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TCC A INFLUENCIA DA MOTIVAÇÃO NO ENSINO APRENDIZAGEM

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
FLAVIA JANAINA DA SILVA NUNES CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
URUAÇU-GO 
2021
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
FLAVIA JANAINA DA SILVA NUNES CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
URUAÇU-GO 
2021 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como 
requisito parcial para a obtenção do título de............... 
Universidade Paulista – Polo....... 
Orientação: nome do orientador 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Deus, primeiramente, pela força, saúde, disposição e sabedoria e coragem para atingir 
nosso objetivo que era concluir essa graduação. 
A minha família, em especial meu marido e meus filhos, pelo apoio e compreensão na 
ausência e nos dias mais intensos e por acreditarem em minha capacidade. 
A minha tutora por toda orientação e paciência durante o curso, por sempre ter atendido 
as nossas solicitações com carinho e atenção. 
E a todas as pessoas que indireta ou diretamente nos ajudaram, cooperaram para con-
cretização de mais um projeto acadêmico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Uma palavra que não representa uma ideia é uma 
coisa morta, da mesma forma que uma ideia não 
incorporada em palavras não passa de uma som-
bra.” (Lev Vygotsky) 
https://www.pensador.com/autor/lev_vygotsky/
4 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
O presente projeto de natureza bibliográfica tem como objetivo analisar a importância da mo-
tivação para a aprendizagem escolar. A partir da revisão da literatura pode-se constatar que a 
motivação é vista como um dos grandes problemas enfrentados pela a educação brasileira e 
pode-se originar na família, nas diferenças culturais e socioeconômicas ou na própria sala de 
aula. Por essa razão é fundamental que professores, pais e alunos busquem caminhos, tornem 
as aulas mais atrativas e condizentes com as necessidades dos discentes. É relevante o papel do 
professor como mediador desse caminho, devendo ele observar e criar situações para trabalhar 
e desenvolver as habilidades e competências dentro da sala de aula, para trabalhar a motivação 
entre os alunos. Em resumo, motivação é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, 
devendo o professor ser perspicaz para captar nos alunos as suas necessidades, adotando meto-
dologias modernas, inserindo recursos didáticos que fazem os alunos ativar a curiosidade. 
 
 
 
 
Palavras-chave: Aprendizagem, ensino, motivação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO 5 
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6 
2. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 8 
2.1 DIFICULDADES DE APRENZIGEM NO CONTEXTO ESCOLAR 9 
3. ABORDAGENS E TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 21 
3.1 O PAPEL DA MOTIVAÇÃO PARA APRENDIZAGEM ESCOLAR 26 
3.2 TIPOS DE MOTIVAÇÃO 28 
3.3 ESTRATEGIAS MOTIVACIONAIS 29 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33 
 
 
6 
 
 
INTRODUÇÃO 
Segundo Ausubel (1980), “o fator singular mais importante que influencia a 
aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso os 
seus ensinamentos”. 
Vários pesquisadores como David Ausubel, Joseph Novak, Plinio Cavalcanti Moreira, 
privilegiam valorizar as dimensões da aprendizagem que ocorre quando estão relacionadas a 
outras já conhecidas na mente do indivíduo. 
A teoria da aprendizagem significativa “deslocou o nosso olhar para o aluno como sujeito 
de aprendizagem, em particular, para os conceitos preexistentes do aluno como reguladores da 
sua própria aprendizagem” (CACHAPUZ, 200, p.6) 
Nessa condição com a manifestação de olhar para o aluno como um sujeito presente na 
aprendizagem faz com que professores e alunos consigam ir em busca do conhecimento de uma 
maneira prospera para a aprendizagem. 
Inúmeros são os motivos apontados pela literatura que contribuem para a presença da 
desmotivação e também o que isto pode trazer de consequências adversas para o 
desenvolvimento intelectual do aluno. Motivos de origem familiar, de diferenças culturais e 
sicioeconômicas, assim como fatores que estão enraizados na própria sala de aula e que 
ocasionam o desinteresse do aluno em explorar o universo dos conteúdos sigeridos pelo 
professor. 
Outro motivo que influencia na falta de motivação diz respeito aos recursos didáticos, 
bem como as práticas pedagógicas que já não seriam tão eficazes para imprimir no aluno o 
interesse pelas aulas. 
Uma vez que a falta de motivação interfere negativamente no processo de ensino-
aprendizagem é necessário comprrender os fatores determinantes para esta falta, no sentido de 
que a partir de então o entendimento sobre esse assunto seja ampliado e aprofundado, buscou-
se a realização desse estudo cujo geral é analisar o papel da motivação para a aprendizagem 
escolar. 
O trabalho foi estruturado da seguinte maneira: no primeiro e segundo capítulos 
apresentamos alguns fatores relacionados a dificuldades de aprendizagem, posteriormente 
comentamos como o conceito de dificuldade de aprendizagem tem sido trabalhado na educação. 
O terceiro capítulo explica o papel da motivação e suas estratégias e por fim, apresentamos as 
considerações finais do projeto, considerações esssa envolvendo a parte teórica a qual subsidiou 
o presente. 
7 
 
 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
A motivação escolar compreende uma força interna do indivíduo que conscreve deter-
minada ação, em prol de alcançar objetivos, metas e trajetórias de forma positiva e apresenta 
dimensões específicas. Nessa perspectiva, se torna um desafio na realidade educacional no sen-
tido de qualidade da aprendizagem de estudantes. E, segundo Lourenço e Paiva (2010), é uma 
ação precípua do processo de aprendizagem por meio da busca de razões para aprender, desco-
brir e rentabilizar os seus conhecimentos, e, assim, a motivação escolar é conceituada como: 
A motivação está ligada a interação dinâmica entre as características pessoais e 
os contextos em que as tarefas se desenvolvem. Quanto aos contextos destaca-
se quatro aspectos essenciais: o começo da aula, a organização das aulas, a in-
teração dos professores com seus alunos e a avaliação da aprendizagem. 
(TÁPIA; FITA, 2015, p. 15). 
 
 No contexto escolar a motivação se apresenta em diferentes espaços de socialização, 
a exemplo das salas de aulas e espaços de recreação, aos quais ocorrem as interações formativas. 
Nesse sentido, Lourenço e Paiva (2010) afirmam que a motivação dos alunos na escola tem 
consequências diretas no envolvimento e qualidade do ensino-aprendizagem, um estímulo sig-
nificativo para ser produzido nas práticas pedagógicas. Tais considerações perpassam por 
diferentes estratégias motivacionais, a fim de alcançar ensino de qualidade, aprendizagem sig-
nificativa dos alunos e práticas docentes profícuas para a escola. 
Assim, os objetos de conhecimento das trajetórias de ensino, características sociocul-
turais dos sujeitos e os contextos escolares em que as práticas pedagógicas são desenvolvidas 
influenciam a prática docente, aos quais refletem de forma positiva ou negativa na construção 
motivacional do aluno. Desse modo, a importância do professor enquanto mediador dos pro-
cessos motivacionais é fundamental para desenvolvimento da aprendizagem, conforme Allal 
(1988, apud ESTRELA; NÓVOA, 1999, p. 179) expõe ser: 
Sempre útil, se pudermos aspirar a uma pedagogia eficaz, saber para que domí-
nios pretendemos conduzir os alunos, por que caminhos; precisar quais os meios 
que se utilizam para observar os domínios atingidosou em vias de aquisição, os 
métodos de trabalho, as atitudes, os funcionamentos mentais e o modo como 
pretendemos intervir junto dos alunos, através de regulações “pró-activas”, in-
teractivas ou retroactivas. 
 
