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Peça Penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE.
Processo Crime nº XXXXXXXX
José Percival da Silva, (nacionalidade), inscrito no CPF sob o n. (número do documento), vereador, residente e domiciliado na ( endereço), vem respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, incisso LXVIII, da Constituição Federal, e com base no artigo. 396, do Código de Processo Penas, apresentar:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Pelas razões de fatos e fundamentos a seguir:
Dos Fatos
O acusado foi denunciado juntamente com João dos Santos, Fernando Caetano e Maria do Rosário pelo crime de Corrupção Passiva, elencada no artigo 317 do CP. Consta na denúncia do Ministério Público, que o denunciado valendo do seu cargo de vereador quis obter para si vantagem ilícita. Conforme a acusação no dia 03 de fevereiro deste determinado ano, houve uma reunião na Câmara dos Vereadores deste Município, e que durante está reunião foi exigido do senhor Paulo Matos, empresário e sócio de uma empresa local o pagamento doo valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), para que sua empresa possa está participando do procedimento licitatório a ser realizado no dia seguinte. 
Ainda na data da citação o acusado tomou conhecimento da Colaboração Premiada do também acusado João Santos, que com medo de ser condenado fez um acordo em troca de redução de pena. O acusado – colaborador em depoimento afirma que o pagamento da propina partiu exclusivamente, do acusado José Percival da Silva.
Da Ausência de Provas
É possível se observar que a denúncia contra o acusado foi realizada unicamente embasada pelo depoimento do empresário Paulo de Matos, sem qualquer prova robusta e material que realmente possa incriminar o meu cliente.
No atual Estado Democrático de Direito, em especial ao nosso sistema processual penal acusatório, cabe ao Ministério Público comprovar a real existência do delito, e a relação direta com a autoria, não podendo se basear sua acusação apenas no depoimento da vítima.
No Direito Penal Brasileiro, para que haja a condenação é necessária a real comprovação da autoria e da materialidade do fato, conforme o Código de Processo Penal:
Art. 386 – O Juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
(...)
VII- não existir prova suficiente para a condenação.
O que acontece nesse caso, uma vez que não há elementos suficientes para comprovar a relação do acusado com os fatos narrados. Dessa forma, o processo deve ser resolvido em favor do acusado.
Nem mesmo na Colaboração Premiada se pode observar provas da autoria do crime de corrupção, fato vênia que o colaborador também é apontado como um dos autores do crime, e ele está usando da oportunidade de incriminar outra pessoa para se dar bem. Cabe ao colaborador provar tudo que foi dito com provas matérias, e vemos que isso não ocorreu.
Fato é que de forma leviana instaurou-se o presente processo, desprovido de provas que possam demonstrar a gravidade do ato, consubstanciadas unicamente em indícios que maculam a finalidade da ação proposta e denigrem a imagem do acusado, que mantém uma posição importante na cidade, sendo ocupante de um cargo eletivo. Tal acusação não fundamentada coloca a sua honestidade em prova, lhe causando danos que talvez nunca poderá serem sanadas.
Com base nas declarações e provas documentais acostadas ao presente processo, é perfeitamente possível verificar a ausência de qualquer evidência que confirme as alegações contra o denunciado.
Não há provas que sustentem as alegações trazidas no processo, sequer indícios foram juntados à inicial.
A condenação exige certeza absoluta, fundada em dados objetivos indiscutíveis, o que não ocorre no caso em tela. Razão pela qual, mesmo com o recebimento da denúncia, não há que imputar ao acusado a conduta denunciada, levando em consideração e devido respeito ao princípio constitucional do in dubio pro reo.
O doutrinador Noberto Avena traz:
“ Apenas diante da certeza quanto a responsabilização penal do acusado pelo fato praticado é que poderá operar-se a condenação. Havendo dúvidas, resolver-se-à esta em favor do acusado. Ao dispor que o juiz absolverá o réu quando não houver provas suficientes para a condenação, o artigo 386, VII do CPP agasalha, implicitamente, tal princípio. (Processo penal. 10ª ed. Editora Método, 2018) 
Trata-se da devida materialização do princípio constitucional da presunção de inocência, elencada no artigo 5º, inc. LVII da CF, pela qual cabe ao Estado acusador apresentar prova cabal a sustentar sua denúncia, impondo-se ao magistrado fazer valer de que alegar e não provar é o mesmo que não alegar.
A prova da autoria deve ser objetiva e livre de dúvida, pois só a certeza autoriza a condenação no juízo criminal. Não havendo provas suficientes, a absolvição do réu deve prevalecer.
Não há o que se falar em provas, está mais que claro a falta de provas que possam imputar ao acusado o crime de corrupção passiva. Apenas os depoimentos da testemunha e do colaborador não conseguem provar nada mais que inverdades contra o meu cliente.
Dos Bons Antecedentes, Endereço Certo e Emprego Fixo.
Não obstante a preliminar arguida, importa destacar que o acusado é como dito anteriormente vereador eleito pelo povo com conduta ilibada, nunca se envolveu em confusão, brigas ou algo que possa manchar a sua imagem. Possui residência fixa conforme comprovante em anexo. O acusado não possui problemas com a justiça, nunca sofreu nenhuma condenação, conforme certidão negativa juntada.
Das Provas que Pretende Produzir.
Para amparar a defesa, o réu pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:
a) Depoimento Pessoal de Fernando Caetano e Maria do Rosário, para que possam prestar esclarecimentos quanto ao crime, uma vez que ambas as testemunhas são citadas como autores na denúncia;
b) Acareação entre o acusado e o colaborador João Santos, com intuito de deixar claro a falta de verdade na acusação;
c) Obtenção de documentos junto ao setor licitação da Câmara Municipal, onde é possível provar que jamais houve a intenção de burlar o procedimento, a fim da favorecer nenhuma empresa.
Trata- se dá positivação ao efetivo exercício do contraditório e da ampla defesa, disposto no artigo 5º da Constituição Federal.
Art. 5º 
(...)
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes.
Para tanto, o réu pretende instruir o presente com as provas acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.
Pedidos
Isto posto, requer que seja ABSOLVIDO O DENUNCIADO, diante da existência de circunstancias que excluam o crime ou isentem o réu da pena.
Sucessivamente, pede – se:
1- Seja arquivada a denúncia, por manifestamente inepta;
2- No caso de não aceitação do pleito anterior, requer a produção de toda prova admitida em direito, em especial a testemunhal;
3- Ao final, seja reconhecida a inocência do acusado.
Termos em que, pede deferimento.
Local, 14 de setembro de 2017
Advogado
OAB nº
Rol de Testemunhas:
Nome: Fernando Caetano
Endereço: (endereço)
Telefone (número de telefone)
Nome: Maria do Rosário
Endereço: (endereço)
Telefone (número de telefone)

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