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Tópicos Especiais Em Gestão Financeira

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TÓPICOS ESPECIAIS EM 
GESTÃO FINANCEIRA
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Andréia de Lima
Indaial - 2021
1ª Edição
 Thauane Lima de Souza 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2021
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 
UNIASSELVI – Indaial.
Xxxxxx
 Xxxxxxxxxxx
 Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
 XXX p.; il.
 ISBN XXXXXXXXXXXXX
 ISBN Digital XXXXXXXXXXXXX
1.Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxx
CDD XXXX.XXX
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Finanças ..........................................................................................7
CAPÍTULO 2
Contabilidade Financeira ...........................................................27
CAPÍTULO 3
Orçamento Base Zero ................................................................59
APRESENTAÇÃO
A gestão financeira é um conhecimento essencial para todo ser humano que 
vive em sociedade. Robert Kiyosaki, em seu livro “Pai rico, pai pobre”, fala que 
a maioria das pessoas está concentrada demais em ganhar dinheiro, mas o que 
elas deveriam realmente focar é a sua educação financeira.
Para uma empresa, o gerenciamento financeiro, muitas vezes, é o divisor 
de águas entre ser lucrativa ou encerrar as atividades (ir à falência). Quantas 
boas empresas, com ótimos empreendedores, idéias maravilhosas, produtos 
fantásticos, mas que não conseguem ser suficientemente lucrativas?
A capacidade de gerenciar o seu dinheiro perante a própria atividade, o 
governo (impostos), os bancos, os investidores e a sociedade é um diferencial 
competitivo muito forte para as organizações. 
Desse modo, no primeiro capítulo desta disciplina, discutiremos a 
importância da gestão financeira para as empresas, destacando as principais 
funções do gerente financeiro, desde a tesouria, contas a pagar, contas a receber 
até a análise de investimentos e financiamentos.
No segundo capítulo, você será levado(a) a conhecer os principais 
demosntrativos contábeis utilizados para fins gerenciais: o Balanço Patrimonial, a 
Demonstração de Resultado do Exercício e a Demonstração do Fluxo de Caixa. 
Você entenderá como eles funcionam e como elaborá-los.
Por fim, no terceiro capitulo, você será apresentado(a) ao Orçamento Base 
Zero – uma ferramenta gerencial utilizada tanto por pequenas empresas, quanto 
por multinacionais. Com o intuito de solucionar algumas dificuldades encontradas 
durante a elaboração do orçamento tradicional, o Orçamento Base Zero é um 
grande aliado da empresa ao planejar a utilização dos recursos disponíveis.
O conhecimento financeiro é uma jornada longa que precisa de constante 
atualização, mas muito gratificante. A sua está apenas começando!
CAPÍTULO 1
Finanças
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Esclarecer a contribuição da gestão financeira para 
a continuidade de uma organização;
 3 Explicar as principais funções do gerente financeiro;
 3 Conhecer a importância, os deveres, a relação com os demais setores e a 
contribuição da gestão financeira para a continuidade de uma organização
9
FinançasFinanças Capítulo 1 
1 Contextualização
Qual o principal objetivo de uma empresa? Essa questão pode ser respondida 
de várias maneiras, mas quase todas as respostas vão levar a geração de valor 
para os sócios e/ou acionistas. Afinal, ninguém começa um negócio ou investe no 
empreendimento de outra pessoa pensando em perder dinheiro. 
Quando se fala em criação de valor, automaticamente se pensa em lucro, 
porém, para algumas entidades, como órgãos públicos e entidades sem fins 
lucrativos, a geração de lucro não é o objetivo primordial. 
Para as entidades sem fins lucrativos, por exemplo, o objetivo primordial 
é a geração de um resultado econômico e financeiro positivo, que permita o 
desenvolvimento normal de suas operações e a cobertura das necessidades 
gerais de investimentos, garantindo assim, sua continuidade e cumprimento da 
missão a que se destina (PADOVEZE, 2016).
No caso de uma entidade sem fins lucrativos que trabalha com crianças 
carentes, por exemplo, a missão desta entidade não é o acúmulo de riquezas e 
sim atender as necessidades das crianças e transformar o seu ambiente. Contudo, 
para cumprir sua missão, precisará de recursos financeiros.
Para garantir, não somente o retorno financeiro esperado, como também a 
continuidade da organização e, consequentemente, o atingimento da sua missão, 
se faz necessária uma gestão eficiente das finanças da entidade. Desse modo, 
pode-se dizer que o objetivo maior de finanças é criar valor para seus proprietários, 
sejam eles quais forem (PADOVEZE, 2016).
Portanto, é essencial para o profissional de finanças: conhecimento da 
área, proatividade, capacidade de análise e tomada de decisões, ética e sigilo 
profissional. Pois o profissional desta área tem acesso a informações estratégicas. 
Essas informações dizem respeito não somente ao setor financeiro, tendo em 
vista que esse se relaciona com todos os departamentos da empresa (vendas, 
compras, produção, marketing, etc.), utilizando e fornecendo informações aos 
mesmos.
De acordo com Hoji (2017, p. 7): “a administração financeira de uma 
empresa é exercida por pessoas ou grupos de pessoas que podem ter diferentes 
denominações, como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro, controller e 
gerente financeiro”. Sendo que ainda segundo o referido autor, as funções típicas 
do administrador financeiro de uma empresa são:
10
 Tópicos especiais em gestão financeira
a) análise, planejamento e controle financeiro;
b) tomadas de decisões de investimentos;
c) tomadas de decisões de financiamentos.
Na Figura 1 é apresentado um exemplo do organograma do setor financeiro 
de uma empresa:
Figura 1 - Exemplo de organograma da área de finanças
Fonte: Hoji (2017).
Contudo, dependendo do porte da empresa, a denominação e a distribuição 
das funções podem variar. Em empresas de pequeno e médio porte, é comum 
que algumas funções da controladoria, por exemplo, administração de tributos 
e sistemas de informação, sejam terceirizadas. Nessas empresas, também é 
comum que uma pessoa execute duas ou três funções (PADOVEZE, 2016). Ou 
ainda, nos casos de micro empreendimento, muitas vezes é o sócio proprietário 
que as executa.
11
FinançasFinanças Capítulo 1 
Para saber mais sobre controladoria, leia o livro: 
Controladoria Estratégica e Operacional. Do autor Clóvis Luís 
Padoveze.
Para facilitar o trabalho desse profissional, o ideal é que a empresa tenha 
um sistema de informações confiável. O recomendável é que o sistema seja 
informatizado – o que proporciona agilidade e facilita a rastreabilidade – seja um 
sistema em nuvem, instalado em um servidor da empresa ou até mesmo planilhas 
eletrônicas. O importante é que ele seja periodicamente alimentado e consultado. 
Neste livro, vamos focar nas funções e atividades da tesouraria, 
desempenhadas pelo tesoureiro, também denominado gerente financeiro, por 
serem fundamentais para empresas de pequeno e médio porte. 
1.1 Tesouraria
A função básica de uma tesouraria é gerir o fluxo dos recursos financeiros 
de uma organização e salvaguardar seusativos financeiros, ou seja, o seu 
tesouro (SOUZA; TORQUATO, 2019). Apesar de se preocupar com o controle 
das disponibilidades da empresa, mais recentemente a tesouraria tem assumido 
funções mais estratégicas e relacionadas ao planejamento organizacional. 
Disponibilidades são recursos da empresa em moeda ou que 
podem ser transformados quase que imediatamente em moeda 
(caixa, valor em conta corrente, aplicação de liquidez imediata).
Conceito técnico. Disponibilidades são recursos da empresa em moeda ou 
que podem ser transformados quase que imediatamente em moeda (caixa, valor 
em conta corrente, aplicação de liquidez imediata).
12
 Tópicos especiais em gestão financeira
Hoji (2017, p. 139) destaca que a tesouraria “é uma das áreas mais 
importantes em uma empresa, pois, praticamente, todos os recursos financeiros 
que giram na empresa transitam por ela”. Logo, é uma área que pode fornecer 
muita informação fundamental para a tomada de decisão.
Souza e Torquato (2019) destacam algumas funções da tesouraria 
relacionadas as disponibilidades da empresa:
a) Realizar a conciliação bancária das operações de pagamentos efetuadas, 
para identificar se elas foram devidamente processadas pelos bancos;
b) Identificar TEDs, DOCs e boletos não processados pelo banco e 
providenciar novo pagamento;
c) Conferir e registrar os débitos relativos a tarifas, encargos financeiros e 
tributários de operações de crédito identificados em conta bancária;
d) Realizar e registrar os pagamentos em dinheiro;
e) Realizar e registrar os recebimentos em dinheiro ou cheques à vista;
f) Consultar os sistemas de restrição de crédito nos recebimentos em 
cheques a vista (SCPC e Telecheque);
g) Conferir a conformidade técnica dos cheques recebidos (à vista e 
pré-datados) para identificar inconsistências, tais como erros de 
preenchimento, falta de assinatura etc;
h) Salvaguardar os cheques pré-datados recebidos;
i) Conferir o follow-up dos cheques pré-datados;
j) Salvaguardar o dinheiro e os cheques à vista recebidos;
k) Enviar diariamente os numerários recebidos (cheques e dinheiro) para 
depósito bancário;
l) Gerenciar o relacionamento com a agência bancária em que a 
organização tenha conta;
m) Controlar o cadastramento para débitos automáticos e administrar 
possíveis bloqueios judiciais em conta corrente;
n) Realizar a conciliação bancária diária de todos os lançamentos 
identificados no extrato bancário (débitos e créditos);
o) Analisar e registrar créditos extraordinários identificados no extrato 
bancário;
p) Realizar e registrar o fechamento diário de caixa e banco, registrando 
toda movimentação e apresentando ao responsável do setor;
q) Organizar e enviar para a contabilidade os documentos dos movimentos 
financeiros de caixa e banco;
r) Conferir diariamente a existência e a veracidade (contagem física) dos 
saldos em dinheiro e cheques salvaguardados;
s) Controlar os recursos disponíveis em caixa e bancos.
