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VIII-SIMPÓSIO-VNP-PÓS-GRADUAÇÃO-LIVRO-2014

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NOVOS DESAFIOS DA PESQUISA EM 
NUTRIÇÃO E PRODUÇÃO ANIMAL
Edição 2014
Pirassununga – SP
2014
NOVOS DESAFIOS DA PESQUISA EM 
NUTRIÇÃO E PRODUÇÃO ANIMAL
Edição 2014
Organizadores
Prof. Dr. Luis Felipe Prada e Silva
Prof. Dr. Alexandre Augusto de Oliveira Gobesso
Prof. Dr. Augusto Hauber Gameiro
Prof. Dr. Márcio Antonio Brunetto
 Programa de Pós-Graduação em Nutrição
 e Produção Animal
ISBN: 978-85-60014-26-2
Edição 2014
Os organizadores autorizam a reprodução total ou parcial deste trabalho, para 
qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, 
desde que citada a fonte.
O conteúdo e revisão ortográfica são de inteira responsabilidade de 
seus autores.
Edição 
Editora 5D
Rua Siqueira Campos, 2.090 - 1º andar 
Pirassununga - SP - CEP: 13630-010
Tel.: 19 3562-1514
Email: contato@5dpublicidade.com.br
www.5dpublicidade.com.br
Capa e Editoração Eletrônica
Alexandre Rais
Ana Rios Duran
Paula Bertanha Izepom
Karina Camacho
Luiza Petruz
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO
(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária 
e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO I 009 
Suplementação de equinos com coenzima Q10
CAPÍTULO II 026 
Puberdade em novilhas zebuínas: manejo e mecanismos para a antecipação
CAPÍTULO III 041 
A relação da condição sexual de bovinos com a qualidade da carne
CAPÍTULO IV 054 
Impacto de estratégias nutricionais no dejeto de suínos
CAPÍTULO V 076 
Protease exógena em dietas para frangos de corte
CAPÍTULO VI 097 
Delineamentos experimentais em estudos de nutrição com vacas em lactação
CAPÍTULO VII 114 
Fontes de carboidratos não fibrosos na terminação de bovinos de corte
CAPÍTULO VIII 138 
Aditivos nutricionais empregados no controle e na melhora da saúde oral de cães e 
gatos
CAPÍTULO IX 157 
Fatores nutricionais e metabólicos de vacas leiteiras em lactação que alteram a 
composição e a estabilidade do leite
CAPÍTULO X 177 
Zooterapia nas escolas: lições do passado e desafios para o futuro
CAPÍTULO XI 195 
Limites da redução de proteina dietética com o uso de aminoácidos suplementares na 
alimentação de monogástricos
CAPÍTULO XII 214 
Utilização de biodigestores como alternativa para o tratamento de dejetos oriundos da 
produção animal
CAPÍTULO XIII 235 
Aflatoxinas: consequências sobre o desempenho produtivo e a saúde, e estratégias para 
combate aos prejuízos em frangos de corte
CAPÍTULO XIV 253 
Preparo de meios de cultura para ensaios de degradabilidade in vitro: uma ideia 
luminosa!
APRESENTAÇÃO
 A realização do VIII Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa do 
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP é uma iniciativa do VNP 
e do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal (PPGNPA). 
O evento tem como objetivos divulgar e discutir os principais projetos de 
pesquisa desenvolvidos pelos orientadores e colaboradores do programa, e 
integrar os orientadores, alunos de graduação, pós-graduação e funcionários 
com as diversas atividades de pesquisas desenvolvidas VNP.
 Esta é uma oportunidade ímpar para o intercâmbio e a discussão de 
idéias e para ampliação dos horizontes da pesquisa e do ensino entre docentes, 
alunos e colaboradores.
OS ORGANIZADORES
 9
CAPÍTULO 1
SUPLEMENTAÇÃO DE EQUINOS COM COENZIMA Q10
Kátia Feltre¹, Regina de Lima Costa², Gabriela do V. Pombo1, Mayara A. 
F. Palagi², Alexandre A. O. Gobesso³.
¹Doutoranda em Nutrição e Produção Animal - FMVZ/USP; 
²Mestranda em Nutrição e Produção Animal – FMVZ/USP; 
³Professor Associado – Departamento de Nutrição e Produção Animal – FMVZ/USP
RESUMO 
 A coenzima Q10 (CoQ10) possui efeitos benéficos no tratamento de 
doenças do coração, degeneração muscular e demais doenças degenerativas. 
Os efeitos cardiovasculares de CoQ10 podem ser atribuídos ao seu papel 
bioenergético, na capacidade de antagonizar a oxidação da lipoproteína de 
baixa densidade no plasma e no seu efeito sob a melhoria da função endotelial. 
Apresenta potencial energético, favorecendo a transferência de elétrons 
na cadeia respiratória oxidativa de mitocôndrias, com função de produção 
de adenosina trifosfato (ATP), além de aumentar esses níveis de ATP por 
prevenção da perda do pool de adenina-nucleotídeo das células cardíacas. 
Como a atividade atlética é uma das principais funções exigidas pelo homem 
em relação ao cavalo, as exigências de energia devem ser atendidas além da 
sua manutenção, crescimento e reprodução e dos diversos tipos de atividades 
funcionais. Embora a importância da CoQ10 em seres humanos e em várias 
outras espécies tenha sido reconhecida, apenas alguns trabalhos recentes foram 
publicados sobre a utilização da CoQ10 em equinos. Esse capítulo tem por 
objetivo apresentar uma revisão sobre os benefícios da coenzima Q10 bem 
como mostrar dados de pesquisas realizadas com essa enzima no desempenho 
de equinos submetidos a exercício físico aeróbio.
INTRODUÇÃO 
 O Brasil possui o quinto maior rebanho de equinos do mundo, 
sendo estimado em 5,4 milhões em 2013, segundo a FAO (2014), 
mantendo-se praticamente constante nos últimos anos. O rebanho envolve 
mais de 30 segmentos, distribuídos entre insumos, criação e destinação final 
e compõe a base do chamado Complexo do Agronegócio Cavalo, responsável 
pela geração de 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos movimentando 
um valor econômico anual superior a R$ 7,5 bilhões (Confederação..., 2004). 
 As diferentes formas de utilização da espécie como meio de 
transporte, ferramenta de conquistas, trabalhos, esportes e lazer determinaram 
 10
mudanças na forma de criação e manutenção dos cavalos, sendo as 
principais delas, a restrição do tamanho das áreas disponíveis ao pastejo, da 
diversidade de alternativas alimentares com dietas mais elaboradas e do tempo 
disponibilizado para o cavalo se alimentar durante o dia. Segundo Furtado 
(2004), em 2002, a produção nacional de rações para equinos foi da ordem de 
350 mil toneladas. Em 2012 esse número foi para 560 mil toneladas de rações, 
segundo o SINDIRAÇÕES, evidenciando o maior uso de rações no setor. 
 O incremento das práticas esportivas nas diversas modalidades 
hípicas demandam animais de crescimento rápido, precoces, versáteis 
e fortes o suficiente para suportar o estresse nos treinamentos e nas 
competições. Para isso, a elaboração de práticas nutricionais corretas para 
atender às diversas funções do organismo, bem como o conhecimento 
da fisiologia digestiva do cavalo e a eficiência com que aproveita 
os nutrientes dos alimentos, são essenciais (Santos et al., 2012). 
 A produção e a utilização apropriada de energia são essenciais para 
o equino atleta e possuem uma função crítica para o ótimo desempenho 
(Eaton, 1994). Para isso, diversos suplementos e alimentos alternativos vêm 
sendo testados no sentido de melhorar o desempenho dos equinos nas práticas 
esportivas, sendo a Coenzima Q10 uma dessas possibilidades.
CARACTERÍSTICAS DOS EQUINOS 
 Os equinos são herbívoros não ruminantes, com hábito alimentar 
constante, extremamente seletivos e capazes de suprir grande parte da 
sua demanda nutricional para mantença através da ingestão de forragens 
(Lewis, 2000). Estudos a respeito dos padrões de comportamento dos equinos 
livres em pastagens, de maneira genérica, mostram características similares em 
relação ao tempo destinado à colheita das forragens, à locomoção, ao descanso 
e às outras atividades sociais. De acordo com Meyer (1995) e Zanine et al. 
(2006), os equinos ingerem a forragem em pequenas e frequentes porções, 
durante o dia e à noite, ocupando diariamente de 12 a 18 horas em pastejo. 
O mesmo autor salientou que os períodos de pastejo duram de 2 a 3 horas, 
interrompidos por períodos de descanso, locomoção e atividades sociais ou ócio. 
 O estômago é relativamente pequeno, comcapacidade aproximada 
de 15 litros (9% do total do trato digestório), ajustado para uma recepção 
contínua de pequenas quantidades de alimentos. O estômago esvazia-se 
de 6-8 vezes por dia, motivado pela desproporção existente entre a sua 
capacidade e o volume do alimento ingerido. Outra particularidade é a 
importância do ceco e cólon (70 % do total) onde ocorrem fermentações 
que permitem o aproveitamento das fibras. Os cavalos digerem e absorvem 
alguns alimentos como monogástricos mas processam outros alimentos 
num modo similar aos ruminantes. (Santos, 1997; Santos et al., 2012). 
 11
 O cavalo selvagem se desenvolveu e adaptou para obter o alimento 
requerido por pastejo e, desta forma, selecionando forragens suculentas com 
grande quantidade de água, proteínas solúveis, lipídios, açúcares e carboidratos 
estruturais. Neste sistema natural, períodos curtos de alimentação ocorrem ao 
longo do dia e da noite, com maior intensidade durante o dia (Frape, 2007). 
 Já o cavalo doméstico consome uma variedade de alimentos com 
diversas formas físicas, considerando desde a forragem, com alto teor de 
umidade, até cereais com grandes quantidades de amido. Estudos já realizados 
sobre nutrição e métodos alimentares baseiam-se em garantir que essas 
possibilidades supram as necessidades nutricionais variadas dos equinos, sem 
causar transtornos digestivos e metabólicos (Frape, 2007).
DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES 
 Digestível é considerada a parte do alimento que não é eliminada 
com as fezes, correspondendo, não totalmente, à porção do alimento que 
ganha o meio interno através da parede do trato digestivo (Meyer, 1995). 
A espécie equina apresenta dois tipos de processos digestivos: pré-cecal, que se 
desenvolve no intestino anterior onde os alimentos ingeridos são submetidos à 
ação das enzimas produzidas pelo próprio animal; e pós-ileal, que se desenvolve 
no intestino grosso, onde os alimentos não absorvidos na porção intestinal 
anterior são submetidos à degradação bacteriana (Meyer, 1995; Lewis, 2000). 
 Vários fatores podem afetar a digestão nos equinos tais como a 
individualidade, composição química dos alimentos, quantidade consumida, 
tipo de exercício, grau de moagem dos ingredientes que compõem a dieta, 
processamento da matéria prima, água contida, tempo de trânsito no trato 
digestivo, quantidade de fibra presente na dieta e procedimentos analíticos 
utilizados (Hintz,1979).
 Fenos de gramíneas ou de leguminosas constituem a principal 
fonte de fibra na formulação de rações destinadas aos equinos. A fibra, 
além de ser importante para manutenção da população de microrganismos 
desejáveis no intestino grosso, proporciona aos equinos o efeito psicológico da 
saciedade e produção de β-endorfinas durante os movimentos de mastigação. 
A fermentação das fibras pelos microrganismos intestinais produz energia e 
previne a proliferação de outras bactérias, potencialmente patogênicas (Braga 
et al., 2008).
O CAVALO DE ESPORTE 
 Como a atividade atlética é uma das principais funções exigidas 
pelo homem em relação ao cavalo, as exigências de energia devem 
ser atendidas além da sua manutenção, crescimento e reprodução e 
dos diversos tipos de atividades funcionais. Independentemente da 
 12
modalidade esportiva ou da raça, a habilidade atlética é originada por 
quatro principais fatores: a genética, o ambiente, a saúde e o treinamento, 
sendo este último, um dos mais importantes na determinação do sucesso e 
na melhora do desempenho (Hodgson & Rose, 1994; Thomassian, 2005). 
 A adaptação da musculatura é essencial para manter o desempenho 
atlético e reduzir a incidência de lesões induzidas pelo exercício. 
Condicionamento muscular significa melhorar o desempenho atlético, 
induzindo mudanças na musculatura que podem ser avaliadas por meio de 
objetivos e métodos científicos. A adaptação da musculatura do aparelho 
