pib-o-que-e/platb. Acesso em: 5 dez. 2018. LAGIOIA, U. C. T. Fundamentos do Mercado de Capitais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MUNDO EDUCAÇÃO. O que é Produto Nacional Bruto (PNB)? Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/produto-nacional-bruto-pnb.htm. Acesso em: 5 dez. 2018. TREVIZAN, K.; CAVALLINI, M. O que é inflação e como ela afeta sua vida? 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/o-que-e-inflacao-e-como-ela-afeta- sua-vida.ghtml. Acesso em: 10 dez. 2018. 39 40 Nesta unidade continuaremos a trabalhar com os indicadores econômicos, mas agora o nosso foco são as taxas, as principais taxas que se fazem presentes no nosso cotidiano. Continuaremos a utilizar uma linguagem que contemple seu entendimento e que você possa aplicar no seu cotidiano – e com certeza você o fará. Trataremos das principaistaxas que influenciam de maneira direta o mercado de capitais. Primeiramente, trataremos da taxa de câmbio, de que você com certeza já ouviu falar, pois quase todos os dias há notícias veiculadas citando a taxa de câmbio. A segunda taxa muito importante para o cidadão é a Taxa Selic. Dela você já ouviu falar, com certeza, mesmo que não se lembre, mas ela é primordial para o mercado de capitais e para a nossa vida cotidiana. Para fecharmos essa unidade, trataremos da Taxa de Juros de Longo Prazo, a TJLP, que é muito utilizada no mercado. 41 Parte 1 – Taxa de Câmbio Gostaria que você observasse a figura a seguir e pensasse se já se deparou com alguma dessas informações, ou se você ou algum amigo ou parente já viajou para o exterior ou prefere investir em moeda estrangeira. Fonte: https://economia.uol.com.br/cotacoes/ A figura anterior foi retirada da página de cotações de moedas ou câmbio, atualizado para o dia 13 dez. 2018. Mas o que é taxa de câmbio? Vamos lá: de acordo com Lagioia (2011), a taxa de câmbio é o valor que a moeda de um país possui em relação a outra moeda. Assaf Neto (2006) diz que a taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão (compra de moeda estrangeira) ou adquiri-la (vender moeda estrangeira). O Banco Central de um país deve adquirir moeda estrangeira e pagar em moeda nacional as exportações de bens e serviços e os devedores que tenham obtido empréstimos no exterior. As operações de venda de moeda estrangeira vinculam-se a diversos pagamentos internacionais, como importações, amortizações de dívidas internacionais etc. (ASSAF NETO, 2006). Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, o que faz com que a cotação comumente utilizada seja a dessa moeda. Assim, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio é de 3,87, significa que 1 dólar dos Estados Unidos custa 3,87 reais. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. As cotações apresentam taxas para a compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas do ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central (BACEN, 2014). Mas como é que o câmbio sofre essa variação? Existe alguma política do governo para isso? É o Banco Central do Brasil (BACEN) que controla isso? https://economia.uol.com.br/cotacoes/ 42 Para Assaf Neto (2006), o câmbio segue diversos padrões monetários, destacando-se na atual ordem econômica mundial as taxas de câmbio fixas, as taxas de câmbio flutuante e as taxas de câmbio de regime misto (bandas cambiais). O quadro a seguir identifica as principais diferenças entre os regimes cambiais, que, de acordo com Lagioia (2011), estão ligados ao grau de intervenção da autoridade monetária do país no mercado de câmbio. Quadro 3: Regimes cambiais Regime Cambial Característica Câmbio Fixo Uma taxa de câmbio é fixa quando tem seu valor atrelado a um referencial fixo, ou seja, o valor não muda. Câmbio Flutuante A cotação da moeda estrangeira flutua, conforme o comportamento do mercado. No modelo de câmbio flutuante, as taxas acompanham livremente as oscilações da economia, ajustando- se mediante alterações em seus valores. Câmbio Misto (Bandas Cambiais) As cotações podem flutuar dentro de determinado intervalo pré-determinado. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Assaf Neto (2006) e Lagioia (2011). Assim, o quadro explica quais as características dos regimes cambiais. O regime que é adotado pelo Brasil atualmente é o regime de câmbio flutuante, ou seja, a cotação da moeda flutua de acordo com o mercado. É por isso que observamos diariamente o valor das principais moedas estrangeiras, como o dólar e o euro, tendo variações de acordo com o mercado (notícias, fatos econômicos, políticos, sociais etc.). Essa definição de qual o regime cambial será adotado por um país é chamada de Política Cambial, que, segundo Lagioia (2011), é o conjunto de medidas governamentais que influenciam no comportamento e na taxa do câmbio. De acordo com a política cambial, o Bacen (2014) não fixa nenhuma taxa de câmbio. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre o comprador ou vendedor da moeda estrangeira e o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio. O Banco Central coleta e divulga as taxas médias praticadas no mercado interbancário, isto é, a taxa média do dia apurada com base nas operações realizadas naquele mercado, conhecida por "taxa PTAX", a qual serve como referência, e não como taxa obrigatória. Mas existe alguma consequência para a economia quando uma moeda é valorizada ou desvalorizada? Valorizações ou desvalorizações do câmbio provocam diversas consequências relevantes para a economia. Por exemplo, uma desvalorização cambial permite maior competitividade do produto nacional no exterior, estimulando as exportações do país; por elevar a quantidade de moeda nacional necessária para comprar divisas internacionais, há um encarecimento das importações, desestimulando essa forma 43 de comércio; os investimentos estrangeiros no país também ganham incentivos, dado que com o mesmo volume de moeda estrangeira é possível adquirir maior quantidade de recursos nacionais; a desvalorização encarece ainda o empréstimo no exterior, dificultando os pagamentos da dívida, e assim por diante (ASSAF NETO, 2006). Viu como a taxa de câmbio pode ser importante para a nossa economia? Para que você possa ficar mais esclarecido sobre esse assunto, a seguir temos um vídeo bem explicativo, para que você fique por dentro desse assunto. https://www.youtube.com/watch?v=9J3XPQOHemI As taxas de câmbio podem ser cotadas no mercado à vista (câmbio à vista ou spot) ou no mercado a prazo (câmbio futuro e câmbio a termo ou forward). No mercado à vista, ou spot, são realizadas operações de câmbio para liquidação imediata. No Brasil, a liquidação da operação costuma ocorrer dois dias úteis após a sua contratação, o que é conhecido por D + 2. As operações de câmbio futuro são realizadas em ambientes organizados de bolsas, seguindo as normas e padronizações adotadas. Por exemplo, as bolsas usualmente impõem certas exigências de garantias, depósitos de margens, limites de flutuações das cotações, datas predeterminadas de vencimento dos contratos, lotes padrões de negociação, e assim por diante. O câmbio a termo, ou forward, é também uma operação a prazo, porém tem seus principais parâmetros de negociação determinados livremente pelas partes contratantes. As operações forward não costumam seguir critérios estabelecidos nos mercados futuros de bolsas, permitindo que sejam negociados os prazos, preços e garantias (ASSAF NETO, 2011). https://www.youtube.com/watch?v=9J3XPQOHemI 44 Parte 2 – Taxa Selic Após o estudo da taxa de câmbio, abordaremos outra taxa importante para a vida econômica das pessoas, das organizações e para o governo e, enfim, para a economia do país. Você sabe o que é Taxa SELIC? Já ouviu falar nela? Talvez sim. Antes de falarmos da Taxa SELIC, temos que conceituar a sigla SELIC, que é o Sistema Especial de Liquidação e Custódia; foi desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e a Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) em 1979, voltado a operar com títulos públicos de emissão do Bacen e do Tesouro Nacional. Esse sistema constitui-se, em verdade, num grande computador que tem por finalidade controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural. O sistema trouxe maior segurança para as operaçõesde compra e venda de títulos, oferecendo garantias da existência dos papéis em negociação e dos recursos necessários para a liquidação financeira (pagamento) da operação (ASSAF NETO, 2006). Lagioia (2011), afirma que SELIC representa o serviço coordenado pelo Banco Central do