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Hoverdiano Cesar Pereira Caetano¹ Alda Leaby Oliveira de Araujo² Caro (a) aluno (a) Sejam bem vindos a disciplina de Língua Brasileira de Sinais “LIBRAS”, do Curso de Licenciatura em Ciências Agrárias da UFPB- Virtual. Talvez, você já tenha ouvido falar em LIBRAS-Língua Brasileira de Sinais, ou visto até algumas pessoas comentarem será uma língua mesmo? A partir de agora convidamos vocês para juntos compartilharmos grandes descobertas a respeito dessa língua. Vamos conhecer a segunda língua oficial do Brasil, na qual podemos conversar sobre todos os assuntos que desejamos. Durante nossos estudos poderemos pesquisar a respeito de vários temas relacionados às pessoas surdas, como também iniciarmos a prática dos primeiros sinais, através inclusive de vários vídeos que estarão sendo disponibilizados. Então, você é nosso convidado especial, a mergulhar na riqueza dessa língua. Vem conosco Abraços sinalizados LIBRAS LIBRAS Librasvale a pena conhecer. Libras é a língua materna dos surdos brasileiros uma língua de modalidade visual-gestual ou espaço visual, porque a pessoa surda recebe a informação pelos olhose reproduz pelas mãos. A Libras tem a estrutura gramatical diferente da língua portuguesa, embora muitas pessoas não saibam ela foi oficializada em 24 de abril de 2002 com decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005. Com o decreto que oficializou a LIBRAS, ficou obrigatório desde então a disciplina de LIBRAS em todas as Licenciaturas e cursos de formação de professores, e nos demais cursos ser oferecida como optativa. Pesquisas tem mostrado que, como qualquer outra língua, a Língua Brasileira de Sinais possui os níveis morfológico, sintático, semântico, e pragmático. Muitos sinais são regionais, criados às vezes pelos surdos daquela região, então pode haver mudança de um sinal de um estado para o outro. Sendo assim, você terá oportunidade de aprendermais sobre esta língua encantadora. Saiba mais Gesto: movimento espontâneo, voluntário ou involuntário, do corpo, especialmente das mãos, braços e cabeça que revela estado psicológico ou intenção de exprimir ou realizar algo. O gesto é igualmente uma forma de dar ênfase ao discurso na interação comunicativa dos interlocutores. Mímica: arte de exprimir os pensamentos e sentimentos, imitar seres e representar objetos por meio de gestos, expressões corporais e fisionômicas. O mímico é o artista que comunica e se faz entender por meio da mímica sem fazer uso da fala. Pantomima: é um teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de gestos. É a arte de narrar com o corpo. É uma modalidade cênica que se diferencia da expressão corporal e da dança, basicamente é a arte objetiva da mímica, sendo um excelente artifício para comediantes, cômicos, palhaços, atores e bailarinos. Sinal: é o signo linguístico na língua de sinais, o qual contém uma unidade de informação convencionada por meio gestual pela comunidade surda e que serve para comunicar algo a alguém. Assim, o sinal se difere do gesto espontâneo pelo seu caráter de código compartilhado e estruturado em uma língua. Unidade I TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS Considerandoque não há presente sem passado não poderíamosdeixarde conhecer, embora brevemente, a trajetória da educação de surdosparaentender melhor as tendências que atualmentesão adotadas. Os acontecimentos refletem uma realidade social, política e histórica queinfluenciaram a adoção de posições e se fizeram sentir na formação da identidade dos surdos. No momento em que nos propomos a trazer uma visão geral dessa história para tentar compreender como foram engendradas, estaremos resgatando parte dela. Na antiguidade, podemos falar que os gregos eromanos não consideravam os surdos como pessoas competentes. Ao contrário, eles eram isolados da sociedade sob o argumento de que, segundo Moura, 2000 p.16: [...] o pensamento não podia se desenvolver sem linguagem e que esta não se desenvolvia sem a fala. Desde que a fala não se desenvolvia sem a audição, quem não ouvia, não falava e não pensava, não podendo receber ensinamentos e, portanto, aprender. Na Idade Moderna, no século XVI, o médico italiano GirolamoCardamo declara que os surdos podiam receber instrução. Ele afirmava que essas pessoas podiam ser ensinadasa ler e escrever sem fala. Muitos outros educadores procuraram criar condições para que o surdo se comunicassecomo foi o caso de Pedro Ponce de Leon, Juan Pablo Bonet, Abade L’ Epée dentre outros. A maioria desses educadores buscou alternativas para atender demandas da sociedade que ensinou surdos falar, ler, escrever, rezar, etc. Nessa ocasião a pessoa “muda” não era reconhecida perante a lei, pois no caso deserem primogênitos perderiam o direito ao título e a herança. Por conseguinte a força do poder financeiro, e, dos títulos se constituíram osgrandes impulsionadores dooralismo, na época,era através da fala que oindivíduo tinha representação na sociedade. Seguiu-se a essa proposta aquelas que trouxeram os sinais como forma de comunicação, e, em outros casos iriam representar os sons da fala de uma forma visível através do que se chamou alfabeto digital, usado para ensinar a ler, associado à leitura dos lábios e a manipulação dos órgãos fonoarticulatórios e pelo ensino de diferentes posições para a emissão do som. A Idade Contemporânea trouxe a visão clínica [...] equivocada quanto aos seus princípios, que procurava a todo custo acabar com aquilo que não podia ser tratado, curado na maioria das vezes (MOURA, 2000, p.26). A única forma de “salvar” o surdo seria através do uso da fala, pela restauração da audição, pois se ela fosse restaurada, a fala também o seria. No entanto, os insucessos obtidos através dessa proposta não foram suficientes para convencer a maioria desses educadores oralistas. Apesar disso, o médico Jean Itardapós dezesseis anos de tentativas e experiênciasfrustradas de oralização de surdos sem conseguir atingir os objetivos desejados, rendeu-se ao fato de que o surdo pode ser educado através da língua de sinais. O Congresso de Milão realizado em 1880 declarou a superioridade do método oral puro sobre o uso de sinais o que provocou uma grande polêmica entre professores ouvintes e surdos (a estes não foi permitido votar), em defesa do oralismo e da língua de sinais, tendo esta última sido batida na preferência da grande maioria de professores