locomotor de cavalos ao treinamento ocorre em forma contínua baseada na 
intensidade e duração do exercício (Rivero, 2007). O treinamento de resistência 
resulta em maior densidade mitocondrial e suprimento capilar, alterações das 
principais enzimas metabólicas e aumento do consumo máximo de oxigênio, 
promovendo transição dos tipos de fibras musculares (Thayer et al., 2000). 
 O treinamento consiste no uso de períodos regulares de exercício 
visando promover modificações estruturais e funcionais no organismo animal, 
no intuito de capacitá-lo a competir de forma mais efetiva (Evans, 1999). 
As adaptações induzidas pelo treinamento resultam em maior produção de 
energia pela via aeróbia e maior capacidade de tamponamento muscular, as 
quais podem ser representadas pelo aumento do limiar aeróbio, pela produção 
de menores concentrações de lactato sob intensidades de esforço semelhantes, 
pela determinação de menores concentrações de lactato ao final de testes de 
esforço e, ainda, pela ampliação do tempo necessário para o surgimento de fadiga 
(Eaton, 1999; Gerard et al., 2002; McGowan et al., 2002; Trilk et al., 2002). 
 Em resposta ao exercício ocorrem alterações hematológicas 
significativas, como as promovidas pela contração esplênica que libera 
eritrócitos ali armazenados, aumentando a concentração de hemoglobina 
circulante para otimizar o transporte de oxigênio para os tecidos (Poole & 
Erickson, 2004). O aumento do hematócrito de 32% a 46% para 60% a 70% e 
o consequente aumento da hemoglobina, devido à contração esplênica, é uma 
adaptação específica dos equinos e dos cães, fornecendo aproximadamente 
60% mais sítios de ligação para o oxigênio durante o exercício (Persson, 1967). 
 É amplamente reconhecido que o músculo esquelético de mamíferos 
adultos é um tecido heterogêneo composto de vários tipos de fibras, com 
plasticidade de comportamento, onde a composição estrutural e formação 
bioquímica podem ser alteradas em resposta à atividade física, envelhecimento, 
alterações neurológicas e hormonais. Assim, as fibras musculares são 
altamente versáteis, capazes de responder a alterações de acordo com as 
exigências funcionais, alterando o seu perfil fenotípico (Serrano et al., 2000). 
 Para obtenção de máximo desempenho produtivo dos equinos no 
esporte ou em trabalhos, são necessários conhecimentos que contribuam 
 13
para retardar o início da fadiga muscular. As causas exatas da fadiga 
muscular não estão bem definidas, entretanto, acredita-se que fatores como 
baixo nível de glicose sanguínea, esgotamento do glicogênio muscular, 
aumento de lactato, acúmulo de NH3 na célula, perda de adenosina trifosfato 
(ATP) muscular e eletrólitos conduzem à fadiga (Hiney & Potter, 1996). 
 Alguns estudos envolvendo a suplementação com Coenzima Q10 
(CoQ10), tem demonstrado sua importante atuação em diversas funções 
bioquímicas, como principal fonte de energia celular, além da participação 
dessa substância como inibidora da fadiga durante o exercício em humanos 
(Braun et al., 1991; Mizuno et al., 1997; Weston et al., 1997; Nielsen et 
al., 1999). Também já foi demonstrado efeito protetor contra a redução 
excessiva de fosfolipídios na membrana mitocondrial durante exercício 
prolongado (Barbiroli et al., 1998), melhorando a recuperação muscular 
pós-exercício (Koyama et al., 1992) e o desempenho (Mizuno et al., 2008). 
 A inclusão de gordura na dieta pode favorecer o desempenho de cavalos 
exercitados em regiões de clima quente, por diminuir o incremento calórico, 
visto que aproximadamente 3% a mais de calor é produzido durante a formação 
de ATP via oxidação da glicose, quando comparado à oxidação dos ácidos graxos 
(Konh et al., 1996). Assim, Mattos et al. (2006) verificou que a adição de 250 e 
500 g de óleo na dieta de equinos submetidos a exercício de média intensidade 
proporcionou melhora no desempenho hematofisiológico, podendo resultar 
em melhor desempenho atlético aos cavalos, salientando que, os cavalos que 
consumiram 500 g de óleo por dia, apresentaram melhor recuperação pós-prova. 
 Embora a importância da CoQ10 em seres humanos e em váriasoutras espécies tenha sido reconhecida (Bhagavan & Chopra, 2007; Cooke 
et al., 2008; Littarru & Tiano, 2010), apenas alguns trabalhos recentes foram 
publicados sobre a utilização da CoQ10 em equinos (Sinatra et al., 2013; 
Topolovec et al, 2013; Sinatra et al., 2014).
COENZIMA Q10 
CARACTERIZAÇÃO 
 Em 1926, Fredrick Crane e sua equipe, descobriram a presença da 
coenzima Q10 na mitocôndria do coração de bovinos. Neste mesmo ano, a 
coenzima foi isolada na Universidade de Winsconsin e, somente em 1958, sua 
síntese e estrutura química foram completamente conhecidas. Este composto é 
uma quinona lipossolúvel (2,3 dimetoxi-5 metil-6-decaprenil benzoquinona), 
semelhante a uma vitamina, lipossolúvel, que na sua forma pura apresenta-se 
como pó cristalino (Bhagavan & Chopra, 2007).
 14
Figura 1: Estrutura da Coenzima Q10 - Prakash et al 2010
É conhecida como único lipídeo endogenamente sintetizado 
que apresenta função redox, sendo biossintetizada por todas as células, 
tornando-se assim o maior constituinte da membrana mitocondrial 
interna, membrana do complexo de Golgi e membrana dos lisossomos 
(Lehninger et al.,1995).
Segundo Bank et al. (2011), esta substância trata-se de uma molécula 
altamente lipofílica e praticamente insolúvel em água. A absorção e transporte 
da CoQ10 parece ser semelhante a outros compostos lipofílicos tais como 
a vitamina E. Quando administrada por via oral, é convertida para a forma 
reduzida (ubiquinol) pelos enterócitos, absorvida pelo intestino delgado, 
entrando na circulação através do sistema linfático.
FONTES E ORIGEM
Coenzima Q10 pode ser obtida por duas vias: por via exógena 
pela ingestão de alimentos e por via endógena, pelo ciclo do mevalonato. 
Os alimentos que contém são brotos de soja, amêndoas, nozes, vegetais verdes 
como espinafres e brócolis, carnes, aves domésticas e em alguns peixes, como 
sardinhas. No entanto, a dose da coenzima obtida por via exógena (cerca de 
2-5 mg/dia) não é suficiente para suprir as necessidades do organismo, já que 
apenas 10% é absorvida (Kumar et al., 2009), devido ao seu elevado peso 
molecular e sua baixa solubilidade em água (Pepe et al., 2007). 
No organismo de humanos e animais é encontrada na forma reduzida 
(ubiquinol 10 – CoQH2), que ocorre predominantemente no coração, rins e 
fígado, e na forma oxidada (ubiquinona – CoQ10), que é abundante em cérebro 
e intestino (Nohl et al.,1999).
NÍVEIS PLASMÁTICOS
Os níveis de CoQ10 diminuem cerca de 30 a 60% nos órgãos 
durante o envelhecimento, principalmente em doenças como cardiomiopatias, 
 15
hipertireoidismo e também em indivíduos que fazem exercício físico, 
especialmente quando atividade intensa. O tamanho e arranjo estrutural das 
mitocôndrias também influenciam nos níveis de CoQ10. Algumas deficiências 
genéticas por envelhecimento ou danos na biossíntese podem abaixar os níveis 
plasmáticos desta coenzima (Betinger et al., 2010).
A administração dietética deste composto é vista como forma de 
aumentar a sua concentração plasmática, apesar de haver uma fraca captação 
do organismo. Em suplementações orais é necessário o monitoramento, 
fundamental para avaliar este composto, bem como acompanhar a sua dose 
durante o tratamento. A determinação dos níveis pode ser feita no soro ou 
no plasma utilizando técnicas como HPLC (Cromatografia líquida de alta 
eficiência), que é uma técnica usada para fins qualitativos e quantitativos 
(Prakash et al., 2010).
EFEITOS NO ORGANISMO ANIMAL
Dentre os benefícios da CoQ10 no organismo, principalmente no que 
diz respeito aos efeitos cardiovasculares, pode-se citar seu papel bioenergético, 
na capacidade de antagonizar a oxidação da lipoproteína de baixa densidade 
no plasma e no seu efeito sob a melhoria da função endotelial (Belardinelli et 
al., 2006).
Estas coenzimas melhoram o potencial energético, favorecendo a 
transferência de elétrons na cadeia respiratória oxidativa de mitocôndrias, com 
função de produção de adenosina trifosfato (ATP), além de aumentar esses 
níveis de ATP por prevenção da perda do pool de adenina-nucleotídeo das 
células cardíacas (Singh et al., 2007).
Em seu potencial antioxidante, possui capacidade de proteção de 
fosfolipídios e proteínas da membrana mitocondrial contra a peroxidação 
lipídica, resguardando o DNA contra danos oxidativos (Niklowitz et al., 2007). 
Atua influenciando a estabilidade, fluidez e permeabilidade das membranas, 
estimulando o crescimento celular e inibindo a apoptose. Quando as membranas 
celulares são oxidadas, o ubiquinol é o primeiro a ser consumido (Cooke et al., 
2008).
Dallner & Sindelar (2001) concluíram que a administração de 
suplementos de ubiquinona possui efeitos benéficos no tratamento de doenças 
do coração, degeneração muscular e outras doenças degenerativas.
Em humanos, a CoQ10 foi um achado na melhora da atividade da 
enzima endotelial extracelular superóxido dismutase (ecSOD) em pacientes 
portadores de doença arterial coronariana, os quais possuem baixa atividade 
dessa enzima. A ecSOD protege os vasos sanguíneos inibindo a ação oxidante 
do O2 reduzindo-o a peróxido de hidrogênio (H2O2). Os pacientes tratados 
com CoQ10 tiveram melhora significativa na atividade da ecSOD, mais 
 16
pronunciado em pacientes que tiveram baixos valores iniciais de ecSOD e, 
portanto, provavelmente expostos a um maior estresse oxidativo. Este efeito 
foi acompanhado por um aumento do consumo máximo de oxigênio e da 
dilatação mediada pelo fluxo, um índice reconhecido da função endotelial 
(Littarru & Tiano, 2010).
Em equinos puro-sangue jovens de corrida, as concentrações 
plasmáticas de CoQ10 são consideradas menores do que aquelas encontradas 
em humanos ou em outras espécies como suínos, cães, coelhos e ratos. Esse 
fato pode ser atribuído em parte devido à dieta dos cavalos que é baseada em 
forragens (Miles et al., 2004; Kon et al., 2007).
Segundo Lamprecht & Williams (2012), o exercício intensivo parece 
induzir o aumento da geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) e 
radicais livres in vivo em várias espécies, incluindo cavalos. Como no caso 
de outras espécies, nos equinos a produção excessiva de radicais livres pode 
sobrecarregar os sistemas antioxidantes endógenos, conduzindo ao stress 
oxidativo.
EXPERIMENTOS REALIZADOS NO LABEQUI (FMVZ – USP)
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM COENZIMA Q10 NA 
FREQUêNCIA CARDÍACA DE CAVALOS SUBMETIDOS A 
EXERCÍCIO AERóBIO
Para a realização desse trabalho, foram utilizados dez equinos 
machos, castrados, da raça Puro Sangue Árabe, com idade aproximada de 
4,4±0,5 anos e peso corporal de 421±34,95 kg. O período experimental teve 
duração de 60 dias. Os animais foram divididos em dois grupos: controle (GC) 
sem suplementação e grupo suplementado (GS), o qual recebeu aplicações de 
CoQ10 na dosagem de 0,07 mg/kg do peso corporal, via intramuscular, nos 
dias 0 e 30.
O consumo individual adotado foi o de 2% do peso corporal em 
matéria seca, sendo 50% concentrado e 50% volumoso, divididos em duas 
refeições diárias. As dietas foram compostas por feno de gramínea Cynodon 
dactylon cv. Tifton-85 e concentrado comercial. A água e o sal mineral foram 
fornecidos ad libitum, seguindo as recomendações estabelecidas no Nutrient 
Requeriments of Horses - NRC (2007) para equinos nesta categoria nutricional.
Todos os animais foram exercitados cinco vezes por semana, durante 
sessenta minutos, em exercitador circular mecânico para cavalos (Equiboard®), 
controlado eletronicamente, segundo a programação apresentada na tabela 1.
 17
Tabela 1: Programa de treinamento dos cavalos.
Treinamento Duração (min.) Velocidade (km/h)
Aquecimento¹ 10 7
Trabalho¹ 15 10
Trabalho¹ 5 12
Trabalho² 5 12
Trabalho² 15 10
Desaceleração² 10 7
 