Brasil, destinado à custódia de títulos públicos federais e de títulos públicos estaduais e municipais, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos. Mas por que um serviço do Banco Central se transformou em uma taxa? Apesar de ser a sigla de um serviço, com o tempo se tornou nome de taxa. Isso ocorreu porque o mercado "apelidou" de taxa Selic a taxa média de colocação, no mercado, dos títulos públicos federais (LAGIOIA, 2011). Como os títulos negociados no SELIC são de grande liquidez e teoricamente de risco mínimo (títulos públicos), a taxa definida no âmbito desse sistema é aceita como uma taxa livre de risco da economia, servindo de importante referencial para a formação dos juros de mercado. Dessa maneira, ao se identificar a taxa SELIC, tem-se a taxa de juro por dia útil formada pelas negociações que envolvem títulos públicos, também denominada taxa de carregamento, por difundir a ideia de que o investidor, por meio dos juros da aplicação, está carregando o título (ASSAF NETO, 2006). Entendeu, então? Mas, como a Taxa Selic influencia a minha vida cotidiana? É a Selic que dá a medida das outras taxas de juros usadas no país: do cheque especial, do crediário, dos cartões de crédito, da poupança. É a partir dela que os bancos calculam quanto cobrarão de juros para conceder um empréstimo. Quanto menor a Selic, mais "barato" fica para o consumidor fazer um empréstimo ou comprar a prazo. Mas essa relação não é direta. Quando o Banco Central reduz a Selic, essa queda demora a chegar ao consumidor. Isso acontece porque os bancos também cobram, em forma de juros, impostos (como o IOF), inadimplência, seus custos e seu lucro. Essa diferença entre o que o banco paga ao tomar um empréstimo e o que ele cobra ao conceder um empréstimo é o chamado spread bancário. 45 A Selic também é importante para a Política Econômica do Governo (lembra que falamos dela na Unidade 1?) e para o controle da inflação (falamos dela na Unidade 2). Se a Selic é alta, há menos dinheiro circulando e menos procura por produtos e serviços à venda. Se a demanda é menor, os preços caem. A Selic também ajuda a controlar a entrada de investimentos estrangeiros. Quem investe em títulos brasileiros ganha com os juros altos, o que faz entrar mais dinheiro no país. Quanto mais dólares entram no país, menor a cotação dessa moeda por aqui (G1.COM, 2015). Mas só perdemos com a variação da Selic (principalmente sua alta)? Vejamos: como a Selic também influencia os juros que os bancos pagam quando emprestam dinheiro de alguém, o consumidor também pode ganhar com isso. Em geral, quanto maior a Selic, maior o rendimento das aplicações de renda fixa, como poupança e CDBs (G1.COM, 2015). Mas isso é muito complicado? Não. Veja o vídeo a seguir, para que você fixe melhor o conteúdo: https://www.youtube.com/watch?v=FdruIhfQ5ag Vamos ver agora como a taxa Selic se comportou no ano de 2017 e no ano de 2018: Fonte: https://br.advfn.com/indicadores/taxa-selic https://www.youtube.com/watch?v=FdruIhfQ5ag https://br.advfn.com/indicadores/taxa-selic 46 Fonte: https://br.advfn.com/indicadores/taxa-selic No mês de dezembro/2018, a taxa Selic continuava em 6,50% ao ano. Veja que em janeiro de 2017, a Taxa Selic (anual real) estava em 13,27% e veio diminuindo até chegar a 6,50% em abril de 2018, e se manteve até dezembro de 2018 no mesmo patamar. Bom, até aqui tudo bem. Mas, para fechar, quem é que determina a taxa Selic? Vamos ver no Saiba Mais, a seguir, como é esse processo e quem a determina. Você já ouviu falar no Copom? Acredito que sim, pois todos os meses ouvimos falar dele na imprensa. https://br.advfn.com/indicadores/taxa-selic 47 SAIBA MAIS O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão decisório da política monetária do Banco Central do Brasil (BCB, ou Bacen), responsável por estabelecer a meta para a taxa básica de juros, que no Brasil é a taxa Over-Selic, ou taxa Selic. Foi constituído em junho de 1996, e, com isso, tornou-se possível estabelecer ritual adequado ao processo decisório de política monetária e aprimorar sua transparência. Pelo regime de metas para a inflação, implementado no Brasil em 1999, os principais objetivos do Copom são: (I) estabelecer as diretrizes da política monetária e (II) definir a meta para