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1- LINDB vigência; métodos de integração da norma; hermenêuticainterpretação; antinomia de normas; normas no tempo e no espaço; regras de direito internacional; regras de direito público

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DIREITO CIVIL 
 
- O Decreto-Lei 4.657/1942 era chamado de “Lei de 
Introdução ao Código Civil” e possuía 19 artigos. Em 
2010 passou a ser chamado de “Lei de Introdução ao 
Direito Brasileiro” (adequação formal). Em 2018 foram 
acrescidos os artigos 20 até o 30 (regras sobre 
segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do 
direito público, especificamente do direito 
administrativo) 
- É um decreto, mas com status de lei ordinária. São 
normas de sobredireito, lei das leis, norma das normas, 
normas de apoio, lex legum, traz regras usadas para 
todo o ordenamento jurídico (caráter universal) 
- Regras e princípios sobre 
interpretação/aplicação/vigência/revogação/direito 
transitório/direito internacional privado/segurança 
jurídica 
- Brasil é adepto ao Civil Law, de origem romano-
germânica, em que a lei é fonte primária. Mas o 
CPC/2015 traz, no art. 927 um rol de precedentes 
judiciais obrigatórios (decisões tida em repetitivo, 
decisões do próprio Tribunal acerca de determinado 
assunto, súmula vinculante, incidente de resolução de 
demanda repetitiva, REsp e RE repetitivo), portanto, o 
CPC/2015 caminha para uma valorização da common 
law, pautado nos precedentes. A LINDB vai se 
adequando a essa nova vivencia, pois estabelece 
métodos de integração da decisão judicial 
 Valorização dos costumes jurisprudenciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
- Momento de aplicabilidade da lei 
- A lei nova tem aplicabilidade imediata e geral a casos 
futuros e pendentes 
a) Princípio da obrigatoriedade das leis: 
 
LINDB – “Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a 
lei, alegando que não a conhece.” 
A lei é imperativa, a sua obediência não é uma 
faculdade; ignorantia juris neminem excusat (a 
ignorância da lei não escusa ninguém de seu 
cumprimento) 
➔ Teorias acerca desse princípio: 
o teoria da ficção legal (a lei é 
obrigatória por uma questão de 
segurança jurídica) 
o teoria da presunção absoluta (a lei é 
obrigatória pois todo mundo a 
conhece – não se aplica, pois na 
verdade é uma presunção relativa) 
o teoria da necessidade social (teoria 
mais aplicável: a lei é obrigatória pois 
as normas devem ser conhecidas para 
que melhor sejam observadas, é uma 
necessidade social) 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE: é 
possível a alegação do desconhecimento da lei (erro de 
direito) em raríssimas exceções, como no direito penal 
(exclusão da culpabilidade) ou em certas situações do 
direito civil (alegação de erro no negócio jurídico) 
b) Princípio da Continuidade das leis: 
Em regra, a lei passa a ter eficácia continua a partir de 
sua vigência, até que outra a revogue. Exceção: leis 
temporárias (lei que já nasce com data para morrer) 
Somente lei revoga lei. Costume negativo/desuso não 
revoga lei. Não há desuetudo no Brasil 
Iniciativa (CF confere legitimação a pessoas/órgãos 
para apresentação de projetos de lei ao Legislativo) -> 
Deliberação Parlamentar (estudos, redações, 
correções, emendas, votação) -> Deliberação Executiva 
(Chefe do Executivo sanciona ou veta) -> Promulgação 
(se sancionada, a lei passa a existir) -> Publicação (ato 
de divulgação da existência, é condição da vigência e 
da eficácia) 
- Período para que a lei possa ser conhecida 
- Período entre a publicação e a vigência da lei 
LINDB – “Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei 
começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada.” 
LINDB – “Art. 1º, §1o Nos Estados estrangeiros, a 
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se 
inicia três meses depois de oficialmente publicada.” 
- Em regra, o prazo é de 45 dias. Em caso de lei que 
produza efeito no estrangeiro, o prazo é de 3 meses. 
EXCEÇÕES: a lei pode ter vacatio legis maior 
(quanto mais complexa, maior a vacatio legis). 
A lei também pode ter vacatio legis zero, 
passando a ter vigência na data da publicação 
(quando a lei não tem repercussão grande) 
O prazo de 45 dias não se aplica aos atos normativos 
administrativos (decretos, resoluções, portarias, 
instruções normativas, regimentos, regulamentos), 
que tornam-se obrigatórios na data da publicação, 
salvo disposição em contrário. 
- Para a contagem do fim da vacatio legis, inclui-se o dia 
da publicação e inclui-se o dia final (dia de seu 
vencimento), sendo a vigência no dia seguinte (dia útil 
ou não) – ex: lei promulgada em 16/03/2015 e 
publicada em 17/03/2015, com vacatio legis de 1 ano -
> a vigência começa em 18/03/2016. 
- A lei é válida quando aprovada de acordo com os 
requisitos estabelecidos pela CF e pelas normas 
infraconstitucionais; a validade faz com que a norma 
entre no mundo jurídico e seja apta a atribuir efeitos 
jurídicos. A vigência dá exigibilidade aos 
comportamentos previstos na lei 
VIGÊNCIA X VIGOR: vigor é a lei que se mantem em 
voga para ser efetivamente aplicada aos casos sob seu 
regime, está ligada à força normativa/imperatividade 
de uma lei. Exemplos: 1) O CPC/1973 tratava do 
procedimento sumário, e o CPC/2015 não abordou tal 
situação. Então, os processos em trâmite no 
procedimento sumário na vigência do CPC/2015 
continuam sendo regidos pelo CPC/1973 (norma que 
não possui mais vigência, mas possui vigor). 2) O 
CC/1916 trazia o instituto da enfiteuse, e o CC/2002 
não trouxe mais. Por ser um instituto de transmissão 
DIREITO CIVIL 
 
