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Resumo - A Comunicação de Más Notícias - Janinne S

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A Comunicação de Más Notícias: Mentira Piedosa ou Sinceridade Cuidadosa - Janete A. 
Araujo Elizabeth Maria Pini Leitão. 2012. 
 
● A comunicação, de maneira geral, como um dos pilares dos cuidados paliativos: 
na forma de relacionar-se com a família, entre a equipe multidisciplinar que assiste o 
paciente. A comunicação atua como uma ferramenta terapêutica de suma importância 
na área da saúde. 
● A complexidade dos aspectos relacionados à transmissão de más notícias: requer 
que o profissional tenha treino, desenvolva técnicas e competências 
● Definição de comunicação. A comunicação interpessoal como um processo complexo 
e subjetivo que envolve crenças e valores, experiências, expectativas, percepção e 
compreensão de cada um dos sujeitos envolvidos no cenário. O objetivo da 
comunicação, as ferramentas utilizadas pela mesma (linguagem verbal e não verbal). 
● Definição de má notícia: qualquer informação que exerça um impacto negativo sobre 
a vida do paciente, em termos de mudanças ou adaptações 
● A comunicação entre pacientes e a equipe de saúde: quando há uma comunicação de 
qualidade entre profissional de saúde e paciente, este se sente mais motivado e 
encorajado a fazer perguntas, reduzindo seu sofrimento e ansiedade gerados pelo 
tratamento. A qualidade da comunicação depende da postura do profissional, tanto na 
hora de transmitir informações e sanar dúvidas, quanto na hora de transmitir uma má 
notícia para um paciente 
● A comunicação de más notícias: O sofrimento causado por uma má notícia é de algum 
modo reduzido se o médico/profissional de saúde mostrar consideração pelos 
sentimentos do doente, se tiver tempo para responder a perguntas e garantir ao doente 
um apoio contínuo, mesmo quando a cura não for mais possível. 
A forma como se comunica ao doente o diagnóstico e a terapêutica, mesmo que 
tecnicamente estes estejam corretos, influencia de uma forma muito importante a 
maneira como o doente vai reagir, e, por isso, os profissionais devem levar em 
consideração alguns fatores, como a sinceridade, empatia, confiança, escuta atenta, 
liberação de emoções, toque, respeito às crenças do paciente. 
● O SPIKES: O objetivo é habilitar o médico a preencher os quatro objetivos mais 
importantes da entrevista de transmissão de más notícias: recolher informações dos 
pacientes, transmitir as informações médicas, proporcionar suporte ao paciente e 
induzir a sua colaboração no desenvolvimento de uma estratégia ou plano de tratamento 
para o futuro. 
● É importante que se considere todas as problemáticas que envolvem a comunicação das 
más notícias, como o histórico familiar de doenças, ou o fato de que após lidar com o 
recebimento de uma má notícia, o doente/paciente não é capaz de reter todas as 
informações que lhes foram dadas, aplicando-se a situação também aos familiares e 
acompanhantes. Nesse caso, é importante que o profissional mostre atenção, empatia e 
carinho com o comportamento e sinais não verbais. Isso porquê “o paciente precisa 
sentir que por pior que seja sua situação, ali se encontra alguém que não o irá 
abandoná-lo à própria sorte ”. 
 
 
● A atenção aos familiares também é de suma importância, já que eles também fazem 
parte do círculo de sofrimento do paciente, passando por um grande impacto emocional. 
 “uma das necessidades mais proeminentes da família é o 
estabelecimento de uma comunicação clara, honesta e 
frequente com os membros da equipe que cuidam do 
paciente” 
 
● Considerações finais: a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes 
(incluindo os familiares) contribui para uma melhor qualidade de vida do mesmo. O 
profissional capaz de manter uma comunicação consegue identificar as necessidades do 
paciente mais facilmente e promover a saúde, reduzindo a angústia e o sofrimento de 
todos os envolvidos no processo. 
A aquisição dessa habilidade de comunicação: 
“não se faz por acumulação da experiência, 
mas pelo treino e aquisição de conhecimento, 
bem como uma constante reflexão do 
profissional de saúde sobre seus próprios 
recursos emocionais para lidar com situações 
de perdas e frustrações”. 
 
 Logo, se você não é treinado para tal, não há como se esperar que saiba lidar com estas 
situações. É preciso que as instituições invistam mais em qualificar seus estudantes 
nessa área. 
 