¹Sentido horário; ²Sentido anti-horário.
Foram realizadas mensurações quinzenais (D0, D15, D30, D45 e 
D60) da frequência cardíaca de todos os animais, utilizando frequencímetros 
digitais (Garmin Forerunner305©), com adaptadores para equinos (V-Max©). 
Para a frequência cardíaca(FC) basal, os animais permaneceram 10 minutos 
em repouso, sem manipulação humana. Em seguida, os cavalos foram 
colocados no exercitador, sendo iniciado o trabalho programado. Após o 
término do mesmo, os equinos permaneceram 20 minutos em repouso com o 
frequencímetro. 
As variáveis estudadas foram FC basal (10 minutos antes do 
exercício), FC pico (a máxima FC atingida durante o exercício), FC final 
(imediatamente após o fim do exercício) FC de recuperação com 10 (FC+10) 
e 20 minutos (FC+20) após o fim do exercício. Os dados foram extraídos dos 
frequencímetros por meio de gráficos gerados pelo software “Garmin Training 
Center”.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado com medidas 
repetidas no tempo. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) 
e posteriormente analisados estatisticamente de acordo com a distribuição dos 
dados. Foi adotado o procedimento dos modelos mistos (PROC MIXED) do 
programa computacional SAS (Statistical Analysis System).
Como resultado, foi observado efeito significativo da suplementação 
com CoQ10 na FC de pico (p=0,0222) e a FC final (p=0,0978) cujos valores 
foram os menores obtidos. Os dados estão apresentados na Tabela 2.
 18
Tabela 2: Valores médios das frequências cardíacas (FC) mensuradas, erro padrão da média (EPM) e valor de p 
para o controle e o tratamento com CoQ10 aos 60 dias experimentais (D60).
FC+10 = 10 minutos após o final do exercício; FC+20 = 20 minutos após o final do exercício; 
*p<0,10.
Nas condições em que foi realizado este estudo, pode-se concluir que 
a suplementação com coenzima Q10 reduziu a frequência cardíaca final e de 
pico durante o exercício aeróbio em equinos. 
DETERMINAÇÃO DE NÍVEIS PLASMÁTICOS DE COENZIMA Q10 
EM EQUINOS SUBMETIDOS A EXERCÍCIO AERóBIO.
Em um experimento piloto realizado nas dependências do Laboratório 
de Pesquisa em Alimentação e Fisiologia do Exercício em Equinos (LabEqui) 
no campus administrativo de Pirassununga, para avaliar a dose plasmática 
da CoQ10 de acordo com o aumento de doses fornecidas de CoQ10, foram 
suplementados dez equinos machos, castrados, da raça Puro Sangue Árabe, 
com idade média de 48±8,15 meses e peso médio 473 ± 34,75 de com os 
tratamentos 0 (controle), 10, 20, 30 e 40 ml de um produto à base de Coenzima 
Q10 (6%) cujo veículo foi a vitamina A. Os animais foram suplementados 
durante trinta dias e submetidos a treinamento físico. 
 Os animais receberam 3,5 kg de ração concentrada por dia sendo 
divididos em duas refeições (à 7h00min; 2 kg e às 16h00min; 1,5 kg). 
O concentrado foi fornecido em comedouros individuais, em sistema tipo 
“lanchonete”, e o feno de Cynodon dactylon cv. Tifton 85 foi distribuído em 
fenil alocado nosz piquetes. A água e o sal mineral foram fornecidos ad libitum.
 Todos os animais foram exercitados três vezes por semana, durante 
sessenta minutos, nas velocidades de 7, 10 e 12 km/h, em exercitador circular 
mecânico para cavalos (Equiboard®), controlado eletronicamente. O protocolo 
de exercício foi dividido de acordo com os tempos e velocidades apresentados 
na tabela 3.
 19
Tabela 3: Programa de treinamento dos cavalos suplementados com CoQ10. 
Treinamento Duração (min.) Velocidade (km/h)
Aquecimento¹ 10 7
Trabalho¹ 15 10
Trabalho¹ 5 12
Trabalho² 5 12
Trabalho² 15 10
Desaceleração² 10 7
 
