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ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA USINA HIDRELÉTRICA DE ESTREITO MA

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ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA USINA HIDRELÉTRICA DE 
ESTREITO – MA 
ANALYSIS OF THE SOCIO-ENVIRONMENTAL IMPACTS OF HYDROELECTRIC 
PLANT OF THE ESTREITO - MA 
Carlos Henrique Carneiro CASTRO1, Jardylene Almeida COSTA2, Lucas Carvalho SILVA3, 
Pedro Manoel Lima Gustavo SOUSA4 e Vitor de Sousa MACHADO5, Rachel AVELAR6 
 
1 Bacharelando em Engenharia Civil na UEMASUL (CCHSTL) – Açailândia, chcarneiro01@gmail.com 
2 Bacharelando em Engenharia Civil na UEMASUL (CCHSTL) – Açailândia-, jardylene.almeida@gmail.com 
3 Bacharelando em Engenharia Civil na UEMASUL (CCHSTL) – Açailândia, lucascarvalho44067@gmail.com 
4 Bacharelando em Engenharia Civil na UEMASUL (CCHSTL) – Açailândia, pedromanoellgs@gmail.com 
5 Bacharelando em Engenharia Civil na UEMASUL (CCHSTL) – Açailândia, vitorj7@hotmail.com 
6 Prof. Or. Eng. Civil e Alimentos vinculada à UEMASUL (CCHSTL) – Açailândia, 
RESUMO 
Dentre as atividades econômicas em desenvolvimento no Brasil, está a construção de usinas 
hidrelétricas. A crescente expansão do setor elétrico vem acarretando perdas irreversíveis para 
as populações impactadas, em razão do seu deslocamento compulsório e consequente ruptura 
com o seu espaço de construção simbólica. Tendo em vista o horizonte de crescimento do setor 
elétrico no país, este trabalho buscou analisar como o processo de negociação das perdas 
simbólicas sofridas pelos atingidos por barragens vem sendo conduzido, tendo sido os dados 
obtidos a partir de análise documental, seguida da realização de entrevistas com os impactados 
pela Usina Hidrelétrica de Estreito, situada no médio Rio Tocantins, entre os Estados do 
Maranhão e Tocantins. Esta pesquisa evidenciou a necessidade de buscarmos mecanismos que 
contemplem os valores simbólicos desses atingidos, priorizando a continuidade da vida que não 
prima pela lógica do mercado e sim pela vivência com dignidade humana. 
 
Palavras-chave: hidrelétrica, impactos, socioambientais. 
1. INTRODUÇÃO 
Uma das atividades econômicas que vem crescendo no Brasil e gerando grandes 
impactos ambientais e socioculturais são as construções de usinas hidrelétricas. Para Castro 
(2009, p. 15), “a construção de usinas hidrelétricas remete o imaginário coletivo à ideia de 
progresso, com geração de empregos e produção de energia limpa”. Contudo, o autor afirma 
que, paralelo a esse pensamento de progresso, existe uma gama de impactos socioambientais e 
culturais compostos por fenômenos irreversíveis, como a perda do lugar habitado, alteração dos 
costumes, modo de vida e biodiversidade, dentre outros. 
O setor elétrico brasileiro vem enfrentando dificuldades na identificação e na 
apropriação dos custos socioambientais, embora alguns já se encontrem identificados e 
sistematizados nas normas que autorizam as obras de seus empreendimentos. De acordo com 
Rezende (2002 p. 31), “muitas são as memórias e as histórias da população que ficam debaixo 
 