 
 
A comunicação com o paciente em cuidados paliativos: valorizando a alegria e o otimismo 
- 2006 
Monica Martins Trovo de Araújo , Maria Júlia Paes da Silva 
 
● A colocação de que enquanto se existe vida, existe a necessidade do cuidado em 
enfermagem: a atuação da equipe de enfermagem é primordial e indispensável para 
proporcionar o máximo de conforto ao paciente sob cuidados paliativos. 
● A importância da assistência da enfermagem: consideração do paciente não apenas 
como um corpo biológico, mas como um ser único e multidimensional, cheio de 
complexidades. Essa percepção abre espaço para a utilização das diversas formas de 
comunicação nos cuidados paliativos. 
● A falta de habilidade de alguns (maioria) dos profissionais da área da enfermagem no 
que tange a comunicação de más notícias. 
● Ressalta novamente a relevância da comunicação como ferramenta terapêutica para os 
pacientes em estado de cuidados paliativos. 
● Relata a falta de conhecimento e de preparo dos enfermeiros sobre a lida com a morte, 
o que se torna um problema, visto que estes profissionais são os que mais estão em 
contato com os pacientes no ambiente hospitalar. 
 
“Parece que muitos profissionais mostram 
desconhecer técnicas de comunicação 
terapêutica, evitando o contato verbal com os 
pacientes que vivenciam o processo de morrer, 
afastando-se dos mesmos, por não saber 
trabalhar os sentimentos que a situação de 
morte iminente lhes desperta”. 
● As expectativas que os pacientes em cuidados paliativos vivenciam sobre a relação com 
os enfermeiros: objetivo do artigo. 
● RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os pacientes entrevistados destacam nas quatro 
categorias evidenciadas em seus discursos, 1) o papel de destaque da comunicação e do 
relacionamento interpessoal no contexto da terminalidade, 2) a relação de confiança 
estabelecida com os profissionais de saúde e cuidadores a partir da leitura dos sinais 
não-verbais dos mesmos, reafirmam o desejo de não conversar apenas sobre a 
doença e valorizam a comunicação verbal otimista e alegre e a presença compassiva 
que consola e conforta. 
● O PAPEL DE DESTAQUE DA COMUNICAÇÃO E DO RELACIONAMENTO 
INTERPESSOAL NO CONTEXTO DA TERMINALIDADE: Para os pacientes 
sob cuidados paliativos, o relacionamento humano é a essência do cuidado que sustenta 
a fé e a esperança nos momentos mais difíceis. Expressões de compaixão e afeto na 
relação com o outro trazem a certeza de que somos parte importante de um conjunto, o 
que traz sensação de consolo e realização, além de paz interior. Destaca a importância 
da relação com o outro, de saber valorizar a vida da outra pessoa e de se colocar não 
como uma máquina ou alguém treinado, mas como alguém que possui empatia. 
Demonstra como a conversa e o diálogo são importantes e valorizadas para quem 
vivencia o processo de morrer. 
 
● A ATENÇÃO AO NÃO-VERBAL DO PROFISSIONAL: As diversas concepções 
do cuidado e dos locais e formas de aplicação do mesmo. Aponta que, para ser de fato 
um cuidado, a pessoa que irá recebê-lo deve consentir em ser alvo dessas ações, pois se 
ocorrida de maneira distinta, não haverá eficácia do cuidado. O paciente só se permite 
ser cuidado e se sente seguro quando confia na profissional de saúde que está 
responsável pelas ações. 
“A partir da leitura dos sinais não-verbais do 
profissional, o paciente percebe se pode ou não 
nele confiar”. 
 
A comunicação não-verbal tem papel determinante na confiança que um paciente 
adquire sobre um profissional de saúde e sobre as ações que este irá promover em seu 
favor. 
“Preocupa-se com o pacienteenquanto ser 
humano, com sentimentos e emoções e não 
apenas com um sintoma ou um órgão 
comprometido. Isto pode facilitar o cuidado 
integral, humanizado, holístico. O sorriso 
amistoso também foi destacado [...] como 
 
importante sinal não-verbal que denota o grau 
de atenção e disponibilidade do profissional 
para com o paciente. A mesma paciente 
destaca o fato de que se apega, ou seja, 
estabelece mais vínculos com aquele que 
considera bom, que lhe dá atenção”. 
 
● EVITAM FALAR SOBRE A DOENÇA E A MORTE: Quando os doentes se 
encontram em condições muito extremas, é comum que não se queira falar sobre a 
morte. Muitas vezes é influenciado pelo caráter estigmatizado que faz parte inerente de 
algumas doenças como o câncer, que imediatamente é associado à terminalidade. Isso 
ocorre pelo desejo de evitar o sofrimento para si ou para as outras pessoas envolvidas. 
 
“não é porque estão vivenciando o câncer e a 
terminalidade é que deixam de gostar do que 
antes lhes era prazeroso. Infere-se, portanto, 
que é desejado que a conversa e o 
relacionamento não sejam focados apenas na 
doença e morte.” 
 
● A VALORIZAÇÃO DO OTIMISMO, DO BOM HUMOR, DA CONVERSA E 
DA COMPANHIA: Os pacientes dão pistas sobre como gostariam de ser tratados em 
seu estado de terminalidade. Valoriza o bom humor como forma de aliviar a tensão. 
 