¹Sentido horário; ²Sentido anti-horário.
Foram colhidas amostras sanguíneas de todos os animais no dia 
zero (D0) e trinta (D30) após o início da suplementação, por meio de 
punção da veia jugular utilizando agulhas 25 x 0,8 mm e tubos em sistema 
a vácuo (BDVacutainer®), separado o plasma por centrifugação e enviado 
ao laboratório para dosagem de níveis plasmáticos de CoQ10 pelo método 
High-performance liquid chromatography (HPLC).
Foi utilizado um delineamento em blocos ao acaso com 2 repetições 
avaliando-se medidas repetidas no tempo. Os dados foram submetidos à análise 
de variância (ANOVA) e analisados por programa estatístico, comparando-se 
as médias pelo teste t-Student com nível de significância de 5%.
Nas condições em que esse trabalho foi desenvolvido, pode-se observar 
que, à medida que houve suplementação com CoQ10, houve aumento linear 
crescente (Figura 1) nos níveis plasmáticos da enzima, sugerindo que esses 
níveis aumentam de acordo com o aumento na suplementação. Entretanto, não 
foi possível observar qual dose seria o limite de absorção pelo organismo dos 
animais. Para tanto, mais trabalhos devem ser realizados para a determinação 
da dose máxima absorvida e que não interfira no desempenho dos equinos.
 20
Figura 1: Níveis plasmáticos (μmol/L) de CoQ10 em equinos submetidos a exercício leve.
Trabalhando com dois níveis de suplementação (1,9 e 3,4 g de 
CoQ10) e três regimes de treinamento (controle, baixa e alta intensidade) em 
cavalos, Sinatra et al. (2014) demonstrou a importância da suplementação com 
CoQ10 para manter o bom estado físico e as defesas antioxidantes em cavalos 
submetidos a treinamento intenso, já que momentos repetidos de exercícios 
de alta intensidade podem levar ao estresse oxidativo grave, resultando na 
depleção dos estoques endógenos de CoQ10 que podendo ser prejudiciais para 
a saúde e desempenho físico.
Durante o período experimental em que os cavalos foram 
suplementados, foram observadas alterações em alguns animais tais como, 
diminuição na ingestão do concentrado, áreas de alopecias no corpo, pelos 
opacos, apatia e claudicação leve, podendo estar relacionado com a composição 
do produto utilizado.
Em um segundo experimento, os mesmo animais foram utilizados, 
entretanto, foram divididos em dois grupos de tratamento: controle (0 ml) e 
suplementados (10 ml) junto ao concentrado, divididos em duas doses de 5ml 
ao dia durante 90 dias. A suplementação consistiu de um produto a base de 
Coenzima Q10 (8%) e o veículo utilizado foi a vitamina E. 
O arraçoamento foi individualizado, sendo estabelecido em 0,75% 
do peso corporal de ração concentrada comercial por dia sendo divididos em 
duas refeições (à 7h00min e às 16h00min). O concentrado foi fornecido em 
comedouros individuais, em sistema tipo “lanchonete”, e o feno de Cynodon 
dactylon cv. Tifton 85 foi distribuído em fenil alocado em nos piquetes. A água 
e o sal mineral foram fornecidos ad libitum.
 21
Todos os animais foram exercitados cinco vezes por semana, durante 
sessenta minutos, nas velocidades de 8, 12 e 15 km/h, em exercitador circular 
mecânico para cavalos (Equiboard®), controlado eletronicamente. O protocolo 
de exercício foi dividido de acordo com os tempos e velocidades apresentados 
na Tabela 4.
Tabela 4: Programa de treinamento dos cavalos suplementados com CoQ10.
Treinamento Duração (min.) Velocidade (km/h)
Aquecimento¹ 10 8
Trabalho¹ 15 12
Trabalho¹ 5 15
Trabalho² 5 15
Trabalho² 15 12
Desaceleração² 10 8
 
¹Sentido horário; ²Sentido anti-horário.
Foram colhidas amostras sanguíneas 60 dias após o início 
da suplementação (D60) de todos os animais através de punção da 
veia jugular utilizando agulhas 25 x 0,8 mm e tubos em sistema a 
vácuo (BDVacutainer®), separado o plasma por centrifugação e 
enviado ao laboratório para dosagem de níveis plasmáticos de Q10 
pelo método High-performance liquid chromatography (HPLC). 
 Foi utilizado um delineamento em blocos ao acaso com 
5 repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância 
(ANOVA) e analisados por programa estatístico, comparando-se 
as médias pelo teste t-Student com nível de significância de 5%. 
 Os dados de concentração plasmática de CoQ10 nos dois tratamento 
estão apresentados na tabela 5. Não foram observadas diferenças estatísticas 
(p>0,05) entre o grupo controle e o suplementado, obtendo-se média de 0,222 
μmol/L.
Tabela 5: Concentração plasmática (μmol/L) de CoQ10 em equinos.
Média
0 mL 0,218 ± 0,03
10 mL 0,226 ± 0,03
Média Geral 0,222 ± 0,06
p-valor 0,8531
 22
Esses valores sugerem que novas pesquisas avaliando-se os benefícios 
da suplementação com CoQ10 no desempenho de animais atletas devemser 
realizados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A inclusão de compostos alternativos na alimentação de equinos é 
uma possibilidade real e interessante para melhorar o desempenho esportivos 
dos mesmos. Vale salientar a importância também da continuidade desses 
estudos, principalmente aqueles que podem agregar benefícios para o setor 
esportivo.
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 26
CAPÍTULO 2
 