Nessa dinâmica o docente atua diretamente no interesse do aluno em aprender, tor-
nando-se base motivacional para que esse construa compreensão e sentimento de inserção no 
contexto escolar e em sala de aula. As interações constituídas nessa trajetória devem buscar 
8 
 
 
metas e estratégias que se aproximem dos interesses de ambos, de modo a desenvolver uma 
pedagogia inovadora e voltada as questões que emergem na escola e na sociedade. 
De acordo com a Teoria da Atribuição da Casualidade (TAC), indicada por Bo-
ruchovitch (2009, apud LOURENÇO; PAIVA, 2010), a motivação ocorre tanto de forma intrín-
seca quanto de forma extrínseca, visto que o aluno pode realizar determinada atividade tanto 
pelo prazer ou por um sentimento motivador próprio em busca do conhecimento, como pela 
busca de aceitação ou de aprovação de terceiros. 
Porém, como afirma Perrenoud (2004), não basta apenas motivar, provocar o interesse 
do aluno ou sensibilizá-lo, mas manter o entusiasmo inicial dos alunos principalmente quando 
enfrentam obstáculos na aprendizagem, por mecanismos que produzam superação de problemas 
e sejam aproveitados. 
Dessa maneira, surgem indagações no tocante à representação conceitual e prática que 
docentes atuantes na educação básica elaboram sobre a motivação dos alunos, assim como es-
tratégias, planejamento, aplicações e metas que esses estipulam para alcançar uma aprendiza-
gem significativa. Assim, configurou-se a seguinte questão problema de pesquisa: que estraté-
gias o/a profissional docente estabelece para motivar seus alunos a respeito da aprendizagem e 
que metas de aprendizagem são delineadas no processo de planejamento e ensino em sala de 
aula? 
A partir da problemática especificada, a pesquisa objetiva analisar o papel da moti-
vação na aprendizagem escolar nos discursos de professores e as maneiras que são estabelecidas 
estratégias e metas de aprendizagem. No tocante à estruturação deste trabalho, inicialmente 
fizemos uma discussão teórica da temática, em seguida apresentamos as configurações metodo-
lógicas do estudo, e por fim apresentamos os resultados e as respectivas discussões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
1.1 Justificando a proposta investigativa 
 
 
 A elaboração do presente estudo tem como ponto de partida a minha experiência em 
sala de aula, tanto no ensino fundamental, bem como no ensino médio, este com maior tempo 
de serviço. 
 Durante esse período acompanhei a evolução do ensino-aprendizagem em uma 
instituição de ensino público, presenciando as diferentes etapas por que passaram toda 
comunidade escolar (educadores, alunos, pais). Neste acompanhamento se observou pontos 
positivos que proporcionaram o avanço na qualidade da aprendizagem, resultante, tanto dos 
recuros didáticos-pedagógicos, o esforço e o comprometimento dos alunos e a atuação dos 
professores. Além disso, houve ocorrências negativas, como a falta de motivação dos alunos 
para continuar possibilitando a continuação de uma aprendizagem com qualidade. Essa 
realidade levou-me a fazer uma reflexão sobre como compreender melhor o que estava 
acontecendo. Compreender o que motivaria os alunos a voltarem ao gosto pelos estudos. 
 Como se trata de um ato reflexivo sobre o papel da motivação para a aprendizagem 
escolar, entendi que era pertinente fazer tal ato mediante a posição de pesquisadores que 
registratam em literatura vários e diferentes estudos que se tratavam do tema em análise. 
 Assim, o presente trabalho representa o esforço de analisar a questão do papel da 
motivação na aprendizagem escolar, buscando identificar a sua influência no processo dinâmico 
do ensinar e aprender. 
 
 
1.2 Objetivos 
 
 
1.2.1 Objetivo Geral: 
 
Analisar os disturbios de aprendizagem o papel da motivação para a aprendizagem 
escolar. 
 
1.2.2 Obejtivos Específicos 
 
• Discorrer sobre teorias da motivação; 
• Descrever o esforço e a motivação no processo da aprendizagem escolar; 
• Discorrer sobre o incentivo à motivação escolar 
 
 
10 
 
 
CAPÍTULO II – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE DIFICULDADES DE 
APRENDIZAGEM 
Aprender é um processo amplo, complexo e continuo que se inicia desde nosso nasci-
mento e vai se dando de acordo com nossa maturação biológica e psicológica. Na visão de 
Gómez e Terán (2009, p.31) “a aprendizagem supõe uma construção que ocorre por meio de 
um processo mental que implica na aquisição de um conhecimento novo.”, contudo o processo 
de aprendizagem para além dos aspectos cognitivos abarca também as relações sociais uma 
vez que é sempre na relação com algum objeto ou com o outro que a aprendizagem acontece. 
Para Osti (2012, p. 33) a aprendizagem envolve 
[...] um processo constante de equilíbrio e desequilíbrio, uma reorganização 
interna do que é assimilado para posteriormente adquirir novos conheci-
mentos, consiste, pois, na modificação dos esquemas cognitivos. 
A aprendizagem então é um processo de construção de conhecimentos, no qual estamos 
sempre aprendendo seja para encadear novos pensamentos e experiências ou para ressignificar 
o que já conhecemos e/ou compreendemos. Gómez e Terán (2009, p. 30) asseguram ainda que 
“aprender é um processo complexo e multifacetado que apresenta bloqueios e inibições em 
todos os seres humanos.”, com isso podemos inferir que nem sempre a aprendizagem ocorre 
de maneira tranquila e natural, pois mesmo que tenhamos facilidade para assimilar e com-
preender algumas coisas, sempre haverão outras que nós teremos mais dificuldade para apren-
der, contudo essa dificuldade não significa que a aprendizagem não possa ocorrer. 
Em relação a dificuldade de aprendizagem, alguns estudiosos a retratam como “[...] 
problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, recordar ou co-
municar informações.” (SMITH; STRICK, 2012, p.14). Nesta perspectiva os autores tratam da 
dificuldade de aprendizagem estritamente como um problema neurológico. 
Nesta perspectiva a dificuldade de aprendizagem é associada para além dos fatores 
neurológicos, abarcando também fatores psicológicos, biológicos e ambientais. Percebemos 
então que estas dificuldades podem ser geradas tanto por fatores intrínsecos como fatores ex-
trínsecos ao ser humano, uma vez que “um cérebro com estrutura normal, com condições fun-
cionais e neuroquímicas corretas e com um elenco genético adequado, não significa 100% de 
garantia de aprendizado normal.” (Rotta, 2006, p.113). Isto porque a aprendizagem não de-
pende apenas desses fatores, outros aspectos como os estímulos que serão oferecidos a criança 
11 
 
 
e o ambiente em que esta vive também são determinantes para seu desenvolvimento e apren-
dizagem. 
Segundo Smith e Strick (2012) dentre os fatores orgânicos que contribuem para a 
dificuldade de aprendizagem estão: patologias como encefalite e meningite, desnutrição, 
falhas ou alterações no desenvolvimento cerebral, hereditariedade, desequilíbrios químicos e 
em alguns casos as lesões cerebrais também podem ser responsáveis pela dificuldade. Já os 
fatores ambientais envolvem os estímulos oferecidos a criança tanto no ambiente familiar 
como no escolar, materiais e metodologia de ensino. Em relação aos aspectos psicológicos 
Gómez e Terán (2009, p. 102) alertam que 
As crianças respondem emocionalmente diante de diferentes situações 
como divórcios, problemas familiares, superproteção, rivalidade entre 
irmãos, morte de pessoas próximas, situações novas, etc. Devemos estar 
muito atentos às reações das crianças, buscando a forma de ajudá-las a 
manejar e elaborar estas situações, já que podem ser afetados diferentes âm-
bitos da sua vida, incluindo a aprendizagem. 
Este aspecto envolve principalmente a autoestima,ansiedade e como a criança conse-
gue se autorregular diante de suas vivências sejam elas positivas ou negativas. Levando em 
consideração que a aprendizagem passa pelo sistema nervoso central Smith e Strick (2012, 
p. 27) relatam que 
“[...] especialistas acreditam que alguns indivíduos desenvolvem dificuldades 
de aprendizagem porque partes de seus cérebros simplesmente amadurecem mais 
devagar que o habitual.”, este aspecto é bastante relevante para ser considerado, 
uma vez que cada ser humano é único e por mais que sejam estabelecidos deter-
minados padrões para o desenvolvimento que são semelhantes para a maioria, não 
serão todos que conseguirão se encaixar dentro destes, pois cada ser humano é 
diferente do outro, ou seja, amadurecemos e respondemos aos estímulos de manei-
ras diferentes. Gómez e Terán (2009) 
 
relatam também que algumas disfunções e alterações do sistema nervoso central podem 
se originar durante a gravidez, através de doenças virais, falta de nutrientes, alcoolismo, taba-
gismo, drogas, entre outros; durante o parto com a falta de oxigenação, baixo peso, desnutrição, 
infecções neonatais e prematuridade; e após o parto por meio de acidentes e traumas neurológi-
cos, infecções, intoxicações e desnutrição. 
 