de bem imóvel de maneira perpétua, o CC/1916 
continua até hoje regendo essas situações. 
ULTRATIVIDADE é quando a norma possui 
vigor, mas não possui vigência. Uma norma 
revogada continua produzindo efeitos em 
relação a situações específicas realizadas sob 
sua vigência. 
 
- SISTEMA DA OBRIGATORIEDADE SIMULTÂNEA OU 
PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA: a lei entra em 
vigor na mesma data em todo o país, sendo simultânea 
a sua obrigatoriedade. 
Apesar de a LINDB estabelecer a vigência sincrônica 
para todos os entes políticos, é possível aplicar o prazo 
progressivo (vigência progressiva), desde que o 
legislador mencione na norma que passa a vigorar 
- A lei nova tem aplicabilidade aos casos futuros e 
pendentes, salvo situações excepcionais 
- ALTERAÇÕES NA LEI: 
 -> antes de entrar em vigor: nova publicação 
do seu texto destinada a correção, e o prazo de 
vidência começa a correr da nova publicação 
 -> depois de entrar em vigor: as correções são 
consideradas como lei nova 
LINDB – “Art. 1º, § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, 
ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a 
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos 
anteriores começará a correr da nova publicação.” 
- Se for publicada novamente o texto da lei, antes de 
entrar em vigor, para correção (mesmo que somente 
para correção de falhas de grafia), começará a contar 
novo prazo de vacatio legis da nova publicação 
- Já que houve novo processo legislativo (nova lei), há 
novo prazo de vacatio legis. 
LINDB – “Art. 1º, § 4o As correções a texto de lei já em 
vigor consideram-se lei nova.” 
- A regra é que a lei não tenha prazo certo para vigorar, 
permanecendo em vigência enquanto não for 
modificada ou revogada por outra. 
LINDB – “Art. 2o Não se destinando à vigência 
temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique 
ou revogue.” 
- Lei temporária é aquela que possui prazo para perder 
sua vigência, que nasce com termo prefixado ou com 
objetivo a ser cumprido 
 - A revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial 
(derrogação); expressa (por via direta – a cláusula de 
revogação deve enumerar expressamente as leis ou 
disposições legais revogadas) ou tácita (por via oblíqua 
ou indireta) 
LINDB – “Art. 2º § 1o A lei posterior revoga a anterior 
quando expressamente o declare, quando seja com ela 
incompatível (revogação tácita) ou quando regule 
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior 
(revogação tácita).” 
 
