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CURSO PREPARATÓRIO PARA MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO: 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
Prof. Cristiano Chaves de Farias 
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia 
Professor de Direito Civil do CERS 
 
1. A LINDB: Noções gerais sobre o Decreto-lei nº4.657/42 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasilei-
ro: o código de normas (uma norma legal sobre as normas legais). Estrutura. 
 
2. Vigência da norma legal. 
A existência e a vigência das normas legais. 
A questão da vacatio legis. Inaplicabilidade aos atos administrativos (art. 5o, Decreto nº572/1890). 
Mudança de lei em período de vacatio legis (§3º, art. 1o, LINDB). 
Princípio da continuidade e a questão da revogação: expressa/tácita e total/parcial (derrogação e ab-rogação) (Lei 
Complementar nº95/98, art. 9o). 
Revogação (total ou parcial – abrrogação e derrogação) e inconstitucionalidade. 
Inexistência do desuetudo. 
Inexistência de efeito repristinatório das leis (§3º, art. 2o, LINDB). 
 
LINDB, Art. 1o: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. 
 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois 
de oficialmente publicada. 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste 
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
LINDB, Art. 2o: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica 
a lei anterior. 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.” 
 
Lei Complementar 95/98, Art. 8º: “A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar 
prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua 
publicação" para as leis de pequena repercussão. 
 
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a 
inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consuma-
ção integral 
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorri-
dos (o número de) dias de sua publicação oficial’”. 
 
Lei Complementar 95/98, Art. 9º: “A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposi-
ções legais revogadas.” 
 
CC 132: “Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do come-
ço, e incluído o do vencimento. 
 
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata cor-
respondência. 
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. “ 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12036.htm#art4
 
 
 
 
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3. Obrigatoriedade das normas: 
Proibição da alegação de erro de direito. 
Admissibilidade excepcional do erro de direito (CC 139, III, CC 1.561, Lei de Contravenções Penais, art. 8o e CP 
65, II). 
A questão das leis cogentes e das leis dispositivas (autonomia privada). 
 
LINDB, Art. 3o: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. 
 
4. Integração da norma jurídica. 
A vedação ao non liquet imposta ao juiz (CPC 126). A inexistência de lacunas no sistema jurídico. 
Métodos de colmatação (integração): analogia, costumes e princípios gerais de direito. Ordem hierárquica e prefe-
rencial. 
 
A analogia legis e a analogia juris. Exemplo: CC 499. Restrição do uso da analogia em Direito Penal e Tributário. A 
distinção entre analogia e interpretação ampliativa. Exemplo: CC 157 §2º (lesão e estado de perigo / lesão e lesão 
usurária). Enunciado 148, Jornada de Direito Civil. 
 
Os costumes praeter legem e secundum legem (CC 445). A prova dos costumes (CPC 376) e do direito estrangei-
ro. Costume praeter legem: integração; costume secundum legem: aplicação da lei; costume contra legem: abuso 
do direito. 
 
Os princípios gerais de direito (não lesar a ninguém, dar a cada um o que é seu e viver honestamente) e a distin-
ção com os princípios fundamentais do direito. 
 
A admissibilidade excepcional do uso da equidade. A equidade judicial como método integrativo excepcional, em 
verdade substitutivo (CPC 127 e CLT 8º). A equidade legal (CPC 20, §4º, CF 194, Parágrafo Único, V, CC 944 e 
413 – STJ, REsp.48.176/SP). 
 
LINDB, Art. 4o: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os prin-
cípios gerais de direito.” 
 
5. Interpretação da norma jurídica. 
A finalidade social a que se dirige a norma jurídica (STJ, REsp.41.110/SP). 
A interpretação ampliativa (direitos fundamentais), restritiva (fiança, aval, renúncia e privilégio – CC 114, CC 819 e 
CCom 257 e STJ 214) e declarativa (norma de Direito Administrativo). 
Princípio da especialidade e diálogo das fontes. 
Os desacordos morais razoáveis (STF, RE 845.779/SC, rel. Min. Luís Roberto Barroso). 
 
LINDB, Art. 5o: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum”. 
 