13
FinançasFinanças Capítulo 1 
É imprescindível que essas atividades sejam realizadas diariamente, evitando 
assim o acúmulo delas – em caso de empresas que apresentem grande volume de 
transações, o que é muito comum no setor de comércio – e principalmente, para 
minimizar a ocorrência de erros ou fraudes. Pois a tesouraria também é responsável 
por enviar informações fidedignas para a contabilidade. Neste sentido, também é 
imprescindível o desenvolvimento e aplicação de controles internos. 
Para saber mais sobre controles internos na área financeira, 
sugere-se a leitura do artigo Controle interno: um estudo de caso 
em uma microempresa.
A tesouraria é uma área da empresa que recebe ou fornece informações para 
todas as demais. Esse relacionamento contribui para que o gerente financeiro 
possa, por exemplo, projetar o fluxo de caixa da empresa com segurança.
Quase todos os atos praticados em qualquer área da empresa 
acabam transformando-se em contas a receber ou em contas a pagar. E, 
consequentemente, todos os valores a receber ou a pagar devem transitar, 
obrigatoriamente, pelo sistema de tesouraria (HOJI, 2017).
1.2 Contas a pagar
O controle de contas a pagar deve ser rotineiro nas funções do setor 
financeiro de qualquer empresa. Neste âmbito, deve ser levado em consideração 
todas as obrigações a pagar da empresa, bem como os prazos para o devido 
pagamento. O acompanhamento dessas informações permite que sejam tomadas 
decisões que auxiliem na gestão estratégica da empresa.
Um dos benefícios de gerir corretamente as contas a pagar em uma empresa é 
a capacidade de evitar atrasos nos pagamentos e, consequentemente, o pagamento 
de multa e/ou juros ou a suspensão dos serviços. Mas o controle efetivo das contas 
a pagar possibilita muito mais do que isso. Com base nas informações disponíveis 
é possível negociar e renegociar prazos de pagamento com fornecedores, visando 
manter um bom fluxo de caixa na empresa e, também em casos extremos, tomar 
decisões sobre quais obrigações devem ser priorizadas.
14
 Tópicos especiais em gestão financeira
Neste sentido, Hoji (2017) destaca algumas atividades de responsabilidade 
do contas a pagar:
a) Estabelecer políticas de pagamentos;
b) Controlar adiantamentos a fornecedores;
c) Controlar abatimentos e devoluções de mercadorias;
d) Controlar cobranças bancárias e cobranças em carteira;
e) Liberar duplicatas para pagamento.
Independente do porte da empresa, essas atividades devem ser 
desempenhadas com atenção e responsabilidade, pois muitas vezes podem ser 
fundamentais, principalmente em micro e pequenas empresas, onde o capital de 
giro geralmente é menor.
1.3 Contas a receber
As vendas de mercadorias ou prestação de serviços de uma empresa que 
são negociadas a vista, tem o seu valor indo diretamente para o caixa, conta 
corrente ou semelhante. Já as vendas a prazo de uma empresa, geram um direito 
futuro de recebimento do montante e são chamadas de contas a receber (ou 
duplicatas a receber).
De acordo com Hoji (2017, p. 130): “as vendas a prazo alavancam as vendas, 
isto é, aumentam o volume de vendas e, consequentemente, o lucro. Porém é 
necessário que se tenha um sistema de controle efetivo desses valores. Uma boa 
organização desse mecanismo possibilita o controle de quais clientes pagam em 
dia e quais deles estão com faturas em atraso (IZIDORO, 2016). 
Para Hoji (2017) identifica algumas atividades inerentes ao processo de 
crédito e cobrança:
a) Analisar os cadastros dos clientes para concessão de créditos;
b) Cobrar e receber as duplicatas nos respectivos vencimentos;
c) Cobrar e receber saques de exportação;
d) Controlar as duplicatas em carteira e em cobrança bancária;
e) Controlar eventos financeiros contratuais;
f) Negociar novação de crédito.
Em empresas de médio e grande porte, o desempenho de tais atividades é 
função do setor financeiro. Entretanto, em empresas de pequeno porte, é comum que 
a atividade de análise e concessão de crédito fique sob a responsabilidade do setor 
de vendas. Nesse caso, é preciso um trabalho em conjunto de ambos os setores.
15
FinançasFinanças Capítulo 1 
Portanto, para auxiliar no bom funcionamento das contas a receber é 
interessante que a empresa tenha suas políticas de crédito e cobrança bem 
desenhadas, claras e divulgadas para todos os interessados no processo.
Pois, deve-se atentar para o fato de que em uma venda a prazo há 
a possibilidade de não recebimento, ou seja, de inadimplência. Por isso é 
fundamental para a empresa, o gerenciamento da sua carteira de contas a receber. 
Gerenciamento este, que deve iniciar pelo processo de concessão de crédito.
A política de crédito trata dos seguintes aspectos: prazo de crédito, seleção 
de clientes e limite de crédito. Uma política de crédito liberal aumenta o volume de 
vendas muito mais do que uma política rígida, porém gera mais investimento em 
contas a receber e mais problemas de recebimento, o que exige maior rigidez na 
cobrança (HOJI, 2017).Portanto, para auxiliar no bom funcionamento das contas 
a receber é interessante que a empresa tenha suas políticas de crédito e cobrança 
bem desenhadas, claras e divulgadas para todos os interessados no processo.
Deve-se analisar que se a responsabilidade pela concessão de crédito tiver 
participação da área de Vendas, o pagamento da comissão de venda deverá ser 
vinculado ao efetivo recebimento das vendas. Assim, os vendedores estarão mais 
dispostos a selecionar clientes bons pagadores.
Quando não se faz uma análise criteriosa dos dados cadastrais do cliente 
necessários para analisar a sua capacidade e probabilidade de pagamento, as 
chances de a venda a prazo não ser recebida é maior. Essa análise não deve ser 
feita somente para os novos clientes, mas para os clientes recorrentes também. 
Hoji (2017) atenta para o fato de que a situação do cliente, mesmo daqueles 
antigos e tradicionais, deve ser constantemente monitorada e atualizada, quanto 
aos aspectos de pontualidade, capacidade de pagamento e situação financeira. 
As políticas de crédito e cobrança devem trabalhar juntas a favor da empresa. 
Se uma política de crédito for extremamente facilitada, as chances de a política de 
cobrança precisar ser muito rígida é maior. E, em alguns casos, a possibilidade de 
inadimplemento aumenta.
Existem alguns tipos de cobrança que a empresa pode adotar, sendo esta 
feita diretamente pela empresa ou por intermédio de uma instituição financeira. 
A cobrança bancária é mais segura e eficiente, pois se o sacado atrasar o 
pagamento, o banco não dispensará os encargos moratórios e, ainda, poderá 
encaminhar o título para protesto após o vencimento – de acordo com o escolhido 
pela empresa na data da contratação deste serviço (HOJI, 2017).
16
 Tópicos especiais em gestão financeira
Se a cobrança for realizada diretamente pela empresa é interessante que os 
valores recebidos sejam depositados em conta bancária previamente estabelecida, 
como medida de segurança. E, no caso de recebimento em cheque, orienta-se 
que eles estejam nominais para a empresa, evitando que sejam depositados em 
conta corrente na qual a empresa não seja o favorecido.
Também, se conforme a estrutura da empresa, o contas a receber for um 
setor diferente da tesouraria, é importante que todas as informações sobre 
recebimentos sejam repassadas ao responsável pela tesouraria.
 A empresa Vende Tudo é uma empresa que atua no 
comércio de produtos de beleza e cosméticos. Por ser 
uma empresa de médio porte e optar por uma estrutura de 
colaboradores enxuta, o setor de vendas é o responsável 
pela análise de crédito e por realizar as cobranças. Além de 
vendas à vista, a empresa efetua vendas no cartão de crédito 
e vendas a prazo em crediário próprio - para 30 e 60 dias. A 
empresa paga aos colaboradores, além do salário, comissão 
sobre as suas vendas, desde que a loja alcance a sua meta 
global de vendas, estabelecida e informada previamente a 
todos os colaboradores do setor. Depois de algum tempo, o 
responsável pela tesouraria notou que o valor das contas a 
receber da empresa estava aumentando consideravelmente e 
que a inadimplência estava crescendo na mesma proporção. 
O que pode estar acontecendo e que alternativas podem ser 
aplicadas para solucionar essa situação?
 Para análise de crédito podem ser utilizados os 5 Cs do 
crédito: caráter, capacidade, capital, collateral e condições.
17
FinançasFinanças Capítulo 1 
A Serasa Experian divulga anualmente o perfil dos 
inadimplentes no Brasil. A pesquisa divulgada, além de outras 
informações relevantes sobre crédito, pode ser acessada no site: 
<https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/c/estudos-
economicos>.
2 Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é uma ferramenta básica da administração financeira. O 
tesoureiro, ao gerenciar o seu dia a dia, se depara com a necessidade de ter um 
instrumento de planejamento e controle da sua liquidez, que se constitui no fluxo 
de caixa projetado (FREZATTI, 2014). Complementando, Silva (2018) destaca 
que tal ferramenta permite controlar a movimentação financeira – entradas e 
saídas de recursos financeiros – de uma empresa em um determinado período
Sendo utilizado em conjunto com o orçamento, o fluxo de caixa apresenta 
uma característica de planejamento. Pois permite visualizar todas as entradas e 
saídas de recursos de uma entidade, com o saldo de caixa diário ou do período 
projetado. Possibilitando, também, que a empresa saiba exatamente qual o valor 
a pagar com as obrigações assumidas e quais os valores a receber (SILVA, 2018).
