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competencias da engenharia clinica 2- Resenha

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA BIOMÉDICA 
 
Resenha Crítica de Caso 
Moisés de Carvalho 
 
 
 Trabalho da disciplina: Competências da Engenharia Clínica 2 
 Tutor: Prof. MARCIO JORGE GOMES VICENTE 
 
 
 
 
Duque de Caxias - RJ 
Ano 2020 
 
 
 
 
 
 
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TERRA, Thiago, GUARIENTI, Adriane, MAIQUEL, Eder,RODRIGUES JUNIOR, Luís Fernando. UMA 
REVISÃO DOS AVANÇOS DA ENGENHARIA CLÍNICA NO BRASIL. 
 
O serviço de engenharia clínica iniciou-se nos estados unidos em 1960, devido aos 
grandes surgimentos de novas tecnologias relacionadas a área de saúde. Em 1845 foi 
descoberto o mecanismo de eletrocardiograma, o RX foi descoberto em 1895 pelo físico alemão 
Wilhelm Conrad Roentgen. As tecnologias e descobertas avançavam e havia a necessidade de 
conhecimentos fora da área medica. Conhecimentos relacionados a eletricidade, eletrônica 
física, para manter um funcionamento essas tecnologias e em muitas vezes manuseá-la e dar 
treinamentos. Apesar de dessas descobertas terem sidos no século 19, demorou ainda algum 
tempo para que fossem fabricados os primeiros equipamentos. Com surgimentos de novas 
tecnologias e as indústrias investindo no seguimento da saúde, surgiu se a necessidade de 
acrescentar nesta área outros profissionais, para suprir uma necessidade que antes não havia. 
Neste período engenheiro clinico se preocupava, mais com as manutenções, com o decorrer 
dos tempos houve a necessidade de, controlar, comprar e cuidar desses parques hospitalares. 
Daí surgiu se a engenharia clinica iniciada em 1960 nos Estados Unidos. Hoje o engenheiro 
clinico está ligado diretamente com todas as áreas do hospital e fora do hospital, com 
fornecedores, fabricantes e outros contatos, para poder gerir e suprir as necessidades de 
médicos, enfermeiros e pacientes. 
No Brasil este processo demorou um pouco mais, aqui o SUS é a organização constituída 
em se tratando de saúde pública. Infelizmente o sistema não é implantado com políticas claras, 
e encontramos muitos problemas relacionado a equipamentos médicos, principalmente quando 
se trata de novas tecnologias. 
Foi só nas décadas de 1980 e 1990 começaram os debates sobre planejamento e 
administração desses equipamentos. As autoridades começaram a entender, que havia uma 
falta de mão de obra grave em relação a este problema, e que uma ação deveria ser tomada 
para a solução. Esses resultados só começaram a parecer nos anos de 1991 a 2000, seis 
engenheiros foram enviados para Washington DC e participaram da primeira oficina de 
 
 
 
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engenharia clínica. Em 1992, o Ministério da Saúde publicou um Termo de Referência (BRASIL, 
1991 apud BRITO, 2004) para os técnicos de treinamento em manutenção de equipamentos 
médicos. As primeiras formações de engenheiros clínicos no Brasil se deu no ano de 1993 e 
1994. AS Primeiras normas nacionais para equipamentos médicos também foram aprovadas na 
década de 90 NBR-IEC 601-1 e NBR-IEC 6012, e estabeleceram a certificação compulsória. 
Que consiste em textos normativos, ensaios em laboratórios independentes credenciados pelo 
INMETRO e a avaliação do processo produtivo (SOUZA et al., 2012). No ano de 2010 a Anvisa 
adotou uma resolução da Diretoria Colegiada nª 02 com o objetivo de estabelecer que os 
estabelecimentos de saúde gerenciem seu parque tecnológicos, no que se refere a 
rastreabilidade, segurança, eficácia, qualidade e efetividade. 
Neste ponto o papel do engenheiro clinico no Brasil mudou consideravelmente. Hoje, os 
engenheiros clínicos estão trabalhando com médicos, 
Enfermeiros e administradores, o que evidencia mudanças significativas para o país. Em 
relação a manutenção, houve grandes mudanças no mundo referente a manutenção. Em 1970 
as indústrias com novas técnicas de produção e novas expectativas dos clientes, isso aliados a 
uma tendência continua de redução de tempo, a parada de qualquer equipamento resultava na 
redução de ganhos pela empresa, aumentava o custo e baixava a qualidade nos atendimentos 
aos clientes. 
Neste período a Boeing Criou o conceito de manutenção centrada na qualidade (RCM-– 
Reliability Centred Maintenance) devido a necessidade de se produzir o Boeing 747 (SIQUEIRA, 
2005). Nos estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) a realidade não poderia ser 
considerada diferente. Os EAS são empresas públicas ou privadas que têm como produto 
principal o serviço de atendimento à saúde de seus pacientes (ANVISA, 2010). 
Países em desenvolvimento, caso do Brasil, o principal problema é como a manutenção 
e a gestão dos equipamentos podem garantir o correto funcionamento dos dispositivos médicos 
e a garantia da disponibilidade de equipamentos críticos, toda vez que são necessários (MEKKI 
et al., 2012. 
Os EAS têm como principal objetivo cuidar da saúde de seus pacientes, sejam esses 
órgãos públicos ou privados. E assim como aconteceu nas industrias, os estabelecimentos de 
saúde com investimentos em novas tecnologias, tiveram um elevado custo de manutenção em 
alguns desses equipamentos. Equipamentos como ressonâncias magnéticas, Tomógrafo e 
 