Humanizar a experiência da dor, sofrimento e 
perda requer um algo mais da equipe de 
enfermagem. O bom humor entre pacientes, 
familiares e equipe de enfermagem proporciona 
a construção de relações terapêuticas que 
permitem aliviar a tensão inerente à gravidade 
da condição e proteger a dignidade e os valores 
do paciente que vivencia a terminalidade. 
 
O bom humor em sua essência está ligado aos princípios dos cuidados paliativos, de pregar 
pela manutenção da qualidade de vida e da importância dos relacionamentos, além de ser 
caracterizado como uma dimensão do cuidado emocional. Além disso, o otimismo é um fator 
também super relevante e desejado em uma equipe de enfermagem relacionada com cuidados 
paliativos, pois o otimismo aparece como uma forma de tentar manter a normalidade dentro do 
ambiente que concerne a doença. Esse otimismo, no entanto, deve ser moldado, para que não 
haja fingimentos e mentiras para os pacientes e seus familiares. 
Dadas as incertezas da morte e do processo de morrer, é importante que existam pessoas que 
estejam acompanhando os pacientes em seus estados terminais, para que eles não tenham que 
lidar sozinhos com o processo. Assim, acaba ocorrendo de maneira mais tranquila. 
● CONSIDERAÇÕES FINAIS: o relacionamento interpessoal desenvolvido 
positivamente é extremamente relevante para os pacientes em estados terminais, assim 
como o desenvolvimento de uma comunicação positiva. 
 
 
 
 
PERCEPÇÃO DOS MÉDICOS SOBRE COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS AO 
PACIENTE (Texto 5) 
Simone Solange Lech* Amanda dos Santos Destefani** Elcio Luiz Bonamigo*** 
 
Introdução 
 
● Pacientes que recebem más notícias de forma inadequada, durante a assistência 
médica, nunca mais esquecem esse momento infeliz. A informação a ser oferecida 
pelo médico tem o potencial de causar mudanças drásticas na vida deles e comprometer 
definitivamente sua perspectiva de futuro, suscitando angústia e sofrimento. Nesse 
contexto, a transmissão de más notícias constitui uma tarefa que requer habilidades, 
compaixão e empatia dos profissionais. 
● Durante a revelação de notícias difíceis, além do discurso, a postura não verbal, por 
meio dos gestos, das mímicas e do semblante, constitui parte integrante do ato da 
comunicação. As atitudes como olhar nos olhos do paciente, tocar em suas mãos ou, 
simplesmente, sorrir e manifestar silêncio empático, mostra a ele com quem poderá 
contar em seu período de sofrimento 
● Assim, para que o médico possa transmitir adequadamente uma notícia ruim, deverá 
ser capaz de prestar suporte emocional ao paciente, uma vez que seria desumano não 
fazê-lo. No entanto, é possível que o preparo para a comunicação de más notícias 
ao paciente possa não estar sendo adequadamente oferecido durante a formação 
médica e os cursos de educação permanente. Por isso, os profissionais atingem com 
mais facilidade as situações-limite nas quais são desafiados em suas competências, 
experimentando a sensação de fracasso e impotência. 
● Para criar e desenvolver habilidades nos profissionais de saúde, muitos estudos 
buscaram revelar estratégias a serem utilizadas no momento de transmitir a má notícia. 
O Protocolo Spikes, um dos mais didáticos e utilizados como base para a transmissão 
da má notícia, delineia seis passos para orientar o profissional da saúde no 
momento da comunicação: setting (preparando o ambiente), perception (percepção), 
invitation (convite), knowledge (conhecimento), empathy (empatia), strategy e 
summary (estratégia e resumo). 
 
Resultados e discussões 
 
● A habilidade na revelação de má notícia pode ser adquirida progressivamente por meio 
da experiência pessoal e observação da conduta de outros profissionais 
● Ademais, competência, honestidade, atenção, uso de um linguajar simples e claro, 
disponibilidade de tempo para responder a perguntas e processamento da informação 
podem ser desenvolvidas com a prática profissional e são virtudes que os pacientes 
esperam encontrar em seu cuidador (VICTORINO et al., 2007). 
● Para que o médico possa transmitir adequadamente a notícia ruim, precisa contar 
com formação apropriada. Nesse contexto de relação verbal e não verbal, é 
 