Como exemplo, para otimizar os recursos financeiros, a projeção do fluxo 
de caixa pode ser feita para um período de até três meses. Os dados são, 
geralmente, apresentados por dia para os primeiros 15 ou 30 dias e por quinzena 
ou mês para o restante do período. Para um prazo superior a três meses, podem 
ser utilizados os dados do orçamento de caixa revisado (HOJI, 2017).
É importante ter essas informações demonstradas em um mesmo relatório, 
pois facilita a análise. Com base no fluxo de caixa, o gestor pode se programar 
para momentos futuros. Se em algum momento o gestor identificar que o saldo 
do fluxo de caixa ficará negativo, poderá tomar decisões antecipadas sobre 
o que pode acontecer: buscar uma fonte de recurso, negociar pagamentos e 
recebimentos ou diminuir gastos, por exemplo. O importante é que se a situação 
for identificada com antecedência, o gestor pode analisar com calma as opções 
antes de tomar uma decisão e não ser influenciado pelo imediatismo. 
Por outro lado, se o gestor identificar para o período futuro um saldo positivo 
elevado, pode estudar melhor as opções de investimento dos recursos financeiros 
https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/c/estudos-economicos
https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/c/estudos-economicos
18
 Tópicos especiais em gestão financeira
da empresa. Silva (2018) destaca que é possível, a partir da elaboração do fluxo 
de caixa, verificar e planejar eventuais excedentes e escassez de caixa, o que 
provocará medidas que venham a sanar tais situações.
É importante, que o profissional ao elaborar o fluxo de caixa, tome cuidado 
para não confundir as entradas de valores monetários com o lucro. O lucro utiliza 
o regime da competência e, contabilmente deve ser registrado no momento da 
ocorrência do fato (por exemplo, da venda). Já o fluxo de caixa utiliza, como data 
referência para as entradas de valores, a data efetiva da entrada de valor, seja por 
recebimento de clientes, vendas à vista ou outro. Essa confusão pode distorcer 
totalmente um fluxo de caixa e pagamentos também.
Como o caixa de uma empresa está intimamente ligado a todas as suas 
operações que envolvam movimentação financeira, diversos fatores podem afetar 
o fluxo de caixa de uma companhia, causando diferenças entre o que foi projetado 
pela empresa e o realizado no período. Silva (2018) aborda os fatores internos 
e externos que podem interferir no fluxo de caixa projetado por uma empresa. 
Como fatores internos temos:
a) Falta de um sistema de cobrança eficiente;
b) Investimentos não planejados e inesperados;
c) Aumento no prazo de vendas concedido como uma maneira de aumentar 
a competitividade ou a participação no mercado;
d) Compras que não estão em linha com as projeções de vendas;
e) Diferenças representativas no giro de contas a pagar e a receber em 
decorrência dos prazos médios de recebimento e pagamento;
f) Capitalização inadequada com a consequente utilização de capital de 
terceiros de forma excessiva, aumentando o nível de endividamento;
g) Ciclos de produção muito longos que não estão em consonância com o 
prazo médio dado pelos fornecedores;
h) Política salarial incompatível com as receitas e demais despesas 
operacionais;
i) Pequena ocupação do ativo fixo;
j) Expansão descontrolada das vendas, implicando um volume maior de 
compras e custos operacionais;
k) Distribuiçãode lucros incompatíveis com a capacidade de geração de 
caixa;
l) Custos financeiros altos originários do nível de endividamento;
m) Giros do estoque lento, significando o carregamento de produtos 
obsoletos ou de difícil venda, imobilizando recursos da empresa no 
estoque;
n) Investimentos desnecessários e/ou indevidos em relação aos prazos e 
estratégias mal definidas com retorno mensurado pelo VPL negativo.
19
FinançasFinanças Capítulo 1 
O Valor Presente Líquido (VPL) é uma análise utilizada para 
determinar o valor presente de pagamentos futuros descontados a 
uma taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial.
Apesar de não ser uma tarefa fácil, esses fatores são mais fáceis de serem 
trabalhados e controlados pela empresa. Já os fatores externos independem da 
vontade e esforço da organização. De acordo com Silva (2018), são eles:
a) Inflação (elevação do nível de preços), recessão e taxas de juros.
b) Mudança na política cambial, fiscal e de crédito.
c) Mudanças na política de importação e exportação.
d) Diminuição das vendas em decorrência de retração do mercado.
e) Novos concorrentes.
f) Mudanças na legislação fiscal (aumento de alíquota de impostos e/ou 
novos impostos, ou seja, aumento da carga tributária).
g) Aumento do nível de inadimplência.
h) Diminuição do fechamento de contratos.
i) Falta de foco na prospecção de novos clientes.
A projeção de fluxo de caixa de qualquer empresa deve ser sistemática e 
periodicamente revisada e atualizada, com base em fluxo efetivo e em alterações das 
premissas e condições anteriormente projetadas, para aproximar-se o mais possível 
do resultado financeiro efetivo (HOJI, 2017). Pois é importante que a informação 
do fluxo de caixa seja confiável e de qualidade, diminuindo a imprevisibilidade e, 
consequentemente, melhorando a gestão dos recursos financeiros.
Por fim, Silva (2018) atenta para o fato de que outra grande vantagem que 
o fluxo de caixa pode dar para a empresa é a capacidade de aprender com o 
passado e prever o futuro do caixa, assim, oferecendo suporte a decisões futuras 
importantes para o negócio. 
20
 Tópicos especiais em gestão financeira
 Para mais dicas e modelos de fluxo de caixa, 
consulte o site do Sebrae: <http://www.bibliotecas.
sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/75453dced2c385f7ed0fed7cccc7fcef/$File/1309.pdf>.
A maioria dos livros sobre fluxo de caixa tem uma abordagem 
voltada para o usuário externo. O livro Gestão do fluxo de caixa: 
perspectiva estratégica e tática, de Fábio Frezatti tem uma 
abordagem voltada para o usuário interno e pode ser de grande 
auxílio para o profissional.
3 Análise de Investimentos e 
Financiamentos
Elemento importante ao gerir os recursos financeiros de uma empresa é ser 
capaz de tomar decisões sobre como e onde captar recursos e onde aplicar o 
capital excedente de uma organização com o objetivo de maximizar os lucros.
3.1 Análise de investimentos
A decisão de investir é a mais complexa das decisões financeiras, pois 
envolve incertezas em todo o seu processo, uma vez que trabalha com o intervalo 
de tempo entre o investimento hoje para recuperação no futuro (PADOVEZE, 
2016). Ao investir um capital, espera-se uma geração de benefício futuro. 
Contudo, quando se fala em futuro, pode-se tentar prever o que acontecerá, mas 
é impossível eliminar o efeito do risco.
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/75453dced2c385f7ed0fed7ccc
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/75453dced2c385f7ed0fed7ccc
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/75453dced2c385f7ed0fed7ccc
21
FinançasFinanças Capítulo 1 
Risco é probabilidade de um fato ou evento acontecer, sendo 
ele positivo ou negativo.
Padoveze (2016) salienta que o capital investido tem um custo – custo 
financeiro ou de capital – que deve ser recuperado para justificar o investimento 
e o risco. Logo, alguns pontos devem ser observados ao se tomar uma decisão 
sobre investimento:
a) o empreendimento ou o projeto de investimento; 
b) o valor do investimento; 
c) o período previsto de operacionalização do investimento; 
d) os fluxos futuros de lucros e caixa previstos pelo investimento durante o 
período previsto; 
e) o risco envolvido no investimento; 
f) o custo do capital.
Quanto aos métodos utilizados para avaliação de investimentos, Hoji (2017, 
p. 173) apresenta alguns:
a) Método do Valor Presente Líquido: consiste em determinar 
o valor no instante inicial, descontando o fluxo de caixa líquido 
de cada período futuro (fluxo de caixa líquido periódico) 
gerado durante a vida útil do investimento, com a taxa mínima 
de atratividade, e adicionando o somatório dos valores 
descontados ao fluxo de caixa líquido do instante inicial. [...] 
O investimento será economicamente atraente se o valor 
presente líquido (VPL) for positivo. Este método é conhecido 
também como Método do Valor Atual Líquido. b) Método do 
Valor Futuro Líquido: determina o valor do fluxo de caixa no 
instante futuro, utilizando as mesmas formas de cálculo e 
critérios do Método do VPL, diferenciando-se somente quanto 
ao aspecto da data focal. c) Método do Valor Uniforme Líquido: 
consiste em transformar uma série de valores diferentes em 
valores uniformes, por meio da aplicação de uma taxa mínima 
de atratividade. d) Método da Taxa Interna de Retorno: a taxa 
de juros que anula o VPL é a taxa interna de retorno (TIR). Este 
método assume implicitamente que os fluxos de caixa líquidos 
periódicos são reinvestidos à própria TIR calculada para todo 
o investimento. O investimento será economicamente atraente 
se a TIR for maior do que a taxa mínima de atratividade. e) 
Método do Prazo de Retorno: consiste na apuração do tempo 
necessário para que a soma dos fluxos de caixa líquidos 
periódicos seja igual ao do fluxo de caixa líquido do instante 
22
 Tópicos especiais em gestão financeira
inicial. Este método não considera os fluxos de caixa gerados 
durante a vida útil do investimento após o período de payback 
(prazo de retorno) e, portanto, não permite comparar o retorno 
entre dois investimentos. Mas é um método largamente 
utilizado como limite para determinados tipos de projetos, 
combinado com outros métodos.
Independente da metodologia adotada para avaliar um investimento, 
cabe lembrar que aplicar mais de uma pode contribuir para facilitar e dar mais 
segurança à escolha.
3.2 Análise de financiamentos
Frequentemente o gerente financeiro necessita escolher o melhor mix de 
financiamento para um projeto ou estrutura de capital da empresa, entre capital 
próprio e de terceiros (PADOVEZE, 2016). Capital próprio significa que a empresa 
pretende captar recursos dos sócios e capital de terceiros, que buscará recursos 
fora da sua unidade, por exemplo, instituições financeiras. Independente da fonte 
de financiamento, ambas esperam ser remuneradas por isso.
