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Reflexão sobre o impacto do alzheimer na esfera familiar

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UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA
LICENCIATURA EM PSICOLOGIA
2º ANO- PSICONEUROLOGIA
Reflexão sobre ‘’Alzheimer- O impacto na esfera familiar’’
Docente: Professora Doutora Cláudia de Castro
Discente: Mónica Paulino nº 30002932
Dia 21 de setembro, dia mundial da doença de Alzheimer. Porque é que é tão importante este dia? Pois estima-se que cerca de 5% da população com mais de 65 anos de idade sofra de demência. Crê-se que a idade continua a ser o maior fator de risco para a psicopatologia de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. 
A Neuropsicologia desempenha um papel extremamente importante no diagnóstico de Alzheimer. E porquê? Porque o diagnóstico é feito fundamentalmente através de critérios clínicos pré-estabelecidos juntamente com a exclusão de outras possíveis causas para a demência. O diagnóstico de demência e avaliação clínica deve ser feita, baseada em exames de triagem e confirmada por testes neuropsicológicos. E como é feita a exclusão de outras causas? É feita através de exames laboratoriais, pela neuroimagem cerebral e por exame clínico onde no exame clínico tenta-se perceber a história prévia do paciente e se alguma vez o mesmo ingeriu álcool ou outras substâncias que possam contribuir para o prejuízo cognitivo ocorrido. 
E o que acontece na doença de Alzheimer? Na doença de Alzheimer, as partes do cérebro degeneradas destroem as células nervosas e reduzem a capacidade de resposta das restantes a muitos dos mensageiros químicos que transmitem os sinais entre as células nervosas no cérebro (neurotransmissores), portanto, doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como por exemplo a memória, a atenção, a concentração, entre outras. No entanto, apesar disto é importante destacar que os avanços científicos têm vindo a tornar possível a (com)vivência com a doença. Porém, embora todo o caminho percorrido ainda não permitiu que os especialistas encontrassem a cura mas sim alternativas medicamentosas e intervenções por via de baterias de materiais didáticos e de estimulação cognitiva, que permite à pessoa com Alzheimer viver com mais qualidade de vida, no entanto, apesar de o doente conseguir viver com mais qualidade de vida isso não dura para sempre uma vez que esta doença é marcada por 3 fases sendo que a primeira fase é a leve, a segunda a moderada e a terceira a avançada. 
E é no decorrer disto que falamos então na importância dos cuidadores dos doentes de alzheimer e muitos artigos centram-se precisamente nisso e em como os cuidadores se sentem e todas as dificuldades que encontram durante o suporte ao familiar. Portanto, cuidar de alguém com alzheimer torna-se num trabalho a tempo inteiro, difícil quer, fisicamente e psicologicamente para quem assume o papel de cuidador e de acordo, com vários artigos que li, estes são maioritariamente pessoas do sexo feminino. É muito difícil para um familiar aceitar que um ente querido carrega o flagelo de progressivamente ir perdendo a memória, manter níveis satisfatórios e suportáveis de dignidade humana quando na verdade já só resta um corpo sem comando, e por fim ter a coragem e aguentar com carinho e amor o ‘’sofrimento’’ de alguém a quem lhe foi ‘’tirada’’ a memória e as palavras. Isto é ser-se cuidador. Todavia, quando os cuidadores, membros da família direta, não conseguem dar resposta às necessidades dos seus entes queridos, estes decidem recorrem a instituições, nomeadamente centros de dias ou lares de idosos. É nestas circunstâncias que a existência de uma equipa multidisciplinar é fundamental. Há três palavras que temos de ter em conta quando estamos perante uma situação destas, são elas o respeito, compreensão e valorização. São essas as palavras de ordem quando se é cuidador de alguém com alzheimer. Seria uma tirania desrespeitar e desvalorizar um doente de Alzheimer só porque a ausência progressiva da memória o afasta e confunde da realidade.
Compreender o doente de Alzheimer não combina com tentativas inúteis de o chamar à realidade. Ele não está louco, mas sim a viver o seu tempo. Se fizéssemos um esforço no sentido de percebermos o que sente o doente de alzheimer rapidamente nos perderíamos pois é exatamente isso que ele sente, que está perdido. Viver num espaço que, na grande maioria das vezes, não lhe transmite qualquer segurança porque é um sítio que lhe será sempre estranho e distante da sua realidade e, viver com pessoas que em nada tem a ver com aquelas que a sua memória remota ainda guarda, aumentará brutalmente a sensação de que está perdido. Agora pergunto como é que se sente alguém quando se perde? No meu caso, fico assustada e com medo e é precisamente assim que vivem os doentes de Alzheimer quando, em picos de ansiedade e desorientação provocados pelo decurso natural da doença, se sentem “sem chão debaixo dos pés’’. É por isto que o cuidador acaba por sofrer também e não só o próprio doente uma vez que ninguém gosta de ver um ente querido sofrer. A doença de Alzheimer tem um grande impacto na esfera familiar, uma vez que esta não permite o doente viver de forma independente e, por isso, ocorrem mudanças na vida dos cuidadores diretos. Cuidar de um familiar com doença de Alzheimer é um processo longo e desgastante, não só para quem sofre da doença como também para os seus cuidadores. Portanto é indispensável que o cuidador se sinta bem psicologicamente caso contrário como poderá cuidar do familiar doente se o próprio cuidador não se encontra bem? É necessário também que haja ajuda de outros familiares no cuidado do doente de forma a que o cuidador principal não se sinta sobrecarregado e tenha apoio de outros familiares na ajuda do seu bem-estar. 
Para concluir, os resultados dos estudos analisados nos vários artigos que usei para fazer esta reflexão, revelam que a doença de Alzheimer configura-se como um problema que atinge a vida pessoal e familiar dos cuidadores. Apesar da existência de Centros de Referência em Assistência à Saúde do idoso muitos deles ainda sofrem a falta do apoio de profissionais especializados. Isso mostra a importância de divulgar e esclarecer informações sobre a DA uma vez que se o fizerem, ao estarem a divulgar os sintomas da enfermidade, muito provavelmente aumentaria o número de pessoas que procurariam mais cedo o auxílio dos profissionais.

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