PUBERDADE EM NOVILHAS ZEBUÍNAS: MANEJO E 
MECANISMOS PARA A ANTECIPAÇÃO
 
Marcos Vinicius de Castro Ferraz Júnior1, Marcos Vinicius Biehl2 , Vinicius 
Nunes de Gouvêa1, Daniel Montanher Polizel1, Angelo Dias Brito Ribeiro3, 
Marcelo Henrique dos Santos3, Renan Gomes da Silva3, Elizangela Mirian 
Moreira1, José Alipio Faleiro Neto1, Alexandre Vaz Pires4.
1 Doutorando – Nutrição e Produção Animal – VNP/FMVZ/USP – Pirassununga – SP.
2 Pós doutorando – Ciência Animal e Pastagens. ESALQ/USP – Piracicaba – SP.
3 Mestrando – Nutrição e Produção Animal – VNP/FMVZ/USP – Pirassununga – SP.
4 Professor Associado III – ESALQ/USP - VNP/FMVZ/USP – Pirassununga – SP.
RESUMO 
 A cada ano, a participação brasileira vem crescendo no comércio 
internacional, com destaque para a exportação de carne bovina. Atualmente 
a pecuária brasileira apresenta um rebanho de 209 milhões de cabeças, 
sendo a grande maioria destas, criadas à pasto (estima-se que apenas 5% 
do rebanho brasileiro seja terminado em sistemas intensivos). Segundo 
Nogueira (2004), o rebanho nacional é formado por 80% de raças zebuínas, 
sendo que mais de 90 milhões são pertencentes à raça Nelore. Esta escolha 
por animais zebuínos, é realizada pois estes animais são mais bem adaptados 
à regiões de clima tropical, quando comparados à raças taurinas, estas 
por sua vez adaptadas à regiões de climas temperados (Bó, et al., 2003). 
 Novilhas da raça Nelore são consideradas tardias, pois apresentam a 
primeira ovulação aos 2 anos de idade ou mais, isso é uma consequência fisiológica 
resultante da pressão ambiental das criações extensivas (Nogueira, 2004). 
 Nos últimos anos a pecuária nacional vem se adaptando as novas 
exigências de um mercado competitivo, essa adaptação é marcada com a maior 
utilização de tecnologias que possam aumentar a produtividade por unidade 
produtora. Práticas como intensificação do manejo (protocolos de indução), 
seleção genética e alimentação, estão permitindo que as novilhas possam ser 
colocadas em estação de monta aos 14 meses de idade, aumentando assim 
o número de bezerros nascidos na vida reprodutiva da fêmea, elimInando 
categorias improdutivas na propriedade.
INTRODUÇÃO 
 No Brasil, as novilhas apresentam idade avançada ao primeiro parto, 
sendo este um fator que reduz o retorno econômico da bovinocultura de corte. 
 27
Com o retardo da idade ao primeiro parto, ocorre uma menor produção de bezerros 
durante a vida produtiva da vaca. Além disso, novilhas com idade avançada à 
puberdade permanecem na fazenda ocupando áreas de pastagens que poderiam 
ser destinadas a outras categorias (Ferreira et al., 2012; Eler et al., 2010). 
 Os mecanismos endócrinos da puberdade estão bem estabelecidos em 
novilhas Bos taurus taurus e a teoria mais aceita para disparar o gatilho que 
desencadeia a primeira ovulação é a teoria gonadostática, na qual o gatilho 
chave é a liberação de GnRH. A liberação de GnRH vai causar a liberação 
pulsátil do LH promovendo a ovulação (Day et al., 1987; Day et al., 2010). 
Já é sabido que através da nutrição é possível antecipar o disparo desse gatilho, 
principalmente em novilhas Bos taurus taurus (Gasser et al., 2006a, 2006b, 
2006c, 2006d). Contudo, em Bos taurus indicus ainda há lacunas nesta área do 
conhecimento, principalmente, de como e quando a nutrição pode adiantar a 
puberdade (Nogueira, 2004).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
IMPORTâNCIA DA PUBERDADE NA PECUÁRIA DE CORTE
Do ponto de vista reprodutivo, a puberdade é definida como a 
manifestação da capacidade reprodutiva, que ocorre quando um animal adquire 
a capacidade de ovular um oócito com a apresentação do comportamento estral, 
com desenvolvimento e manutenção de um corpo lúteo funcional e com tempo 
de vida normal (Kinder et al., 1987). Sendo assim, podemos definir puberdade 
como o início da vida reprodutiva do animal. Do ponto de vista prático, quer dizer 
que a fêmea, em breve, poderá ser submetida à cobertura e produzir um bezerro. 
 Diante desta definição, a puberdade pode ser vista como um 
indicador econômico na pecuária de corte. Um trabalho de simulação 
mostrou que a redução da idade ao primeiro parto de 3 para 2 anos pode 
aumentar o retorno econômico do sistema em 16%, pois ao se reduzir a idade 
ao primeiro parto em um ano, reduz-se o custo com a exclusão de um ano 
de recria (diminui um categoria animal dentro da fazenda) e aumenta de 
0,5 a 0,8 bezerros por vaca durante sua vida produtiva (Eler et al., 2010). 
 O início da vida reprodutiva aos 14 meses em novilhas Nelore é 
uma realidade de poucos sistemas de produção devido, principalmente, a dois 
fatores: más condições nutricionais encontradas nas propriedades de gado de 
corte e falta de seleção genética na raça Nelore para precocidade sexual das 
novilhas (Nepomuceno, 2013; Ferreira et al., 2012).
 