De acordo com Padoveze (2016) ao se tomar decisões sobre financiamentos, 
deve-se observar as variáveis:
a) o montante do investimento; 
b) a disponibilidade de fundos de capital, próprios e/ou de terceiros; 
c) o risco do investimento; 
d) o custo de capital das fontes de financiamento.
Há ainda casos em que a empresa necessita de recursos para capital de 
giro. Como salienta Ornelas (2020, p. 95): “muitas empresas quebram não porque 
não vendem, mas porque vendem demais e de forma desorganizada, ficando 
com “buracos” no caixa, o que as leva a buscar ajuda desesperada em bancos 
para conseguir capital de giro”. O capital de giro é um dos mais caros oferecidos 
pelas instituições financeiras. 
Daí a necessidade de uma boa gestão de recursos financeiros, desde o 
desempenho das tarefas básicas. Isso possibilitará uma projeção de fluxo de 
caixa com a menor variação possível e os gestores podem se preparar com 
antecedência para a escolha das fontes de financiamento.
23
FinançasFinançasCapítulo 1 
Para mais sobre análise de investimento e financiamento, leia 
o livro Análise de investimento: matemática financeira, engenharia 
econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial.
4 Resumo
Saber gerir as finanças é primordial na vida de qualquer pessoa ou 
organização. O mercado de trabalho cada vez mais valoriza profissionais com 
tais competência. Sendo responsável pela análise, planejamento e controle 
financeiro, bem como tomada de decisões sobre investimento e financiamento, 
o profissional dessa área é vital para sobrevivência, continuidade e geração de 
valor das empresas. A denominação do cargo, a quantidade de tarefas e o nível 
de responsabilidade varia de empresa para empresa. Em organizações de grande 
porte, diversos profissionais costumam desempenhar as tarefas relacionadas à 
administração financeira, muitas vezes segregados em setores. Já em empresas 
menores, uma ou duas pessoas costumam desempenhar essa função. Dentre as 
funções do gerente financeiro estão tesouraria, contas a pagar, contas a receber, 
elaboração de fluxo de caixa e análise de investimentos e financiamento. A 
tesouraria compreende o controle das disponibilidades da empresa – caixa, conta 
corrente e aplicação de liquidez imediata. A atividade de contas a pagar exige 
um contato próximo dos fornecedores, por exemplo. Para o bom desempenho da 
atividade de contas a receber é necessário o conhecimento de políticas de crédito 
e cobrança. E, por fim, o gerente financeiro necessita analisar onde pode obter 
recursos para a empresa e também onde pode investir o capital da organização, 
com o objetivo de aumentar a geração de valor para a mesma. 
24
 Tópicos especiais em gestão financeira
Referências básicas
FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa: perspectivas estratégica e tática. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária. 12. ed. Rio de 
Janeiro: Atlas, 2017.
IZIDORO, Cleyton (Org.). Gestão de tesouraria. São Paulo: Pearson, 2016.
ORNELAS, José. Dicas essenciais de empreendedorismo: sugestões práticas 
para quem quer empreender. São Paulo: Fazendo Acontecer, 2020.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Administração financeira: uma abordagem global. 
São Paulo: Saraiva, 2016.
SILVA, Edson Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. 
10. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2018.
SOUZA, Márcio Barros; TORQUATO, Renato. Básico em tesouraria: rotinas e 
procedimentos operacionais. São Paulo: Editora Senac, 2019.
 
Referências complementares
BRIGHAM, Eugene. Administração financeira: teoria e prática. 3. ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2016.
CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de 
investimento: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de 
decisão, estratégia empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CRISTINA, Gisleangela Maria Oliveira. Controle interno: um estudo de caso 
em uma microempresa. Revista de Ciências Contábeis. v. 10, n. 19, p. 82-95, 
2019. Disponível em:<https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rcic/
article/view/8967>. Acesso em: 2 jan. 2021.
LOPES, Leandro Costa; SIQUEIRA, Karenn Patrícia Silva; VIEIRA, Édna Maria de 
Melo; FREITAS, Maurício Assuero Lima. Adoção de práticas de controles financeiros 
e não financeiros por microempreendedores individuais. Gestão e Sociedade, 
v. 8, n. 21, p. 749, 2015. Disponível em: <https://www.gestaoesociedade.org/
gestaoesociedade/article/view/1930>. Acesso em: 2 jan. 2021.
https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rcic/article/view/8967
https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rcic/article/view/8967
https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/1930
https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/1930
25
FinançasFinanças Capítulo 1 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional. 3. ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2012.
RITTA, C. O. Análise Comparativa do Controle Interno no Contas a Receber e 
a Pagar nas Empresas Beta Ltda e Alfa Ltda. Revista Catarinense da Ciência 
Contábil, v. 9, n. 26, p. 63–78, 2010. Disponível em: <https://doaj.org>. Acesso 
em: 2 jan. 2021.
 
https://doaj.org
CAPÍTULO 2
Contabilidade Financeira
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer os elementos das principais demonstrações 
contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado 
do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa);
 3 Elaborar as principais demonstrações contábeis utilizadas para fins gerencias;
 3 Interpretar os relatórios contábeis de modo a utilizar 
a sua informação para tomada de decisão.
29
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
1 Balanço Patrimonial
O termo Balanço Patrimonial (BP) é um dos mais conhecidos no meio da 
Contabilidade, é quase impossível falar em contabilidade e não visualizar um 
BP, por ser uma das demonstrações mais importantes da empresa. Também, é 
um dos mais importantes e significativos relatórios gerados pela contabilidade 
(BRUNI, 2014).
Para Martins (2020), tal relatório é uma das demonstrações contábeis mais 
importantes aos processos de tomada de decisão por parte dos usuários das 
informações oriundas da contabilidade.
É importante ter em mente que o Balanço Patrimonial é um reflexo dos dados 
da empresa, através dessa demonstração, qualquer pessoa interessada pode 
saber o desempenho da empresa, se ela está apresentando lucros ou prejuízos, 
qual o valor que tem em caixa, quais são os valores devidos a fornecedores, e 
outras informações sobre a situação financeira da empresa. Os elementos do 
Balanço permitem, conforme salienta Martins (2020, p. 21): “que sejam tiradas 
conclusões a respeito da solvência, liquidez, endividamento, estrutura patrimonial 
e rentabilidade, entre outros aspectos”, fundamentais para análise e tomada de 
decisão.
Segundo o Velter e Missagia (2011, p. 581), o Balanço Patrimonial:
Tem por objetivo evidenciar a situação patrimonial da entidade 
em um dado momento, após a contabilização de todos os atos 
e fatos consignados na escrituração contábil, sendo por este 
motivo chamado de balanço patrimonial.
Por sempre representar uma situação de equilíbrio, esse demonstrativo 
recebe o nome de Balanço Patrimonial, representando uma fotografia em um 
dado momento do patrimônio da entidade. É estático e representa um instante 
da situação patrimonial (BRUNI, 2014), ou seja, representa a situação patrimonial 
para um período – exercício social – específico e não a evolução ao longo de todo 
o tempo de existência da organização.
O balanço patrimonial é apresentado sempre no final do exercício social, e 
é dividido em três partes: o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. Cada parte 
do Balanço irá apresentar características específicas da sua conta, no Ativo são 
apresentados os valores dos bens e direitos, no Passivo serão demonstradas as 
obrigações, e no Patrimônio Líquido são descritos os valores da situação líquida 
da empresa. 
30
 Tópicos especiais em gestão financeira
Também pode ser encontrado, principalmente em Finanças, a utilização da 
expressão “Investimentos” no lugar de “Ativos”. Da mesma forma, é mais usual 
a expressão “Financiamentos” ao invés de “Passivos”. Contudo, o importante é 
que fontes e usos, origens e aplicações de recursos devem se manter sempre em 
equilíbrio (BRUNI, 2014). O valor do Ativo Total da empresa deverá ser igual ao 
valor do Passivo somado ao do Patrimônio Líquido.
Ainda, a atual legislação estabelece a seguinte classificação para o Ativo 
e o Passivo: circulante e não circulante (ASSAF NETO, 2016). Na Figura 
1 é apresentado um modelo de Balanço Patrimonial. Cabe ressaltar que a 
nomenclatura utilizada não é obrigatória do ponto de vista legal, podendo sofrer 
variações de uma empresa para outra.
Figura 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVOAtivo Circulante Passivo Circulante
Caixa e Equivalentes de Caixa
Contas a Receber
Estoques
Ativos Especiais e Despesas 
Antecipadas
Passivo Não Circulante
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativo Não Circulante Capital Social
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Lucros/Prejuízos Acumulados
Ativo Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Fonte: Martins (2020, p. 21)
O Balanço Patrimonial passou a ser obrigatório para as empresas com a 
promulgação da Lei das Sociedades por Ações, em 1976, junto com outras 
demonstrações contábeis, como a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (DLPA), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
Cada demonstração vai tratar de uma parte específica do patrimônio da 
empresa, ficando sempre evidenciando as transformações do lucro, das despesas 
31
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
e receitas. Como vimos, o Balanço Patrimonial vai apresentar três partes, o Ativo, 
o Passivo e o Patrimônio Líquido, e é sobre elas que vamos estudar a seguir.
1.1 Ativo
O Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para 
a entidade (MARTINS, 2020). As contas do Ativo representam bens, direitos e 
outros recursos da organização que gerem ou ajudem a gerar caixa.
De modo simples, os bens são quaisquer coisas possíveis de avaliação em 
dinheiro e que tenham a capacidade de satisfazer uma necessidade humana e os 
direitos são valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores 
de propriedade da empresa que se encontram em posse de terceiros (BRUNI, 2014).