LINDB – “Art. 2º § 3o Salvo disposição em contrário, a 
lei revogada não se restaura por ter a leirevogadora 
perdido a vigência.” 
- No Brasil NÃO há repristinação/restauração 
automática da lei velha, se a lei revogadora for 
revogada (por ex: uma lei A é revogada por uma lei B, 
e posteriormente uma lei C revoga a lei B; não é 
restaurada a lei A automaticamente). É possível 
acontecer, mas nunca de forma automática, deve 
haver previsão expressa 
➔ É diferente de EFEITO REPRISTINATÓRIO! 
Efeito repristinatório é o que acontece no 
controle de constitucionalidade, quando a lei 
revogadora é declarada inconstitucional, há o 
efeito repristinatório, restaurando os efeitos 
da norma revogada, já que a norma 
revogadora será considerada como nunca 
existente. Pode haver a “modulação dos 
efeitos”, quando o tribunal declara efeitos não 
retroativos da declaração de 
inconstitucionalidade 
LINDB – “Art. 2º, § 2o A lei nova, que estabeleça 
disposições gerais ou especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei anterior.” 
- A norma geral não revoga a especial e a norma 
especial não revoga a geral, elas podem coexistir desde 
que a lei antiga não contradiga a lei nova 
DIREITO CIVIL 
 
- Em regra, o juiz conhece a lei e a parte não precisa 
provar sua vigência ou transcrever a norma, SALVO nos 
casos de direito estrangeiro, direito consuetudinário, 
direito estadual e direito municipal 
LINDB – “Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá 
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito.” 
- Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional: 
métodos de integração para situações de ausência de 
lei (lacunas na lei) 
➔ Tipos de lacunas na lei: 
o lacuna normativa (ausência total de 
norma para um caso, aqui aplicam-se 
os métodos de integração) 
o lacuna ontológica (presença de uma 
norma sem eficácia social para o caso) 
o lacuna axiológica (presença de uma 
norma adequada ao caso mas com 
aplicação insatisfatória ou injusta) 
o lacuna de conflito ou antinomia 
(choque de duas ou mais normas 
válidas e aplicáveis) 
- Subsunção é a aplicação direta da norma ao caso 
concreto. É diferente de integração, que é quando não 
há norma para a resolução do caso concreto 
 
- Aplicação de norma ou conjunto de normas 
aproximadas ao caso 
- Modalidades de analogia: 
a) Analogia legal/legis (aplicação de uma 
norma próxima) 
b) Analogia jurídica (iuris) (aplicação de um 
conjunto de normas próximas) 
- É diferente de aplicação extensiva. Na aplicação 
extensiva há uma ampliação do sentido de uma lei 
existente, então há subsunção, é um método de 
interpretação. Na analogia não há lei, é um método de 
integração 
- Práticas reiteradas de conteúdo lícito e relevância 
jurídica 
- O costume, para ser aplicado como método de 
integração, deve ter como características 
continuidade, diuturnidade, moralidade, 
obrigatoriedade e uniformidade 
- Modalidades de costume: 
a) Secundum legem (costume de acordo com a 
lei) 
b) Praeter legem ou costume integrativo 
(costume complementa a lei quando há omissão; o 
método de integração propriamente dito; o uso do 
costume como modo de integração. Por exemplo: é 
costume no Brasil a apresentação de cheques pré-
datados, apesar de na lei constar que o cheque pode 
ser descontado à vista. O STJ, na súmula 370 
determinou que constitui dano moral a apresentação 
antecipada de cheque pré-datado) 
c) Contra legem (costume contrário à lei; não 
pode ser usado como método de integração nem como 
critério de revogação de norma, mas somente pode ser 
utilizado para interpretação de uma norma) 
- A violação dos costumes constitui abuso de direito. 
Art. 187 do CC/2002: “Art. 187. Também comete ato 
ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes.” 
- Costume judiciário (jurisprudência consolidada; 
precedentes judiciais) 
- Base do ordenamento jurídico, não estão positivados 
- Regras de conduta que norteiam o aplicador do 
direito na interpretação 
- O Código Civil estabelece três categorias básicas de 
princípios: eticidade (boa-fé), 
operabilidade/concretude (direito deve ser de fácil 
operação), socialidade (função social) 
-NÃO é método de integração para a LINDB! Não é 
método de integração, mas auxilia nisso 
- Fonte informal/indireta/mediata 
- Uso de bom senso/justiça no caso concreto 
- Julgamento POR equidade é diferente de julgamento 
COM equidade. O julgamento por equidade é quando 
DIREITO CIVIL 
 