a taxa básica de juros no Brasil e seu eventual viés (1). Pautado nesses objetivos, o BCB busca, por meio de operações de mercado aberto, manter a taxa Selic diária próxima à meta. A meta de inflação de cada ano e os respectivos intervalos de tolerância são estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) com 2 anos de antecedência, sempre em junho. Se, em determinado ano, a inflação ultrapassar o intervalo de tolerância em torno da meta estabelecida pelo CMN, o presidente do BCB deve encaminhar carta aberta ao Ministro da Fazenda, explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como a proposta das medidas necessárias para trazer a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para que as medidas surtam efeito. As reuniões ordinárias do Copom eram realizadas mensalmente, até 2005. Em 2006,passaram a ocorrer oito vezes ao ano, com espaço de aproximadamente a cada seis semanas, e são realizadas em dois dias. A primeira seção começa na tarde de terça-feira, e a reunião é concluída no fim da tarde do dia seguinte. O calendário das reuniões ordinárias do Copom de cada ano é divulgado até o final de junho do ano anterior. O Copom pode se reunir extraordinariamente, convocado pelo presidente do BCB, em razão de alterações inesperadas do cenário macroeconômico (BACEN, 2016). (1) O Viés Indica o que pode acontecer entre uma reunião e outra do Copom (Comitê de Política Monetária do BACEN). Na prática, o viés dá poderes para o presidente do Banco Central fixar, antes da próxima reunião do Copom, um novo valor para a taxa Selic no sentido do viés. Esse viés pode ser: Viés de Alta; Viés de Baixa; Neutro ou sem viés. Para complementar, de acordo com Assaf Neto (2006), o Copom na sua avaliação das decisões de alterações nas taxas de juros (Selic) examina informações de três naturezas: Conjuntura: estudos sobre a atividade da economia, finanças públicas, índices gerais de preços, entre outros indicadores; 48 Mercado cambial: avalia o ambiente econômico externo, comportamento do mercado cambial, reservas monetárias internacionais, etc.; Mercado financeiro: inclui a liquidez do sistema bancário, comportamento das operações do mercado aberto etc. Assim, pudemos verificar de que maneira a Taxa Selic é determinada (sua meta), quem faz esse processo (o Copom), e também o quanto essa taxa é importante para o mercado de capitais (títulos públicos) e para a vida cotidiana (juros). Para fixar mais esse conteúdo, peço que visualizem o vídeo a seguir, que será de grande utilidade: https://www.youtube.com/watch?v=89zQrmJO3YM https://www.youtube.com/watch?v=89zQrmJO3YM 49 Parte 3 – Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) Após tratarmos da Taxa Selic, agora fecharemos a unidade, tratando de outra taxa importante para o mercado de capitais, para a economia, empresas e cidadãos: a Taxa de Juros de Longo Prazo, ou TJLP. Ela foi criada visando estimular e regulamentar os investimentos a longo prazo em infraestruturas (usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, sistemas de telecomunicações, ferrovias, rodoviárias, rede de distribuição de água e tratamento de esgoto etc.) e no setor de consumo.É uma taxa de juros aplicada preferencialmente em operações de longo prazo, constituída de maneira a viabilizar as operações de maior maturidade e substituir definitivamente a indexação da economia. O prazo de vigência da TJLP é de três meses, sendo fixada pelo Conselho Monetário Nacional e divulgada pelo Banco Central, como taxa nominal anual, até o último dia do trimestre anterior (período de aplicação) ao de sua vigência. Pelo calendário anual, as datas máximas para divulgação da TJLP são: 31 de dezembro, 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro. Por exemplo, a TJLP divulgada até 31 de março permanecerá válida para o período de 1 de abril a 30 de junho, passando a partir dessa data a vigorar a nova TJLP. Para o cálculo da TJLP são consideradas a taxa meta de inflação calculada para o seu período de vigência e as taxas de juros dos títulos da dívida interna e externa do Brasil, admitidas quando de suas respectivas emissões no mercado primário. A proporção e a natureza dos títulos a serem incluídos no cálculo da TJLP são definidas pelo Banco Central, tendo em vista