É importante destacar que o ativo só deve ser reconhecido no Balanço 
Patrimonial de uma entidade, quando for provável que benefícios econômicos 
futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder 
ser mensurado com confiabilidade (SILVA, 2017). Isso ocorre porque uma 
demonstração contábil deve fornecer informações confiáveis para os usuários.
O grupo do Ativo, no balanço patrimonial é dividido em duas partes, a primeira 
é chamada de Circulante, e a segunda parte é Não Circulante. Martins (2020), 
destaca que as contas do Ativo são dispostas em ordem decrescente de grau 
de liquidez, ou seja, de acordo com a velocidade em que podem ser convertidas 
em caixa. Seguindo essa lógica, na classe do Ativo Circulante estão localizadas 
as contas de maior liquidez, ou seja, se fosse preciso transformar esses bens 
em dinheiro, eles seriam transformados mais rapidamente que os bens que se 
encontram no grupo do Ativo Não Circulante.
Inicialmente o lado do ativo será representado pelos valores do Ativo 
Circulante, apresentado por suas contas, e o seu valor total, em seguida são 
expostos os valores do Ativo Não Circulante, e ao final o valor total da soma 
desses dois grupos de ativo.
O ativo circulante corresponde aos valores que estão de posse da entidade, 
realizáveis no curto prazo, ou seja, um ciclo operacional da empresa – que 
geralmente corresponde a um ano.
32
 Tópicos especiais em gestão financeira
Martins (2020, p. 23) explica a composição do Ativo Circulante:
a) Disponível (caixa e equivalentes de caixa): composto pelas 
contas de maior grau de liquidez, a começar pelo próprio caixa, 
cheques recebidos e ainda em poder da entidade, saldo de 
depósitos bancários à vista e aplicações de liquidez imediata.
b) Contas a Receber: são os valores a receber da entidade 
no curto prazo. São as contas relativas a vendas ou prestação 
de serviços a prazo a clientes, deduzidas das provisões 
de perdas com créditos de liquidação duvidosa. Também 
fazem parte desse grupo outros valores a receber no curto 
prazo decorrentes de transações da entidade (dividendos, 
adiantamentos, juros a receber etc.).
c) Estoques: são os diversos inventários da empresa 
(mercadorias a serem revendidas, produtos acabados, matéria-
prima e outros materiais estocados). A base elementar de 
atribuição de valor aos estoques é o custo de aquisição ou de 
produção. No entanto, se o valor realizável líquido for menor, 
deve-se constituir provisão para perda. Pois, de acordo com 
o “CPC 16 – Estoques”, os estoques devem estar registrados 
pelo valor de custo ou valor realizável líquido, dos dois o menor.
d) Ativos Especiais e Despesas Antecipadas: ativos 
especiais são bens que a empresa pode comercializar sem 
perder a posse e propriedade dos mesmos (por exemplo, filmes, 
bancos de dados, softwares etc.). Já as despesas antecipadas 
são aquelas já contratadas, mas ainda não consumidas. 
Geralmente tais despesas são consumidas no próximo 
exercício (por exemplo, seguros antecipados, assinaturas de 
jornais e revistas pagas antecipadamente, entre outros).
O ativo não circulante possui subdivisões mais específicas como o realizável 
a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível, são bens que possuem 
uma liquidez superior a de um exercício fiscal – ou ciclo operacional.
 O Conselho Federal de Contabilidade emitiu as 
Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T XX – 
Conteúdo e Estrutura das Demonstrações Contábeis, 
que trata sobre as demonstrações contábeis obrigatórias 
e do item 11 ao 25 trata especificamente sobre as 
particularidades do Balanço Patrimonial, as quais valem 
a pena serem estudadas. Basta acessar o Link: https://
cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBCT_3.pdf
https://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBCT_3.pdf
https://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/02/NBCT_3.pdf
33
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
O ativo Não Circulante vai apresentar os valores dos bens que não estão 
diretamente ligados à atividade principal da empresa, como por exemplo, no 
subgrupo de Investimentos os valores serão representados pelos bens que foram 
adquiridos com o objetivo de investir o capital da empresa.
No subgrupo do Realizável a Longo Prazo os bens que serão contabilizados 
são aqueles que poderão ser cobrados no prazo superior a 12 meses. Por exemplo, 
os empréstimos ou adiantamentos concedidos a coligadas ou controladas, a 
diretores ou acionistas – neste último caso, mesmo que sejam realizáveis no curto 
prazo (MARTINS, 2020), os impostos a recuperar a longo prazo ou até mesmo as 
duplicatas de clientes com prazo de mais de um ano.
Os Investimentos, terceiro subgrupo do não circulante vão abranger os 
valores das aplicações da empresa, em seguida temos o Imobilizado o qual 
representa os bens utilizados para a manutenção das atividades empresariais, 
que se espera utilizar por mais de um exercício social, como por exemplo, o prédio 
onde a empresa funciona, máquinas e equipamentos, veículos etc.
Por fim, temos o subgrupo do Intangível, onde estão classificados os bens 
incorpóreos dos quais se espera geração de benefício futuro para a entidade. 
São exemplos: direitos autorais, patentes, marcas, receitas, fundo de comércio 
adquirido no balanço consolidado (ágio por expectativa de rentabilidade futura ou 
goodwill), gastos com desenvolvimento de novos produtos etc (MARTINS, 2020). 
1.2 Passivo
O Passivo é representado do lado direito do Balanço Patrimonial é constituído 
por todas as obrigações da empresa. Neste grupo são classificadas as obrigações 
presentes da entidade, derivadas de eventos já ocorridos, cujas liquidações 
se espera que resultem em saída de recursos capazes de gerar benefícios 
econômicos (MARTINS, 2020). 
É também dividido em dois grupos, o Passivo Circulante e o Não Circulante, 
dispostas em ordem decrescente de exigibilidade. Martins (2020, p. 24) explica que 
isso significa que: “são apresentadas inicialmente aquelas que devem ser pagas 
primeiro, e por último, aquelas cujas datas de pagamentos estão mais distantes”. 
O Passivo Circulante representa as obrigações que a empresa tem no 
período de doze meses (um exercício social). Por exemplo,as contas: fornecedor, 
empréstimos, impostos a recolher.
34
 Tópicos especiais em gestão financeira
No lado do Passivo Não Circulante serão descritas as contas que possuem 
vencimento após o exercício social, e de acordo com o Velter e Missagia (2011, p. 
615), o passivo não circulante deve apresentar “as receitas diferidas diminuídas 
dos custos e a elas inerentes. Receitas diferidas são as que vieram substituir o 
que se chamava de exercícios futuros”.
Ao ser apresentado no Balanço Patrimonial as contas do Passivo serão 
somadas com as contas do Patrimônio Líquido que ficarão dispostas no mesmo 
lado do Balanço Patrimonial.
 Para a melhor compreensão do balanço patrimonial 
das empresas e da forma que são definidos os valores e 
grupos, é de fundamental importância que o aluno visualize 
a divulgação dessas demonstrações. Como o balanço 
patrimonial é uma demonstração contábil obrigatória, 
muitas empresas divulgam em suas plataformas digitais os 
seus balanços, ficando o estudante com várias opções de 
pesquisa que valem a pena serem analisadas e estudadas.
Por fim, vale destacar que a depender da situação financeira da empresa, 
três situações patrimoniais podem ocorrer, a situação líquida positiva, a negativa 
e a nula.
A situação financeira positiva de uma empresa é encontrada quando o valor 
do Ativo supera o valor do Passivo. A situação negativa, é aquela definida também 
como, passivo a descoberto, é onde os valores dos Passivos superam os do Ativo.
Já a situação nula, é quando os valores do Ativo e Passivo são iguais, não 
tendo saldo em nenhum dos lados do Balanço.
1.3 Patrimônio Líquido
No Patrimônio Líquido é onde são encontrados os valores do capital social 
da empresa, o valor do resultado do exercício, das reservas de lucro, ou seja, 
o denominado capital próprio. Esse valor é obtido da equação patrimonial da 
subtração do Ativo pelo Passivo. 
35
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
De acordo com Velter e Missagia (2011, p. 615-6) o Patrimônio Líquido é:
O valor contábil que efetivamente pertence à entidade. Por 
esse motivo, é também chamado de capital próprio, mas 
não representa a obrigação para com os sócios ou titulares 
da empresa, pelo menos não exigível, pois estes não fizeram 
empréstimos àquela. Fizeram, isto sim, um esforço conjunto 
para a consecução de um objetivo.
O Patrimônio Líquido é a parte do balanço com mais particularidades, haja 
vista que existe uma demonstração específica que trata sobre as alterações 
na conta do Patrimônio Líquido, denominada Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido.
Esta parte do Balanço Patrimonial é dividida entre capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucro, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados.
A conta capital social é representada pelo valor que os sócios aplicaram no 
início da empresa, esses valores podem ser subscritos ou a realizar. O capital 
subscrito é aquele que os sócios colocam na empresa, para poder iniciar suas 
atividades, esse valor está descrito no contrato social e é registrado pela Junta 
Comercial do Estado.
O capital social a realizar é aquele valor no qual o sócio se compromete a 
passar para a empresa em um determinado período. Como a seguinte situação 
hipotética: dois amigos decidem abrir uma empresa e um deles decide aplicar o 
valor de R$ 20.000,00, e o outro vai aplicar o valor de R$ 2.000,00 e integralizar o 
valor do veículo que é de R$ 15.000,00.
Como observado o segundo sócio terá o capital subscrito de R$ 2.000,00 e o 
valor de R$ 15.000,00 a realizar por meio da venda do veículo.
A segunda conta do Patrimônio Líquido é a denominada Reserva de Capital, 
e de acordo com Martins (2020, p. 26), são:
[...] valores recebidos pela empresa que não transitaram pelo 
resultado como receitas ou despesas. Representam transações 
de capital com os sócios. Portanto, são valores que fortalecem 
o capital sem nenhuma contrapartida por parte da empresa, 
como ágio na emissão de ações e bônus de subscrição.