6. Aplicação da norma no tempo. 
Conflitos de leis no tempo e os métodos de solução hermenêutica. 
A lei especial e a lei geral e o diálogo das fontes. 
A irretroatividade da norma e a admissibilidade excepcional de retroação. 
A questão da aplicação da lei nova ao plano de eficácia (regime de bens e limite para a multa condominial). 
O direito adquirido, a coisa julgada (a relativização da coisa julgada: STJ, REsp.226.436/PR) e o ato jurídico perfei-
to e a sua relativização (CC 2.039). 
A questão da ultratividade da norma (CC 2.041). STF 112. 
 
STF 112: “O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da su-
cessão.” 
 
LINDB, Art. 6º: “A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e 
a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquê-
les cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.” 
 
 
 
 
 
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CC, art. 2.035: “A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste 
Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a 
vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada 
forma de execução.” 
 
7. Aplicação da norma no espaço. 
A territorialidade mitigada. 
 
A excepcional possibilidade de aplicação da lei brasileira pelas autoridades consulares, mesmo no exterior (a nova 
Lei n.12.874/13). Art. 18, §§1º e 2º, LINDB: as autoridades consulares podem celebrar separação e divórcio de 
brasileiros no estrangeiro, sem interesse de incapazes e dês que assistidas por advogado e de modo consensual. 
 
A excepcional permissão de aplicaçãoda norma estrangeira: o estatuto pessoal. 
Critérios específicos da LINDB: bens imóveis, bens móveis que o titular tiver consigo, penhor, lugar dos contratos e 
lei sucessória mais favorável. 
A filtragem constitucional: respeito à soberania. 
Revogação do Parágrafo Único, art. 15, LINDB (STF, Pleno, Petição Avulsa 11/MG, rel. Min. Celso de Mello, In-
formativo STF 121). 
 
Aplicação de decisão judicial estrangeira e o exequatur do STJ. Requisitos para a homologação de decisão estran-
geira: trânsito em julgado (STF 420), compatibilidade com o ordenamento interno e cumprimento das formalidades 
legais (CPC 483-4). 
 
STF 420: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.” 
 
Homologação de laudo arbitral estrangeiro e de carta rogatória. 
Execução da decisão estrangeira por juiz federal de 1a instância (CF 109, X). 
 
LINDB, Art. 7o “A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da perso-
nalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às 
formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de 
ambos os nubentes. 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio 
conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se 
este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, re-
querer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de co-
munhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no 
Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual 
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a efi-
cácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, 
poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sen-
tenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.“ 
 
LINDB, Art. 8o “Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em 
que estiverem situados. 
 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se 
destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada”. 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES: 
 
Item 2: Vigência da norma legal 
 
Aplicação prática: 
 
1. (Concurso MP/SC) Responda objetivamente, indicando, se for o caso, os dispositivos legais que funda-
mentam as respostas, mantendo a ordem de numeração que se encontra abaixo: (...) – quando entra em 
vigor a lei promulgada que nada dispõe sobre sua vigência? 
 
2. (MP/DFT) A lei nova que estabeleça disposições gerais previstas em lei anterior revoga essa. F 
 
3. Havendo omissão quanto ao prazo de entrada em vigor de lei nacional, deve-se considerar que começa a 
vigorar quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. V 
 
4. (MP/BA) Assinale a alternativa INCORRETA sobre as regras de vigência das leis, segundo a Lei de Intro-
dução às Normas do Direito Brasileiro: 
 
A) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
B) A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare ou quando seja com ela incompatível. 
C) A lei posterior revoga a anterior quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
D) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, revoga a lei anterior. 
E) Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigên-
cia. 
 
5. (TJ/PE) O negócio jurídico celebrado durante a vacatio de uma lei que o irá proibir é: 
 
A) anulável, porque assim se considera aquele em que se verifica a prática de fraude. 
B) nulo, por faltar licitude ao seu objeto. 
C) inexistente, porque assim se considera aquele que tiver por objetivo fraudar lei imperativa. 
D) válido, porque a lei ainda não está em vigor. 
E) ineficaz, porque a convenção dos particulares não pode derrogar a ordem pública. 
 
6. (TJ/PI, 2015) Lei nova que estabelecer disposição geral a par de lei já existente, 
 
A) apenas modifica a lei anterior. 
B) não revoga, nem modifica a lei anterior. 
C) derroga a lei anterior. 
D) ab-roga a lei anterior. 
E) revoga tacitamente a lei anterior. 
 