2 
 
d’água para sempre, casas de imensurável valor para determinadas pessoas, laços de amizade 
destruídos, culturas sociais desfeitas sem sequer uma compensação”. 
Dentre as bacias da Região Norte, a do Rio Tocantins é onde o processo de expansão do 
setor elétrico se encontra mais avançado. Das sete usinas em funcionamento, a UHE Estreito, 
localizada no médio rio Tocantins, na divisa dos Estados do Maranhão e Tocantins, é a obra 
mais recente. 
Nesse contexto, este estudo analisa o processo de mitigação das perdas simbólicas 
sofridas pelos atingidos e principalmente os impactos ambientais gerados, em virtude da 
construção da UHE Estreito, agora realocados nos reassentamentos São João, município de 
Palmeiras do Tocantins, Santo Estevão e Baixão, no município de Babaçulândia, todos no 
Estado do Tocantins. 
As informações foram obtidas por meio de análise do EIA/RIMA, Estudos de Impacto 
Ambiental, Relatório de Impacto Ambiental, dos documentos contidos no processo de 
licenciamento do empreendimento disponíveis no Núcleo de Licenciamento do IBAMA-TO e 
das entrevistas realizadas com os atingidos. 
1.1. Conceito de atingido direto e indireto: 
A construção de usina hidrelétrica causa inúmeros impactos, tanto no que se refere a 
impactos ambientais, que ocasionam muitas mudanças no ambiente, em sua maioria com danos 
irreversíveis, como também no que se refere a impactos sociais. 
E o último produz os tão discutidos atingidos pela barragem ou como casualmente é 
usado, impactados. “o conceito de atingido aplicado a cada barragem é geralmente cunhado no 
conflito entre atingidos e os responsáveis pelo empreendimento, e no conhecimento/ 
reconhecimento dos atingidos de direitos que extrapolam a legalidade e questionam o projeto 
(...).” (FOSCHIERA, 2009, p. 34) 
Muitas pessoas são atingidas, mas nem todos recebem o mesmo tratamento, para a 
discussão de ressarcimento de prejuízos. Com isso, vem a diferenciação de atingidos diretos e 
indiretos 
Os atingidos diretos é a população que é atingida diretamente pela a ação, já o indireto 
abrange todos os indivíduos que sofreram alguma ação indireta. Segundo Melo e Chaves 
(2012), no caso da construção da hidrelétrica, o conceito de atingido, engloba não só todos os 
impactos pela construção da obra, mas também todos os consumidores de energia elétrica, que 
utilizam desse bem de consumo, não sendo assim, só atingidos diretamente pela a obra, mais 
toda a população urbana, que são impactados pela nova política energética brasileira. 
 
3 
 
2. POPULAÇÕES E ÁREAS ATINGIDAS NO MUNICÍPIO DE ESTREITO E EM 
MUNICÍPIOS PRÓXIMOS 
De acordo com os dados pesquisados pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), mais 
de 34 usinas hidrelétricas estarão em operação no Brasil, sendo 16 delas só na Região Norte, 
isso em estimativas até 2021. Dentre as bacias da Região Norte, a do Rio Tocantins é a que o 
processo de expansão do setor elétrico se encontra mais avançado. 
Segundo pesquisas realizadas pelo IBAMA no ano de 2000, a UHE Estreito abrange os 
municípios de Estreito e Carolina, na Região maranhense, e Aguiarnópolis, Palmeiras do 
Tocantins, Darcinópolis, Babaçulândia, Filadélfia, Barra do Ouro, Palmeirante, Goiatins, 
Itapiratins e Tupiratins, em Tocantins, com um reservatório de 260,23 km de extensão, área 
inundada de 400 km² e vida útil de mais de cem anos. 
Para sua implantação foi estimado uma desapropriação de 1498 imóveis rurais e 913 
urbanos. Outro dado complementar que foi extraído após o início da construção da usina, foi o 
número das famílias atingidas, contabilizada pelo Movimento de Atingidos por Barragens 
(MAB), que foi de 500 unidades familiares. 
O quadro a seguir, mostrara as áreas afetadas em cada município pela Usina Hidrelétrica 
de Estreito (UHE): 
Municípios Área Afetada (%) Participação proporcional no VA da usina 
Aguiarnópolis - Sede usina 16,7% + inundação 0% 
Babaçulândia 14,3 Inundação 7,15% 
Barra do Ouro 9,4 Inundação 4,7% 
Carolina 35,6 Inundação 17,8% 
Darcinópolis 5,8 Inundação 2,9% 
Estreito 7,4 Sede usina 16,7% + inundação 3,2% 
Filadélfia 18,4 Inundação 9,2% 
Goiatins 1,3 Inundação 0,65% 
Itapiratins 0,6 Inundação 0,3% 
Palmeiras do T. 3,9 Sede usina 16,7% + inundação 1,95% 
Palmeirante 3,2 Inundação 1,6% 
Total 100 100% 
Fonte: CNEC, 2001 (apud EIA-RIMA) 
Possíveis medidas profiláticas a respeito desses impactos são minimizar a sua ocorrência 
sobre o meio físico, sobre o meio biótico e minimizar o desalojamento da população. 
 