As Reservas de Capital são origens de recursos que não refletem esforço 
decorrente das atividades normais da empresa (VELTER; MISSAGIA, 2011), 
geralmente encontradas em empresas de grande porte, como as multinacionais.
36
 Tópicos especiais em gestão financeira
O outro elemento encontrado no Patrimônio Líquido são os Ajustes de 
Avaliação Patrimonial. Essas avaliações são valores atualizados de aumentos 
do ativo ou de diminuições do passivo decorrentes de avaliações a preços de 
mercado, que por questões específicas não foram destinadas ao resultado.
Já as Reservas de Lucro são valores obrigatórios por Lei para empresas de 
grande porte e tem o objetivo de funcionar como uma poupança para a empresa. Entre 
as Reservas de Lucro temos a Reserva Legal, a Estatutária, a para Contingências, a 
de Incentivos Fiscais, de Retenção de Lucros e para Dividendo Obrigatório.
1.4 Elaborando um Balanço 
Patrimonial 
Com o objetivo de compreendermos melhor a aplicabilidade do Balanço 
Patrimonial, vamos analisar uma situação hipotética de uma empresa de pequeno 
porte do ramo de vendas de peças de automóveis, e ao final elaborar o Balanço 
Patrimonial.
a) Inicialmente vamos destacar que a empresa iniciou suas atividades em 
02 de janeiro, com capital social de R$ 50.000,00, em dinheiro, adquiriu 
R$ 20.000,00 em 2.000 peças de mercadoria, sendo 10% pago à vista, e 
90% a prazo, para 90 dias.
b) A empresa adquiriu também um veículo que será responsável pela 
entrega das mercadorias, o veículo custou R$ 30.000,00 e foi parcelado 
por 36 meses.
c) No decorrer do ano aconteceram as seguintes situações: a empresa 
comprou mais de R$ 100.000,00 em mercadoria, no total de 10.000 peças. 
Pagando 50% a vista e 50% a prazo. Comprou máquinas e equipamentos 
de informática no valor de R$ 10.000,00, a compra foi feita à vista.
d) Ao final do ano foi destacado que a empresa vendeu 10.000 peças, 
50% das vendas foram feitas à vista e 50% prazo, por um valor de R$ 
150.000,00, sendo lucro de R$ 50.000,00.
e) A empresa sentiu a necessidade de pegar um empréstimo bancário no 
valor de R$ 20.000,00, depositado diretamente na conta da empresa.
f) A empresa adquiriu uma Obra de arte no valor de R$ 50.000,00, com o 
objetivo de investimento para a empresa, o valor da aquisição foi 20% 
em cheque, e 80% parcelado para 10 meses.
Diante das informações apresentadas e dos conhecimentos prévios sobre 
Balanço Patrimonial, vamos analisar a situação financeira da empresa nesse ano 
de operação.
37
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
O primeiro passo que devemos realizar é o balancete de verificação de cada 
situação ocorrida, conforme detalhado abaixo:
Ativo Circulante: 
Caixa: 
Débito Crédito
R$ 50.000,00 
(valor do capital social)
R$ 2.000,00 
(compra de 10% de mercadoria)
R$ 50.000,00 
(compra de 50% de mercadoria)
R$ 10.000,00 
(compra de equipamento de informática)
R$ 75.000,00 (valor das vendas)
TOTAL
R$ 63.000,00
Duplicatas a Receber:
Débito Crédito
R$ 75.000,00 
(valor das vendas a prazo)
TOTAL
R$ 75.000,00
Banco:
Débito Crédito
R$ 20.000,00 
(valor do empréstimo)
R$ 10.000,00 (valor de 20% de pagamento 
da obra de arte)
TOTAL
R$ 10.000,00
38
 Tópicos especiais em gestão financeira
Mercadoria: 
Débito Crédito
R$ 20.000,00 
(valor das 2.000 peças)
R$ 100.000,00 
(valor das 10.000 peças)
R$ 100.000,00 
(venda das 10.000 peças)
TOTAL
R$ 20.000,00
Veículo: 
Débito Crédito
R$ 30.000,00 
(valor do veículo)
TOTAL
R$ 30.000,00
Ativo Não Circulante - Imobilizado 
Equipamentos de Informática: 
Débito Crédito
R$ 10.000,00 
(valor dos equipamentos)
TOTAL
R$ 10.000,00
39
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
Obra de arte
Débito Crédito
R$ 50.000,00(valor da obra)
TOTAL
R$ 50.000,00
Passivo Circulante: 
Fornecedor: 
Débito Crédito
R$18.000,00 
(compra de 90% de mercadoria)
R$ 10.000,00 
(compra de veículo, 12 primeiros meses)
R$ 50.000,00 
(compra de 50% de mercadoria)
R$ 40.000,00 
(compra de 80% de obra de arte)
TOTAL R$ 118.000,00
Empréstimos Bancários:
Débito Crédito
R$ 20.000,00 (valor do empréstimo)
TOTAL R$ 20.000,00
40
 Tópicos especiais em gestão financeira
Passivo NÃO Circulante: 
Fornecedor: 
Débito Crédito
R$ 20.000,00 
(compra de veículo, 24 meses restante)
TOTAL R$ 20.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social:
Débito Crédito
R$ 50.000,00 
(valor do Capital Social)
TOTAL R$ 50.000,00
Lucro Acumulado:
Débito Crédito
R$ 50.000,00 
(valor do lucro das vendas)
TOTAL R$ 50.000,00
Após elaborar a verificação de cada conta contábil, vamos lançar os valores 
no Balanço Patrimonial, para isso, vamos analisar o lançamento abaixo:
41
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa R$ 63.000,00 Fornecedor: R$ 118.000,00
Banco R$ 10.000,00 Empréstimo Bancários R$ 20.000,00
Duplicatas a receber R$ 75.000,00
Mercadorias R$ 20.000,00 Passivo Não Circulante
Veículo R$ 30.000,00 Fornecedor: R$ 20.000,00
Ativo Não Circulante
Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Equip. de Informática R$ 10.000,00 Capital Social: R$ 50.000,00
Investimento Lucro Acumulado: R$ 50.000,00
Obra de Arte R$ 50.000,00
Total do Ativo Total do Passivo
R$ 258.000,00 R$ 258.000,00
Esse é o Balanço Patrimonial da empresa após um ano de atividade, 
podemos analisar que a empresa apresentou lucro de R$ 50.000,00.
Além disso, para o próximo ano de atividade será necessário a aquisição de 
mais mercadorias para melhorar o estoque da empresa.
Por fim, podemos concluir que para que seja elaborado um balanço 
patrimonial, é necessário inicialmente realizar a verificação das contas contábeis, 
para somente após esses lançamentos os valores serem lançados no Balanço 
Patrimonial.
 
42
 Tópicos especiais em gestão financeira
2 Demonstração do Resultado do 
Exercício
O Balanço Patrimonial demonstra a situação patrimonial de uma entidade 
em um determinado instante. Uma maneira de complementar essa informação 
, ou seja, demonstrar o que ocorreu entre dois balanços distintos, envolve a 
demonstração do lucro ou prejuízo que a entidade registrou no período. Martins 
(2020) destaca que uma das principais demonstrações contábeis que exerce 
exatamente esse papel é a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE).
Sendo uma demonstração obrigatória nas empresas a aponta o resultado 
líquido da empresa, ou seja, o lucro ou prejuízo, baseando-se na diferença entre 
as receitas e despesas.
De acordo com Velter e Missagia (2011, p. 503) a DRE tem o objetivo de:
Fornecer aos usuários da Contabilidade os dados essenciais 
para formação do resultado (lucro ou prejuízo) do exercício, 
que comporão o balanço patrimonial. Portanto, basicamente 
a DRE é uma forma organizada e resumida de confrontar 
receitas com despesas para obter o resultado do período.
Essa demonstração é muito utilizada por acionistas que desejam adquirir 
ações de companhias abertas, pois nela fica claro o desenvolvimento da empresa, 
ou seja, se a mesma está tendo lucros ou prejuízos no exercício social.
Além disso, a DRE é uma ferramenta gerencial para os gestores, pois 
através dela informações como os valores das despesas, tipos e quantidade ficam 
evidenciadas, podendo os profissionais se basear nos seus dados para buscar e 
montar estratégias de redução dessas despesas, além de gerar ferramentas para 
auxiliar no aumento das receitas
Conforme o que determina a Lei das Sociedades por Ações, de 1976, a 
DRE deve apresentar os valores das receitas brutas e líquidas, das despesas, da 
apuração do resultado antes e depois do Imposto de Renda e por fim o resultado 
do exercício. Desse modo, para que possamos entender o funcionamento da 
DRE é necessário conhecer o conceito dos dois principais elementos dessa 
demonstração, que são as Receitas e as Despesas, que é o que vamos aprender 
a seguir.
43
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
2.1 Receitas
Ao ouvir a palavra Receita, no sentido de finanças, pensamos logo em 
dinheiro, pagamento, e é esse o sentido das Receitas na empresa. Podemos 
definir como sendo todo o valor que a empresa recebe de seus clientes, seja por 
vendas, por serviços, por aluguel, entre outros tipos.
Todos os ingressos de elementos para o ativo, sejam de disponibilidades, 
de bens, ou de direitos, geralmente correspondentes a um esforço produtivo da 
empresa, ou ainda a uma redução de obrigações com terceiros são considerados 
receitas. Eles provocam um aumento da situação líquida da empresa (VELTER; 
MISSAGIA, 2011).
De acordo com Martins (2020, p. 32):
Em termos conceituais, receitas são entendidas como 
aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de 
ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos 
do Patrimônio Líquido e que não sejam provenientes de aporte 
dos proprietários da entidade.