7. (Concurso MPF) Repristinação, que não é aceita pelo sistema jurídico brasileiro, significa: 
 
A) a eficácia anteriormente produzida por uma lei que veio a ser revogada; 
B) a possibilidade de uma lei revogadora produzir efeitos retroativos; 
C) a restauração da lei revogada pela perda de vigor da lei revogadora; 
D) a perda temporária da eficácia de uma lei revogadora; 
 
8. (MP/MS) Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/42): 
 
A) em caso de lacuna normativa, a revogação de uma lei opera efeito repristinatório automático. 
B) o desuso é causa de revogação da lei. 
C) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia em 4 (quatro) 
meses depois de publicada. 
D) aplica-se o princípio da vigência sincrônica quando a lei for omissa quanto ao período de vacatio legis. 
 
9. (CESPE) A lei nova que estabelece disposições gerais revoga as leis especiais anteriores que dispõem 
sobre a mesma matéria, pois não pode ocorrer conflito de leis, ou seja, aquele em que diversas leis regem 
a mesma matéria. 
 
 
 
 
 
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10. (TJ/GO) As correções a texto de lei já em vigor não se considera lei nova. 
 
Integração da norma jurídica. 
 
11. (CESPE) Em caso de lacuna ou obscuridade da lei, o juiz deve recorrer, primeiramente, aos princípios 
gerais do direito, uma vez que são esses princípios que orientam todo o ordenamento jurídico. 
 
12. (TRF) Quando pode ser aplicada a analogia na solução do caso concreto? Cite, pelo menos, uma área de ex-
ceção à sua aplicação. 
 
13. (MP/GO) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. 
 
14. (CESPE) A proibição do non liquet não é dirigida ao juiz. 
 
15. (CESPE) O costume secundum legem é forma de integração da norma jurídica. 
 
16. (TJ/SC) Dêste modo, quando surge no seu logrador um animal alheio, cuja marca conhece, o restitui de 
pronto. No caso contrário, conserva o intruso, tratando-o como aos demais. Mas não o leva à feira anual, 
nem o aplica em trabalho algum; deixa-o morrer de velho. Não lhe pertence. Se é uma vaca e dá cria, ferra a 
esta com o mesmo sinal desconhecido, que reproduz com perfeição admirável; e assim pratica com tôda a 
descendência daquela. De quatro em quatro bezerros, porém, separa um, para si. É a sua paga. Estabelece 
com o patrão desconhecido o mesmo convênio que tem com o outro. E cumpre estritamente, sem juízes e 
sem testemunhas, o estranho contrato, que ninguém escreveu ou sugeriu. Sucede muitas vêzes ser deci-
frada, afinal, uma marca sòmente depois de muitos anos, e o criador feliz receber, ao invés da peça única 
que lhe fugira e da qual se deslembrara, uma ponta de gado, todos os produtos dela. Parece fantasia êste 
fato, vulgar, entretanto, nos sertões. (Euclides da Cunha – Os sertões. 27. ed. Editôra Universidade de Bra-
sília, 1963,p. 101). 
 
O texto acima, sobre o vaqueiro, identifica 
 
A) espécie de lei local, de cujo teor ou vigência o juiz pode exigir comprovação. 
B) a analogia, como um meio de integração do Direito. 
C) um princípio geral de direito, aplicável aos contratos verbais. 
D) o uso ou costume como fonte ou forma de expressão do Direito. 
E) a equidade que o juiz deve utilizar na solução dos litígios. 
 
Interpretação da norma jurídica. 
 
17. (TJ/DFT) A respeito da hermenêutica e da aplicação do direito, assinale a opção correta. 
 
A) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, à solução do conflito é 
essencial a diferenciação entre antinomia real e antinomia aparente, porque reclamam do interprete solu-
ção distinta. 
B) Os tradicionais critérios hierárquico, cronológico e da especialização são adequados à solução de con-
fronto caracterizado como antinomia real, ainda que ocorra entre princípios jurídicos. 
C) A técnica da subsunção é suficiente e adequada à hipótese que envolve a denominada eficácia horizon-
tal de direitos fundamentais nas relações privadas. 
D) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, o conflito deve ser resolvi-
do pelos critérios da hierarquia e(ou) da sucessividade no tempo. 
E) A aplicação do princípio da especialidade, em conflito aparente de normas, afeta a validade ou a vigên-
cia da lei geral. 
 
Aplicação da norma no tempo. 
 
18. (MP/GO) A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquiri-
do e a coisa julgada. Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa 
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inal-
terável, a arbítrio de outrem. 
 