desconsidera uma norma para usar outras regras mais 
justas, e somente pode ser feito mediante permissão 
de lei. O julgamento com equidade é decidir com a 
justiça no caso concreto, deve ocorrer em toda decisão 
- Modalidades de equidade: 
a) Equidade legal (a própria lei prevê um caso 
que deve ser julgado por equidade) 
b) Equidade judicial (quando o juiz aplica a 
equidade, desde que permitido por lei) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
- Classificação da interpretação das normas: 
a) Quanto às fontes: autêntica (interpretação 
feita pelo próprio legislador por outro ato normativo); 
doutrinária; jurisprudencial 
b) Quanto aos meios: gramatical (usa somente 
as regras da linguística); lógica (interpretação com a lei 
em seu conjunto); ontológica (busca a razão de ser da 
lei); histórica (observa as circunstâncias que levaram à 
criação da lei); sistemática (comparativo da lei atual de 
acordo com as demais normas que inspiram aquele 
ramo); sociológica/teleológica (observa o verdadeiro 
sentido e finalidade da norma – ex: súmula 364 STJ “O 
conceito de impenhorabilidade de bem de família 
abrange também o imóvel pertencente a pessoas 
solteiras, separadas e viúvas.” – aplicação do conceito 
de bem de FAMÍLIA aos solteiros, divorciados e viúvos, 
pois a finalidade do bem de família ser impenhorável é 
a dignidade da pessoa humana, e não proteger a 
família em si) 
c) Quanto aos resultados: declarativa (a letra 
da lei corresponde exatamente ao pensamento do 
legislador); extensiva (há ampliação da aplicação da lei 
– ex: aplicar ao companheiro direitos previstos ao 
cônjuge); restritiva (há a restrição da aplicação da lei). 
OBS: Normas de exceção/excepcionais NÃO podem ter 
interpretação extensiva (pois restringem a autonomia 
privada). Negócios jurídicos benéficos (como a fiança) 
e a renúncia SÓ admitem interpretação restritiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
- No caso da “lacuna de conflito”, chamada de 
antinomia, há o choque de 2 ou mais normas válidas e 
aplicáveis 
- Modalidades de antinomia: 
a) Real: quando não existe no ordenamento 
jurídico um critério normativo para solucionar o 
conflito; aplicando uma norma viola-se a outra e vice-
versa; somente se elimina esse tipo de antinomia com 
a solução do Poder Legislativo (edição de uma norma 
elucidando e solucionando o caso) ou solução do Poder 
Judiciário (adoção do princípio máximo de justiça) 
b) Aparente: aplicam-se os critérios 
hierárquico (prevalece a lei superior), da especialidade 
(prevalece a lei especial) e cronológico (prevalece a lei 
+ recente), nessa ordem, podendo ser aplicados mais 
de um critério. 
- Classificação da antinomia: 
 a) Primeiro grau: para a solução aplica-se 
somente um dos critérios 
 b) Segundo grau: para a solução aplica-se pelo 
menos 2 critérios 
 c) Terceiro grau: para a solução aplicam-se os 
3 critérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
- Dois critérios: disposições transitórias estabelecendo 
as regras temporárias, conciliando a lei nova com as 
relações já definidas pela lei anterior; e o princípio da 
irretroatividade das leis, que determina que a regraé 
que a lei nova tem aplicabilidade imediata e geral aos 
casos pendentes e aos casos futuros, não abrangendo 
fatos passados. 
- Tempus regit actum (a lei que incide sobre um 
determinado ato é a do tempo em que este ato se 
realizou) 
A regra é a irretroatividade da norma, porém existem 
EXCEÇÕES, em que a lei pode retroagir. 
LINDB – “Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e 
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada.” 
1) Direito Adquirido (+ amplo): é o direito, material ou 
imaterial, que já se incorporou ao patrimônio e à 
personalidade de seu titular. Os requisitos do direito 
adquirido são a existência de um fato e a existência de 
uma norma que faça do fato originar-se um direito 
(sem esses elementos, é expectativa de direito) 
2) Ato Jurídico Perfeito: ato já consumado, de acordo 
com a norma vigente no tempo em que se efetuou, 
com todas as formalidades exigidas por lei, por isso o 
ato não pode ser alterado pela existência de lei 
posterior 
3) Coisa Julgada (- amplo): decisão judicial transitada 
em julgado, que não pode ser alterada por lei posterior 
- A proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico 
perfeito e à coisa julgada NÃO é absoluta -> era da 
ponderação dos princípios e valores. 
▪ Ex1: JDC109, “a restrição da coisa julgada 
oriunda de demandas reputadas 
improcedentes por insuficiência de prova não 
deve prevalecer para inibir a busca da 
identidade genética pelo investigando.” Pode 
se relativizar as coisas julgadas de quando não 
existiam meios tecnológicos para investigar 
paternidade, pois agora existe 
▪ Ex2: art.2035, p. ú. CC/2002, “Nenhuma 
convenção prevalecerá se contrariar preceitos 
de ordem pública, tais como os estabelecidos 
por este Código para assegurar a função social 
da propriedade e dos contratos.” É possível a 
revisão de cláusulas de contratos efetivados 
sob a égide do CC/1916, que estruturalmente 
hoje possam violar a função social do contrato 
ou da propriedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
- No Brasil aplica-se a Teoria da Territorialidade 
Temperada ou Mitigada. Territorialidade porque as leis 
brasileiras são aplicadas ao território nacional. 
Temperada/mitigada porque, excepcionalmente, leis e 
sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil 
- Para que as leis/sentenças/atos estrangeiras sejam 
aplicadas no Brasil, é necessário que não ofendam a 
soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes 
- Somente são cumpridas as sentenças estrangeiras 
após o exequatur (“cumpra-se”), que é a permissão 
dada pelo STJ, por meio de homologação, para que 
essa decisão produza efeitos 
- A decisão estrangeira é título executivo judicial e deve 
ser cumprida na justiça federal de primeira instância 
- O STJ não homologa sentença estrangeira que ofenda 
nossa competência exclusiva (ações que só podem ser 
julgadas na jurisdição brasileira – art 23 CPC) 
- O STJ observa se foram verificadas as formalidades 
(faz o juízo de delibação) 
- OBS: quando há mais de um processo em curso, um 
no Brasil e outro no estrangeiro, NÃO há litispendência. 
Mas se já houve sentença no estrangeiro, poderá ser 
homologado no Brasil para que possa surtir efeitos 
LINDB – “Art. 15. Será executada no Brasil a sentença 
proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes 
requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente 
verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das 
formalidades necessárias para a execução no lugar em 
que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal 
Federal. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA!!!!! (após 
EC 45/2004)” 
CF – “Art. 105 CF. Compete ao Superior Tribunal de 
Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a 
concessão de exequatur às cartas rogatórias.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
LINDB – “Art. 7o A lei do país em que domiciliada a 
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de 
família.” 
- CPC: Compete à autoridade judiciária brasileira 
processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que 
seja sua nacionalidade, tenha domicílio no Brasil 
LINDB – “Art. 7º, § 1o Realizando-se o casamento no 
Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos 
impedimentos dirimentes e às formalidades da 
celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se 
perante autoridades diplomáticas ou consulares do 
país de ambos os nubentes. 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os 
casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro 
domicílio conjugal.” 
- O casamento celebrado no Brasil, mesmo que de 
estrangeiros, deve seguir as regras sobre 
impedimentos e às formalidades da celebração 
- Casamento de estrangeiros no Brasil > casamento 
perante autoridades diplomáticas/consulares do país 
de ambos 
- Casal estrangeiro em que cada um é de um país > vale 
a lei do primeiro domicílio conjugal 
LINDB – “Art. 7º, § 4o O regime de bens, legal ou 
convencional, obedece à lei do país em que tiverem os 
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro 
domicílio conjugal.” 
- Casal estrangeiro em que ambos são do mesmo país 
> o regime de bens é o do país de domicílio 
- Casal estrangeiro em que cada um é de um país > o 
regime de bens é o do primeiro domicílio conjugal 
LINDB – “Art. 7º, § 5º - O estrangeiro casado, que se 
naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa 
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de 
entrega do decreto de naturalização, se apostile ao 
mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de 
bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta 
adoção ao competente registro.” 
- No momento da naturalização do estrangeiro casado, 
ele pode requerer, com anuência de seu cônjuge, a 
adoção do regime de comunhão parcial de bens 
(regime legal/oficial do Brasil) 
LINDB – “Art. 7º, § 6º O divórcio realizado no 
estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem 
brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 
(um) ano da data da sentença, salvo se houver sido 
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso 
em que a homologação produzirá efeito imediato, 
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia 
das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal 
de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá 
reexaminar, a requerimento do interessado, decisões 
já proferidas em pedidos de homologação de 
sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim 
de que passem a produzir todos os efeitos legais.” 
- O parág. 6º acaba não possuindo aplicabilidade, em 
razão da EC 66/2010 
- A EC 66/2010 (EC do divórcio) trouxe a possibilidade 
do divórcio a qualquer tempo: não é mais preciso 
preencher requisito temporal para o divórcio. 
ANTES, deveria primeiro haver a separação; após 1 ano 
da separação poderia fazer o divórcio. AGORA, não há 
mais lapso temporal mínimo para pedir o divórcio (nem 
da separação de fato nem da separação judicial) – 
agora não precisa passar pela separação. 
(OBS: separação SUSPENDE os deveres matrimoniais e 
o regime de bens; divórcio ACABA com o casamento e 
o regime de bens. Se há separação, continua tendo 
vínculo matrimonial, mas questões relacionadas à 
fidelidade e regime de bens estão suspensos; no 
divórcio acaba tudo. Na separação há possibilidade do 
casal reatar; no divórcio, somente se casar de novo. A 
separação é uma opção dos cônjuges) 
- Em termos de direito internacional, agora pode pedir 
de cara a homologação do divórcio, sem necessidade 
de aguardar o prazo de 1 ano 
LINDB – “Art. 7º, § 7o Salvo o caso de abandono, o 
domicílio do chefe da família estende-se ao outro 
cônjuge e aos filhosnão emancipados, e o do tutor ou 
curador aos incapazes sob sua guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-
se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele 
em que se encontre.” 
DIREITO CIVIL 
 