recomendável que a comunicação da má notícia seja acompanhada de suporte 
emocional ao paciente. Para tanto, o médico precisará trazer em sua formação a 
habilidade necessária a esse atendimento (OLIVEIRA et al., 2009). 
● A falta de formação em contraste com a elevada frequência de comunicação de más 
notícias pelo médico em sua profissão, revelada neste estudo, apontam para a 
necessidade da inclusão desse tema para alunos durante a formação médica e nos 
cursos de aperfeiçoamento aos profissionais em atividade. 
● No âmbito profissional, com o intuito de ajudar no desenvolvimento da habilidade na 
comunicação de más notícias, foi criado no Brasil o Projeto de Humanização do SUS, 
idealizado pelo Instituto Nacional do Câncer que, em 2005, desenvolveu oficinas para 
o treinamento de residentes e outros profissionais da área da saúde. O resultado foi 
positivo e o programa obteve o reconhecimento necessário para justificar sua 
continuidade (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2010). 
● O estudo da Ética Médica e Bioética durante a graduação, ao promover a visão da 
totalidade do ser humano, contribui na aquisição de fundamentos e habilidades para 
a revelação de má notícia (VIEIRA et al., 2009). No entanto, observa-se que o ensino 
dessas disciplinas nos Cursos de Medicina se encontra um tanto atrasado, pois os 
conteúdos ainda são fragmentados, inviabilizando a ideia de integralidade do ser 
humano (SIQUEIRA, 2009). Como a formação do médico vai além da ciência médica 
e o estudante precisa desenvolver virtudes como altruísmo, atenção e empatia para ser 
um bom profissional, há sugestões da inclusão de Filosofia, Literatura e Sociologia 
na grade curricular das escolas de Medicina (BENEDETTO, 2010) 
● Entretanto, a revelação da verdade por meio de alguns passos padronizados, como 
preconiza o Protocolo Spikes, não é uma metodologia inquestionável. Quando o 
assunto envolve má notícia, a comunicação pressupõe algo tão terrível e nocivo 
que suscita dúvidas sobre a existência de um método padronizado garantidamente 
eficiente para a transmissão adequada (IGNACIO et al., 2010). 
● A introdução do estudo da comunicação no contexto da prática médica, com objetivo 
voltado para a relação médico-paciente, apresenta-se como uma alternativa para o 
desenvolvimento de habilidades na revelação (TURINI et al., 2008; GROSSEMAN; 
STOLL, 2008) 
 
Consideraçõesfinais: 
 
A maioria dos médicos entrevistados informou que transmite más notícias aos pacientes com 
frequência, mas seu aprendizado foi ruim durante a graduação. Os médicos mais jovens e 
com menor tempo de formação revelaram maior dificuldade de comunicá-las do que os 
médicos mais antigos, mas a dificuldade em responder a perguntas difíceis foi considerada 
pouco frequente. O Protocolo Spikes começou a ser conhecido pelos médicos com menor 
tempo de formação, mas é desconhecido pela maioria que, após ter sido esclarecida sobre o 
significado, apoiou a sua utilização. Esses resultados permitem inferir que o ensino da 
comunicação de más notícias ao paciente, tanto na graduação médica quanto no processo de 
educação permanente, precisa ser incentivado. 
 
 
 
 
 
 
Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de cuidado para o paciente em fase 
terminal (TEXTO 3) 
 
ANDRADE, Cristiani Garrido de; COSTA, Solange Fátima Geraldo da; LOPES, Maria Emília 
Limeira. Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de cuidado para o paciente em 
fase terminal. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2523-2530, 2013. 
 
INTRODUÇÃO 
● A filosofia dos cuidados paliativos iniciou-se na Inglaterra, em 1967, sendo o objetivo 
cuidar dos pacientes que vivenciam a terminalidade e a proximidade com a morte. 
Tais cuidados visam a compreender todas as necessidades do paciente (dentro dos 
limites possíveis), contemplando-o como um ser integra. 
● Os cuidados paliativos constituem um campo interdisciplinar de cuidados totais, ativos 
e integrais, destinados a melhorar a qualidade de vida do paciente sem possibilidades 
de cura e dos seus familiares. Além disso, irá proporcionar suporte psicossocial e 
espiritual, em todos os estágios, desde o diagnóstico de uma doença incurável até o 
período de luto da família. 
● Existem diversas estratégias de cuidar utilizadas nos cuidados paliativos, dentre as 
quais destaca-se a comunicação. A comunicação é intrínseca ao comportamento 
humano e permeia todas as suas ações no desempenho de suas funções. 
● A comunicação pode ser compreendida como uma técnica de trocas e de compreensão 
de mensagens, emitidas e recebidas, mediante as quais as pessoas se percebem e 
partilham o significado de ideias, pensamentos e propósitos. É um instrumento muito 
importante, impulsionador da relação entre o enfermeiro e o paciente em fase 
terminal. Vale salientar que a comunicação vai muito além das palavras e do conteúdo, 
contempla a escuta atenta, o olhar e a postura. 
● A partir da comunicação é possível um cuidado integral e humanizado porque, por 
meio dela, é possível reconhecer e acolher, empaticamente, as necessidades do 
paciente, bem como de seus familiares. 
 
MÉTODOS 
● Qual a importância da comunicação na prática dos cuidados paliativos no que concerne 
à assistência de enfermagem direcionada ao paciente em fase terminal? 
● Como você utiliza a comunicação na prática dos cuidados paliativos para assistir o 
paciente em fase terminal? 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
● O artigo desvela como os enfermeiros utilizam a comunicação para humanizar o 
cuidar em enfermagem para o paciente em fase terminal e sua família, com ênfase 
na valorização da comunicação verbal e não verbal, pautadas nos cuidados paliativos. 
 