 
12 
 
 
Nesse ponto é necessário destacar a diferença entre distúrbio de aprendizagem 
e dificuldade de aprendizagem. Concordo com Osti (2012), quando esta explica que a 
diferença entre estes dois termos é bem sutil, e destaca que o distúrbio se refere a um 
problema mais intensificado com um comprometimento neurológico e orgânico maior, 
enquanto a dificuldade de aprendizagem deriva de problemas como falta de motivação 
e estimulação, inadaptação, sendo que estes problemas não se encontram somente no 
aluno e por isso mesmo a dificuldade pode ser trabalhada na sala de aula, porém quando 
não tratada pode vir a se tornar um distúrbio. A autora ainda explicita que o diagnóstico 
da dificuldade de aprendizagem, 
[...] deve ser feito por uma equipe interdisciplinar envolvendo o médico da 
criança, um pedagogo, psicólogo, psicopedagogo, terapeuta, envolvendo 
também o professor e a família. Somente através de uma anamnese realizada 
com a família da criança, caracterizando a queixa apresentada pelo profes-
sor, fazendo um exame clínico que procure investigar possíveis disfunções 
neurológicas no sistema nervoso central, uma avaliação psicopedagógica que 
identifique o nível e as condições de aprendizagem dessa criança e de um 
exame psicológico objetivando analisar características pessoais, patologias, 
é que será possível ter a certeza e comprovar uma dificuldade de aprendiza-
gem ou um distúrbio de aprendizagem. (Osti, 2012, p.56) 
García, J. (2010) também reforça que o diagnóstico da dificuldade deve ser feito de 
maneira diferenciada em relação aos outros transtornos próximos, pois uma pessoa pode 
possuir além da dificuldade outro transtorno e por isso é necessário classificar ambos, sabendo 
que se tratam de dois transtornos superpostos. Alguns exemplos são: 
- o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade (attention deficit hy-
peractivity disorder: ADHD); 
- os transtornos da fala [...], como a gagueira e a linguagem confusa; 
- outros transtornos da infância, meninice ou adolescência, como o mutismo 
seletivo ou o transtorno por déficit de atenção indiferenciado; 
- a deficiência mental ou os transtornos generalizados do desenvolvimento. 
(GARCÍA, J., 2010, p. 73) 
Uma definição mais atual das dificuldades de aprendizagem é retratada por Osti (2012), 
quando esta considera que estas são entendidas como um grupo heterogêneo de transtornos 
que podem afetar crianças, adolescentes e adultos se manifestando por meio de atrasos ou 
dificuldades na escrita, leitura e cálculo. Neste estudo trataremos mais especificamente das 
dificuldades em leitura e escrita. 
 
13 
 
 
 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
O número de alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita 
tem sido cada vez maior. Dentro deste contexto, os estudos e publicações relacionados a temát-
ica da alfabetização tem sido crescente, contudo ainda hoje não há um consenso entre os 
pesquisadores sobre qual é o melhor método para se alfabetizar, talvez por que não existam 
receitas a serem seguidas, uma vez que 
[...] a aprendizagem da língua escrita é um processo multifacetado: tanto a 
tecnologia da escrita quanto o uso dela têm diferentes facetas, envolvem 
diferentes competências, fundamentam-se em diversos referenciais teóricos; 
cada faceta tem uma natureza diferente e, portanto, demanda um tratamento 
diferente- um método diferente. Por isso é que, hoje, não se pode falar de um 
método para a aprendizagem do ler e do escrever, mas de métodos usados 
simultaneamente e de forma articulada.” (SOARES, 2011, p.134, grifo do 
autor) 
Assim como o processo de aprendizagem da leitura e escrita é multifacetado também 
são os sujeitos que estão envolvidos neste, uma vez que cada um carrega dentro de si distintas 
experiências, vivências e habilidades. Com isso podemos inferir que não existem métodos 
bons ou ruins, o que existem são diferentes formas e estilos de aprendizagens, uma vez que os 
indivíduos apresentam distintas formas de aprender e compreender os conteúdos. Isso nos 
leva a refletir sobre a questão da inteligência, ou seja, como os indivíduos se desenvolvem e 
adquirem estratégias para aprender e assimilar o conhecimento. 
Assencio-Ferreira (2009) em seu estudo retrata a teoria das inteligências múltiplas de 
Gardner que explana que possuímos oito tipos de inteligência que são: inteligência linguística, 
lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, intrapessoal, interpessoal, musical e natu-
ralista. A seguir explicaremos resumidamente o que configura cada dessas inteligências. 
A inteligência linguística se refere a capacidade universal para a fala, escrita e leitura, 
pessoas que possuem este tipo de inteligência gostam de contar histórias, ler e escrever. Elas 
aprendem melhor vendo, escutando e falando as palavras; esta forma de inteligência é geral-
mente encontrada em poetas, escritores, redatores de textos para jornais, oradores, líderes pol-
íticos e publicitários. A inteligência lógico-matemática envolve a capacidade de desenvolver 
raciocínios dedutivos, usar e avaliar relações abstratas, supõe a aptidão de analisar problemas 
de maneira lógica. Pessoas com esta inteligência gostam de realizar experiências, descobrir, 
fazer perguntas, explorar relações e trabalhar com números, este tipo de inteligência é normal-
mente encontrada em matemáticos, engenheiros e cientistas. 
14 
 
 
A inteligência espacial é caracterizada como a capacidade de perceber informações 
visuais ou espaciais, pessoas com essa característica gostam de construir, desenhar, criar coisas 
e adoram mapas e tabelas; são boas em imaginar coisas, em observar diferenças, labirintos e 
quebra-cabeças, elas aprendem melhor sonhando, visualizando e trabalhando com cores e fo-
tos, comumente esta inteligência é vista em arquitetos, escultores, pintores, jogadores de 
xadrez e navegadores. 
A inteligência corporal-cinestésica envolve a habilidade de utilizar todo o corpo para 
expressar ideias e sentimentos. Incluí aptidões de coordenação, equilíbrio, força, flexibilidade, 
destreza, velocidade, capacidades auto perceptivas, táteis e percepção de medidas. Pessoas 
com esta inteligência são boas em atividades físicas, dança e atuação, elas gostam de se mover, 
tocar e falar utilizando a linguagem corporal, elas aprendem melhor processando o conheci-
mento através das sensações corporais, esta inteligência é habitualmente encontrada em atores, 
atletas, mímicos, bailarinos, pilotos de corrida e trabalhadores mecanicamente talentosos. 
A inteligência intrapessoal se refere a capacidade de ter conhecimento sobre si mesmo, 
de conhecer e lidar com suaspróprias emoções, de ter metas e objetivos a cumprir. Estas pes-
soas gostam de trabalhar sozinhas e persistem em seus próprios interesses, são boas em en-
tender a si mesmas, enfocar seus sentimentos e sonhos; sendo originais, seguindo seus instintos 
e perseguindo seus objetivos. Pessoas com esta inteligência aprendem melhor sozinhas, com 
projetos individuais e tendo seu próprio espaço, geralmente esta inteligência é encontrada em 
terapeutas, conselheiros, filósofos, dentre outros. 
A inteligência interpessoal envolve o relacionamento com o outro, pessoas com esta 
inteligência se relacionam bem com as outras pessoas e conseguem distinguir sentimentos 
pertencentes ao outro. Elas gostam de juntar-se a grupos e falar com pessoas, são excelentes
15 
 
 
em liderar os outros, entender pessoas, organizando, comunicando e manipulando. Aprendem 
melhor comparando, dividindo, cooperando, relacionando e entrevistando; habitualmente este 
tipo de inteligência é encontrada em professores, líderes religiosos, políticos, gerentes e 
relações públicas. 
A inteligência musical está relacionada a capacidade de produzir sons e ritmos; perce-
ber, discriminar e transformar formas musicais, pessoas com esta característica gostam de tocar 
instrumentos, cantar e escutar músicas, são ótimas em assimilar sons, tons, ritmos e lembrar 
melodias. Aprendem melhor pela música, melodia e ritmo, geralmente esta inteligência é en-
contrada em afinadores de piano, compositores, maestros, artistas, entre outros. A inteligência 
naturalista envolve a perícia para reconhecer, distinguir e classificar espécies de animais, veg-
etais ou minerais. Inclui sensibilidade para organizar e compreender fenômenos e padrões da 
natureza. Esta inteligência tem origem no instinto de sobrevivência, na qual o homem pré-
histórico dependia de uma percepção aguçada para identificar na fauna e flora o que podia ser 
ingerido ou não, geralmente esta inteligência é encontrada em mateiros, arquitetos e 
paisagistas. 
Com isso podemos concluir que o trabalho do educador deve ser feito de maneira a 
desenvolver e potencializar os diferentes tipos de inteligências, porém o que temos visto nas 
escolas e, sobretudo tudo nos currículos é a valorização de alguns tipos de conhecimentos e 
inteligências em detrimento de outras. Com base nessa assertiva, podemos dizer que os alunos 
que apresentam dificuldades para aprendizagem tendem a ser desvalorizados justamente por 
conta das suas dificuldades estarem em áreas que são mais valorizadas socialmente e academ-
icamente. 
Sob este aspecto as crianças com dificuldades para aprendizagem, 
 