- Quando a pessoa não tiver domicílio, será 
considerado domicílio o lugar da sua residência ou a 
sua moradia habitual (aquele lugar em que se 
encontre) 
LINDB – “Art. 8o Para qualificar os bens e regular as 
relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país 
em que estiverem situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o 
proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer 
ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver 
a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa 
apenhada.” 
- Bens móveis transportados/em transporte > lei do 
país do domicílio do proprietário 
- Penhor (direito real de garantia sobre bem móvel) > 
lei do domicílio da pessoa que estiver na posse do bem 
LINDB – “Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, 
aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.” 
- REGRA: obrigações > lei do local onde a obrigação for 
constituída 
- Locus regit actum 
LINDB – “Art. 9º, § 1o Destinando-se a obrigação a ser 
executada no Brasil e dependendo de forma essencial, 
será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei 
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.” 
- EXCEÇÃO: art. 9º, parág 1º. Se o contrato foi 
celebrado no exterior, com obrigação a ser executada 
no Brasil (para produzir efeitos no Brasil), depende de 
forma essencial prevista na lei brasileira, que será 
observada, mas serão admitidas peculiaridades da lei 
estrangeira quanto à fatores externos, extrínsecos 
LINDB – “Art. 9º, § 2o A obrigação resultante do 
contrato reputa-se constituída no lugar em que residir 
o proponente.” 
- O art. 435 do CC estabelece que o contrato é 
celebrado no local em que foi proposto. O art. 9º, 
parág. 2º da LINDB estabelece que o contrato é 
celebrado no lugar em que residir o proponente 
(policitante). É uma antinomia aparente, que será 
resolvida pelo critério da especialidade 
O CC será aplicado aos contratos nacionais 
(estabelecidos no Brasil) e a LINDB será 
aplicada aos contratos internacionais 
LINDB – “Art. 10. A sucessão por morte ou por 
ausência obedece à lei do país em que domiciliado o 
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a 
natureza e a situação dos bens.” 
- Sucessão por morte/ausência > lei do domicílio do 
morto/ausente 
LINDB – “Art. 10, § 1º A sucessão de bens de 
estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos 
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não 
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.” 
- EXCEÇÃO: quando há bens de estrangeiros no Brasil, 
aplica-se a lei do Brasil em benefício do cônjuge ou dos 
filhos brasileiros, quando a lei estrangeira (do domicílio 
do morto) não for mais favorável a eles 
- EXCEÇÃO: Informativo 563 STJ: ainda que o domicílio 
do autor da herança seja o Brasil, aplica-se a lei 
estrangeira da situação da coisa e não a lei brasileira, 
na sucessão de bem imóvel situado no exterior 
LINDB – “Art. 10, § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou 
legatário regula a capacidade para suceder.” 
LINDB – “Art. 11. As organizações destinadas a fins de 
interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, 
obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, 
agências ou estabelecimentos antes de serem os atos 
constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, 
ficando sujeitas à lei brasileira.” 
- Organizações de interesse coletivo (sociedades, 
fundações) > lei do Estado em que se constituírem 
- Para terem filiais/agências/estabelecimentos no 
Brasil, devem ter seus atos constitutivos aprovados 
pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira 
LINDB – “Art. 11 § 2o Os Governos estrangeiros, bem 
como as organizações de qualquer natureza, que eles 
tenham constituído, dirijam ou hajam investido de 
funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens 
imóveis ou susceptíveis de desapropriação. 
DIREITO CIVIL 
 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a 
propriedade dos prédios necessários à sede dos 
representantes diplomáticos ou dos agentes 
consulares.” 
- REGRA: Governos estrangeiros e organizações de 
qualquer natureza que tenham 
constituído/dirijam/hajam investido de funções 
públicas não podem adquirir bens imóveis ou 
susceptíveis de desapropriação no Brasil 
- EXCEÇÃO: Governos estrangeiros podem adquirir os 
prédios necessários à sede dos representantes 
diplomáticos/agentes consulares 
LINDB – “Art. 12. É competente a autoridade judiciária 
brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou 
aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete 
conhecer das ações relativas a imóveis situados no 
Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, 
concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida 
pela lei brasileira, as diligências deprecadas por 
autoridade estrangeira competente, observando a lei 
desta, quanto ao objeto das diligências.” 
- Diligências deprecadas por autoridade estrangeira: a 
autoridade judiciária cumpre, a partir da concessão do 
exequatur (cumpra-se), segundo a forma estabelecida 
pela lei brasileira. Observa-se a lei estrangeira quanto 
ao objeto das diligências 
- Quando o fato ocorreu em país estrangeiro, a prova 
dos fatos (ônus, meio de produção) será regida pela lei 
de lá. Mas não serão admitidas provas que a lei 
brasileira desconheça 
- Quando uma parte invoca aplicação de lei estrangeira, 
o juiz pode exigir prova do seu texto e vigência 
LINDB – “Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país 
estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao 
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os 
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o 
juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da 
vigência.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
–
- Artigos 20 a 30 foram acrescentados à LINDB pela lei 
13.655/2018 (não alterou a LINB, apenas acrescentou 
artigos) 
- Regras de segurança jurídica e eficiência na criação e 
aplicação do direito público (dir. admin, financeiro, 
orçamentário, tributário) – não se aplicam ao direito 
privado 
- Esses arts. não tiveram vacatio legis (tiveram vigência 
imediata), exceto o art. 29, que teve vacatio legis de 
180 dias 
LINDB – “Art. 20. Nas esferas administrativa, 
controladora e judicial, não se decidirá com base em 
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas 
as consequências práticas da decisão. 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a 
necessidade e a adequação da medida imposta ou da 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou 
norma administrativa, inclusive em face das possíveis 
alternativas.” 
 