ouvintes. A partir desse evento que teve o maiorimpactona educação, seconsiderarmosos cemanosde sua hegemonia, os surdos foram subjugados às práticasouvintistas. Ficou legitimado que apenas a língua oral deveria ser aprendida pelos surdos, sendo a língua de sinais considerada como prejudicial para o desenvolvimento dessa criança. Um grande processo de mudança se desencadeou e foi logo adotado pela maioria das escolas, em oposição à educação do século XVIII. Naquele momento acreditava-se que o surdo poderia desenvolver-se como os ouvintes aprendendo apenas a língua oral. Desse modo, a oralização passou a ser o principal objetivo da educação da criança surda e para que ela pudesse dominar essa forma de comunicação passava a maior parte de seu tempo recebendo treinamento oral e se dedicando a este aprendizado (GOLDFELD, 1998). Estamos diante de uma perspectiva que destacava a visão clínica da surdez e através da reabilitação da fala e treinamento auditivo buscavam “curar” os surdos. Portanto, essa idéia deu origem ao modelo educacional denominado oralismo que durante um século se manteve como proposta principalpara a educação de surdos. Com a adoção desse modelo educacional foram abandonadas cultura e identidade surdas. Desse modo,as idéias pregadas pelo oralismo orientavamque os surdos deveriam ter uma identidade comum com os ouvintes, ou seja, a língua. O 2º,o 3º e 4º Congressos Internacionais do Surdo realizados emChicago, Genève e em Paris, em 1893, 1896 e 1900, respectivamente, decidiram-se a favor de um sistema combinado de instrução e/ou pelo oralismo puro, mantendo a situação preconizada pelo Congresso de Milão. Nocomeço do século XX já se ouvia falar dos insucessos do oralismo, trazendo consigo outras conotações para os surdos, ou seja, quando não progrediam na oralidade, eram considerados deficientesmentais. Essaconstatação nos sugere que o problema da surdez e suas consequênciasestava ligada ao próprio surdo. Somentea partir da década de 60 deste século a língua de sinais começou a ser (re)conhecida especialmente depois dos trabalhos de William Stokoe, lingüista americano, que retomou a questão dos sinais e apresentou a língua de sinais, como uma língua legítima, com estrutura própria. Ofinal do século XX e o início do século XXI parecem ter criado novas oportunidades para a reconstrução da história cultural dos surdos, com a valorização da língua de sinais, com a possibilidade de construção da identidade surda, decorrente do respeito às diferenças. Reflexão A História daEducaçãode surdos mostra diversas mudanças que ocorreram ao longo do tempo. Podemosafirmar que os primeiros movimentos de educação de surdos datam do século XVI. Eles saíram do isolamento que lhes era imposto e participaram da vida das demais pessoas. Com essa atitude desencadearam transformações que resultaram na legitimação do seudireito em viver de acordo com suas necessidades, ou seja, usar sua língua, manifestar sua identidade. Conceitos Oralismo-O ensino para surdos baseado na comunicação oral Visão clínica – Através da visão clínica os surdos são categorizados pelos graus de surdez e não pelas suas identidades culturais. Afala seria a única possibilidade de viver bem na sociedade. Ela vê (em) os surdos como pacientes que necessitam serem tratados através de exercícios terapêuticos (treinamento auditivo, exercícios de preparação dosórgãos do aparelho fonador, etc.) Ouvintismo – (...) conjunto de representações dos ouvintesa partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e narrar-se como se fosse ouvinte” (SKLIAR, 1998, p.15). A fase de ausência quase total de leis que amparassem principalmente os direitos lingüísticos do surdo foi amplamente modificada. Com o reconhecimento da Libras (Língua Brasileira de Sinais) no país, observou-se uma intensa movimentação que culminou com determinações governamentais expressa através de leis,decretos que desse modo começaram a fazer parte da vida de todos os cidadãos que freqüentam a sociedade brasileira, renovando planejamentos. Os direitos lingüísticos dos surdos estão agora amparados pelas políticas públicas que se manifestamatravés da garantia de acesso e permanência desse aluno dentro das escolas regulares de ensino, embora na prática nem sempre possamos identificá-las. Portanto, a proposta de inclusão de surdos nas escolas mais próximas de suas residências representou um primeiro passo para o exercício de cidadania. Aestruturação da educação de surdos nos moldes propostos pelo modelo inclusivista, traz o bilinguismo como orientador das ações que devem se desdobrar daí, marcaram mudanças radicais na vida do surdo e da escola que teve a incumbência de implantar um trabalho pedagógico voltado para a efetivação dessa proposta. A Lei 9394/96 no seu artigo 1º passa a vigorar acrescida do art. 26que afirma “Será garantida às pessoas surdas em todas as etapas e modalidades da educação básica, nas redes públicas e privadas de ensino, a oferta da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, na condição de língua nativa das pessoas surdas”. O MEC/SEESP promoveu reuniões e câmaras técnicas que tiveram como produto odocumento “Diretrizes para a Educação de Surdos” que buscaram viabilizar a proposta pedagógica que deveria ser veiculada nas escolas. ALei Federal 10.436, de 24 de abril de 2002, reconhece a língua de sinais em todo o país. Elafoi regulamentada e os fundamentos foram publicados através do decreto governamental 5.626 de 22 dezembro de 2005, tornando obrigatório o uso da língua de sinais não somente para os surdos, mas também para os professores que atendem esses alunos além de disciplinar a presença de intérpretes de Libras. Esse decreto provocou muitas mudanças especialmente nasinstituições formadoras de professores que tendo de cumprir o que essa lei determinava, foi trazendo a Libras para as instituições de ensino superior, disseminando o seu uso, e conhecendo!a cada vez mais através da geração de pesquisas. Esse decreto determinou a inclusão de Libras como disciplina curricular assim proposto: Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursosde Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 2º A Libras constituir-se á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto. Ainda neste decreto, no capítulo III aparecem recomendações sobre a formação do professor de Libras e do instrutor de Libras assim explicitadas: Art. 4ºA formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras/ Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua. Art. 9º A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos: I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição; II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição; III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição. Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar!se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas. A par dessas medidas que determinavam orientações para a educação, a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000,cria condições de acessibilidade na comunicação. Elase refere aos meios essenciais de participação social. O artigo 17 desta lei explica sobre [...] a eliminação de barreiras na comunicação e a criação de mecanismos que tornem acessíveis os sistemas de comunicação para garantir o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer (PERLIN e STROBEL, 2008,p.30). Vale salientarainda que a acessibilidade para surdos também deve ser garantida pela presença do intérprete de Libras que consta desta mesma lei no seu artigo 18. Outras leis e decretos complementam essa ação de garantia daacessibilidade tais como o decreto 5.626/2005, e certamente surgirão novaspossibilidades namedidaem que as condições para a inserção cada vez mais ampla de surdos na sociedade determinarão à necessidade de novas medidas que complementarão as que já existem. Para conhecer mais algumas leis, decretos, pareceres e declarações vinculadas à questão dos direitos do surdo podemos nomear: LEIS Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial Lei 10.098/94- Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Lei 10.436/02 - Dispõesobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. DECRETOS Decreto Nº 186/08 - Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em30 de março de 2007. Decreto nº 6.949 - Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007 Decreto Nº 6.094/07 - Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação Decreto Nº 6.215/07 - Institui o Comitê Gestor de Políticas de Inclusão das Pessoas com Deficiência – CGPD Decreto Nº 6.571/08 - Dispõe sobre o atendimento educacional especializado Decreto nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS Decreto nº 2.208/97 - Regulamenta Lei 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional Decreto nº 3.298/99- Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências Decreto nº914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Decreto nº 3.952/01- Conselho Nacional de Combate à Discriminação Decreto nº 5.296/04- Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098 com ênfase na Promoção de Acessibilidade Decreto nº 3.956/01– (Convenção da Guatemala) Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência PORTARIAS Portaria nº 976/06 - Determina critérios de acessibilidade a eventos do MEC Portaria nº 1.793/94 - Dispõe sobre a necessidade de complementar os currículos de formaçãode docentes e outros profissionais que interagem com portadores de necessidades especiais e dá outras providências Portaria nº 3.284/03- Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, para instruir os processos de autorização e de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições. RESOLUÇÕES Resolução CNE/CEB nº 2/01 - Normal ! Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica ResoluçãoCNE/CP nº 1/02- Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores. AVISO AvisoCircular nº 277/96 Dirigido aos Reitores das IES solicitando a execução adequada de uma política educacional dirigida aos portadores de necessidades especiais. DOCUMENTOS INTERNACIONAIS Convenção da ONU Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Carta para o Terceiro Milênio. Declaração de Salamanca. Convenção da Guatemala Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão Reflexão A educação inclusiva significa um novo modelo de escola em que é possível o acesso ea permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção de barreiras para a aprendizagem. Para tornar-se inclusiva, a escola precisa formar seus professores e equipede gestão, rever as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que a compõem e nela interferem. Precisa realimentar sua estrutura, organização, seu projeto político - pedagógico, seus recursosdidáticos, metodologias e estratégias de ensino, bem como suas práticas avaliativas. A propostade educação inclusiva implica, portanto, um processo de reestruturação de todos os aspectos constitutivos da escola, envolvendo a gestão de cada unidade e dos próprios sistemas educacionais. (GLAT, 2007, p.16 e 17). MODELOS PARA EDUCAÇÃO DE SURDOS A História de Educação de surdos mostra que sua trajetória foi marcada por uma diversidade de opiniões que ao longo desse tempo foi se modificando. Sabemos que os surdos foram alvos desde o início da Idade Moderna de dois tipos de atenção: a médica e a religiosa. Naquela ocasião a chamada “surdo-mudez” se constituía, conforme cita Soares (1999) um desafio para a medicina, pois estava ligada a anomalia orgânica. Por outro lado a ajuda para aqueles que não podiam ouvir, nem falar, fazia parte dos preceitos religiosos. No entanto, os avanços da ciência e a participação de pais e amigos dessas pessoas foram determinantes para que essa percepção fosse mudando. A atuação dos médicos que foram se interessando pela educação de surdos foi marcada por uma prática essencialmente pedagógica voltada para que o surdo adquirisse algum tipo de conhecimento. GerolamoCardano, que era matemático, médico e astrólogo italiano, desenvolveu investigações sobre a condutibilidade óssea, foi o primeiro educador de surdos. Segundo Soares (1999, p.17) afirmou “a mudez não se constituía um impedimento para que o surdo adquirisse conhecimento”. Desse modo, começaram a serem empregadas formas diversas para trabalhar com o surdo. Segundo essa autora, apesar das diferenças entre os motivos que encaminharam as ações educativas na Itália e na Espanha, no século XVI, e na Holanda, Inglaterra e Alemanha, no século XVII, e início do século XVIII as práticas exercidas por esses médicos e religiosos na educação de surdos, são bastante semelhantes, no que diz respeito ao ensino através da escrita. Nesse sentido, a presença da escrita nos diferentes métodos utilizados pelo oralismo teve como objetivo a aquisição da fala. A partir daí modificações foram sendo introduzidas