[...] cujos cérebros desenvolvem-se desigualmente, às vezes, desenvolvem 
qualidades e talentos incomuns. Thomas Edison e Albert Einstein estão entre 
os gênios que tiveram problemas de aprendizagem; a lista de celebridades 
nos esportes, nos negócios, na política e nas artes que tiveram sérias 
dificuldades com a leitura, com a escrita ou com a matemática na escola é 
longa. Os pais e os educadores observam que as crianças com problemas de 
aprendizagem são, com frequência, excepcionalmente criativas. Já que as 
soluções tradicionais nem sempre funcionam para elas, tornam-se inventivas 
na elaboração de suas próprias soluções. (SMITH; STRICK, 2012, p. 27-28) 
16 
 
 
Nesse sentido para além de um trabalho que favoreça o desenvolvimento das diferentes 
inteligências, é preciso considerar que não existe um único caminho para a aprendizagem e 
para a resolução de problemas. Assim, o docente deve estar atento a estas questões de modo a 
valorizar as diferentes maneiras que os alunos aprendem, buscam e encontram para solucionar 
as questões que são postas e impostas a eles. 
Diante disso, professor e estudante podem reconhecer que todas as pessoas 
têm sua própria forma de aprender, sendo que isso se constitui numa carac-
terística humana. E, principalmente, admitir que a criança rotulada como ‘in-
capaz para a aprendizagem’ pode possuir inteligências que, se forem 
devidamente reconhecidas e estimuladas, contribuirão para o seu desenvol-
vimento global. (SILVA; PICCOLO, 2010, p.197) 
Notamos que dentro do contexto educacional o que está ocorrendo é uma tentativa de 
padronização de maneiras de se desenvolver, pensar e agir, nesse sentido Almeida (2011, p. 
23) alerta que 
Os padrões são totalizantes e tendem a colocar todas as crianças em um único 
patamar, e é claro que isto não funciona, pois os indivíduos possuem con-
dições orgânicas diferentes uns dos outros. Eles também possuem trajetórias 
e experiências de vida diferentes uns dos outros e, por fim, apresentam po-
tencialidades muito distintas de seus pares de idade ou da mesma condição 
social. 
Cabe ressaltar também o papel negativo que o erro tem ocupado na aprendizagem. 
Sabe-se que este faz parte deste processo e pode ser um indicador de onde estão as 
dúvidas e dificuldades dos alunos, contudo Sirino (2009, p. 95) considera que 
Apesar de sabermos que o erro tem sua importância como parte do processo 
de aprendizagem, na sala de aula, não é permitido errar. Os erros não são 
tolerados, as hipóteses elaboradas pelos alunos que, se compreendidas, po-
deriam conduzi-los ao aprendizado, não são consideradas no processo ensino-
aprendizagem. Assim sendo, aos poucos os alunos vão incutindo o medo de 
errar, pois sabem que o erro revela o não saber e isso tem conseqüências 
desagradáveis, pois aqueles que apresentam alguma dificuldade são rotula-
dos como incapazes [...]. 
O que acontece é que o erro tem sido apenas considerado como uma forma de revelar 
um não saber e não como um aspecto que faz parte do desenvolvimento e da aprendizagem, 
afinal aprender não é sinônimo de ausência de erros, uma vez que estes fazem parte do pro-
cesso e ajudam na construção do conhecimento e na formulação de hipóteses pelos alunos, 
além de ser um indicativo da maneira como o aluno está pensando e compreendendo os 
conteúdos. “Ao conceber o ‘certo’ como única possibilidade de o aluno expressar seu apren-
dizado, as professoras fazem avaliações pontuais e negativas do aprendizado deste, e assim 
tendem a criar obstáculos e inviabilizar outras possibilidades de construção de conhecimento 
17 
 
 
[...]” (SIRINO, 2009, p. 91). Nesse sentido, o erro deve ser visto de maneira mais natural para 
não criar rótulos e nem gerar nos alunos insegurança e medo, pois estes sentimentos tendem a 
inibir a aprendizagem. 
Na maioria das vezes tendemos a avaliar e olhar o aluno em todos os aspectos e 
conhecimentos que lhe faltam e em tudo o que ele não consegue fazer. De acordo com Disner 
(2010), o professor não pode enfatizar somente as dificuldades dos alunos, pois esse procedi-
mento não induz a mudanças na aprendizagem e, na verdade, pode gerar mais entraves e im-
plantar o rótulo de que os estudantes não aprendem e não poderão aprender. 
Percebemos assim que, as atitudes e maneiras que o professor estabelece no modo de 
lidar e agir com os alunos que possuem dificuldades irão determinar a relação que o aluno 
estabelecerá não só com o conhecimento, mas também com o professor. Uma vez que o pro-
fessor ao demonstrar que não acredita no desenvolvimento do aluno este passará a duvidar de 
si mesmo ou a não acreditar também em si e como consequência ele terá menor interesse/von-
tade de participar da aula e deixará de fazer o melhor que pode nas tarefas escolares, pois já 
estará internalizada nele a concepção de que não importa o quanto tente e se esforce ele não 
irá conseguir aprender. 
Nesse contexto, Osti e Brenelli (2012), com base em sua pesquisa realizada com profes-
sores da rede pública, explicitam que o grupo por elas entrevistados, representam de maneira 
diferente alunos com e sem dificuldades de aprendizagem, sendo que a família é uma das 
causas atribuídas a não aprendizagem. Quando o docente percebe a dificuldade, ele encaminha 
o estudante para um atendimento especializado,para as autoras essa atitude afasta a possi-
bilidade de intervenção, uma vez que o docente passa a responsabilidade do auxílio à criança 
a outro profissional. As autoras ainda destacam que “é obrigação do professor avaliar sua 
prática com base no aluno, pois achar que o estudante não aprende faz com que professores e 
alunos tomem rumos distantes, afastando a possibilidade de uma relação dialógica.” (OSTI; 
BRENELLI, 2012 p.383). 
O modo de agir do professor perante as dificuldades do aluno também irá determinar a 
maneira como os outros alunos irão interagir e enxergar os alunos que possuem dificuldades. 
Sob este aspecto faz-se necessário que o professor assuma a responsabilidade que lhe cabe 
para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos que apresentam dificuldades, pois mesmo 
que o aluno precise de um atendimento especializado isso não isenta o professor de seu com-
promisso e responsabilidade em ensinar aquele aluno, visto que “[...] é possível acolher 
18 
 
 
todas as crianças na escola quando se assume a responsabilidade pela aprendizagem de to-
dos 
os alunos.” (CHALUH, 2009, p.82). 
 