 
 
 
 
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19. (FCC/ TRT-GO) No tocante à eficácia da lei no tempo, é INCORRETO afirmar: 
 
A) Pode haver retroatividade expressa, desde que não atinja direito adquirido. 
B) Mesmo que a lei retroaja, por expressa vontade legislativa, não pode atingir os efeitos dos atos jurídi-
cos praticados sob o império da norma revogada. 
C) A regra geral, no silêncio da lei, é sua irretroatividade. 
D) São de ordem constitucional os princípios do respeito ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito. 
E) Como regra, a lei nova tem efeito imediato, não se aplicando aos fatos anteriores. 
 
20. (FCC/ TRT-RJ) Após trabalhar e contribuir por 35 anos à Previdência Social, com 60 anos de idade, 
Fábio Henrique poderia aposentar-se, mas antes de requerer o benefício a lei é alterada é passa a exigir 65 
anos de idade e 40 anos de contribuição previdenciária para aposentação, sem qualquer previsão quanto 
às situações já consolidadas no tempo. Nesse caso, a lei posterior; 
 
A) poderá atingi-lo, pois como regra tem incidência imediata e Fábio Henrique não chegou a requerer sua 
aposentadoria. 
B) poderá atingi-lo, porque alterações normativas na idade impedem a aquisição de benefícios até então 
previstos, mesmo que preenchidos os requisitos à época dessas alterações. 
C) não poderá atingi-lo, pois Fábio Henrique adquiriu o direito à aposentadoria antes da alteração normati-
va, ao completar os requisitos previstos na ocasião. 
D) poderá atingi-lo, não pela idade, em relação à qual Fábio Henrique adquiriu o direito à aposentadoria, 
mas pelo novo tempo de contribuição, que deverá ser atingido necessariamente. 
E) não poderá atingi-lo, pela formação de ato jurídico perfeito em favor de Fábio Henrique. 
 
21. (FCC/ TRT-RS) As regras estabelecidas na Constituição Federal e na Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, a respeito do direito intertemporal 
 
A) preservam a coisa julgada dos efeitos da lei nova, mas não o direito adquirido, nem o ato jurídico per-
feito. 
B) permitem sempre a prevalência das normas de ordem pública, em relação ao direito adquirido. 
C) estabelecem a coexistência da regra do efeito imediato da lei com a vedação de ela prejudicar o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
D) não admitem em qualquer hipótese lei com efeito retroativo. 
E) impedem o efeito imediato da lei, apenas para não atingir o ato jurídico perfeito. 
 
22. (FCC/ TRT-RJ) O princípio da irretroatividade das leis, nos limites adotados na legislação brasileira, 
 
A) não se aplica ao Direito do Trabalho, sempre que a lei nova conferir vantagens aos empregados. 
B) admite que a lei nova atinja as partes posteriores dos fatos pendentes, como se dá em alguns casos de 
relações jurídicas continuativas. 
C) impede a vigência de qualquer lei retroativa. 
D) é incompatível com o efeito imediato da lei, mesmo que não venha a ferir o direito adquirido, o ato jurí-
dico perfeito e a coisa julgada. 
E) não será observado em nenhuma hipótese, quando a matéria se inserir no âmbito do direito público ou 
o direito controvertido estiver sob a égide de norma de ordem pública. 
 
Aplicação da norma no espaço. 
 
23. (CESPE): A lei do país em que a pessoa tenha nascido determina as regras acerca do começo e do fim 
da personalidade. 
 
24. (CESPE) Em razão da aplicação do princípio da justiça universal, as sentenças proferidas no estrangei-
ro terão eficácia no Brasil ainda quando ofenderem os bons costumes. 
 
 
 
 
 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2014-trt-18-regiao-go-juiz-do-trabalho
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2013-trt-1-regiao-rj-juiz-substituto
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2012-trt-4-regiao-rs-juiz-do-trabalho-prova-tipo-4
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-1-regiao-rj-juiz-do-trabalho
 
 
 
 
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GABARITO: 
 
1. 
2. F 
3. V 
4. D 
5. D 
6. B 
7. 
8. D 
9. F 
10. F 
11. F 
12. 
13. V 
14. F 
15. F 
16. D 
17. A 
18. V 
19. B 
20. C 
21. C 
22. B 
23. F 
24. F 
 
 
 
 
 
 
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