Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Elementos de Máquinas UNIDADE 2 - CRITÉRIOS DE RESISTÊNCIA PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 1 1. Cilindros de paredes finas PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 2 Vasos cilíndricos são muito usados na indústria como caldeiras, tanques ou reservatórios, canos de arma de fogo, tubo que transportam fluidos a alta pressão. Quando estão sob pressão, o material de que são feitos é submetido a cargas em todas as direções (tanto radiais como tangenciais) Em geral, “paredes finas” refere-se a um vaso para o qual a relação raio interno-espessura da parede tem valor igual ou superior a 10 (r/t ≥ 10). Quando r/t = 10, os resultados preverão uma tensão aproximada 4% menor que a tensão máxima real no vaso. 1. Cilindros de paredes finas PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 3 Quando a parede é “fina”, a variação da distribuição de tensão pela sua espessura não será significativa, portanto considera-se ela uniforme ou constante. 1. Cilindros de paredes finas PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 4 Considerações: Distribuição de tensão é uniforme ou constante; A pressão no cilindro é a pressão manométrica, visto que ela mede a pressão acima da pressão atmosférica que consideramos existir dentro e fora da parede do vaso. 1. Cilindros de paredes finas PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 5 Ou Tensão Tangencial Ou Tensão Axial PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 6 1. Cilindros de paredes finas Exercício 1: Um vaso de pressão cilíndrico tem diâmetro interno de 1,2 m e espessura de 12 mm. Determine a pressão interna máxima que ele pode suportar de modo que nem a componente de tensão circunferencial nem a de tensão longitudinal ultrapasse 140 Mpa. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 7 1. Cilindros de paredes finas Exercício 1 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 8 1. Cilindros de paredes finas Exercício 2: Um vaso de pressão cilíndrico de alumínio é feito de tubo tendo um diâmetro externo de 200 mm e uma espessura da parede de 6 mm. A que pressão o cilindro pode receber se a tensão tangencial admissível for de 82 MPa? PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 9 1. Cilindros de paredes finas Exercício 2 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 10 1. Cilindros de paredes finas Exercício 3: O tanque do compressor de ar está sujeito a uma pressão interna de 0,63 Mpa. Se o diâmetro interno do tanque for 550 mm e a espessura da parede for 6 mm, determine as componentes da tensão que agem no ponto A. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 11 1. Cilindros de paredes finas Exercício 3 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 12 1. Cilindros de paredes finas Exercício 4: O tubo de extremidade aberta tem parede de espessura 2 mm e diâmetro interno 40 mm. Calcule a pressão que o gelo exerceu na parede interna do tubo para provocar a ruptura mostrada na figura. A tensão máxima que o material pode suportar na temperatura de congelamento é 360 Mpa. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 13 1. Cilindros de paredes finas Exercício 4 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 14 1. Cilindros de paredes finas Exercício 5: Uma caldeira é feita de chapas de aço de 9 mm de espessura ligadas nas extremidades por uma junta de topo que consiste em duas chapas de cobertura de 8 mm e rebites com diâmetro de 10 mm e espaçados de 50 mm, como mostra a figura. Se a pressão do vapor no interior da caldeira for 1,35 Mpa, determine: (a) a tensão circunferencial na chapa da caldeira separada da costura, (b) a tensão circunferencial na chapa de cobertura externa ao longo da linha de rebites a-a. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 15 Exercício 5 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 16 2. Vasos esféricos de paredes finas Embora seja mais difícil de fabricar, o vaso de pressão esférico suportará duas vezes mais pressão do que o vaso cilíndrico. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 17 Exercício 1: Um tanque esférico de gás tem um raio interno de 1,5 m. Se for submetido a uma pressão interna de 300 kPa, determine a espessura exigida para que a tensão normal máxima não ultrapasse 12 MPa. 2. Vasos esféricos de paredes finas PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 18 Exercício 1 (Resolução) 2. Vasos esféricos de paredes finas 3. Critérios de falha PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 19 A avaliação das tensões e deformações sempre é feita em função de certas propriedades do material. Entretanto, não basta apenas calcular essas grandezas. É necessário confrontar com limites pré-estabelecidos para verificar o estado de tensão em que o material se encontra, após as solicitações que venha sofrer, e identificar os valores de tensão e deformação que levarão o material a falhar. “Falha” pode significar que a peça: 1. Se separou/rompeu em dois ou mais pedaços; 2. Tornou-se permanentemente distorcida, prejudicando sua geometria. 3. Teve sua confiabilidade depreciada; 4. Teve sua função comprometida. 3. Critérios de falha PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 20 Para o caso de um elemento estrutural sujeito a um estado uniaxial de tensões, a condição para que ele não falhe, é simples. Mas, e para um caso de solicitação mais geral e/ou complexa, como a mostrada abaixo? 3. Critérios de falha PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 21 Portanto, quando o elemento está submetido a um estado multiaxial de tensões já não é tão simples assim! Nesses casos, é necessário considerar o mecanismo real de falha, ou seja, é necessário identificar qual combinação de todas as componentes de tensão presentes no elemento estrutural (tração, compressão, cisalhamento) levará o material a falhar. Infelizmente, não há uma teoria universal de falha para o caso geral de propriedades de materiais e estados de tensão. Várias hipóteses foram propostas e testadas ao longo dos anos, levando em consideração práticas aceitas na atualidade. Sendo aceitas, caracterizaremos esses práticas como teorias, tal como o fazem muitos projetistas. 3. Critérios de falha PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 22 Materiais Dúcteis Teoria da Tensão máxima de cisalhamento (MSS) – Teoria de Tresca Teoria da Energia de Distorção (DE)– Teoria de Von Mises Teoria de Coulomb-Mohr para materiais dúcteis (DCM) Materiais Frágeis Teoria da Tensão Normal Máxima (MNS) Teoria de Mohr Modificada (BCM) 3. Critérios de falha PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 23 Rompe à tração ou compressão ainda na fase elástica (sem “aviso prévio”). A falha se dá por ruptura, sem que haja escoamento. Exemplos: Concreto simples, fibra de carbono, ferro fundido, vidro, porcelana, tijolo cerâmico etc. 3. Critérios de falha PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 24 Suportam grandes deformações antes de romper. A falha se dá por escoamento, após a ocorrência de deformações plásticas (irreversíveis). Exemplos: Aço, cobre, ouro, etc. 3.1 Teoria de Tresca Também chamada de Teoria da Tensão Máxima de Cisalhamento. O critério de Tresca se enuncia como: “Um elemento estrutural (dúctil) irá falhar se a tensão cisalhante máxima ultrapassar a máxima tensão cisalhante obtida em um ensaio de tração uniaxial realizado no mesmo material”. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 25 Resistência ao escoamento em cisalhamento Resistência ao escoamento em tração ou compressão 3.1.1 No estado tridimensional de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 26 𝜏𝑚á𝑥 = 𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛 2 𝜎1 − 𝜎3 2 ≥ 𝑆𝑦 2 𝜎1 − 𝜎3 ≥ 𝑆𝑦 3.1.2 No estado plano de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 27 𝜎1 − 𝜎2 2 ≥ 𝑆𝑦 2 𝜎1 − 𝜎2 ≥ 𝑆𝑦 = 0 Estado plano de tensão 𝜏𝑚á𝑥 = 𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛 2 3.1.2 No estado plano de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 28 𝜎1 − 𝜎2 ≥ 𝑆𝑦 3.1 Teoria de Tresca PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 29 Para propósito de projeto, pode ser modificada para incorporar um fator de segurança N. 𝑁 = 𝑆𝑦 𝜎1 − 𝜎3 ou 𝑁 = 𝑆𝑦 𝜎1 − 𝜎2 Estado plano de tensãoEstado tridimensional de tensão 𝜎1 𝜎2 3.2 Teoria de Von-Mises Também chamada de Teoria da Energia de Distorção. O critério de Von-Mises se enuncia como: “Um elemento estrutural (dúctil) irá falhar se a energia associada à mudança de forma de um corpo, submetido a um carregamento multiaxial, ultrapassar a energia de distorção de umcorpo de prova submetido a um ensaio uniaxial de tração”. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 30 Resistência ao escoamento em tração ou compressão 𝜎1 − 𝜎2 2 + 𝜎2 − 𝜎3 2 + 𝜎3 − 𝜎1 2 2 1 2 ≥ 𝑆𝑦 3.2.1 No estado plano de tensão No caso bidimensional, ou seja, para o estado plano de tensões: 𝜎3 = 0 PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 31 𝜎1 − 𝜎2 2 + 𝜎2 − 𝜎3 2 + 𝜎3 − 𝜎1 2 2 1 2 ≥ 𝑆𝑦 𝜎1 2 − 2𝜎1𝜎2 + 𝜎2 2 + 𝜎2 2 + 𝜎1 2 2 1 2 ≥ 𝑆𝑦 𝜎1 2 − 𝜎1𝜎2 + 𝜎2 2 1 2 ≥ 𝑆𝑦 3.2 Teoria de Von-Mises PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 32 Para propósito de projeto, pode ser modificada para incorporar um fator de segurança N. 𝑁 = 𝑆𝑦 𝜎1 − 𝜎2 2 + 𝜎2 − 𝜎3 2 + 𝜎3 − 𝜎1 2 2 1 2 ou 𝑁 = 𝑆𝑦 𝜎12 − 𝜎1𝜎2 + 𝜎22 1 2 Estado plano de tensão Estado tridimensional de tensão 𝜎1 𝜎2 A resistência ao escoamento prevista pela Teoria de Von-Mises é 15% maior que a prevista pela Teoria de Tresca. 3.3 Comparativo entre os critérios PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 33 PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 34 3. Critérios de Falha Exercício 1: O eixo maciço apresentado na figura abaixo tem raio 0,5 in e é feito de aço com limite de escoamento Sy = 36 ksi. Determinar se o carregamento provocará sua falha, de acordo com a teoria da tensão de cisalhamento máxima e a teoria da energia de distorção máxima. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 35 Exercício 1 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 36 3. Critérios de Falha Exercício 2: Em um ponto crítico de uma peça de aço de uma máquina, as componentes de tensão encontradas foram σxx = 100 MPa, σyy = −50 MPa e 𝜏xy = 30 MPa. Assumindo que o ponto esteja em estado plano de tensões, e que a tensão de escoamento do material seja 160 MPa, determine se a peça falha segundo os critérios: a) da máxima tensão de cisalhamento (Tresca). b) da máxima energia de deformação (Von-Mises). PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 37 3. Critérios de Falha Exercício 2 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 38 3. Critérios de Falha Exercício 3: O estado de tensões atuantes no ponto crítico de um elemento de máquina é mostrado na figura. Determine a menor tensão de escoamento para um aço a ser selecionado para a fabricação do componente, baseado na teoria da máxima tensão cisalhante. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 39 3. Critérios de Falha Exercício 3 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 40 3. Critérios de Falha Exercício 4: O pino apresentado na figura abaixo é solicitado por uma carga de 72000 N e tem diâmetro de 12 mm. As dimensões das peças são a = 12 mm e b = 18 mm. O pino foi fabricado com um aço que possui uma resistência ao escoamento à tração de 500 Mpa. Aplicando o critério de Tresca, assinale a opção que apresenta o coeficiente de segurança correto contra escoamento por cisalhamento no pino e a informação se a peça falha ou não. a) pi/4; falha. b) pi/8; falha. c) 4/pi; não falha. d) pi/2; não falha. e) pi/4; não falha. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 41 Exercício 4 (Resolução) PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 42 Exercícios de fixação Exercício 1: O tanque do compressor de ar está sujeito a uma pressão interna de 0,45 Mpa. Se o diâmetro interno do tanque for 450 mm e a espessura da parede for 4 mm. Determine as componentes da tensão (tangencial e longitudinal) que agem no ponto A. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 43 Exercícios de fixação Exercício 2: O estado de tensão que age sobre um ponto crítico na estrutura de um banco de automóvel durante uma colisão é mostrado na figura. Determine a menor tensão de escoamento para um aço que possa ser selecionado para fabricar o elemento estrutural com base no Critério de falha de Tresca. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 44 Exercícios de fixação Exercício 3: O estado de tensão que em um ponto crítico sobre uma chave de porca é mostrado na figura abaixo. Determine a menor tensão de escoamento para o aço que poderia ser selecionado para a fabricação da ferramenta com base na Teoria de Von-Mises. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 45 Exercícios de fixação Exercício 4: Um elemento está sujeito às tensões mostradas na figura abaixo. Se Sy= 350 Mpa, determine o fator de segurança para essa carga com base na (a) teoria da tensão de cisalhamento máxima (Teoria de Tresca) e (b) teoria da energia de distorção máxima (Teoria de Von-Mises).
Compartilhar