Devemos tomar cuidado para não acabar rotulando os alunos que possuem 
dificuldades para a aprendizagem, pois isso tende a dificultar ainda mais seu desenvolvimento 
e motivação em aprender, e isso também acaba interferindo em sua autoestima. Para que estes 
alunos possam avançar na aprendizagem é fundamental que o professor demonstre acreditar 
em sua capacidade e procure motivar o mesmo, buscando valorizar os conhecimentos que o 
aluno traz consigo e também ressaltar seus acertos, reconhecendo e percebendo não só o que 
lhe falta aprender, mas também o que ele pode e consegue fazer sozinho. Nesse sentido: 
 
É muito importante identificar os pontos fortes dos estudantes com 
dificuldades de aprendizagem por várias razões. Em primeiro lugar, eles pre-
cisam usar seus pontos fortes para compensar as áreas fracas. Embora façam 
isso até certo ponto instintivamente, o processo de aprendizagem pode ser 
bastante simplificado se todos (em especial o aluno) entenderem de forma 
clara quais são seus pontos fortes. (Pode rapidamente ficar claro, por exem-
plo, que um aluno que tem dificuldades com a escrita, mas fala bem, deva 
começar ditando seus primeiros rascunhos das lições a alguém que escreva 
bem, a um gravador ou a um computador.) Em segundo lugar, a fim de man-
terem sua auto-estima, é importante que os estudantes com dificuldades ob-
tenham amplas oportunidades de fazer o que conseguem fazer bem. A escola 
geralmente lhes dá muito tempo para a prática do que fazem mal, e, sem 
algum equilíbrio, essas crianças tendem a acabar se sentindo fracassadas. 
(SMITH; STRICK, 2012, p. 111-112) 
 
É necessário também que o professor seja mais flexível na realização das tarefas para 
os alunos que possuem dificuldades, pois eles podem precisar adaptações ou de mais tempo 
para fazer as mesmas, ou ainda de mais explicações para conseguir compreender o que deve 
ser feito 
As crianças com dificuldades de aprendizagem não conseguem se adaptar à 
rigidez na sala de aula. Para progredirem, tais estudantes devem ser encora-
jados a trabalhar à sua própria maneira. Se forem colocados com um profes-
sor inflexível em relação a tarefas e testes, ou que use materiais e métodos 
inapropriados às suas necessidades, eles serão reprovados. [...] também é 
verdade que os déficits tendem a apresentar uma melhora, ou mesmo a de-
saparecer, em aulas nas quais os professores criativos e flexíveis fazem um 
esforço para combinar as tarefas com os níveis de prontidão e os estilos de 
aprendizagem de seus alunos. Uma vez que as crianças típicas também de-
sabrocham nessas aulas, parece justo dizermos que pelo menos parte da 
19 
 
 
solução para a crescente demanda por serviços de educação especial seja uma 
melhora no planejamento do currículo e no treinamento dos professores.”( 
SMITH; STRICK, 2012, p.36) 
 
 
Lembrando que no trabalho com qualquer aluno as atividades devem ser elaboradas e/ou 
adaptadas de modo que elas não sejam nem muito fáceis e nem muito difíceis para que dessa 
maneira o aluno não fique desestimulado. 
Não procuramos aqui culpabilizar ou colocar o professor como único responsável pelo 
trabalho e aprendizagem dos alunos com dificuldades, uma vez que “as investigações sobre as 
causas dos problemas e/ou dificuldades de aprendizagem passam pela política e legislação 
educacional, formação, valorização e condições de trabalho dos professores.” (GARCIA, L., 
2010, p.31). Nesse sentido para que a aprendizagem dos alunos e o trabalho do professor sejam 
desenvolvidos com maior qualidade é necessário que haja um maior investimento de políticas 
públicas que trabalhem em favor da valorização e formação da carreira docente, invistam em 
melhores estruturas dos prédios das escolas e em materiais para o ensino; além disso, outros 
fatores que dificultam o trabalho do professor e comprometem a aprendizagem dos alunos são 
as salas de aulas superlotadas e a sobrecarga de trabalho dos docentes. 
A fim de obter progresso intelectual, as crianças devem não apenas estar 
prontas e ser capazes de aprender, mas também devem ter oportunidades 
apropriadas de aprendizagem. Se o sistema educacional não oferece isso, os 
alunos talvez nunca possam desenvolver todas as suas habilidades, tornando- 
se efetivamente ‘deficientes’, mesmo que não tenham problemas neurológi-
cos. Infelizmente, muitos alunos precisam lutar para dar o melhor de si sob 
condições abaixo do ideal nas escolas do nosso país. (SMITH; STRICK, 
2012, p.35, grifo do autor) 
 
Outro aspecto que merece ser destacado é que geralmente quando a criança apresenta 
dificuldades para aprendizagem do conteúdo escolar a culpa por essa não aprendizagem recai 
também sobre a família do aluno, “naturalmente, a vida familiar de uma criança exerce in-
fluência sobre sua expectativa e atitude para com o uso do material escrito, podendo justificar 
o fracasso escolar em grande parte, mas isso não é determinante.” (CASTRO, 2011, p.76). O 
fato da criança não ter se desenvolvido em um ambiente estimulante e não ter tido contato com 
diferentes materiais portadores de texto, não significa que somente por conta deste fator ela 
não conseguirá aprender a ler e a escrever, pois mesmo que ela não tenha tido um ambiente 
familiar propicio para o seu desenvolvimento, a escola como instituição social deve propor-
cionar ao aluno o contato com estes materiais e com o conhecimento sistematizado. 
20 
 
 
Para que os alunos com dificuldades possam se desenvolver da melhor maneira 
possível é necessário que cada profissional envolvido no trabalho com estes alunos faça sua 
parte, lembrando que a família também tem um papel fundamental para a aprendizagem deste 
alunado, contudo: 
[...] mesmo a participação da família no processo de aprendizagem sendo 
imprescindível, frequentemente os pais têm apenas uma noção intuitiva so-
bre o seu real papel e a importância do apoio que podem oferecer a seus filhos 
no enfrentamento dos desafios escolares. (GUIDETTI; MARTINELLI, 
2009, p. 288) 
 
Para além de proporcionar um ambiente estimulante “[...] os pais e a família podem 
direcionar positivamente o aprendizado escolar, a motivação da criança para os estudos e o 
desenvolvimento de competências interpessoais que favorecem a socialização ou vice-versa.” 
(BAGGIO, 2010, p. 30). 
Mediante o exposto percebemos que o processo de aprendizagem envolve vários as-
pectos implícitos e explícitos, sendo assim: 
A educação deve tratar o ser humano em toda sua dimensão, tendo como 
foco o indivíduo, rompendo com uma visão reducionista de aprendizagem, 
DA [dificuldade de aprendizagem] e Inteligência. Além disso, não se pode 
ter uma visão que enfatiza a responsabilidade do sucesso da aprendizagem 
sobre a criança, ou sobre o professor. Pode ser que a responsabilidade do 
insucesso da aprendizagemseja de todo um Sistema Educacional e nessa 
dura realidade, o professor torna-se o grande vilão da aprendizagem, e o 
papel de vítima é do aluno. (SILVA; PICCOLO, 2010, p.207) 
 
 
21 
 
 
CAPÍTULO III – ABORDAGENS E TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 
É remoto o surgimento do interesse do homem em discutir questões sobre a natureza do 
conhecimento e sua origem. Os filósofos da Antiga Grécia já debatiam questões e conceitos que 
seriam estudados pela atual psicologia. Platão já divulgava a ideia de que o conhecimento é 
sempre a projeção daquilo que já se sabe que está dentro de nós de maneira inata. Em 
contrapartida, seus discípulos Aristóteles rejeitava esta ideia divulgando a visão da tábula rara, 
isto é, de que o conhecimento era adquirido através dos sentidos que dotam a mente de imagens 
que se associam entre si (ALENCAR, 1993) 
Hoje existem teorias resultantes desta concepção associacionista do conhecimento e da 
aprendizagem. A teoria comportamentalista é do exemplo da principal delas, que estabelece o 
conhecimento humano sendo constituído exclusivamente por impressões e ideiais. As 
impressões seriam os dados primitivos recebidos através dos sentidos, enquanto as ideias seriam 
copias que a mente recolhe dessas mesmas impressões, que perdurariam, desaparecidas estas 
ultimas. Assim a origem do conhecimento seria as sensações, até o ponto que nenhuma ideia 
poderia conter informação que não houvesse sido recolhida previsamente pelos sentidos. 
 No entanto, as ideias não têm valor em si mesmas. Segundo Pozo (1999), o conhecimento 
é alcançado mediante a associação de ideias seguindo os princípios de semelhança, 
continuidade espacial e temporal, e causalidade. 
Por considerar que o principio motor do comportamente situa-se fora do organismo, à 
aprendizagem sempre é iniciada e controlada pelo ambiente, descartando, pois, a carater 
biologico da aprendizagem. As leis da aprendizagem são igualmente aplicáveis a todos os 
ambientes, espécies e indivíduos, isto querendo dizer que só existe uma única maneira de 
aprender: por associação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
3.1 – O PAPEL DA MOTIVAÇÃO PARA APRENDIZAGEM ESCOLAR 
 
A motivação caracteriza-se como um impulso que faz com que as pessoas ajam para 
atingir seus objetivos ou também como uma força que se encontra no interior de cada pessoa, 
estando geralmente ligado a uma aspiração. Tendo a motivação um papel relevante porque é 
quando a mesma se dar que a aprendizagem acontece e o professor deve ser este papel de 
incentivo na aprendizagem escolar. 
 