Na DRE, as receitas são reconhecidas quando resultam em aumentos nos 
benefícios econômicos futuros oriundos do aumento de um ativo ou da diminuição 
de um passivo que possam ser determinados em bases confiáveis (MARTINS, 
2020). Dessa maneira, um aumento na receita acontece paralelamente ao 
reconhecimento de aumentos de ativos ou de diminuições de passivos.
Como podemos observar as receitas possuem várias formas, e o seu tipo vai 
depender de onde ela foi originada, ou seja, as receitas de vendas logicamente 
vêm dos valores recebidos das vendas, as receitas financeiras são aquelas 
relacionadas a juros, descontos recebidos, rendimentos de aplicações, as 
receitas não operacionais são aquelas que não decorrem da atividade principal 
da empresa, como por exemplo, a venda de um carro, ou o aluguel de um imóvel.
44
 Tópicos especiais em gestão financeira
 O profissional que atua na financeira da empresa deve 
estar familiarizado com todos os tipos de receita que existem 
na Contabilidade, é importante conhecer o conceito de cada 
uma delas, para poder aplicar corretamente no momento 
em que ela ocorrer na empresa. Algumas receitas devem 
estar descritas na Demonstração do Resultado do Exercício, 
entre elas temos, as receitas de amortização de deságio de 
investimento, de alugueis, de provisões, do resultado positivo 
em participações societárias, dos ganhos de capital, do lucro 
na venda de ações, e de doações. É importante conhecer o 
conceito e a aplicação de cada uma delas. Bons estudos!!
O lançamento da receita na Demonstração do Resultado do Exercício vai ter 
valor positivo, no entanto ao final da apuração o valor encontrado será lançado no 
Balanço Patrimonial da empresa do lado do Patrimônio Líquido, sendo classificado 
como crédito.
2.2 Despesas
O termo despesa na contabilidade é um pouco complexo, pois devemos 
entender a diferença de conceito entre despesa e custo, para podermos classificar 
de forma correta. Vamos conhecer inicialmente o conceito de Custo, custo é todo 
valor que a empresa gasta com a fabricação de um produto, por exemplo, em uma 
indústria de calçados, o custo vai ser toda a matéria prima para fabricação do produto, 
a energia elétrica gasta nesse processo, o valor do galpão onde são fabricados os 
materiais, enfim tudo que estiver relacionado à fabricação de materiais.
A despesa é um gasto mais abrangente, que não está relacionado com a 
fabricação, como descrito por Velter e Missagia (2011, p. 34):
Para gerir suas atividades, a empresa incorre em gastos, 
normais ou extraordinários, sempre com o objetivo de obter 
receitas. A esses gastos dá-se o nome de Despesas, que 
resultam em redução do patrimônio líquido (aumento do 
passivo ou redução do ativo).
Martins (2020) complementa que as despesas são decréscimos nos 
benefícios econômicos durante o período contábilsob a forma de saída de 
recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em uma 
45
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
diminuição do Patrimônio Líquido e que não sejam provenientes de distribuição 
aos proprietários (sócios) da entidade. 
Como podemos observar o conceito de despesa é bem amplo, e pode ser 
resumido como todo valor que a empresa investe para obter receitas. Podemos 
exemplificar a despesa como o valor gasto no pagamento dos funcionários, ou no 
aluguel da loja que funciona a empresa.
Conhecer a forma como os valores são contabilizados em uma 
empresa é o que vai lhe tornar um profissional de sucesso, por isso 
é importante conhecer sobre todas as formas de contabilização. 
No Brasil a grande maioria das empresas é de médio e pequeno 
porte, por isso o Conselho Federal de Contabilidade, publicou uma 
Resolução que trata sobre as formas de demonstrações contábeis 
obrigatórias, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do 
Resultado do Exercício, e as características de receitas e despesas 
nessas empresas, que valem a pena ser estudadas, basta acessar 
o link: https://crcsp.org.br/portal/fiscalizacao/projetos/downloads/
ITG1000.pdf
As despesas vão ser contabilizadas na demonstração do exercício com 
valores negativos, subtraindo das receitas para dar o resultado do período. 
Martins (2020, p. 32) lembra que:
Uma despesa é reconhecida imediatamente na demonstração 
do resultado quando um gasto não produz benefícios 
econômicos futuros ou quando, e na extensão em que os 
benefícios econômicos futuros não se qualificam, ou deixam 
de se qualificar, para reconhecimento no Balanço Patrimonial 
como um ativo. Uma despesa é também reconhecida na 
demonstração do resultado quando um passivo é incorrido 
sem o correspondente reconhecimento de um ativo, como no 
caso de um passivo decorrente de garantia de produto.
As despesas são divididas em partes do mesmo modo que as receitas, 
despesas financeiras são aquelas oriundas de juros, de taxas de banco, de 
variação monetária, a de venda é aquela que está relacionada com a venda da 
mercadoria, como frete, comissões, garantias, propaganda, estadia e viagens 
com o pessoal de vendas, entre outros gastos que estão ligados diretamente ao 
trâmite da venda da mercadoria.
https://crcsp.org.br/portal/fiscalizacao/projetos/downloads/ITG1000.pdf
https://crcsp.org.br/portal/fiscalizacao/projetos/downloads/ITG1000.pdf
46
 Tópicos especiais em gestão financeira
As despesas administrativas são aquelas relacionadas a pagamento de 
funcionários, água, luz, transporte e alimentação, aluguéis. As operacionais 
são aquelas relacionadas a contribuições sindicais, depreciação, amortização, 
doações, com veículos, com perdas em investimento.
Além desses tipos de despesas, temos as Perdas, que na contabilidade também 
estão relacionadas nesta conta. De acordo com Velter e Missagia (2011, p. 34):
Perdas representam outros itens que se enquadram na 
definição de despesas e podem ou não surgir no curso das 
atividades ordinárias da entidade, representando decréscimos 
nos benefícios econômicos e, como tal, não são de natureza 
diferente das demais despesas. Perdas incluem, por exemplo, 
as que resultam de sinistros como incêndio e inundações, 
assim como as que decorrem da venda de ativos não correntes.
As perdas são os imprevistos que podem ocorrer em uma empresa, no Brasil 
em muitos estados, acontecem inundações, que causam destruição, afetando 
também as empresas, essas situações são definidas pela contabilidade como 
Perdas, e vão reduzir o patrimônio da empresa.
Por fim, é nítida a importância da Demonstração do Resultado do Exercício 
na empresa, e um profissional eficiente vai trabalhar com um planejamento 
definido para reduzir ao máximo o valor das despesas, tentar prever as perdas e 
aumentar as receitas, gerando um resultado financeiro positivo.
2.3 Elaborando uma Demonstração 
do Resultado do Exercício
Para assimilarmos o que foi aprendido vamos analisar na prática como 
elaborar uma DRE, imagine a seguinte situação hipotética: 
A empresa Souza XX LTDA atua no mercado de atacado, e durante o ano 
apresentou um valor de vendas de R$ 900.000,00, além das vendas a empresa 
realizou serviços de montagem de peças e adquiriu um valor anual de R$ 
125.000,00, pagou a folha de pagamento no valor de mensal de R$ 7.000,00, 
pagou o aluguel mensal no valor de R$ 2.500,00, o custo das mercadorias 
vendidas foi de R$ 100.000,00, o valor das despesas de água e luz representaram 
um valor anual de R$ 100.000,00.
Para podermos resolver a situação, o primeiro passo é separar os valores de 
receita, e o valor de despesa. Em seguida proceder a montagem da DRE:
47
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
(+) Receita de Vendas: R$ 900.000,00
(+) Receita de Serviços: R$ 125.000,00
(-) Custo de Mercadorias Vendidas: R$ 100.000,00
(=) Lucro Bruto R$ 925.000,00
(-) Despesa com Pessoal: R$ 7.000,00 X 12 (meses) R$ 84.000,00
(-) Despesa com Aluguel: R$ 2.500,00 x 12 (meses) R$ 30.000,00
(-) Despesa com Água e Luz: R$ 100.000,00
(=) Lucro Líquido R$ 710.000,00
Nessa situação podemos dizer que o lucro líquido da empresa após apurado 
os custos e despesas foi de R$ 710.000,00. Ao final da DRE, o valor encontrado, 
se for positivo, irá entrar no balanço patrimonial, no lado do patrimônio líquido, 
como Lucro acumulado, e se for negativo como Prejuízo acumulado.
3 FLUXO DE CAIXA
A falta de geração de caixa em volume suficiente para financiar as operações 
de uma empresa é o que tem levado muitas ao processo de falência, com a 
ressalva de que nem sempre uma empresa lucrativa consegue gerar caixa (SILVA, 
2017, p. 55). Neste sentido, os usuários das demonstrações contábeis (internos 
ou externos) estão interessados em saber como a empresa gera e gerencia/utiliza 
caixa e equivalentes de caixa.
De acordo com Martins (2020) é por meio da DFC que os usuários das 
demonstrações contábeis podem avaliar a capacidade de gerar fluxos futuros 
de caixa da entidade, a capacidade de saldar obrigações e pagar dividendos, a 
flexibilidade financeira da empresa e a taxa de conversão do lucro em caixa entre 
outros aspectos.
A Demonstração do Fluxo de Caixa passou a ser obrigatória para as 
empresas em 2007, com a inclusão do inciso na Lei 6404/74, desse modo todas 
as empresas devem elaborar a demonstração periodicamente. As informações 
contidas na DFC, em conjunto com outras demonstrações contábeis, devem ser 
suficientes para que seus usuários possam conhecer e avaliar a capacidade de 
geração de caixa da empresa (HOJI, 2017).
