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PROCESSO SAÚDE DOENÇA Esp Pablo José Saúde e Doença CONCEITOS Prática clínica “Ausência de doença” “Doença: Falta ou pertubação da saúde” OMS (1948) “Saúde é um completo estado de bem estar físico, mental e social.” Aurélio “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal.” SER HUMANO BIOPSICOSOCIAL CONCEITO DE SAÚDE – MAIS ABRANGENTE Saúde é a resultante das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde.... resultado de formas de organização social de produção, as quais podem gerar profundas desigualdades no níveis de saúde. 8a. Conferência Nacional de Saúde CONCEITOS DE DOENÇA / QUALIDADE DE VIDA A doença é um sinal da alteração do equilíbrio homem-ambiente, estatisticamente relevante e precocemente calculável, produzida pelas transformações produtivas, territoriais, demográficas e culturais. A qualidade de vida resulta da adequação das condições sócio-ambientais às exigências humanas. O processo saúde-doença é uma expressão que significa a possibilidade que as pessoas podem ter, ao viverem em um determinado lugar, de produzir saúde ou doença, desde que existam as condições necessárias - favoráveis ou desfavoráveis, para que um ou o outro desses dois fatos (fenômeno) venham a acontecer. Saúde e doença estão intimamente relacionadas no cotidiano de nossas vidas e de nosso trabalho, e se constituem como um binômio, uma dupla inseparável. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA “as inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo processo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar; passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte” (Leavell & Clark, 1976) HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA - PERÍODOS Período Pré-patogênico (epidemiológico) Período Patogênico PERÍODO DE PRÉ-PATOGÊNESE O primeiro período da história natural: é a própria evolução das inter-relações dinâmicas, que envolvem, de um lado, os condicionantes sociais e ambientais e, do outro, os fatores próprios do suscetível, até que se chegue a uma configuração favorável á instalação da doença. Envolve as inter-relações entre os agentes etiológicos da doença, o suscetível e outros fatores ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermidade e as condições sócio econômico- culturais que permitem a existência desses fatores. Vários elementos, de natureza diversa (ambientais, sociais, culturais, econômicos, biológicos, fisiológicos, imunológicos, etc.) interagem ou se combinam de modo a originar um “estímulo à doença”. Neste momento é possível evitar a ocorrência da doença através de ações de prevenção primária, promoção e proteção da saúde, atividades essenciais da vigilância em saúde. PERÍODO DE PATOGÊNESE A história natural da doença tem seguimento com a sua implantação e evolução no homem. Este período se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. Seguem-se: 1 - as perturbações bioquímicas em nível celular; 2 - continuam com as perturbações na forma e na função; 3 - evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade ou cura. O segundo, se inicia com a primeira interação entre o “estímulo à doença” e o organismo do homem (patogênese precoce). Nesse momento a doença começa a se desenvolver no organismo, mas ainda não pode ser percebida (não há sintomas e os exames complementares ainda são negativos). ESCALA DO ESTADO DE SAÚDE 100 50 0 P R E S E N ç A D E S A Ú D E Saúde ótima Saúde sub- ótima Doença ou incapacidade declarada Próximo da morte Morte 100 50 0 A U S Ê N C I A D E S A Ú D E HISTÓRIA NATURAL DE UMA DOENÇA NO HOMEM Etapa Sub-clínica Doença ou incapacidade declarada Próximo da morte Saúde ótima Morte Ambiente Período pré-patogênese Período de patogênese Saúde sub-ótima Produção de estímulos Horizonte clínico Interação Recuperação RACIONALIDADES Ciências médicas X Ciência Epidemiológica Objeto singular: a doença no indivíduo Qual o estágio da doença? Quais os órgão afetados? Objeto singular: a doença na população Que segmentos desta população são acometidos? Em que circunstâncias ou época? Como se distribui a doença espacialmente? O enfoque epidemiológico do problema envolve todo o processo saúde-doença, incluindo a dimensão biológica e individual, diagnosticada e tratada pela medicina. ETIOLOGIA MODELOS PARA REPRESENTAR FATORES ETIOLÓGICOS EM EPIDEMIOLOGIA Modelo Biomédico Cadeia de eventos Rede de causas Múltiplas causas – múltiplos efeitos Modelos ecológicos Tríade ecológica: agente, hospedeiro e meio ambiente Dupla ecológica: hospedeiro e meio ambiente Abordagem sistêmica da saúde Etiologia social da doença Vertente centrada no componente sócio-político (estrutura social) Vertente centrada na influência dos