seus parâmetros de negociabilidade e liquidez. Dessa forma, a TJLP é determinada a partir de três fatores básicos: Meta de inflação dos doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, medida proporcionalmente ou pro rata; Taxa de juro real internacional; Prêmio pelo risco Brasil. Tudo bem até agora? Entendeu o que é TJLP? Você deve estar perguntando onde ela é aplicada e como ela pode interferir no seu cotidiano. A TJLP é aplicada em: Linhas de financiamento geridas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); Recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo de Participação PIS-PASEP e Fundo de Marinha Mercante (FMM). 50 Está autorizada também a aplicação da TJLP como componente de remuneração de todas as operações ativas e passivas do mercado financeiro nacional, conforme resolução do Banco Central (ASSAF NETO, 2006). Assim, a TJLP influencia em questões relacionadas a empréstimos a pessoas físicas e jurídicas de longo prazo, no nosso dia a dia como trabalhador (FGTS, PIS-PASEP), e operações no mercado financeiro – ou seja, ela é de grande importância. Vamos ver agora como ela se comportou em 2017 e em 2018: Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/custos-financeiros/taxa-juros-longo- prazo-tjlp https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/custos-financeiros/taxa-juros-longo-%20prazo-tjlp https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/custos-financeiros/taxa-juros-longo-%20prazo-tjlp 51 Resumo Agora, vamos relembrar rapidamente o que estudamos na nossa terceira unidade. Em um primeiro momento, estudamos a taxa de câmbio e como ela influencia a vida cotidiana do governo, das empresas e principalmente das pessoas. Depois, passamos na parte 2 a tratar de um assunto muito conhecido da maioria dos brasileiros: a Taxa Selic. Tratamos em um primeiro de diferenciar o serviço prestado pelo Banco Central da Taxa, e daí em diante demonstramos sua importância para a economia, pois trata de inflação, de juros, de mercado de capitais, ou seja, impacta nossa vida financeira. Demonstramos também como e por quem ela (a meta) é definida, e também mostramos sua evolução em 2017 e 2018. Ao final, demonstramos outra taxa importante para a nossa vida financeira, que é a TJLP, sua forma de ser determinada, por quem é determinada e sua evolução em 2017 e 2018. 52 Referências ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BACEN. Taxa de Câmbio. 2014. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/taxcam.asp. Acesso em: 13 dez. 2018. ______. Comitê de Política Monetária (Copom). 2016. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/FAQs/FAQ%2003-Copom.pdf. Acesso em: 15 dez. 2018. G1.COM. Entenda como a taxa Selic afeta a vida do consumidor. 25 nov. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/11/entenda-como-taxa-selic- afeta-vida-do-consumidor2015.html. Acesso em: 14 dez. 2018. LAGIOIA, U. C. T. Fundamentos do Mercado de Capitais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. https://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/taxcam.asp https://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/FAQs/FAQ%2003-Copom.pdf http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/11/entenda-como-taxa-selic-afeta-vida-do-consumidor2015.html http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/11/entenda-como-taxa-selic-afeta-vida-do-consumidor2015.html 53 54 Chegamos à nossa quarta unidade. Nela, iremos trabalhar uma introdução ao Sistema Financeiro Nacional, ou SFN. Sua definição, estrutura, funções e objetivos, são objetos de estudo nessa unidade, primeiramente. Depois trabalharemos com alguns órgãos de grande importância para o SFN, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O que são esses órgãos, o que fazem e sua importância para as instituições e as pessoas, serão objetos de estudo dessa unidade. 