na educação de surdos e que podem ser resumidas nos seguintes modelos educacionais: ORALISMO COMUNICAÇÃO TOTAL BILINGUISMO O Congresso de Milão, em 1880, representou o marco para a adoção do oralismo como a única via de realização do surdo. Nesse congresso foi decidido por votação dos professores (excetuando os professores surdos), segundo Goldfeld (1998) que apenas a língua oral deveria ser aprendida pelos surdos e a língua de sinais naquela ocasião era considerada prejudicial para o desenvolvimento da criança surda. Essa concepção gerou uma mudança radical nas escolas do mundo inteiro que abandonaram qualquer expressão através de sinais para concentrar!se na oralização, principal objetivo da educação de crianças surdas. Para atingir esse fim, como já mencionamos, a maior parte do tempo previsto para o trabalho com essas crianças era dedicado ao treinamento oral, afim de que pudessem dominar a língua na modalidade oral. Essa opção foi dominante no mundo inteiro até a década de 60, ocasião em que William Stokoe, lingüística americano, demonstrou que a língua de sinais era uma língua como qualquer outra, com todas as características das línguas orais e que seriam adquiridas naturalmente pelo surdo. Existem diversas metodologias de oralização, entretanto, um ponto comum entre elas é a estimulação da audiçãoresidual, detectada através de exames audiológicos e trabalhada após a adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Esse aparelho amplifica os sons, possibilitando que o surdo consiga melhorar sua capacidade de escutar. O uso desses aparelhos vai depender da avaliação audiométrica que classifica a surdez em diversos graus: Leve Moderada Severa Profunda A avaliação audiométrica, audiometria é um exame da audição realizado por meio de instrumentos de avaliação da capacidade para apreender os diferentes sons da fala e classificar a surdez nos diversos graus acima mencionados. Após essa avaliação os profissionais adotavam um dos diversos métodos dentre os quais passamos acitar: Os métodos orais incluem duas abordagens: 1) unissenssorial – prioriza a audição como principal via sensorial a ser estimulada e desse modo conseguir que o surdo oralize. Tendo em vista esta abordagem podemos citar, dentre outros, dois métodos :acupédico e audiofonatório. 2) multissensorial – utiliza várias vias sensoriais como recursos a serem trabalhados para chegar a oralidade. Como métodos que adotaram essa perspectiva podemos citar: aural, verbotonal. Esses métodos apostam no treinamento da audição como principal recurso para atingir o objetivo de oralizar o surdo. Mais recentemente podemos falar do implante coclear (chamado popularmente de ouvido biônico) que começa a fazer parte das opções disponíveis para os surdos. Nesse caso, após a cirurgia o surdo passa a ”ouvir” se toda a intervenção for bem sucedida. As principais técnicas a serem trabalhadas nos métodos orais são: Treinamento auditivo Leitura orofacial Desenvolvimento da fala Treinamento auditivo Propõe que através da estimulação auditiva o surdo possa reconhecer e discriminar ruídos, sons ambientais, sons da fala. Associado a esse trabalho é essencial a utilização de AASI e também dos aparelhos de amplificação de mesa durante as sessões de atendimento (GOLDFELD, 1998) . Leitura orofacial é a utilização de recursos visuais na fala como facilitadores do processo de comunicação (GOLDFELD, 1998). Através da leitura orofacial é possível identificar a palavra falada produzida através de movimentos articulatórios por parte do emissor. É um instrumento necessário para o surdo, e, com ela tenta-se que ele entenda a mensagem do interlocutor a partir da leitura que faça dos lábios, da face, dos movimentos e posições dos órgãos articulatórios. É importante considerar que não temos visibilidade de todos os fonemas produzidos e desse modo muitos dos sons emitidos não são identificados claramente, portanto, somente através do contexto do que é dito, pode-se fazer a complementação da ideia. O desenvolvimento da fala são exercícios realizados para a mobilidade e tonicidade dos órgãos fonoarticulatórios na fonação, lábios, mandíbula, etc, além de exercícios de respiração e relaxamento. Após a preparação dos órgãos fonatórios deve-se partir das produções espontâneas para transformar essas produções em autênticas fonações e em palavras (AGUDO; MANSO; MÈNDES y MUÑOZ,2001). O desenvolvimento da linguagem paralelamente a todo esse trabalho se mantêm nesse contexto como o elemento no qual essas intervenções são efetivadas. Por esse motivo alguns desses métodos sugerem estratégias específicas que identificaremos de forma sucinta dentro da perspectiva oralista.Simonek e Lemes (1990) afirmam que o desenvolvimento da linguagem tem início nos primeiros meses de vida quando a criança começa a produzir as primeiras palavras, sempre auxiliada pelo AASI e pela estimulação auditiva. Sua linguagem deve seguir as mesmas etapas da criança ouvinte. Ainda segundo as autoras acima mencionadas, que sugerem na p. 78 (1990) “Assim estimuladas às palavras, frase, frases de dois elementos, verbos básicos e a estrutura gramatical correta. Seguindo estas etapas, a criança surda chegará a um rendimento lingüístico satisfatório”. Uma estratégia que perdurou durante os anos áureos do oralismo foi a Chave de Fitzgerald, que se propunha a organizar a linguagem ordenando os elementos que compunham a frase, colocadas em um quadro, que dava a ideia de um esquema que teria de ser seguido, embora não incluísse a possibilidade de que o aluno criasse novas estruturas. Mais recentemente, outra forma utilizada por métodos orais, dentro desse mesmo modelo foi o Organograma da Linguagem que constitui-se de um conjunto de símbolos (figuras geométricas) que representam a estrutura frasal. Segundo Goldfeld (1998, p.79 ) o círculo representa o núcleo do sujeito; o quadrado simboliza o predicado e o triângulo pode representar o complemento verbal ou complemento nominal. Dessa forma, a estrutura da língua vai sendo organizada partindo inicialmente de associações com essas figuras. A sua utilização representou uma possibilidade de criar condições para que essa criança entendesse como a língua portuguesa se estruturava. No entanto, nem mesmo seu emprego conseguiu que os surdos chegassem a compreender como se organizam as frases na língua portuguesa de forma clara. E, a partir da década de 60 do século XX, como já comentamos, a