MECANISMO ENDóCRINO DA PUBERDADE 
 A regulação da secreção de GnRH é essencial para o estabelecimento 
de ciclos estrais normais em animais pré-púberes. Esta regulação é mediada 
 28
por muito esteróides ovarianos tais como: estrógeno e progesterona, o 
próprio GnRH e alguns outros hormônios como a leptina, IGF-1, GABA, 
glutamato, neuropeptídeo Y, ativina, inibina e, recentemente, um novo 
peptídeo e seus receptores foram identificados como os emergentespossíveis 
reguladores chave na ativação dos neurônios GnRH (kisspeptin, receptor 
GPR54) (Clarkson e Herbison, 2006; Ojeda et al., 2010). Porém, a teoria 
mais aceita para explicar como ocorre a puberdade é denominada hipótese 
gonadostática, que sugere que o eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano já 
estaria funcionalmente competente. Mas, devido à baixa secreção de GnRH 
durante a fase pré-pubere que ocorre pelo feedback negativo feito pelo 
estrógeno (E2) no eixo hipotálamo-hipofisário, não há o estímulo necessário 
para aumentar a pulsatibilidade de LH. Assim, com a gradativa redução da 
sensibilidade do hipotálamo ao feedback negativo do E2, ocorre o aumento 
da frequência de liberação pulsátil de LH (Day et al., 1987; Day et al., 2010). 
 O LH é considerado o fator endócrino primário para que a novilha se 
torne púbere, ou seja, faz com que a novilha tenha sua primeira ovulação. Desta 
forma, a maturação hipotalâmica necessária ao desencadeamento da puberdade 
ocorrerá a partir da redução do feedback negativo exercido pelo E2, o que é 
observado na fase peri-púbere, por redução d o número de receptores deste 
hormônio no hipotálamo e na adeno-hipófise, que ocorre progressivamente 
com o avançar da idade (Figura 1; Day et al., 1987; Day et al., 2010).
Figura 01. Alterações endócrinas que ocorrem nos períodos pré-pubere peripúbere e púbere em 
novilhas. O período compreendido na figura é de aproximadamente 50 dias antes da puberdade. 
Os sinais positivos (+) e negativos (-) representam o feedback do estradiol sobre o LH, bem como 
a largura das setas representam o grau relativo deste feedback. Adaptado de Day et al. (2010), 
para novilhas zebuínas de acordo com Nogueira 2004.
 29
 A figura 2 representa o modelo que serve de base para os estudos 
a campo com o amadurecimento sexual das novilhas taurinas (Bos taurus 
taurus). A secreção pulsátil de LH é estabelecida nas novilhas por volta de 
1 a 2 meses de idade (Anderson et al., 1996) e aumenta por volta do 3º ao 5º 
meses de idade (Schams et al., 1981). Subsequentemente, a secreção de LH 
diminui (Schams et al., 1981) e mantem-se relativamente baixa (fase estática) 
até um novo aumento da secreção de LH (fase peripúbere) que culmina com a 
puberdade (Day et al., 1987). 
Figura 2. Modelo para os estágios da maturação sexual em novilhas. A área sombreada indica 
a sensibilidade da secreção de GnRH frente ao feedback negativo do estradiol. A mudança dos 
padrões de secreção de LH, durante o período pré-púbere, é resultado do aumento da secreção 
de GnRH seguido pela maior produção de estradiol pelos folículos ovarianos. O aumento de LH 
na peripuberdade é o resultado de um declínio no feedback negativo do estradiol sobre o LH. 
Adaptado de Day et al. (2010).
A maioria das pesquisas concentra-se na endocrinologia do período 
de peripuberdade das novilhas (fase estática) e do impacto das condições 
ambientais para o aparecimento da puberdade. Os fatores mais estudados que 
afetam a puberdade neste período são: os fatores relacionados ao crescimento 
como o peso corporal, o ganho de peso e a composição corporal; e os 
fatores inerentes à dieta e nutrientes específicos como o consumo de dieta, a 
alimentação em fases e o conteúdo de proteína e gordura da dieta (Day et al., 
2010). Sendo assim, podemos dizer que a nutrição é o fator primordial para o 
estudo da puberdade precoce. 
 30
 Uma série de estudos realizados pela equipe do Prof. Michel L. 
Day para pesquisar os mecanismos ovarianos e endócrinos associados com a 
puberdade precoce em novilhas chegaram à conclusão que a maturação sexual 
pode ser substancialmente alterada por meio do manejo e da manipulação 
nutricional em Bos taurus taurus (Gasser et al., 2006a, 2006b, 2006c, 2006d).
 A endocrinologia da puberdade precoce ocorre no período pré-
puberdade. As estratégias nutricionais anteciparam o aumento da frequência 
dos pulsos de LH que ocorrem na fase peripúbere. Essa afirmação pode ser 
comprovada pela aceleração maturidade ovariana, aumento do diâmetro 
máximo dos folículos dominantes, aumento da duração das ondas de 
desenvolvimento folicular e aumento do pico de estradiol durante as ondas 
de desenvolvimento folicular. Assim, as estratégias nutricionais possibilitaram 
eliminar a fase estática (Figura 2) durante a pré-puberdade, fazendo com que 
as novilhas entrem na fase pré-púberes após a fase de desenvolvimento na pré-
puberdade, pulando ou encurtando a fase estática (Figura 3; Day et al., 2010; 
Gasser et al., 2006a, 2006b, 2006c, 2006d). 
Os modelos de estudo dos mecanismos que levam a puberdade em 
novilhas Bos taurus indicus parece ser similares aos descritos em novilhas Bos 
taurus taurus (Nogueira, 2004) e, aparentemente, as estratégias nutricionais 
devem ser capazes de acelerar ou até mesmo eliminar a fase estática que 
antecede o período de peripuberdade de novilhas Bos taurus indicus.
 31
Figura 3. Modelo ajustado para atingir a puberdade precoce em novilhas. O período pré-
puberdade passa para uma idade anterior, eliminando a fase estática que foi mostrada na Figura 
2. MaxDF = diâmetro máximo dos folículos dominantes; E2 = concentrações periféricas de 
estradiol. Adaptado de Day et al. (2010).
 Nos trabalhos de Gasser et al. (2006a, 2006b, 2006c, 2006d), foi 
observado que novilhas Bos taurus taurus alimentadas com alta inclusão de 
concentrado obtiveram uma taxa média de 84% de puberdade precoce com 
262 dias (8,743 meses) de idade. O tratamento controle destes quatro trabalhos 
obteve um taxa média de 19% de puberdade em 348 dias (11,6 meses) de 
idade. Esses dados além de comprovarem o efeito da nutrição em adiantar 
a puberdade também nos permite comprovar que há uma grande diferença 
genética entre Bos taurus taurus e Bos taurus indicus. Visto que em Bos taurus 
indicus admite-se puberdade precoce com 14 meses de idade, ou seja, 420 dias 
(Nogueira, 2004; Nepomuceno, 2013; Ferreira et al., 2012). Isso mostra que há 
um componente genético forte no aparecimento da puberdade. 
 
EFEITO DA NUTRIÇÃO NA PUBERDADE
Como já discutido no tópico anterior, a nutrição é capaz de influenciar 
a idade à puberdade via secreção das gonadotrofinas. Essa influência se dá por 
 32
um conjunto de vários fatores ou hormônios que são regulados via nutrição 
(tais como, opióides endógenos, neuropeptídeo Y, leptina, glicose e insulina) 
que servem como mensageiros (“feedback” positivo ou negativo) modulando 
a secreção e liberação de GnRH. Essa modulação via GnRH culmina com 
a estimulação da secreção e liberação de gonadotrofinas, induzindo o início 
dos eventos reprodutivos que determinam a ovulação e formação de um corpo 
lúteo (Barb et al., 1999; Willians et al., 2002) (Figura 4).
Figura 4. Representação esquemática do efeito dos mediadores que são influenciados pela 
nutrição sobre a produção de gonadotrofinas pelo eixo hipotálamo-pituitária em animais. 
Adaptado de Willians et al. (2002)
O Fator de Crescimento Semelhante à Insulina-1 (IGF-1) 
apresenta–se também como um candidato metabólico relacionado com 
a puberdade. O IGF-1 está relacionado com a secreção de GnRH e de 
gonadotrofina devido sua expressão em neurônios hipotalâmicos e células da 
glia, que podem regular a secreção e liberação do GnRH (Daftary e Gore, 
2004). Outro modo de ação do IGF-1 na reprodução é via aumento da expressão 
de receptores para as gonadotrofinas, assim aumentando a esteroidogênese 
(Lucy, 2000). Deste modo, o IGF-1 tem a capacidade de influenciar a 
manifestação da puberdade, bem como a função reprodutiva na vida adulta. 
 Visto como a nutrição influencia a manifestação da puberdade, é 
importante caracterizar o estado nutricional dos animais em qualquer estudo 
com puberdade, principalmente no que diz respeito ao sistema de criação a 
pasto, que na maioria dos casos não permite uma condição nutricional ótima 
para o aparecimento da puberdade aos 14 meses de idade em novilhas Nelore. 
 Dados obtidos por nossa equipe, demostram que ao se trabalhar 
com puberdadeprecoce há a necessidade de utilização de suplementação 
 33
alimentar. A figura 5 mostra a evolução do peso de novilhas Nelore submetidas 
a duas condições de recria, uma com confinamento e outra a pasto. O manejo 
nutricional interferiu na manifestação da puberdade. As novilhas que foram 
recriadas em confinamento obtiveram uma taxa de puberdade aos 18 meses 
(final da primeira estação de monta) de 32%, enquanto as novilhas recriadas 
no pasto obtiveram uma taxa de puberdade de 14% (Nepomuceno, 2013). 
 As taxas de puberdade na primeira estação de monta obtida por 
Nepomuceno (2013) foram diferentes (32% vs 14%) devido, principalmente, 
ao desenvolvimento corporal que cada sistema de recria proporcionou às 
novilhas, cuja figura 5 exemplifica bem o desenvolvimento das novilhas em 
cada sistema de recria. Então o déficit nutricional das novilhas foi o fator 
limitante para a manifestação da puberdade precoce, uma vez que os dois 
grupos eram semelhantes geneticamente.
Figura 5. Peso de bezerras Nelore suplementadas na fase de recria com confinamento (n = 119) 
ou recriadas a pasto (n = 122). Peso aos 205 dias de idade = 6,7 meses (Desmama e inicio da 
suplementação no confinamento); Peso aos 320 dias de idade = (10,5 meses) fim do confinamento; 
Peso aos 440 dias de idade = 14,4 meses (início da estação de monta); Peso aos 560 dias de idade 
= 18,4 meses (final da estação de monta). *P=0.001. Adaptado de Nepomuceno (2013).
 Ao observar na figura 5 o desenvolvimento das novilhas que passaram 
pelo confinamento, a diferença de peso dos 320 até 440 dias de idade é de 
apenas 8,8 kg. O pequeno ganho de peso neste período foi proporcionado 
pela da saída do confinamento e entrada no pasto. Era esperada uma queda 
no desenvolvimento dessas novilhas, uma vez que não estavam adaptadas ao 
pastejo. No entanto, ao observarmos o diâmetro do maior folículo das novilhas 
temos uma boa interpretação da condição nutricional desses animais (Figura 6; 
Dados não publicados). 
 34
Figura 6. Diâmetro do maior folículo das novilhas pré-púberes que apresentavam mais de 240 Kg 
dos 10 aos 24 meses de idade. (Dados não publicados). 
O tamanho do folículo está relacionado à condição nutricional do 
animal, como já discutido anteriormente. Assim, ao analisar o diâmetro do 
maior folículo observa-se que mesmo depois de adaptadas ao pasto, as novilhas 
não voltaram a ter a condição nutricional que estavam tendo no confinamento. 
Assim, a taxa de puberdade aos 18 meses de idade (final da primeira estação de 
monta) encontrada (32%) no tratamento que passou pelo confinamento poderia 
ser maior se estes animais permanecessem por mais tempo em confinamento. 
 