 
- Não pode haver decisão nas esferas administrativa, 
controladora e judicial com base em valores jurídicos 
abstratos (normas jurídicas indeterminadas) sem que 
sejam consideradas as consequências práticas da 
decisão – ou seja, pode usar valores jurídicos abstratos 
desde que considere as consequências 
práticas/impactos, desde que haja uma projeção dos 
impactos no direito público – para garantia jurídica; em 
razão da responsabilidade decisória do Estado; há uma 
análise econômica do direito 
LINDB – “Art. 21. A decisão que, nas esferas 
administrativa, controladora ou judicial, decretar a 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou 
norma administrativa deverá indicar de modo expresso 
suas consequências jurídicas e 
administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere 
o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar 
as condiçõespara que a regularização ocorra de modo 
proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses 
gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos 
ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do 
caso, sejam anormais ou excessivos.” 
A decisão que, nas esferas administrativa, 
controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa: 
• é necessária fundamentação/motivação para a 
tomada da decisão, que demonstre a 
necessidade e adequação da invalidação 
(fundamentação plena) 
• deve indicar de maneira expressa as 
consequências jurídicas e administrativas 
• deve indicar, quando for o caso, condições 
para que a regularização ocorra de maneira 
equânime e proporcional, sem prejuízo aos 
interesses gerais, não se podendo impor aos 
sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em 
função das peculiaridades do caso, sejam 
anormais ou excessivos (pode estabelecer 
indenização, por exemplo) 
 