 
 
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outros foram incorporados e mudou drasticamente a forma de se cuidar da saúde dos pacientes 
aumentando também o custo na manutenção para se manter todos funcionando. 
Mesmo com esta alta dependência de tecnologias, em muitos países a administração 
hospitalar considera a manutenção como um serviço secundário. Por Vezes, é feita a aquisição 
e a instalação do equipamento e somente depois se conjectura os processos de manutenção 
(MORENO, 2011). Países em desenvolvimento, caso do Brasil, o principal problema é como a 
manutenção e a gestão dos equipamentos pode garantir o correto funcionamento dos 
dispositivos médicos e a garantia da disponibilidade de equipamentos críticos, toda vez que são 
necessários. Como a aquisição desses equipamentos são de um custo muito elevado, a 
manutenção não pode ser vista como um serviço secundário. Neste meio os engenheiros clínicos 
através de planejamentos, podem ajudar a otimizar o processo e reduzir os custos de 
manutenção. 
O inesperado pode trazer grades problemas e graves consequências, ainda mais quando 
se trata de EAS, ou de um hospital. Com a gestão de riscos que bisca prevenir problemas através 
de ações complexas, o engenheiro clinico através de suas habilidades e conhecimento, pode 
contribuir bastante dentro das organizações de saúde. A engenharia clinica no passado estava 
relacionada diretamente a questão de manutenção e inspeção de equipamentos médicos, mas 
ao passar dos anos foi ganhando outra forma, e hoje o cenário evoluiu de um sistema puramente 
técnico para um sistema de gestão. Englobando a educação de equipes, gestão de riscos, 
avaliação de novas tecnologias, desenvolvimento de equipamentos, garantia da qualidade, etc. 
(CALIL, TEIXEIRA, 1998; STEPHEN, 2004; BRONZINO, 2004) 
 Neste ambiente complexo a engenharia clinica tende cada vez mais a sair do ambiente 
relacionada a parte técnica e ter uma ação mais global em relação ao funcionamento de uma 
EAS e incorporando alguns serviços como: 
a) Serviços de gestão e consultoria: gestão de inventário e ativos de forma mais complexa; 
planejamento estratégico; qualidade e segurança; atendimento a equipes de vendas de produtos 
médicos. 
b) Serviços de suporte: treinamentos e programas de educação continuada; atendimentos 
via“Help Desk”. 
c) Serviços técnicos: instalação e integração de novos equipamentos; atualização das 
tecnologias existentes; redução do trabalho direto na manutenção. 
 
 
 
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Conclusão: Como em todo mundo, houve avanços e mudanças em relação a engenharia 
clínica que foi iniciada em 1960. Hoje a engenharia clínica passou de um simples setor de 
manutenção de equipamentos médicos, para um setor que administra, coordena a manutenção, 
e faz toda gestão de equipamentos médicosdentro de um estabelecimento de serviços de saúde, 
seja ele público ou privado. Também passa pela engenharia clínica, a aquisição de novas 
tecnologias, material de reposição para manutenção, acessórios e compras de novo 
equipamentos. Ficando ainda incumbida de acompanhar manutenção de terceiros, fornecedores 
e dar treinamento dentro de novas tecnologias adquiridas. 
A legislação sanitária teve um papel importante no avanço da engenharia clinica no Brasil 
em 2010 quando publicou a RDC nº 02/2010nº 02/2010 que estabelece os requisitos mínimos 
para Gestão de equipamentos Médicos em EAS. Neste mesmo período, a ABNT formulou a 
normativa ABNT NBR15943 (2011) – “Diretrizes para um programa de gerenciamento de 
equipamentos de infraestrutura de serviços de saúde e de equipamentos para a saúde”. Apesar 
de não ter força de lei, este documento é um referencial para profissionais e gestores 
hospitalares no desenvolvimento de novos grupos de engenharia clínica no Brasil. Existe ainda 
alguns problemas, mais relacionados aos órgãos públicos, que ainda não dão a devida 
importância a equipe de engenharia clínica dentro de um hospital. E isso tem contribuído para 
alguns serviços sem qualidade dentro de algumas instituições públicas, que infelizmente não 
tem visado qualidade do serviço prestado, mas somente os custos.

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