Cuidados paliativos e comunicação: relação interpessoal do enfermeiro com o paciente 
terminal 
● A comunicação com o paciente que vivencia o processo de terminalidade é considerada 
o alicerce para um bom relacionamento interpessoal. 
A comunicação é uma ferramenta extremamente relevante no processo 
de cuidar, principalmente quando se trata de paciente terminal, no 
sentido de fortalecer o vínculo entre paciente/profissional, estimular o 
paciente a verbalizar anseios, preocupações e dúvidas acerca da 
situação clínica, dar oportunidade ao paciente/familiar de verbalizar 
preferências no atendimento e ajudá-los na tomada de decisões. (Enf.3) 
[...] a comunicação traz tranquilidade e confiança com a equipe que o 
está acompanhando, fazendo com que o paciente se sinta a vontade em 
falar e expressar suas angústias, medos e ansiedades, ajudando no 
fortalecimento do vínculo. (Enf.8) 
A comunicação é um elemento essencial na relação humana, através 
dela podemos detectar problemas, facilitar o alívio dos sintomas, 
estimular e melhorar a autoestima do paciente, conhecer valores, 
favorecer o bem-estar e detectar as necessidades dos pacientes. (Enf.17) 
● A comunicação é uma das habilidades que devem ser empregadas pelo enfermeiro, 
para que ele possa expandir a habilidade de apreender as mensagens – implícitas ou 
explícitas – [...] é um pilar fundamental para a implementação de tal prática. 
 
Comunicação em cuidados paliativos como estratégia para fortalecimento do vínculo 
entre enfermeiro e paciente terminal 
● A comunicação trata-se de um processo ativo, de atenção e de escuta ativa. 
● Há uma grande importância do olhar, do toque, do carinho e do conforto, inseridos no 
universo do modo não verbal de se comunicar, na relação direta com o paciente 
terminal. 
● Assim, independentemente da capacidade de comunicação verbal do paciente, é dever 
do enfermeiro ouvi-lo e percebê-lo, identificando qual o estágio do processo de morrer 
em que se encontra e quais são suas necessidades, para orientar e capacitar sua equipe 
a suprir as demandas, possibilitando-lhes uma interação terapêutica, por meio da 
empatia e da criação de um ambiente saudável, humanizado e sistematizado. 
● Outro ponto importante é o tom de voz, que deve ser firme e seguro quando necessário, 
como, por exemplo, para dar um diagnóstico, e doce o suficiente para se expressar numa 
situação de apoio psicológico ou um gesto de afeto. 
● Algumas vezes o uso dessas práticas no cuidado é difícil e pouco aplicadas, devido a 
rotina corriqueira da maioria dos profissionais enfermeiros. 
 
Importância da comunicação entre enfermeiro e família do paciente terminal sob 
cuidados paliativos 
● Segundo os enfermeiros a família é o elo fundamental no processo de cuidado com o 
paciente e que, para se adquirir a confiança destes, é imprescindível uma boa interação 
entre os profissionais, pacientes e familiares. 
 
● Somente através de uma comunicação efetiva com todos os membros é que ele estará 
apto a incluí-la adequadamente na terapêutica dos cuidados paliativos. Por isso, o 
estabelecimento de uma comunicação efetiva entre a tríade enfermeiro-paciente-família 
é sobremaneira relevante. 
● O carinho e o amor com os pacientes também fazem parte desse processo de 
terminalidade. 
● A comunicação com os pacientes faz com que eles confiem no trabalho do 
profissional, e a boa relação com eles é fundamental. 
 
Considerações Finais 
● Importância de um cuidar centrado no paciente em sua totalidade, e não, apenas, em 
sua doença. Ficou evidente, por meio dos depoimentos dos enfermeiros participantes 
do estudo, que estes consideram o relacionamento interpessoal com o paciente em fase 
terminal e com seus familiares como uma ferramenta imprescindível para a promoção 
dos cuidados paliativos. 
 
 
 
Comunicação de más notícias: dilemas éticos frente à situação de morte encefálica 
(TEXTO 10) 
 
DOS SANTOS, Marcelo José; DE MORAES, Edvaldo Leal; MASSAROLLO, Maria Cristina 
Komatsu Braga. Comunicação de más notícias: dilemas éticos frente à situação de morte 
encefálica. 2012. 
 
INTRODUÇÃO 
● Comunicar a morte de um paciente é uma das tarefas mais difíceis que os 
profissionais de saúde têm de enfrentar, pois implica um forte impacto psicológico aos 
familiares. 
● quando nos referimos à morte encefálica, a comunicação é ainda mais difícil, pois 
envolve a compreensão de um conceito de morte bastante recente e nem sempre 
compreendido. 
● A maneira,como os familiares de doadores falecidos são informados sobre a morte é 
essencial para a discussão e tomada de decisão sobredoação de órgãos e tecidos para 
transplante. No caso da morte encefálica, a entrevista para à doação ocorre enquanto o 
doador ainda apresenta batimentos cardíacos e permanece ligado aos aparelhos, 
tornando um momento muito dificil para a familia. 
● A morte encefálica equivale à morte? O que fazer quando o diagnóstico de morte 
encefálica é confirmado: doar ou não doar órgãos e tecidos para transplante? De 
quem é a decisão quanto à doação? 
 