LINDB – “Art. 22. Na interpretação de normas sobre 
gestão pública, serão considerados os obstáculos e as 
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas 
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos 
administrados. 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou 
validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, serão consideradas as circunstâncias 
práticas que houverem imposto, limitado ou 
condicionado a ação do agente. 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a 
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos 
que dela provierem para a administração pública, as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os 
antecedentes do agente. 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em 
conta na dosimetria das demais sanções de mesma 
natureza e relativas ao mesmo fato.” 
- Na interpretação de normas sobre gestão pública, 
serão considerados os obstáculos e as dificuldades que 
o gestor possuía no momento da tomada de decisão 
LINDB – “Art. 23. A decisão administrativa, 
controladora ou judicial que estabelecer interpretação 
ou orientação nova sobre norma de conteúdo 
indeterminado, impondo novo dever ou novo 
condicionamento de direito, deverá prever regime de 
DIREITO CIVIL 
 
transição quando indispensável para que o novo dever 
ou condicionamento de direito seja cumprido de modo 
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos 
interesses gerais.” 
- Essa transição é a concessão de um prazo para que 
todos possam se adaptar a regra (modulação dos 
efeitos da decisão) 
LINDB – “Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, 
controladora ou judicial, quanto à validade de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa 
cuja produção já se houver completado levará em 
conta as orientações gerais da época, sendo vedado 
que, com base em mudança posterior de orientação 
geral, se declarem inválidas situações plenamente 
constituídas. 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as 
interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial 
ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por 
prática administrativa reiterada e de amplo 
conhecimento público.” 
- Segurança jurídica na hora da tomada de decisões 
LINDB – “Art. 26. Para eliminar irregularidade, 
incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação 
do direito público, inclusive no caso de expedição de 
licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva 
do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização 
de consulta pública, e presentes razões de relevante 
interesse geral, celebrar compromisso com os 
interessados, observada a legislação aplicável, o qual 
só produzirá efeitos a partir de sua publicação 
oficial. 
§ 1º O compromisso referido no caput deste 
artigo: 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, 
eficiente e compatível com os interesses 
gerais; 
II – (VETADO). 
III - não poderá conferir desoneração permanente de 
dever ou condicionamento de direito reconhecidos por 
orientação geral; 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das 
partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções 
aplicáveis em caso de descumprimento. 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas 
administrativa, controladora ou judicial, poderá impor 
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos 
anormais ou injustos resultantes do processo ou da 
conduta dos envolvidos. 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, 
ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, 
sua forma e, se for o caso, seu valor. 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá 
ser celebrado compromisso processual entre os 
envolvidos.” 
- A compensação visa evitar que as partes recebam 
benefícios indevidos ou sofram prejuízos anormais ou 
injustos 
LINDB – “Art. 28. O agente público responderá 
pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas 
em caso de dolo ou erro grosseiro.” 
- Erro grosseiro = culpa grave 
- Esse artigo deve ser observado junto com o art. 37, § 
6º da CF, que determina: “As pessoas jurídicas de 
direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável 
nos casos de dolo ou culpa.” A CF estabelece que o 
Estado é responsável objetivamente pelos danos 
causados pelos seus agentes, podendo o Estado agir 
contra esse agente de maneira regressiva de modo a 
observar a responsabilidade subjetiva (quando houver 
DOLO ou CULPA do agente – a CF não fala que é apenas 
culpa grave, e sim qualquer tipo de culpa) 
- Artigos importantes do CPC - arts. 181, 184 e 187: o 
Ministério Público, a advocacia pública e a Defensoria 
Pública são civil e regressivamente responsáveis 
quando agirem com dolo ou fraude 
LINDB – “Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição 
de atos normativos por autoridade administrativa, 
salvo os de mera organização interna, poderá ser 
precedida de consulta pública para manifestação de 
interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a 
qual será considerada na decisão. 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo 
e fixará o prazo e demais condições da consulta 
pública, observadas as normas legais e regulamentares 
específicas, se houver.” (Esse é o artigo que teve 
vacatio legis de 180 dias)” 
LINDB – “Art. 30. As autoridades públicas devem atuar 
para aumentar a segurança jurídica na aplicação das 
DIREITO CIVIL 
 
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas 
administrativas e respostas a consultas. 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos 
no caput deste artigo terão caráter vinculante em 
relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até 
ulterior revisão.” 
- Instrumentos de aumento de segurança jurídica

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