fatores comportamentais (indivíduo) FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA Endógenos: Fatores determinantes que, no quadro geral da ecologia da doença, são inerentes ao organismo e estabelecem a receptividade do indivíduo. Herança genética. Anatomia e fisiologia do organismo humano. Estilo de vida. Exógenos: Fatores determinantes que dizem respeito ao ambiente. Ambiente biológico: determinantes biológicos. Ambiente físico: determinantes físico-químicos. Ambiente social: determinantes sócio-culturais. DUPLA ECOLÓGICA: HOSPEDEIRO E MEIO AMBIENTE Ambiente Físico Ambiente Biológico Ambiente Social Interação complexa com o ambiente HOMEM Estilo de Vida Herança Genética Anatomia Fisiologia FATORES DETERMINANTES ENDÓGENOS Genéticos: • Âmbito da Genética Médica Características constitucionais - Inerentes à anatomia - Fisiologia do organismo FATORES DETERMINANTES EXÓGENOS FATORES DETERMINANTES BIOLÓGICOS Infecções Varias espécies Âmbito da Microbiologia O resultado do relacionamento da população humana com uma ou mais espécie com conseqüente advento de diversos agravos à saúde. FATORES DETERMINANTES FÍSICOS E QUÍMICOS AMBIENTAIS Naturais: Previsíveis: Aqueles cuja ação, em boa parte, pode ser de antemão prevista, permitindo estimar as possíveis conseqüências e, desta forma, adotar medidas que possibilitem reduzir seus efeitos (a depender dos conhecimentos atingidos sobre o assunto). Atmosfera: Clima. Hidrosfera e litosfera: Carência de elementos essenciais ou presença de agentes indesejados. FATORES DETERMINANTES FÍSICOS E QUÍMICOS AMBIENTAIS Naturais: Imprevisíveis: Acidentes naturais. Desastres ou calamidades naturais. Mortalidade Morbidade (epidemias ou doenças infecciosas) Desabilidades psicológicas FATORES DETERMINANTES FÍSICOS E QUÍMICOS AMBIENTAIS Artificiais: Acidentais: Acidentes ou desastres antrópicos. Ambiente natural: “Efeito estufa”, “buraco na camada de ozônio”. Ambiente antrópico: Impacto de tecnologias sofisticadas que, fora de controle, atingem o próprio ambiente antrópico (energia nuclear, acidentes com produtos químicos perigosos). FATORES DETERMINANTESFÍSICOS E QUÍMICOS AMBIENTAIS Artificiais: Produzidos: De uso programado e continuado (riscos antrópicos) Poluição. Poluição conseqüente (desenvolvimento industrial): Gases e partículas na atmosfera, substâncias químicas no meio hídrico e resíduos sólidos no meio terrestre. Poluição pressentida (consecução de certa finalidade): Defensivos agrícolas, medicamentos, agentes tóxicos e nocivos usados em conflitos armados. FATORES DETERMINANTES SOCIAIS (PSICOSSOCIAIS, CULTURAIS, SÓCIOECONÔMICOS E SÓCIOPOLÍTICOS) A aquisição de conhecimentos sobre os determinantes sociais parte do estudo da desigualdade social, tida como geradora de agravos à saúde, traduzidos em morbidade e mortalidade. Categorias gerais desses determinantes: Comportamentais Psicossociais Relacionados à personalidade do indivíduo. Hábitos e estilos de vida: sexualidade, étnicos (relacionados à cultura), adquiridos. Organizacionais Estruturais Ocupação Família Nível socioeconômico Evolutivos Relacionados ao Desenvolvimento Intrasociais: convivência (mobilidade social); produção e desenvolvimento (apropriação dos recursos sociais); e competição. Intersociais: agressões ao meio ambiente, migrações populacionais, intercâmbio social e conflitos. MEDIDAS PREVENTIVAS NÍVEIS DE PREVENÇÃO Autores Primário Secundário Terceário Leavel y clark Promoção da Saúde Diagnóstico precoce Reabilitação Proteção específica Tratamento adequado Limitação da incapacidade Universidade de Columbia Promoção de Saúde Diagnóstico precoce Limitação da incapacidade Proteção específica Tratamento adequado Reabilitação Itoh y Lee Promoção da saúde Diagnóstico precoce Limitação da incapacidade Proteção específica Tratamiento adequado Reabilitação Cuidados de custodia ATENCÃO INTEGRAL DE SAÚDE PREVENÇÃO PRIMÁRIA Promoção de Saúde Moradia adequada Alimentação adequada Áreas de lazer Escolas Educação em todos os níveis PREVENÇÃO PRIMÁRIA Proteção Específica Imunização Saúde ocupacional Higiene pessoal e do lar Proteção contra acidentes Aconselhamento genético Controle dos vetores PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Diagnóstico Precoce Inquéritos para descoberta de casos na comunidade Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos Isolamento para evitar a propagação de doenças Tratamento para evitar a progressão da doença PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Limitação da Incapacidade Evitar futuras complicações Evitar seqüelas PREVENÇÃO TERCIÁRIA Reabilitação (impedir a incapacidade total) Fisioterapia Terapia ocupacional Emprego para o reabilitado
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