Perspectiva histórica da morte encefálica 
● 1959 - neurocirurgiões franceses descreveram uma condição que denominaram de 
“morte do sistema nervoso central” -- características desse estado: coma apneico 
 
persistente, reflexos tendinosos e os associados ao tronco encefálico ausentes, e 
ausência de atividade elétrica cerebral; 
● 1968 - definiu o coma irreversível como um novo critério para a morte. Os critérios 
estabelecidos foram: ausência de responsividade cerebral, ausência de movimentos 
induzidos ou espontâneos, ausência de respiração espontânea, ausência de reflexos 
tendinosos profundos e aqueles associados ao tronco encefálico; 
● 1976 - no Reino Unido,introduziu o teste de apneia e a opção da utilização de outros 
exames complementares além do eletroencefalograma para a confirmação da 
morte encefálica. Pela primeira vez, a morte encefálica foi considerada equivalente à 
morte humana. 
● 1981-o diagnóstico de morte encefálica foram delineadas com critérios mais seguros, 
como identificação adequada do paciente e da causa do coma, sua irreversibilidade, e 
outros. 
● No Brasil, o conceito de morte encefálica foi referido pela primeira vez em 
1968,“conceito e comprovação de morte real” a partir de estudo da atividade elétrica 
cerebral. sou a ser aceito e utilizado por todo o País . Em 1991, o Conselho Federal de 
Medicina regulamentou o diagnóstico de morte encefálica para pessoas com idade 
superior a 2 anos. 
 
Epidemiologia da Morte Encefálica 
● Principais causas de morte encefálica são: Acidente Vascular Encefálico, Trauma 
Cranioencefálico, Tumor de Sistema Nervoso Central, Encefalopatia Anóxica. 
 
Considerações éticas e legais frente à comunicação da morte encefálica aos familiares de 
doadores de órgãos e tecidos para transplante 
- Quando o diagnóstico de morte encefálica deve ser realizado? Como informar e 
esclarecer a família sobre essa condição? 
● Dois exames clínicos deve ser feito para confirmar o diagnóstico de morte encefálica, 
e pode ser realizado por qualquer especialidade médica. Além disso, há também o 
exame complementar que só pode ser feito por um médico neurologista reconhecido no 
Brasil; 
● Para o processo de adoção a família é responsável pela doação ou não dos órgãos, 
independente da vontade dos pacientes em vida. O processo de entrevistas para a doação 
só ocorre depois que a família é informada sobre a gravidade do paciente e sua morte. 
● A equipe interdisciplinar deve oferecer auxílios necessários para a família independente 
da escolha de doação ou não de órgãos e tecidos para transplante. 
● Como postura ética e respeito é dever do profissional entender a dor, o sofrimento do 
momento. 
● A comunicação de más notícias encaminha as famílias dos pacientes à um estado de 
crise emocional, mas ainda assim, deve ser explicado as informações sobre os 
procedimentos para a confirmação da morte encefálica. 
● Após a confirmação e diagnóstico da morte, a família deve ser chamada para uma 
entrevista para saber quanto a possibilidade de doação, sempre respeitando a dor. 
 
 
- Quem decide sobre a doação de órgãos e tecidos para transplante? O que fazer quando 
não existe consenso entre os familiares sobre a tomada de decisão? 
● A autorização da família é realizada pelo cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida 
à linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau, firmada em documento 
subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. 
● A entrevista é um dos piores momentos para os profissionais, pois os familiares 
acabaram de perder um ente querido, e deve responder se doará os órgãos desse ente ou 
não. (Respeito da dor da família x Necessidade de falar sobre a doação -> conflito 
interno) 
● O objetivo da entrevista é a família entender o que é a morte encefálica, e que 
esclareçam as dúvidas, e que seja conversado sobre a possível doação. 
 
- Quando a família não autoriza a doação, o que fazer? É ético e legal desconectar o 
ventilador mecânico do não doador de órgãos com diagnóstico de morte encefálica? 
● Após a avaliação dos pacientes e confirmação de óbito, é direito da família saber todas 
as informações, sobre a suspensão de todo o suporte terapêutico do paciente, sendo essa 
medida protegida por lei. 
● Em alguns casos os médicos sentem-se incomodados (pelo sofrimento do familiar) com 
o desligamento dos aparelhos e suspende apenas uma parcela do suporte do paciente 
como antibióticos, alimentação, etc, sem desligar o ventilador mecânico. No entanto 
isso acaba prolongando o tempo do paciente na UTI sem necessidade já que está morto. 
● Assim, é possível notar que até entre os médicos a morte encefálica não é tratada como 
a parada cardiorespiratória. 
● Crenças, religiões, influenciam também na dificuldade de desligamento das máquinas, 
tanto por parte da família quanto do médico, pois é difícil aceitar a morte já que o 
coração do paciente ainda está batendo. 
● Do ponto de vista legal e ético, é dever do médico o desligamento do ventilador 
mecânico uma vez que a família recusar a doação de órgãos. 
 