Desta forma para Oliveros (2003), considera motivação como: [...] o con-
junto dos meus motivos, de tudo aquilo que, a partir do meu interior, me 
move a fazer (e a pensar e a decidir). Pode expressar também a ajuda que 
me presta outra pessoa para reconhecer os meus motivos dominantes a ter 
outros mais elevados, a retificar motivos torcidos (não retos ou corretos), a 
ordená- los ou hierarquizá-los. (OLIVEROS, 2003, p. 59) 
Os docentes enfrentam dificuldades com o incentivo, pois ainda encontram alunos des-
motivados, faltando assim condições necessárias para uma boa motivação e interesse por parte 
dos educandos: como a dinâmica na interação entre os indivíduos e a prática das atividades 
antes apresentada somente com a teoria. Aliado a isso vemos também a grande força de von-
tade expressa pelo autor, quando ele admite que é necessário a presença de pessoas que possam 
avaliar e ajudar na correção de pontos que necessitam ser reavaliados, o conhecido trabalho 
em equipe, que é necessário na maioria das atividades a serem realizadas em nosso cotidiano, 
para que possamos desenvolver nossa cooperação e outras virtudes que podem ser fortalecidas 
durante o processo, tanto para os profissionais como para o agir com humanidade, ampliando 
a empatia e altruísmo. 
Segundo Zig Ziglar: As pessoas dizem frequentemente que a motivação não dura. 
Bem, nem o banho- e é por isso que ele é recomendado diariamente. 
Em harmonia com Zig ZIglar, a motivação é um conjunto de motivos que nos leva 
todos os dias a ter razões para realizar nossos objetivos e a transformá-los em realidade, 
visando essa atitude como um processo gradativo, e que necessita ser aplicado diariamente. E 
apesar de ser realizado em pequenas quantidades é um método de agregação contínua de 
conhecimento, que resultará em melhorias nessa constante caminhada de aperfeiçoamento. 
Uma avaliação contínua e assim nos manteremos sempre motivados, com ânimo para tra-
balhar, prosseguir e lembrar que estes estão nos fazendo persistir com coragem e aptidão. 
23 
 
 
Acredita-se muitas vezes, que o impulso deve ser tido para si, e depois de tê-lo, direcioná-los 
para a ação; mas após algum tempo é comum sentir a presença do cansaço para prosseguir seu 
planejamento, e é onde os objetivos tornam-se mais distantes de se tornarem realizados; isso 
porque a motivação, pilar fundamental na construção do propósito, não foi fixado com vigor, 
pois como já foi dito, deve-se possuí-lo como aliado constante, para que caminhe ao lado do 
ideal, e assim torne-se uma base sólida para alcançar o objetivo, o tão almejado conhecimento. 
 
Com o objetivo de compreender a energia e a direção do comportamento 
motivado, a Teoria da Autodeterminação postula a existência de algumas 
necessidades psicológicas básicas e inatas que movem os seres humanos, 
sendo definidas como os nutrientes necessários para um relacionamento 
efetivo e saudável destes com seu ambiente. Uma vez satisfeita, a neces-
sidade psicológica promove sensação de bem-estar e de um efetivo fun-
cionamento do organismo (Deci& Ryan, 1985, 1996, 2000; Deci& cols., 
1991; Ryan &Deci, 2000a, 2000b) 
Concordando com Deci, motivação é e deverá ser sempre uma grande aliada em nossas 
vidas, sendo assim, um fator crucial para um desenvolvimento aceitável tanto para um bom 
ser humano quanto para um bom profissional, destacando que ambos precisam encontrar um 
estado de equilíbrio para o ser em si, pois um complementa o outro, tornando-se essencial 
para o estímulo do indivíduo, que instiga dentro de si desejos críticos e humanos que o façam 
progredir, e assim, superando as dificuldades, conseguiremos ir mais além para alimentar nos-
sos desejos até que se tornem realidade. 
São três motivações que se encontram em todas as pessoas humanas, em-
bora em proporções distintas. Se predominar a motivação extrínseca, a pes-
soa está dependente, de certo modo, das reações dos outros e atua inter-
esseiramente; se predominar a intrínseca, a pessoa pode decidir-se pela 
ação, tendo em vista a sua melhoria pessoal; se predominar a transcendente 
a pessoa atua pensando ou abrindo-se às necessidades alheias ou à melhoria 
pessoal dos destinatários da sua atividade(OTERO, 2003,p. 54) 
 
Na motivação extrínseca, a conduta é influenciada pelo meio exterior, nem o sujeito e 
nem a tarefa individualmente são resultados destes, mas sim a interação entre ambos. 
A motivação intrínseca relaciona-se com tarefas que satisfazem por si só o sujeito, ou 
seja por metas internas. Enquanto que a motivação transcendente se resume em se preocupar 
com as outras pessoas. 
24 
 
 
Otero (2003) considera importante esta classificação e ressalva a importância de educadores 
e pais ajudarem a direcioná-la com o objetivo de um resultado positivo e promissor, pois a 
motivação de cada pessoa depende da força de seus motivos, estes que são definidos como 
necessidade ou impulso de cada indivíduo e se encontra no interior de cada qual ligada geral-
mente a um objetivo desejado. 
 
Explicara motivação pela satisfação dos trabalhadores, constitui um erro ou, 
pelo menos, uma grosseira aproximação de um desencadeamento complexo 
de fenômenos que são, ao mesmo tempo, causa e efeito que se sucedem com 
intervalos irregulares de tempo e são beneficiados por condições externas 
específicas.(Levy-Leboyer, apud Bergamini, 2006, p.83)Fazendo o paralelo do pensamento com o processo pedagógico, sabe-se que não pode 
se tirar conclusões precipitadas, devido ao fato de estatísticas da revista Mundo Jovem apon-
tarem um alto índice de satisfação por parte dos alunos, logo esta depende também de fatores 
externos, servindo de alerta para que os docentes não se descuidem e procurem maneiras ino-
vadoras para impulsionarem os alunos a novas descobertas. 
Com inovação constante, esta que permite a ampliação do conhecimento desejado, 
pois o público de alcance irá variar conforme o decorrer dos anos, por isso há tantos debates 
de como tornar o saber com algo relevante a todos, e se isso for alcançado com êxito por 
grande parte dos professores, eles estarão a cada dia dando passos que conduzem os seres 
a um novo tempo, aquele que além do conhecimento estar acessível a todos, ser algo que inter-
essa também, pois nada valerá o conhecimento se ele não for passado a quem interessa, pos-
teriormente prosseguiremos para o estado de educação tão difundido por muitos educadores e 
pensadores, como exemplo de Paulo Freie e Vigotsky. 
 
Do ponto de vista de Paulo Freire, a satisfação pela aprendizagem não se dar apenas ao 
final, mas durante todo seu processo de desenvolvimento. Desse ponto de vista é necessário 
compreender que focar apenas na chegada, que é o ápice dos objetivos, e não dar importância, 
como o próprio autor fala, a boniteza e alegria de alcançar as pequenas conquistas que fazem 
parte do propósito citado anteriormente, não trará o entusiasmo completo, porque ao se olhar 
25 
 
 
 
para trás e lembrar que o trabalho depositado não foi valorizado da forma devida deixará a 
desejar para quem alcançou o êxito. 
Logo, pode-se observar que o modo pelo qual se caminha, onde se examina e investiga 
para otimizar a maneira do aprendizado, deve ser valorizada e vista como crucial durante o 
estudo, porque será observado de uma forma positiva, tanto para quem ensinou quanto para 
quem a aprendeu, pois teve uma dinâmica que ampliou os olhares do conhecimento, 
ressaltando que as áreas de conhecimento podem ser ampliadas se esse processo foi feito com 
o devido vigor, ainda mais se teve o essencial durante o trabalho em equipe, que foi a cooper-
ação, por parte de cada membro que compõe o ambiente favorável a se adquirir novos conheci-
mentos, pois é algo que vem sendo bastante discutido na pedagogia. 
 