4 
 
2.1. Caso: Babaçulândia (TO) 
Apresenta dados coletados a partir da entrevista de 15 barqueiros pertencentes a 
Associação dos Barqueiros de Babaçulândia Tocantins (ABBT) realizada por Silva (2018), 
onde se mostra as modificações sofridas pelos barqueiros durante a após a formação do lago da 
Usina Hidrelétrica de Estreito (MA). 
2.2. Territorialização, desterritorialização e reterritorialização 
A territorialização é definida por Raffestin (1993, 9 143) sendo “[...] ao apropriar-se de 
um espaço concretaou absolutamente (por exemplo, pela representação), o autor ‘territorializa’ 
o espaço”. No caso dos barqueiros, a territorialização dos barqueiros foi efetiva quando se 
começou a utilizar as águas do rio Tocantins como via de transporte. Com o espaço 
territorializado pode acontecer a desterritorialização, ou seja, a desocupação do lugar. 
Os barqueiros sofreram a desterritorialização do espaço físico, sendo justamente as áreas 
que foram utilizadas para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Estreito. Por 
consequência da desterritorialização há a necessidade de reterritorialização. 
Com isso, há necessidade de realizar o remanejamento da população atingida, sendo ela 
urbana ou rural. Foi realizado um levantamento físico da propriedade/imóvel através de visitas 
de assistentes sociais, a partir disso se chegou aos valores das indenizações. 
Os fatores que influenciaram as escolhas de moradia foram o valor acessível, 
proximidade a parentes, amigos e condições de vida semelhante às anteriores. O reassentamento 
rural, onde mora um dos barqueiros é longe do lago, em uma região seca com muitas rochas, 
com características bem diferentes da área que os impactados moravam. 
2.3. Produção e rendimento do trabalho de barqueiro antes e depois do lago da UHE 
A produção de rendimento estudada compreende a temporada de praia, durantes os 
meses de junho, julho e agosto. Esses barqueiros tiravam seu sustento da agricultura, mas 
durante essa temporada onde havia mais turistas para realizar a travessia, ocorria a 
complementação ou das suas rendas. As rendas obtidas, durante o final do mês de junho e os 
meses de julho e agosto, estão representados nas figuras 1 e no 2, as rendas após o 
empreendimento: 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
Ao observar os gráficos percebe-se o grande impacto que esses barqueiros sofreram com 
a perda dessa renda complementar. Além do que a transporte nas águas dorio Tocantins era 
fundamnetal para o aquecimento da economia local. 
3. IMPACTOS AMBIENTAIS. 
3.1. Alteração do Fluxo Natural do Rio Tocantins. 
Com as obras de implantação iniciadas em 2007, a Usina Hidrelétrica de Estreito fica 
localizada no município de Estreito no estado do Maranhão, utilizando-se do potencial 
energético do Rio Tocantins o segundo rio mais extenso totalmente Brasileiro. Com a 
magnitude deste rio, a alteração de seu fluxo natural ocasionou diversos impactos ambientais e 
sociais, diretos e indiretos em toda a região que o abrange, principalmente à área onde se 
localiza a barragem em si. 
As alterações do ambiente às áreas periféricas da usina hidrelétrica podem ser estudadas 
separadamente quanto a montante (área elevada em relação a barragem) onde esta, será 
totalmente submersa ao rio, e a jusante (área de declínio em relação a barragem) onde o rio 
estará submetido a ter sua vazão totalmente ou parcialmente suprimida. 
3.1.1. Impactos a montante da barragem. 
 A modificação do curso natural do rio Tocantins acarretou em uma cadeia de eventos 
prejudiciais a todo o ecossistema da região. “[...] A montante, o curso natural do rio é 
drasticamente modificado, imensas áreas de florestas são inundadas provocando um grande 
desequilíbrio nos ecossistemas com graves consequências para fauna e flora locais, 
principalmente no caso de endemismo de espécies.” (PINTO e OLIVEIRA, 2013) 
Figura 1 – Valor da renda na temporada da paria 
do coco 
Figura 2 – Fonte de renda dos participantes em 
2017. 
Fonte: Dados da Pesquisa (SILVA) Fonte: Dados da Pesquisa (SILVA) 
 