PERGUNTAS 
Qual a importância de haver a comunicação entre o enfermeiro e a família do paciente terminal? 
- É extremamente importante para que haja um respeito mútuo, para promover uma 
relação positiva entre ambas para com o paciente, tornando menos doloroso o processo 
de luto das família. 
 
De que forma e a partir de quando o enfermeiro deve utilizar-se da comunicação com a família 
do paciente terminal ? 
- A comunicação deve haver desde os primeiros cuidados paliativos com o paciente, 
sempre de maneira gradativa. A comunicação tanto com o doente como com a família 
deve ser realizada de maneira humanizada, com empatia diante do sofrimento do 
paciente e também da família(principalmente no momento de luto), deve ser feita de 
maneira cuidadosa para não causar mais dor a família. 
 
 
A comunicação da morte encefálica é uma notícia ainda mais difícil de ser aceita pelos 
familiares do paciente, de que forma os profissionais podem aliviar essa notícia? 
 
De que forma os profissionais podem informar e esclarecer, de maneira menos agressiva, sobre 
a morte encefálica? 
 
 
 
O artigo “Receios de quem transmite e mudanças nos que recebem”: 
 
FERREIRA, Mafalda Alexandra Monteiro. Transmissão e gestão de más notícias à pessoa com 
doença oncológica e família. 2017. Tese de Doutorado. 
 
➔ Aborda a temática da comunicação de más notícias; embasado por estudos científicos 
acerca desse tema, o divide em dois tópicos para melhor discussão. 
 
O primeiro está centrado no profissional de saúde, este é o protagonista das más 
notícias, uma vez que: 
 “... para além de planejar e gerir esses momentos tem 
também de gerir os próprios medos e estar preparados para 
aceitar a fragilidade do doente e da família...”. 
Eles são constantemente confrontados com essa situação e muitos não se sentem preparados 
para essa comunicação, principalmente, pelo fato de não terem tido certa instrução acerca disso 
durante sua formação profissional; há um grande questionamento dos mesmos sobre a melhor 
forma e quando devem informar a família e ao paciente más notícias, além de estarem a todo 
tempo, tentando identificar e saber lidar com suas próprias emoções. 
“... Loff, ao salientar que o enfermeiro terá de deter técnicas 
de comunicação que lhe permitam ensinar, de fato, o doente 
e sua família a mobilizar recursos para melhor lidar com asvárias situações, reduzindo a sensação de que a doença é uma 
ameaça permanente...” 
Ou seja, o enfermeiro deve buscar uma forma de informar as notícias sem causar ao paciente 
desconforto e ansiedade, visando tranquilizá-lo e instruí-lo da melhor forma possível. 
“...Uma comunicação eficaz reduz as incertezas, os medos e constitui uma ajuda fundamental 
na aceitação da doença e na participação ativa em todo o processo de tratar/ cuidar, 
minimizando os efeitos no processo de luto do doente e família. No entanto, é importante 
 
avaliar se o paciente está pronto para ouvir a notícia, o quanto deseja saber, e só então seguir 
em doses pequenas de informação, respeitando e acompanhando-lhe o ritmo...” 
“Dessa forma, é importante encontrar um ponto de equilíbrio entre o dever de dizer a 
verdade e o de evitar causar mal ao doente. Isso exige por parte dos profissionais de saúde uma 
avaliação adequada de cada paciente em particular, no sentido de saber se este quer ou não 
saber a verdade, procurando respeitar-lhe sempre a vontade” 
Diante disto, percebe-se que o processo de comunicação precisa ser estruturado da 
maneira que traga mais segurança possível ao profissional e conforto ao paciente que irá 
receber a notícia. Ele irá variar de paciente para paciente, pois, há diversos fatores que 
influenciam na forma como este aceitara ou não este adoecimento/ más notícias. 
É importante salientar que muitas vezes o profissional de saúde é confrontado, seja pela família 
e/ou paciente, a respeito de mais informação sobre a doença/ quadro e este precisa responder 
de forma clara e coerente e que não causem mais dúvidas e ansiedade ao mesmo. 
O ato da comunicação precisa ser o mais verdadeiro possível. O profissional deve criar um 
clima de confiança, estar atento com a comunicação verbal e principalmente, da comunicação 
não verbal tanto dele quanto do paciente, para que possa oferecer um ambiente tranquilo e um 
suporte emocional ao mesmo. 
Para finalizar esse tópico, o texto traz o protocolo de Buckman: “Não existem palavras certas 
para dar más notícias, contudo existem vários princípios que permitem que as más notícias 
possam ser dadas de forma sensível e de modo que o destinatário as compreenda. Nesse sentido, 
é pertinente realçar o protocolo de Buckman, que pretende ser um apoio para profissional de 
saúde nos seu contato com os doentes e familiares para a transmissão de informação sensível, 
nomeadamente transmissão de más notícias. 
 