Cabe ressaltar que existe uma diferença entre a DFC e o fluxo de caixa 
gerencial que a empresa utiliza internamente. Diferença essa que consiste 
basicamente no período e no modo de apresentação, pois existem orientações 
48
 Tópicos especiais em gestão financeira
sobre o modo de apresentação da DFC, com o objetivo de facilitar a interpretação 
e comparabilidade. Já o fluxo de caixa gerencial utilizado internamente na 
empresa não precisa seguir nenhuma estrutura específica e pode ser adaptado 
às necessidades da empresa.
A DFC deve apresentar entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa 
do período classificados por atividades operacionais, de investimento e de 
financiamento. Martins (2020, p. 47) define tais atividades:
Atividades operacionais: são as principais atividades 
geradoras de receita da entidade bem como outras atividades 
não enquadradas em financiamento ou investimento. 
Exemplos: pagamento a fornecedores, recebimento de 
clientes, pagamento de salários etc. 
Atividades de investimento: são aquelas referentes à 
aquisição e venda de ativos (a maioria de longo prazo) e, 
também, os investimentos não incluídos nos equivalentes de 
caixa. Exemplos: compra e venda de imobilizados; aplicações 
financeiras de longo prazo; compra e venda de investimento 
em coligadas etc. 
Atividadesde financiamento: são aquelas que resultam em 
mudanças no tamanho e na composição do capital próprio 
e endividamento da entidade. Exemplos: empréstimos e 
financiamentos de longo prazo obtidos; emissão de debêntures, 
aumento de capital em dinheiro, distribuição de lucros etc.
 O Conselho Federal de Contabilidade emitiu as Normas 
Brasileiras de Contabilidade NBC TG – 03 – Demonstração 
dos Fluxos de Caixa, que trata exclusivamente sobre 
essa importante demonstração, apresentando seu 
objetivo, alcance, além de outras informações importantes 
que vale a pena serem analisadas e estudadas, basta 
acessar o link: http://www.informanet.com.br/Prodinfo/
gcon/normas/resolucao_cfc_1296_2010.pdf!
A demonstração de fluxo de caixa pode ser realizada de duas formas, uma 
denominada método direto, e outra indireto, segundo Hoji (2017), o método direto 
demonstra os principais itens de recebimento e pagamento pelos seus efetivos 
valores, o que facilita a visualização e a compreensão dos fluxos financeiros. Para 
assimilarmos melhor o método direto do fluxo de caixa vamos analisar a estrutura 
da demonstração apresentada na Figura 2:
http://www.informanet.com.br/Prodinfo/gcon/normas/resolucao_cfc_1296_2010.pdf!
http://www.informanet.com.br/Prodinfo/gcon/normas/resolucao_cfc_1296_2010.pdf!
49
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
Figura 2 – DFC pelo método direto
EXERCÍCIO ENCERRADO EM 31-12-X8 31-12-X7
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Recebimentos
 Venda e serviço pesados 2.117.711 1.689.119
 Rendimentos financeiros 25.276 101.907
Total 2.142.987 1.791.026
Pagamentos 2.142.987 1.791.026
 Fornecedores 637.288 647.970
 Custos indiretos e Despesas gerais 759.347 709.973
 Impostos 421.699 524.169
 Encargos financeiros 90.011 3.827
 Outros pagamentos 22.738 24.241
Total 1.931.083 1.910.180
Caixa líquido gerado pelas 
(consumido nas) operações 211.904 (119.154)
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
Venda de Imobilizado 15.678 0
[+] Venda de investimentos permanentes 50.957 0
[-] Aquisições de Imobilizado (222.482) (32.066)
[-] Aplicações em Investimentos 
permanentes
0 (105.658)
[-] Adições ao custo intangível (46.964) 0
[-] Aplicações em Ativo Realizável a longo 
prazo
(35.106) (10.897)
[=] Caixa gerado pelas (utilizados nas) 
atividades de investimento (238.023) (168.635)
50
 Tópicos especiais em gestão financeira
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Resgate (aplicação) de Títulos e valores 
mobiliários
(28.967) 41.958
[+] Integralização de capital 42.087 0
[+] Novos empréstimos e financiamentos 124.006 241.954
[-] Amortização de empréstimos e 
financiamentos
(163.194) (76.026)
[-] Pagamentos de dividendos 0 0
[=] Caixa gerado pelas (utilizado nas) 
atividades de financiamento (26.062) 207.786
REDUÇÃO NO CAIXA E EQUIVALENTES 
DE CAIXA (52.181) (80.003)
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Saldo no início do exercício 226.808 306.811
Saldo no final do exercício 174.627 226.908
Redução no Caixa e Equivalentes de 
Caixa (52.181) (80.003)
Fonte: Hoji (2017, p 266).
Já o método indireto parte do lucro ou prejuízo líquido do exercício, ajustando 
os valores que não impactaram o caixa, complementando com aumento ou 
redução dos saldos das contas de ativos e passivos operacionais (HOJI, 2017).
 Para uma melhor visualização vamos analisar a Figura 3, que consta todos 
os itens da demonstração do fluxo de caixa realizado pelo método indireto:
51
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
Figura 3 – DFC pelo método indireto
EXERCÍCIO ENCERRADO EM 31-12-X8 31-12-X7
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro (prejuízo) do exercício 105.016 94.687
Despesas (receitas) que não afetam o caixa
 Depreciação, amortização e exaustão 153.193 126.334
 Variações monetárias dos financiamentos e 
empréstimos
49.898 86.749
 Resultado de equivalência patrimonial (10.074) (1.204)
 Lucro na venda do Imobilizado (2.822) 0
Total 295.211 306.566
Aumento/redução dos ativos e passivos 
operacionais
 Redução (aumento) de Contas a Receber (58.122) (223.973)
 Redução (aumento) de Impostos a 
recuperar
15.006 (15.006)
 Redução (aumento) de Estoques (212.241) (81.279)
 Redução (aumento) de outros operadores (9.605) (12.771)
 Aumento (redução) de Fornecedores 43.228 (141.522)
 Aumento (redução) de Obrigações Fiscais 97.480 (14.897)
 Aumento (redução) de Salários e encargos 
sociais
17.906 14.111
 Aumento (redução) de outros passivos 
operacionais
33.041 48.617
Total (83.307) (425.720)
Caixa líquido gerado pelas atividades 
operacionais 211.904 (119.154)
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 Tópicos especiais em gestão financeira
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
 Venda de Imobilizado 15.678 0
 Venda de Investimentos permanentes 50.851 0
 Aquisições de Imobilizado (222.482) (52.086)
 Aquisições em Investimentos permanentes 0 (105.658)
 Adições ao custo do Intangível (46.964) 0
 Aplicações em Ativo Realizável a Longo Prazo (35.106) (10.891)
Caixa líquido utilizado nas atividades de 
investimento (238.023) (168.635)
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
 Resgate (aplicação) de Títulos e valores 
mobiliários
(25.961) 41.958
 Integralização de Capital 42.087 0
 Novos empréstimos e financiamentos 124.006 241.954
 Amortização de empréstimos e financiamentos (163.194) (76.026)
 Pagamentos de dividendos 0 0
Caixa gerado pelas (utilizado nas) 
atividades de financiamento (26.062) 207.706
REDUÇÃO NO CAIXA E EQUIVALENTES DE 
CAIXA (52.181) (80.003)
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Saldo no Início do exercício 226.808 306.811
Saldo no final do exercício 174.627 206.908
Redução no caixa e equivalentes de caixa (52.181) (80.003)
Fonte: Hoji (2017, p. 267)
Analisando a estrutura dos dois métodos o que podemos observar entre as 
diferenças é que o valor inicial apresentado no método direto é aquele valor bruto 
das vendas e no método indireto o que está sendo utilizado é o valor do lucro 
líquido, ou seja já deduzidos os impostos.
53
Contabilidade FinanceiraContabilidade Financeira Capítulo 2 
Outra diferença entre os métodos diz respeito a estrutura das atividades de 
investimento e de financiamento, uma vez que no método direto é utilizado os 
valores brutos das vendas e resgates dessas contas, e no método indireto esses 
valores já estão incluídos no lucro líquido.
Hoji (2017) considera que em termos de poder informacional dos fluxos das 
atividades operacionais, é inferior à DFC elaborada pelo método direto, mas é 
mais fácil de ser elaborada.
Agora com o objetivo de analisarmos a aplicação da demonstração do fluxo 
de caixa nas empresas, vamos realizar um estudo de caso, é só continuar os 
estudos no próximo item.
3.1 Estudo de caso do fluxo de 
caixa
Sabendo que o método de fluxo de caixa mais utilizado pelas empresas é 
o direto, vamos analisar uma situação hipotética de uma empresa de pequeno 
porte, e apresentar a demonstração do fluxo de caixa pelo método direto.
A empresa Cerqueira Ltda ao encerrar o exercício financeiro do ano de 2019 
apresentou os seguintes resultados:
a) Recebeu dos clientes entre valores de vendas e serviços R$ 200.000,00;
b) Pagou os fornecedores em compras de mercadorias no valor de R$ 
100.000,00;
c) Pagou o aluguel do estabelecimento no ano no valor de R$ 24.000,00;
d) Pagou Salários de Funcionários, junto com encargos sociais no valor de 
R$ 50.000,00;
e) Vendeu um terreno que tinha de investimento no valor de R$ 80.000,00;
f) Comprou móveis e utensílios no valor de R$ 20.000,00;
g) Aplicou investimentos permanentes no valor de R$ 10.000,00;
h) Integralizou o capital social em R$ 50.000,00;
i) Captou empréstimos a longo prazo no valor de R$ 30.000,00;
j) Pagou dividendos no valor de R$ 60.000,00.
Analisando essas informações vamos iniciar a elaboração da demonstração 
do fluxo de caixa pelo método direto:
54
 Tópicos especiais em gestão financeira
Exercício encerrado em 31/12/2019
ATIVIDADES OPERACIONAIS
(+) Recebimento de vendas e serviços R$ 200.000,00
(-) Pagamento

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