6 
 
3.1.2. Inundação de Florestas - emissão de CO2, CH4, metano e alteração físico-
químico da água. 
 Com a inundação de grandes florestas, a destruição de áreas verdes acaba por ocasionar 
em uma diminuição da absorção de gases, como o CO2 e CH4 que são prejudiciais a saúde 
além da emissão de metano por decomposição de matéria orgânica na atmosfera acarretando no 
efeito estufa. De acordo com o IC3, as condições ambientais que são criadas no entorno de 
reservatórios hidrelétricos, especialmente em climas tropicais, faz com que a matéria orgânica 
em decomposição não gere CO2, mas o gás metano, que contribui mais para o “efeito estufa” 
que dióxido de carbono. 
 Além da geração de gás metano, a deteorização das florestas e vegetação ciliar somada 
a represão das águas do Rio Tocantins geram um acúmulo de material orgânico alterando assim 
o estado físico-químico da água armazenada no reservatório junto a montante da barragem 
como o nível de acidez, PH, oxigenação, etc. 
3.1.3. Impactos a espécies endêmicas. 
 A usina hidrelétrica de estreito causou impactos principalmente ao cerrado brasileiro. A 
fragmentação da floresta natural e a interrupção migratória de organismos terrestres e aquáticos 
alterou a ordem natural de ecossistemas que existem predominantemente naquela região. 
 Flora: O Coqueiro Babaçu, principal meio de subsistência de uma quantidade 
significativa da população dos municípios afetados, existem no Brasil apenas nos estados do 
Maranhão, Piauí, Mato Grosso e Tocantins. 
 Fauna: Espécies de peixes do rio Tocantins foram especialmente afetadas como o 
Tambaqui, acari e o Pirarucu, além de espécies terrestres nativas do cerrado como a Ema, lobo-
guará, suçuarana, queixada, seriema, tamanduá-mirim. 
3.1.4. Impactos à agropecuária, extrativismo e solo 
 As inundações causadas pela criação de reservatórios que geram mudanças drásticas nos 
níveis paisagísticos e panoramas ambientais, que irá encher vária moradias e pastos 
inviabilizando a vivência e criação agropecuária, que se tornaram trechos do novo Rio em 
constante movimentação de seu nível. 
 Existe também um alarde quanto os cuidados para com o extrativismo, as inundações 
inviabilizam o estudo de exploração dos recursos naturais ribeirinhos, impossibilitando o 
 