EFEITO DA GENéTICA NA PUBERDADE 
 É consenso entre os autores que o melhoramento genético no 
Nelore nesses 15 anos foi notório, principalmente em características 
como ganho de peso, musculosidade, peso a desmama, entre outras. 
No entanto, no que diz respeito às características reprodutivas, mais 
especificamente a idade à puberdade, a maioria dos programas genéticos 
ainda não avançou o que seria possível pela teoria (Eler et al., 2010). 
 Os resultados de trabalhos científicos mostram que o progresso 
científico poderia ser bem maior se ao invés de utilizarmos o perímetro escrotal 
fosse utilizada a idade ao primeiro parto (Eler et al., 2010). A idade ao primeiro 
parto parece ser uma característica promissora para se avaliar a precocidade de 
novilhas. Essa característica apresenta-se com herdabilidade bastante variável 
dependendo da conjuntura que essa característica é interpretada. Por exemplo, 
os valores encontrados na literatura de herdabilidade para a característica idade 
ao primeiro parto variando de 57% (Eler et al., 2002) a 12% (Silva et al., 
2005). Essa variação deve-se ao fato de que quando a herdabilidade é de 57%, 
as novilhas foram expostas a touro com 14 meses de idade. Ao passo que na 
 35
herdabilidade de 12% as novilhas foram expostas à touro com 24 meses de idade. 
 Nosso grupo de estudo tem dados que confirmam que a puberdade 
aos 18 meses de idade é influenciada pelo pai da novilha (Figura 7). 
Figura 7. Porcentagem de puberdade até os 18 meses de idade (final da primeira estação de 
monta) de acordo com os touros utilizados. *11 (RM – reprodutores múltiplos com CEIP). 
Adaptado de Nepomuceno (2013).
A porcentagem de puberdade ao final da primeira estação de monta 
variou de 58,8% até 0%, evidenciando a necessidade de identificar os touros 
que tem o potencial de gerar filhas que apresentem puberdade precoce 
(Nepomuceno, 2013). No entanto, não sabemos como é a interação entre 
nutrição e genética para a puberdade precoce.
EFEITO INDUÇÃO DA PUBERDADE EM NOVILHAS NELORE
O percentual ideal de peso corporal pré-inseminação em novilhas 
de corte é em torno de 60-65% do peso adulto (12-14 meses de idade para 
Taurinos e 21-24 meses para zebuínos), com ganho diário médio 0,5 a 
0,8 kg/d entre o desmame e o início da estação de monta. A indústria de gado de 
corte tem como objetivo que as novilhas tenham seu primeiro bezerro com dois 
anos de idade, a fim de maximizar a produtividade durante a vida do animal. 
No entanto, algumas fêmeas não conseguem atingir este objetivo reprodutivo 
no início da estação de monta continuando pré-púberes e, consequentemente, 
seu desempenho reprodutivo limitado traz prejuízos econômicos ao produtor 
(Maquivar e Day, 2011). Tem sido relatado (Nogueira et al., 2004) que as 
novilhas peripúberes tiveram ciclos estrais curtos, caracterizado por um CL 
de vida curta (Figura 3). Esta evidência foi relatada anteriormente por Byerley 
et al. (1987), que sugeriram que a fertilidade é maior no terceiro estro após o 
início da puberdade. Este processo fisiológico de maturação pós-púbere limita 
a capacidade da novilha em obter uma prenhez bem sucedida se o animal entra 
na estação de monta em um estágio pré-púbere. Portanto, além da abordagem 
nutricional, o uso de progestinas para desencadear a cascata de eventos 
 36
endócrinos e reprodutivos, que levam à puberdade, pode aumentar o número 
de animais que começam a ciclar antes da estação de monta. Basicamente, 
para induzir / sincronizar o ciclo estral em novilhas, uma ampla variedade 
de hormônios têm sido utilizada, no entanto, os resultados são variáveis. 
 Um dos métodos mais comum é a utilização de progesterona natural 
ou sintética, isoladamente ou em combinação com outros compostos, como 
o estradiol, GnRH e seus análogos (gonadotropina coriônica eqüina; eCG) e 
análogos da prostaglandina. No entanto, apesar da variedade de programas de 
sincronização e protocolos, os resultados são variáveis em termos de eficácia em 
induzir os animais pré-púberes a ovularem e estabelecerem ciclos estrais normais 
antes da estação de monta e, finalmente, aumentar a fertilidade após a inseminação. 
 Pfeifer et al. (2009) testaram o efeito de um programa curto de 
sincronização com CIDR por 5 dias, com ou sem o uso de PGF2α (500 mg 
de cloprostenol, i.m.) no dia da retirada do implante em novilhas pré-púberes. 
Foi observado que os animais que foram tratados com progesterona + PGF2α 
apresentaram uma maior taxa de ovulação em comparação com os animais 
tratados somente com progesterona e o grupo controle (Figura 8). Além disso, 
nenhuma das novilhas que foram tratadas apresentaram ciclo estral curto após 
a ovulação. Os resultados deste experimento sugerem que novilhas tratadas 
com CIDR, em combinação com PGF2α, ovularam de forma mais eficaz que 
nos outros tratamentos.
Figura 8. Esquema de sincronização e porcentagem de ovulação em novilhas angus pré-púberes. 
Adaptado de Pfeifer et al., 2009.
Em termos de indução da puberdade em novilhas Bos indicus 
(Nelore), estudos são limitados e as condições experimentais variadas. Claro 
Júnior et al., (2010) avaliaram a eficácia de CIDRs novos (CIDR1) e CIDRs 
usados previamente por 3 vezes (27 dias de uso; CIDR4) por 12 dias, para 
induzir a puberdade em 589 novilhas Bos indicus. Durante os primeiros 7 dias 
apósa retirada do implante, as novilhas tratadas com CIDR, sejam eles novos 
 37
ou usados, apresentaram maior incidência de estro (CIDR1, 42,6% - 101/237; 
CIDR4, 39,3% - 94/239) do que no tratamento controle (CIDR0, 19,5% - 
22/113). Além disso, novilhas CIDR4 tiveram maior taxa de concepção em 
7 dias (Ovuladas x Prenhas na IATF) (46,8%, 44/94), em comparação com o 
tratamento CIDR1 (33,7%, 34/101) e CIDR0 (27,3%, 22/06). Porcentagem 
de estro acumulado em 45 dias foi maior em CIDR1 e CIDR4 do que em 
CIDR0 (Figura 9). Finalmente, taxa de prenhez aos 90 dias (final da estação 
de monta) foi maior no CIDR1 (83,5%, 198/237) e CIDR4 (83,7%, 200/239), 
do que em CIDR0 (72,6%, 82/113). Estes resultados indicam que a utilização 
do CIDR, seja ele novo ou previamente utilizado, foi mais eficaz para acelerar 
a puberdade, resultando em aumento da proporção de novilhas detectadas em 
estro, e maior proporção de fêmeas gestantes. Além disso, observou-se no 
mesmo estudo, que no dia 0 (dia da retirada do implante), concentração de 
progesterona foi maior em CIDR1 (2,31 ± 0,11) do que CIDR4 (1,20 ± 0,11) 
e CIDR0 (0,37 ± 0,16).
Figura 9. Percentual acumulado de novilhas Bos indicus pré-púberes em estro tratadas ou 
não com implante de progesterona. Sem CIDR (CIDR0) CIDR Novo (CIDR1) ou CIDR usado 
previamente por três vezes (CIDR4). Adaptado de Claro Júnior et al., 2010.
Ainda em novilhas Nelore, Rodrigues et al. (2014), realizaram um 
experimento onde tinham o objetivo de testar um protocolo de indução de 
puberdade, seguido por um protocolo de sincronização do estro em novilhas 
pré-púberes. O delineamento foi realizado em dois estágios, onde no primeiro 
todas as novilhas pré-púberes foram expostas por 12 dias, à um dispositivo de 
progesterona usado (utilizado por 3 vezes = 27 dias), para induzir a primeira 
ovulação. No segundo estágio, as novilhas foram submetidas à um programa 
de sincronização do estro e IATF de 9 dias de permanência do dispositivo de 
progesterona, em 3 períodos após o protocolo de indução (10, 12 e 14 dias 
 38
após). Não houve diferença significativa (P=032) na taxa de ovulação (86,9, 
90,9 e 89,9% para os grupos 10, 12 e 14 dias, respectivamente). Já a taxa de 
concepção foi menor (P=0.04) no grupo 10 dias (38,2%), quando comparados 
aos grupos 12 e 14 (50,4% e 45,6%, respectivamente) Tabela 1.
Tabela 1. Taxas de ovulação, concepção, prenhez à IATF e prenhez ao final da estação de monta, em novilhas 
Nelore onde o protocolo de sincronização e IATF, iniciou nos intervalos de 10, 12 e 14 dias após o protocolo de 
indução da puberdade. Adaptado de Rodrigues et al. 2014. 
Grupo 10 dias: protocolo de sincronização e IATF iniciado 10 dias após o protocolo de indução; 
Grupo 12 dias: protocolo de sincronização e IATF iniciado 12 dias após o protocolo de indução; 
Grupo 14 dias: protocolo de sincronização e IATF iniciado 14 dias após o protocolo de indução; 
Ψ Taxa de ovulação; ξ Taxa de concepção; Φ Taxa de prenhez à IATF; Σ Taxa de prenhez ao final 
da estação de monta; ab Letras diferentes na mesma linha diferem entre si (P<0,05)
Atualmente estão sendo desenvolvidos protocolo de indução da 
puberdade de novilhas Nelore com 14 meses, sendo a utilização destes, dependente 
do peso atingido pelas novilhas na referida idade, que deve ser superior a 270 kg. 
 