língua de sinais começou a ganhar novo espaço na comunicação de surdos especialmente nos Estados Unidos com o surgimento da Comunicação Total que pretendeu promover antes de tudo, a comunicaçãosurdo x ouvinte. Fonte do texto Wanilda Maria Alves Cavalcanti: http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca- virtual/files/fundamentos_da_educaaao_de_surdos_1354887964.pdf Comunicação Total A Comunicação Total foi desenvolvida em meados de 1960, após o fracasso de Oralismo puro para muitos sujeitos surdos, que não tiveram o sucesso esperado na leitura de lábios e emissão de palavras. Segundo Sá (1999)2, foi Dorothy Shifflet, professora secundária, mãe de uma menina surda, que descontente com os métodos oralistas, começou a utilizar um método que combinava sinais, fala, leitura labial e treino auditivo, em uma escola na Califórnia, denominando seu trabalho de Total Approach – Abordagem Total. Assim, a Comunicação Total consistia no uso simultâneo de palavras e sinais, ou seja, no uso simultâneo de uma língua oral e de uma língua sinalizada. Porém, após estudos realizados na área da Lingüística, tais como as pesquisas de Stokoe, no início dos anos de 1960, começou-se a comprovar que as línguas de sinais são uma língua legítima, com status lingüístico, tão completa e complexa quanto qualquer outra língua. Ele e outros autores se posicionaram criticamente em relação a essa modalidade mista, acreditando que o uso simultâneo de duas línguas, resulta numa mistura que confunde o enunciado, já que a língua oral majoritária se sobrepõe à língua de sinais. Essa prática do uso da comunicação total recebeu também o nome de “bimodalismo” encorajando o uso inadequado da Língua de Sinais, já que a mesma tem gramática diferente das línguas orais. Site do Texto http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/libras/unidade3/comunicacao_total.htm http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/fundamentos_da_educaaao_de_surdos_1354887964.pdf http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/fundamentos_da_educaaao_de_surdos_1354887964.pdf Ela propõe uma maneira diferente de perceber o surdo, o ou seja, como um indivíduo diferente, não deficiente e, a denominação “deficiente auditivo” usada pelos oralistas foi substituída por outra, “Surdo”. A Comunicação Total defende a utilização de qualquer recurso lingüístico, seja a língua de sinais, a linguagem oral ou códigos manuais, para facilitar a comunicação (GOLDFELD, 2002). O aprendizado de uma língua não é objetivo principal da Comunicação Total. No Brasil a Comunicação Total, além da LIBRAS ( Língua Brasileira de Sinais)utiliza ainda a datilologia (alfabeto manual), o cued speech ( sinais manuais que representam os sons da língua portuguesa) o português sinalizado (língua artificial que utiliza o léxico da língua de sinais com a estrutura sintática do português e alguns sinais inventados para representar estruturas gramaticais do português que não existem na língua de sinais); o pidgin (simplificação!da gramática de duas línguas em contato, no caso , o português e a língua de sinais) (GOLDFELD, 2002, p.40 e 41). A Comunicação Total recomenda o uso simultâneo destes códigos manuais com a língua oral. Essa opção é denominada bimodalismo e cria uma terceira modalidade, que emprega inadequadamente a língua de sinais, já que a mesma, tem gramática diferente da língua portuguesa. Bilinguismo O pressuposto que norteia esse modelo é que o surdo deve ser bilíngüe, ou seja, ele deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada a língua natural dos surdos e, como segunda língua, a língua na oficial de seu país na modalidade oral e/ou escrita. Autores como Sanches (1993) acredita ser necessário para o surdo adquirir a língua de sinais e a língua oficial do seu país apenas na modalidade escrita e não oral. Skliar (1999) comenta que a educação bilíngüe não pode ser neutra nem opaca. Ela deve se constituir como consciência política, para entender a educação dos surdos como uma prática de direitos humanos concernentes aos surdos; a coerência ideológica para discutir as assimetrias do poder e do saber entre surdos e ouvintes e a análise de natureza epistemológica das representações colonialistas sobre surdez e surdos. Essas línguas não devem ser utilizadas simultaneamente para que suas estruturas sejam preservadas. O surdo, para os bilinguistas não precisa almejar uma vida semelhante ao ouvinte, podendo aceitar e assumir a surdez (GOLDFELD, 2002). Um dos princípios mais importantes desse modelo de ensino é que os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua próprias. A língua de sinais deve ser aprendida em contato com adultos fluentes. Muitos fatores ainda comprometem a adoção do bilingüismo, ou seja, falta a estrutura recomendada para sua utilização. A escola pública, geralmente, ministra suas aulas em português, por professores ouvintes que na sua grande maioria não domina a língua de sinais. Por outro lado o número insuficiente de intérpretes que não estão presentes em todas as salas de aula, durante todo o tempo, assinala outra dificuldade na viabilização dessa forma de promover o conhecimento nas salas de aula. Ao mesmo tempo temos de esclarecer que mesmo contando com essa presença do profissional intérprete, ela não garante a apreensão do conhecimento. Para o bilinguismo o domínio da língua de sinais é mais fácil para que o surdo perceba estes aspectos na língua oral, já que tem exemplos da língua de sinais para se guiar. REFLEXÕES Dentre os modelos que foram expostos acima, o bilingüismo adotado nas últimas décadas parece oferecer melhores condições para a aquisição da comunicação por surdos. Sabemos que esse modelo está ocupando um grande espaço no cenário científico mundial, em paisescomo EUA, Canadá, Suécia, Venezuela, Israel, entre outros países que desenvolvem muitas pesquisas sobre surdez e abordagem bilíngüe (GOLDFELD, 2002). Considerando que no Brasil o ensino tardio da Libras,nas escolas acrescentam mais dificuldades à questão principal da perda auditiva. Segundo Fernandes (2005) os surdos, em sua grande maioria, crescem em famílias de pais que falam e ouvem o português e não adquirem esta língua precocemente. Desse modo, frequentando escolas em que o ensino é realizado em língua portuguesa, com pouquíssimos professores que dominam a Libras, resultam em aquisições mais tardias. Portanto, o não compartilhamento dessas duas línguas desde a infância, não atende as principais recomendações desse modelo uma vez que a presença do intérprete de Libras não garante a aprendizagem. Fonte do texto Wanilda Maria Alves Cavalcanti: http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca- virtual/files/fundamentos_da_educaaao_de_surdos_1354887964.pdf Exercitando 1. Qual a Leie Decreto que oficializou a Libras ? 