7 
 
investimento em zonas vizinhas a barragem. Ocasionando uma destruição das novas 
oportunidades de negócios que poderiam constituir a economia dessa região a jusante da 
barragem. 
3.2. Interrupção do movimento migratório de organismos aquáticos 
A vazão do Rio pode ser bastante instável com a constante abertura e fechamento das 
comportas que se encontram a jusante da barragem. Esta atividade interfere no deslocamento, 
reprodução e até mesmo na pesca das espécies aquáticas da região que são fontes de renda para 
diversas famílias. 
3.3. Impactos ao solo e agricultura 
 O desempenho da barragem interfere, ainda assim, no plantio feito as margens do rio, 
atrapalhando a agricultura de subsistência presente anteriormente na região. Contudo, a 
barragem também ofusca as áreas de turismo em praias fluviais encontradas em zonas inferiores 
a Barragem, pois a partir do início da atividade hidrelétrica tornaram-se áreas de risco iminente. 
4. CONCLUSÃO 
Evidenciou-se a necessidade pela busca de mecanismos que, efetivamente, concedam 
aos atingidos uma vida de bem-estar, respeitando tanto seus direitos materiais quanto imateriais, 
da mesma forma que buscamos considerar o valor intrínseco (existência) da natureza. Nas 
argumentações expostas pelos afetados, fica evidente que os benefícios econômicos oferecidos 
pelo Governo para compensar as perdas não refletiram em bem-estar para a comunidade. Esse 
resultado corrobora Pearce e Turner (1995), quando afirmam que o bem-estar medido em 
termos monetários e a quantidade monetária correspondente devem aproximar-se do valor que 
a sociedade dá ao recurso. A preferência dos indivíduos afetados deve ser tomada como a base 
da medida dos benefícios. Esses benefícios devem refletir mais na qualidade de vida do que em 
qualquer crescimento econômico de um país 
Deve-se valorar o efeito dos empreendimentos econômicos não somente a partir de 
critérios técnicos definidos por modelos provenientes de outras realidades. O que deve ser 
priorizado é a continuidade da vida em razão da qualidade dos valores humanos, que não 
primam pela lógica do mercadoe sim pela vivência com dignidade humana. As teorias 
econômicas justificam, tecnicamente, as ações das políticas ambientais, contudo, essas teorias 
são resultadas de uma escolha que reforça a sustentabilidade econômica de um sistema 
 
8 
 
excludente. Acreditamos que uma negociação transparente que busque compreender o universo 
simbólico e o grau de satisfação dos atingidos com o processo, por meio de sua disposição a 
receber (DAR), pode ser um caminho para amenizar as perdas simbólicas sofridas por esses 
indivíduos. 
REFERÊNCIAS 
CASTRO, B. L. G. Critérios socioambientais de reposição de perdas e relocalização para 
atingidos por barragens: um estudo sobre o povoado de Palmatuba-TO. Brasília, 
Dissertação (Mestrado em Geografia) - UnB, 2009. 
Empresa de Pesquisa Energética – EPE. Plano Decimal de Expansão de Energia 2021. 2012. 
Disponível em: <http://www.epe.gov.br/pdee/forms/epeestudo.aspx>. Acesso em: ago. 2012. 
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL/ RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL 
(EIA-RIMA). CNEC. Cópia Controlada nº 01. EG072.MA.00/RT.001. Data: 31/01/01. 
FOSCHIERA, Atamis Antonio. Da barraca do rio para a periferia dos centros urbanos: a 
trajetória do Movimento dos Atingidos por Barragens face às políticas do setor elétrico 
no Brasil. Presidente Prudente, SP: Universidade Estadual Paulista, 2009. 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. 
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02001.008624/2000-64. Palmas, TO, 2000. 
MAB NACIONAL. Disponível em: <<http://www.mabnacional.org.br>>. Acesso em: 29 abril 
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Disponível em:< http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/45520 >. 
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ARTIGOS e SITES UTILIZADOS 
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Perdas simbólicas e os atingidos por barragens: o caso da Usina Hidrelétrica de Estreito, 
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http://dx.doi.org/10.5380/dma.v30i0.34187

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