CONCLUSÕES
A idade à puberdade determina diretamente o desempenho 
reprodutivo na vida do animal. O estado nutricional expresso pelo peso 
corporal no início da estação de monta, escore de condição corporal e 
taxa de crescimento durante à recria, desempenham um papel importante 
no desenvolvimento da puberdade e/ou indução em novilhas Nelore. 
 A utilização de touros provados, tem impacto direto sobre a puberdade 
das novilhas, assim devemos utilizar sêmen de touros precoces, quando 
for realizada a IATF ou IA, já no repasse com monta natural, devemos dar 
preferência à touros com o Certificado Especial de Identificação e Produção 
(CEIP), pois estes passaram por um programa de melhoramento genético. 
 Finalmente do ponto de vista prático, é importante para 
a maior lucratividade da pecuária nacional, que as novilhas sejam 
inseminadas durante os estágios iniciais da estação de monta, isso 
influencia principalmente no peso dos bezerros, pois sabe-se que novilhas 
que parem no final da estação de parição, desmamam bezerros mais 
leves, e são inseminadas com atraso na próxima estação de monta. 
 
 39
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 41
CAPÍTULO 3 
 
A RELAÇÃO DA CONDIÇÃO SEXUAL DE BOVINOS 
COM A QUALIDADE DA CARNE 
Angélica Simone Cravo Pereira1, Lenise Freitas Mueller2, Adrielle Matias 
Ferrinho1, Joyce de Jesus Mangini Furlan1, Fernando Baldi3, Julio Cesar 
de Carvalho Balieiro1
1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ-USP
2Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos – FZEA-USP
3Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista - 
UNESP
 
RESUMO 
Atualmente, as preocupações que envolvem a criação dos bovinos 
para produção de carne vão além dos fatores biológicos inerentes ao 
animal. Há uma grande preocupação sobre como o animal está sendo 
criado, abrangendo as áreas de bem-estar dos funcionários e dos animais, 
meio ambiente, responsabilidade social, qualidade do alimento, segurança 
alimentar, dentre outros. Os consumidores estão mais conscientes em relação 
à própria saúde, exigindo produtos com padrão superior de qualidade. 
Ao mesmo tempo, os produtores são conduzidos a produzir mais eficientemente 
estes produtos, de acordo com as novas exigências dos consumidores. 
A prática da castração de animais para abate é tradicionalmente realizada 
por motivos de manejo, econômicos e de aceitação do consumidor, em busca 
de uma carne macia, suculenta e com coloração adequada. A castração dos 
bovinos destinados ao abate apresenta constantes questionamentos no meio 
rural. Entre as dúvidas mais frequentes, pode-se citar a própria necessidade 
da castração, qual o melhor método a ser utilizado, além da época do ano e 
idade do animal. O grande desafio da bovinocultura brasileira é aprimorar as 
técnicas de castração e adequá-las às exigências atuais aliando a produtividade 
com o bem estar animal. Além disso, é preciso padronizar a qualidade da 
carne brasileira, tornando-a ainda mais competitiva no mercado interno e 
externo. É preciso também atender às exigências do consumidor, que está cada 
vez mais preocupado não só com a qualidade do produto que vai consumir, 
mas também com as condições de manejo em que o animal foi submetido 
durante a produção. É preciso padronizar as tabelas de bonificação pagas ao 
produtor, que hoje em dia possui uma grande variação dentro das parcerias 
entre associações de criadores e frigoríficos. A decisão pela castração ainda 
é do produtor e não um fator inerente à pecuária de corte, que beneficia os 
 42
elos da cadeia. Contudo, todo o segmento da cadeia deve ter responsabilidade 
pela qualidade do produto, seja ele disponível para o mercado interno ou para 
atingir mercados importadores de carne.
INTRODUÇÃO
 O crescimento da produção na bovinocultura de corte brasileira 
observado nos últimos anos é resultante do processo de modernização e 
transformações intensas, que permitiram ao setor ganhos extraordinários 
de volume e produtividade. Tais ganhos foram determinantes para inserir o 
país em condição de destaque como um grande produtor de carne bovina. 
Entretanto, para competir igualmente neste mercado, produzir carne de melhor 
qualidade e de alto valor agregado, além de possibilitar o aumento da produção 
e o atendimento da crescente demanda mundial por alimentos, o setor ainda 
deve evoluir em alguns aspectos, buscando alternativas tecnológicas que 
tornem o sistema de produção mais eficiente e viável economicamente.
A pecuária bovina no Brasil tem preconizado a produção de 
carcaças bem acabadas, porém com quantidade menor de gordura, seguindo a 
especificação mínima necessária para o resfriamento, sem o comprometimento 
da carne nos frigoríficos, mas ao mesmo tempo seguindo a tendência mundial 
de consumo de carne magra para a manutenção do bem-estar em nível de saúde 
pública (SCOLLAN et al., 2011). Isto se deve ao fato dos consumidores estarem 
mais conscientes em relação à própria saúde, exigindo produtos com melhores 
padrões de qualidade. Ao mesmo tempo, os produtores são conduzidos a 
produzir mais eficientemente produtos de melhor qualidade de acordo com as 
novas exigências dos consumidores (Prado et al., 2008a; Prado et al., 2008b).
Segundo Bretschneider (2005) e Mach et al. (2009), a prática da 
castração de animais para abate é tradicionalmente realizada por motivos de 
manejo, econômicos e de aceitação do consumidor. Muitos frigoríficos exigem a 
castração dos animais alegando que esse procedimento favorece a uniformidade 
e a qualidade da carcaça, além da conservação e do aspecto qualitativo da carne. 
 
CASTRAÇÃO EM BOVINOS
A castração de bovinos é uma prática comum em todo o mundo há 
séculos. Há relatos escritos já a partir do século XVI sobre como executar este 
procedimento (CAPUCILLE, 2002). 
Em tempos remotos esta operação era praticada com a finalidade de 
facilitar a utilização dos animais machos no trabalho, ou para tornar sociáveis 
aqueles de comportamento agressivo, ou ainda para impedir a reprodução de 
indivíduos portadores de taras hereditárias (KOLB, 1987). 
Atualmente, pode-se empregar a castração como ferramenta de 
manejo, visando reduzir a taxa metabólica basal e a energia de manutenção dos 
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animais na fase de engorda ou para a obtenção de determinadas características 
de carcaça, como maior deposição de gordura subcutânea, resultando em 
qualidade à carne, além de maciez, sabor, textura e proteção durante o processo 
de resfriamento na indústria frigorífica, ou maior peso dos quartos traseiros, e 
ainda facilitar o manejo em conjunto machos e fêmeas em engorda, quando 
a prenhez não é desejada (KOLB, 1987; OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 
2006). 
Embora esta técnica infrinja dor no animal e provoque um período 
de crescimento lento e de pior eficiência alimentar,

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