2. Como a Visão Clinica percebia a pessoa surda? 3. O que foi o Congresso de Milão? 4. A surdez é classificada em diversos Graus quais são? 5. Quais as Abordagem Educacional usadas na educação de surdos? 6. O que é Educação Bilingue? http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/fundamentos_da_educaaao_de_surdos_1354887964.pdf http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/fundamentos_da_educaaao_de_surdos_1354887964.pdf Unidade II O alfabeto manual x datilologia O alfabeto manual é formado pelas mãos que representam as letras do alfabeto. A datilologia é a soletração de uma palavra usando o alfabeto manual.Do mesmo modo que alguns país possuem línguas orais diferentes dos alfabetos, como é o caso da língua Inglesa e Francesa , nas línguas de sinais, as formas de mãos para a formação do alfabeto manual também variam de país para país. Veja alguns exemplos a seguir. FOTO do Professor A datilologia á a mais usada para soletrar nome de pessoas, lugares, objetos e outras palavras que não tem um sinal específico. A pessoa que não saber o sinal de alguns objetos, poder usar a datilologia correspondente do que falar com outra pessoa surda e para que o surdo ser comunique melhor, devemos soletrar usado o alfabeto manual. Veja, abaixo, o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais – Libras e compare com os outros alfabetos que foram mostrados dos acima. Saiba mais... http://librasnet.com/alfabeto.html http://www.acessobrasil.org.br/libras/ Meu Nome Alfabeto manual Exercitando 1 - Estudar o alfabeto manual, rever o vídeo, na biblioteca do aluno. 2 - Após aprender o alfabeto manual,fazer varias palavras com ele. 3 - Fazer seu nome completo, filmar e enviar para o fórum. A B C D E FGH I J KL MN O P QRS T U VX Y W Z FOTO SURDO Nomes e sinal pessoal Quando nascemos, nossos pais escolhem nosso nome. O nome pessoal de cada pessoa nãopode ser mudado, a não ser em determinados casos permitidos pela legislação nacional. Para as pessoas ouvintes, identificamos as pessoas pelo nome e até memorizamos a vozdas pessoas quando, por exemplo, se fala ao telefone. No caso dos surdos, eles conseguemidentificar as pessoas visualmente, memorizando suas características físicas, mas é difícil para elesidentificar o nome de uma pessoa pela leitura labial, afinal existem milhares de pessoas com osmesmos nomes. Para suprir essa necessidade, a comunidade surda instituiu o Sinal Pessoal, ou seja, é umaespécie de nome em Libras. Esse sinal normalmente é escolhido de acordo com as característicasda pessoa ou por seu jeito de ser. O sinal pode ser dado por uma pessoa surda ou escolhido pelopróprio usuário. Mas, uma vez batizado, esse sinal não poderá ser modificado, visto que, como osinal tem aspectos pessoais, é muito difícil encontrar pessoa, sejam surdas ou ouvintes, com sinaisiguais. Exemplo: Sinal de Nome Próprio Fonte do texto UFPB: http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/libras_ii_1330350775.pdf http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/libras_ii_1330350775.pdf Veja a característica da pessoa. A – Representa iconicamente uma característica da pessoa, Por exemplo: Cabelo-encaracolado Corte na sobrancelha(Tânia) (Presley) B – Representar a profissão de uma pessoa e uma característica. Por exemplo: PROFESSOR@ MAGR@ C – Representar um número, que a pessoa a ter na caderneta de sua turma de escola, ou a primeira letra do nome da pessoa. Por exemplo: Letra H(Hoverdiano) Número 6 (Nelson) A palavra surda (a) vem grafada com S maiúsculo quando indicar que se trata de uma pessoa que luta por seus direitos políticos, lingüísticos e culturais. De acordo com os estudos de Tânia A. Felipe “O sinal pessoal é o nome próprio, o “nome de batismo” de uma pessoa que é membro de uma comunidade Surda1”. Este sinal geralmente pode representa. (FELIPE, 2007p31): Veja o vídeo - Meu nome e sinal do Prof.Hoverdiano Cesar, no ambiente do fórum. Exercitando Pense em um sinal pessoal para você. Lembre que este deve ter suas características, comoalgo em você que chame atenção (pode ser físico) ou algum traço que você goste. 2- Faça um vídeo e apresente seu sinal para seus colegas, tutores e professor no ambiente do fórum. Obs1.: Caso não tem sinal, você pode pedir também a alguma pessoa surda que escolha o seu sinal, ou se você já tem seu sinal, faça apenas o vídeo e o apresente para que possamos conhecer. Obs2: Essa atividade deverá ser filmada em Libras http://www.ead.ufpb.br/pluginfile.php/59871/mod_assign/intro/Meu%20nome%20e%20sinal.wmv FOTO BOA NOITE FOTO BOM DIA FOTO BOM DIA FOTO BOM DIA Unidade III SAUDAÇÕES E CUMPRIMENTOS Em todas as línguas há o ritual da saudação. Dependendo do contexto, esse cumprimento será mais formal ou informal e geralmente é complementado por gestos. A LIBRAS tem também sinais específicos para cada uma dessas situações..Assim pode-se utilizar os seguintes sinais: BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE, OI, TUDO BEM, TUDO BOM, ADEUS, TCHAU, MAIS OU MENOS, MAL, acompanhados ou não de gestos de cumprimento: 1 – Apresentação das saudações relativa ao turno em que acontece na aula de LLIBRAS. Para que os alunos utilizem sempre que chegarem na sala de aula. Dia Tarde Noite Bom ou Boa FOTO OBRIGADO FOTO TCHAU FOTO NOME FOTO MEU FOTO AULO FOTO PROFESSOR FOTO CURSO FOTO AULA/ESTUDAR FOTO OUVINTE FOTO SURDO FOTO REGULAR FOTO RUIM FOTO BOM 3 - Palavras aprendidas na primeira unidade. FOTO DESCULPA Tchau Obrigado Desculpa Libras Surdo Ouvinte Estudar Curso Nome Bom Ruim Regular Aluno Meu Veja o vídeo – Saudações e Cumprimentos no Ambiente Virtual Unidade IV ESTRUTURA DA LIBRAS A estrutura de sinais é composta por parâmetros que se combinam de forma sequencial ou simultânea, entre eles existem dois tipos de parâmetros: primários e secundários. Configurações da Mão A configuração de mão é a forma que a mão assume para a sinalizao sinal, que pode ser feito usando uma mão os as duas. Existem 61 configurações de mãos diferentes, veja a imagem abaixo: http://www.ead.ufpb.br/pluginfile.php/59871/mod_assign/intro/Meu%20nome%20e%20sinal.wmv Existem sinais que apresentam a mesma configuração de mão, de acordo com os outros parâmetros ou contextos, irão representar significados e sinais diferentes. Veja alguns sinais exemplos: Configuração da mão Sinal IGUAL DIFERENTE Ponto de Articulação O Ponto de Articulação é o sinal onde fica no o espaço ou a região do corpo onde são articulados.Existem dois tipos de sinais articulados nesse espaço, o primeiro é o espaço neutro, ou seja, o sinal é articulado na frente do corpo. Veja abaixo o exemplos: BANHO SENTIR CHUVA RAIVA O outro espaço ou região é quando o sinal se aproxima ou toca em certa parte do corpo, como por exemplo, na cintura, na testa, nos ombros, no peito entre outros, veja a seguir alguns exemplos: Para executar um sinal podemos utilizar o lado dominante, no caso a mão direita para os destros ou a mão esquerda para os canhotos, ou ainda as duas mãos de forma simultânea, em alguns casos a mão dominante se TELEVISÃO PIPOCA BRINCAR SINAL NO QUEIXO SINAL NO DORSO SINAL NA BOCA TRISTE CONVERSA DENTISTA movimenta e a outra funciona como um apoio, em outros casos as duas mãos podem se movimentar. Movimento Os sinais podem ter ou não movimentos. Observe na figura o sinal de “PULAR”, note que ele começa de uma maneira e vai mudando até o fim do sinal, na imagem é possível ver o movimento do sinal de “PULAR”. A grande maioria dos sinais possui movimento, mas vamos ver agora um exemplo de um sinal que não tem movimento, será usado o sinal de “EM PÉ”, note na imagem que segue que o sinal não muda, ele começa e termina da mesma maneira. Movimento para Cima e para Baixo Orientação e Direção Este é um parâmetro complexo que envolve uma grande rede de formas e direções, tal como as movimentações dos pulsos ou os movimentos internos das mãos para descreverem no espaço ou sobre o corpo, que pode ser em linhas retas, curvas, sinuosas ou circulares. A orientação e a direção do movimento podem ser para cima ou para baixo, para direita ou para esquerda, e para frente ou para trás. Veja a seguir os exemplos: O sinal de “CHUVA” é feito de baixo para cima, já no segundo exemplo do sinal de “ÁGUA”, é feito da direita para a esquerda, por último o sinal de “AVISAR” é feito para frente. CHUVAR ÁGUA AVISAR Expressões Faciais e Corporais Os sinais também usam as expressões faciais e corporais, estas traduzem os sentimentos e dão mais sentido ao sinal, já que intensificam a característica do sinal, facilitando assim a sua identificação, sendo assim um parâmetro muito importante da língua de sinais. Fonte da Imagem: http://marinainterprete.blogspot.com.br/2012/07/configuracoes-de-maos.html http://marinainterprete.blogspot.com.br/2012/07/configuracoes-de-maos.html Sinais Iônicos e Sinais Arbitrários Os sinais podem ser classificados em sinais icônicos, quando o sinal é semelhante à realidade, ou seja, lembram o seu significado, por exemplo: BORBOLETA, BEBER, TELEFONE, CORRER, MILHO, entre outros. Já os sinais arbitrários, ou convencionais são aqueles não representam nenhuma semelhança com a realidade, é o caso dos sinais: ÁGUA, VINHO, E REFRIGERANTE. SINAL ICÔNICO SINAL ARBITRÁRIOS Unidade V Números A língua pode ter formas diferentes para expressar os numerais quando utilizados como cardinais, ordinais, quantidades, medida, idade, dias, semana, mês, horas e valores monetários. Isso também acontece na LIBRAS. Nesta unidade e nas seguintes, serãoapresentados os numerais em relação ás situação relacionados abaixo. Veja os números no vídeo e treinar, no site http://www.youtube.com/watch?v=aO-M5i4uCPg Faça um vídeo e apresente seu número do telefone no ambiente do fórum. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 http://www.youtube.com/watch?v=aO-M5i4uCPg Os números podem ser quantidade, cardinais e ordinais. Conforme a figura abaixo se observa que existe diferencias entre eles com relação a movimentação. NÚMEROSQUANTITATIVOS Os números quantitativosda Libras sofre modificação dos números um a quatro e o número cinco a nove continua comonos cardinais e ordinais. NÚMEROS CARDINAIS NÚMEROS ORDINAIS Os números ordinais é acrescentado o movimento vertical para cima e para baixo e movimento horizontal para direita e para esquerda. Fonte da imagem: http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2012/01/alfabeto6.html http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2012/01/alfabeto6.html http://2.bp.blogspot.com/_8xhzRE3l9Ug/S9mpWGQW29I/AAAAAAAAABE/j3ij5I52UQ8/s1600/numeros+para+quandidade.jpg http://4.bp.blogspot.com/_8xhzRE3l9Ug/S9mqhsVOMaI/AAAAAAAAABM/5Yfod-0VQU0/s1600/NMEROS~1.JPG ..Alfabeto Manual A datilologia ( alfabeto manual), que é usada para expressar nome de pessoas, de localidades e outras palavras que não possuem um sinal, está representada pela palavra separada, letra por letra por hífen. Exemplos 1. A – R – I 6. J – O – S – É 11. C – A – R – L – O – S 2. E – V – E 7. H – É – L – I – O 12. Z – É – L – I – A 3. I – D – A 8. M – I – L – Y 13. W – I – L – L – Y 4. B – U – G – A 9. C – H – O – N 14. P – E – D – R – O 5. X – U – X – A 10. K – I – T 15. R – A – Q – U – E – L Sinais Soletrados O sinal soletrado, ou seja, uma palavra da língua portuguesa que, por empréstimo, passou a pertencer à LIBRAS por ser expressa pelo alfabeto manual com uma incorporação de movimento próprio desta língua, está sendo representado pela soletração ou parte da soletração do sinal. . Exemplos 1. P-A-I 4. N-U-N-C-A 7.B-E-M 2. D-I-A 5. C-O-M-O 8. M-Ã-E 3. V-A-I 6. V-O-U 9.M-A-L Veja o vídeo, sinais soletrados pelo professor no, ambiente do fórum. Unidade VI Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) possuem um sistema para representar as pessoas em discurso. 1.ª Pessoa 2.ª Pessoa EU Singular VOCÊ 3.ªPessoa 1.ªPessoa EL@ NÓS 2 Plural 1.ªPessoa 2.ªPessoa 3.ªPessoa NÓS-3 NÓS- GRUPO VOCÊS 2 VOCÊS 3 VOCÊS 4 Plural Plural VOCÊS GRUPO Plural EL@ 2 EL@ GRUPO EL@ 4 EL@ 3 Unidade VII O Símbolo @ (arroba) Como em LIBRAS não há desinência para gênero (masculino e feminino) e também para plural, ao transcrever um sinal para língua portuguesa que possua essas flexões utilizamos o símbolo @ no final da palavra para passar a ideia em Libras. Exemplo: MENIN@ - menino(s) e meninas(s); DEL@ - dele(s) e dela(s); SE@ - seu(s) e sua(s). Exercício do vídeo: 1 – Soletra seu nome e seu sinal, vocêjá possua um. Veja os exemplos no vídeo. 2 – Faça as letras sinalizadas no vídeo, na ordem em que foram apresentadas. 