Se descobrirmos as necessidades e a forças vivas da criança, e se lhe puder-
mos dar um ambiente constituído de materiais, aparelhos e recursos – físi-
cos, sociais e intelectuais – para dirigir a operação adequada daqueles im-
pulsos, e forças, não temos que pensar em interesse. Ele surgirá natural-
mente. Porque então a mente se encontra com aquilo de que carece par vir 
a ser o que deve. (DEWEY, 1954, p.85) 
 
O verdadeiro interesse está ligado a certas circunstâncias, que levam o indivíduo a em-
penhar todo o esforço em determinada ação, e também se liga à satisfação que provém do 
sujeito conhecedor de seu próprio desenvolvimento. Relaciona-se esse ponto a uma visão do 
saber almejado ou onde se quer chegar, sendo que a palavra motivação, por si própria já carrega 
esse significado, o motivo para a ação. Junto a isso pode-se também perceber a necessidade 
de sair de nossa zona de conforto, e procurarmos soluções para cada situação envolvendo a 
motivação. Dessa forma, Dewey nos encoraja a assumir a responsabilidade de nossas ações, 
para ousarmos e tomarmos a iniciativa que resulte no encontro, de maneira eficiente, com 
recursos necessários, onde a ação motivadora aconteça. Para Freire, ninguém caminha sem 
aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o 
sonho pelo qual se pôs a caminhar. 
De acordo com Paulo Freire, é importante reforçar a ideia de que é necessário a utilização de 
métodos e estar caminhando lado a lado com a organização para que se compreenda a realidade 
(situação em que os estudantes se encontram) e o objetivo (onde se quer chegar). Para os edu-
candos não é diferente, pois além de ter as qualidades citadas anteriormente também é 
necessário fazer a manutenção constante do seu desejo, pois é enfatizado o retocar do sonho, 
26 
 
 
 
que é um trabalho necessário para quem deseja ter êxito em suas ações, tendo como exemplo 
a interação aluno e professor, que para muitos não era algo importante, pois era apenas 
necessário fazer com que todos tivessem o conhecimento em sua cabeça. 
Mas vale evidenciar que hoje, nós professores não estamos limitados somente a isto, 
pois o estudo e estabelecimento de laços de amizade tornou-se importante numa sociedade 
cada vez mais globalizada, devido ao fato de muitos estudantes cada vez mais se sentirem 
desmotivados para adquirir conhecimento, por aparentemente existirem assuntos mais im-
portantes a se tratar na sua idade. 
Percebe-se que a própria construção do conhecimento é importante para o desenvolvi-
mento do ser humano, e isso não se limita apenas a escola instituição, ela se estende para todas 
as situações da vida, pois ao se parar e pensar bem a todo momento estamos adquirindo 
conhecimento, de uma forma ou outra, e quando através dos educadores encontramos formas 
que possibilitem esse processo, o aprendizado acontece de maneira simples e espontânea. 
Essa atividade do aprender tornou-se cada vez mais complexa no decorrer dos anos, 
pois o acesso ao fluxo de informações tornou-se mais intenso, por isso a necessidade de 
adquirirmos o que é mais conveniente. Para uns esses atos são considerados simples, e acabam 
não valorizando, já outros e minoria, sabem da importância do caminhar, da felicidade durante 
o seu desenvolvimento, e essa última ideologia, no ramo pedagógico deve ser a mais im-
portante e ser tida como exemplo para integrá-la aos alunos. 
Sabe-se que muitos ficam insatisfeitos antes mesmo de iniciar o projeto, mal sabendo 
que a felicidade está no caminho dele, a cada conquista e até mesmo a cada revés, pois neces-
sitará de uma grande força de vontade para compreender que estes existem como aprendizado 
para que atitudes sejam reavaliadas e que consigamos estender nosso potencial ao máximo. 
 
Segundo Oliveira (2002) Aprendizado ou aprendizagem é o processo pelo 
qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a 
partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. 
É um processo que se diferencia dos fatores inatos[...] justamente por sua 
ênfase nos processos sócio históricos, a ideia de aprendizado, inclui a inter-
dependência dos indivíduos envolvidos no processo. O termo que ele utiliza 
em russo (obuchenie) significa algo como “processo de ensino- aprendiza-
gem”, incluindo sempre aquele que aprende, aquele ensina e a relação entre 
essas pessoas (Vigotsky apud OLIVEIRA, 2002, p.57). 
 
27 
 
 
 
Para Oliveira, essa prática é fundamental para o aprimoramento da autossuficiência 
dos alunos e professores. Seguindo a mesma linha de pensamento, para que os professores 
alcancem caminhos inovadores é preciso que eles compreendam que através de conheci-
mentos já obtidos podemos seguir o seu raciocínio, aperfeiçoando-os ou os redirecionando 
para a aprendizagem em outros setores; e aí que está a essência desse pensamento, saber e 
conhecer a fim de prover. Sabe-se que se um conhecimento não é igual ao anterior, ou ele 
servirá para acrescentar ou para modificar, e através disso, devemos compreender que temos 
o direito de ensinar e também intervir caso vejamos que seja necessário direcionar o aprendi-
zado pelo caminho que mais trará rendimento positivo para o aluno. 
Conforme alerta Nóvoa (1992, p. 25): A formação não se constrói por acu-
mulação (de cursos, de conhecimento ou de técnicas), mas sim por um tra-
balho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção perma-
nente de uma identidade pessoal. E acrescenta: Por isso, e tãoimportante 
investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência. 
Nessa perspectiva, logo percebemos que o processo de formação pedagógico está 
longe do desejável, pois o rendimento dos alunos é espelho do empenho no momento de ensino 
por parte dos professores. De fato, esse processo poderia ser revertido se cada docente tivesse 
como meta o desenvolvimento individual e coletivo dos presentes em suas instituições. 
Devido a fatores socioeconômicos essas metas foram retiradas ou reduzidas do 
planejamento individual, ou seja, aquele feito por livre e espontânea vontade. Pode-se ter em 
mente, como recuperação desse planejamento ainda que paulatinamente a revisão de con-
ceitos, pois só teremos avanços positivos em nossa sociedade se começarmos a expandir o 
conhecimento de seus cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
3.2 – TIPOS DE MOTIVAÇÃO 
 
 
 Dois tipos de motivação tem sido amplamente incorporados no estudo com a 
perspectiva motivadora: a motivação extrínseca e a motivação intríseca. 
 Segundo Engelmann (2010, p.45): 
 
A motivação intriseca tem sido assoicada diretamente aos construtos 
de competência, autodeterminação e autonomia, enquanto que a 
motivação extrínseca articula-se com a performance com vistas a 
uma recompensa fornecida por um agente externo. 
 
Entende-se, pois, que a motivação intrínseca relaciona-se com as potencialidades do 
indivíduo, com sua prórpia capacidade de buscar e exercitar a necessidades e aptidões, a fim de 
atingir a satisfação. 
Guimarães (2001, p. 37) endossa que: “ a motivação é compreendida como sendo uma 
propensão inata e natural dos seres humanos para envolver o interesse individual e exercitar 
suas capacidades, buscando e alcançando desafios ótimos”. 
Se é uma tendência natural do homem, então quer dizer que ele não necessita de fatores 
externos para sentir-se motivado, pois a fonte geradora da motivação está em seu interior e a 
utiliza para suprir as necessidades para inovar e criar. 
No entender de Engelmann (2010, p. 46): 
 
Uma observação importante neste aspecto é que as pessoas podem se 
manifestar como intrisecamente motivadas para certas atividades enquanto 
que para outras não. Além disso, nem toda pessoa é motivada 
intrisecamente para qualquer tarefa específica, significando assim que os 
indivíduos estabelecem uma relação com a tarefa ou atividade em si. Isto 
significa que o envolvimento intríseco não é a manifestação de um traço 
de personalidade e, sim, um estado vulnerável a condições socio-
ambientais. 
 