O protocolo de Buckman é constituído por seis etapas: 
– A primeira etapa consiste na preparação e na escolha do local adequado. O local deve ser 
privado e é importante planejar a informação a transmitir ao doente. 
– A segunda permite perceber o que o doente já sabe e que outra informação lhe foi 
transmitida no contato com outros profissionais de saúde. 
– Na terceira etapa, questiona-se o doente para saber sobre o que ele deseja ser 
informado. 
– Na quarta etapa, dá-se a notícia. Deve-se começar com frases de preparação e verificar a 
reação imediata do paciente e, em seguida, fornecer-lhe a informação em pequenas parcelas. 
 
– Na quinta etapa, deve-se responder às emoções e às perguntas do doente, respondendo direta 
e honestamente às perguntas, mesmo as mais difíceis. O silêncio e o choro devem ser 
respeitados, e não inibidos. Um toque na mão ou no ombro demonstra apoio e pode tranquilizar 
o doente. Para que o paciente consiga abarcar grande parte da informação que lhe é prestada, 
deve-se falar com ele de forma simples e clara, evitando ao máximo os termos técnicos. É 
importante rever a situação e verificar se o doente percebeu a informação que lhe foi dada. 
– A sexta etapa corresponde à fase em que se propõe um plano de acompanhamento e se encerra 
a entrevista. Para isso, deve-se fornecer um plano de ação futuro que aborde a próxima fase de 
cuidados. Juntamente com o paciente, deve-se procurar resolver os principais problemas, dar-
lhe a oportunidade de fazer perguntas e esclarecer as dúvidas e medos e adotar um plano 
consensual. Por fim, deixa-se sempre um próximo contato marcado.” 
O segundo tópico do texto está focado na relação entre a família e as más notícias; 
segundo Melo família é: 
“...entendida como unidade, com base no parentesco 
biológico, mas pode, também, ser vista em sentido mais 
amplo, isto é, incluindo os amigos que lhe são queridos, 
é uma unidade de suporte para o doente...” 
Sendo assim, a família é, na maior parte dos casos, a fonte de apoio que o indivíduo procura 
para ultrapassar situações de crise. 
Quando focamos na família, o adoecimento de um ente causa diversas reações e consequências 
a esta: 
O impacto da doença na família altera os planos de 
futuro, o papel que cada um representa, e todos acabam 
ficando sobrecarregados, agravando-se por vezes os 
problemas.” 
É o paciente que decide se a família deve saber ou não da doença; todavia, a maior parte dos 
casos a família é a primeira a perceber o processo de adoecimento do seu ente. 
“A doença de um membro da família é também uma doença 
familiar. Todos sentem os efeitos do sofrimento e da dor, 
por isso, para a equipe terapêutica, o doente e a família 
constituem a unidade a tratar. Os profissionais de saúde 
devem ter presente que a família conhece o doente, suas 
preferências, seus interesses, suas preocupações e seus 
hábitos. É fundamental o envolvimento da família.” 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
ANDRADE, Cristiani Garrido de; COSTA, Solange Fátima Geraldo da; LOPES, Maria Emília 
Limeira. Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de cuidado para o paciente em 
fase terminal. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2523-2530, 2013. 
 
ARAÚJO, Monica Martins Trovo de; SILVA, Maria Júlia Paes da. A comunicação com o 
paciente em cuidados paliativos: valorizando a alegria e o otimismo. Revista da Escola de 
Enfermagem da USP, v. 41, p. 668-674, 2007. 
 
ARAÚJO, Janete; LEITÃO, Elizabeth Maria. A comunicação de más notícias: mentira piedosa 
ou sinceridade cuidadosa. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto (TÍTULO NÃO-
CORRENTE), v. 11, n. 2, 2012. 
 
DOS SANTOS, Marcelo José; DE MORAES, Edvaldo Leal; MASSAROLLO, Maria Cristina 
Komatsu Braga. Comunicação de más notícias: dilemas éticos frente à situação de morte 
encefálica. 2012. 
 
FERREIRA, Mafalda Alexandra Monteiro. Transmissão e gestão de más notícias à pessoa com 
doença oncológica e família. 2017. Tese de Doutorado. 
 
LECH, Simone Solange; DESTEFANI, Amanda dos Santos; BONAMIGO, Elcio Luiz. 
Percepção dos médicos sobre comunicação de más notícias ao paciente. Unoesc & Ciência 
ACBS [Internet], v. 4, n. 1, p. 69-78, 2013.

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