1. ______________________ 6.________________________ 2. ______________________ 7.________________________ 3. ______________________ 8.________________________ 4. ______________________ 9.________________________ 5. ______________________ 10.________________________ 3 – Faça a sinalização a de cada quantidade do objeto mostrada. 4 –Escreva os nomes que serão apresentados no vídeo. 1) ______________________ 2) ______________________ 3) ______________________ 4) ______________________ 5) ______________________ 5 – Responda ás perguntas que sara sinalizadas pelo professor. 1) ______________________ 6) ________________________ 2) ______________________ 7) ________________________ 3) ______________________ 8) ________________________ 4) ______________________ 9) ________________________ 5) ______________________ 10) ________________________ Pronomes possessivos Os pronomes possessivos como os pessoais, possuem marcas para gêneros e estão relacionados ás pessoa do discurso e não á coisa possuída, como acontece em português. EU = ME@ SOBRINH@. VOCÊ = TE@ ESPOS@. EL@ = SE@ FILH@ / DEL@ ME@ TE@ Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas configurações de mão: uma é a mão aberta com dedos juntos, que bate levemente no peito – MEU- PRÓPRIO. Para as 2ª e 3ª pessoas, a mão não tem esta segunda configuração em “P”, mas o movimento é em direção á pessoa com quem se fala (2ª pessoa) ou esta sendo mencionada (3ª pessoa). Não há sinais específicos para os pronomes possessivos do dual, Trial, quadrial e plural (grupo). Nestas situações são usados os pronomes pessoais correspondentes. Exemplos: NÓS-FILH@ “ nosso(a) filho(o)” Veja o vídeo para atividade. 1. NÚMERO ME@ TELEFONE:_______________________________ 2. NÚMERO ME@ CASA:____________________________________ 3. NÚMERO PLACA ME@ CARRO:____________________________ 4. NOME ME@ ENDEREÇO (CASA + RUA):_____________________ (Repetir estas frases com os pronomes TE@ = SE@) Pronomes Interrogativos Os pronomes interrogativos QUEM?, O-QUE É?, DE QUEM É? e QUEM É? São feitos com a expressão facial de forma interrogativa. O pronome QUEM? Utiliza-se duas formas: o Sinal QUEM ou pode-se soletrar Q-U-M, os dois são usado no inicio da frases. LIBRAS PORTUGUES Q-U-M PESSOA NASCER PARAÍBA? Quem e a pessoa nasceu na Paraíba? Q-U-M? Exemplos: Português – Quem tem um lápis? Libras – Q-U-M TER LÁPIS? O Pronome QUEM E? QUEM É? DE QUE É? O QUE É? / O QUE É ISTO DE QUE É? / O QUE É? / O QUE É ISTO Os pronomes (DE QUE É? / O QUE É? / O QUE É ISTO), e Utilizado o mesmo sinal. Exemplos: Português – O que é isso? Libras – O QUE É? Exemplos: Português – Essa chave de que é? Libras – CHAVE DE QUEM? Exemplos: Português – Quem é esse homem? Libras – HOMEM QUEM É? PALAVRAS FINAIS Prezado Aluno. Você viu como é interessante estudar esta língua – Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Chegamos no final da nossa disciplina, mas esperamos que você não pare por aqui, continue aprofundando seus conhecimento nessa língua que tem despertado tanto interesse em pesquisadores do mundo. REFERÊNCIAS AGUDO, J.D.M.; MANSO, J.M.M; MÉNDEZ, M,J.R.; MUÑOZ, A.S. IntervenciónenAudición y Lenguaje: casos prácticos. Madrid: Ed. EOS Universitária, 2001. BRASIL. Portaria do MEC. n° 1.679, de 2 de dezembro de 1999, Art.1° e Art.2°, parágrafo único. BRASIL, Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002. Disponível em: http://www.mec.gov.br/legis/pdf/lei10436.pdf BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002. CALVACANTO, M.A, Fundamentos da Educação de Surdos. UFPB Virtual. ____________MEC, Lei de Diretrizes e Bases para a Educação: 9394/96. Declaração de Salamanca. (http://lerparaver.com/legislação/internacional salamanca.htm) FELIPE, T.A. Libras em contexto: curso básico, livro do estudante cursista. Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, MEC; SEESP, 2001. 164p. FERNANDES, E. (Org.) Surdez e Bilingüismo. Porto Alegre: Mediação, 2005. GLAT, R. (Org.) Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007. GOLDFELD, M. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-internacionalista. São Paulo: Plexus,1997. LANE, H. A máscara da benevolência: a comunidade surda amordaçada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992. SACKS, O. Vendo Vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1990. SKLIAR, C. Educação & exclusão: abordagens sócio-antropológicas em educação especial. Porto Alegre: Editora Mediação, 1997. PERLIN, G. e STOEBEL, K. Fundamentos da Educação de Surdos. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008. __________Atualidade da Educação Bilíngüe para surdos: interfaces entre Pedagogia e Lingüística. Porto Alegre: Mediação, 1999, v.2. http://www.mec.gov.br/legis/pdf/lei10436.pdf QUADROS, R. de. Educação de Surdo: A Aquisição da Linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. SITES Prefeitura de Praia Grande: http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua- brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf http://editora-arara- azul.com.br/cadernoacademico/UVA_Monografia__Educacao_Especial__Original.pdf http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/libras_ii_1330350775.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2012/01/alfabeto6.html http://www.youtube.com/watch?v=aO-M5i4uCPg http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua- brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf (http://lerparaver.com/legislação/internacional salamanca.htm) Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001 ( http:// presidência.gov.br/civil 03/LEIS 2001/L10172.htm) Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 (http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/LEIS/2002/L10436.htm ) http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua-brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua-brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/libras_ii_1330350775.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm http://anacarolinafrank.blogspot.com.br/2012/01/alfabeto6.html http://www.youtube.com/watch?v=aO-M5i4uCPg http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua-brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf http://www.cidadaopg.sp.gov.br/cursonline/files/material_apoio/2-libras-lingua-brasileira-de-sinais/Apostila_Libras_Curso_Online_Seduc_PG.pdf
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