 E é nessa perspectiva que se apresenta a motivação extríseca, associada com as condições 
externas, as condições sócio-ambientais. Basta dizer que nesse tipo de motivação o indivíduo 
relaciona-se com a resposta a uma determinada situação com a qual ele poderá beneficiar-se, 
uma recompensa, por exemplo. 
 Para Guimarães (2001, p. 46) 
 
A motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar 
em resposta a algo externo à tarefa ou atividade, como para obtenção de 
recompensas materiais ou sociais, de reconhecimento, objetivando atender 
29 
 
 
 
aos comandos ou pressões de outras pessoas ou para demonstrar 
competências e habilidades. 
 
Em outras palavras a motivação extríseca, diz respeito a realização de uma atividade para 
atingir algo ou porque conduz a um resultado esperado, constratando assim com a motivação 
intríseca. Ela se caracteriza pela realização da ação pelo indivíduo, visando o reconhecimento 
ou o recebimento de recompensas materiais ou sociais, enquanto que a motivação intrínseca é 
tida como autônoma, a extrínseca se relaciona com o controle externo, conforme visto 
anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.3 – ESTRATEGIAS MOTIVACIONAIS 
 
Na categoria temática de estratégias motivacionais os relatos de professores indicam 
um conjunto de ações, a saber: planejar a partir do conhecimento dos alunos; planejamento de 
atividades com envolvimento de dinâmicas; tornar a sala de aula agradável e que propicie o 
desenvolvimento de autoestima tanto de professores quanto de alunos; conhecer o perfil social 
de cada pessoa (verificando a classe socioeconômica, sexo, dentre outros aspectos) para poder 
selecionar elementos que motivem o discente; a identificação de problemas que atrapalham a 
motivação e criação de um ambiente agradável e alegre, favorável á aprendizagem, por meio 
de brincadeiras. 
A Professora 01 demonstra em seu discurso que a dinâmica seria uma estratégia rele-
vante para desenvolvimento de práticas educativas motivacionais: 
 
Fazendo o planejamento necessário com atividades que envolva 
dinâmica, [...] voltados para a atualidade, para que eu me sinta motivada 
em exercer a minha profissão em sala de aula (PROFESSORA 01). 
 
O Professor 02 elucida a necessidade de conhecimento do contexto social do educando, 
em que: 
 
A primeira coisa que a gente procura saber é conhecer o perfil da pessoa. 
Poder aquisitivo, raça, sexo, tá certo! “Pra” saber como motivar essa 
pessoa. O poder econômico é um deles, é, pior ainda. Seguido aí do 
preconceito, bullying, essas coisas. A pessoa sofre a situação, então a 
primeira motivação é procurar saber o problema da pessoa, ter um di-
agnóstico, pra saber proceder a uma forma de motivá-lo (PROFESSOR 
02). 
 
O Professor 03 destaca o ambiente social agradável: 
 
[...] tornar a aula mais agradável, mais alegre vamos dizer assim né. O 
fato “deu” brincar com eles, o fato “deu” desafiar, né! Eu acho que seja 
estratégia. De fazer, eles entenderem a importância deles mesmos, que 
eles podem, eles conseguem (PROFESSOR 03) 
 
 
Considerando a resposta sobre a estratégia de motivação conhecer o perfil da turma. 
Santos (2011) corroborando com essa ideia, afirma ser necessário que o professor conheça seus 
alunos, pois para eles são direcionados o conjunto de ações e na medida do possível as 
apresentações em sala de aula devem ir ao encontro de gostos e preferências dos alunos. Lou-
renço e Paiva (2010) dizem que os profissionais da educação devem organizar e planificar os 
31 
 
 
 
interesses de aprendizagem da turma, de modo interdisciplinar, elucidando a fusão dos 
conteúdos. 
A ação de conhecer os alunos está relacionada à afetividade e autoestima, usadas como 
estratégias no processo de ensino e aprendizagem. A afetividade pode ser negativa e atrapalhar 
o ensino, configurando-se numa série de combinações, variações e características (GOLEMAN, 
2012). Quando o docente Carlos diz que remete a afetividade positiva e a proximidade emo-
cional com os educandos se percebe a importância de apreciar que emoções o aluno comunica 
em suas atitudes, discursos e comportamentos, para que possa selecionar e organizar suas es-
tratégias de aprendizagem. 
A partir desse referencial, Miras (2004, p. 219) diz ser: 
 
Inegável a influência dos êxitos e dos fracassos acadêmicos no autocon-
ceito e na autoestima do aluno tende a ser concebida muitas vezes de 
maneira excessivamente lógica e racional, esquecendo que as repre-
sentações que se tem sobre si mesmo, em particular as crenças sobre 
suas capacidades, estão estreitamente ligadas às necessidades básicas 
de controle e à habilidade de sentir-se bem comigo mesmo. Desse 
modo, a necessidade de manter um autoconceito e uma autoestima 
aceitáveis leva a pessoa a procurar modelar o ambiente para que se 
adapte às próprias expectativas e necessidades, evitando, na medida do 
possível, os fatos e as situações que podem fazer com que se sinta mal 
consigo mesmo. 
 
Considera-se a relação entre autoestima e autoconceito como pilares representacionais 
de si, não apenas como caminhos de modificação do ambiente que são estabelecidas as in-
terações, mas de tessituras de expectativas e aspirações de futuro, projetando as possíveis tra-
jetórias e objetivos a seremcomtemplados na vida. Essa ótica se manifesta quando o Professor 
Mário destaca que mostra aos alunos suas importâncias e capacidades para alcançar as metas 
de vida pessoal e de aprendizagem escolar. 
 
32 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se que o estudo em pesquisa mostra que a motivação é e será sempre uma grande 
defensora na aprendizagem, que a influência de todo processo se dar pelo prazer, pela busca 
constante e pelo estímulo satisfatório que acontece através do esforço realizado com a 
colaboração da equipe escolar, da família e até mesmo de outro especialista, se necessário. 
Para a realização de um trabalho significativo e proveitoso diante das dificuldades 
presentes no ramo pedagógico,é necessário que a escola analise a sua função no processo 
motivacional, buscando trabalhar o lado psicológico dos alunos como técnica para superar 
desafios. 
A finalidade de motivar é o de preparar o educando para desenvolver esforço e 
comprometimento. A pedagogia é uma tarefa importante, deve ser exercida com amor e 
desenvolvida dentro de uma grande e significante ação motivadora. 
Em suma motivação é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem, devendo 
o professor ser perspicaz para captar nos alunos as suas necessidades, adotando metodologias 
modernas, inserindo recursos didátivos que fazem os alunos ativar a curiosidade. Outro ponto 
é que a escola não deve ser resistente à inserção de tecnologias que irão auxiliar ao exercício 
do aprender. Deve, sim, utilizá-las como forma de potencializar o espírito da motivação, pois 
que esta é o ponto de partida para se chegar a uma aprendizagem escolar plena e efetiva. 
Apesar do rápido acesso ao conhecimento, muitas vezes ineficazes, estarem presentes em 
nosso cotidiano, ainda possamos volver o nosso olhar para a qualidade do aprendizado. Ainda 
que trabalhoso,possa ser visto de forma agradável, por buscar tornar o cidadão apto ao mercado 
de trabalho, sendo um indivíduo que sabe lidar com diversas situações problema e 
respectivamente tendo a capacidade de encontrar suas soluções, para que o professor tenha 
satisfação de um dever cumprido no processo de ensino aprendizagem de seus alunos. Logo, a 
satisfação como ação motivadora leva o aluno a passar por dificuldades e superá-las, através do 
esforço contínuo e perseverante, descobrindo a alegria e o enriquecimento benéfico, 
desenvolvendo seu potencial e cada vez mais a procura de aperfeiçoar-se, com novas 
descobertas, desfrutando assim, do seu desenvolvimento, que é de grande relevância para como 
um todo. 
 
 
 
33 
 
 
 
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gógicas diversas. 3.ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes,2009. 
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RJ: Editora Vozes, 1998. 
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SOUZA, Rogério Gonçalves de; BASTOS, Sandra N. Dias. Discursos epistemológicos de 
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Disponível em: www.scielo.br/pdf/epec/c13n3/1983.2117-epec.13-03-00169.pdf. Acesso em: 
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