55 Parte 1 – Definição de sistema financeiro nacional Vamos agora nos aprofundar em conceitos voltados para as instituições que atuam no mercado financeiro. Essa unidade tem por objetivo apresentar a estrutura do Sistema Financeiro Nacional – SFN – e as principais características das instituições financeiras que o compõem. Essas instituições devem permitir, dentro das melhores condições possíveis, a realização dos fluxos de fundos entre tomadores e poupadores de recursos da economia (ASSAF NETO, 2006). Temos a necessidade de conhecer o sistema financeiro, que é importante para a economia e para o segmento empresarial e também por conta da complexidade das operações que o setor empresarial vem realizando. O sistema Financeiro Nacional, de acordo com Furlani (2008), é o conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. Assaf Neto (2006) diz que o sistema financeiro é composto por um conjunto de instituições financeiras públicas e privadas, e seu órgão máximo é o Conselho Monetário Nacional (CMN). Por meio do SFN, viabiliza-se a relação entre agentes carentes de recursos para investimentos e agentes capazes de gerar poupança e, consequentemente, em condições de financiar o crescimento da economia. Por agentes carentes de recursos entendem-se aqueles que assumem uma posição de tomadores de mercado, isto é, que despendem em consumo e investimento valores mais altos que suas rendas. Os agentes superavitários, por seu lado, são aqueles capazes de gastar em consumo e investimento menos do que a renda auferida, formando um excedente de poupança. 56 Parte 2 – Estrutura do sistema financeiro nacional Agora que você já sabe o que é o Sistema Financeiro Nacional, SFN, vamos saber como é a sua estrutura. O Sistema Financeiro Nacional foi estruturado e regulado pela Lei de Reforma Bancária (1964), Lei do Mercado de Capitais (1965) e a Lei de Criação dos Bancos Múltiplos (1988), e é constituído por todas as instituições financeiras, públicas ou privadas, existentes no país (ASSAF NETO, 2006; FURLANI 2008). Uma possível estrutura do Sistema Financeiro Nacional envolve dois grandes subsistemas: Subsistema de Supervisão (ou normativo) e Subsistema Operativo (ou de intermediação financeira), conforme figura a seguir: Fonte: Furlani, 2008. O subsistema se supervisão é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas atividades por meio principalmente do Conselho Monetário Nacional– CMN – e do Banco Central do Brasil – Bacen. A Comissão de Valores Mobiliários – CVM – é um órgão normativo de apoio do sistema financeiro, atuando mais especificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). Já no subsistema operativo ou de intermediação financeira estão as várias instituições financeiras, que podem ser classificadas em bancárias ou não bancárias, de acordo com a capacidade que apresentam de emitir moeda, instituições auxiliares do mercado e instituições definidas como não financeiras, porém integrantes do mercado financeiro. Faz parte também dessa classificação o Sistema Brasileiro de 57 Poupança e Empréstimos (SBPE), cujos recursos captados são investidos no âmbito do sistema de habitação (ASSAF NETO, 2006; FURLANI, 2008). Fonte: Furlani, 2008. A figura anterior demonstra como é formado o subsistema de supervisão (ou normativo) do Sistema Financeiro Nacional, com destaque para o Conselho Monetário Nacional – CMN –, o Banco Central do Brasil – Bacen – e a Comissão de valores Mobiliários – CVM. Esses órgãos serão objeto de estudo da nossa Unidade 4. Fonte: Furlani, 2008. 58 Já a figura anterior demonstra o subsistema operativo ou de intermediação financeira do Sistema Financeiro Nacional, com destaque para as instituições financeiras que são objeto de estudo de unidades posteriores. 59 Parte 3 – Conselho Monetário Nacional (CMN) Bom, agora que você já conhece um pouco do SFN, vamos tratar do órgão máximo ou superior do SFN, que é o Conselho Monetário Nacional – CMN. O Conselho Monetário Nacional é um órgão eminente normativo ou de supervisão, não desempenhando nenhuma atividade executiva. Processa todo o controle do sistema financeiro, influenciando as ações de órgãos normativos como o BNDES, por exemplo, além de assumir funções legislativas das instituições financeiras públicas e privadas (ASSAF NETO, 2006). Assaf Neto (2006) e Furlani (2008) concordam na questão relativa à finalidade principal da criação do CMN, que é a formulação de toda a política de moeda e do crédito, objetivando atender aos interesses econômicos e sociais do país. Na figura a seguir, temos as principais atribuições do Conselho Monetário Nacional: Fonte: Furlani, 2008. Como podemos verificar na figura anterior, o CMN é muito importante para a economia com o seu caráter normativo sobre as outras instituições. O Conselho Monetário Nacional é atualmente composto por somente três representantes: Ministro da Fazenda, que é seu presidente, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, e Presidente do Banco Central do Brasil – Bacen (ASSAF NETO, 2006). 60 SAIBA MAIS O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil. Dentre suas funções estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa (BACEN, 2018a). Estão previstas, também, Comissões Consultivas, que têm por objetivo assessorar o Conselho Monetário Nacional nos assuntos que lhes forem pertinentes. Algumas delas são: Bancária, Mercado de Capitais e Mercados Futuros, Crédito Rural e Crédito Industrial, Política Monetária e Cambial, entre outras (ASSAF NETO, 2006). Bem, para que você possa ficar mais inteirado sobre o Conselho Monetário Nacional, ou CMN, temos a seguir um vídeo bem explicativo que para lhe ajudar: https://www.youtube.com/watch?v=WsXU1TUvlIU https://www.youtube.com/watch?v=WsXU1TUvlIU 61 Parte 4 – Banco Central do Brasil (BACEN) Após conhecermos o Conselho Monetário Nacional, ou CMN, vamos conhecer outra instituição muito importante do Sistema Financeiro Nacional, ou SFN, que é o Banco Central do Brasil, ou Bacen. Mas, você já ouviu falar no Banco Central? Sabe por que ele existe? Antes de começarmos a parte teórica, veja esse vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ Após o vídeo, podemos começar a demonstrar teoricamente o que é o Bacen. Ele é o principal poder executivo das políticas traçadas pelo CMN e órgão fiscalizador do SFN. Atendendo a uma conceituação mais abrangente de sua atuação, pode-se tratar o Banco Central como um banco fiscalizador e disciplinador do mercado financeiro, ao definir regras, limites e condutas das instituições, banco de penalidades, ao serem facultadas pela legislação e intervenção e a liquidação extrajudicial em instituições financeiras, e gestor do SFN, ao expedir normas e autorizações e promover o controle das instituições financeiras e de suas operações. É também considerado um executor da política monetária, ao exercer o controle dos meios de pagamento e executar o orçamento monetário e um banco do governo, na gestão da dívida pública interna e externa (ASSAF NETO, 2006). SAIBA MAIS O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável pelo controle da inflação no país. Ele atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de preços. Suas atividades também incluem a preocupação com a estabilidade financeira. Para isso, o BC regula e supervisiona as instituições financeiras. O BC executa as orientações do Conselho Monetário Nacional (CMN). Além disso, conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações financeiras com o exterior; a regulação e da supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN); a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio circulante. A missão do Bacen é: "Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente". O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, e foi criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, que estabelece as suas competências e atribuições (BACEN, 2018b). https://www.youtube.com/watch?v=LC2wnNRKOgQ 62 Entre as principais atribuições de competência do Bacen estão as seguintes: Emitir papel-moeda e moeda metálica; Executar os serviços do meio circulante; Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras; Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; Exercer o controle de crédito; Exercer a fiscalização das instituições financeiras; Autorizar o funcionamento das instituições financeiras; Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais; e Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. De uma maneira reduzida, Furlani (2008), na figura a seguir, destaca das principais funções do Bacen. Fonte: Furlani, 2008. 63 Na opinião de Lagioia (2011), as funções do Bacen são as seguintes: Emissão de moeda; Open Market; Depósito compulsório; Redesconto; Controle da taxa de juros; Meios de pagamento e base monetária. Como vimos, de acordo com vários autores, o Bacen é uma instituição muito
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